sábado, 2 de abril de 2016

Um Leviatã Descontrolado

Lula: por que tanto ódio pela primeira mulher presidente?

Campanha feroz nas bancas demonstra que impeachment está longe de ser jogo jogado.

A rua embaralhou o jogo; eles se desesperam e ameaçam Teori, Ciro Gomes, Edinho, Boulos... Resposta: barragem humana dia 9 no Anhangabaú

O ex-presidente @lulapelobrasil acabou de falar em Fortaleza.



publicado em 02 de abril de 2016 às 13:20
Captura de Tela 2016-04-02 às 13.16.56
Montagem simula Dilma descontrolada no Alvorada; Domingos Alzugaray, o dono da IstoÉ; “histéricas” eram submetidas a tratamento e/ou julgamento, uma forma de submetê-las ao controle masculino
Um ataque as Mulheres! É um acinte, um desrespeito e uma violência contra todas as mulheres a capa da Revista IstoÉ com um texto vexaminoso, utilizando todos os estereótipos e adjetivos machistas e misóginos, para desqualificar uma mulher na Presidência do Brasil!
A estratégia da revista é a mesma utilizada no vazamento contra Lula, que expunha sua fala informal em telefonemas privados usados para desclassificá-lo moralmente.
Mas com Dilma Rousseff é ainda pior, mais escandaloso, sexista e intolerável. É um ataque e um texto que ultrapassa qualquer ética jornalistica, com aspas sem nenhuma fonte!
Vendo o impeachment balançar na correlação das forças políticas, com uma reação vigorosa nas ruas do Brasil e na mídia internacional, a revista IstoÉ parte para uma desqualificação psicológica e emocional da Presidenta da República, que teria “perdido o equilíbrio e as condições emocionais para conduzir o país” e é descrita (sem fontes identificadas) como uma desequilibrada, histérica, furiosa e a beira de um ataque de nervos e propensa a atos violentos!
Trata-se de um ataque genérico de um jornalismo covarde (“fontes do Palácio do Planalto”) que usa aspas fantasmas (ninguém é citado!) para demolir sua reputação com base no ódio as mulheres que ocupam espaços de poder e nos clichês que descrevem uma mulher histérica, desequilibrada, destemperada, com “crises nervosas” sendo “medicada” para aplacar seus rompantes e acessos de violência e histeria.
O texto é uma peça de como a mídia passa a usar da pessoalização, de argumentos e análises extra política para demolir a pessoa, o caráter, construindo um personagem de ficção em que a Presidenta é comparada com “Maria, a Louca”, uma “autista” com uma retórica “cretina” e cuja permanência significa uma ameaça de “volta do terror”(!)
Passam de um estereótipo, “a gerentona masculinizada” , para outro: o da mulher acuada e descontrolada que responde a um ataque político não com articulação, atos, ações e discursos, mas como uma mulher histérica e furiosa quebrando móveis!
Os adjetivos utilizados para desqualificar a Presidenta mulher fazem parte de um extenso vocabulário moral, científico, médico e psicanalítico de destituição do feminino como força política, como sujeito social e como modo de ser e existir: mulheres irascíveis, fora de si, vingativas, destemperadas e moralmente e psicologicamente condenáveis! “Elas” seriam incapazes de conduzir a política e estar no comando de um país!
O texto é uma peça para ser analisada pelos professores e estudantes de Comunicação, as feministas, os analistas políticos e simbólicos, e qualquer leitor critico como a derrocada de tudo que entendemos como jornalismo!
O “ódiojornalismo” produzindo peças maniqueistas e dualistas, textos de ficção e novelização do real se volta agora contra as mulheres!
Estamos vendo (é um sentimento cada vez maior) uma mulher honesta e digna, com um passado de luta, sofrer um ataque misógino e moral, sofrer uma injustiça política (impeachment sem crime é golpe!) em um ambiente extremamente hostil, machista e predador e em que uma figura histriônica e corrupta de um homem como Eduardo Cunha se mantém liderando a Câmara dos Deputados comandando (com uma elite e mídia patriarcal) um golpe contra a Democracia no Brasil.
Fonte: VIOMUNDO
_______________________________________________________


Nas eleições de 2014 a velha mídia acreditava, ou mesmo tinha certeza, que no segundo turno Aécio venceria Dilma.

Aécio perdeu, Dilma venceu e a velha mídia, até os dias atuais, não se conformou com a derrota.

Inconformada e descontrolada, resolveu apostar no impeachment de Dilma.

Depois de um longo período tecendo a trama que cobriria Dilma com o impeachment, a velha mídia comemorou, afinal o impeachment estava garantido.

No entanto, o jogo virou, o tempo mudou e o povo as ruas ocupou em defesa da democracia e contra o golpe, a farsa do impeachment.

O que antes já era uma empreitada descontrolada - o processo de tecer o impeachment - o que acontece agora, com a derrota do impeachment se desenhando, é um descontrole emocional da irracionalidade assumida.

Esse descontrole midiático atual, ignorou o jornalismo e até mesmo a opção político partidária, partindo para um tudo ou nada com desdobramentos imprevisíveis que certamente contribuirão para que medidas de criação de um novo marco regulatório para os meios de comunicação não sejam mais adiadas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário