segunda-feira, 11 de novembro de 2019

O Paraíso é Aqui e Agora

Motivo do golpe:
A Bolívia estava bem, crescendo e dando certo. 
O neoliberalismo não admite experiências, modelos que não estejam revelados nas escrituras sagradas do capital fundamentalista. Assim compreendido, todas as modalidades de golpe são empregadas nos países da América Latina, dependendo, claro, das especificidades de cada país. Em comum, o alinhamento visceral dos grandes meios de comunicação com o credo neoliberal. Redações e jornalistas são templos e pastores encarregados de conduzir o rebanho ao raso pasto, de sofrimento infinito, porém necessário para alcançar o sucesso, ou um julgamento justo em outro endereço cósmico. Não produzindo os milagres desejados, o dispositivo midiático recebe o apoio do Poder Judiciário que então apresenta interpretação das escrituras segundo a vontade do Criador, que permanentemente comunica-se com alguns escolhidos. Ainda assim, os hereges e infiéis resistem e por vezes derrotam os Deuses .Quando isso acontece, o Criador, enfurecido com a audácia dos insignificantes, autoriza a força bruta, a violência extrema para restaurar o credo neoliberal e punir, como forma de castigo, os felizes e determinados infiéis que insistem em acreditar que o paraíso é para todas as pessoas e todas formas de vida. É exatamente o que acontece agora na Bolívia, a fúria incontida do Criador. Por outro lado, os povos da tão sofrida e violentada América Latina, em maioria, não mais aceitam o credo neoliberal, a Democracia Liberal, e resolvem lutar, com todas as forças e armas disponíveis, pelas urnas na Argentina e Colômbia, ou nas ruas do Chile, Equador, Venezuela. O Criador não tem o apoio da maioria das pessoas, e deixa claro, transparente, inequívoco que irá usar da força para impor seu credo. No entanto, as pessoas, gentes, negros, indígenas, humildes, pobres, explorados vão continuar lutando, resistindo, pois sabem que o paraíso é na Terra, aqui e agora.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

A Ditadura Escancarada

Impossível que a ficha ainda não tenha caído para a maioria.
Não se trata de gostar ou não de Lula .
Não se trata de gostar ou não do PT.
Nem mesmo em defender a Democracia, já que a maioria do brasileiro tolera regimes autoritários.
Um dia a ficha cairá, porque erros, absurdos, acertos não duram para sempre, e o pêndulo está sempre em movimento. Talvez quando chegar esse dia o preço a pagar seja alto, porém, ao mesmo tempo, minimizado por euforia da mudança, diluído por renovadas esperanças, saudado como nova era de bonança. Na esperança do novo, são raros os avanços e abundantes os retrocessos. Os dez anos de ouro do Brasil, 2003-2013, talvez tenham sido exceção. Tantos acertos e avanços que o brasileiro não suportou, escolheu o arbítrio, a seletividade, a prisão. O encarceramento de Lula ainda é saudado, aprovado, elogiado pela maioria do brasileiro que não suporta a idéia de ser livre, arquiteto de seu destino, construtor de futuros. É muita responsabilidade para um povo que necessita de tutor, de um chefe autoritário. O brasileiro não gosta de líderes, e também aceita passivamente a flexibilização da aplicação das leis e da justiça. Um dia, em algum momento do futuro, a ficha cairá .