quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Desertos verdes e cabeças vazias

Caiado quer calar escola de samba do RJ

Por Altamiro Borges

O senador Ronaldo Caiado (DEM-GO), fundador da sinistra União Democrática Ruralista (UDR) – que ficou famosa nos anos 1980 por acionar milícias armadas contra trabalhadores rurais e povos indígenas –, está enfurecido com a Escola de Samba Imperatriz Leopoldinense, do Rio de Janeiro. Para o carnaval deste ano, ela escolheu como tema “Xingu, o clamor da floresta”, que faz críticas aos barões do agronegócio que devastam a natureza, envenenam a sociedade com seus agrotóxicos e expulsam o homem do campo. Em sua coluna no jornal O Globo desta quinta-feira (12), o jornalista Ancelmo Gois informa que o demo está possesso, endemoniado:

“O senador Ronaldo Caiado vai propor, no Senado, uma sessão temática ‘para discutir, debater e descobrir os financiadores da Imperatriz Leopoldinense e os interesses em denegrir o agronegócio’. Como se sabe, as principais entidades do campo estão enfurecidas com a querida escola de samba carioca, que no enredo ‘Xingu, o clamor que vem da floresta’ critica o agronegócio. Veja a justificativa do líder do DEM: ‘Com tantos problemas no país, que sofre com traficantes, bicheiros e facções, causa perplexidade uma escola de samba atacar o agronegócio, orgulho do País, que é o único setor que gera tantos resultados positivos’. Calma, gente”.

Não adianta o jornalista global pedir “calma” ao líder dos demos – um dos articuladores do “golpe dos corruptos” que alçou o Judas Michel Temer ao poder e uma das expressões mais retrógradas do agronegócios no país. A sorte dos foliões da Imperatriz Leopoldinense é que os ruralistas aparentemente não podem acionar seus jagunços para calar a escola de samba. Reproduzo abaixo matéria da CartaCapital que explica o ódio do setor representado pelo demo Ronaldo Caiado:

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Por defesa de indígenas, Imperatriz Leopoldinense atrai a ira do agronegócio

Por Ingrid Matuoka – 10/01/2017

“O índio luta pela sua terra, da Imperatriz vem o seu grito de guerra! Salve o verde do Xingu”, diz o samba-enredo da Imperatriz Leopoldinense, preparado para o Carnaval deste ano no Rio de Janeiro.

O tema “Xingu, o clamor que vem da floresta" foi criado pelo carnavalesco Cahê Rodrigues, 40, que trabalha há 5 anos com a escola, com o intuito de homenagear os indígenas da região e sua luta pela preservação da floresta e de sua cultura.

A música também critica o extrativismo insustentável, a hidrelétrica de Belo Monte e agradece aos irmãos Villas-Bôas, enquanto as alas mostram a exuberância da cultura indígena e os males que os afetam, como desmatamento, uso agressivo de agrotóxicos, queimadas e poluição.

Uma das fantasias, em especial, desagradou parte do setor do agronegócio.

Ela mostra um fazendeiro, com um símbolo de caveira no peito, a pulverizar agrotóxicos. Em nota de repúdio, a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) afirmou ser “inaceitável que a maior festa popular brasileira, que tem a admiração e o respeito da nossa classe, seja palco para um show de sensacionalismo e ataques infundados pela Escola Imperatriz Leopoldinense”. No dia seguinte, a Associação Brasileira dos Criadores de Girolando também se manifestou contra a Leopoldinense.

Embora a fantasia não seja uma crítica direta ao agronegócio, nem generalize o setor, é fato que o Brasil precisa rever suas políticas sobre agrotóxicos.

Mais da metade das substâncias usadas aqui é proibida em países da União Europeia e nos EUA, e os agrotóxicos atingem 70% dos alimentos, segundo um dossiê da Associação Brasileira de Saúde Coletiva. Em um ano, um brasileiro terá consumido cinco litros dessas toxinas, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA).

Responsáveis por 70 mil intoxicações agudas e crônicas anualmente em países desenvolvidos, os agrotóxicos também estão altamente associados à incidência de câncer e outras doenças genéticas, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Para elaborar o tema, o carnavalesco carioca estudou durante quase um ano os povos do Xingu, e passou quatro dias em uma oca, vivendo ao lado deles.

