quarta-feira, 28 de maio de 2014

O terror está no ar

Uma flechada na inocência

Por Luciano Martins Costa em 28/05/2014 na edição 800
Comentário para o programa radiofônico do Observatório da Imprensa, 28/5/2014
O noticiário de quarta-feira (28/5) destaca o protesto de indígenas e famílias sem teto, em Brasília, e o confronto que se seguiu quando um grupo de manifestantes se aproximou perigosamente do estádio Mané Garrincha, onde se encontrava em exposição o troféu que estará em disputa durante a Copa do Mundo de Futebol. Como parte das curiosidades deste país complexo, os jornais informam que um policial foi atingido na perna por uma flecha, o que chega a compor uma imagem curiosa no cenário futurista da capital federal.
Pode-se colher uma enorme variedade de análises na imprensa, nas últimas semanas, sobre a onda de protestos que começou em junho do ano passado como parte de uma campanha pela melhoria do transporte público nas grandes cidades. Depois vieram as manifestações de grupos específicos, que foram surgindo e desaparecendo, até que se consolidou a onda do movimento contra a Copa do Mundo, que flutua a bordo de todas as outras reivindicações e queixas que juntam pelo menos cinquenta ativistas e paralisam as cidades.
A observação das palavras de ordem e das justificativas de manifestantes e supostos líderes dos que pensam impedir a realização do evento mostra que o movimento se baseia em um punhado de convicções questionáveis, como a afirmação de que a Copa atrasa o atendimento de demandas importantes da sociedade.
A primeira delas fala de investimentos públicos que poderiam ter melhor destino se fossem aplicados em educação e saúde, e no geral ignora-se que a Copa resulta de um contrato de entidades brasileiras públicas e privadas com a Fifa, uma corporação privada sem fins lucrativos, muito parecido com os acertos que são feitos, por exemplo, para trazer ao país um festival de rock.
Os jornais demoraram, mas finalmente, há uma semana, a Folha de S. Paulo publicou uma reportagem esclarecendo que todo o investimento público feito pelo governo federal, por estados e municípios, relativos ao evento, soma R$ 25,8 bilhões, o equivalente a 9,9% das despesas anuais com educação. No entanto, ao mesmo tempo em que relativiza esse argumento dos ativistas contra a Copa, o jornal contribui para aumentar a confusão ao misturar a esses custos outros investimentos em infraestrutura, como a construção da usina de Belo Monte.
Escola de ativismo
Pode-se afirmar que os argumentos apresentados pelos manifestantes que tentam impedir ou atrapalhar a realização da Copa do Mundo no Brasil são pífios, falsos ou resultado da manipulação de dados. Mas não se pode apostar que haja alguma inocência nesses protestos, que agora invadem outras reivindicações, como a dos índios sem terra e dos trabalhadores urbanos sem teto.
Há, por trás do movimento contra a Copa, uma disciplina e uma organização que não combinam com a infantilidade de suas palavras de ordem. A mesma Folha trazia no domingo (25/5), na “Ilustrada”, o relato de uma palestra realizada em São Paulo (ver aqui), na qual o artista americano Sean Dagohoy, integrante de um coletivo chamado Yes Men, ensinava a uma centena de ativistas algumas táticas a serem usadas nas manifestações contra a Copa do Mundo. O objetivo, segundo a reportagem, é aproveitar ao máximo o “circo midiático em torno do megaevento no país”.
Na tal “oficina de ativismo” foram discutidas ideias como alagar a Arena Corinthians no dia da abertura da Copa, interferir nos telões do estádio e outras ações de boicote e sabotagem. O histórico do coletivo Yes Men, dedicado a ativismo cultural (ver site aqui), inclui intervenções em site de empresas, divulgação de informações falsas pela internet e outras iniciativas geralmente dirigidas contra grandes corporações ou governos.
O seminário em São Paulo foi organizado pelo coletivo intitulado Escola de Ativismo, que, segundo a Folha, é financiada, entre outras entidades, pela ONG ambientalista Greenpeace.
Uma leitura dos comentários, chamadas e temas priorizados pelo grupo nas redes sociais induz a acreditar que se trata de ativistas dedicados a estimular o protagonismo de jovens ansiosos por mudanças. Seus alvos tanto podem ser uma multinacional que causou um desastre ambiental como um governo democrático e o próprio sistema político. A tática é quase sempre produzir eventos que chamem a atenção da mídia. A motivação real está sempre dissimulada em palavras de ordem genéricas.
Uma das líderes do grupo afirma que eles querem “contribuir para que pessoas sejam agentes de mudança”. Não explicou que mudanças tem em mente.
Fonte: OBSERVATÓRIO DA  IMPRENSA
___________________________________________________________

