terça-feira, 26 de maio de 2015

Frente de Esquerda

Espanha respira um renascimento político e libertário: 
2 mulheres de esquerda vão comandar suas 2 principais vitrines, Barcelona e Madri

A Europa se move para a esquerda: 
'Barcelona, o epicentro da mudança'. Esther Vivas, da Praça do Sol ao poder.

A obra do arrocho neoliberal: 
29% dos 46,7 milhões de espanhóis vivem no limiar da pobreza e da exclusão;45% não conseguem mais gozar férias.

Fonte: CARTA MAIOR
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El País': Eleições em Barcelona e Madri marcam virada política na Espanha



As duas prováveis prefeitas eleitas são herdeiras de movimentos sociais


O jornal espanhol El País publicou nesta segunda-feira,(25/05) um artigo em que repercute o resultado das eleições municipais e regionais deste domingo, com grandevitória da esquerda. "Manuela Carmena, uma juíza aposentada com prestígio que usa o metrô e que escapou de uma matança fascista em 1977, e Ada Colau, uma ativista especializada em paralisar despejos hipotecários de pessoas que ficariam sem casa, serão, previsivelmente, as novas prefeitas de Madri e Barcelona. São os principais símbolos da tempestade política que atingiu a Espanha nas eleições".

No caso de Madri, Carmena necessitará do apoio do Partido Socialista (PSOE) para governar. Tudo aponta que será assim. Os resultados oficiais, com 99% dos votos apurados, refletem uma situação de quase empate na capital Madri entre o conservador Partido Popular (PP), o partido do presidente Mariano Rajoy (34,4% e 21 vereadores de 57) e Ahora Madrid, uma coalizão de movimentos cidadãos comandados por Carmena (31,9% e 20 vereadores), assim como uma importante queda do PSOE de Antonio Miguel Carmona (15,34% e 9 vereadores) e um resultado mais pobre do que o esperado para Ciudadanos (11% e 7 vereadores), um novo partido de centro-direita. Carmena fez um discurso no domingo à noite e afirmou “grandes mudanças ocorreriam na capital”.
 

Desta maneira, a capital da Espanha, cidade onde há quatro anos nasceu o movimento dos indignados (15-M) e Barcelona serão os paradigmas do giro à esquerda que vem experimentando o país.
 

Não só isso. Carmena e Colau não pertencem a nenhum partido político. Formam parte de plataformas e grupos heterogêneos, como Podemos, herdeiros desses movimentos sociais que renegaram os partidos políticos tradicionais, principalmente os indignados. As duas, além disso, basearam boa parte da campanha eleitoral nas redes sociais. Serão mudanças histórias: em Madri, o PP de Mariano Rajoy governa há 24 anos.
 

A longo prazo, Ahora Madrid promete auditar a dívida pública, revisar contratos municipais para devolver à Prefeitura vários serviços públicos, como o de limpeza urbana; paralisar as principais intervenções urbanistas da cidade; subir os impostos às grandes empresas; abaixar as tarifas de transporte público, entre outras medidas.
 

No entanto, no mesmo dia que Carmena foi escolhida como candidata, Ahora Madrid apresentou as cinco medidas mais urgentes, votadas em processo aberto a toda a população, que deverão ser implementadas nos primeiros 100 dias de Governo.
 

- Colocar todos os meios e recursos municipais para a paralisação de ações de despejos e para garantir uma alternativa habitacional.
 

- Paralisar a privatização dos serviços públicos, a concessão de serviços municipais a grandes empresas e a venda do patrimônio público.
 

- Garantir os serviços básicos (luz e água) a todos os lares que não podem pagar por eles.
 

- Garantir o acesso a saúde pública e a todas as ações de prevenção e de promoção da saúde a todas as pessoas, independente de sua situação administrativa.
 

- Desenvolver um plano urgente para a inclusão no mercado de trabalho de jovens e desempregados de longa duração.
 

O grupo de Ada Colau, Barcelona en Comú, também apresentou um plano de choque para os primeiros meses de mandato, definido “ambicioso”, porém “factível”. Asseguram que muitas dessas medidas não possuem nenhum custo: “Exigem valentia política, bom senso e podem ser aplicadas de forma imediata”.
 

- Criar 2.500 empregos com um investimento de 50 milhões de euros.
 

- No campo social, pretendem multar os bancos que executem um desalojo hipotecário, taxar as empresas elétricas, revisar o cartão do transporte público e ampliar a gratuidade, e implementar uma renda municipal para famílias pobres.
 

- Reverter as privatizações e concessões de serviços públicos e revisar projetos urbanísticos.
 

- Reduzir salários dos representantes para até um máximo de 2.200 euros mensais, eliminar os carros oficiais e fazer uma auditoria em algumas entidades.

Fonte: JORNAL DO BRASIL
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Primeiro a Grécia e agora a Espanha.

Certamente outros países europeus seguirão o mesmo caminho.

O arrocho tem sido muito longo, não só na Europa como em todo o mundo e, com isso, as pessoas não aceitam mais os governos que por décadas vem se revezando no Poder aplicando os mesmos venenos para sangrar e matar os povos.

O que acontece, agora,  é resultado dos movimentos sociais que no início desta década saíram às ruas  em todo o mundo para protestar contra as medidas anti vida do capitalismo em sua expressão selvagem atual.

Inicialmente como protestos de rua, depois como movimentos sociais e agora como partidos políticos ou frentes de esquerda chegam ao Poder lançando raios luminosos sobre a longa e devastadora noite neoliberal.

Acreditando que um outro mundo é possível , essas vitórias na Grécia e na Espanha reforçam em todos nós as utopias de democracia participativa, estados de bem estar social, ecossocialismo e outras bandeiras libertárias e democráticas dos movimentos progressistas.

A lição que vem da Europa deve ser bem assimilada pelos partidos e movimentos sociais de esquerda do Brasil, de maneira que somente com uma ampla frente de esquerda, com uma agenda do povo e para o povo, será possível  fazer a travessia para um mundo civilizado , justo, sustentável  e de bem estar para todos.

Enquanto isso, aqui no Brasil, os grupos reacionários e atrasados de direita que nas últimas  eleições sequestraram o congresso nacional, não medem esforços para fatiar o país e , ainda, tentam impor uma agenda medievalesca no tocante as questões da sociedade.

Apoiados pela excrescência midiática que influencia  o país , caminham para o passado sombrio,com o apoio explícito de analfabetos alucinados em marcha cômica e de outros não menos midiotas entrincheirados nas redes sociais.

Tais bestas sociais, fruto de má formação genética -política, ganharam espaço e visibilidade nos últimos meses por conta de uma campanha violenta e anti-democrática incentivada pelos meios de comunicação.

Ironicamente, vozes que se sempre se voltaram contra o Estado sofreram neste final de semana acidentes em que a presença  do SAMU e do SUS, através de um pronto atendimento, foram fundamentais no socorro de emergência.

Nas cavernas das bestas sociais, espécies similares aos acidentados recentes, em muitas vozes vociferaram contra o ex-presidente Lula por ocasião em que foi a diagnosticado com câncer, gritando bem alto, com bocarras bem abertas, para que se tratasse no SUS.

O sistema de saúde  no Brasil ainda precisa muito para ser perfeito, no entanto não é o lixo em que é retratado diariamente no espectro eletro magnético fecal midiático.
O mesmo se aplica para a educação pública.

Kim, você é contra o Estado, mas ainda bem que o SAMU te socorreu, não é?
25 de maio de 2015 | 16:03 Autor: Fernando Brito
kim
Sinto muito pelo acidente com aquele rapazinho, Kim Kataguiri, que vive desancando o Estado e louvando o império da iniciativa privada.
Ainda bem, porém que, como mostra a foto, ele foi atendido – tal como aconteceu com a família de Luciano Huck após o pouso forçado de seu avião -por serviços público do SUS, o mesmo SUS que, sempre que puderam fizeram questão de desancar – e há muitos casos, de fato, dramáticos – dizendo ser só um caos  a saúde pública, sem nunca mostrarem os avanços que estamos tendo.
Entre eles, o SAMU, que socorreu Kataguiri.
É uma iniciativa do governo que Kim quer derrubar, de qualquer maneira, que hoje tem perto de 4 mil ambulâncias e custa mais de R$ 1 bilhão por ano.
O Governo Federal paga a metade, estados e municípios pagam, cada um um quarto do custo.
Posto aí embaixo uma reportagem – claro que da NBR, porque as televisões privadas só se preocupam com o “mundo cão” das carências- que é algo que deveriam ver os que  esqueceram de como era comum, há 15 anos, ver pessoas por horas se contorcendo nas calçadas à espera de uma ambulância.
Leia a seguir minha história de hoje mesmo com o SUS.

