segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

A censura existe diante do seu nariz

Jaguar: 'Charlie Hebdo' e  o 'Pasquim'

Depois do que houve com o ‘Charlie Hebdo’ ,eu pretendo pegar mais pesado nas charges

O DIA
Rio - Fiquei sabendo por um telefonema do Chico Caruso: “E o ‘Charlie Hebdo’, hem?” Fiquei esperando o resto da piada. “Mataram o Wollinski, o Cabu e mais dez.” Quando caiu a ficha e me convenci de que era verdade, o impacto foi literalmente tão arrasa-quarteirão quanto o da explosão das Torres Gêmeas. Como disse o Ique no ‘Jornal da Globo’. Mas discordo quando acrescentou que “evidentemente” daqui pra frente os cartunistas irão se atemorizar e diminuir suas críticas ao Irã, sem trocadilho.
Os colegas de cartum, não sei, mas eu pretendo pegar mais pesado do que costumo. Para quem não viu a minha charge de quinta-feira passada, desenhei um suposto Alá com turbante e uma barba negra contrastando com a barba branca de um Deus ariano. Pela Lei do Corão, qualquer imagem do Profeta é um crime que deve ser punido com a morte. E agora? Os malucos extremistas que fuzilaram Wollinski e seus companheiros vão explodir também meus miolos? Façam suas apostas. Mas, voltando ao ‘Charlie Hebdo’, era mais interessante quando tinha colaboração do Siné (radical, achava que o jornal devia ser mais engajado politicamente; no auge das discussões xingava o pessoal de reacionário, um exagero, é claro).
Por causa disso de vez em quando brigava com Wollinski e sumia. Isso salvou sua vida: quando houve o atentado, estava longe do local do crime (em 2008, saiu definitivamente do quadro de colaboradores). Meu palpite é que agora vai voltar. A crônica está quase no fim e ainda não falei que tivemos um ‘Charlie Hebdo’ no Brasil, o ‘Pasquim’ . Os dois nasceram na mesma época (1969-70), eram semanários, no formato tabloide, feitos basicamente por cartunistas: Wollinski, Siné, Willen, Cabu, Reiser e outros no ‘Charlô’. Millôr, Ziraldo, Fortuna, Henfil, Claudius, Caulos, Redi e outros no ‘Pasca’. Em ambos, a tiragem era de cem mil, e a única fonte de renda vinha da venda em bancas ou assinatura (ou seja, estávamos sempre no vermelho).
Para os patrocinadores, éramos um bando de comunas. A diferença era que, na França, De Gaulle tinha sido eleito, e aqui estávamos no auge da ditadura, em pleno AI-5. Houve também um atentado a bomba (que não explodiu, deu chabu, um atentado subdesenvolvido). A mídia (acho que ainda não tinham inventado o nome) praticamente ignorou o fato. O importante é que, entre mortos e feridos, salvaram-se todos. Ainda bem que isso aqui é Terceiro Mundo.

Fonte: O DIA
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É a liberdade de expressão que foi atacada, não é ?

Liberdade de um jornalista expressar suas idéias, sobre os mais variados temas.

Liberdade que está inserida nos valores republicanos e que vale não apenas para um jornalista, mas para todos, como a liberdade de expressão artística, de uma obra de arte, por exemplo.

Agora mesmo um filme , A Entrevista, é objeto de polêmica e sua exibição tem sido alvo de ataques a produtora.

Os ataques, pelas informações que surgem na velha mídia, teriam sido proferidos por hackers da Coréia do Norte, inconformados com o conteúdo do filme que consideram ofensivo ao país da península coreana.

A resposta dos EUA, foi atacar através de hackers profissionais sistemas informatizados da Coréia do Norte.

Tudo isso aconteceu dias antes do ato terrorista na redação do jornal francês Charlie Hebdo.

Mexer de um lado e receber a resposta de outro , parece ser a regra no mundo civilizado e próspero que vivemos.

Se for assim, e parece que de fato as coisas funcionam desse jeito, é provável  que tenhamos um festival de ataques contra  países e organizações consideradas hostis pelo mundo ocidental, civilizado , próspero, de primeiro mundo.

De uma forma ou de outra, tudo passou, ou passa, pela liberdade expressão artística já que cinema e charges - que pode estar incluída no conceito de quadrinhos - são consideradas a 7ª e 14ª artes, respectivamente, mesmo considerando que as charges de Charlie fazem parte de um jornal.

E de fato foi assim que nesses dias pós atentado, proliferam charges de apoio ao Charlie em que o lápis é a imagem que mais se repete, ferramenta de um desenhista, chargista, artista.

Jornalista usa teclado.

A arte foi atacada, ou melhor a liberdade de expressão de um artista foi violentada, seja no Charlie, seja no filme A Entrevista.

Jaguar, em seu texto, diz que a partir de agora vai pegar ainda mais pesado no humor por conta do atentado na Charlie.

Penso que não é necessário, já que o humor pesado e idiota é  que mais existe na mídia brasileira - vide Gentile e outros - e domina a cena nacional.

O que Jaguar precisa , e acredito que tenha totais condições de fazê-lo, é pegar com inteligência e , se possível, dar uma olhadinha bem próximo do próprio nariz.

No Brasil, mais especificamente no Rio de janeiro, nossa maior manifestação popular, o carnaval,vem sofrendo com a censura que impede a liberdade de expressão artística, já por algumas décadas.

Quem não se lembra do Cristo de Joãozinho Trinta, em um desfile no final da  década de 1980, em que foi proibido pela igreja Católica ?

Já nesta década, o carnavalesco Paulo Barros , então na Unidos da Tijuca, teve que refazer um carro alegórico do desfile da escola, pois a arte que produziu retratando o holocausto dos judeus na segunda guerra mundial, foi proibida pela comunidade judaica do Rio de janeiro.

Nos dois casos não vi ninguém da imprensa , da velha mídia, gritando ou pegando pesado contra a censura e a liberdade expressão artística.

Será que é por causa do carnaval, uma manifestação cultural do povo ?

Ainda nesta década, meu caro Jaguar, seu coleguinha de blogs e colunas do jornal O DIA, o artista Milton Cunha,  causou uma tremenda polêmica quando em um ensaio técnico na passarela do Samba Darcy Ribeiro, apareceu fantasiado de uma divindade do candomblé.

Cunha alegou que se inspirou em uma tela de Caribé, mas não foi suficiente para que os candomblecistas presentes na passarela  não torcessem o nariz para a fantasia.

Já os católicos presentes, quando viram a fantasia  de Cunha fizeram o sinal da cruz umas cem vezes e rezaram uma ave maria, achando que aquilo era o diabo.

Os evangélicos não se manifestaram, já que não estavam na passarela, pois em muitas correntes evangélicas é´proibido participar das festas carnavalescas, coisa do diabo.

Independente da polêmica, que não foi destacada na velha mídia, os candomblecistas não impetraram nenhuma ação proibindo a  arte de Cunha, no entanto não faltaram críticas nas redes sociais.

Ainda sobre a liberdade expressão artística, recentemente, nesta década, um flime americano que tinha como tema o fim do mundo, apresentou uma imagem de uma onda gigantesca destruindo a imagem do Cristo Redentor, aqui no Rio de Janeiro.

A igreja não conseguiu proibir a execução da cena com a imagem da estátua, mas exigiu o pagamento de royalties.

Se não deu para proibir, pelo mesmo deu para arrumar um qualquer.

De uma maneira dissimulada e em silêncio, as escolas de samba vem sofrendo com a censura, com a violência na liberdade expressão.

E isso parece que vem aumentando e até intimidando os diretores das agremiações.

