quarta-feira, 28 de maio de 2014

Amanhã vai ser outro dia

Folha': Dilma diz ao PT que fará a regulação da mídia

Jornal do Brasil
De acordo com assessores do PT, a presidente Dilma Rousseff teria cedido ao partido e decidido encampar, caso seja reeleita, a proposta de regulação econômica da mídia. A informação é divulgada na edição desta quarta-feira (28) da Folha de S. Paulo.
De acordo com o jornal, durante seu mandato Dilma engavetou a proposta, elaborada pelo governo Lula. A proposta defendia a criação de um Conselho de Comunicação para regular o conteúdo de rádios e TVs, e foi recebida com críticas por representantes do setor, que argumentavam que a medida seria uma espécie de censura.
Agora, assessores de Dilma afirmam, de acordo com a Folha de S. Paulo, que ela vai apoiarum projeto que regulamente e trate dos artigos 220 e 221 da Constituição. Os artigos determinam que os meios de comunicação não podem ser objeto de monopólio ou oligopólio e que a produção e a programação de rádios e TVs devem atender os princípios de produção regional e independente. Trata ainda da definição de como deve ser a publicidade.
De acordo com a Folha de S. Paulo, em recente reunião no Palácio da Alvorada, Dilma teria deixado claro a petistas não ter a intenção de regular conteúdo, mas sinalizou que concordava em tratar da parte econômica: "Não há quem me faça aceitar discutir controle de conteúdo. Já a regulação econômica não só é possível discutir, como desejável", disse.
O jornal informa que na segunda-feira (26), a Executiva do PT decidiu incluir a regulação dos meios de comunicação no programa do partido para a campanha presidencial. "A democratização da sociedade brasileira exige que todas e todos possam exercer plenamente a mais ampla e irrestrita liberdade de expressão, o que passa pela regulação dos meios de comunicação - impedindo práticas monopolistas - sem que isso implique qualquer forma de censura, limitação ou controle de conteúdos", afirma.
De acordo com a Folha de S. Paulo, a inclusão do tema no programa petista foi acertada com Dilma, desde que ficasse bem claro que não haveria nenhuma proposta de controle de conteúdo. O jornal acrescenta ainda que historicamente, o PT e setores da esquerda miram o domínio da Rede Globo que, como líder de audiência, abocanha a maior fatia do mercado publicitário do setor.
A Folha de S. Paulo acrescenta ainda que a forma de tratar o assunto foi definida durante reunião da cúpula de campanha com a presidente há cerca de um mês, no Alvorada. Neste encontro, líderes petistas teriam comemorado a fala do ex-presidente Lula no encontro nacional do partido, quando ele defendeu a regulação da mídia num tom interpretado como senha para debater também um controle de conteúdo da imprensa.
De acordo com apuração da Folha, defensores do projeto de regulação da imprensa disseram na reunião: "Que bom que o Lula falou explicitamente que tem de regular a mídia." Ainda segundo o jornal, Dilma, sem criticar Lula, fez questão de definir até onde aceitava ir na discussão. Ela teria afirmado que muita gente "confunde regulação com controle de conteúdo, isso não posso aceitar", acrescentando que "temos de qualificar esse discurso" e que o "presidente Lula está discutindo regulação".
Folha conclui afirmando que na reunião, estava presente o comando da campanha pela reeielção, Dilma, Aloizio Mercadante (ministro da Casa Civil), o presidente do PT, Rui Falcão, e o ex-ministro Franklin Martins.
Fonte: JORNAL DO BRASIL
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Franklin Martins diz que “não houve” mensalão e que a Globo quer “comandar o país”

