quarta-feira, 29 de abril de 2015

Reacionários mostram a cara

FRENTE PROGRESSISTA

Contra a agenda conservadora

Por Luciano Martins Costa em 29/04/2015 
Comentário para o programa radiofônico do Observatório, 29/4/201
 
Uma nota de cinco linhas, publicada na edição de quarta-feira (29/4) da coluna “Panorama político”, do Globo, contém uma das questões centrais para entender como a crise alimentada pela mídia tradicional contribui para o retrocesso de direitos alcançados na Constituinte de 1988. Diz o texto:
“Criada no Senado, com 14 senadores, a Frente Progressista. Liderada por Lindbergh Farias (PT-RJ), ela pretende barrar a agenda conservadora: redução da maioridade penal e as mudanças nos estatutos da Família e do Desarmamento”.
A notícia tem apenas um reparo: a frente de senadores não é liderada por Lindbergh Farias – ele é um dos fundadores, responsável por contatar novos integrantes.
Criada oficialmente na terça-feira (28|), a Frente Progressista Suprapartidária tem também entre seus integrantes o ex-ministro Cristovam Buarque (PDT-DF), que a batizou de “grupo do não passarão”. O grupo, formado originalmente por senadores do PT, PMDB, PSB, PCdoB, PDT e PSol, pode chegar a trinta senadores nos próximos dias.
A solitária nota na coluna do Globo diz pouco mas revela muito: a motivação principal da Frente Progressista é se contrapor à onda de propostas oriundas na Câmara dos Deputados, que ameaçam eliminar conquistas essenciais da sociedade brasileira.
A informação não será encontrada em grandes reportagens ou em artigos dos mais lustrosos colunistas da imprensa, por uma razão muito simples: embora mantenha um discurso cuidadoso em relação a essas iniciativas das bancadas mais conservadoras da Câmara, a imprensa nutre envergonhada simpatia por algumas delas.
O manifesto assinado pelos senadores se refere aos projetos que propõem a redução da maioridade penal, a redefinição do Estatuto da Família – que embute a limitação de direitos dos homossexuais –, a precarização de direitos do trabalhador e a flexibilização do Estatuto do Desarmamento.
E o que a imprensa tem a ver com isso?
Simples: essas propostas só têm encontrado acolhimento na Câmara dos Deputados por causa do contexto da crise política insuflada pelos principais veículos de comunicação do país.

Maioridade penal

A iniciativa da Frente Progressista Suprapartidária cria um abrigo institucional para mobilizações esparsas pela sociedade, que não encontram apoio na mídia tradicional. Em muitas cidades do Brasil, entidades sindicais, coletivos de cultura e organizações não governamentais promovem debates e esclarecimentos sobre algumas das questões que formam a agenda conservadora da Câmara e preparam manifestações que podem se juntar, por exemplo, às greves de professores que a imprensa insiste em ignorar.
Em São Paulo, grupos de educadores e ativistas participaram nesta semana de debates promovidos por entidades como a Ação Educativa e a Fundação Perseu Abramo, nos quais foram relatadas iniciativas de esclarecimento sobre a questão da maioridade penal.
A ativista Verónica Silveira, uma das coordenadoras da campanha que levou à rejeição de uma proposta de redução da maioridade penal no Uruguai em 2014, explicou como os movimentos sociais conseguiram superar o bloqueio da mídia e realizar o plebiscito no qual a maioria da população daquele país decidiu não alterar a legislação de proteção da criança e do adolescente.
No Brasil, questões como essa são conduzidas por grupos reacionários no Congresso Nacional, sob o olhar omisso da mídia tradicional. Os argumentos primários em favor da redução da maioridade penal invertem a lógica que levou a Constituinte a criar o arcabouço jurídico dos direitos da infância e a imprensa se mostra vacilante diante dessa e de outras propostas que, segundo muitos juristas, ameaçam a ordem constitucional.
O interesse explícito das grandes empresas de comunicação é apoiar as manobras que mantêm o governo federal refém dos interesses de líderes do Parlamento ameaçados no inquérito que investiga a corrupção na Petrobras. Esse é o contexto no qual as frações mais reacionárias do Congresso tentam contrabandear para o sistema legal medidas que, em circunstâncias normais, não passariam pelo crivo do Parlamento.
A criação da Frente Progressista não ganha destaque no noticiário porque é do interesse da imprensa manter ativa a agenda reacionária.