Na década passada, ou na década de 1990, Joãozinho Trinta, que era carnavalesco da escola Grande Rio, foi demitido do cargo pelo presidente da agremiação  sob a alegação que seus enredos suscitavam polêmicas com temas como religião e política e que , segundo o presidente da agremiação, isso poderia prejudicar a escola no desfile.

A censura funcionando e intimidando.

O fato é que estamos assistindo a era dos enredos caretas, onde assuntos polêmicos são tratados como politicamente incorretos e evitados pelas agremiações.

E ainda existe a interferência da TV globo, detentora dos direitos de transmissão, que "sugere' enredos para as escolas.

A caretice é tanta, que no ano passado até um  ex-diretor executivo  da Tv globo  se tornou enredo, fato que ao que  parece  despertou muitos sambistas para a realidade, tamanhas foram as críticas.

Por que uma grande escola não coloca o Pasquim como enredo de um desfile ?

Dizer que vai pegar mais pesado por conta do atentado terrorista em Paris e ignorar a censura à cultura popular diante do próprio nariz, é coisa  de colonizado de  terceiro mundo, ou comportamento jornalístico bovino, ou ambos.

A Unanimidade cínica

Leblon: dois pesos e mil chibatadas

Cuidado com as unanimidades: aqui e em Paris 













Conversa Afiada reproduz ​artigo de Saul Leblon na Carta Maior:

SOMOS TODOS O QUÊ ?​


A nostalgia da guilhotina é só o primeiro degrau. O endurecimento contra imigrantes, na verdade, já avançava em marcha batida antes do massacre em Paris.

O emblema totalizante, ‘somos todos Charlie’ teve curta unanimidade no ambiente trincado de uma Europa onde, de fato, não há lugar para todos serem a mesma coisa em parte alguma.

Os números da exclusão em marcha no continente são suficientes para esfarelar essas ‘uniões’ nascidas da emoção da tragédia,  como é o caso, mas que historicamente se mostram insuficientes para regenerar as partes de um  todo que já não se encaixava mais.

Como recompor o cristal da liberdade, da igualdade e da fraternidade, diante de uma Europa unificada pela lógica do  mal estar social?

Com políticas pública que hoje  irradiam chantagem, regressão , niilismo, intolerância  e medo diante do futuro rarefeito?

Somos todos o quê?

É justo perguntar quando o Estado a serviço dos mercados  mastigou  todas as pontes para a construção de uma cidadania convergente e soberana.

A polêmica linha de humor do ‘Charlie Hebdo’  deve seu sucesso, em grande parte, justamente   à acentuação dessa rachadura em uma  chave religiosa.

Deve-se respeitar a sua liberdade. Mas a forma como escolheu exerce-la fez do jornal parte do estilhaçamento  que procurava  criticar;  tornou-se assim mais um referido do que  referência.

A Europa tem hoje 8 milhões de imigrantes sem papeis; 120 milhões de pobres e 27 milhões de desempregados.

Após seis anos de arrocho neoliberal, o desemprego e o esfarelamento do padrão de vida dos trabalhadores e da classe média –condensado em uma geração de jovens que dificilmente repetirá  a faixa de renda dos pais, turbinou a rejeição ao estrangeiro, criou o medo da  ‘islamização da sociedade’, alimentou a extrema direita e liberou  a demência terrorista.

Não necessariamente nessa ordem, mas com essa octanagem abrangente.

A imponente marcha em Paris neste domingo não escapou do liquidificador de nitroglicerina.

Seria irônico , não fosse trágico.

Na  comissão de frente da principal coluna da manifestação, que reuniu um milhão de pessoas,  ao lado do presidente François Hollande , e de Merkel, lá estava Benjamin Netanyahu.

Sim,  o premiê de Israel.

Ele que  acaba de se aliar à extrema direita para transformar o Estado israelense em um estado religioso.

Responsável por alguns dos mais impiedosos massacres do século XXI, contra populações civis encurraladas por Israel  na  Faixa de  Gaza, a presença de Netanyahu a engrossar o  ‘somos todos Charlie’ convida a pensar sobre o alcance das unanimidades.

É  um silogismo barato afirmar  que a recusa  ao bordão dominante endossa o abismo ensandecido  do terrorismo.

Num texto de 1911, ‘Porque os marxistas se opõem ao terrorismo individual’,  e quando ainda nem desconfiava que ele próprio seria uma vítima futura, León Trostsky  criticou exemplarmente aquilo que, nas suas palavras, ‘mesmo que obtenha “êxito” (e) crie confusão na classe dominante (…)  terá vida curta; o estado capitalista não é eliminado; o mecanismo permanece intacto e em funcionamento. Todavia, a desordem que  um atentado terrorista produz  nas fileiras da classe operária é muito mais profunda. Se para alcançar os objetivos basta armar-se com uma pistola, para que serve esforçar-se na luta de classes? Se um pouco de pólvora e um pedaço de chumbo bastam para perfurar a cabeça de um inimigo, que necessidade há de organizar a classe? Se tem sentido aterrorizar os altos funcionários com o ruído das explosões, que necessidade há de um partido?’, criticava o líder da Revolução de Outubro, banido e assassinado por Stálin, para concluir em seguida: ‘Para nós o terror individual é inadmissível precisamente porque apequena o papel das massas em sua própria consciência e (desvia)  seus olhos e esperanças para o grande vingador e libertador, que algum dia virá cumprir sua missão’.

Cento e quatro anos depois, o alerta ganha atualidade diante das medidas cogitadas após o massacre em Paris.

Os indefectíveis Le Pen, pai e filha, pedem, nada menos que a restauração da pena de morte, abolida em 1981.

A nostalgia da guilhotina é  só o primeiro degrau do patíbulo.

O endurecimento contra os imigrantes, na verdade,  já avançava em marcha batida antes do massacre da quarta-feira (07/01) .

Agora, porém, que  ‘somos todos Charlie’, quem irá detê-lo –se até Netanyahu  aderiu?

Ofuscados habilmente pelo ‘consenso’, os antecedentes da tormenta esticam o elástico de uma gigantesca armadilha histórica.

Desemprego com deflação e captura do Estado e da política pela alta finança.

É disso que se trata a tragédia europeia, vista de corpo inteiro.

A zona do euro enfrenta deflação recessiva; a Itália tem desemprego recorde; Alemanha e França assistem a uma espiral de xenófobia; Grécia tem 59% da juventude fora do mercado; Portugal tem 500 mil desempregados e Espanha devastou sua rede de proteção social.

Assim por diante.

Foi preciso que um economista moderado, Thomas Piketty, coligisse uma enciclopédia estatística  do avanço rentista sobre a riqueza da sociedade para que o tema da desigualdade merecesse algum espaço –fugaz—  no debate econômico e midiático sobre a crise europeia.

E mesmo assim colateral às decisões da troika, que estala o relho no lombo da cidadania e exige ordem unida ao abismo.

É sobre essa base de rigidez que a  alavanca da tragédia move o curso da história.
Não Maomé, não Charlie Hebdo, não a juventude niilista.

Não os  filhos de imigrantes pobres , que se convertem  cada vez mais ao islamismo como ponto de fuga à meia cidadania da desordem neoliberal  que nada tem a lhes propor hoje.

E  não o fará amanhã também.

Entregue aos ajustes fiscais, na ressaca dos mercados após o fastígio neoliberal, a Europa é hoje um museu de lembranças do acolhimento humanitário e político, que a transformaria em legenda da civilização e da fraternidade.

Na Itália, sob o afável Berlusconi, o Estado elevou para seis meses o tempo que imigrantes ilegais podem ser detidos em ‘ centros especiais’ e autorizou a criação de falanges civis para “ajudar a polícia a combater o crime nas ruas”.