Enviado por  on 28/05/2014 – 2:11 am
entrevista foi publicada, em outubro do ano passado, numa revista de Porto Alegre, chamadaBastião, cujos editores eu tive o privilégio de conhecer em Brasília na semana passada. Mas eu só li há alguns dias e logo constatei duas coisas: 1) ela ainda é super atual; 2) não circulou quase nada pela blosgosfera. Então ela é quase inédita!
Franklin Martins faz observações atiladas sobre a democratização da mídia. Ele observa que o Brasil promove mudanças lentas, porque a construção de maiorias costuma se formar mais vagarosamente no Brasil. Somos grandes demais, diversos demais. O processo de formar maiorias é mais difícil aqui.
Mas quando estas se formam, duram muito. Permanecem consolidadas com mais firmeza do que em outros países, que conseguem construir maiorias com mais agilidade, como a Argentina, onde tudo é mais rápido por ser o debate político muito concentrado apenas em Buenos Aires.
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Franklin observa que uma das funções da internet é criticar a grande mídia, e que esta, se quiser sobreviver, terá que se adaptar a estas críticas, que são saudáveis e democráticas.
Entretanto, o trecho que me chamou a atenção foi sua observação sobre a ruptura editorial da Globo, a partir da cobertura do mensalão. Franklin, que era comentarista político no Jornal da Globo, faz uma acusação grave ao jornalismo da emissora: ela se recusava a investigar a coisa mais importante, a origem do dinheiro do valerioduto, porque aquilo poderia atrapalhar a sua “teoria”.
Mais tarde, a Procuradoria, e Joaquim Barbosa – juiz responsável, desde o início, por acompanhar as investigações do Ministério Público – ajudariam a Globo a explicar a origem do dinheiro do valerioduto, ao encampar a tese do desvio do Fundo de Incentivo Visanet, em detrimento de um relatório da Polícia Federal, que dizia o contrário.
A PF, através do relatório do Inquérito 2474, assinado pelo delegado Luiz Flavio Zampronha, mostrava que a maior parte dos recursos de Marcos Valério tinha vindo de empresas controladas por Daniel Dantas, e que as negociatas de Valério tinham começado bem antes da era Lula.
Quanto ao Visanet, o Laudo 2828, também da PF, provaria que os recursos não estavam sob responsabilidade de Henrique Pizzolato, o único petista na cúpula do Banco do Brasil, derrubando a teoria de que havia um “núcleo petista” instalado dentro do BB, sob ordens secretas de Dirceu, para desviar os recursos necessários ao esquema de compra de voto.
“A Globo resolveu acabar com o pluralismo”, observa Martins, porque decidiu voltar a algo que estava em seu DNA: “comandar o país”.
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Franklin Martins torce para que a Globo não consiga realizar o seu intento (de comandar o país) em 2014. Nós também torcemos, caro Franklin. Nós também.

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Fonte: O CAFEZINHO
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Por que regular a mídia é um passo essencial para o avanço do Brasil

