segunda-feira, 5 de maio de 2014

Tombaço

Fantástico, mais chato, despenca


O programa Fantástico, que já foi considerado uma das vitrines da TV Globo, não consegue mais conter a sangria da sua audiência. A cada edição dominical, ele despenca mais um pouco nos índices do Ibope – apelidado ironicamente de “Globope” pelo blogueiro Paulo Henrique Amorim. No final de abril, o programa até sofreu uma maquiagem, mas não adiantou. A mudança vazou pela internet e gerou um clima de caça às bruxas na emissora. Muito barulho por nada. Conforme registrou Daniel Castro, no site “Notícias da TV”, o “Fantástico mudou para ficar mais chato”.


“Em busca de renovação, o quarentão Fantástico estreou um novo formato. Ficou mais bonito, moderno, informal. Ele passou a ser apresentado em uma redação-estúdio, com minipalco, microautidório, supertelão, sofá da Hebe, cavalinhos falantes, robô do Sheldon da série The Big Bang Theory e até trilha de The Office. Muita tecnologia, bastidores das reportagens, sonolentas reuniões de pauta, velha abertura repaginada e logotipo redesenhado compõem o pacote... O novo Fantástico se esforçou para ser engraçado, mas ficou mais chato”.

Ainda segundo o colunista, “o novo Fantástico passou longe daquilo que mais se espera dele: reportagem. A revista eletrônica agora é muito mais (mais muito mais mesmo) entretenimento (ou infotainment) do que jornalismo... No Ibope, as mudanças não surtiram efeito. Nem em seus melhores momentos o Fantástico bateu nos 20 pontos. Na prévia, deu 16,5 pontos, contra 12,1 da Record, 9,0 do SBT e 4,8 da Band. Passou sufoco para vencer o Domingo Espetacular, sua cópia mais popular e apelativa da Record”.

O problema da queda de audiência, porém, não se limita ao quarentão Fantástico. Toda a programação da TV Globo tem sofrido forte corrosão. Além da chatice e da manipulação, ela é vítima do crescimento da internet e do aumento do consumo da tevê por assinatura no Brasil. Segundo reportagem de Jeff Benício, no portal Terra desde domingo (4), “abril chega ao fim com uma péssima notícia para a maior emissora do país: sua audiência geral continua a cair. Apesar de ter estreado nova programação, a Globo não conseguiu reverter a crise de Ibope. O faturamento sobe a cada ano: foram quase 12 bilhões em 2013. Porém nada parece ser capaz de impedir a fuga de telespectadores”.

A TV Globo tem perdido, em média, 10% de seu público a cada ano. E nada se salva na emissora. “A teledramaturgia, antes imbatível, vive um momento delicado. As três novelas do horário nobre - Meu Pedacinho de Chão (18h), Além do Horizonte (19h) e Em Família (21h) - registram índices muito inferiores ao ideal. Os números do Jornal Nacional são igualmente insatisfatórios. Apresentadores que antes eram sinônimo de audiência, como Xuxa e Renato Aragão, estão fora do ar”.

Apesar destas péssimas notícias, a TV Globo ainda é líder de audiência. “Contudo, nunca esteve tão suscetível ao poder de escolha do telespectador. Antigamente, ao ligar a TV, sintonizava-se a Globo e, quase invariavelmente, lá se permanecia. Hoje há opção de bons programas nos outros canais do sinal aberto - e dezenas de canais pagos, com uma oferta praticamente inesgotável de atrações nos mais variados estilos. A mudança de hábito do telespectador e o crescimento da concorrência tiraram boa parte da hegemonia da TV Globo”. Jeff Benício cita ainda o crescimento da internet e outro fator importante. “A rejeição à Globo. Por questões ideológicas e políticas, a emissora se tornou alvo de frequentes ataques e suposto boicote”.
Fonte: Blog do Miro
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NADA SALVA O FANTÁSTICO

Por muito pouco o Fantástico não ficou em terceiro. Ufa, foi por um décimo.
Saiu no Notícias da TV, de Daniel Castro:

COM ’SÍNDROME DE VÍDEO SHOW’, FANTÁSTICO PERDE PARA RECORD E SBT



Era uma vez um programa semanal que bombava no Ibope. Durante 40 anos, poucas vezes esse programa teve sua liderança ameaçada. A última grande crise aconteceu em 2001, quando o SBT surpreendeu com uma Casa dos Artistas. A ameaça passou, mas audiência continuou caindo, caindo, caindo. Dos mais de 30 pontos de dez anos atrás, caiu para 14,4 pontos há duas semanas, no Domingo de Páscoa.

Como resolver o problema desse programa? Com um cenário novo, uma redação-cenário, uns bonequinhos, umas caretinhas que aparecem no vídeo, muita tecnologia, uns bastidores. Enfim, muita forma, pouco conteúdo.

E não é que deu tudo errado? Neste domingo (4), o Fantástico viveu momentos de alta tensão no Ibope. Perdeu durante um bom tempo para o Domingo Espetacular, da Record, e outro tanto para o Programa Silvio Santos, do SBT. Foram 19 minutos ininterruptos atrás do Domingo Espetacular. Chegou a ficar quatro pontos atrás da Record (16,0 a 12,1) às 22h06.

Por muito pouco não ficou em terceiro. Às 22h12, marcou 12,6, contra 12,5 do SBT. Ufa, foi por um décimo.
Fonte: CONVERSA AFIADA
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#VoltaCidMoreira: nem “Mister M” salvaria a Globo da queda contínua de audiência

publicada segunda-feira, 05/05/2014 às 10:38 e atualizada segunda-feira, 05/05/2014 às 10:52

Cid Moreira já está no aquecimento
por Rodrigo Vianna
Na internet começou a circular ontem a brincadeira: depois do “Volta Lula”, a próxima campanha será “Volta, Cid Moreira”. O locutor com cabelo branco e vozeirão empostado era o símbolo de uma Globo que reinava absoluta até os anos 90, e era capaz de manipular eleições, ignorar campanhas populares (“Diretas-Já”), e que nas noites de domingo conquistava até 70% da audiência (share) com o tradicional “Fantastico”.
Nos últimos anos de carreira, Cid emprestava sua voz para o quadro “Mister M”. Já era uma certa apelação. Mas há quem diga que nem mágica resolve no caso da audiência da Globo em queda contínua.
Se Dilma parece ter contornado bem o “Volta Lula”, a Globo sente imensas dificuldades para mostrar que pode manter a hegemonia na TV aberta. O problema não é de apresentador. A imagem da Globo se esfarela rapidamente. E o #VoltaCidMoreira é apenas mais um sintoma.
"Mister M": qual a mágica para recuperar audiência?











Quando entrei na Globo como jovem repórter, em 1995, o “JN” dava quase 50 pontos de Ibope (atenção, não confundir os “pontos de audiência” com o percentual de audiência; 50 pontos – com 80 pontos de 

televisores ligados no total, por exemplo – significavam mais de 60% de “share”/participação na audiência). Lá pra 2004, lembro que houve um princípio de crise na Globo porque o JN caíra para 40 pontos, sendo ultrapassado pelo noticiário local – SP/TV, que dava 41 ou 42.
Em 2007, fui pra Record. Havia sido escorraçado na Globo, por não concordar com a cobertura eleitoral conduzida por Ali Kamel na eleição de 2006.
Outros jornalistas da Globo já tinham ido pra Record, sem briga política, apenas por acreditar num projeto novo. Os chefões no Jardim Botânico - com a arrogância de quem vê a zona sul carioca como centro do mundo - mandavam recados aos que saíam: “vocês precisam saber que saindo para um concorrente terão as portas fechadas na Globo, para sempre”.
Hehe. Acreditavam na eternidade do poder da emissora. Assim como Roberto Marinho acreditava que jamais morreria.
Em 2007, o “JN” já tinha caído para algo em torno de 35 pontos de audiência. O “Jornal da Record” lutava para conseguir 11 ou 12 pontos – o que significava um terço da audiência do “JN”.
Pois bem: o JN da Globo – em 2014 – tem registrado audiências abaixo dos 20 pontos!
O “Fantastico” também segue ladeira abaixo. As novelas ainda seguram a Globo – quando encaixam um enredo bom. Já o jornalismo,  sob a direção de Ali Kamel, parece mais preocupado em lutar contra a realidade. Kamel usou o aparato global para fazer campanha contra as quotas raciais (ele nega que haja racismo no Brasil), contra o PROUNI, contra  o Bolsa-Família.
O “JN” e  o “Fantastico” adotaram a agenda conservadora do jornal “O Globo”. O diário impresso podia-se dar a esse luxo, já que fala para a zona sul carioca – para militares de pijama, donas de casa, empresários, funcionários públicos e aposentados em geral. Já a TV Globo costumava falar com o Brasil inteiro… Era um canhão, arma poderosa que Ali Kamel usou em seu projeto conservador – antitrabalhista, anticotas, antiprogramas sociais.
A redução de audiência, reconheça-se, viria de qualquer jeito, por causa das mudanças estruturais na Comunicação – provocadas pelo avanço da internet e da TV a cabo.  Mas virou queda abrupta porque a TV Globo e seu jornalismo deixaram de falar para a grande massa de brasileiros.
Vejam o formato novo do “Fantastico”. Elitista, parece dizer: nossa redação é o centro do mundo. Quem quer saber o que os jornaistas cariocas na zona sul discutem em reuniões de pauta? Alguém acha que aquilo é de verdade?
Neste domingo, os números começaram a pipocar: o “Fantastico” da Globo – depois de passar por um banho de loja – voltou a desabar na audiência. Perdeu em vários momentos para a Record. E por pouco não ficou em terceiro lugar no Ibope, empatando com o SBT. A fortaleza global ruiu. Ali Kamel ajudou a fazer o serviço. Gasta tempo e energia da Globo processando blogueiros, em vez de dirigir o jornalismo da emissora
Fonte: ESCREVINHADOR
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Nada interrompe a queda de audiência da Globo


Abril chega ao fim com uma péssima notícia para a maior emissora do País: sua audiência geral continua a cair. Apesar de ter estreado a nova programação, a Globo não conseguiu reverter a crise de Ibope.


O faturamento sobe a cada ano: foram quase 12 bilhões em 2013. Porém nada parece ser capaz de impedir a fuga de telespectadores. O canal tem perdido, em média, 10% de seu público a cada ano.

A teledramaturgia, antes imbatível, vive um momento delicado. As três novelas do horário nobre - Meu Pedacinho de Chão (18 horas), Além do Horizonte (19 horas) e Em Família (21 horas) - registram índices muito inferiores ao ideal. Os números do Jornal Nacional são igualmente insatisfatórios.

Apresentadores que antes eram sinônimo de audiência, como Xuxa e Renato Aragão, estão fora do ar. Apesar disso, a Globo ainda é líder absoluta. Contudo, nunca esteve tão suscetível ao poder de escolha do telespectador.

Antigamente, ao ligar a TV, sintonizava-se a Globo e, quase invariavelmente, lá se permanecia. Hoje há opção de bons programas nos outros canais do sinal aberto — e dezenas de canais pagos, com uma oferta praticamente inesgotável de atrações nos mais variados estilos. A mudança de hábito do telespectador e o crescimento da concorrência tiraram boa parte da hegemonia da Globo.

Mas isso não é um fenômeno exclusivo da televisão brasileira. Supercanais como a Globo perdem audiência no mundo todo. O bolo passou a ser dividido em muitas fatias. E o telespectador tem agora a internet, o smartphone, o tablet.

A TV deixou de ser a única fonte de entretenimento eletrônico. Há outro fator: a rejeição à Globo. Por questões ideológicas e políticas, a emissora se tornou alvo de frequentes ataques e suposto boicote.

A expectativa da cúpula global é reverter - ou pelo menos controlar - o esvaziamento de Ibope com a transmissão da Copa do Mundo. Os jogos poderão aumentar o interesse pelos programas esportivos e telejornais da emissora.

Consequentemente, atrações coladas a eles, como as novelas, têm chance de herdar alguns pontos de audiência. A emissora tem pressa em evaporar essa nuvem de instabilidade por um motivo especial: a comemoração de seus 50 anos, em 2015. Se a audiência continuar a cair, o brilho da festa não será o mesmo.

Fonte: Portal Terra
Fonte: VERMELHO
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A decadência do Fantástico é mais um sinal do fim da TV aberta como a conhecemos

