sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Imprensa é descoberta

O Globo e a descoberta da pólvora
POR FERNANDO BRITO · 18/11/2016



A troco de um trocadilho, a capa de O Globo, hoje, é uma confissão.

Cabral foi só foi descoberto da “cobertura” que sempre lhe deu a mídia.

Aliás, O Globo, especialmente.

E não por falta de capacidade de seus repórteres, como o brilhante Chico Otávio, autor da detalhada reportagem que veio à tona ontem, depois da prisão de Sérgio Cabral, não antes.

O Globo não viu, por acaso, a manchete da página 25 do falecido Jornal do Brasil, em dezembro de 1998, reportagem de Mauricio Dias e Renato Cordeiro, onde ninguém menos que seu correligionário Marcelo Alencar – os dois eram do PSDB – denunciando que a mansão de Cabral, então em construção, era produto de dinheiro escuso?

O governador Marcello Alencar enviará ao Ministério Público dossiê com provas que, segundo anunciou ontem, “caracterizam práticas delituosas” e sinalizam “provável enriquecimento sem causa” do presidente da Assembléia Legislativa do Rio, Sérgio Cabral Filho (PSDB). O governador tem tomadas aéreas da casa que Sérgio Cabral Filho possui no Condomínio Portobelo, um dos mais luxuosos de Mangaratiba.

A propriedade, com uma casa importada dos Estados Unidos de 800 metros quadrados, num terreno de 5.000 metros quadrados, tem valor aproximado de R$ 1 milhão. “Esses documentos podem desfazer uma imagem duplamente incorreta: a que Sérgio Cabral Filho faz de si próprio e também a imagem que ele tenta criar para os outros contra os quais atua”, atacou Marcello Alencar

Cabral ficou “coberto” durante muito tempo e a história a ser descoberta é porque, de repente, o descobriram.

Com o cuidado de, na véspera, “encanar” Anthony Garotinho e evitar que este “faturasse” a prisão de Cabral, agora que a vitória de Marcello Crivella no Rio o fortaleceu.

Ou alguém acha que os dois, lambuzados há quase 20 anos, foram alvos de prisão, com horas de intervalo, apenas por acaso?

Contem outra ou a outro, aqui não “cola”

Fonte:  TIJOLAÇO
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A mídia esquece antigas alianças e entra na caça aos políticos, mas não os do PSDB

18/11/2016 Luis Edmundo

Espiando o poder: análise diária da grande imprensa
Foto: Guito Moreto/Agência O Globo
Por Luis Edmundo Araujo, colunista do Cafezinho

A foto aí de cima estampa as capas do Globo e da Folha de São Paulo de hoje. O Estado de São Paulo vem com outra imagem do ex-governador do Rio de Janeiro Sergio Cabral Filho, entrando no complexo penitenciário de Bangu, ao lado de outro ex-governador, Anthony Garotinho, esperneando na imagem de Alexandre Cassiano, do Globo, que vai aqui embaixo. A mídia familiar esquece alianças duradouras e lembra de outras esporádicas para continuar a confundir a população. O Globo, por exemplo, que apoiou Cabral incondicionalmente durante seus dois mandatos, diz numa das onze páginas sobre o assunto que "aliados, agora, negam antiga proximidade". Não há menção na matéria, logicamente, ao apoio irrestrito que o próprio jornal deu ao ex-governador, fazendo vista grossa às estripulias que ontem causaram sua profissão, conhecidas há tempos. Cabral é do mesmo PMDB de Michel Temer, Eduardo Cunha, Moreira Franco et caterva. O filho dele, Marco Antonio, deixou seu cargo no governo estadual para votar pelo impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff, mas é ela, Dilma, que aparece no texto como aliada do ex-governador. E a manchete de ontem do Estadão, sobre suspeitas em obras da gestão de José Serra em São Paulo, já sumiu do noticiário, e na Folha a chamada de capa, ao lado da foto de Cabral preso, avisa que "TJ também absolve os acusados no caso da cratera do metrô".
Fonte: O CAFEZINHO
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As armações de Cabral são de conhecimento da população do Rio desde longas eras.
Globo, por outro lado, sempre protegeu, deu cobertura, agasalhou Cabral Junior.
Ainda em 1996, bem antes de Cabral chegar ao governo do estado, Globo apoiou o jovem político promissor, na época no PSDB, na campanha para a prefeitura da cidade do Rio de Janeiro, em uma disputa com Conde.
Conde venceu.
Quanto a Garotinho, eleito governador do estado em 1998, sempre foi duramente perseguido por Globo, o mesmo acontecendo com Rosinha Garotinho, eleita governadora do estado em 2002.
Na eleição de Rosinha, um colunista de O Globo talvez inconformado com a vitória de Rosinha, disse , na época, que a governadora tinha muito cabelo, em crítica a sua aparência.
Com esse circo de prisões em série, o que vem a tona de forma translúcida e inquestionável , é um processo que tem por objetivo acabar com o PT e , principalmente, conseguir chegar em Lula.
Não for
A cada dia a população vai descobrindo a verdade sobre o "combate a corrupção" em curso no país, assim como o papel da imprensa no processo. Tão logo noticiada a prisão de Garotinho, pequenos grupos ostentavam cartazes acusando a polícia de prender aquele que dá comida aos pobres. Isso não significa dizer que Garotinho não tenha feito travessuras que justificassem sua prisão, no entanto, o povo percebe, ainda que somente por flashes, o processo em curso.
Para colar as mentiras, se necessário for, a imprensa se utiliza de piscinas roubadas, pedalinhos, simples apartamentos que se transformam em mansões, roubo da faixa presidencial e até mesmo de inocentes úteis alcoólatras.
Cabe ainda lembrar que o Grupo Globo, através da Fundação Roberto Marinho, se beneficiou de vários projetos na área cultural durante a gestão, ainda em curso, da prefeitura do Rio, também do PMDB.
Resta saber sobre que projetos Globo teria se beneficiado durante os oito anos da gestão Cabral.
O mesmo Cabral, do mesmo PMDB, que Globo "desconhecia".

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