Postado em 28 mai 2014
Poder e dinheiro muito além do razoável
Poder e dinheiro muito além do razoável
O argumento mais imbecil contra a regulamentação da mídia é a que a associa com “censura”.
Na grande definição de Eça, há aí uma mistura de má fé cínica com obtusidade córnea.
Todas as sociedades desenvolvidas regulam sua mídia. Estabelecem regras para diversas questões que são simplesmente ignoradas no vale tudo nacional.
Por exemplo: direito de resposta. Na Dinamarca, se você comete uma injustiça cabal, é obrigado a se retratar rapidamente e em espaço nobre.
Por exemplo: a Veja atribuiu a Gushiken um gasto exorbitante com dinheiro público numa refeição. Isto se provou calúnia, mentira, e não fato.
Gushiken, atacado na honra, jamais teve uma reparação na revista.
É certo isso? É bom isso? É certo e é bom apenas para as empresas de mídia, que recebem licença para matar moralmente seus inimigos.
Fiscal tem que ser fiscalizado. A mídia se coloca como fiscal, sem ter aliás recebido delegação popular para isso, mas se recusa a ser fiscalizada. É um paradoxo, e é um horror para a sociedade.
Nos Estados Unidos, para evitar o monopólio de opinião (e de negócio) e estimular a pluralidade, nenhum grupo pode ser dono de múltiplas mídias, como a Globo.
A Globo usa seus diversos braços, ou garras, de forma selvagem, para asfixiar a concorrência.
Um executivo da Unilever me contou que, nas negociações sobre publicidade, a Globo enfia o G1 goela abaixo do anunciante.
Para a livre concorrência, é um pesadelo. Para o monopólio da Globo – que hoje detém 60% da publicidade do Brasil com apenas 20% da audiência – é um sonho. Para a sociedade, uma tragédia.
Veja na prática: uma única voz que represente o conservadorismo e os interesses da Globo se multiplica por todas as mídias, e isso manieta a opinião pública.
Merval Pereira, digamos. Ele está no Globo, na Globonews, na CBN, no G1 etc etc. Ou Míriam Leitão. Ou Jabor.
Mais uma vez, é bom para a Globo, e para os colunistas que são sua voz. Estes, graças à superexposição, acabam tendo enormes facilidades para ganhar dinheiro em palestras nas quais vão repetir o que a Globo quer que eles digam.
Você vai encontrar feroz resistência à ideia da regulação nas grandes empresas de mídia – e em seus colunistas. Estes extraem vantagens consideráveis do status quo. Seus mensalões são duradouros e protegidos com imenso cuidado por quem abastece seus bolsos.
Há um conflito de interesses entre os colunistas da grande mídia e a regulação. Isso não pode ser esquecido pelo leitor.
Para os políticos conservadores, vale o mesmo. No ambiente de grande concentração que há, está garantida a eles uma formidável cobertura pelas empresas de mídia.
Com uma desconcentração, essa mamata tende a desaparecer. Não serão protegidos escândalos de partidos amigos.
Há anos, para ficar num caso, Robson Marinho, do PSDB, exerce o inacreditável cargo de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo sendo, comprovadamente, corrupto.
Isso só tem sido possível graças à leniência da grande mídia sobre corrupção em outros partidos que não sejam o PT.
O quadro atual favorece coisas como o acobertamento da sonegação bilionária da Globo, também.
A Folha, amiga e sócia da Globo, jamais cobriu um caso em que existem documentos apavorantes. Apenas para comparação: se a sonegação fosse da Carta Capital, Mino Carta já estaria na cadeia há muito tempo, sob pressão da Globo, Folha, Veja e Estadão.
Finalmente: é o estado atual de coisas que leva a uma família de mídia ter a maior fortuna do Brasil.
Você pode dizer o seguinte: por que o PT demorou tanto a colocar isso na pauta? Medo? Cálculo? Esperou a internet se consolidar como uma força alternativa para mitigar a previsível campanha anti-Brasil que virá?
Para mim, é uma mistura das duas coisas. Mas o que importa é que, ainda que com grande atraso, a regulação seja debatida.
Importante: as ruas terão que se manifestar, para que este avanço se realize.
Que manifestações como as de junho tornem impossível negar aos brasileiros um passo tão importante.
Fonte: DIÁRIO DO CENTRO DO MUNDO
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Amanhã vai ser outro dia.
Mais uma vitória da blogosfera, dos blogs sujos, que durante mais de dez anos, por vezes sozinhos, alertam para a necessidade de regulação da mídia no Brasil.
Tudo bem que é apenas uma declaração do PT e do governo Dilma, mas , ao que parece e diante do amadurecimento do tema em boa parte da opinião pública, esse é um caminho sem volta.
Depois da violenta campanha contra o governo e  contra o país que nos últimos dois meses a velha mídia colocou em cena, parece que o PT voltou a ser PT.
Reagiu e a partiu pra cima, como pediu Lula em um encontro com blogueiros.
Lembro que lá pelo ano de 2003, quando alertava para a necessidade de regulação da mídia, ouvia, de empregados amestrados de globo que esse era um assunto que não poderia ser debatido publicamente, como se os empregados de globo e a própria globo fossem detentores absolutos do monopólio da opinião, justo em um momento em que a internete emitia, aqui no Brasil, inequívocos sinais de consolidação de um espaço de produção de conteúdos múltiplos, tanto no campo do entretenimento como no campo no jornalismo, ainda que opinativo e de contraponto a velha mídia.
Ignorei olimpicamente as advertências dos amestrados e mantive  em evidência o assunto, mesmo que por vezes de forma isolada.
O ciberespaço cresceu e hoje, mesmo que ainda insistam em negar ou ignorar, tem um protagonismo importante nos debates de interesse nacional, a ponto, por muitas vezes, de pautar esse debate definindo até mesmo as agendas prioritárias.
Que junto com a reforma das mídias o PT também priorize outras reformas tão importantes para consolidação e avanço da democracia.

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