terça-feira, 19 de abril de 2016

Velha mídia brasileira deseja feliz Páscoa para o mundo, e ainda informa em edição extraordinária que John Lennon morreu

Impeachment foi fabricado pela mídia

Por Mônica Mourão e Helena Martins, na revista CartaCapital:

A ausência de discussões profundas sobre a situação do país e o excesso de discursos reacionários que vimos no domingo 17 não se restringiram às falas de parlamentares na Câmara dos Deputados. Nos últimos meses, foram recorrentes também nos meios de comunicação brasileiros.

Desde o ano passado, toda uma construção de sentidos veio legitimando a aprovação daadmissibilidade do pedido de impedimento da Presidenta Dilma Rousseff. Assim, a “opinião pública” - em essência, a “opinião publicada” pelos órgãos de comunicação hegemônicos –, um elemento essencial deste processo, se mostrou garantida neste jogo.

Não era preciso, portanto, ir muito além neste domingo. Assim, a cobertura do dia da votação foi permeada por uma maior sutileza em relação à exposição dos posicionamentos dos grandes conglomerados midiáticos – seguindo a tendência dos últimos dias, como já tínhamos mostrado neste blog.

Exceções em tom mais agressivo ficaram a cargo de emissoras de rádio como a Jovem Pan, que transmite em cadeia nacional e manifestou sistematicamente, num discurso grosseiro e conservador, seu apoio à queda do governo.

A TV Globo anunciou que acompanharia as movimentações no Congresso Nacional a partir das 9h da manhã. Poucos minutos depois, começou a entrar com flashes do jornalismo em meio à programação de esportes e entretenimento.

A partir das 14h, com o início da sessão na Câmara, deu exclusividade à cobertura política. Durante todo o dia, o equilíbrio da reportagem foi bem maior do que no início da crise, quando a Globo atuou como agente político importante, conclamando a população a ir às ruas contra o governo.

Contudo, o equilíbrio pretendido foi apenas aparente. Uma análise atenta permite perceber as artimanhas do discurso. Até o início da votação, ele se baseou principalmente em dois pilares complementares: a defesa da legitimidade do processo de impeachment e das manifestações de rua a favor da derrubada da Presidenta.

Logo em sua primeira participação, Alexandre Garcia tratou da derrubada de Fernando Collor, comparando os dois processos. Segundo o jornalista, desta vez, houve bem mais tempo entre o pedido de saída da Presidenta e sua análise pela Câmara do que ocorreu com Collor, em 1992.

Garcia também afirmou que o Supremo Tribunal Federal (STF) legitimou o processo, ignorando as opiniões contrárias de dezenas de juristas que defendem não haver motivos legais para o impedimento de Dilma e o fato de o Supremo ter se debruçado sobre o rito e não sobre o mérito da questão.

Mais tarde, destacou os atos pró-impeachment, dizendo que “a cidadania está nas ruas, mostrando que não fica em casa pra ver a banda passar”. As “ruas” foram identificadas com uma parte dos manifestantes apenas, constituindo mais um argumento a favor da legitimidade da mudança no comando do país.

Ao longo das entradas ao vivo dos atos, os milhares de manifestantes que saíram às ruas em todo o país contra a medida foram caracterizados como ligados a partidos políticos, à base aliada do governo, a centrais sindicais e ao PT (representado pela cor vermelha, ignorando que o simbolismo político dela é mais amplo e anterior à existência deste partido).

Na manhã da segunda 18, a manchete na capa do portal d'O Globo era nítida: “Manifestantes contra Dilma comemoram; petistas choram”. Dessa forma, a legitimidade das “ruas” foi construída de acordo com a agenda política da emissora, que optou inclusivepor invisibilizar setores críticos ao governo, mas que protestaram em defesa da democracia.

Cobertura rasa

A estratégia do Grupo Globo, seguida por boa parte da mídia brasileira, também se manifestou na cobertura rasa dos fatos e na ausência de jornalismo de fato. Registros dos atos e de declarações de deputados foram abundantes. Não se viu, contudo, apuração, investigação, contextualização e problematização do processo em curso.

Os argumentos que embasam o pedido de impeachment não foram apresentados, muito menos os de sua defesa. Nenhum convidado externo – nem mesmo um "especialista" alinhado ao posicionamento da Globo – foi convidado a discutir a situação do país.