O “NÃO VAI  TER  COPA” FALA INGLÊS !


O que o Greenpeace da Bláblá tem com isso ?


Coletivo americano Yes Men


O Conversa Afiada reproduz sugestão do Stanley Burburinho (quem será ele ?):

COLETIVO AMERICANO DE ATIVISTAS FAZ PALESTRA EM SÃO PAULO SOBRE TÁTICAS



SILAS MARTÍ
DE SÃO PAULO

25/05/2014 02h03

Um grupo de cerca de cem ativistas, entre eles barbudos, mocinhas universitárias, skatistas e até rapazes com cara de advogado assistiam sem piscar à palestra do moço magrinho que tentava ensinar como mudar o mundo. Ou pelo menos chamar a atenção.

Sean Dagohoy, artista do coletivo americano Yes Men, acabava de mostrar como seu grupo fez para simular a página de uma gigante do petróleo e ridicularizar a empresa em anúncios falsos.

“Depois eu conto como fazer esses sites falsos”, dizia a uma plateia boquiaberta no espaço Matilha Cultural.

No centro cultural em São Paulo, Dagohoy deu uma “oficina de ativismo” há duas semanas, com a ideia de preparar manifestantes para agir durante a Copa, aproveitando o circo midiático em torno do megaevento no país.

Os membros do Yes Men, aliás, sabem muito bem como chamar a atenção e dominar as manchetes.

Há dez anos, num dos seus atos mais famosos, Andy Bichlbaum, um dos fundadores do grupo, deu entrevista à rede britânica BBC fingindo ser porta-voz da empresa Dow Chemical.

Ele prometia, em entrevista transmitida ao vivo, indenizar as famílias das mais de 3.000 vítimas de um vazamento de gás na Índia -ocorrido em 1984, o desastre é considerado o mais grave acidente industrial da história.

Em minutos, o valor de mercado do grupo americano caiu R$ 4,4 bilhões.

Da mesma forma, um dos Yes Men deu uma palestra em que se passava por um executivo da Organização Mundial do Comércio e sugeria retomar a escravidão na África.

Também fizeram circular uma edição falsa do jornal “The New York Times” anunciando o fim da guerra no Iraque, entre outros atos de ficção travestidos de realidade.

CRACK E CRAQUES

Durante as três horas do encontro, batizado de Yes Lab, Dagohoy pediu para que o público se dividisse em grupos e circulasse pelo espaço formando rodinhas para pensar em ações de protesto contra o Mundial de futebol.

Dessas conversas, que não podiam passar de dez minutos, surgiram ideias curiosas.

Um grupo sugeriu alagar o Itaquerão no dia de abertura da Copa. Outro queria sabotar telões do estádio para “mostrar imagens que desqualifiquem” o torneio, sem contar os que queriam vender papelotes de crack de mentira embrulhados com figurinhas dos craques do campeonato.

Em tom professoral, Dagohoy lembrava aos participantes que as consequências de atos como esses variam de país para país e que não podia se responsabilizar pela “eventual brutalidade daqueles que estão no poder”.

Em encontros assim, o grupo treinou ativistas que participaram do movimento Occupy Wall Street, em Nova York, e também estiveram em Istambul no calor dos protestos turcos do ano passado.

“Uma das lições que damos é que quando há uma escalada de violência, a melhor solução é responder com uma escalada de humor”, disse Dagohoy à Folha. 

Alguns dos exemplos foram pinçados do livro “Bela Baderna”, uma espécie de manual para ativistas, ou “caixa de ferramentas para a revolução”, como diz a obra.