Eu não espero que acreditem em mim – sei que até muitos dos meus amigos duvidariam – mas hoje voltei ao posto de saúde – simplérrimo, uma “casinha de roça” numa quase vila de pescadores junto à bacana praia de Piratininga, em Niterói, para marcar data para coleta de material para exames. Foram marcados, em menos de 15 minutos,  para daqui a uma semana, tal como uma semana demorou a consulta médica em os solicitou.
Aliás,  médica que me atendeu, depois de uma extensa consulta, troca da medicação para diabetes que tinha recebido em outra unidade (também pública e também boa) de emergência, a Dra. Daiane,  teve um gesto que talvez surpreenda os que estão acostumados com ricos consultórios particulares.
Levantou-se da cadeira, levou-me à porta e despediu-se de mim com a inevitáveis recomendações de restrição e, pasmem, com um aperto de mão.
Para os que quiserem ver, coloco abaixo  uma foto do posto, onde pretendo continuar a me tratar, no acompanhamento, depois da consulta com um endocrinologista que vai demorar um mês, já que agora estou visto por uma clínica geral, medicado e com uma taxa de glicose que marcou hoje 107, depois de ter entrado com 400 no posto, há duas semanas.
tibau

Fonte: TIJOLAÇO

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Mídia Quântica

A mídia de Shrödinger

É como no paradoxo da física quântica. Se tiver ligação com o PT, é automaticamente culpado. Se for de oposição, é tratado com a presunção de inocência.


Tadeu Porto
  physicsworld.com
Confesso que já subestimei a inteligência da imprensa nacional. Bom, depois de ver boa parte dela agir como se não soubesse sequer os nomes dos presidentes de países da América Latina, acabei desdenhando um pouco mesmo. Sei que boa parte dos leitores me entende e peço desculpas aos demais por uma posição tão esnobe. Não se repetirá, prometo!

Até mesmo porque melhorei meu juízo sobre a mídia brasileira nos últimos dias, afinal descobri que ela parece ter aplicado conceitos de física quântica em seu jornalismo, e isso não é para qualquer um!

Em 1935, o físico Erwin Schrödinger criou um exercício mental para demonstrar o paradoxo que era abstrair com elementos cotidianos a teoria referente à mecânica quântica. O experimento consistia em considerar um gato vivo preso dentro de uma caixa fechada e opaca, com um frasco de veneno intacto, um martelo, um recipiente com material radioativo e um detector de radiação.

Com tal configuração, haveria duas possibilidades: (1) o detector identificar o material radioativo que aciona o martelo, quebra o frasco e libera o veneno matando o gato; ou (2) o detector não identificar o material radioativo, e os demais itens ficam no mesmo estado inicial e o gato continua vivo.

O interessante dessa proposta é que, segundo a física quântica, o gato pode estar vivo ou morto no mesmíssimo instante (considerado estado vivo morto) uma vez que a partícula radioativa subatômica pode assumir as duas posições – detectada ou não – ao mesmo tempo.

Sem a pretensão de querer ser um novo Nobel de física, proponho aqui também um experimento para mostrar o quão dúbio é o comportamento dos nossos grandes meios de comunicação que, assim como partículas subatômicas, podem assumir duas posições diferentes no mesmo instante, numa incrível contradição no tempo e espaço!

O exercício mental consiste em imaginar um esquema qualquer de corrupção. Na investigação do crime, existe um delator numa sala, depondo para uma instituição pública qualquer (um conjunto de legisladores ou policiais, por exemplo). No mesmo recinto tem um repórter da grande mídia que irá publicar certa notícia. As duas possibilidades existentes são: (1) o delator insinua a participação de alguém do PT em algum esquema ilícito; ou (2) o delator insinua uma outra participação, semelhante ou até igual, de alguém que não é do Partido dos Trabalhadores.

Dentro desses dois estados, a mídia conseguiu criar um paradoxo chamado sujeito inocente culpado. Se a pessoa tiver alguma ligação com o PT é automaticamente tratada como culpada pela imprensa. Todavia, com os mesmos sujeitos e na mesma situação, se for um indivíduo de oposição ao governo logo é tratado com a presunção de inocência (como se deve ser, diga-se de passagem).

Vamos a dois exemplos práticos.

Primeiro, o delator Alberto Youssef insinua que o governo sabia dos esquemas de corrupção da Lava Jato. Logo, o “fato” vira capa da revista de maior circulação nacional às vésperas da eleição, com direito a grande divulgação por parte de outros veículos e um jargão exaltando a culpabilidade que perdura até os tempos de hoje. Eis o sujeito culpado.

Agora analisemos o mesmo delator, conversando com a mesma polícia acerca do senador Aécio Neves, oposição ao governo e adversário derrotado ao planalto em 2014. Youssef afirmou que o mineiro dividia uma mesada de aproximadamente 100 mil dólares com outro político. Apesar da informação ter muito mais riqueza de detalhes, diferente da primeira, a mídia se comportou de maneira muito mais cautelosa: nos títulos das matérias não tem mais afirmativa mas sim a palavra “suposto”; a revista que tinha dado capa à outra delação sequer escreveu sobre o ocorrido (confesso que não achei na pesquisa do Google) e o assunto morreu atualmente. Esse é o sujeito inocente.

Então, se houver uma delação de alguém, para uma instituição qualquer, sobre fulano de tal, este estará num estado antagônico inocente culpado até que a mídia descubra se o mesmo é petista ou não.

O segundo exemplo é parecido e ainda mais pontual. Em declarações recentes à CPI da Petrobrás, o mesmo Youssef realizou, entre outras, duas afirmações: que o planalto possivelmente sabia do ocorrido (ele afirmou não ter como provar, e frisou que era apenas uma opinião) e que havia mandado remessas de dinheiro em nome do PMDB com envolvimento do Eduardo Cunha.

Sobre o envolvimento do planalto, novamente as principais mídias deram grande destaque à notícia (que além de antiga é uma suposição), como pode ser visto aqui, aqui, aqui, aqui e aqui (5 mesmo, não perca a conta).

Já sobre a participação do atual presidente da Câmara dos Deputados, que afirma fingir ser governo, a mídia tradicional deu pouquíssimo destaque, com ênfase no jornal mineiro que conseguiu dar um viés positivo à declaração envolvendo o deputado carioca (imaginem uma manchete “Youssef diz à CPI que não pode confirmar envolvimento do governo”).

Vale ressaltar que na proposição do gato de Schrödinger, o observador faz a diferença: uma vez que a caixa é aberta, a posição vivomorto do felino se desfaz e ele aparecerá em apenas um estado. Portanto, da mesma maneira, cabe aos leitores, ouvintes ou telespectadores das mídias tradicionais assumirem a posição de observadores críticos e tentarem enxergar o estado verdadeiro das acusações.

Afinal de contas, se os pitbulls do ódio conseguirem vencer os debates sociais com seus discursos irracionais, a tendência é que eles matem qualquer gato, com caixa e tudo. No fim, não sobrará nem a teoria para análise.

Tadeu Porto é mestre em Engenharia Elétrica pelo Cefet-MG. Petroleiro, dirige o departamento de formação do Sindipetro-NF.

Fonte: CARTA MAIOR

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Sonegação dos ricos rouba 200 bi em cinco meses

Valor supera todos os escândalos de corrupção mais conhecidos e ultrapassa até o que seria necessário para o ajuste fiscal em discussão no Congresso.


Antonio Lassance
 
reprodução
Número estará estampado pelos painéis do Sonegômetro espalhados pelo País. Valor supera todos os escândalos de corrupção mais conhecidos e ultrapassa até o que seria necessário para o ajuste fiscal em discussão no Congresso (R$80 bi).

Situação causou revolta em servidores do Ministério da Fazenda. Procuradores acusam:

“Estamos diante de uma batalha bastante desigual, onde um único Procurador da Fazenda Nacional, sem carreira de apoio, atua em processos complexos envolvendo grandes devedores, normalmente defendidos pelas maiores bancas de advogados do país.”

No ano passado, não foi diferente. Os procuradores bradavam:

“Como se não bastasse, vemos uma elite muito bem acomodada e grandes corporações abonando a continuidade desse sistema anacrônico, enquanto surrupiam o erário público por meio da sonegação fiscal. E assim, em apenas 5 meses, o painel digital Sonegômetro já registra um rombo de 200 bilhões.”

Leia o artigo do Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional.

O Sonegômetro, a Lavanderia Brasil e a Esquizofrenia Fiscal

Subir juros que já habitavam a estratosfera, aumentar a carga tributária como se estivéssemos mais para Bélgica do que para Índia, encarecer tarifas de energia, combustíveis e mudar regras de benefícios sociais, como se a culpa de toda a desordem administrativa do país fosse dos trabalhadores, aposentados e pensionistas.

Por mais que se tente explicar o ajuste fiscal promovido pelo governo, não dá para entender e muito menos para aceitar. Ou melhor, dá para desconfiar. Pois se a União espera cortar R$ 80bi de seu orçamento e arrecadar mais 0,48% de tributos em relação a 2014, como esse mesmo governo deixa escoar pelo ralo da sonegação mais R$ 500 bi ao ano?

Essa postura não condiz com o discurso de quem pretende “reverter a deteriorização fiscal”, nas palavras do Ministro da Fazenda Joaquim Levy. Não por acaso, essa justificativa do arrocho sobre os pobres e classe média é igualmente defendida por pessoas e instituições que nunca têm nada a perder. Ou melhor, que sempre têm muitos bilhões a lucrar, surfando nas altas ondas do mercado financeiro.

Transitando com desenvoltura nesse mar de insensatez, sonegadores e corruptos seguem curtindo o sol e o céu da impunidade. Sim, pois à exceção de casos midiáticos como as operações Lava Jato e Zelotes, envolvendo acordos de delação premiada, nenhuma medida efetiva tem sido tomada para a estancar a sangria da sonegação.