“Eu vi quanto o índio depende da floresta para sobreviver e quão forte é o contato com a terra, com o verde. Logo pela manhã, quando acordei, vi curumins brincando de correr atrás de borboletas, é a brincadeira preferida deles, e subindo em árvores para pegar uma fruta, descascar e comer com a mão. O índio é a própria natureza. E quando você agride a natureza, está agredindo diretamente a vida do índio”, conta Cahê.

O medo e a ameaça de uma nova invasão, de perderem seu espaço de direito, que os índios vivem quase diariamente também marcou Rodrigues. “Pude sentir na pele essa angústia, e a Imperatriz não está inventando nada, faz parte da história do Brasil”.

Para ele, a ABCZ e outras empresas que seguiram a crítica foram precipitadas. "Nunca foi intenção agredir o agronegócio diretamente. A ala que leva o título de "fazendeiros e agrotóxicos", e aponta o uso indevido da substância que mata os peixes, polui os rios e agride a vida dos índios e a nossa. Estamos falando do caos que cerca a vida do índio”.

Em outra passagem, o samba-enredo diz “o belo monstro rouba as terras dos seus filhos”. Segundo o carnavalesco, é uma analogia à construção da usina hidrelétrica de Belo Monte e à desapropriação de terras de povos indígenas. Para a ABCZ, foi uma crítica a suas práticas: “Chamados de “monstros” pela escola, nós, produtores rurais, respondemos por 22% do PIB Nacional e, historicamente, salvamos o Brasil em termos de geração de renda e empregos”.

* Procurada pela reportagem de CartaCapital, a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu não se manifestou até a publicação desta reportagem.


Fonte: Blog do Miro
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                 Je suis Cedric

O alvo da loucura agora é o Samba.

Até meados da década de 1960 os enredos das escolas de samba tinham como temas apenas personagens da história do Brasil.

Ainda na primeira metade da década a Escola de samba do Salgueiro inovou apresentando Chica da Silva como enredo.

A partir de então, tudo mudou e os enredos ganharam em criatividade e crítica social. No entanto, com a radicalização da ditadura militar na primeira metade da década de 1970, os enredos ficaram, digamos assim, bem comportados. Foram muitos enredos no período enaltecendo o "Brasil Grande", slogan do regime.

Mais uma vez, agora no ano de 1976, o tal comportamento foi pelos ares, e deu zebra no resultado do desfile, ou melhor, venceu a escola Beija-Flor de Nilópolis, com um enredo abordando o jogo do bicho. A partir de então os enredos ficaram ainda mais criativos.

No entanto não faltaram polêmicas como o enredo da Beija-Flor, no final da década de 1980, que trouxe uma alegoria da estátua do Cristo Redentor coberta com uma lona preta, fruto de uma proibição imposta pela Igreja Católica. Já neste século, a Escola Unidos da Tijuca foi proibida por entidade Israelita do RJ de apresentar alegorias retratando o holocausto dos judeus na segunda guerra mundial. Outras tantas polêmicas com enredos aconteceram, não necessariamente com proibições quanto a elementos cênicos usados nos desfiles. A escola Unidos de Vila Isabel, foi campeã do carnaval de 2013 com um enredo que abordava e enaltecia a vida do homem do campo, algo mais próximo do pequeno agricultor. A escola recebeu críticas por ter recebido um suposto patrocínio de indústria de fertilizantes. Pelo que me consta nenhum parlamentar se mobilizou para saber quem teria financiado a escola do bairro de Noel. Crítica social, irreverência e mesmo o deboche, sempre estarão presentes na maior festa da cultura popular, independente de chiliques de parlamentares. No caso da escola Imperatriz Leopoldinense, a crítica procede, pois trata-se de um lado de compreensão da realidade. O argumento de que o agronegócio contribui com 22% do PIB, não significa que esteja imune as críticas. Imagine, caro leitor, se, por exemplo, 22% do PIB fossem oriundos de investimentos para construção de presídios, equipamentos de repressão social, e recuperação de deliqüentes sociais. Que sociedade e com que qualidade de vida existiria com base nesses números ? A crítica que a escola da zona da leopoldina da cidade do Rio de Janeiro apresenta em seu enredo, se justifica, pois é um lado da verdade, da compreensão da realidade.

