quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

O Cogumelo, a Pirâmide e Ele

10 versões “hereges” para Jesus: liberdade de pensamento e a neo-inquisição virtual

inquisição
(Enquanto isso, no twitter…)
Pouco antes do Natal, divulguei no twitter um texto escrito pela psicóloga norte-americana Valerie Tarico abordando o fato de as relações sexuais não consentidas estarem na origem da maioria das religiões, inclusive na concepção de Jesus Cristo (leia aqui o original e aqui, uma tradução). E perguntei: “Então, na verdade, Deus estuprou Maria?” Alguns dias depois, durante minhas férias, o post foi descoberto por algumas personalidades tuíticas (sei que parece ridículo, mas elas existem), que atiçaram a turba furiosa contra mim. Conservadores disfarçados de moderninhos, em fúria, defendendo a santa madre igreja da bruxa infiel.
Qual uma herege medieval, fui xingada, agredida, ameaçada de processo e até de excomunhão (?!). Teve um cara que me lembrou que eu havia pecado “contra o espírito santo”, como se eu, agnóstica, acreditasse em pecados. Muitos devem ter achado uma pena que a época em que se queimavam pessoas na fogueira por discordar dos textos “sagrados” tenha ficado no passado, e eu me salvei de virar churrasquinho nas mãos de reaças imbuídos do espírito natalino (sic). Não foi só aqui: nos EUA, Valerie também foi atacada como uma feminista que “odeia Cristo, odeia os homens e odeia as mulheres que os amam”. Incrível como os “jovens de direita” (ugh) são iguais em toda parte.
O que essas pessoas não sabem porque a falta de leitura também é uma característica comum aos jovens reaças– é que esta versão do Evangelho que eles reputam como a única em realidade é apenas a versão vencedora: a versão dos que mandam na Igreja, dos que fizeram a “santa” inquisição e ganharam a parada à custa de muitas vidas ceifadas e “conversões” ao cristianismo obtidas sob tortura. Mas, queira a direita ou não, houve diversas outras versões “hereges” para a vida de Jesus Cristo, exterminadas junto com seus defensores exatamente da forma que os neo-inquisidores adorariam para mim: na fogueira.
(Curioso é que, apesar de se arvorarem em defensores da religião, os jovens conservadores tampouco leram a Bíblia, ou não se escandalizariam assim, já que o que não falta no Velho Testamento são estupros, incestos, assassinatos e todo tipo de barbaridade cometida em nome do Senhor.)
Como nasceu Cristo? Depois de queimar muita gente que contava os fatos de maneira diferente, a igreja católica conseguiu, enfim, o seu “consenso” sobre a história de Jesus, aceita pela maioria dos cristãos sobre a Terra. Acredita nela, porém, quem quiser, ninguém é forçado. Felizmente, hoje em dia é possível mostrar, sem medo de morrer ou ir preso, que existiram divergências desde o princípio dos tempos, todas elas também cristãs. Eis algumas das versões antigas e novas para a história de Jesus:
inri
 Jesus Cristo é filho adotivo de Deus  O bispo de Antioquia, Paulo de Samósata, defendia que Jesus Cristo não era filho de Deus de fato, mas sim, filho adotivo. Ou seja, era apenas um ser humano iluminado que chegou à divindade, tornando-se filho de Deus a partir do batismo, e não desde o nascedouro. Essa crença, chamada Adocionismo, e seus seguidores, foram perseguidos pela igreja católica no século 3. Paulo de Samósata foi obrigado a abandonar seus postos eclesiásticos.
jesus
 Jesus não é uma divindade  Ário, presbítero de Alexandria por volta do ano de 319, sustentava que só existia um Deus. Jesus era seu filho, mas era um semideus, não uma divindade e por isso não conseguiu salvar a si mesmo ao ser pregado na cruz. Condenado por heresia pelo concílio de Nicéia no ano de 325, Ário e seus seguidores foram excomungados pela igreja.
cataros
 Jesus era só um profeta  Os cátaros, divergência importante do cristianismo nos séculos 12 e 13, não acreditavam que Jesus era filho de Deus, embora se dissessem cristãos. Diz-se que a caça aos “hereges” seguidores do catarismo, que pregava a igualdade entre homens e mulheres, foi uma das principais razões para o surgimento da Inquisição. Centenas de milhares de cátaros foram chacinados e sua doutrina, sistematicamente destruída.
