sexta-feira, 2 de junho de 2017

Revolução, já

A mídia é o grande personagem: aquilo que acharam nos grampos de Aécio é conversa de convento perto do que se tramou e se manipulou nas redações.

Fonte:CARTA MAIOR
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José Dirceu: Não há espaço para conciliação com os golpistas e seus avalistas

01 de junho de 2017 às 22h53


Ato pelas Diretas Já e lançamento do Plano Popular de Emergência, organizado pela Frente Brasil Popular. Foto Paulo Pinto/AGPT

As ruas e as urnas

por José Dirceu, na Folha de S. Paulo, em 01/06/2017

Em visita recente, o produtor Luiz Carlos Barreto lembrou-me de que o filme “Terra em Transe”, clássico de Glauber Rocha, completa meio século. Não pude deixar de comentar que, novamente, o Brasil está em transe.

A única solução razoável, antes como agora, é uma catarse, uma revolução política, econômica, social e cultural. Não é possível um acordo com quem rasgou o pacto constitucional de 1988 e atropelou a soberania popular.

Os golpistas e seus avalistas, ao derrubarem um governo legal e legítimo no intuito de revogar direitos e conquistas históricas do povo brasileiro, puxaram a faca e cometeram crime de alta traição à democracia.

Romperam o fio da história e colocaram em risco nossa soberania. Querem nos reduzir, de novo, à linha auxiliar do império.

A coalizão golpista deu origem a um governo abarrotado de históricos corruptos. Nada disso, porém, importa aos falsos santarrões que incensam a Operação Lava Jato, desde que os usurpadores fossem úteis para a aplicação de reformas que destruíssem o legado petista, a herança trabalhista e os êxitos do último processo constituinte.

Olhando e revisitando a história de nosso país, sabemos o que está em jogo: o desmonte do recente e precário Estado de bem-estar social, previsto na Constituição de 1988 e implementado durante as administrações de Lula e Dilma Rousseff.

Assalta-se a renda do trabalho para garantir o pagamento de juros exorbitantes, a ampliação da taxa de lucro das grandes corporações e a retomada dos fundos públicos pelas camadas mais ricas.

Os golpistas não hesitaram em sabotar o governo Dilma. Decretaram verdadeiro apagão nos investimentos e créditos, ampliando a recessão, levando pânico aos cidadãos e paralisando o país.

Tratou-se de um vale-tudo para recuperar o comando do Estado e impor uma agenda rejeitada pelos eleitores desde 2002.

Não se vacilou em pisotear as regras democráticas e forjar um arremedo de regime policial, no qual se opera a serviço de objetivos político-ideológicos.

O Brasil precisa de liberdade para decidir seu futuro, com eleições diretas, um novo governo popular e a convocação de Constituinte soberana. É vital romper a camisa de força do rentismo e da concentração de riqueza, reformar os sistemas financeiro e tributário. Só assim viabilizaremos o desenvolvimento econômico, social e cultural.

Essa tarefa é histórica e pressupõe superar os limites comprovados dos governos petistas -apesar dos avanços reformistas, ainda não transformamos as estruturas de nossa sociedade e do poder político.

Não há espaço para conciliação. É necessário, para o bem-estar social do país, dar fim à armadilha de uma falsa harmonia nacional e um ludibrioso salvacionismo contra a corrupção.

O horizonte das forças populares e de esquerda deve ir além das próximas eleições presidenciais, agora ou no próximo ano. Podemos até vencer, mas sem ilusões: sob quaisquer circunstâncias, nosso norte é o avanço no rumo de uma revolução política e social, democrática.

A meta é lutar, resistir e preparar um governo de amplas reformas. Sob a proteção de um novo pacto constitucional, originário das urnas, se a casa-grande voltar ao leito da democracia. Pela força rebelde das ruas, se nossas elites continuarem de costas para a nação.

José Dirceu foi presidente nacional do PT, deputado estadual e federal e ministro da Casa Civil no governo Lula 

Fonte: VIOMUNDO
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Dirceu foi ao ponto. Não se pode, em hipótese alguma, fazer qualquer tipo de acordo com toda a turma do golpe, incluindo a grande mídia. A história é clara, sempre que existe algum tipo de acordo de colaboração, conciliação ou algo parecido, os golpistas saem favorecidos. Usam o tempo disponível pelos acordos para golpear o povo e produzir mais golpes. Somente uma revolução,
popular, cultural, profunda para mudar os rumos do país colando-o nos trilhos da soberania e dos direitos da população. Os golpistas e seus parceiros devem ser destruídos, alijados da cena nacional.




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