Por muito tempo o samba foi proibido no Brasil, sambistas apanhavam da polícia e eram presos. Hoje, o samba é patrimônio imaterial do pais, com uma cadeia produtiva que gera milhares de empregos ao longo de todo o ano, e ainda promove, todos os anos, a maior festa popular a céu aberto de todo o planeta, gerando divisas para a cidade do Rio de Janeiro.

Será que a perseguição do senador deve-se ao fato de se tratar de uma festa popular, do povo ?

Com Lula e com as ruas contra o golpe

Quem calou com o golpe agora sente o mal que aceitou

POR FERNANDO BRITO · 12/01/2017


A professora Helena Nader, presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, foi muito criticada por defender que a SBPC não fosse favor nem contra o governo Temer, na época do golpe de Estado.

Hoje, no UOL, a doutora em biologia molecular, diz que está cansada de defender a ciência e a tecnologia e tem vontade “de recomendar aos jovens que saiam deste País”, tamanho é o corte que se fez nas verbas de pesquisa científica no Brasil.

A doutora Helena não é a única arrependida. Soube hoje de um professor “coxinha” da Universidade do Estado que está aos brados contra o fechamento – sim, a palavra é esta mesmo – da UERJ.

Não os apedrejo nem lhes digo “bem-feito”, infantilidades próprias que quem não reconhece o direito alheio a, inclusive, ser tolo.

Mas me surpreende que gente da ciência não seja capaz de ver o óbvio: que este golpe veio para aniquilar qualquer as piração de independência do Brasil e que, para isso, uma das primeiras cabeças a serem cortadas é a do conhecimento.

O único que digo à doutora Helena é que há muita gente, jovem e velha, que não vai cansar nunca de defender o Brasil e dispensa a sua recomendação de deixar o Brasil.

Vamos ficar e vamos lutar.

Veja o trecho da matéria do UOL e assine o manifesto em defesa dos recursos para a pesquisa científica nacional:

Eu estou muito chateada, sabe? Estou com idade suficiente para pendurar as chuteiras. Não sei porque que eu continuo ainda lutando nesse País. Oferta de emprego no exterior, eu sempre tive. Muitas. Agora eu estou ficando cansada e estou com vontade de recomendar aos jovens: saiam deste País”, desabafou Helena Nader, presidente da SBPC.

De acordo com Helena, recursos para a área vêm caindo desde o governo Dilma Rousseff, e o novo limite de gastos pegou o orçamento de Ciência e Tecnologia em um dos seus piores momentos.

“Junto com essa sumida de recursos da fonte 100, nós temos uma PEC que colocou o Ministério da Ciência e Tecnologia, nos fotografou [tomou como base os gastos do orçamento], no pior patamar dos últimos anos” explicou a pesquisadora.


Fonte: TIJOLAÇO
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Acorda Brasil: a Petrobras está sendo assaltada

Escrito por Redação, Postado em Claudio Oliveira


Cláudio da Costa Oliveira, colunista do Cafezinho

Já escrevi diversos artigos sobre o projeto lesa-pátria que está em andamento atualmente na Petrobras.

As denúncias são muitas e vem de todas as partes sem que nenhuma providência seja tomada.

A venda da participação da Petrobras (66%) no campo de Carcará para a estatal norueguesa Statoil, por US$ 2,5 bilhões, anunciada em 28 de julho de 2016, foi fortemente criticada por muitos especialistas.

A Federação Brasileira de Geólogos (Febrageo) que representa 18 associações profissionais de geólogos e os sindicatos da categoria em Minas Gerais e São Paulo emitiu nota oficial acusando a venda de “crime de lesa-pátria”. A justificativa é o baixo valor do negócio, considerando o potencial único do campo de Carcará.

Segundo o presidente da Febrageo, João Cezar de Freitas Pinheiro, os conhecimentos existentes indicam que o campo pode valer “até dez vezes mais”, considerando todas as variáveis do negócio. “A empresa não pode vender um ativo sem estudar melhor o valor deste ativo”

A Associação dos Engenheiros da Petrobras (AEPET) realizou estudo demonstrando que a venda da Nova Transportadora do Sudeste (NTS) para a empresa canadense Brookfield Infrastructure Partners (BIP), causou um prejuízo maior do que o apurado no processo da Lava Jato.