Na Grécia, onde as taxas de desemprego triplicaram sob o chicote de Frau Merkel, os integrantes do partido Aurora Dourada sequer dissimulam a inspiração nazista: sua faxina étnica avança contra árabes, africanos, ambulantes, ciganos e homossexuais.

‘Somos todos Charlie’?

As notícias contraditórias que chegam dos EUA, surfando em uma recuperação feita de empregos com salários aviltados, e da Europa sem Estado à altura para reagir, evidenciam a profundidade de uma desordem  que não cederá tão cedo, nem tão facilmente.

A consciência dessa longa travessia é um dado fundamental para renovar a ação política em nosso tempo.

Recuos e derrotas acumulados pela esquerda mundial desde os anos 70, sobretudo a colonização de seu arcabouço pelos interditos neoliberais, alargaram os vertedouros ao espraiamento de uma dominância financeira que  agora produz  manifestações mórbidas em todas as esferas da vida.

Quando a economia se avoca  um templo sagrado, dotado de leis próprias, revestido de esférica coerência endógena, avessa ao ruído das ruas, das urnas e das aspirações por cidadania plena, o que sobra à democracia?

A pauta dos mercados autorregulados revelou-se uma fraude.

Gigantesca.

Era o  fim da história, replicava o colunismo áulico.

Não era, mostrou setembro de 2008.

Pior que isso.

O sete de janeiro francês avisa que se a sociedade continuar apartada do seu destino, os próximos capítulos serão dramáticos.

No Brasil, os que incitavam o governo a jogar o país ao mar em 2008, retrucam que o custo de não tê-lo afogado na hora certa acarretou custos  insustentáveis.

E eles terão que ser pagos agora.

Na forma de um afogamento incondicional.

Recomenda-se vivamente beber a cota do dilúvio desdenhada em 2008 em uma talagada única.

Não há alternativa, diria Margareth Tatcher.

As escolhas intrínsecas a uma repactuação do desenvolvimento brasileiro, de fato, não são singelas.

Nada que se harmonize do dia para a noite.

Por isso, o crucial é erguer linhas de passagem, repactuar  metas,  ganhos, perdas, salvaguardas e prazos.

Mas há um requisito para isso: tirar a economia do altar sagrado da ortodoxia e expô-la ao debate democrático do qual participem todas as forças sociais.

Quando a mídia conservadora tenta tropicalizar  o bordão ‘somos todos Charlie’, seu objetivo mal disfarçado vai no sentido oposto.

Tenta-se  reduzir uma  tragédia ciclópica a um atentado à liberdade de expressão.

E de forma rudimentar desdobrar a comoção aqui em um veto ao projeto de regulação da mídia brasileira.

Para quê? Justamente para interditar o debate sobre o passo seguinte do desenvolvimento do país.

O apego da emissão conservadora à liberdade de expressão, como se sabe, é relativo.

No dia seguinte ao massacre em Paris, a Folha de São Paulo, por exemplo, dedicou 256 palavras,  uma nota de rodapé,  para tratar do caso do blogueiro saudita, Raif Baddawi.

Baddawi dirigia o fórum on-line ‘Liberais Sauditas Livres’;  foi condenado por isso a dez anos de prisão e  multa de US$ 260 mil.

Seu caso é uma referência do padrão de justiça que impera na democrática sociedade saudita, principal aliada dos EUA no mundo árabe, onde mulheres não podem dirigir sequer automóveis  e inexiste judiciário independente da vontade dos mandatários.

Além de dez anos de prisão, Baddawi também será punido com mil chibatadas por “insultar o Islã” – 50 por semana, durante 20 semanas.

A primeira cota foi aplicada na última 6ª feira.

Uma nota com 256 palavras foi tudo o que o liberal Baddawi obteve de um dos principais veículos de informação do país.

Compare-se com as cataratas de tinta, imagem e som dedicadas à blogueira  cubana Yoani Sánchez que, livre, leve e solta, viajando pelo mundo, mereceu da mesma Folha de SP mais de 90 mil  citações; 155 mil no Globo e 110 mil no Estadão.

É difícil imaginar algo do tipo ‘somos todos Baddawi’ alastrando-se pelo colunismo pátrio que dispensou às visitas de Yoani um tratamento de chefe de Estado.

São dois pesos e mil chibatadas.

Uma diferença sugestiva.

Que recomenda cautela com as unanimidades produzidas pela mesma fonte.

Aqui ou em Paris.


Fonte: CONVERSA AFIADA
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Para a velha mídia o que vale é  'Somos todos nossos interesses'.

O interesse da velha mídia é liberdade total de expressão somente para ela. 

A defesa da democracia aparece em função dos interesses.

domingo, 11 de janeiro de 2015

O conceito de liberdade de expressão da velha mídia fede

Presidente condenado: ​corrompeu jornais e jornalistas !

Foi um parceiro do FHC, o neolibelês Fujimori​.

O Conversa Afiada reproduz artigo de Altamiro Borges, extraído do Blog do Miro:

Não ocorreu no Brasil nem se refere ao ex-presidente FHC, ao cambaleante Aécio Neves ou a outros direitistas que sempre mantiveram relações promíscuas com os donos da mídia. O fato aconteceu no Peru na semana passada. A Justiça do país vizinho condenou o ex-presidente Alberto Fujimori a mais oito anos de prisão pelo desvio de dinheiro público para a “compra” de jornais que deram apoio à sua candidatura no ano 2000. Além de bajularem o neoliberal peruano, estes veículos fizeram campanhas sujas contra os seus rivais políticos. O golpe não deu resultado e Fujimori perdeu as eleições, após ser vencido três pleitos seguidos. Na sequência, ele foi acusado de inúmeros escândalos de corrupção e de cruéis atentados aos direitos humanos – e segue preso até hoje.

Segundo a agência de notícias EFE, Fujimori ordenou o desvio de 122 milhões de sóis (cerca de US$ 40 milhões) para a compra da linha editorial de jornais sensacionalistas, conhecidos como “chichas”. Ele foi condenado pelo crime de peculato doloso, foi multado em US$ 1 milhão e não poderá exercer cargos públicos por mais três anos. A sentença, a quinta contra o direitista desde a sua extradição do Chile, em 2007, deverá ser cumprida a partir de 2021. Aos 76 anos de idade, Fujimori está na cadeia desde 2009. Ele foi condenado a 25 anos de prisão por crimes contra a humanidade nos massacres de camponeses de Bairros Altos e La Cantuta. Ele também coleciona três penas por corrupção.

No Brasil, a mídia privada também manteve relações promíscuas com os neoliberais da plantão – que seguiam a mesma cartilha de Alberto Fujimori. Não se sabe, ainda, se isto ocorreu por dinheiro, numa corrupção direta, ou por razões políticas e ideológicas. A chamada grande imprensa deu total apoio ao processo de privatização das estatais imposto por FHC. Quase nada foi denunciado sobre o desvio de grana da “privataria” – inclusive com o desvio de recursos públicos para contas secretas em paraísos fiscais no exterior. Até o processo de reeleição de FHC, similar ao ocorrido no Peru, foi abafado pela mídia. A Folha tucana até denunciou a compra de votos, mas logo arquivou o escândalo.
Durante o reinado tucano, a mídia privada sempre foi subserviente e dócil. Tudo foi feito para blindar a vida “bastarda” de FHC e para satanizar as forças oposicionistas. “Calunistas” de aluguel atacaram os sindicatos, o MST e o movimento estudantil. A aliança do PSDB com o DEM – reunindo políticos mais sujos do que pau de galinheiro – sempre foi poupada. Nada de cruzadas moralistas pela ética e contra a corrupção. Na fase mais recente, o cambaleante Aécio Neves, esperança dos barões da mídia, também foi protegido. Nada sobre o “choque de indigestão” em Minas Gerais, sobre o “aecioporto”, sobre a sua nota zero no Senado ou sobre a badalada carreira do senador mineiro-carioca.  

