segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

O menino boliviano assassinado que pode morrer novamente

MORTE NA BOLÍVIA: UMA SUCESSÃO DE ERROS


qui, 21/02/13

por jecbjferraz |
Definitivamente, a morte do jovem torcedor do San Jose, na partida de ontem, pela Libertadores, entre a equipe boliviana e o Corinthians, não pode ser tratada, como insistem alguns, como mera fatalidade.
Trata-se, na verdade, de uma sucessão infindável de erros:
O Primeiro, de um “torcedor”( se é que tal rótulo se aplica ao caso), seja de que torcida for, que resolve levar ao estádio, ao invés de faixas e bandeiras, um sinalizador marítimo com tamanha capacidade explosiva;
O Segundo, da polícia local, que demonstrou não ser capaz de ofertar um nível mínimo de segurança, ao não identificar e apreender tal artefato durante a revista de ingresso no estádio. Como se atestou posteriormente, a fragilidade fiscalizatória foi de tal monta que, a despeito de se tratar de um material proibido, não foi este o único sinalizador que gozou de livre acesso ao interior do estádio;
O Terceiro erro deve ser imposto à Confederação Sulamericana que, historicamente, sempre se mostrou tolerante com atos de violência, tanto dentro, quanto fora de campo. Basta analisarmos o rigor que permeia os julgamentos dos atos de violência, perante a Justiça Desportiva brasileira, para que fique inequívoca a inércia do Tribunal Disciplinar da Conmebol, no que se refere ao combate à violência.
È óbvio, que o sentimento geral de impunidade muito contribui para elevação e repetição dos eventos de violência.
Por fim, o quarto erro é cometido por parte daqueles que, ocorrido o fato, defendem que o evento não passou de uma “triste fatalidade”.
Ora, fatalidade??
A morte de um torcedor, em conduta pacífica, dentro de um estádio de futebol, por ter sido alvejado por um sinalizador marítimo jamais pode ser rotulada como fatalidade, impondo-se a identificação e exemplar punição do responsável pelo evento.
Particularmente, a despeito do Art. 18 do Código Disciplinar da Conmebol até prever a possibilidade de exclusão da competição, do clube ao qual pertença o agressor , não sou favorável à aplicação de tal penalidade neste caso, se ficar efetivamente comprovado que o lançamento partiu da torcida corinthiana, isto porque:
- por ser a equipe brasileira visitante, não possuiu esta qualquer ingerência nas condições de segurança do estádio, não podendo ser responsabilizada pela evidente fragilidade na revista pessoal dos torcedores.
- tratou-se de um ato promovido de forma isolada por um ou alguns torcedores, não se mostrando portanto adequada, na minha opinião, a punição ao clube e, por conseguinte, a milhões de outros torcedores que, com absoluta certeza, repudiam integralmente o ato violento em questão.
Que o responsável seja identificado e severamente punido!

 Sinalizador a vista

O artigo acima vem do portal globo.com, da editoria de esportes.

A tv globo já entrou em campo, com todo o seu time ( o autor do texto é advogado) para defender seus interesses.

Como assim seus interesses, deve estar se perguntando o caro leitor.

Corinthians e Flamengo são garantias de audiência para a tv globo, sendo que o Corinthians com a conquista do mundial é garantia de grande audiência nesta edição da Copa Libertadores da América.

E garantia de grande audiência é faturamento bom; do bom diria chico tresoitão, grande filósofo da periferia.

No rastro do sinalizador a tv já começa a mexer suas peças e ontem no fantástico ( que em breve terá um formato de reality show. Será que o reality diretor gordinho está a frente do fantástico ? )  o suposto culpado por disparar o sinalizador se apresentou em público, declarando-se culpado.

Huuuuuumm.

E mais,o culpado é um menor de idade  e sendo assim não poderá ser extraditado para Bolívia.

Por aqui, caso ele confirme seu crime, cumprirá pena reeducativa sob proteção da mãe e  em pouco tempo estará novamente nos estádios de futebol, na sua torcida organizada e quem sabe, disparando sinalizadores.

A estratégia do Corinthians, que a tv globo e parte da imprensa abraçaram, e de apresentar uma série de irregularidades na CONMEBOL ( quem organiza o evento) tentando assim minimizar ou mesmo eliminar a punição da justiça Desportiva para o clube envolvido, no caso o Corinthians.

O caro leitor já percebeu que existe o caso policial ( assassinato de um menor no estádio) e o caso esportivo ( torcida do clube que promoveu a desordem culminando com o assassinato).

No caso policial, a história do menor de idade que se declarou culpado, alivia a vida dos doze torcedores presos na Bolívia, não prende ninguém em lugar nenhum e tudo volta como antes.

No caso esportivo se a estratégia do Corinthians e da tv globo colarem, ninguém é punido e tudo volta como antes.

E aí o caro leitor deve estar se perguntando se tudo isso é brincadeira.

De fato, parece , mas não é.

Antes fosse brincadeira, quem sabe que em sendo brincadeira o assassino fosse punido e o Corinthians sofresse uma punição exemplar.
.
Os patrocinadores da globo e da fox não se preocupam com mortes e  com regras do desporto, e é provável que disparem mais um sinalizador no menino morto.

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