GREVE NO PARANÁ.  PM MASSACRA PROFESSORES


O “confronto” de Curitiba


Por Luciano Martins Costa em 30/04/2015   
         
Comentário para o programa radiofônico do Observatório, 30/4/2015
Fonte: OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA
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Parabéns, professores do Paraná, vocês tiraram o bicho da toca


Por Renato Rovaiabril 30, 2015 09:04
Parabéns, professores do Paraná, vocês tiraram o bicho da toca



Ontem o Brasil viveu um dos episódios mais chocantes da história da luta dos professores em defesa da educação e dos seus direitos. A bárbarie perpetrada em Curitiba pelo governador Beto Richa e o seu secretário de Segurança Pública, Fernando Francischini, com centenas de educadores feridos, demonstra o quão violento é o braço político-judicial que se arma a partir do Paraná com o objetivo de endireitar o país.


Francischini é o símbolo mais caricato dessa troika. Ela se tornou secretário de Segurança do Paraná depois de ter virado símbolo nacional de uma guerra ao PT e aos direitos humanos na internet. Com uma ação muito bem coordenada na rede, esse inexpressivo delegado foi se tornando ícone daquela gente que desfilou no dia 15 de março fazendo selfies com a PM e portando faixas de intervenção militar.


A estratégia deu certo e lhe rendeu 160 mil votos, praticamente 3% do total do estado, o que é bastante para um candidato a cargo proporcional. E já em dezembro de 2014 Beto Richa nomeou-o secretário de Segurança Pública.


Até aquele momento o governador do Paraná era o bom moço que tinha sido reeleito no primeiro turno e que se vendia ao Brasil como eficiente administrador público. Já havia quem o recomendasse como uma opção tucana, inclusive, para disputar a presidência da República.


Do mesmo Paraná, o juiz Sérgio Moro foi se consolidando no final do ano passado como o algoz da corrupção. Impôs um estado policial no país a partir de sua jurisdição e se tornou o nosso Eliot Ness tupiniquim.


O 15 de março foi em boa medida construído a partir do que essa República do Paraná oferecia ao Brasil: combate à corrupção, guerra ao PT e aos direitos humanos. Inclusive a guerra suja na internet tem sido fortemente operada a partir do DDD 41, por gente que trabalha em gabinetes de parlamentares e em governos.


Ontem essa República do Paraná, porém, testou um dos limites mais caros à democracia. Ela não se importou em colocar suas tropas para massacrar professores.


Ao mesmo tempo, também ontem se descobriu que o delator do senador Anastasia, o policial federal conhecido por Careca e que foi libertado por Sérgio Moro, está foragido. Ou seja, o inquérito contra o parlamentar fica interrompido enquanto isso.


O jogo começa a ficar mais claro. A Operação Paraná mostra sua verdadeira face. E se por um lado isso deixa a disputa mais transparente, por outro é preciso saber como jogar esse novo jogo com uma nova direita violenta e golpista que se mostra articulada em várias esferas.


Os professores que ontem foram massacrados podem ser a chave para enfrentar esse processo. O Brasil tem uma dívida histórica com esse segmento e não há nada melhor do que investir em educação para se derrotar a estupidez e a barbárie. Parabéns, professores do Paraná, vocês tiraram o bicho da toca.
 
Fonte: Blogue do Rovai
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A criação de uma Frente Progressista no Senado Federal com objetivo de enfrentar e barrar a agenda conservadora, a derrota do juiz Sérgio Moro na Operação Lava Jato e a violência da Polícia  do governo do PSDB do Paraná contra os professores daquele estado, colocam um ingrediente a mais nas manifestações do 1º de Maio.

Mais do que as tradicionais comemorações pelo dia do trabalho, o povo brasileiro , amanhã, irá às ruas para protestar contra a agenda conservadora que deseja sequestrar o governo federal, e também, contra a violência que a  polícia militar do estado do Paraná despejou nos professores em greve.

Essa agenda, apoiada pela velha mídia, partidos de oposição e setores do Judiciário, começa a sofrer duros golpes e o massacre de ontem no Paraná contra professores ( trabalhadores ), como bem observado na postagem acima do Rovai, revela o objetivo dessa organização reacionária.

Do Paraná surgiu Sérgio Moro, o juiz que deseja rasgar a Constituição e ignorar o Estado de Direito, no entanto, também do Paraná, pode ser disseminada  pelo país a semente de enfrentamento popular contra a organização reacionária e conservadora que deseja sequestrar o pais.


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