Fica a suspeita: será que os tucanos também “compraram” alguns jornais e emissoras de rádio e TV?


Fonte: CONVERSA AFIADA
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Ironia trágica:
Marcha de Paris em protesto contra massacre do Charlie Hebdo é liderada por Hollande, Merkel e, pasmem, Benjamin Netanyahu, o premiê de Israel, que acaba de se aliar à extrema direita para a transformação do Estado israelense em um estado religioso.

Fonte: CARTA MAIOR
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Quando a sujeira é do PSDB a velha mídia ou não noticia  ou noticia seguindo os rígidos padrões do jornalismo, ou seja, amplo direito de defesa e nada de acusações sem prova.

Indícios de sujeira com o PT a velha mídia sai acusando e condenando todos os citados.

Se uma avião comercial é derrubado com um míssil, como no caso da Ucrânia, a velha mídia acusa os  separatistas ucranianos  pró -Rússia pela atentado.

Se surgem indícios de que a derrubada do avião foi feita pelo exército ucraniano - pró União Europeia e EUA - a velha mídia se cala.

Se um palestino mata um  israelense civil, a velha mídia grita e rotula o crime como um ato terrorista.

Se Israel resolve revidar e varrer do mapa milhares de civis, inclusive crianças, a velha mídia não critica a ação israelense.

Se jovens fanáticos e fundamentalistas atacam a sede de um jornal e matam 12 pessoas na França,a velha mídia faz um tremendo barulho considerando o crime como um atentado aos valores  republicanos.

Se organizações criminosas que atuam em parceria com os poderes da república, atacam e matam dezenas de estudantes no México, a velha mídia praticamente ignora o caso e não vê como um ataque aos valores republicanos.

Uma charge que venha a satirizar Aécio, FHC ou  outros tucanos, é condenada pela velha mídia e os autores podem inclusive ser processados, como já ocorreu  com alguns jornalistas.

Uma charge que venha satirizar Lula ou Dilma , independente do teor, não pode ser criticada pois trata-se da liberdade de expressão e de imprensa.

Os chutes e pontapés que um pastor evangélico proferiu na imagem de Nossa Senha da Aparecida  foram condenado pela velha mídia, a ponto de o pastor ter que sair do Brasil.

Religiões de matriz africana são quase que diariamente perseguidas no Brasil, inclusive com ataques a terreiros , e nada disso é condenado  pela velha mídia.

Se um filho de uma celebridade morre por atos de violência, a velha mídia dá ampla repercussão ao caso, exigindo a punição dos responsáveis.

Se um morador , e trabalhador honesto de uma comunidade, morre por conta da violência da polícia,a velha mídia noticia rapidamente  o caso ou ignora o acontecimento.

Se o estado de São Paulo, governado por tucanos, vive uma crise hídrica, a velha mídia minimiza a crise e ainda coloca a culpa no governo federal, mesmo a culpa sendo do governo local.

Se não há qualquer risco de uma racionamento de energia elétrica no país, a velha mídia incita o pânico na população falando do risco de apagão, culpando o governo do PT.

Se o jornal nacional da tv globo , que está em queda livre, não vai bem das pernas, a tv globo inventa um prêmio para o editor do jornal.

Se cair um temporal na cidade de São Paulo e inundar tudo, a culpa é da prefeitura do PT.
Se não chover e tiver racionamento de água, a culpa é do governo federal, do PT.

Se um jornalista da velha mídia peida em um salão luxuoso durante uma recepção a Rainha da Inglaterra, isso é liberdade de expressão.
Se o mesmo odor vier de um blogueiro progressista , é baixaria suja.





Familiares e amigos do jovem morto em frente a UFRJ realizam ato pela paz

Jovem foi morto em tentativa de assalto no momento em que saia da universidade

Manifestantes distribuíram rosas brancas para quem passava pelo local
Manifestantes distribuíram rosas brancas para quem passava pelo local
Os integrantes do protesto distribuíram rosas brancas para os que passavam pela via. O ato foi encerrado com um abraço coletivo ao ponto de ônibus onde o crime aconteceu. Apoiados pela Guarda Municipal, o trânsito na Avenida Venceslau Braz foi interditado por poucos minutos.
Nenhum reitor da universidade se fez presente na manifestação, o que causou reclamações de alguns professores, dizendo que a ausência das autoridades da UFRJ foi um fato lamentável.

Fonte JORNAL DO BRASIL
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Era um jovem que encerrava seu mestrado em Biologia.
Não era jornalista, nem celebridade, nem filho de algum ator de novela.



 

sábado, 10 de janeiro de 2015

Torta do barato

‘Torta de maconha’ manda 7 para o hospital na Itália



Um grupo de sete pessoas entre 24 e 64 anos foi parar em um hospital da cidade italiana de Rimini após comer uma “torta de maconha”.
Eles disseram que usaram uma espécie de “essência” da planta para preparar o doce, o que pode ter causado intoxicação alimentar. No entanto, os médicos não souberam determinar a causa exata do mal-estar.
As sete pessoas foram submetidas e exames e logo receberam alta. A torta foi comida inteiramente.

Fonte: MANCHETE ONLINE
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Imagine o caro leitor com mais seis amigos comendo uma torta de pimenta daquelas.

Tipo essência de pimenta.

Vai parar no hospital com intoxicação ,ainda mais se comerem a torta inteira.

Pimenta é condimento.

É para dar uma sensação especial no alimento.
 
Provavelmente foi o que aconteceu com os italianos, que confundiram condimento com a própria torta.

O cabra Alckmin vai secar São Paulo

Governo paulista distribuirá caixa d’água para baixa renda



O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, afirmou neste sábado que o governo vai distribuir caixas d’água para as famílias de baixa renda na região metropolitana da capital. A decisão vem em conjunto com a medida de redução na pressão da água anunciada pela Sabesp.
Ontem, o presidente da companhia de abastecimento de São Paulo, Jerson Kelman, afirmou que a pressão será diminuída em razão do baixo volume de água e do baixo índice pluviométrico.
Alckmin também anunciou que os consumidores receberão na próxima conta de luz um “kit economia”. “É um conjunto de borrachinhas que o consumidor instala na torneira de casa para reduzir a vazão e, com isso, evitar o desperdício”, disse Alckmin, durante a inauguração da UTI adulta no Hospital e Maternidade Leonor Mendes da Barros, na zona leste de São Paulo.
O governador afirmou que a redução da pressão é a quarta medida do governo para reduzir as consequências do baixo nível nos reservatórios. A primeira foi o estabelecimento de um bônus na conta de luz. “Cerca de 80% da população aderiu ao programa de bônus”, diz o governador. A segunda medida foi a interligação dos sistemas de água no Estado de São Paulo. A terceira foi o uso do volume morto.

Fonte: MANCHETE ONLINE
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Alckmin irá distribuir caixas d'água para a população de baixa renda da região metropolitana.

A matéria de MANCHETE não explica se as caixas d'água são apenas para armazenar água , formar estoque com a água fornecida pela SABESP, ou se serão usadas  para coletar águas das chuvas.

São Paulo tem uma atmosfera altamente poluída e as águas das chuvas, em princípio, não devem ser usadas para consumo - beber água.

Enquanto Alckmin e seu PSDB secam cada vez mais o sofrido povo de São Paulo, os governos do PT já instalaram mais de 750 mil cisternas para coleta de água da chuva em todo o nordeste, beneficiando algo em torno de 5 milhões de pessoas ao longo de 10 anos.

Redutores de vazão nas torneiras ajudam, no entanto já deveriam ter sido enviados no início de 2014, quando a crise hídrica de São Paulo já era uma realidade.

