quarta-feira, 20 de maio de 2015

O silêncio dos barulhentos

Fernando Marroni: 

O estranho silêncio da mídia sobre os R$ 40 bilhões sonegados

publicado em 20 de maio de 2015 às 13:23
Globo sonega
Na Zelotes uma das investigadas é a RBS, parceira da Globo; no HSBC, surgiu uma conta da esposa de Roberto Marinho. 

QUAL O TAMANHO DO ESCÂNDALO?

por Fernando Marroni*
Recentemente, dois escândalos de sonegação vieram à tona no Brasil: o deflagrado pela Operação Zelotes; e o das contas de brasileiros no HSBC da Suíça. Na Zelotes, estão envolvidas grandes empresas brasileiras; inclusive, empresas que controlam a grande imprensa brasileira. A sonegação estimada é de cerca de R$ 19 bilhões.
No escândalo do HSBC, foram identificados 8.667 correntistas brasileiros que possuíam, em 2006 e 2007, cerca de US$ 7 bilhões depositados na filial suíça do HSBC, o que corresponde a R$ 21 bilhões. Vejam bem: R$ 21 bilhões é o orçamento previsto para o Bolsa Família em 2015. Ou seja, os ilustres brasileiros podem ter sonegado um orçamento do Bolsa Família na Suíça — e ainda chamam de Bolsa Esmola?
Recentemente, participei de uma audiência pública, aqui na Câmara dos Deputados, com o jornalista Fernando Rodrigues, único jornalista brasileiro a receber a documentação completa sobre as contas secretas. Saí convencido de que existem três crimes nesse escândalo: evasão fiscal, lavagem de dinheiro e sonegação. Acredito, ainda, que os integrantes da lista, de alguma forma, podem estar envolvidos com outros tipos crime, como tráfico de drogas ou tráfico de pessoas.
A partir dessa audiência e de outras com órgãos do governo, a Câmara pode propor legislação mais rígida, porque o sistema financeiro mundial não aguenta mais essa evasão fiscal e lavagem de dinheiro. Penso que o Brasil deve enfrentar esse tema com maior rigor possível. As investigações e apurações devem apontar os culpados. Esses culpados deverão ser punidos e os recursos repatriados.
Estamos falando de R$ 40 bilhões sonegados. Esse é o tamanho do escândalo. O mais impressionante é que a maior parte da mídia está calada; e a oposição, por sua vez, não move uma palha para obter mais informações. (Nenhum senador do PSDB assinou a CPI do HSBC, no Senado).
Por quê?
*Deputado federal PT/RS

Fonte: VIOMUNDO
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Nenhum senador do PSDB assinou a CPI do HSBC no Senado.
E logo o PSDB, que anda por aí gritando contra a corrupção e a evasão de divisas.

Justo o PSDB, o partido dos paneleiros , analfabetos políticos, que externam suas indignações contra a corrupção e os desvios de dinheiro público.

Se não assinou a CPI, pode-se inclinar o pensamento para argumentos que indiquem que boa parte de políticos do PSDB e de seus aliados no meio empresarial estejam envolvidos em crimes de sonegação, evasão de divisas e lavagem de dinheiro .

Estranho tudo isso, muito estranho.

E o que dizer da mídia do capital, a velha mídia, que omite vergonhosamente, tal qual um  mágico, qualquer tipo de informação relevante sobre os casos HSBC e Zelotes.

No discurso midiático não existe espaço para divulgação de crimes financeiros  em que estejam envolvidos seus aliados políticos, como o PSDB, por exemplo.

Tal discurso, por outro lado, guarda uma linear coerência com as indignações veiculadas através de recipientes metálicos por uma parcela das elites e da classe média deslumbrada desse Brasil grande.  
Sim, tal coerência deve-se ao fato  de que os indignados paneleiros , assim se comportam não pelo combate efetivo aos crimes de sonegação e evasão de divisas, mas sim pelo singelo fato de que não são eles, as oposições, que desfrutam do pleno poder para cometer tais crimes.

Esse comportamento é muito comum no senso comum, onde se pode ouvir indignados dizendo que os corruptos devem ser punidos. 
Dizem, ainda, que caso estivessem no poder seriam mais discretos  quanto as práticas  ilícitas. 
Ou ainda citam a famosa expressão: "rouba mas faz"

Talvez isso explique o desespero das oposições, ou seja, 16 anos longe das facilidades para cometer seus crimes. 

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