Para ficar bem claro, é importante ressaltar que dos 500 bilhões sonegados em 2014, mais de R$ 400 bilhões passaram por operações sofisticadas de lavagem de dinheiro. Isso representa 3546 vezes o valor declarado do Mensalão (R$141 milhões); 240 vezes o custo da operação Lava-Jato (R$2,1 bilhões) e 26 vezes o que até agora se descobriu na operação Zelotes (até agora avaliado em R$19 bilhões).

E o rombo poderia ser ainda maior, não fosse o trabalho diuturno dos Procuradores da Fazenda Nacional (PFNs), que somente nos últimos quatro anos evitaram a perda de mais de R$1 trilhão em contestações tributárias e arrecadaram mais de R$60 bilhões em créditos inscritos na dívida Ativa da União. Isto, apesar do quadro de desvalorização da Carreira e de sucateamento estrutural da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN).

Vale dizer que estamos diante de uma batalha bastante desigual, onde um único PFN, sem carreira de apoio, atua em processos complexos envolvendo grandes devedores, normalmente defendidos pelas maiores bancas de advogados do país.

O governo sabe que para cada R$1,00 investido na PGFN há um retorno de R$20,96 à sociedade. Mas, estranhamente, prefere deixar de cobrar de quem deve e pode pagar, optando pela comodidade de repassar a conta ao cidadão em forma de impostos.

O Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional (SINPROFAZ) entende que a defesa dos interesses da Carreira de PFN se confunde com a defesa da Justiça Fiscal. Por isso segue em frente promovendo campanhas de conscientização tributária, apresentando o painel Sonegômetro e a Lavanderia Brasil, denunciando, criticando e ampliando o debate por um sistema tributário mais justo para todos.

Fonte: Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional

Fonte: CARTA MAIOR
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Paulo Pimenta: Folha de S. Paulo ataca quem investiga a Zelotes, operação da PF que flagrou empresas de mídia e patrocinadores

publicado em 21 de maio de 2015 às 19:40
PIMENTA
Folha de S.Paulo ataca quem investiga a Zelotes

por Paulo Pimenta*, via e-mail
Para minha surpresa, nesta quinta-feira (21), o colunista da Folha de S.Paulo Leonardo Souza iniciou uma “cruzada” contra todos aqueles que lutam para que não haja uma operação abafa sobre a Operação Zelotes. Acuada que está, a mídia faz diversas tentativas para desqualificar tanto a Zelotes quanto o episódio das contas secretas do HSBC na Suíça, conhecido como escândalo Swissleaks, pois ela não sabe QUEM as investigações poderão “pegar”.
O que se sabe é que nesses dois escândalos bilionários de sonegação há empresas de mídia e nomes ligados a grupos de comunicação envolvidos. Como a imprensa não controla esses episódios, ela busca estratégias para retirar a autoridade do trabalho investigativo da Polícia Federal e do Ministério Público Federal, ou daqueles que buscam dar visibilidade à Operação Zelotes.
A imprensa, basicamente, não se ocupa da Operação Zelotes por três motivos: o escândalo bilionário não envolve a classe política (os envolvidos são empresas privadas, anunciantes da própria mídia); há grupos de mídia investigados; e por que parte da imprensa sustenta que sonegar é um ato aceitável, e que não se trata, portanto, de corrupção.
Chama atenção que o colunista Leonardo Souza jamais se deteve em profundidade ao assunto para informar à sociedade o que é o Carf, o que é a Operação Zelotes, como é que agiam as quadrilhas que se apropriaram de uma estrutura como o Carf para defesa dos seus próprios interesses. Pelo que se sabe, o colunista não moveu até agora uma palha para tentar esmiuçar o assunto. Quando não cala sobre a Zelotes, o colunista Leonardo Souza prefere fazer juízo de valor sobre a minha atuação, tentando colocar sob suspeita as reais intenções do nosso trabalho.
Lamento que, mesmo tendo gasto grande quantidade de papel e tinta acompanhando a Operação Zelotes e a nossa atividade parlamentar, o colunista da Folha de S.Paulo o faça sem reconhecer a realidade dos fatos, sob a frágil alegação de que os esforços engendrados por nosso mandato tenham a única finalidade de desviar a publicidade da operação Lava Jato. Qual o motivo de tratar a Lava Jato e a Zelotes como concorrentes, e não como casos de corrupção de forma semelhante, respeitando o direito que a sociedade tem de ser informada? Se o raciocínio do tal colunista procedesse, seria possível afirmar que a mídia só cobre a Lava Jato com objetivo de ofuscar a Zelotes.
Sim, Leonardo, que as autoridades investiguem a fundo a Lava Jato, a Zelotes, o HSBC, o Mensalão Tucano, o Trensalão Tucano de São Paulo e todos os casos de corrupção do país, bem diferente do que ocorria até o final dos anos 1990, quando muitos casos de corrupção eram engavetados. E que a imprensa, por sua vez, noticie todos os casos de corrupção do país.
E quando for cobrada de que não está cumprindo com o papel de informar e servir ao cidadão, de que está agindo como a quadrilha que atuava no Carf defendendo apenas seus próprios interesses, que a imprensa não busque o caminho dos ataques, da desqualificação e das suposições baseadas em ufanismos editoriais ideológicos. Que não seja autoritária como os censores da ditadura! Que não tente calar e sufocar a voz daqueles que buscam chamar atenção para a roubalheira que foi feita no Carf. Que não censure! Que não faça o que justamente critica. Combata a censura, a si próprio, e não quem defende a liberdade para se falar da Zelotes e de todos escândalos de corrupção.
Por respeitar e confiar na independência do poder judiciário é que buscamos tratamento isonômico a todas as investigações criminais envolvendo o desvio de verbas públicas. Acreditamos que entre os excessos a Operação Lava Jato e a negligência dedicada à Operação Zelotes deve existir um caminho do meio.
As estratégias da mídia são velhas conhecidas. O que há de novo é que, agora, não há mais como impedir que o público tenha acesso às informações de que os grandes grupos de comunicação estão envolvidos tanto no Swissleaks quanto na Zelotes, que apuram sonegação fiscal, corrupção, tráfico de influência e lavagem de dinheiro.
Infelizmente, a imprensa brasileira trabalha os casos de corrupção não a partir do ato em si, mas, sim, a partir de quem praticou a corrupção e quem está envolvido nesses escândalos. Só depois desse filtro, dessa censura prévia, e só depois de verificar se não irá atingir interesses dos grupos econômicos influentes, é que a imprensa decide qual o tamanho da cobertura jornalística que dedicará, ou, então, se irá varrer os acontecimentos para debaixo do tapete, sumindo com esses fatos do noticiário.
A mídia conhece, mais do que ninguém, os limites da sua liberdade de expressão, até onde pode ir e sobre o quê e quem falar. Nesse sentido, e parafraseando o próprio colunista Leonardo Souza, “é uma pena que o ímpeto apurativo da imprensa brasileira não se dê pela vontade genuína de ver um Brasil limpo da corrupção”.
*Paulo Pimenta, jornalista e deputado federal pelo PT-RS.

Fonte: VIOMUNDO
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Essa velha mídia é uma comédia criminosa.
 
Segue a tese de que a realidade é aquilo que ela , a mídia, deseja que seja.

Se o PT é onda e a oposição é partícula, por exemplo, toda e qualquer culpa recai sobre onda, independente se onda é culpado ou não.

Isso também se deve ao fato que o observador não é neutro  e influencia no resultado.

De fato, provas que não existem são criadas e , mesmo que não sejam criadas, pode-se culpar sem provas, como já afirmou um observador do STF.

Em breve teremos  alguma notícia  de que onda, em relação a algum delito,  apareceu em dois lugares ao mesmo tempo, no passado e no futuro.

Por outro lado, se tal notícia acontecer,  onda poderá ser canonizada pelo Vaticano, já que tal façanha garante o selo de milagre.

Esse comportamento da velha mídia é motivo para riso e choro, ao mesmo tempo.

quinta-feira, 21 de maio de 2015

Sai Drubscky e entra Enderson no Club Tricolor

Fluminense contrata o técnico Enderson Moreira

Tricolor demorou menos de 24h para acertar com um novo nome para a vaga de Ricardo Drubscky

O DIA
Rio - O comando técnico do Fluminense já tem um novo nome. A diretoria do clube das Laranjeiras contratou Enderson Moreira para o cargo. O treinador já teve uma passagem pelo clube em 2011. A apresentação oficial será na tarde desta quinta-feira, na sede do Tricolor.

Em 2015, Enderson iniciou um trabalho no Atlético-PR, mas só durou 34 dias no cargo. O treinador já conquistou: dois campeonatos goianos (2012 e 2013) e um Brasileirão da Série B (2012).O treinador também irá comandar um treino, na parte da tarde, e já estará na beira do gramado diante do Corinthians, domingo, às 16h. Enderson era auxiliar de Muricy Ramalho, quando o ex-treinador comandou o Fluminense. Depois da saída de Muricy, Enderson ficou no Flu por mais 13 jogos até a contratação de Abel Braga.