A Associação Brasileira dos Revendedores de GLP (ASMIRG-BR) informou que “o brasil sofreria o maior golpe de sua história com a venda da Liquigas” e também “agora se vende uma empresa enxuta, altamente rentável, por preço insignificante. A Liguigas foi vendida em negócio intermediado pelo Banco Itaú, que é um dos sócios do grupo Ultra, por sua vez proprietário da Ultragaz que foi a compradora.

O relatado acima já seria suficiente para atestar o escândalo da atual administração da Petrobras. Mas os problemas não param por aí, pois um aspecto importante é a forma como estas vendas foram efetuadas. De maneira açodada, sem transparência, sem concorrência, de forma dirigida, ao arrepio da lei.

O engenheiro aposentado da Petrobras, ex-presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobras (AEPET), Ricardo Maranhão, escreveu um artigo intitulado “Descaminhos dos desinvestimentos da Petrobras” onde é discriminada a lista de leis que estão sendo descumpridas no processo de venda de ativos da companhia.

Maranhão questiona : “Sendo a Petrobras uma sociedade de economia mista, de capital aberto, integrante da administração pública indireta, o processo de venda de ativos está sendo conduzido com transparência, obedecendo o princípio constitucional da PUBLICIDADE (CF art. 37) ?”

E também : “A venda de ativos obedece a exigência de IMPESSOALIDADE, garantindo não haver CONFLITO DE INTERESSES ?” E por aí vai.

Não, a venda de ativos só atende ao que passa pela cabeça de Pedro Parente e seu diretor financeiro Ivan Monteiro.
O TCU mandou suspender todas as vendas de ativos da Petrobras depois que técnicos do órgão constataram os desmandos e os descumprimentos legais que estavam ocorrendo.

Em recente entrevista o diretor financeiro da Petrobras informou que : “estamos esperando o fim do recesso no TCU para retomar a discussão sobre o modelo a ser adotado pela empresa para os desinvestimentos”
Será que depois de tantos crimes cometidos ainda vão deixar esta corja administrando a emprêsa ?

Onde está o Ministério Público Federal que não pede uma intervenção imediata na companhia, paralisando este plano de negócios absurdo, cujo objetivo é dilapidar a emprêsa ?

Julian Assange, fundador do Wikileaks, em entrevista ao jornalista Fernando Morais , do Nocaute, informou : “Uma maneira de trocar favores com os Estados Unidos é facilitar à Chevron e à Exxon o acesso à partes deste petróleo (pre-sal). Nas mensagens vasadas por Wikileaks, aparece um desejo constante das petroleiras americanas de ter o mesmo acesso que a Petrobras tem”

Ele fez a seguinte análise :”Quais são as grandes instituições públicas brasileiras, quais as mais fortes ? Acho que são o exército e a Petrobras. E acho que em comparação, todas as outras instituições são fracas. Então creio que fragilizar a Petrobras é uma forma de fortalecer os militares, como centro de gravidade da organização do estado. E isto pode ser um problema”

O forte interesse das empresas americanas nós já conhecíamos, inclusive pelo vazamento das conversas do José Serra com a presidente da Chevron.

Com relação à fragilização da Petrobras, entendemos que isto significa a fragilização do Brasil como um todo. Significa a fragilização de suas empresas. Significa a fragilização de seu povo, que perde emprego e renda. E significa também a fragilização do exército e dos militares como consequência.

O povo brasileiro precisa se organizar para defender a Petrobras que está sob forte ameaça.

O Brasil hoje é governado por colonizadores que só pensam em explorar o país e seu povo

Fonte: O  CAFEZINHO
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ABRIL: TRABALHE ATÉ MORRER E SEJA COMO MICK JAGGER

12 DE JANEIRO DE 2017 POR LUCIANA OLIVEIRA


247 – Capa da edição desta semana da revista Exame, da Editora Abril, sugere que os brasileiros se conformem com a ideia de continuar trabalhando após os 65 anos para conseguir garantir 100% de sua aposentadoria.

Publicação vira piada ao comparar a realidade do trabalhador brasileiro com a do ídolo do rock Mick Jagger. Diferença é que Jagger é um dos homens mais ricos da Inglaterra e do mundo do entretenimento.