Alckmin, para não prejudicar seus projetos políticos pessoais, adiou ao máximo a tomada de medidas para evitar o caos em São Paulo.

Sabe-se que se as chuvas não forem generosas neste período chuvoso, São Paulo  entrara´em colapso provavelmente no mês de julho deste ano, quando todos o sistemas de abastecimento secarão

No passado os nordestinos fugiam do nordeste em direção ao sudeste por causa da seca.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

O vale tudo das emoções


Vale tudo no plim-plim

Vilão no filme Tim Maia (2014), Roberto Carlos virou herói na minissérie exibida pela Globo a partir do próprio longa-metragem, que foi reeditado e transformado numa mistura de ficção com documentário. No filme, Roberto Carlos, no auge da juventude e já famoso, esnoba Tim Maia, então em início de carreira. Na minissérie, Roberto Carlos é apresentado como o artista que lançou Tim Maia.


Uma sequência do filme em que Roberto despreza e humilha Tim Maia (1942-1998), entregando-lhe botas usadas e dinheiro amassado, foi trocada por depoimentos de Nelson Motta, autor da biografia que originou o longa, e do próprio cantor. Na versão exibida pela Globo na quinta (1º) e sexta (2), Nelson Motta contradiz seu próprio livro e afirma que Roberto fez o que pôde para ajudar Tim. Já Roberto conta que indicou o futuro soulman brasileiro a uma gravadora.


Tim Maia e Roberto Carlos conviveram desde os anos 1950 e tiveram uma banda, Os Sputiniks, que se desfez quando Roberto decidiu seguir carreira solo. Após a dissolução da banda, Tim Maia se mudou para os Estados Unidos e foi preso. Deportado para o Brasil, procurou Roberto Carlos, que tinha um programa na Record, e pediu ajuda.


No filme, Roberto Carlos é retratado como mesquinho e aproveitador. Tim Maia (Robson Nunes) invade o camarim de Roberto (George Sauma), em meados dos anos 1960, mas o cantor não lhe dá ouvidos e entrega uma “bota que sobrou” ao ver os sapatos velhos do colega. Em seguida, Roberto é chamado para ir ao estúdio e pede para Tim esperá-lo.


Tim Maia aguarda o astro pacientemente. Tempos depois, Roberto Carlos passa pelo corredor e o ignora. Após o final do programa, ele corre para sair, mas Tim o alcança, pede ajuda e diz não ter dinheiro para voltar para casa. Roberto mais uma vez o esnoba e manda alguém dar dinheiro ao ex-colega. O produtor do programa amassa as notas antes de entregar a Tim.





No primeiro capítulo da minissérie da Globo, toda a sequência descrita acima foi cortada, e a história foi contada de outra forma. No lugar, entraram depoimentos do jornalista Nelson Motta e de Roberto Carlos, que disse ter dado oportunidade a Tim Maia, sem mencionar o caso do camarim, em que Tim se sentiu humilhado pelo antigo companheiro.


“O Roberto, acho que era tranquilo com ele, porque sabia o valor que o Tim tinha como cantor e compositor, tanto que levou o Tim para a jovem guarda. O Roberto fez o que pôde”, afirmou Nelson Motta na Globo.


“‘Tim, vou te apresentar à CBS. Vou arrumar para você gravar lá. Fique tranquilo’. E a Nice [Cleonice Rossi, primeira mulher de Roberto Carlos] virou e disse assim: ‘Ajuda ele’. E ele sempre achou na vida dele que eu tinha feito isso porque a Nice tinha feito esse pedido e não foi, foi uma iniciativa realmente minha”, disse Roberto Carlos na minissérie.


O que chama a atenção é que Nelson Motta, ao tentar preservar a imagem de Roberto Carlos na minissérie, desmente seu próprio livro, Vale Tudo – O Som e a Fúria de Tim Maia (2007), que originou o filme. Na apresentação do longa à imprensa, em outubro, o diretor Mauro Lima afirmou que “tudo foi baseado na biografia de Nelson Motta”, incluindo as cenas em que Roberto esnoba Tim Maia. Na última quinta-feira, o cineasta pediu a seus seguidores no Instagram que não assistissem à versão da Globo.





Para reforçar ainda mais o bom-mocismo de Roberto Carlos, a Globo escalouBabu Santana, que interpretou Tim Maia no filme. Além de narrar a história, ele se caracterizou novamente para a minissérie e apareceu dando o crédito a Roberto: ”E foi assim, rapaziada, que o Roberto Carlos lançou o gordo mais querido do Brasil”.


Procurada, a Globo disse que a minissérie não é uma reexibição do filme: ”Qualquer obra audiovisual segue critérios artísticos. O episódio de ontem [quinta-feira] mostrou Tim tentando sem sucesso falar com Roberto Carlos ao voltar dos Estados Unidos, em situações diferentes. O contexto foi mais detalhado nas entrevistas de Erasmo Carlos, Nelson Motta, Fábio e do próprio Roberto”.


O primeiro episódio da minissérie Tim Maia - Vale o que Vier, na quinta, registrou 24 pontos em São Paulo e 28 no Rio de Janeiro, segundo dados consolidados do Ibope