Fonte: O DIA
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Depois do jogo horroroso que o Fluminense fez contra o Atlético MG, uma tempestade de críticas desabou sobre as Laranjeiras.

A diretoria do Tricolor, talvez para minimizar as críticas e mudar o foco, tratou de mudar mais uma vez o treinador.

Ontem durante uma entrevista coletiva, um dirigente do Fluminense disse que a saída  do treinador se deu porque o trabalho não estava  acontecendo conforme  a diretoria tinha imaginado e previsto.

Ocorre que essa não é uma mudança isolada de comando do time, é mais uma , em muitas mudanças em pouco tempo
.
Cabe lembrar que a escolha do treinador é atribuição da diretoria, que ao fazê-lo deve contemplar o maior número de variáveis possíveis  para que o imaginado e o previsto se realizem.

E ao que se revela com o histórico recente de mudanças, é que as escolhas não tem sido bem feitas, caso contrário não estaríamos presenciando tantas trocas.

Chega a ser bizarro que um treinador fique no clube por apenas dois meses comandando a equipe em somente oito jogos e tenha seu trabalho avaliado como insatisfatório.

Impossível para qualquer treinador implementar uma filosofia de trabalho para uma equipe de futebol em tão pouco tempo e ainda sim ser considerado culpado pelos  insucessos da equipe.

Sem entrar no mérito da competência da legião de treinadores que passam a todo instante pelo clube, o que fica claro para todos é que bloqueios existem na gestão do futebol do Fluminense, criando barreiras que prejudicam e inviabilizam o trabalho dos treinadores.

O novo treinador contratado  tem perfil e currículo bem parecidos com os últimos treinadores que estiveram no Fluminense e , assim sendo, especula-se em que mês deste ano de 2105 o comandante tricolor será demitido por não atender o previsto e imaginado pela diretoria do clube.

Sai Drubscky e entra Enderson no Club de Football do Fluminense.

Ainda sobre o futebol do Rio de Janeiro, cabe lembrar que o atacante Dagoberto, do Vasco, tem toda razão, apesar do presidente.  

Quanto ao  Botafogo, atualmente, é o time do Rio mais equilibrado.

Enquanto isso a nossa alegre  e cômica imprensa esportiva anuncia que o não menos cambaleante Flamengo irá contratar Petrus, Montilo, Diego, Pato, Ganso, Robinho...

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Huckinho

Site de Luciano Huck terá que custear campanha contra trabalho infantil

Marca terá que financiar a veiculação da mensagem 'Trabalho infantil não é legal' em avião que circulará na orla da Zona Sul

O Dia

Rio - A empresa Vamoquevamo Pontocom, que comercializa produtos do grupo do apresentador Luciano Huck, terá que custear a veiculação de peças de campanha sobre o combate ao trabalho infantil. A medida é resultado de Termo de Ajuste de Conduta (TAC) firmado com o Ministério Público do Trabalho no Rio de Janeiro (MPT-RJ), em razão do uso de crianças na divulgação de camisetas com conteúdo impróprio.
Segundo o MPT-RJ, as blusas produzidas para o Carnaval deste ano, com estampas como "Vem ni mim que eu tô facin" e "Me beija que eu sou carioca", foram anunciadas na página da marca por modelos infantis, sem autorização judicial e sem observar os parâmetros exigidos para garantir a proteção de artistas mirins.




A imagem da menina de camiseta, que era vendida no site Use Huck, foi retirada do ar depois de enxurrada de reclamações de internautas
Foto:  Arte O Dia

O trabalho para menores de 16 anos é proibido pela Constituição Federal, sendo o trabalho artístico aceito em caráter excepcional, desde que precedido de autorização judicial prevista no artigo 149 do Estatuto da Criança e do Adolescente. “A autorização deve estabelecer todas as condições em que o trabalho poderá ser desenvolvido e as crianças e os adolescentes deverão ser sempre acompanhados nessas atividades por seus responsáveis legais”, explica a procuradora do trabalho que conduziu o inquérito, Dulce Torzecki. A procuradora do trabalho Danielle Cramer também participou da audiência em que foi firmado o acordo.
Pelo TAC, a empresa terá que produzir 750 camisetas com a campanha do Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (FNPETI), do qual o MPT faz parte, voltada para o dia 12 de junho. Nessa data é comemorado o Dia Mundial contra o Trabalho Infantil. Além disso, a marca terá que custear a publicação de anúncio do MPT alusivo à data em jornal de grande circulação e financiar a veiculação da mensagem “Trabalho infantil não é legal” em avião que circulará na orla da Zona Sul do Rio de Janeiro em dois domingos, quando a circulação de banhistas na praia é maior.

Compromissos

Além de custear a campanha, pelo termo, a Vamoquevamo Pontocom, no Termo de Ajustamento de Conduta, se compromete a não mais contratar menores de 16 anos para atuar em anúncios, salvo se comprovar que a participação não pode ser feita por maiores. A contratação de crianças e adolescentes, quando necessária, deverá ser feita mediante autorização judicial e acompanhamento dos pais, explica o MPT-RJ.
Segundo o tribunal, a empresa não poderá permitir que os menores exerçam trabalho artístico que ocasione prejuízos ao seu desenvolvimento, nem atividade perigosa e insalubre. Além disso, deverá exigir frequência e bom desempenho escolar, garantir horário adequado e possibilitar que o trabalho seja acompanhado pelo responsável legal. O contratante terá também que depositar um percentual mínimo estipulado pelo juiz do valor pago pelo serviço da criança em caderneta de poupança, cuja movimentação só será permitida quando o artista mirim atingir a maioridade legal.
O TAC ainda prevê uma multa de R$ 50 mil para a empresa, que deverá ser paga, caso ela descumpra alguma das cláusulas do acordo, ou por criança contratada irregularmente. Os valores serão revertidos aos Fundos Municipal, Estadual ou Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, ou ainda a instituição sem fins lucrativos que atue em prol da proteção da infância.


Fonte: O DIA
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Red Riding Hood #8

Esse apresentador de Globo tem histórico e algumas coisas muito esquisitas.
Suzana Alves caracterizada como Tiazinha (Foto: Reprodução/Facebook)

O silêncio dos barulhentos

Fernando Marroni: 

O estranho silêncio da mídia sobre os R$ 40 bilhões sonegados

publicado em 20 de maio de 2015 às 13:23
Globo sonega
Na Zelotes uma das investigadas é a RBS, parceira da Globo; no HSBC, surgiu uma conta da esposa de Roberto Marinho. 

QUAL O TAMANHO DO ESCÂNDALO?

por Fernando Marroni*
Recentemente, dois escândalos de sonegação vieram à tona no Brasil: o deflagrado pela Operação Zelotes; e o das contas de brasileiros no HSBC da Suíça. Na Zelotes, estão envolvidas grandes empresas brasileiras; inclusive, empresas que controlam a grande imprensa brasileira. A sonegação estimada é de cerca de R$ 19 bilhões.
No escândalo do HSBC, foram identificados 8.667 correntistas brasileiros que possuíam, em 2006 e 2007, cerca de US$ 7 bilhões depositados na filial suíça do HSBC, o que corresponde a R$ 21 bilhões. Vejam bem: R$ 21 bilhões é o orçamento previsto para o Bolsa Família em 2015. Ou seja, os ilustres brasileiros podem ter sonegado um orçamento do Bolsa Família na Suíça — e ainda chamam de Bolsa Esmola?
Recentemente, participei de uma audiência pública, aqui na Câmara dos Deputados, com o jornalista Fernando Rodrigues, único jornalista brasileiro a receber a documentação completa sobre as contas secretas. Saí convencido de que existem três crimes nesse escândalo: evasão fiscal, lavagem de dinheiro e sonegação. Acredito, ainda, que os integrantes da lista, de alguma forma, podem estar envolvidos com outros tipos crime, como tráfico de drogas ou tráfico de pessoas.
A partir dessa audiência e de outras com órgãos do governo, a Câmara pode propor legislação mais rígida, porque o sistema financeiro mundial não aguenta mais essa evasão fiscal e lavagem de dinheiro. Penso que o Brasil deve enfrentar esse tema com maior rigor possível. As investigações e apurações devem apontar os culpados. Esses culpados deverão ser punidos e os recursos repatriados.
Estamos falando de R$ 40 bilhões sonegados. Esse é o tamanho do escândalo. O mais impressionante é que a maior parte da mídia está calada; e a oposição, por sua vez, não move uma palha para obter mais informações. (Nenhum senador do PSDB assinou a CPI do HSBC, no Senado).
Por quê?
*Deputado federal PT/RS

Fonte: VIOMUNDO
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Nenhum senador do PSDB assinou a CPI do HSBC no Senado.
E logo o PSDB, que anda por aí gritando contra a corrupção e a evasão de divisas.

Justo o PSDB, o partido dos paneleiros , analfabetos políticos, que externam suas indignações contra a corrupção e os desvios de dinheiro público.

Se não assinou a CPI, pode-se inclinar o pensamento para argumentos que indiquem que boa parte de políticos do PSDB e de seus aliados no meio empresarial estejam envolvidos em crimes de sonegação, evasão de divisas e lavagem de dinheiro .

Estranho tudo isso, muito estranho.