FOR USE WITH STORY VEGETARIANS
 Jesus era vegetariano  Em 1881, o reverendo inglês Gideon Ouseley teria achado um manuscrito no Tibete que seria um “evangelho perdido”. O Evangelho dos Doze, em referência aos apóstolos, foi publicado pela primeira vez em 1901, e trazia versões vegetarianas para as lições de Cristo. “Não comereis a carne nem bebereis o sangue de nenhuma criatura abatida”, dizia o texto, nunca reconhecido, para alegria dos carnívoros pecadores. Alguns dizem que o próprio Ouseley inventou o evangelho para defender o vegetarianismo.
jevous
(imagem do filme Je Vous Salue Marie, de Godard)
 Maria foi estuprada por Deus  Esta versão não foi inventada pela psicóloga que citei, ela existe. Especula-se que Maria tivesse entre 12 e 13 anos na época da concepção de Cristo. 14, no máximo. Fica difícil, assim, aceitar a versão vigente de que a menina deu o consentimento ao anjo Gabriel para que fosse “impregnada” pelo Espírito Santo. Os cristãos consideram suficiente o fato de ela supostamente ter respondido: “Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a sua palavra”. Outros podem achar que não.
verhoeven
 Maria foi estuprada por um soldado romano  Estudioso da Bíblia, o cineasta holandês Paul Verhoeven (sim, aquele de Robocop) publicou em 2007 um livro chamado Jesus de Nazaré onde sustenta que Maria foi estuprada por um soldado romano chamado Pantera, e assim concebeu Jesus Cristo. Estupros por soldados, diz Verhoeven, eram comuns naquela época. Jesus, portanto, seria um homem, não o filho de Deus. Um profeta radical que não operou nenhum milagre, ao contrário do que dizem os Evangelhos. O cineasta tenta filmar o livro desde então, mas até agora, nada.
judas
 O filho de Deus é Judas  No conto Três Versões de Judas do seu livroFicções (1941), o escritor Jorge Luis Borges cria um teólogo chamado Niels Runeberg, um especialista em refutar a biografia do “traidor” de Cristo. Numa delas, o segredo bem guardado por séculos: Jesus não pode ter sido o filho de Deus, porque era infalível. Judas, sim, era humano, capaz de erros. “Deus se fez total­mente homem até a infâmia, homem até a repro­va­ção e o abismo. Para salvar-nos, poderia ter eleito qualquer dos destinos que tramam a perplexa rede da história; poderia ter sido Alexandre ou Pitágoras ou Rurik ou Jesus; escolheu um ínfimo destino: foi Judas”.
 Judas é um herói  No filme A Última Tentação de Cristo (1988), Martin Scorsese apresenta Judas como o herói responsável por tornar Jesus Cristo o “Messias” adorado por milhões em todo o mundo. Em uma versão paralela da história, o filme mostra o que teria acontecido se Judas não tivesse traído Jesus: teria se casado com Maria Madalena, teria tido muitos filhos, teria morrido velhinho, feliz e sem glória.
cogumelo
– Jesus é um cogumelo alucinógeno  Talvez a mais maluca (e a minha favorita) das versões sobre Cristo, o livro The Sacred Mushroom and the Cross causou barulho em 1970 ao sustentar que Jesus era, na verdade, uma ficção criada a partir do Mestre da Justiça dos essênios. Seu autor, o arqueólogo John Allegro, membro da equipe que traduziu os Manuscritos do Mar Morto, afirmava que nunca houve um Jesus Cristo e que esta era uma forma de referir-se em código ao cogumelo Amanita Muscaria, utilizado de forma mística pelos primeiros cristãos. Obviamente o livro lhe desgraçou a carreira, mas seus estudos estão sendo reconsiderados. Pessoalmente, acho que faz todo sentido.
deus
10  Jesus é vítima de Deus, não dos homens  Em O Evangelho Segundo Jesus Cristo (1991), de José Saramago, Jesus é a vítima de um Deus tirano e egocêntrico que lhe dá a missão não desejada de representá-lo na Terra. Assombrado, o Cristo se sente mortificado pelas crueldades que serão feitas em seu nome: seres humanos degolados, mortos a tamancadas, flechados, empalados, queimados na fogueira. No fundo, o comunista Saramago pintou um Jesus muito mais humano do que o megalomaníaco que aparece nos Evangelhos, mas foi execrado pela igreja católica. Fosse em outra época, o que teria sido dele?
Fonte: SOCIALISTA MORENA
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Esse é um tema pra lá de escorregadio.