Ao longo de toda a manhã, a GloboNews, principal canal jornalístico do país, se limitou a acompanhar atos favoráveis e contrários ao impeachment em diversas cidades, na cobertura comandada por Leilane Neubarth e Raquel Novaes. Uma vez mais, a escolha dos ângulos das imagens, em geral, favoreceu o primeiro grupo. Imagens muito abertas ou muito fechadas do ato em Copacabana contra o impeachment deram a entender que a quantidade de presentes era menor do que a realidade.

No Salão Verde da Câmara, após uma das entrevistas de Cristiana Lôbo com deputados, ao falarem dos parlamentares indecisos, Novaes chegou a questionar se a indecisão era porque eles não teriam chegado a uma conclusão jurídica ou se, de fato, o processo estava completamente "politizado". A pergunta ficou sem resposta.

Apesar da crise profunda que vivemos, a política foi reduzida pelos meios de comunicação a artimanhas de bastidores e o processo do impeachment, a uma troca de ocupantes da cadeira. Assim, a suposta imparcialidade escondeu, na verdade, a escolha de não aprofundar a análise do fato e de suas implicações para o presente e o futuro do país.

A mesma abordagem tem marcado a cobertura do dia seguinte à votação. Os principais canais de TV insistem apenas em recuperar os números e movimentações que ocorreram no domingo e a descrever as próximas etapas do afastamento, agora no Senado. As críticas, uma vez mais, ficam a cargo da imprensa internacional.

O conservador La Nación, da Argentina, falou em “vergonhosa tentativa de golpe”. OPágina 12 tamém destaca, na capa desta segunda, a ocorrência de um golpe, anunciado em letras garrafais na edição. A votação de domingo é definida assim: “em um virtual golpe institucional, a Câmara dos Deputados do Brasil, presidida pelo político mais denunciado por corrupção, aprovou o impeachment contra a Presidenta Dilma Rousseff”.

Cunha protegido 

Se lá fora a ficha corrida de Eduardo Cunha é considerada um elemento central deste processo, por aqui ela está longe de ganhar destaque. A TV Globo, antes da votação, cuidou de contextualizar seletivamente as figuras políticas envolvidas no jogo. Enquanto o líder do governo José Guimarães (PT) mereceu uma associação ao irmão José Genoíno, condenado no processo do mensalão, o presidente da Câmara não teve sua reputação posta em xeque.

William Bonner chegou a lembrar que ele é alvo de processos, mas sem explicar quais ouinformar que já há provas contundentes de corrupção praticada por Cunha, réu no Supremo Tribunal Federal e investigado pela Comissão de Ética da Câmara. Afinal, colocar dúvidas sobre quem conduz o processo de impeachment seria questionar a própria legitimidade da ação contra Dilma.

A imprensa escrita também aliviou para Cunha. Em matéria da Folha de S. Paulo que detalha biografias de participantes dos processos de Collor e de Dilma, Cunha é descrito como “presidente da Câmara dos Deputados, acolheu pedido de impeachment contra Dilma após ter perdido apoio do PT contra sua cassação”.

Já Dilma é a “acusada de ter praticado as pedaladas fiscais, entre outros” e Lindberg Farias é “senador (PT-RJ) investigado pela Operação Lava Jato, é um dos defensores de Dilma; afirma que o impeachment é ‘golpe’”.

Ao olharmos para a imprensa internacional, a diferença de abordagem fica clara. Nos últimos dias, The New York Times, The Wall Street Journal e The Washington Post, os três principais jornais americanos, destacaram as acusações que pesam contra aqueles que conduzem o processo de impeachment, especialmente Eduardo Cunha.

Nesta segunda, o britânico The Guardian, ao comentar a derrota do governo, não apenas citou corruptos como Cunha, Paulo Maluf e vários outros deputados que votaram contra Dilma quanto destacou o teor reacionário de suas falas.

“Numa noite escura, o ponto mais baixo foi quando Jair Bolsonaro, um deputado de extrema direita, dedicou o seu voto ‘sim’ à Carlos Brilhante Ustra, um coronel que chefiou a unidade de tortura do Doi-Codi contra a ditadura. Rousseff, uma ex-guerrilheira, estava entre os torturados”, escreveu o correspondente, fazendo críticas a diferentes partidos políticos brasileiros.

Depois das falas ouvidas neste domingo na Câmara, está claro que os desafios colocadossão enormes. Um deles, até hoje não efetivado, embora reivindicado historicamente, é umamudança estrutural no sistema de comunicação do país. Ou enfrentamos esse debate, mesmo em meio à crise, ou não garantiremos qualquer diversidade de vozes e opiniões na mídia, e o poder da liberdade de expressão seguirá nas mãos de poucos.