As previsões atuais são de que pelo menos 70% dos brasileiros ficarão sem aposentadoria, se Michel Temer conseguir aprovar sua reforma da Previdência no Congresso

Fonte: Blog da Luciana Oliveira
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                 Je suis Cedric

Enquanto o governo do golpe arrasa, destrói e entrega as riquezas do povo brasileiro para empresas estrangeiras;

enquanto o governo do golpe trabalha rápido para acabar com a saúde e a educação pública;

enquanto o governo do golpe corre para acabar com as aposentadorias,

Lula quer eleições, rechaça guerra civil contra os pobres e fala em esperança num Brasil repactuado. Quando termina parece fila de pão quente.


Fonte: CARTA MAIOR

2001, uma odisseia no ciberespaço

              
             Je suis Cedric

O PAPIRO, próximo de completar 5 anos de atividades no dia 1º de março, atinge a postagem de número 2001.

Nesta postagem exaltação, a constatação de uma odisseia no ciberespaço com muita opinião, informação, poesia, ciência, polêmica e defesa intransigente dos valores, ideias e práticas relacionadas ao ecossocialismo democrático.


Constantemente investigado e ao mesmo tempo temido, tal qual o monólito, o PAPIRO continua em sua viagem pelo ciberespaço.

Resultado de imagem para 2001 uma odisseia no espaço



quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Brasil neoliberal

Esse é o novo mapa do Brasil

Presídio Urso Branco, em RondôniaResultado de imagem para foto de presos nus no presidio de urso branco em rondonia


Fonte: CONVERSA AFIADA
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              Je suis Cedric

Horror, horror, horror.

Que bom seria se a foto acima fosse apenas uma alegoria do carnavalesco Paulo Barros durante um desfile de escola de samba.

Ou então um ensaio fotográfico com dezenas de pessoas nuas, como muitos que já se viu.

Ou ainda um descanso coletivo em uma área destinada ao naturismo e nudismo.

Infelizmente, a foto retrata a alucinação real do dia-a-dia das penitenciárias do Brasil 2017, versão neoliberal turbinada, sem rumo, sem futuro, sem nome.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

O Holocausto Capitalista

aviso

Fonte: Blog da Luciana Oliveira
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Je suis Cedric















O Relatório Lugano é um livro imperdível. Li em janeiro de 2003, durante a 3ª edição do Fórum Social Mundial, em Porto Alegre. No livro o leitor deve entender os motivos pelos quais não se investe em educação e a violência e o crime organizado crescem e se fortalecem cada vez mais. Eliminar mais de 1/3 da população mundial é o objetivo do capitalismo, segundo a autora. Para que isso aconteça, guerras, conflitos, violência e epidemias devem ser incentivadas. As pessoas que devem morrer, ainda segundo o livro, morrerão por escolha própria, ou seja, por serem pobres, ignorantes, criminosos, incapazes, incompetentes, e minorias.

Uma análise profunda e reveladora, que olhando o mundo hoje, 17 anos após o lançamento do livro (o livro foi lançado em 1999), revela-se atual e realista.


O Relatório Lugano
Susan George

Neste romance uma pessoa misteriosa contrata uma equipe para encontrar uma solução para salvar o capitalismo no futuro. A equipe decide que 1/3 da população mundial deve morrer. A escolha das vítimas se dá pelos critérios que avaliam incompetência, incapacidade, pobreza, ignorância, preguiça, criminalidade etc., ou seja, os pobres.

sábado, 7 de janeiro de 2017

A Decapitação é política de governo

Agressor de mulheres, “adorador da chacina” estaria lá dentro, se houvesse Justiça
POR FERNANDO BRITO · 06/01/2017


Depois do espancador de professores Fernando Francischini, do Paraná, a vez da mediocridade passa para um cidadão de nome Bruno Moreira Santos, mais conhecido como Bruno Júlio, Secretário Nacional de Juventude do Governo Temer.

Segundo Ilimar Franco, em O Globo, ele comemorou a decapitação de seres humanos em Roraima e Manaus.

“Tinha era que matar mais. Tinha que fazer uma chacina por semana.”

Bruno, que é filho do polêmico Cabo Júlio, do PMDB mineiro – é o seu currículo – não deve ter espelho em casa.

Ele foi denunciado em abril deste ano, na 1ª Delegacia Especializada de Atendimento a Mulher, em Belo Horizonte pela companheira, a quem “puxou pelo cabelo e deu tapas em seu rosto”.