De início é bom separar o homem Jesus do mito Jesus.

Quanto ao homem, o que foi abordado no artigo acima, me parece que a tese do cogumelo alucinógeno é bem provável.

Hoje, com o avanço da ciência, foi possível provar que as bruxas da idade média eram. em sua maioria, pessoas normais  que foram queimadas vivas em fogueiras pela Santa Inquisição.

As bruxas faziam uso de plantas e ervas alucinógenos que sempre existiram na natureza.

Os efeitos da ingestão de tais plantas  e ervas, produziam sensações de voos, flutuações e mesmo o caminhar sobre águas, efeitos esses que são relatados por pacientes, em experiências médicas controladas, quando submetidos a essas substâncias.

Quase todos os pacientes relataram as mesmas sensações.

Voos em  vassouras e caminhar sobre águas, por exemplo, eram fruto dos efeitos dos alcalóides contidos nessas plantas.

Na época em que Jesus viveu, tais plantas e ervas também existiam e não é nenhum absurdo a tese de que Jesus, um homem  comum, tenha sido chegado a um barato.

Por outro lado, a mesma ciência concluiu que a administração controlada por procedimentos médicos de tais substâncias , pode produzir nas pessoas uma expansão da consciência, um estado de consciência modificado, onde feitos tidos como paranormais acontecem com frequência . 

Seria algo desejado  pelos orientais ao alcançar o pleno equilíbrio entre os opostos, Yin e Yang, com a diferença que na cultura oriental o processo para se alcançar tal equilíbrio não implica a ingestão de substâncias alucinógenos , sendo o tempo o revelador do sucesso na aplicação de métodos e práticas para alcançar esse fim.

Tanto é assim, que com a difusão das práticas orientais do Yoga e outras na década de 1960, o ocidente  produziu equipamentos individuais, como óculos estimuladores da atividade cerebral, por exemplo, para alcançar em um tempo mínimo os efeitos obtidos pelas disciplinas  orientais, que somente eram alcançados pelos mestres e monges  com décadas de práticas e disciplina . 

A cultura ocidental tem horror ao tempo.

Importante separar as  alucinações por conta de ingestão descontrolada de plantas e ervas alucinógenos, a expansão da consciência com a ingestão de tais plantas com acompanhamento médico e   os efeitos da expansão e modificação da consciência produzidos pelas disciplinas orientais.

Jesus, o homem, pode ter feito uso de tais plantas, quem sabe de uma forma eficaz que proporcionasse uma expansão da consciência, possibilitando a realização dos chamados milagres.

Já algumas bruxas da idade média  exageraram nas doses e viajaram na maionese, por exemplo.

São especulações  que o caro leitor percebeu até aqui, baseadas no conhecimento científico, sem nenhuma conotação religiosa ou metafísica.

Milagres atribuídos a Jesus e demonizados  nas bruxas da idade média tem origem em milênios antes mesmo do cristianismo.

Cientistas alemães realizaram um estudo  na pirâmide de Saqqara no Egito, uma das pirâmides mais antigas.

Com  os inúmeros recursos da tecnologia atual, reproduziram , virtualmente, a pirâmide original  e chegaram a conclusão que todo o complexo de Saqqara - a pirâmide e seus arredores - seria uma grande pilha quântica que ao captar o magnetismo terrestre , combinado com outros efeitos gerados por objetos da pirâmide, produzia nas pessoas efeitos chamados de paranormais. 
Conceitos sobre levitação magnética, hoje empregados na construção de caminhos para trens, teriam sido utilizados até mesmo para deslocar os grandes blocos de pedra para construção de pirâmide. 
Até mesmo o efeito piezoelétrico, hoje amplamente conhecido, era utilizado na tecnologia de Saqqara. ( o leitor pode assistir ao vídeo de  uma hora e dezesseis minutos, intitulado Saqqara, A Máquina Quântica , disponível no You Tube ).

Relatos de fenômenos paranormais, milagres e similares existem em grande quantidade ao longo de milênios e é importante separar o que são fantasias e alucinações daquilo que é ciência.

O que levou Jesus, o homem a produzir os chamado milagres deve ser motivo de investigações científicas.

Por outro lado, se Jesus de fato era Deus ou algo parecido e ,como dizem os pregadores pelas ruas de que Ele está voltando, se de fato tudo se confirmar estaremos vivenciando uma das maiores revoluções na ciência e no conhecimento com desdobramentos  inclusive nas religiões que certamente podem desaparecer ou  adquirir outras formas.

Isto dito, pode-se especular que  tem muita religião cristã  que não deseja a  tal volta de Jesus e, pessoalmente, não acredito que alguém que pregava os valores mais elevados do ser humano e que  devido a isso foi perseguido, massacrado, colocado em uma cruz para morrer, queira voltar para essa insanidade.

Jesus  faz parte do grupo de grandes iluminados que sempre existiram na história, em todas as áreas do conhecimento, e que em função das necessidades e de possíveis incômodos ou facilidades  que possam causar ao  Poder, podem ser rotulados como gênio, louco, deus, extraterrestre, marqueteiro, brilhante, avatar, bruxa, bicha, ladrão, revolucionário, anarquista, libertário e outros mais. 

Caso não incomode o Poder , pode ser um Einstein, ou mesmo Jesus. 

Caso o Poder  se sinta incomodado,  pode ter o fim de Giordano Bruno e das bruxas. 

Caso o Poder   se sinta incomodado e não tenha o fim de Giordano Bruno e das bruxas , vai ser taxado como bicha , louco ,por exemplo, como foram Da Vinci e Salvador Dali. 

Caso ainda não tenha um veredicto, um rótulo,  viverá escondido ou na proteção de outros, como Snowden e Assange.

É tudo uma questão de conveniência, onde o que determina o destino são os valores e as expressões  mais medíocres das classes dominantes.

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