Outras vezes veremos a democracia ser atropelada pela articulação de instituições que se valem de seu poder político, econômico e simbólico para definir os rumos da vida coletivado país. O Brasil acordou hoje mais cinza. E isso se deve também à ausência de reformas e à atuação dos meios de comunicação no jogo político.

* Helena Martins e Mônica Mourão são jornalistas e integram o Intervozes. Colaborou Iara Moura.

Fonte: Blog do Miro

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"É de chorar de vergonha!"

diz Joaquim Barbosa sobre votação 
de impeachment
Ex-presidente do STF criticou "viés político" da imprensa brasileira

O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa se manifestou pelas
redes sociais na madrugada desta terça-feira (19) sobre a votação pelo prosseguimento do
processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff no último domingo (17).
Barbosa recomendou entrevistas e reportagens feitas pela imprensa estrangeira sobre o
cenário político no país.

"Recomendo o vídeo da excelente entrevista concedida pelo jornalista Glenn Greenwald
a Christiane Amanpour, da CNN", escreveu Barbosa em sua conta no Twitter.
 "Nesse vídeo você vai ver algo raro na imprensa brasileira hoje: informação objetiva, clara,
sem viés político", completou o ex-presidente do STF.

"Recomendo igualmente a leitura de matéria publicada pela 'The Economist' sobre a
votaçãode domingo na Câmara. Na matéria, a revista traz a lista das 'justificativas de
voto' dossenhores deputados. É de chorar de vergonha! Simplesmente patético!
Anotem: ainda teremos outras razões para sentir vergonha de nós mesmos em toda essa
história",complementou Barbosa.

Barbosa criticou a falta de objetividade da cobertura política na imprensa nacional

Fonte: JORNAL DO BRASIL
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Espetáculo dantesco da Câmara
pode matar o golpe.

Postado em 19 Apr 2016
"Sim, sim, sim": no dia seguinte, o marido foi preso por roubalheira
"Sim, sim, sim": no dia seguinte o marido foi preso por roubalheira

















Uma coisa que não estava absolutamente nos planos dos golpistas acabou se tornando a
mais letal propaganda contra o golpe: a sessão da Câmara que aprovou o impeachment.

Nada poderia ser mais revelador sobre o espírito do golpe.

Deputados e deputados, nos escassos segundos em que estiveram à frente de microfones, 
compuseram um teatro do absurdo, da vergonha, da indecência.

Parecia uma festa no hospício, comandada por um psicopata.

Até a imprensa internacional está, nestes dias, fazendo piada dos motivos invocados na 
Câmara para o sim.

Pela família quadrangular, pela minha mãe Lucimar, pela minha neta, por remotas cidades 
Brasil afora, por Deus, por Deus, por Deus.

Isso sem contar Bolsonaro, que votou por um torturador de quem se diz que chegou a 
colocar ratos em vaginas de presas políticas.

Só faltou quem dissesse: “Por Eduardo Cunha! Por mim!”

Registre-se ainda o espetáculo de uma deputada que gritou aos pulos “sim, sim, sim” e 
citou como exemplo seu marido, prefeito de Montes Claros, preso no dia seguinte por 
desviar dinheiro de hospitais públicos.

Nas redes sociais, este voto saltitante viralizou.

Foi o mais acabado retrato não só da Câmara que temos, comprada pelo dinheiro das 
grandes empresas via financiamento de campanhas, mas do golpe em si.

É inevitável que este espetáculo dantesco tenha efeitos imediatos na opinião pública, que 
já se dividira antes mesmo que os bufões declarassem seus votos ridículos abraçados a 
bandeiras do Brasil usadas da maneira mais baixa possível.

A grande sentença do intelectual inglês Samuel Johnson foi provada exaustivas vezes 
no plenário-picadeiro: “O patriotismo é o refúgio do canalha.”

Não.

Não é possível que o Brasil esteja à mercê de um grupo daquela espécie. Nas redes sociais, 
muitos apoiadores do impeachment confessaram seu choque ao ver quem defendia a causa 
deles – e como.

O desconforto dos que esperavam o sim acabaria sendo ampliado logo depois pelas 
informações que começaram a circular segundo as quais, fortalecido, Eduardo Cunha 
seria anistiado da roubalheira que promoveu.