Mas não foi só isso, segundo o G1:

Em outro caso, registrado como lesão corporal, Bruno Santos é suspeito de agredir com socos, tapas, chutes e puxões de cabelo a mulher com quem tinha uma união estável em março de 2014. Na época, ela ainda relatou à polícia que foi ameaçada com uma faca porque o então companheiro não aceitava o fim do relacionamento.

Uma vez, vá lá que seja armação, mas duas? E três, então?

Em novembro de 2015, o secretário foi acusado de assédio sexual por uma funcionária. Na denúncia, a mulher contou que era ameaçada de demissão caso não saísse com ele. A vítima disse à polícia que era perturbada e constrangida pelo patrão com elogios e convites para acompanhá-lo em viagens. Segundo a polícia, ela entregou à delegada mensagens das ameaças enviadas por celular pelo secretário.

Cuidado, secretário. Quem acha que nada é razão para chacinar alguém o defenderia, se o senhor tivesse ido parar lá dentro por estas acusações.

Aqui, ninguém gostaria de vê-lo decapitado.

Já gente como o senhor acha que “tinha de fazer uma chacina por semana” e, aí, logo chegaria a sua vez.

Fonte: TIJOLAÇO
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O faxinismo em alta na sociedade brasileira: diferentes versões


Fonte: CARTA MAIOR
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Pelo que já tem sido noticiado, o garotão valentão aí da foto junto com o golpista já foi demitido do cargo. O presidente em exercício de presidência não gostou das declarações do garotão, e passou o facão no adorador de chacinas. O demitido, ou decapitado do cargo, ocupava a chefia da Secretaria para Assuntos da Juventude, com status de ministério. Perceba, caro leitor,que uma coisa dessas era responsável por formular e aplicar políticas para os jovens.

Será que o presidente em exercício da presidência não conhecia o garotão quando o indicou para o cargo, é a pergunta que se faz.

Claro que conhecia, assim como compartilha de suas ideias e das ideias dos demais membros de sua equipe de governo.

O que assusta, assim como as várias cabeças que ficaram separadas dos corpos no Amazonas e em Roraima, é o que existe nas cabeças governamentais separadas de um mínimo de civilidade.

A decapitação está presente no governo do golpe, e é política de governo principalmente para os jovens, ou seja literalmente como incentivo de práticas de violência física ou metaforicamente como genocídio do futuro dessa parcela da população.

Je suis Cedric

Fazendeiro em julgamento defende contrabando de migrantes: "sou um cidadão francês"

O réu, Cédric Herrou, 37, um fazendeiro de azeitonas, não negou que por meses permitiu a passagem de dezenas de migrantes pelas remotas montanhas do vale.

ADAM NOSSITER, NY TIMES


NICE, França — Às vezes era difícil dizer quem estava em julgamento, o contrabandista ou o estado.

O réu, Cédric Herrou, 37, um fazendeiro de azeitonas, não negou que por meses permitiu a passagem de dezenas de migrantes pelas remotas montanhas do vale onde vive. Ele faria de novo, sugeriu.

Ao invés, quando perguntado por um juíz, “porque você faz isso tudo?” Herrou virou a mesa e questionou a humanidade da prática francesa de “caçar” e devolver africanos que chegam ilegalmente da Itália em busca de trabalho e uma vida melhor. Era “indigno”, ele disse.

“Têm pessoas morrendo do outro lado da estrada”, respondeu Herrou. “Não é direito. Têm crianças que não estão seguras. É de se enfurecer ver crianças, às 2 da manhã, completamente desidratadas.”

“Sou um cidadão francês”, Herrou declarou.

O julgamento, que começou na quarta-feira, não é qualquer um. Tem tido cobertura significante da mídia francesa por seu rico simbolismo e pelo modo que resume a ambigüidade da política francesa sobre o fluxo de migrantes na Europa e o dilema que eles representam.

A França, dentre as nações européias, se orgulha de seu humanitarismo esclarecido, fraternidade e solidariedade. E ainda assim, está lutando para reconciliar esses valores com as realidades de um mundo menor e mais globalizado, incluindo o medo do terrorismo.

As contradições estão sendo reveladas em tribunais, na política e em fazendas, nos calçadões de Paris e em estações de trens da Cote d’Azur até o porto de Calais, onde o governo demoliu um enorme campo de migrantes no outono.