E o que dizer da mídia do capital, a velha mídia, que omite vergonhosamente, tal qual um  mágico, qualquer tipo de informação relevante sobre os casos HSBC e Zelotes.

No discurso midiático não existe espaço para divulgação de crimes financeiros  em que estejam envolvidos seus aliados políticos, como o PSDB, por exemplo.

Tal discurso, por outro lado, guarda uma linear coerência com as indignações veiculadas através de recipientes metálicos por uma parcela das elites e da classe média deslumbrada desse Brasil grande.  
Sim, tal coerência deve-se ao fato  de que os indignados paneleiros , assim se comportam não pelo combate efetivo aos crimes de sonegação e evasão de divisas, mas sim pelo singelo fato de que não são eles, as oposições, que desfrutam do pleno poder para cometer tais crimes.

Esse comportamento é muito comum no senso comum, onde se pode ouvir indignados dizendo que os corruptos devem ser punidos. 
Dizem, ainda, que caso estivessem no poder seriam mais discretos  quanto as práticas  ilícitas. 
Ou ainda citam a famosa expressão: "rouba mas faz"

Talvez isso explique o desespero das oposições, ou seja, 16 anos longe das facilidades para cometer seus crimes. 

terça-feira, 19 de maio de 2015

Velha mídia pode estar dando um tiro pela culatra

 Outras razões para a pauta negativa
Por Venício A. de Lima, no Observatório da Imprensa:

O sempre interessante Boletim UFMG que traz, a cada semana, notícias do dia a dia da Universidade Federal de Minas Gerais, informa, na edição de 4 de maio [Ano 41, nº 1.902], sobre trabalho desenvolvido por grupo de pesquisa do Departamento de Ciência da Computação (DCC) em torno da “análise de sentimento” que relaciona o sucesso das notícias com sua polaridade, negativa ou positiva.

Vale a pena conferir o artigo que originou a matéria (disponível aqui) e será apresentado, ainda este mês, em conferência internacional sobre weblogs e mídia social na Universidade de Oxford, Inglaterra.

Utilizando programas de computador desenvolvidos pelo DCC-UFMG, foram identificadas, coletadas e analisadas 69.907 manchetes veiculadas em quatro sites noticiosos internacionais ao longo de oito meses de 2014: The New York Times, BBC, Reuters e Daily Mail. E as notícias foram agrupadas em cinco grandes categorias: negócios e dinheiro, saúde, ciência e tecnologia, esportes e mundo.

As conclusões da pesquisa são preciosas.

Notícia negativa atrai mais leitores(as)

Cerca de 70% das notícias diárias estão relacionadas a fatos que geram “sentimentos negativos” – tais como catástrofes, acidentes, doenças, crimes e crises. Os textos das manchetes foram relacionados aos sentimentos que elas despertam, numa escala de menos 5 (muito negativo) a mais 5 (muito positivo). Descobriu-se que o sucesso de uma notícia [vale dizer, o número de vezes em que é “clicada” pelo eventual leitor(a)] está fortemente vinculado a esses “sentimentos” e que os dois extremos – negativo e positivo – são os mais “clicados”. As manchetes negativas, todavia, são aquelas que atraem maior interesse dos leitores(as).

Das cinco categorias de manchetes analisadas, a mais homogênea é a categoria “mundo”, onde só foram encontradas manchetes sobre catástrofes, sugerindo implicitamente que o país onde a notícia é produzida seria mais seguro do que os outros.

Descobriu-se também, ao contrário da expectativa dos pesquisadores, que os comentários postados por eventuais leitores(as) tendem a ser sempre negativos, independentemente do “sentimento” provocado pelo conteúdo da notícia.

Razões para a pauta negativa

Embora realizado com base em manchetes publicadas em sites internacionais – não brasileiros – os resultados do trabalho dos pesquisadores do DCC-UFMG nos ajudam a compreender a predominância do “jornalismo do vale de lágrimas” (ver, neste Observatório, “O vale de lágrimas é aqui”) na grande mídia brasileira.

Para além da partidarização seletiva das notícias, parece haver também uma importante estratégia de sobrevivência empresarial influindo na escolha da pauta negativa. Os principais telejornais exibidos na televisão brasileira, por exemplo, estão se transformando em incansáveis noticiários diários de crises, crimes, catástrofes, acidentes e doenças de todos os tipos. Carrega-se, sem dó nem piedade, nas notícias que geram sentimentos negativos. Mais do que isso: os(as) âncoras dos telejornais, além das notícias negativas, se encarregam de editorializar (fazer comentários) invariavelmente críticos e pessimistas reforçando, para além da notícia, exatamente os aspectos e consequências funestas de toda e qualquer notícia.

Existe, sim, o risco do esgotamento. Cansado de tanta notícia ruim e sentindo-se impotente para influir no curso dos eventos, pode ser que o leitor/telespectador(a) brasileiro afinal desista de se expor a esse tipo de jornalismo que o empurra cotidianamente rumo a um inexorável “vale de lágrimas” mediavalesco.

Triste mundo esse em que vivemos. Pautar preferencialmente o negativo se transformou, para além da política, em estratégia de sobrevivência empresarial.

Por enquanto, parece, está dando certo.

A ver.

Fonte: Blog do Miro

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A sobrevivência da mídia do capital depende de notícias negativas, ou notícias que estejam associadas a um sentimento negativo.  
Faz parte da lógica do capitalismo, independente se tais notícias indiquem um crescimento ou redução de tais tipos de assuntos abordados.

Se a criminalidade urbana cresce ou diminui, isso não importa, pois as notícias sobre os crimes estarão sempre lá, na mídia para midiotas.

Por outro lado, as notícias associadas ao lado mais obscuro da natureza humana, assim como as mazelas criminosas impostas pela expressão atual do capitalismo, não param de crescer, no Brasil, com por todo o planeta.                                                                                                                               

E esse crescimento vem proporcionando um conhecimento de um número cada vez maior de pessoas sobre o estágio de barbárie líquida que assola o mundo.

                                                                                
Isso significa que quanto maior a insistência por notícias negativas, maior será a percepção das pessoas sobre o estágio do mundo atual, já que tais notícias que inicialmente eram apresentadas de forma exacerbada como estratégia de sobrevivência da mídia do capital, com o tempo , essas notícias tem se revelado como realmente verdadeiras no estágio atual do mundo.

Um dilema para a mídia do capital, que pensando em sobreviver ao mesmo tempo contribuiu para desmistificar o capitalismo, algo que essa mídia jamais faria.

                     
Diante dessa realidade , não será surpresa se tais notícias negativas comecem a diminuir em destaque na mídia do capital.


Tal diminuição, no entanto, não significa que tais barbáries estejam em queda, ao contrário , estarão em crescimento, mas serão omitidas para preservar o capitalismo e o noticiário ficará mais leve, delirante.
              
Quanto a esse tema, o PAPIRO publicou, recentemente uma postagem , em 4 de maio deste ano, com o seguinte título:                                                                                                                


Mídia do Capital. Fabricantes de Realidades.

Vale a leitura abaixo.

A mídia do capital e as mazelas do nosso povo.
E a partir de quando o capital se tornou hegemônico ?
A partir do início da década de 1990, por ocasião da queda dos regimes comunistas.

Antes de 1990 toda a mídia ocidental, capitalista , já mentia e manipulava as informações, no entanto, assim como o capitalismo do lado ocidental, a mídia tinha alguns cuidados, não permitia uma aparência selvagem e a mentira não era tão escancarada como hoje.
Isso não significa  que  não surgissem manipulações escancaradas, como existem atualmente, no entanto, tais manipulações  não significavam  a regra geral.
Os regimes comunistas ainda existiam, e se fazia necessário , no lado capitalista, mostrar uma imagem  de  civilidade e compromisso com as causas sociais, com a igualdade, com o apoio aos pobres e outros temas tão sensíveis aos regimes comunistas.
E tudo isso se deu , tanto nas política sociais dos países  capitalistas como no comportamento da mídia ocidental.

Do final da segunda guerra mundial até o final dos anos da década de 1980, os países capitalistas, para fazer frente aos regimes comunistas, implantaram uma série de medidas, políticas e programas com forte apelo social, garantindo aos povos um repertório considerável de direitos e serviços públicos gratuitos de alta qualidade.
Era como se desejasse mostrar para as pessoas do lado ocidental, que o capitalismo era melhor que o comunismo, já que podia oferecer os mesmo serviços e direitos e ainda garantia a liberdade e a democracia.

Era o período da guerra fria, e a propaganda dos regimes tinha um peso significativo, com cada lado tentando mostrar que era melhor que o outro.

Logo, para competir com o comunismo, os países ocidentais e capitalistas criaram o estado do bem estar social, um período  conhecido com os 30 anos gloriosos do capitalismo, ou seja, de 1950 até 1980.

A partir de 1980 e com evidências de que os regimes comunistas  estavam entrando em crise, deu início , no lado capitalista, ao desmonte do estado de bem estar social no países capitalistas, desmonte esse que se acelerou a partir de 1990 ganhando, inclusive, ares de selvageria.

