Nossas identidades não tem corpos, assim, diferente de vocês, não vamos acatar ordens por meio de coação física.
Acreditamos que pela ética, por interesses pessoais e altruísticos, nossa governança emergirá.
Sou Cavaleiro de meu Senhor El Rei, e uso da espada se preciso for. Hoje, porém, cumpro as Suas ordens com o perfume da Rosa. Hoje sou Cavaleiro da Rosa!”.
quarta-feira, 12 de março de 2014
É melhor trocar de açougue
Rio enfrenta caos no transporte público, dizem especialistas
Após o descarrilamento
de um trem da concessionária SuperVia, na manhã desta segunda-feira (10), que deixou sete
passageiros feridos, os transportes públicos da cidade voltaram a apresentar falhas
na manhã desta terça (11). Na estação Central do Brasil, a concessionária detectou
problemas em duas composições, o que causou reflexos em todo o ramal
Saracuruna, com atrasos de aproximadamente uma hora. Já nas barcas, na estação
Charitas, na região metropolitana do Rio, dois catamarãs foram retirados de circulação após sugarem lixo da Baía de Guanabara.
Em contrapartida, a Agetransp (agência reguladora) divulgou
diversas notas em seu site, informando que já foram abertos boletins de
ocorrência para apurar a causa de tais acidentes. A questão é saber se
a agência irá, de fato, levar esses processos adiante ou se eles serão deixados
de lado, como os outros 150 que desde 2009 não foram concluídos.
Procurada pelo Jornal do Brasil, a Agetransp afirmou que,
desde que o novo conselho diretor foi empossado, no dia 2 de janeiro de 2014, “medidas
vêm sendo adotadas para dar maior celeridade e eficiência aos procedimentos”.
Entre eles, “a criação de um grupo de trabalho (força-tarefa) para sanear todos
os processos pendentes de julgamento”, como diz a nota.
Contudo, vale ressaltar, que os cinco novos membros do conselho
diretório da agência foram indicados pelo governador Sérgio Cabral, como
confirma o texto. Entre eles está Cesar Mastrangelo, atual conselheiro presidente
do órgão e antigo vice-presidente de Relações Institucionais do Metrô Rio.
Outro nomeado foi Arthur Vieira Bastos, chefe de gabinete do secretário
estadual da Casa Civil, Régis Fichtner e
primeiro-tesoureiro do PMDB no Rio. Atribuições que indicam que ele teve
contato direto com as grandes construtoras e empresas
que financiaram campanhas eleitorais do governador, e que também fazem as
grandes obras no setor de transporte.
Analisando a situação, podemos dizer que
o presidente do conselho da Agetransp está “fiscalizando o seu antigo trabalho”,
enquanto o órgão, de uma forma geral, fiscaliza os transportes públicos de seus
companheiros políticos, visto que estão todos “juntos e
misturados” no setor de transportes e endossados pelo governador.
Descarrilamento na Estação Deodoro deixa sete feridosAinda de acordo com um levantamento da
Agetransp, desse total de processos, cerca de 60% referem-se ao transporte
ferroviário, 25% ao aquaviário e 15% ao metroviário. A ouvidoria da
Agetransp informou também que recebe, em média, 500 reclamações mensais. Cerca
de 40% são sobre trens, 30% sobre barcas e 20% sobre o metrô.
Para
Alexandre Rojas, engenheiro de Transportes
Urbanos e Mobilidade da Uerj, o ator que mais influiu na precariedade do
transporte
foi o estado. “Desde os anos 90, quando houve uma má privatização do
setor, o estado não investe no transporte, chegando a essa situação de
caos que
vivenciamos hoje”, disse. Sobre os trens estarem no topo das reclamações
dos
passageiros, o especialista explica que este não é um problema atual.
“O
problema nos trens está ai há
muitos anos, desde a privatização mal feita em vista da ganância do
estado que
quase levou a concessionária à falência. Com o apoio da Odebrecht, o
estado começou a ter uma nova postura de recuperação
da rede, que ficou 80 anos sem investimento pesado. Os trens são grandes
transportes da Baixada para o Centro da cidade, mas só vão conseguir
atender, minimamente, a sua demanda daqui a 6 ou 8 meses, quando
chegarem e forem instalados os
novos trens”, garantiu Rojas.
Sobre as constantes intervenções no trânsito do Rio, o
engenheiro de transportes afirmou que faltou planejamento do estado, pois cabia a
ele investir em transporte público, visto que os automóveis teriam uma
circulação limitada. “Os transportes no Rio de
Janeiro já estavam quase à beira do colapso antes das obras da Copa e das
Olimpíadas. Quando começaram a fazer as intervenções, o estado estava ciente da
encrenca que iria ocorrer e não tomou as providências necessárias. E quando
tomaram, já não havia muito a ser feito, pois o setor já estava à beira
do colapso. Não basta aumentar a frota de ônibus, até porque o engarrafamento
não permite tal feito, é necessário aumentar os trens, as barcas e os metrôs,
mas isso só deve ocorrer, de forma efetiva, daqui a 1, 2 ou 3 anos”, afirmou o
especialista.