Por um lado, políticos na eleição presidencial desse ano estão competindo para ver quem pega a estrada mais dura em relação à segurança das fronteiras do país. A maioria está prometendo uma repressão aos migrantes, com admissão reservada para casos específicos de perseguição política. Os ataques terroristas, incluindo o do último verão em Nice que matou 85 pessoas, exacerbaram o sentimento anti-migrante.

Mas nessas remotas montanhas dos vales, onde judeus fugindo dos nazistas e dos colaboradores de Vichy acharam refúgio durante a 2a Guerra Mundial, Herrou se tornou um herói por liderar um tipo de linha de trem subterrânea para contrabandear migrantes para o norte, muitos com destino à Inglaterra ou Alemanha. Seu trabalho rendeu admiração por sua resistência ao estado e por sua posição de solidariedade ao próximo.

Outros na região parecem concordar. Na praça do lado de fora do tribunal, centenas de simpatizantes se juntaram e gritavam, “somos todos filhos de imigrantes!”

Herrou recebeu uma recepção de herói enquanto descia as escadas acompanhado pelas câmeras de televisão.

Dentro, nem mesmo o promotor, Jean-Michel Prêtre, parecia querer o homem lá e chamou sua causa de “nobre”. Ele pediu por uma sentença de oito meses, mas rapidamente reafirmou que a mesma deveria ser suspensa, “é claro”.

Ainda assim, lei é lei.

“Ele demonstrou uma intenção manifesta de violar a lei”, disse Prêtre ao tribunal. “Podem criticar, mas a lei deve ser aplicada.”

O veredito, que será decidido por um painel de três juízes que ouviram o caso essa semana – não houve banca de jurados – está agendado para ser anunciado dia 10 de fevereiro.

A apelação por leniência foi tanto um reconhecimento de desconforto amplo com a lei, quanto um reconhecimento do crescimento do status de Herrou na região de Nice e no interior montanhoso, em Roya Valley.

Herrou foi eleito “Azuréen do Ano” (cidadão de Cote d’Azur do ano) mês passado pelos leitores do principal jornal local, Nice-Matin, para a fúria dos oficiais regionais.

“Sou Cédric”, lia uma das placas na multidão. “Vida longa ao justiceiro de Roya”, lia outra.

O tribunal, na quarta-feira, estava lotado de pessoas da montanha – os homens de barba e rabo de cavalo e as mulheres de roupas de pano – que vieram apoiar Herrou e que estavam convencidas de que a justiça está ao seu lado.

A noção de que Herrou está tentando sustentar o que ele vê como valores franceses básicos, ao invés de que está infringindo a lei, é a razão principal pela qual ele goza de um apoio popular considerável. O argumento formou a essência da estratégia de defesa de seu advogado.

Lembrem-se da última palavra do slogan da República Francesa, “Liberdade, Igualdade, Fraternidade”, disse seu advogado Zia Oloumi, ao tribunal.

“Eles dizem que Herrou é uma ameaça à República”, disse Oloumi aos juízes. “Ao contrário, eu creio que ele está defendendo seus valores”.

“Sabe, temos esse valor, fraternidade, e o dicionário é bem claro quanto à isso”, disse Oloumi. “Pensem sobre o impacto da sua decisão na aplicação prática da ideia de fraternidade”.

Herrou não estava provando nenhum ponto político, insistiu Oloumi. Estava meramente respondendo a uma crise humanitária em seu próprio quintal; o Roya Valley se tornou uma via alternativa para os migrantes.

Os juízes não responderam. Mas a leveza da sentença pedida por Prêtre sugeriu que os conceitos invocados por Oloumi surtiram efeito.

Os acusadores de Herrou pareciam surpreendidos por sua teimosia. Nem todos os migrantes pegos por Herrou estavam na beira da estrada. Ele encontrava muitos em campos de migrantes ao longo da fronteira da Itália em Ventimiglia, procurando especialmente por mulheres e crianças.

A juíza presidente, Laurie Duca, o lembrou que havia sido preso em agosto, perto de sua casa em Breil-sur-Roya, com uma van cheia de migrantes.

Na época, o promotor o soltou, sugerindo que as motivações humanitárias de Herrou o absolveram. Essa primeira detenção foi apenas um aviso.

“Depois de agosto, você disse saber que isso é ilegal”, apontou a juíza no tribunal. Herrou persistiu, descrevendo seu trabalho de contrabando de migrantes aos jornalistas no outono passado e até mesmo ocupando um campo de verão da ferrovia do estado em desuso quando sua própria residência ficou sobrecarregada.