Fonte: CARTA CAPITAL


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Caso Tim Maia não é o primeiro em que a Globo reescreve a História
publicado em 6 de janeiro de 2015 às 12:15
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Segundo a Globo, não foi nada disso
por Luiz Carlos Azenha
Vi muita gente escandalizada com o fato de a Globo ter cortado, na minissérie que pretendia ser um resumo do filme sobre Tim Maia, os trechos em que Roberto Carlos desprezava o ex-colega de banda. O filme — e, portanto, a minissérie — foram baseados no livro Vale Tudo, de Nelson Motta.
Talvez por não envolver um ídolo tão popular, outros casos muitos parecidos e recentes de tentativas da emissora de reescrever a História não mereceram a mesma atenção.
Quando o Jornal Nacional completou 34 anos, por exemplo, exibiu um clipe registrando a presença do repórter Ernesto Paglia no comício das diretas, em 16 de abril de 1984, em São Paulo. Foi o suficiente para que Ali Kamel, que ainda estava em ascensão na emissora — hoje dirige o Jornalismo — fosse ao Observatório na Imprensa dizer que “uma pequena imagem do repórter Ernesto Paglia pode ter contribuído para rechaçar de vez uma das mais graves acusações que o JN já sofreu: a de que não cobriu o comício das diretas, na Praça da Sé, em São Paulo”.
Mais adiante, depois de contestar versões de outros autores sobre a cobertura da Globo naquele dia e de transcrever o texto da reportagem de Paglia, Kamel tenta justificar — como se a Globo estivesse no campo dos cerceados pela ditadura:
Esquecem-se de que a ditadura ainda estava forte, tão forte que as diretas foram votadas sob a vigência das medidas de emergência, um dispositivo constitucional, decretado nas vésperas da votação, que proibiu manifestações populares em Brasília (lembram-se do general Newton Cardoso, em seu cavalo, dando chicotadas em carros presos num engarrafamento?) e proibiu a transmissão por emissoras de rádio e televisão da sessão do Congresso Nacional que acabaria rejeitando as diretas-já. Não, a Globo não fez uma campanha, mas não deixou de fazer bom jornalismo.
Kamel provavelmente escreveu de ouvir dizer, após consultar arquivos. Eu, não. Eu trabalhei na Globo naquela época. Era da TV Bauru, mas cobria férias dos repórteres em São Paulo. Passava meses e meses hospedado num hotel e trabalhando na redação da Marechal Deodoro. Testemunhei pessoalmente ou ouvi relatos de colegas.
A tática de quem pretende recontar a História com outro viés quase sempre envolve focar no ponto mais positivo para sua narrativa e desconhecer o contexto.
O fato é que naquele período da História aconteceram as grandes greves do ABC, que a Globo praticamente desconhecia, quando não levava ao ar versões que o movimento operário considerava descabidas. Foi então que surgiu o “Fora Rede Globo, o povo não é bobo”, cantado por milhares de pessoas nas assembleias. Carros da emissora foram apedrejados. Lula costumava dizer aos companheiros para não confundir os jornalistas com os patrões e, portanto, aqueles deveriam ser poupados.
Na campanha das diretas, que surgiu antes do comício da Praça da Sé, a Globo simplesmente desconheceu as primeiras manifestações populares, algumas envolvendo milhares de pessoas. Era uma não notícia. A internet ainda não existia. Mesmo assim, era chocante ver as capas de jornais com fotos de manifestações e informações sobre a campanha e o Jornal Nacional absolutamente calado sobre o assunto.
Além disso, foi escancarado o apoio das Organizações Globo à ditadura militar, como porta-voz do regime. Os exemplos abundam. Um editorial escrito por Roberto Marinho em 7 de outubro de 1984, DEPOIS do comício das diretas, em que ele diz que a Revolução — isso mesmo, Revolução, não golpe — foi bem sucedida, é um deles.
É neste contexto que deve ser analisada a “reportagem” da emissora no comício de São Paulo.
A equipe da Globo, sim, esteve lá. Porém, a ênfase da reportagem foi no aniversário de São Paulo. Basta ler a própria transcrição do Ali Kamel. É o equivalente a noticiar primeiro que dois automóveis foram destruídos no centro de São Paulo e em seguida informar que caiu um Boeing sobre eles, matando os 200 ocupantes. Um absurdo que qualquer estudante de jornalismo é ensinado a nunca cometer é definido como “bom jornalismo”.
Para um exemplo mais recente, basta relembrar o Jornal Nacional de 12 de março de 2012, dia em que Ricardo Teixeira renunciou à presidência da CBF.
Patrícia Poeta, num texto que obviamente não foi escrito por ela, na transcrição da CartaCapital: “Ao longo de uma gestão de mais de duas décadas, a seleção tricampeã se tornou penta. Teixeira colecionou vitórias, mas também desafetos. E enfrentou denúncias”. Uma forma nada sutil de tentar atribuir as acusações a Teixeira a rusgas pessoais.
No corpo da reportagem, narrada por um repórter que obviamente não tinha poder de decisão sobre o texto final, 22 segundos foram dedicados às denúncias num tempo total de 3 minutos e 39 segundos:
Ao longo da carreira, Ricardo Teixeira foi alvo de denúncias. Diante de todas elas, Teixeira sempre disse que as acusações eram falsas e tinham caráter político. A denúncia mais contundente foi a de que ele e um grupo ligado à Fifa teriam recebido dinheiro de forma irregular nas negociações de uma empresa de marketing esportivo, em 1999. Viu os processos serem arquivados pela Justiça.
Na Globonews, Merval Pereira foi além:
Esses problemas de denúncias contra o Ricardo Teixeira vêm de longe e ele enfrentou com tranquilidade e sempre conseguiu superar essas denúncias. [...] Então resolveu tirar o time porque viu que não tinha condições de recuperar, como várias vezes se recuperou, o prestígio político.
De novo, a sutileza: os problemas de Ricardo Teixeira foram com adversários pessoais e políticos, nenhuma relação com a corrupção que a Globo tanto gosta de denunciar na Petrobras.
Em primeiro lugar, não é verdade que todos os processos contra Ricardo Teixeira foram “arquivados pela Justiça”. Em O Lado Sujo do Futebol, descrevemos as manobras jurídicas utilizadas por ele para se desfazer de processos no Brasil. Descrevemos detalhadamente a relação histórica e incestuosa da Globo com João Havelange e seu sucessor, Ricardo Teixeira. Era apoio político em troca do monopólio nas transmissões da Copa e do futebol brasileiro. Ponto. O próprio Ricardo Teixeira, em entrevista à revistaPiauí, disse que só ficaria preocupado quando as denúncias contra ele saissem no Jornal Nacional.
Nunca de fato sairam. Naquela noite de 12 de março de 2012 a principal omissão do JN foi sobre o fato de que a Justiça da Suiça decidiria em breve se seriam divulgadas ou não as provas obtidas na investigação de João Havelange e Ricardo Teixeira, provas definitivas de que ambos receberam milhões de dólares em propina da empresa de marketing ISL em contas no Exterior. Este, sim, o verdadeiro motivo da renúncia de Teixeira, que a Globo vergonhosamente escondeu.
A Globo pagava à ISL, que pagava escondido a Havelange/Teixeira, que protegiam e eram protegidos da Globo. É o círculo perfeito!
No livro também tratamos das relações da própria Globo com a ISL, empresa da qual a emissora brasileira comprou os direitos de transmissão das Copas de 2002 e 2006 depois de montar uma subsidiária, a Empire, nas ilhas Virgens Britânicas, com isso sonegando milhões de reais de imposto no Brasil, segundo a Receita Federal. A mesma Receita diz que a Empire serviu apenas de fachada, para justificar o falso investimento no Exterior do dinheiro usado para quitar os direitos. Como se vê, não foram apenas a ISL, João Havelange e Ricardo Teixeira que tiraram proveito de negócios obscuros em refúgios fiscais.
Como vimos no caso do comício das Diretas, também no caso Teixeira a Globo tirou proveito da descontextualização: focou nas “vitórias” em campo do cartola.
O que nos leva ao episódio Tim Maia.
Não só o filme sobre o cantor mostra Roberto Carlos numa luz não muito agradável. O livro em que o filme foi baseado também o faz, com menos dramaticidade. Sim, registra que Roberto Carlos, a pedido da mulher Nice, levou Tim Maia para fazer um disco na gravadora CBS. Mas também conta que Tim Maia ofereceu a Roberto Carlos a música Não Vou Ficar, que se tornou o primeiro sucesso de Tim, com proveito para ambos.
O livro, pelo menos, deixa claro que houve rusgas e ciumeira entre os dois:
“Ô mermão, o Roberto aprendeu tudo comigo, mas o Roberto é branco, mermão, branco não dá, o que ele tem é que me botar na Jovem Guarda, mas ele tem medo porque sabe que eu entro e acabo logo com a banca dele”. Se era difícil encontrar Roberto, era impossível falar com ele, sempre cercado por um monte de gente, secretários, seguranças e puxa-sacos. Tim achava que Roberto não queria chamá-lo porque a Jovem Guarda era um programa de bons moços e ele era o Tim que puxava cadeia e fumava maconha.
O primeiro problema entre eles, ainda segundo o livro, foi quando Roberto Carlos, integrante da banda Sputniks, de Tim Maia, decidiu cantar sozinho, “por fora”, sem consultar antes os parceiros. Deu briga.
Na minissérie da Globo, além de cortar o trecho do filme em que Roberto Carlos humilha Tim Maia, a emissora deu a seu contratado, segundo a Folha, a oportunidade de dizer que ajudou Tim. Mais que isso, numa cena inédita colocou o ator que encarna Tim Maia no cinema para dizer na minissérie: “E foi assim, rapaziada, que Roberto Carlos lançou o gordo mais querido do Brasil”.
Assim, a Globo transformou uma relação complexa de amor e ódio, ajuda e competição — pelo menos é assim que aparece no livro — numa simplificação que beneficia HOJE a imagem de seu parceiro de negócios. Como aconteceu com Ricardo Teixeira.

Fonte: VIOMUNDO
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Quando tinha 11 anos gostava das músicas de Roberto Carlos e de outros que iniciavam no então rock brasileiro.

Hoje é Dia de Rock, um programa de uma emissora de TV apresentado pelo polêmico Carlos Imperial, desfilava os nomes que surgiam na cena musical do gênero.