A respeito do conselho diretor da agência
reguladora ser indicado pelo governador e atribuir “ações entre amigos”,
Alexandre Rojas se mostrou contrário a tais atitudes. “A Agetransp não cumpriu
o seu papel de agir de forma autônoma em defesa do povo. A expectativa era que
ela não fosse um órgão, nem de governo e nem de partido, mas um órgão do povo”,
exclamou.
Já para a professora da Escola
Politécnica da UFRJ e engenheira de Transportes, Eva Vider, afirma que o maior problema no
setor é a falta de integração entre os meios. “A maior deficiência, do ponto de vista da mobilidade urbana do Rio de
Janeiro, é a ausência de uma rede metropolitana integrada de transportes. Nós
temos algumas integrações ali e aqui, em alguns modos de transporte, mas
integrações essas que não são operacionais, uma vez que a quantidade de meios
de transportes não atende a demanda da cidade. O sistema tem que passar por uma
revisão desse conceito de rede”, disse.
Para Vider, outro
ponto ainda não mencionado em consequência das obras de intervenção na cidade,
é o aumento do tempo na passagem tarifária, ou seja, o aumento no prazo do bilhete
único para pagar uma única condução entre as baldeações. “O governo, por sua vez,
está muito preocupado em pedir que a população não saia de casa, devido ao caos
no trânsito, por conta das obras. Em vez disso, ele [governo] deveria se
preocupar em aumentar o tempo da passagem tarifária, pois têm pessoas que estão
demorando mais de uma hora entre uma baldeação e outra e perdendo o desconto de
uma passagem no bilhete único. O correto seria transferir automaticamente essa
uma hora a mais no trânsito direto para o bilhete único”, explicou a
especialista.
A engenheira de
transportes alerta que a cidade está enfrentando intervenções que deveriam ter
sido feitas há décadas atrás, e que por falta de investimento do governo, estão
sendo feitas todas ao mesmo tempo, por conta dos grandes eventos esportivos
sediados. “Não há cidade que consiga suportar as interrupções nas vias e a falta
de planejamento para fazer tais intervenções. Já que a cidade não está
suportando a circulação de automóveis, por conta das obras, era necessário
investir em transporte público, mas isso não ocorreu”, afirmou.
Fonte: JORNAL DO BRASIL
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A crise nas UPPs
[Programa conduzido por Sylvia Debossan Moretzsohn]
Olá, ouvintes, aqui é Sylvia Debossan Moretzsohn, do Observatório da Imprensa. A
crise das UPPs é o nosso tema de hoje. Crise das UPPs e também do jornalismo, a
julgar pela manchete do Globo desta quarta-feira, que anuncia um ataque a policiais
na Rocinha. Só esquece de dizer que essa agressão ocorreu no dia 25 de dezembro,
portanto há quase três meses. Essa informação só aparece no texto da página interna.
Que interesses estarão por trás de uma atitude dessas, que subverte completamente as
normas elementares do jornalismo e confunde deliberadamente o leitor?
O vídeo que mostra a agressão foi captado por uma câmera de segurança e exibido
no Jornal Nacional desta terça-feira. Foi apenas o mais recente capítulo de uma série
de reportagens sobre os problemas que as Unidades de Polícia Pacificadora vêm
enfrentando. Na semana passada, dois policiais foram mortos no Complexo do Alemão.
Em dois meses, já são três assassinatos semelhantes, na mesma região.
Diante disso, o secretário de segurança, José Mariano Beltrame, chegou a anunciar a
possibilidade de apelar às Forças Armadas e à Polícia Federal para uma nova ocupação
desse conjunto de favelas, onde tem ocorrido a maioria dos conflitos.
Mas nem assim a imprensa aceita falar em crise. Pelo contrário, O Globo abriu espaço
para artigos que defendem a necessidade de apoio ao projeto e alertam para o perigo de
desvalorização da polícia, especialmente num ano eleitoral. Como se a “pacificação”
não fosse um trunfo a ser utilizado pelos candidatos favoráveis ao atual governo.
Em seu editorial desta terça-feira, inclusive, O Globo estimula a polícia a uma resposta
dura, “até desproporcional”, aos ataques sofridos pelos agentes de segurança.
Resposta desproporcional é normalmente o que o Estado costuma dar. Aliás, não foi
diferente no episódio que vitimou a soldado Alda Rafael Castilho, em 2 de fevereiro,
também na região do Alemão: foram seis mortos em contrapartida, todos de jovens,
alguns sem passagem pela polícia. No dia seguinte, o jornal ouviu um legista que
levantou a hipótese de que alguns dos mortos tenham sido executados.
Mas desproporção pouca é bobagem: em 2007, nos tempos anteriores à UPP, o
assassinato de dois soldados foi o pretexto para o cerco ao Complexo do Alemão. A
operação durou três meses e resultou em 44 mortos, 19 num só dia.