De certa forma, a partir de 1990 o capitalismo mostrou sua verdadeira cara e a selvageria associada a um retrocesso civilizatório tomou conta do mundo, estando a mídia ocidental na defesa intransigente do capital e, para tanto,  a mídia vem criando ao longo dessas quase três décadas uma narrativa que omite, esconde, manipula , distorce, edita e inventa a realidade, apresentando o mundo e o capital como vencedores e responsáveis por um mundo civilizado e livre.
No entanto, a realidade de fato, é bem diferente, aliás, é muito diferente daquela apresentada pelos meios de comunicação, já que a hegemonia do capital a partir de 1990 tem levado o mundo a um retrocesso civilizacional.


 Racismo

Os casos de racismo crescem diariamente, a cada segundo, em todo o mundo, até mesmo incentivados de forma subliminar pelos meios de comunicação, sendo que os responsáveis por atos de racismo raramente são punidos e, quando punidos, as punições são brandas.
Os negros são as maiores vítimas por estarem associados a pobreza, no entanto, não são os únicos, já que populações indígenas estão sendo praticamente dizimadas em todo o mundo.
Antes de 1990, e no período dos 30 gloriosos, acreditava-se que o racismo era algo que estava em extinção, não pelo fato de não existir, mas sim pelo fato de não  ser incentivado em nome de um suposto  e hipócrita combate, como acontece nos dias atuais.
Quanto  mais a mídia do capital noticia casos de racismo, em nome de um combate a tais práticas, mais crescem as agressões racistas em todo o mundo
Na lógica do capital, o negro deve voltar a suas origens e servir como escravo.


 Escravidão

O trabalho escravo, desumano, voltou com força a partir da década de 1990, principalmente por conta da globalização do capital, algo que estava em extinção antes do final da guerra fria.
A globalização provocou um estrago considerável no mundo do trabalho, no trabalhador organizado, no sindicalismo. Com as grandes empresas se deslocando de um país para outro em busca de mão obra barata para produzir bens para uma civilização homogeneizada nos costumes, países com excesso de mão obra servem como reduto de fábricas que atualmente se assemelham aos campos  de concentração nazista da segunda guerra mundial. Trabalhadores chegam a trabalhar de 14 a 16 horas por dia, com um dia de descanso semanal, com salários irrisórios, sem nenhum direito trabalhista produzindo bens de consumo descartável  que são símbolos do capitalismo globalizado, do mundo dito civilizado e moderno.
Em pleno século XXI a escravidão voltou com força e o assunto não é debatido na mídia do capital, que procura preservar as grandes marcas mundiais, principais responsáveis por essa barbárie e grandes anunciantes - logo mantenedores - dos meios de comunicação.


 Direitos Trabalhistas

Enquanto os 30 anos gloriosos do capitalismo propiciaram a existência  dos estados de bem estar social, com todo tipo de direitos e serviços  assegurados aos povos, o mundo do capital globalizado está acabando com o pouco que restou desses direitos, em nome de uma lógica de darwinismo social, onde o normal será um mundo entre pessoas  vitoriosas e perdedoras, cabendo aos perdedores se sujeitar a escravidão , ou caso resistam , a opção é a morte, aliás, uma escolha do próprio perdedor, segundo o mantra que o  capital vitorioso repete com frequência na mídia do capital.
Nos direitos trabalhistas, que anos atrás garantiam até anos de seguro desemprego para desempregados, hoje a precarização é regra, já que no mundo trabalho o sindicalismo adotou a lógica de cada um por si, ou seja, o darwinismo sindical. Com as práticas de automação e robótica em expansão nas fábricas, os postos de trabalho naturalmente diminuem, a mão de obra desempregada aumenta, e o extermínio dos direitos trabalhistas ganha uma justificativa por parte dos defensores do mundo civilizado, cabendo a mídia do capital a defesa diária dos cortes em tais direitos, tudo em nome de redução de custos e de maior produtividade, já que a competição é a regra.
Em alguns países as aposentadorias já são totalmente privadas  cabendo as pessoas escolher ou não participar por décadas de um plano de aposentadoria privada ou fazer o plano por conta própria  ou, ainda, caso assim desejar, trabalhar até a morte.
Aliás , é uma constante nos meios de comunicação do capital , histórias enaltecendo pessoas vencedoras" , fruto de trabalho duro, ou seja, sem a necessidade de garantias de direitos trabalhistas.


 Xenofobia

Curiosamente foi com a globalização do capital, a partir da década de 1990, que se intensificaram os casos de rejeição a estrangeiros. A título de exemplo, na era dos trinta gloriosos, países como França e Alemanha tinham uma população considerável de empregados portugueses  e turcos, respectivamente, que gozavam  dos mesmos direitos sociais de cidadãos  franceses e alemãs Atualmente, de acordo com a lógica selvagem, os estrangeiros tem sofrido rejeição em muitos países , pois são vistos  como  ameaça já que competem por empregos em igualdade de condições. A irracionalidade é tanta, que isso acontece em países de um mesmo bloco econômico, com garantia de livre acesso entre as pessoas. Associada a questão do emprego, a xenofobia ganha maiores e mais nítidos contornos  com a questão racial e religiosa, que a mídia do capital incentiva diariamente seja de forma explícita ou de forma subliminar, que se dá na maioria dos casos através de programas de entretenimento.


 Religião

Talvez uma das maiores fontes de conflito seja a intolerância  religiosa .
Cabe lembrar que antes de 1990, durante a guerra fria, os países capitalistas adotavam uma postura extremamente democrática e tolerante com a religião e a religiosidade dos povos.
Hoje, percebe-se que tal postura devia-se ao fato que nos países comunistas as religiões e as práticas religiosas eram proibidas.
Atualmente as grandes religiões ocidentais, de uma maneira geral, seguem a lógica do capital, já que em suas propagandas para aumentarem seus rebanhos são recorrentes expressões de grande prosperidade financeira  entre fiéis que adeririam essa ou aquela corrente religiosa.
Curiosamente e paradoxalmente, o capitalismo se tornou uma religião, uma religião materialista, já que na mídia do capital não existe espaço para crítica do sistema hegemônico .
A negação de outras correntes religiosas por uma determinada religião é a regra geral, apesar das aparências.
No mundo do capital globalizado, Deus é propriedade de apenas uma religião, qualquer uma.
Ainda não se tem notícia se uma determinada corrente religiosa tentou patentear Deus, mas isso deve acontecer em breve.
As religiões de origem africana são as correntes religiosas que mais sofrem preconceitos e perseguições.


 Crime Organizado e criminalidade

O crime organizado sempre existiu e desde sua existência tem sido combatido  por  países e mesmo por organizações internacionais. A produção cultural mundial, ocidental, produziu um grande número de obras relatando os esforços de governos no combate ao crime organizado.
No entanto, a partir da década  de 1990, o crime organizado ganhou um impulso sem precedentes, chegando nos dias atuais a estar  em posição acima de governantes em muitos países, influenciando diretamente as ações de governos.
No caso de crimes financeiros, as organizações criminosas assumem uma fachada de legalidade e em conjunto com  outros tipos de corporações, definem os caminhos do capitalismo do século XXI, de ganhos astronômicos em atividades especulativas como jamais  vistos na história, mas no entanto em poder de pouquíssimas pessoas, os "grandes vencedores".
No mundo atual a maioria dos países e seus respectivos governos, apesar das aparências , são reféns dessa lógica financeira, criminosa, resultado da globalização do capital. Essa engrenagem não merece nenhum tipo de crítica na mídia do capital, que , ao contrário, procurar enaltecer o sistema.
Além do crime organizado que governa o mundo do capital globalizado, os crimes associados ao tráfico de drogas, armas e pessoas, também teve um crescimento assustador a partir desde 1990., apesar da grande propaganda que a mídia do capital faz diariamente dizendo que se combate com firmeza e eficácia a todo tipo de crime organizado.


 Qualidade de Vida

Não se pode negar que os avanços na ciência e na tecnologia no últimos 25 anos trouxeram ganhos consideráveis para a qualidade de vida das pessoas ,no entanto, o preço que se paga por tudo isso é alto e ainda mais, devastador.
Em uma economia baseada no descarte e em um tempo de vida dos produtos de consumo cada vez mais curtos, a sociedade de consumo turbinada vive diariamente hipnotizada, idiotizada, trocando de coisas novas  por coisa mais novas que , para muitos, significam os símbolos de sucesso e lugar garantido no pantheon dos vencedores.
O consumo se tornou um valor na religião materialista capitalista , consumo que é  o motor, o sustentáculo do sistema, sendo as coisas a sedução  que são apresentadas  diariamente, nas mídias do capital, sem qualquer tipo de análise critica.
As coisas também passaram a substituir as naturais  reflexões das pessoas, já que aquisição de coisas novas são indicadas para curar angústias, sofrimentos e outros.
De todas as coisas o automóvel talvez seja o maior de todos os símbolos, fazendo com que pessoas passem em média três horas por dia presos em uma caixa de ferragens, na mesma posição, sem que questionem a normalidade  de tais atos. É tão normal, que as montadoras de automóveis  criam facilidades e mais conforto dentro da caixa. Na mídia do capital, tais caixas são apresentadas como símbolo de poder , e o tempo que se perde de forma inútil , sequer é questionado. Nos transportes coletivos, que deveriam ser a solução ,o problema se repete, não apenas pelo tempo que se fica aprisionado, como também pelo desconforto, já que pela lógica do capitalismo o transporte coletivo  é um negócio que visa o lucro máximo com produtividade máxima.
Na saúde a medicina conseguiu avanços notáveis e a expectativa de vida das pessoas aumentou consideravelmente, já que  inúmeras doenças e epidemias foram controladas e até mesmo extintas, no entanto, morre-se cada vez, e em grande número, por doenças degenerativas ou derivadas do estresse associado ao estilo de vida dominante.
Nestes casos, a medicina como se expressa  no mundo atual , não deixa de guardar coerência com suas próprias práticas, já que grande parte dos medicamentos eliminam uma doença e criam outras.
Não se morre cedo de grandes epidemias como na antiguidade ;morre-se  mais tarde de problemas criados pelo estilo de vida e pelos próprios medicamentos.