Com 17 anos ,no entanto, já achava as canções de Roberto Carlos chatinhas e meus avós passavam a gostar das músicas do rei.

O público de Roberto Carlos mudava, de 8 para 80.

No início da década de 1970, Carlos Imperial, em um programa de TV, disparou contra Roberto Carlos, dizendo que o rei tinha parado no tempo e que seu público era de velhos.
De fato, meus avós e pais e avós de amigos meus, adoravam as "mensagens" do rei, como se referiam aos temas das suas canções.

Os anos 70 passaram e o Rei se consolidava como o rei dos velhos.

No início da década de 1980, surgia no Brasil um outro movimento do rock brasileiro, com o aparecimento de várias bandas e de cantores desse gênero musical.

Do movimento do rock do final dos anos 50 e do início dos anos 60, a maioria dos cantores já tinha saído da moda, e poucos eram os que ainda tocavam nas rádios.

Quando isso acontecia, era devido aos programas de saudade, lembranças, eu era feliz e não sabia, e outras coisas bregas do tipo.

Roberto, no entanto, com seu contrato com a TV globo para o "imperdível show de fim de ano da emissora", mantinha seu espaço na mídia.

Os velhinhos adoravam cada vez mais as canções de Roberto.

Muitas emoções.

Entretanto, a nova fornalha do rock nacional do início da década de 1980 colocou em cena , e com grande sucesso de mídia, o cantor inglês Ritchie que estourava na mídia com suas canções pop cantadas em um bom português.

Seu sucesso foi meteórico e muitos diziam estar surgindo o novo rei do rock, que iria desbancar Roberto Carlos.

Curiosamente, Ritchie, que acertava a mãos em todas as canções que compunha - isso do ponto de vista do sucesso midiático e não da minha preferência - desapareceu subitamente da cena musical, sumindo do rádio e das emissoras de TV.

Não faltaram especulações e teorias para desaparecimento de Ritchie.

Uma teoria que corria, com força , dizia respeito da influência de Roberto Carlos junto a gravadoras e a mídia para inviabilizar a carreira de Ritchie e assim não perder seu posto de rei.

O fato, independente das teorias, é que Ritchie perdeu espaço na mídia, não mais lançou nada de novo e Roberto Carlos continuou provocando emoções intensas no seu público geriátrico.
Passaram-se os anos e o público de Roberto continuou o mesmo.

Hoje, quando começo a entrar na boa idade, vejo que estava engando a respeito do público de Roberto Carlos e que de fato o rei jamais teve como público os velhos.
Seu público sempre foi de múmias.

Quanto a polêmica com o filme sobre Tim Maia , não posso afirmar se o rei humilhou de fato TIm, no entanto, seu principal parceiro ao longo de sua carreira musical, Erasmo Carlos, por várias vezes em declarações na mídia relembrando o início do rock no Brasil, disse que Roberto Carlos era um tanto arrogante, metido, como disse em bom português o Tremendão.

Quantos as drogas, Erasmo também disse que todos faziam uso, uns mais outros menos.

Seja lá o que for dessa polêmica, as múmias continuam vibrando e com fortes emoções.

Irmãos Kouachinhos

A sórdida campanha dos Marinho contra Graça Foster e a Petrobras

publicado em 9 de janeiro de 2015 às 12:37
por Luiz Carlos Azenha

Como descrevemos neste post, no Reino Unido qualquer leitor, ouvinte ou telespectador pode reclamar do conteúdo de jornais, revistas, emissoras de rádio ou TV a entidades independentes, reguladoras da mídia.
Elas abrem investigações e têm o poder de exigir retratações com o mesmo destaque, no mesmo espaço, se decidirem que os meios manipularam, distorceram, omitiram ou divulgaram informações de forma desequilibrada.
É direito de resposta na veia.
Fico imaginando como seria se a Petrobras e as Organizações Globo atuassem em território britânico.
Os irmãos Marinho já deixaram claro, através de editoriais no diário conservador que controlam no Rio, que topam privatizar a Petrobras. Na ausência de força política para fazer isso, querem colocar alguém “do mercado” para substituir Graça Foster, querem trocar a partilha pela concessão (simplicando, a União recebe um fixo e o petróleo descoberto fica todo com a empresa concessionária), querem reduzir o papel da Petrobras na exploração do pré-sal e acabar com a exigência de conteúdo nacional.
Os irmãos Marinho, como se sabe, representam o capital internacional, Washington e as petrolíferas internacionais, não necessariamente nesta ordem.
Todos os dias recebo pelo menos uma nota da gerência de imprensa da Petrobras desmentindo ou esclarecendo denúncias contra a estatal que aparecem repetidamente nos jornalões, no que podemos qualificar sem sombra de dúvidas de campanha contra a empresa.
Apesar de vítima na Operação Lava Jato, a Petrobras passou a ser acusada de criminosa, já que isso interessa aos que pretendem de alguma forma privatizá-la ou, ao menos, enfraquecê-la.
O que doi é ver que os textos da gerência de imprensa da Petrobras não saem na íntegra nos jornais. Quando muito, são citados no corpo de reportagens, descontextualizados e editados ao bel prazer dos jornalões.
Nos dias 4, 5 e 6 de janeiro, por exemplo, O Globo investiu contra o projeto do Gasoduto Gasene usando frases espetaculosas e sensacionalistas: usou “empresa de fachada” e “laranja” como se a Petrobras fosse um muquifo de fundo-de-quintal.
No dia 7 ficou claro o objetivo do diário carioca, quando publicou “Graça Foster atuou em processo de construção de gasoduto suspeito”.
Graça Foster, lembrem-se, foi demitida por Merval Pereira em uma de suas colunas. Segundo o porta-voz dos irmãos Marinho, não teria mais condições políticas de ficar no cargo.
Pela primeira vez, ao menos que eu tenha notado, a assessoria de imprensa da Petrobras parece ter perdido a paciência com a campanha sórdida de O Globo.
Notem nos dois desmentidos que reproduzimos integralmente abaixo (logicamente, eles nunca vão sair assim no jornal dos irmãos Marinho):