Mesmo antipetistas convictos não contavam com essa: vestir a camisa da seleção, sair às 
ruas em nome do combate à corrupção, bater panelas – para depois ver como grande 
vencedor do movimento o maior corrupto da história da República. 
Não poderia haver final mais infame.

A sessão da Câmara haverá de ser um fator importante, talvez decisivo, nos próximos 
passos do processo de impeachment.

A mobilização pela democracia crescerá. Já está desfeita a falácia propagada pelas
empresas de jornalismo de que o impeachment é uma unanimidade nacional.

Não é. É, sim, uma unanimidade entre os donos da mídia, que enxergam aí uma chance de 
meter a mão no dinheiro público.

Temer, caso o golpe se realize, vai imediatamente satisfazer a sede de dinheiro público 
da Globo, da Abril, da Folha.

Isso ficou claro numa mensagem do presidente da Abril aos funcionários da casa por causa 
da sessão infame da Câmara. Nossa vida vai melhorar, bradou ele. Numa tradução livre e
fiel, ele estava dizendo: “Os anúncios do governo vão voltar.”

Às 23 horas de domingo, quando o voto que deu a vitória ao impeachment foi anunciado, 
a sensação geral era que a história do golpe terminara.

Hoje, vistas em detalhe as cenas da sessão, está evidente que não.

Fonte: DIÁRIO DO CENTRO DO MUNDO
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O Senado não pode ser uma sucursal 

golpista do Cunha e do Temer

O Brasil não está em situação de normalidade: as instituições estão estão 

entorpecidas e acovardadas pela fúria fascista reverberada pela mídia hegemônica.

Jeferson Miola

EBC
Os golpistas fazem um esforço em vão para tentar convencer que
impeachment aprovado na Câmara dos Deputados não foi um golpe 
de Estado. Eles sabemque é cada vez mais difundida na sociedade 
brasileira e em ambientes políticos, acadêmicos e oficiais mundo 
afora, a consciência de que está em andamento um golpe de Estado 
no Brasil.

A denúncia da ilegalidade e da inconstitucionalidade do impeachment
põe em cheque a legitimidade do golpe, ainda que aprovado por 
367 deputados. É bom lembrar, na maioria são réus sem legitimidade 
e sem moral, acusados de crimes variados – desde corrupção, fraudes, 
lavagem de dinheiro, trabalho escravo, improbidade e até homicídio.

Na falta de fundamento jurídico e de crime de responsabilidade
para processar Dilma, que não cometeu nenhum crime e não 
responde por nenhuma acusação judicial, os golpistas passaram 
a alegar que impeachment é um julgamento político,uma vez que é 
processado pelo Congresso Nacional.

Esse argumento é falso. Mesmo que seja julgado por uma casa
política como o Congresso, o julgamento não pode ser puramente 
político, levado a cabo por maiorias circunstancias – isso seria uma 
loucura institucional, fonte de caos político permanente.

impeachment necessita de amparo jurídico e constitucional para 
permitir um julgamento justo e legal, mesmo sendo processado 
por um tribunal composto por agentes políticos. Para isso, 
obrigatoriamente deve levar em conta se existe ou não materialidade 
de crime que autorize a retirada da Presidência da República uma 
pessoa eleita com 54.501.118 votos.

Em sistemas parlamentaristas, o impeachment equivale ao voto de
 desconfiança para substituir governantes que perdem maioria 
parlamentar ou aprovaçãopopular. No caso do sistema presidencialista 
brasileiro, todavia, a Constituição não autoriza o emprego do impeachment 
como voto de desconfiança, mesmo emsituações de absoluto 
isolamento e desgaste político do governante.

No Brasil não existe a figura do recall de governantes – embora
a falência do sistema político evidencie a necessidade urgente 
de criar-se dispositivos para a revogação de mandatos, sobretudo 
de políticos comprovadamente corruptos, como o Presidente da 
Câmara dos Deputados e a maioria da turba golpista que 
quer usurpar a cadeira da Presidente Dilma.

Como no ordenamento jurídico brasileiro não existe a figura
do recall, o impeachment será sempre uma medida drástica, um remédio 
extremo que, para ser empregado, depende da comprovação 
efetiva de crime de responsabilidade do governante – e que, 
sem isso, não pode prosperar como um julgamento puramente político.