 Meio Ambiente

No mundo do capital o meio ambiente se transformou em uma gigantesca lixeira, sem que isso seja questionado pela mídia dominante. Em meio a uma  enxurrada de anúncios sobre produtos de higiene pessoal e de  beleza, a humanidade, que vive em sua maioria em grandes  aglomerados urbanos, respira uma ar sujo e por vezes tóxicos, sendo que em algumas cidades o uso de máscaras para filtrar o ar já faz parte do vestuário das pessoas. Se isso já não  fosse grave, a economia baseada no descarte produz uma quantidade absurda e irracional de lixo que poluem os rios , lagos e mares, aumentando o  transtorno das pessoas que vivem nos grandes centros urbanos. Tudo isso é tratado como sendo  normal pela mídia do capital.
O excesso de gases despejados na atmosfera, fruto da atividade humana,  já vem alterando o clima pelo mundo, no entanto, como os remédios para mudar esse quadro de sujeira implicam em uma revisão profunda , e até mesmo estrutural  no modelo capitalista, a mídia do capital trata esse problema como sendo algo a ser resolvido  no futuro, isso quando assume o problema, já que a maioria da mídia do capital coloca a questão das mudanças climáticas como algo a ser estudado com mais profundidade. Em alguns casos, e não são poucos, a mídia do capital afirma que tais alterações climáticas simplesmente não existem e , que são inventadas por cientistas  de orientação marxista. No mundo das aparências, onde os símbolos de status
são luxuosos, as pessoas vivem em meio ambiente sujo, e as doenças decorrentes desse quadro, principalmente as doenças respiratórias, crescem em todo o mundo.
A revolução verde da década de 1970 que aumentou consideravelmente a aérea plantada e consequentemente a produção de alimentos, por outro lado vem causando um grande estrago no campo, seja pelo uso criminoso e irracional de agrotóxicos e pela domínio da monocultura. Os alimentos, cada vez mais industrializados e até mesmo super processados, também tem sido a fonte de inúmeras doenças, por contaminação com substâncias tóxicas e mesmo pelo ganho de peso que proporcionam às pessoas com vidas cada vez mais sedentárias.
Na mídia do capital, as indústrias alimentícias estão entre os principais anunciantes, com o foco predominante no público infantil e no publico adulto imbecilizado, que é a maioria.


Mídia e Entretenimento


O braço poderoso do capital para entorpecer, imbecilizar e desinformar as pessoas.
Através dos meios de comunicação da mídia do capital, o capitalismo, assim como os valores e estilos de vida decorrentes deste modelo, são enaltecidos e blindados de qualquer crítica, sendo apresentado como única alternativa de organização social e até mesmo de vida.
O entretenimento é de uma imbecilização sem precedentes na história das várias modalidades de mídia, fazendo com  que os consumidores não sejam levados a nenhum tipo de reflexão, já que todas as formas de expressão artística mergulham em estereótipos, reforçando , com isso, todas as mazelas do mundo atual citadas até aqui. O entretenimento na mídia do capital  é a indigência cultural em sua expressão mais medíocre, sendo assimilado por uma grande parcela das pessoas que veem e consomem tais produtos como sendo os melhores e mais apropriados  produtos de entretenimento do mercado.
No campo do jornalismo,  a mídia do capital  constrói, diariamente, uma realidade que tenha sempre por objetivo defender os interesses do sistema dominante. As narrativas não permitem qualquer tipo de crítica ao sistema, assim como quaisquer índícios de que outras formas de organização social possam ser discutidas. Para a mídia do capital, não existem outras alternativas ao sistema atual, e os governos que venham a construir desvios, mesmo que  ainda dentro do sistema, são duramente combatidos , perseguidos e , caso insistam em suas teses, podem mesmo até terem seus principais governantes depostos ou presos, já que o Judiciário do Capital trabalha em sintonia coma mídia.
Assim sendo, diariamente, colunistas , jornalistas  e especialistas escrevem ou falam nos meios de comunicação sobre  a realidade dos fatos que esse meios desejam que seja a verdade, independente da veracidade dos fatos.  Isso se dá não pelo estado avançado de demência de profissionais da mídia - alguns poucos são de fato dementes -, ao contrario, se dá por uma forma criteriosa e cuidadosa de construir uma realidade onde as pessoas que a assimilam acreditam que vivem em um mundo próspero, civilizado e feliz, onde as oportunidades estão aí, disponíveis para todos, e aqueles que não usufruem de tantas chances são os vagabundos e preguiçosos, os perdedores, que não podem , em hipótese alguma , serem sustentados pelo estado.
Essa narrativa dominante na mídia do capital atinge de maneira profunda as pessoas com menos de 35 anos, que não viveram ou mesmo desconhecem que novas formas de organização social e de vida civilizada existem e são possíveis, sem que se tenha de retornar ao passado.
Passado, aliás, que se manifesta no mundo atual em uma expressão medievalesca, apesar dos avanços da ciência e da tecnologia.


 
E a barbárie continua, fazendo com que as relações inter pessoais se transformem em casos de vida ou morte.

A criminalidade atinge um ponto onde pessoas se matam por motivos fúteis, quase sempre fruto de frustrações em suas vidas pessoais.

Recentemente, como é do conhecimento de todos, uma aluna em uma faculdade de São Paulo quase foi linchada pelos "colegas" de faculdade pelo fato de ser apenas... bonita e volumosa nas formas.
 
A estudante virou notícia nas emissoras de TV e, hoje, tornou-se mais uma celebridade para deleite do universo midiota.

Ontem, enquanto aguardava  a exibição de mais um capítulo da novela Dez Mandamentos, da TV Record, o programa que antecede a novela é mais um sobre o mundo da criminalidade, e o apresentador informava que uma mulher, com seus vinte e poucos anos, tinha sido assassinada pelo fato de ser bela, o que incomodava os demais "amigos e amigas " da moça.

Esses fatos escancaram os valores do capitalismo, onde um número crescente de pessoas em todo o mundo, não mais suportam vivenciar suas frustrações - oriundas de valores decorrentes do capitalismo - através do outro, que consideram bem sucedido em algum aspecto da vida.

Sintonizado com essa escalada selvagem em todo o mundo, O PAPIRO, no ano de 2012, publicou um conto, da série Rio - Zona Norte abordando a violência.
Vale a leitura abaixo.

Rio Zona Norte - 5 

O Sucesso de Maria das Graças

Em mais um dia, como em todos os outros dias da semana, Maria das Graças , pontualmente às seis horas da manhã aguarda, de pé em uma fila, o coletivo que a levará para seu trabalho.
Jovem, bonita, simples, de bom astral, paupérrima e vivendo na baixada fluminense, ficará por volta de uma hora no ônibus até chegar no seu local de trabalho, no bairro da Penha, zona norte da cidade do Rio de Janeiro.  

Na plenitude de seus vinte anos de idade, a jovem  que deixou sua cidade natal e sua família no interior do estado de Tocantins ainda com dezessete anos fugindo da pobreza extrema para tentar a sorte na cidade maravilhosa, alimenta sonhos, planos e esperanças de uma vida melhor. Uma vida que ela vê, ouve , diariamente nas mídias, como sendo o ideal para qualquer pessoa que queira ser feliz e alcançar o sucesso.

Vivendo em uma pequena casa de apenas um cômodo , em que paga aluguel  e sobrevive com o salário mínimo que recebe pelo trabalho de operária em uma fábrica de roupas esportivas, espera um dia ser uma vencedora, uma mulher chique, bem cuidada e se possível famosa como os exemplos de seus ídolos das novelas e programas de TV, que saíram de baixo, lutaram e alcançaram o sol.

Nem sempre, mesmo chegando com antecedência na fila do ônibus, Maria das Graças consegue fazer a viagem sentada, confortável, ainda que os coletivos não tenham ar condicionado e o calor na região costuma ser infernal mesmo nas primeiras horas do dia, o que , por vezes, faz com que chegue ao local de trabalho já cansada.

Responsável e dedicada, nos dois anos em que trabalha na fábrica jamais chegou atrasada ou foi repreendida por mau comportamento ou qualquer infração no seu trabalho.

Cumpre, diariamente, de segunda a sábado, uma jornada de doze horas de trabalho, das sete horas da manhã às sete da noite, tendo quinze minutos antes de iniciar o trabalho para um lanche, uma hora para o almoço, e mais quinze minutos na parte da tarde para outro lanche.


