sexta-feira, 28 de setembro de 2018

A ascensão do cristofascismo

'Propostas de Bolsonaro vão contra a Bíblia e Jesus', afirma pastor anglicano

Para o reverendo Arthur Cavalcante, o candidato do PSL representa uma ameaça ao Estado laico

Juca Guimarães
Brasil de Fato | São Paulo (SP),28 de Setembro de 2018 às 11:09
"A gente não vê isso [discurso de Bolsonaro] dentro do evangelho de Jesus", diz.
Foto: Juca Guimarães/Brasil de Fato

O plano de governo de Jair Bolsonaro, do Partido Social Liberal (PSL), traz citações bíblicas e slogans de cunho religioso na tentativa de criar um vínculo com o povo cristão.

O mestre em Ciência da Religião Arthur Cavalcante avalia que a campanha de extrema-direita do PSL entra na disputa narrativa da Bíblia para justificar uma posição reacionária.

Durante uma carreata em Campina Grande (PB), em 2017, Bolsonaro negou que o Estado brasileiro seja laico. “Deus acima de tudo! Não tem essa historinha de Estado laico não. O Estado é cristão e a minoria, que for contra, que se mude. As minorias têm que se curvar para as maiorias”, afirmou o presidenciável na oportunidade.

O Brasil de Fato conversou com o reverendo Arthur Cavalcante, da Paróquia da Santíssima Trindade, que pertence à Igreja Anglicana do Brasil, em São Paulo.

"O que a gente está encontrando são grupos reacionários e não conservadores. O conservador sempre vai ver a questão da Bíblia da mesma forma como foi lida há muito tempo. Mas, ele jamais vai negar o seu direito de pensar diferente. Ele nunca vai dizer que você não tem o direito de pensar. O reacionário não. Ele precisa eliminar. A única verdade é a dele e não a sua. E você tem que se converter à verdade dele", analisa.

Na opinião do reverendo, o comportamento de Jair Bolsonaro é contrário ao que Jesus pregava e o que diz a Bíblia.

Fonte: BRASIL DE FATO
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As propostas de Bolsonaro, de fato, são contrárias a Bíblia e aos ensinamentos de Jesus. No entanto, uma grande parcela de cristãos, principalmente evangélicos, já vem com esse comportamento bem antes de Bolsonaro.
Algumas Igrejas Evangélicas, e não são poucas, ao longo de um tempo, incutiram em seus rebanhos uma espécie de Cristofascismo, o Evangelho alinhado com a realidade política e econômica do mundo atual. Hoje, com a visibilidade das eleições, o assunto está em pauta, porém, nada, ou muito pouco, foi alertado e debatido em anos e mesmo décadas anteriores. Não creio que os cristãos que declaram seus votos em Bolsonaro venham a rever suas posições  por conta do debate atual, pois compreendo o Cristofascismo como praticamente consolidado para essas pessoas. De alguma forma suas mentes já foram formatadas, e qualquer mudança seria muito difícil. A mudança de intenção de voto pode ocorrer por outros motivos, como denúncias sobre a vida de Bolsonaro que hoje surgiram na revista Veja, mas jamais por seram cristofascistas, algo, aliás, que os agrada. Os religiosos que hoje criticam o Cristofascismo, infelizmente nada fizeram para combatê-lo quando de seu surgimento e crescimento.

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