Nesse ponto, no meio de outubro, as autoridades decidiram que já estavam cansadas dele. “Você estava lá, e era extremamente ativo”, disse a juíza. “Porque tanta mídia?”

Herrou respondeu, “é direito que a sociedade saiba de tudo isso”.

A juíza e o promotor sugeriram que dessa vez Herrou não ganharia o passe humanitário que já o havia beneficiado. O establishment político local está furioso com ele.

“No momento exato em que precisamos de controles mais rígidos, as ações ideológicas e premeditadas de Herrou são um grande risco”, escreveu Eric Ciotti, liderança de direita no Parlamento, no Nice-Matin.

Prêtre, o promotor, sugeriu que a persistência e a abertura de Herrou foram sua anulação.

“Herrou reconhece tudo”, Prêtre disse, surpreso. “Esse julgamento deriva de uma estrtatégia de comunicação por uma causa que eu respeito totalmente”.

E ainda assim, “isso foi o que ele disse à policia. Ele disse, “estou violando a lei”. Mas eu sou o promotor, preciso defender a lei”

Fonte: CARTA MAIOR
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Je suis Cedric











Certa vez em um tempo, não muito distante dos dias atuais, um homem que mantinha um blog de opinião passou a ser violentamente perseguido pela grande mídia e por parcela da sociedade do país em que vivia. Escrevia sobre política e sobre os costumes da sociedade. Seu blog ganhou visibilidade e consequentemente grande audiência, o que chamou a atenção dos grandes meios de comunicação. A imprensa, aliás, era um de seus assuntos prediletos nas suas crônicas. Com audiência em curva ascendente a grande mídia passou a persegui-lo e assim uma grande batalha de opiniões tomou conta da opinião pública. Foram anos de bate e rebate nos textos e em outras linguagens. Sendo incapaz de derrotar o homem no campo das ideias, a grande mídia resolveu apelar ainda mais e passou acusar o homem com um infinidade de crimes, todos inexistentes e fruto de frustrações por não conseguir derrotá-lo. No entanto, se apropriando de expressões usadas pelo homem em alguns de seus textos , um veículo de mídia conseguiu processá-lo levando-o aos tribunais com a acusação de ataque a honra e a credibilidade daquele veículo.Como durante os anos os ataques foram mútuos e a grande mídia ainda cometeu crimes como invasão do computador e interdição da correspondência daquele homem, dentre outros crimes não menos graves, o julgamento ganhou outros variáveis em seu contorno. Existia uma grande expectativa na sociedade se o homem seria condenado. O país praticamente parou e as apostas dispararam. Durante os dois dias de julgamento uma grande equipe de advogados da grande mídia não poupava o homem, que se defendia sozinho, sem advogados.
Ao final, a tão esperada sentença. O juiz condenou o homem por ataque a honra e a credibilidade daquele veículo de mídia, no entanto não seria detido mas deveria pagar uma multa de R$ 1,00 ( um real) pela honra da empresa.

A história acima retrata mais ou menos o que acontece com o fazendeiro francês que movido pelos mais nobres sentimentos de igualdade, liberdade e fraternidade, ignorou as leis do país e ganhou o apoio da opinião pública francesa, constrangendo, inclusive, parcela do judiciário daquele país.

O comportamento de Cedric é inspirador para todo o mundo, pois trata-se de um ato de desobediência civil muito bem elaborado e que tem tocado as pessoas em diferentes países, mesmo com a pouca divulgação que a grande mídia - a mesma que recebeu R$1,00 de indenização por ter sua honra ofendida - tem dado ao caso.

Atos semelhantes tem acontecido em outros países, como o grupo de pessoas em Londres que resolveu levar moradores de rua para passar o dia de Natal em residências. Em São Paulo, enquanto o ridículo se veste de gari com apoio de midiáticos que tem medo do Lula, grupos de ciclistas distribuem livros para moradores de rua.

Há algo de novo no ar que começa, ainda que timidamente, a tocar as pessoas quanto ao fracasso do modelo econômico do mundo globalizado e que começa a atingir um estágio com ações afirmativas.
 
Que Cedric seja a inspiração para outras tantas ações de desobediência civil pelo mundo, se necessário for