A fábrica é terceirizada de uma gigante transnacional de material esportivo que tem alguns de seus ídolos como garotos propaganda de seus produtos. A maioria das operárias é de mulheres, jovens, com o mesmo perfil de Maria das Graças.
O trabalho é extremamente cansativo e repetitivo e as condições do local são totalmente inadequadas, no tocante a temperatura ambiente o calor é constante. As instalações, as cores da edificação e equipamentos e o excesso de ruído proporcionam condições mínimas de segurança com total desconforto para as operárias.
Os sanitários não tem uma higiene adequada e os aspectos ergonômicos para execução do trabalho baseiam-se em improvisações.

As equipes de operárias são divididas, no local de trabalho, em estações onde dez meninas realizam tarefas de corte e costura de tecidos.
Para cada estação existe um supervisor que fiscaliza , em tempo integral, o trabalho e a produção das meninas, não permitindo qualquer tipo de conversa que possa levar a uma interrupção no ritmo de produção. Saídas para o banheiro são acompanhadas por uma supervisora , exclusiva para esse fim.

As meninas só podem conversar um pouco, nos horários de lanche, e no tempo que sobra da hora de almoço, que aliás é oferecido no restaurante da empresa e descontado no salário das operárias. Muitas operárias preferem trazer o almoço de casa, não apenas para economizar o almoço da empresa, como também pela péssima qualidade das refeições oferecidas. A empresa , sequer disponibiliza um local para que as operárias possam aquecer suas marmitas.

Maria das Graças tornou-se uma referência na sua estação,ou seja no seu grupo de dez operárias. Sempre feliz, esbanjando simpatia e acreditando na vida, sua presença quebra, pelo menos em parte, o clima de terror dentro daquela fábrica . Entoando canções, em voz bem baixa mas percebidas pelas outras colegas da estação enquanto realiza suas tarefas, cria uma atmosfera de paz e otimismo que ajuda a superar a dura realidade em que vivem. Nos horários de lanche e almoço, sempre pode ser vista como o centro das atenções com as demais colegas a da estação, que se encantam e adquirem forças com o alto astral de Maria das Graças.

Na hora em que deixam a fábrica, já do lado de fora, conversam rapidamente antes que cada uma tome seu destino. Nesse momento, como de costume , Maria das Graças é vista , no centro da roda e as demais sorrindo , felizes com suas histórias.

Em um dia, o coletivo que conduzia a jovem para o trabalho quebrou durante o percurso, o que fez com que Maria das Graças tivesse que aguardar um outro coletivo e com isso chegasse atrasada, pela primeira vez em dois anos, no seu trabalho. Antes de assumir seu posto na estação, foi chamada pela gerência e advertida que caso o atraso se repetisse seria demitida por justa causa. Ainda foi informada que os setenta minutos de atraso daquele dia seriam descontados de seu salário. Não se abateu, assumiu seu posto e realizou suas tarefas com as competência e dedicação costumeiras.

Conversou com as colegas da estação, que ficaram revoltadas com o tratamento dado a menina, já que não tivera nenhuma culpa ou responsabilidade pelo que tinha ocorrido. Maria das Graças não comprou a revolta, preferiu esquecer o assunto e conversar sobre a novela das nove que ela tanto adorava e não perdia um capítulo.

Reunidas na porta da fábrica, já na saída para casa nem parecia que a jovem tinha sido advertida, ameaçada de perder o emprego e ter sua ficha manchada.

No dia seguinte, pontualmente as seis horas da manhã, lá estava a jovem embarcando no coletivo que a levaria para seu trabalho. Não poderia imaginar o que aconteceria na viagem. Desta vez, sentada no banco ao lado da janela, sonhava e fazia planos caso ficasse rica. Tinha certeza que ficaria, era uma questão de tempo, pouco tempo. E foi em puco tempo que tudo mudou dentro coletivo.

Dois homens armados anunciaram um assalto, isso em um ônibus cheio, porém não lotado, mas com pessoas de pé. A menina entrou em pânico e ficou paralisada, era a primeira vez que vivia a experiência, de que já tivera conhecimento pelos programas de TV que tanto adorava e os tinha como referência.

O passageiro sentado ao seu lado no ônibus, um senhor, também ficou imóvel. De repente, um passageiro reagiu e sacou uma arma , dando início a um tiroteio dentro do coletivo. O passageiro ao lado da jovem tentou se proteger rapidamente, jogando a parte de cima de seu corpo, o tronco, quase que no colo de Maria das Graças.

Terminado o tiroteio e tendo os assaltantes sido imobilizados, o passageiro ao lado de Maria das Graças estava imóvel, já morto, com um tiro na cabeça que acabou servindo como um escudo para o peito da jovem, o provável destino daquele projétil. A menina , com a roupa já suja de sangue do senhor morto, tentava sair do local, o que conseguiu com a ajuda de outro passageiro e a ação de alguns policiais que passavam pelo local e prenderam os assaltantes. Traumatizada, porém sem ferimentos, conseguiu sair do coletivo,e com as roupas sujas de sangue, foi para seu trabalho, desta vez chegando quase que na hora do almoço, por causa dos tramites legais que acompanham casos como este.

As colegas da estação ficaram chocadas com a história contada pela jovem e deram todo apoio , carinho a atenção na tentativa de amenizar o trauma da menina. Não faltaram abraços e beijos para acalmar a querida amiga. Entretanto, a gerência chamou Maria das Graças para se explicar do segundo atraso, agora de quatro horas, em dois dias seguidos. A jovem, com as provas do terror em suas roupas, explicou todo o ocorrido e ainda indicou a delegacia onde se processou o registro de ocorrência com o seu nome. De nada adiantou. Maria das Graças foi demitida por justa causa, sem direito a nenhuma indenização.

As colegas da estação, quando souberam da demissão da amiga ficaram ainda mais revoltadas, mas nada puderam fazer a não ser chorar e consolar a jovem, que apesar de perder o emprego não demonstrava irritação, revolta ou tristeza. O pior ela já tinha passado, ou pensou que tinha sido o pior. A tristeza tomou conta das colegas , não mais teriam a alegria de Maria das Graças, uma igual a elas, para amenizar o terror daquela fábrica.

A jovem foi para casa, fora um dia estressante, deitou na cama e dormiu sem se preocupar com horário. Mesmo assim acordou cedo no dia e seguinte e começou a pensar em conseguir trabalho. Antes disso teve tempo para fazer o que não fazia nos dias de trabalho, foi a padaria, no mercado fazer umas comprinhas e ainda fez uma aposta em uma casa lotérica. Cantando , a jovem não perdeu tempo nem se lamentou.

No dia seguinte, bem cedo, já estava em uma agência de empregos se candidatando a um novo emprego. Preencheu fichas, fez entrevistas e conseguiu um emprego de balconista em uma lanchonete na Gávea, zona sul do Rio de janeiro. Deveria começar em três dias, porém a aposta de loteria que fizera no dia anterior mudou totalmente sua vida. Acertou as dezenas premiadas e ganhou uma quantia que lhe garantia a independência financeira.

Maria das Graças explodiu em felicidade. Sorria, cantava, chorava sozinha em sua casa, mostrando toda sua beleza. Nada falou sobre o prêmio, nem para vizinhos ou com as amigas da estação que não via desde o dia em que fora demitida. Com a quantia ganha a jovem, esperta e segura voltou para sua cidade natal , no interior do estado de Tocantins. Lá, com o auxílio da família, aplicou o dinheiro em imóveis, comprou uma casa nova para ela e os pais , e garantiu a independência financeira para a família. Tinha agora, como renda, de suas aplicações vinte vezes o salário que recebia na fábrica. Era uma vida confortável para eles.

Passaram seis meses de sua saída da fábrica e Maria das Graças tinha outra aparência. Usava roupas idênticas aos personagens de suas novelas favoritas, comprova produtos de beleza e fazia os tratamentos de beleza sugeridos pelos comerciais de TV. Estava ainda mais bonita e radiante.

Resolveu ir ao Rio de janeiro, para passeio, e aproveitou para visitar as colegas da estação na fábrica do terror. Planejou chegar na fábrica no final do expediente pois poderia encontrá-las no lugar de sempre, ao lado , porém, não muito distante, do portão principal. E assim aconteceu. Avistando as colegas da estação. acenou , esbanjando a mesma alegria , simpatia e simplicidade de costume, que em nada mudaram com a mudança de sua condição financeira.

As colegas se aproximaram, não acreditando no que viam, e ficaram perplexas quando souberam de toda a história contada por Maria das Graças.

Após ouvirem tudo foram se aproximando da jovem e inicialmente, sem que nada combinassem, começaram a rasgar sua roupa, agredi-la com socos e pontapés. A jovem , indefesa, estava quase desmaiando, semi nua, foi jogada ao chão, pisoteada e com uma pedra, uma colega bateu em seu rosto até afundar a face e o crânio, quase que esmagando o rosto da menina. Uma outra colega arrancou-lhe os olhos com as mãos enquanto as demais com pedaços de pau tentavam furar seu corpo no abdômen. Saciadas, as nove colegas se retiraram, sem falar uma palavra uma com as outras e deixaram o corpo de Maria das Graças, mutilado, sem vida ao lado do portão principal da fábrica do terror.