O coletivo brasileiro Escola de Ativismo traduziu o livro, que tem alguns capítulos escritos pelos Yes Men, e organizou a palestra em SP.

Segundo Gabriela Juns, membro do grupo, o coletivo não financiou a vinda do artista, mas soube da viagem ao país e marcou o encontro -a “Escola” é financiada por entidades como o Greenpeace.
Dagohoy disse que vários coletivos bancaram a viagem a São Paulo, onde ficou hospedado num albergue.

Nina Liesenberg, uma das diretoras da Matilha, afirma que apenas cedeu o espaço. “Queremos contribuir para que pessoas sejam agentes de mudança”, conta ela.
Fonte: CONVERSA AFIADA
______________________________________________________________________________

Além dos grupos que orientam pessoas  sobre táticas de terrorismo a serem utilizadas durante a copa, esta última semana de maio teve mais detalhes sobre o clima de terror que alguns grupos, incluindo a velha mídia , desejam para o país.

As graves denúncias sobre os "ensinamentos" para alagar o estádio de abertura da copa e paralisar a cidade de São Paulo, não tiveram quase nenhuma visibilidade na velha mídia.

Entretanto, protestos contra a copa com menos de 100 pessoas em algumas cidades do país, tiveram grande repercussão nos meios de comunicação, principalmente nas emissoras de TV privadas.

Além disso, a semana foi marcada por uma avalanche de notícias sobre doenças e epidemias.

Terror 1 - a velha mídia noticiou com grande alarde a existência de uma nova doença transmitida pelo mosquito transmissor da dengue. Segundo a mídia, a doença já se manifestou na Guiana e pode ser um perigo real para o Brasil. O assunto, apresentado com os já conhecidos requintes de pânico, ficou dois dias no  noticiário e depois sumiu. Terror na região norte.

Terror  2 - a suposta epidemia de dengue que estaria assolando o estado de São Paulo foi apresentada como trágica , já que os quatro tipos dos vírus foram encontrados em pacientes.
O assunto também ficou por dois dias no noticiário e depois sumiu. Terror no sudeste, local de maior concentração de seleções estrangeiras.

Terror  3 . O ressurgimento da gripe suína - aquela que segundo um político eternamente candidato é transmitida através dos espirros dos porquinhos - foi noticiado pela velha mídia como um perigo para a Europa e, obviamente, um perigo em potencial para o Brasil com o advento da copa. Terror nacional.

Terror 4 - A morte, pontual, de uma pessoa por meningite  foi noticiada pela velha mídia com grande destaque e com os conhecidas expressões de pânico. Terror nacional.

Terror 5 - Também na velha mídia, proliferaram notícias sobre a "superbactéria"que estaria trucidando vidas nos hospitais do país. Neste acaso o absurdo da" informação" foi ainda maior , já que não existe a "superbactéria", mas sim, bactérias que em processos de mutação tornam-se resistentes a maioria dos medicamentos. O surgimento de bactérias resistentes é recorrente em locais propícios , como hospitais, por exemplo, sendo que não existe "A Superbactéria", mas sim processos de mutações de microrganismos. A notícia circulou por dois dias, em alto garu de  pânico e depois sumiu do noticiário. Terror Nacional.

Terror 6 - Com a chegada de frentes frias sendo  mais frequentes no país nesta época do ano, a velha mídia fez uma grande gritaria sobre o perigo das gripes , comuns no inverno. Neste caso, além do pânico costumeiro, o noticiário pelo menos informou e orientou os telespectador, de como e onde  se vacinar .Terror nacional.

Todos esses assuntos circularam com alto grau de pânico  e sensacionalismo na velha mídia durante esta semana.
Com a mesma velocidade como surgiram , desapareceram  do noticiário.

Para fechar a semana, Ronaldo veio a público pedindo para enfiar o cacete em manifestantes vândalos. 
Talvez torcendo e desejando que o cacete mate algum manifestante e com isso crie um clima de comoção e caos nacional que possa favorecer seu lado político.

Diante das notícias da semana, uma pergunta faz sentido:

Estaria em curso um processo de atentado terrorista com agentes biológicos e/ou contaminantes ?

Nenhum comentário:

Postar um comentário