A questão de fundo é a legalização das drogas
Todo mundo se lembra das reportagens que trombeteavam a “retomada do território”
nos morros do Alemão e da Rocinha, onde ocorriam os principais conflitos entre
facções de traficantes, e entre traficantes e policiais.
Conflitos nunca deixaram de ocorrer, mas eram minimizados pela imprensa, que
procurava vender uma imagem positiva das UPPs. Os veículos das Organizações Globo,
em geral, atuaram e continuam atuando como porta-vozes desse projeto.
Mas a situação foi piorando desde o ano passado. Em maio, um tiroteio retardou
a corrida batizada de “Desafio da Paz”, no Alemão. Em junho, a sede do grupo
Afroreggae foi incendiada. No Pavão-Pavãozinho, em Ipanema, e na Rocinha, tiroteios
voltaram a ser frequentes. Mas em todas essas ocasiões o noticiário sustenta a versão
da fonte oficial: se isso está acontecendo, é sinal de desespero dos traficantes diante
do sucesso das UPPs. Ou seja, quanto mais mortes ocorrerem, mais correta estará essa
política.
Mas como é possível dizer que existe resistência dos traficantes, se eles supostamente
fugiram com a chegada das UPPs?
Nesse meio tempo, desapareceu o pedreiro Amarildo, mas esse caso vem sendo tratado
como um desvio de rota. Na época, o secretário Beltrame disse que esse episódio não
arranhava a imagem das UPPs.
É claro: nada arranha a imagem das UPPs, tão bem cuidadas por essa agência de
propaganda mal disfarçada de jornalismo, e que deu o ar de sua graça novamente agora,
quando o Globo “atualiza”, entre aspas, um fato ocorrido no Natal do ano passado. Qual
o objetivo? Seria ajudar a criar um clima favorável ao endurecimento da repressão na
favela?
Desde 2012, foram dez policiais mortos em áreas supostamente pacificadas. Na raiz
dessa espiral de violência está a ilegalidade do comércio de drogas. Semana passada,
no Globo, a socióloga Julita Lemgruber citou a legalização como saída para o impasse.
Mas, infelizmente, a declaração ficou no pé da reportagem.
Patrão, o trem atrasou mais uma vez. Quebrou , tive que descer e ainda fiquei atolado em uma montanha de lixo. Consegui me livrar do lixo e resolvi pegar um ônibus. Demorou meia hora prá um ônibus chegar, e estava lotado. Mesmo assim consegui entrar e ainda tive que ouvir reclamações de outros passageiros sobre o fedor de lixo que tomou conta de minha roupa. Ainda teve um enorme engarrafamento, por conta de obra em tudo que é lugar da cidade. Fiquei sabendo que até mesmo as barcas tiveram atraso e problemas , por conta do lixo nas águas da baía.
O sistema de transportes do Rio de Janeiro é um sofrimento para o usuário, enquanto a mobilidade urbana é um caos para todos. Os problemas com trens , ônibus, metrô e barcas se repetem e o governador resolveu agilizar a agência reguladora colocando amigos para avaliar e resolver os problemas. O Rio de Janeiro não pode mais ficar nas mâos do PMDB, seja no governo estadual e na capital. Os governantes pedem paciência à população e apelam ao espírito solidário do carioca , com transporte solidário ( carona) e mesmo caminhadas para deslocamentos. O carioca atendeu ao pedido , foi para às ruas em passeatas contra os governos municipal e estadual e ainda apoiou de carona a greve dos garis. A greve dos garis abriu um precedente para que outras categorias pressionem os fracos governos do estado e da capital. O cenário de caos vai se desenhando com mais nitidez. O PMDB do Rio , interessado em melar a candidatura forte do PT ao governo do estado, afunda cada vez mais em sua incompetência. Na carona proposta pelo prefeito, a imprensa carioca , principalmente globo, se posicionou ao lado dos governantes locais e já partiu para os ataques com maniulações grosseiras sobre o PT. O jornal nacional de ontem, insinuou que o PT está ligado ao tráfico de drogas, apresentando um traficante pé de chinelo como ligado ao PT. Quanto ao caos na cidade olímpica, nada a declarar no jornalismo "conceituadísssiomo, higiênico e isento" de globo. Quanto ao tráfico de drogas, já que o de pessoas em trânsito está uma droga, vale lembrar que mesmo nas comunidades "pacificadas" ele se faz presente, com conflitos e mortes. É sabido que as UPP's não tinham como finalidade acabar com o tráfico e comércio de drogas, mas sim com o conflito constante nas comunidades pela disputa por pontos de distribuição e vendas, criando um clima de relativa civilidade para os grandes eventos que ocorrerão no cidade. Ao que parece a relativa civilidade não está funcionado como desejado, já que o secretário de segurança pública do estado levantou a hipótese de usar as tropas do exército em uma das comunidades "pacificadas". O último descarrilamento de trem, na segunda-feira passada, foi na estação de Deodoro. É a falência da polícia do Rio de Janeiro.
Patrão, essa carne num tá com uma cara boa, não. Não vai dar prá fazer churrasco. É melhor trocar de açougue.
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