A verdade solar é que Dilma é vítima de um julgamento de exceção,
 é perseguida politicamente e condenada sem ter cometido nenhum 
crime. A declaração de voto de quase todos os 367 deputados golpistas 
comprova que Dilma está sendo condenada por todas as razões do 
mundo, menos pela prática de um único crime sequer.

No show asqueroso e nauseante dos golpistas que usaram o
microfone para declarar voto a favor doimpeachment, com exceção 
de apenas dois ou três deles que invocaram os estapafúrdios 
problemas de gestão fiscal que consta da denúncia, 
todos os demais golpistas invocaram o pai, a mãe, a família,
um torturador sanguinário, os evangélicos, os batistas, os tios, 
os médicos, a paróquia, o bairro, o estado de origem, o time de 
futebol, o anti-comunismo, o anti-petismo, o feto, 
a bandeira verde e amarela, deus, a crise econômica, o desemprego
etc etc e etc para justificar o voto pelo impeachment– mas não 
conseguiram produzir uma única prova para justificar o 
enquadramento legal da Presidente Dilma.

O 17 de abril de 2016 entra para a história como uma infâmia
que repete 31 de março de 1964, como outro dia ultrajante da 
história do Brasil. Desta vez, as forças armadas não estão promovendo 
a ruptura democrática, porém os demais atores golpistas se repetem: 
a Globo, o udenismo do PSDB/DEM/PPS, uma classe dominante 
corrupta e reacionária e o sistema jurídico e policial que envereda 
o país pelas sombras fascistas.

O Brasil não está em situação de normalidade institucional,
é mentira que as instituições estão fortes e funcionando; 
elas estão entorpecidas e acovardadas pela fúria fascista reverberada 
pela mídia hegemônica. No Brasil está em andamento um golpe 
contra a Constituição e contra o Estado Democrático de Direito.

É fundamental amplificar a denúncia do golpe em escala
nacional e no plano internacional. É fundamental, além disso, 
direcionar as energias democráticas e populares das ruas para 
o exercício da pressão legítima sobre os senadores da
República para defender a legalidade, a Constituição e a democracia.
É preciso impedir que o Senado Federal se converta numa 
sucursal golpista do Cunha e do Temer e sua malta golpista.

Fonte: CARTA MAIOR
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Impressionam os discursos na velha mídia tentando provar que não 
se trata de um golpe de estado.

Por outro lado toda a imprensa estrangeira e a maioria da população 
brasileira vão tomando consciência que se trata de um golpe de
estado.

Além do papelão da Câmara dos Deputados no dia da votação, que
foi e tem sido motivo de chacota em todo o mundo, a velha mídia
brasileira também se alinha com a bizarrice fascista ao fazer, ou
tentar fazer, uma defesa  de legalidade do processo de impeachment.

Aqui, na cidade maravilha e agora olímpica, o espetáculo da velha mídia
privada também é dantesco. 

Nas emissoras de rádio, por exemplo, as rádios Globo, CBN e Tupi, 
apenas para citar as maiores em audiência,  diariamente em suas 
programações disponibilizam debates e comentários onde a maioria 
dos participantes defende de forma escancarada o processo de 
impeachment, através de discursos e comentários claramente fascistas.

Enquanto a quase totalidade da imprensa estrangeira vê claramente
um processo ilegal de golpe de estado no Brasil; 
enquanto a maioria da população  brasileira entende o processo 
de impeachment como uma tentativa de golpe de estado;
enquanto a maioria da população brasileira se diz insatisfeita 
com o atual governo mas é contra o golpe; 
enquanto a maioria da população brasileira não quer um presidente
ilegítimo no exercício da presidência - caso Temer - ; 
enquanto a maioria da população brasileira se sente envergonhada 
com o congresso nacional;
enquanto organismo internacionais  - OEA - acusam a existência 
de um processo ilegal e de ruptura democrática  ano Brasil,

a velha mídia brasileira em conjunto com as oposições transitam e 
habitam um universo paralelo difundindo a tese de normalidade 
das instituições brasileiras, e, ainda, de forma totalmente 
enviesada e esdrúxula defendem o processo de impeachment dizendo 
não se tratar de um golpe. 
Se isso já não  fosse o bastante, ainda, lá em outros universos, 
afirmam com expressões de felicidade nos rostos de seus apresentadores 
que um clima de esperança se instala no Brasil, como fez ontem 
o jornal da TV Bandeirantes.

Diante desse descompasso com a realidade, O PAPIRO termina
este artigo desejando a todos uma feliz Páscoa.


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