Nota à imprensa 6 de janeiro de 2015
Petrobras esclarece sobre Sociedade de Propósito Específico do gasoduto Gasene
Sobre matérias publicas no jornal O Globo, nos dias 04, 05 e 06 de janeiro, relativas ao Gasoduto Gasene, a Petrobras esclarece:
A Transportadora Gasene S/A, de natureza privada, foi criada em 2005 como uma Sociedade de Propósito Específico (SPE). Não se tratava de “empresa de fachada”, mas sim integrante de modelo de negócio mundialmente utilizado, de projeto estruturado (Project Finance), no qual é constituída uma empresa com objetivo específico de captar recursos para implantação de um projeto e de individualizar custos, receitas e resultados, permitindo uma visão clara do negócio e a percepção dos riscos aos sócios e potenciais financiadores. Portanto, esta SPE decididamente não pode ser denominada como uma “empresa de fachada”. Além do mais, durante a sua existência, sempre foi informada nos balanços da Petrobras.
Desde o final da década de 90 a Petrobras vem utilizando esse mesmo modelo de SPE para o desenvolvimento de seus projetos de E&P, transporte de gás e refino, tais como: Marlim (1999), Cabiúnas (2000), Espadarte-Voador-Marimbá (2000), Barracuda/Caratinga (2000), Albacora Japão (2000), Albacora Petros (2001), Nova Marlim (2001), Pargo-Carapeba-Garoupa-Cherne-Congro (2002), Projeto Malhas (2002), Projeto Urucu-Manaus (2004), Marlim Leste (2004), Mexilhão (2005), e REVAP (2006).
A Petrobras realizou licitação para contratação de banco estruturador do projeto, da qual foi vencedor o Banco Santander. No âmbito da estruturação apresentada pelo Banco Santander, foi criado o PB Bridge Trust 2005, com sede em Nova Iorque, para ser sócio da Gasene Participações Ltda, com 99,99%. Trata-se de uma figura jurídica existente na legislação americana que tem por finalidade gerir um conjunto de bens. O outro 0,01% era detido pelo Sr Antonio Carlos Pinto de Azeredo, sócio e administrador da empresa Domínio Assessores, que prestou serviços de contabilidade e administração tributária para a Transportadora Gasene S/A. A Transportadora Gasene S/A, por sua vez, tinha como acionistas a Gasene Participações Ltda, com 99,99%, e o Sr Antonio Carlos Pinto de Azeredo, com 0,01%.
Neste modelo de negócio, o endereço da SPE foi o mesmo do escritório que fez a contabilidade do empreendimento, no caso a Domínio, não havendo nenhuma irregularidade neste fato. O Sr. Antônio de Azeredo foi também contratado para ser o Presidente da SPE. Não se trata de “laranja” ou “empresa de fachada”. Muito pelo contrário, pois tudo estava de acordo com o que prevê a lei das sociedades anônimas.
O Gasoduto Gasene, com seus 1.387 km de extensão, que interliga as malhas de gasodutos das Regiões Nordeste e Sudeste, foi fundamental para a integração do sistema de transporte de gás natural e o setor elétrico brasileiro, trazendo adicionalmente o desenvolvimento social e econômico dessas regiões.
Em 2014, o Gasene transportou cerca de 15 milhões de m³/dia, atendendo as demandas dos Estados da Região Nordeste. O Gasene possibilitou, além do atendimento ao mercado das distribuidoras locais de gás da Região Nordeste, o atendimento às termelétricas Jesus S. Pereira (322 MW), Termopernambuco (515 MW), Chesf Camaçari (325 MW), Rômulo Almeida (124 MW) e Celso Furtado (174 MW). Cabe ressaltar que, em função das características do projeto, que permite a movimentação de gás natural nos sentidos sudeste-nordeste, bem como nordeste-sudeste, tal gasoduto contribui para a garantia da confiabilidade do suprimento de gás para geração de energia elétrica em ambas as regiões.
Com relação ao custo do empreendimento Gasene, é inverídica a afirmação de sobrepreço de 1.800%. Muito pelo contrário, a contratação da construção dos gasodutos GASCAC (Cacimbas-Catu) e GASCAV (Cabiúnas-Vitória), pela Transportadora Gasene, foi feita por um valor 4,4% abaixo da estimativa orçada, utilizando-se um projeto básico robusto. O custo total realizado desse empreendimento foi 20% acima do valor contratado originalmente.
Esse incremento dos custos, admissível para uma obra desse porte, deveu-se basicamente a custos adicionais decorrentes de dificuldades de travessias por furos direcionais (de rios e estradas), maior presença de rochas, incidências de chuvas, greves e outros eventos de força maior que impactaram, em dois meses, o prazo de conclusão dos gasodutos. Vale ressaltar que o custo final da obra ficou em US$ 59,20/metro.pol (indicador de custo de gasoduto), dentro da métrica mundial para este tipo de obra, de acordo com dados da IPA (Independent Project Analisys).
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Nota à imprensa 7 de janeiro de 2015
Petrobras reafirma que SPE do Gasene seguiu a lei e que gasoduto não é “suspeito”
Sobre a matéria publicada no jornal O Globo de hoje sob o título “Graça Foster atuou em processo de construção de gasoduto suspeito”, a Petrobras esclarece que:
• Gasoduto não é “suspeito”: A Petrobras refuta o termo pejorativo de “gasoduto suspeito” para o Gasene, pois o empreendimento foi construído segundo um modelo de negócio mundialmente utilizado, de projeto estruturado (Project Finance), no qual foi constituída a sociedade de propósito específico (SPE) Transportadora Gasene S/A, para implantar os trechos do gasoduto GASCAC (Cacimbas-Catu) e GASCAV (Cabiúnas-Vitória). Não há nada de suspeito ou tampouco ilegal nesse negócio, pois tudo estava de acordo com a lei das sociedades anônimas, e a existência da SPE sempre constou nos balanços da Petrobras.
• Transportadora Gasene S/A: SPE de natureza privada, criada em 2005, elaborada pela área financeira da Petrobras. Não se tratava de “empresa de fachada”, mas, sim, integrante de modelo de projeto estruturado. Esta SPE, decididamente, desde a sua origem, não foi uma “empresa de fachada”.
• Modelo de Negócio SPE não é novidade: Desde a década de 90, a Petrobras utiliza esse mesmo modelo de SPE, como utilizado na Transportadora Gasene S/A, para o desenvolvimento de seus projetos de E&P, Refino e Transporte de Gás. Alguns exemplos desse modelo são: Marlim (1999), Cabiúnas (2000), Espadarte-Voador-Marimbá (2000), Barracuda/Caratinga (2000), Albacora Japão (2000), Albacora Petros (2001), Nova Marlim (2001), Pargo-Carapeba-Garoupa-Cherne-Congro (2002), Projeto Malhas (2002), Projeto Urucu-Manaus (2004), Marlim Leste (2004), Mexilhão (2005), e REVAP (2006).
• Documento assinado em 12/12/2007: Graça Foster assumiu a Diretoria de Gás e Energia em 24/09/2007. Em 12/12/2007, foi encaminhado à Diretoria Executiva o documento referido assinado por três diretores, a saber: Serviços, Financeiro e Gás e Energia. É atribuição da área de Gás e Energia participar da concepção de todos os gasodutos da Petrobras.
• Não existe sobrepreço nas obras do Gasene: É inverídica a afirmação de sobrepreço na construção do gasoduto. Muito pelo contrário, a contratação da construção dos gasodutos GASCAC (Cacimbas-Catu) e GASCAV (Cabiúnas-Vitória) foi feita por um valor 4,4% abaixo da estimativa orçada, utilizando-se um projeto básico robusto (ao contrário do mencionado nessa reportagem). O custo total realizado foi 20% acima do valor contratado originalmente. As contratações para implantação da obra foram feitas pela Sinopec, que por sua vez, era contratada da Transportadora Gasene S/A.
• Adequação do Gasene às métricas internacionais: O custo final da obra ficou em 6 bilhões 340 milhões de reais, incluindo suas estações de compressão. Comparativamente, o gasoduto se enquadrou dentro da métrica internacional, ficando em US$ 59,20/metro.pol (indicador de custo de gasoduto), de acordo com dados da IPA (Independent Project Analisys).

Fonte: VIOMUNDO
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Para os irmãos Marinho, o Brasil é algo  que precisa leiloado, entregue ao capital internacional.

Diariamente as mentiras, omissões e manipulações proliferam nas mídias do grupo globo.

Hoje, quando o governo federal anunciou o corte nas despesas  em todos os ministérios, o jornal o globo, em chamada de primeira página deu como manchete apenas o corte no ministério da educação, referindo-se como mais do que um corte na prioridade do segundo governo Dilma, algo como sendo um duro golpe, ou ainda, que não será possível cumprir a promessa  de fazer na educação a priorida pontada por  Dilma, na campanha eleitoral e no discurso de posse.  

Diariamente tentam assassinar as esperanças do povo brasileiro.

Fundamentalistas do mercado, porta vozes do capital internacional e sabe-se lá do que mais, mesmo em queda acentuada de audiência e de credibilidade continuam tentando sequestrar o governo, fatiar as empresas estatais, tudo em nome do Estado Insano  que é o neoliberalismo e seu ente maior, o mercado.

marinho

             Irmãos Kouachinhos