Postado em 05 mai 2014

TV

A crise em que está metido o Fantástico, que bate recorde atrás de recorde negativo no Ibope, não é só culpa do Fantástico. É mais um sinal do fim da TV aberta como a conhecemos.
Não dá para culpar a concorrência. Mordendo seus calcanhares, o Domingo Espetacular, na Record, é uma cópia do “show da vida” pré-diluviana, circa 1985. Silvio Santos é Silvio Santos, o profeta do lixo disfarçado de camelô gente fina.
Um faz 14 pontos, o outro 12, outro 11, um ultrapassa o outro para disputar uma audiência que, semana a semana, mingua. Nada repercute, nada sobrevive à segunda-feira e a perspectiva é tenebrosa.
Ainda que se contratassem gênios, pouco mudaria o panorama. A última pesquisa de mídia da Secom é didática. Foram entrevistadas 18 312 pessoas em 848 municípios entre outubro e novembro do ano passado.
Além do crescimento da Internet, o público da televisão envelhece rapidamente. Quanto mais jovens e quanto maior a escolaridade, menos TV. Dos que assistem, 43% não se identificam com o que vêem e 25% acham que são retratados negativamente. Com quem eles acham que estão falando?
De acordo com um levantamento da Fundação Perseu Abramo, há uma percepção de que as mulheres são quase sempre (19%) ou às vezes (47%) tratadas com desrespeito, assim como os nordestinos — às vezes (44%) ou quase sempre (19%) — e a população negra (49% e 17%).
Não é só aqui, evidentemente. Nos EUA, o instituto Pew Research deu que a média de audiência dos telejornais americanos caiu de 68% em 1991 para 55% em 2012. A busca de vídeos na web cresceu de 24% , em 2002, para 39% em 2012.
Havia uma esperança, que se revelou vã, de que as mídias pudessem coexistir. A Globo fez parcerias com Twitter e Facebook. Um aplicativo para mobile foi criado para o reality show SuperStar. Travou durante as apresentações.
Não há convivência possível. A palavra é disrupção. A falta de concorrência ajuda a explicar por que a queda não é ainda mais dramática. Um produto tão capenga, há tanto tempo, como o Fantástico, não melhora e não vai melhorar até bater no iceberg da Internet e da obsolescência e afundar.
Fonte: DCM
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No gráfico abaixo a curva de Globo, em queda e a nossa curva, a curva da internete, em alta.
Repare que com o passar dos anos a curva de Globo atinge um pico de audiência, lá pelo final dos anos da década de 1990, e começa  despencar de forma acentuada no início da década de 2000.
Já a nossa curva, a verde, da internete, a partir da segunda metade da década de 1990 entra em acelerado crescimento.

A Morte Inevitável de Globo




sábado, 3 de maio de 2014

Perseguições

As Violações à Liberdade de Expressão


Por Marcela Belchior, no site da Adital:

Censura não institucionalizada mata oito defensores de direitos humanos e quatro comunicadores no Brasil em 2013. Produzido pela organização Artigo 19, que trabalha pela liberdade de expressão e informação, o relatório "Violações à Liberdade de Expressão”, lista crimes e infrações como essas, registradas em todo o país contra comunicadores e defensores de direitos humanos no ano passado.

Segundo a publicação, os dados de 2013 mostram que, contra comunicadores, foram registrados 15 ameaças de morte, dois sequestros, oito tentativas de assassinato e quatro homicídios, num total de 29 violações. No caso de defensores de direitos humanos, há registros oficiais de oito homicídios, uma tentativa de assassinato e sete ameaças de morte, somando 16 violações. No caso dos homicídios contra defensores, seis dos oito casos tiveram como motivação denúncias sobre irregularidades envolvendo disputa territorial. Metade deles ocorreu no Estado do Pará.

No total, o monitoramento da organização registrou 45 violações graves no ano passado, sendo o Estado brasileiro o principal responsabilizado pela conjuntura e pela falta de medidas efetivas que evitem a perpetuação dos casos. Entre os defensores de direitos humanos afetados, estão lideranças rurais, ativistas ambientais, militantes políticos, líderes indígenas e quilombolas, entre outros. Figuram como comunicadores jornalistas, radialistas, blogueiros, apresentadores de televisão, fotógrafos, chargistas e comunicadores populares.

O relatório interpreta "censura” compreendendo que a violação impediu a continuidade do exercício profissional do comunicador ou do ativista, considerando não apenas a capacidade individual de expressão, como também a posição do veículo de comunicação ou da organização e comunidade de prosseguir com uma linha de atuação semelhante à da vítima.

"Impedir a liberdade de expressão de um defensor de direitos humanos não é somente uma ameaça individual, mas também funciona como uma maneira de desviar a atenção do tema da mobilização e do ativismo político desses defensores, ou seja, impedir que pautas maiores e de maior complexidade social sejam discutidas pela sociedade e possivelmente abordadas de maneira transformadora”, afirma-se o documento. Entre os suspeitos de mandantes dos crimes estão políticos, policiais e outros funcionários públicos, líderes do crime organizado, empresários, além de produtores rurais e extrativistas.

O Sudeste brasileiro foi a região em que se deram mais casos de violações à liberdade de expressão contra comunicadores, registrando oito delas. Em seguida vem a região Norte (seis) e Sul (seis), Nordeste (cinco) e Centro-Oeste (quatro). Já contra defensores de direitos humanos, a região mais expressiva foi o Norte (oito), seguida do Centro-Oeste (três), Sul (dois), Nordeste (dois) e Sudeste (um).

Segundo o relatório, quase 10% dos casos foram arquivados menos de um ano depois da violação e em 53% das ocorrências os possíveis autores não foram formalmente identificados pelo inquérito policial. Além disso, o tempo que os processos levam para ser julgados causa a prescrição do crime.

Recomendações à sociedade
A Artigo 19 recomenda ao Estado brasileiro que atue com estudos, estrutura e estratégias articuladas com diversos setores da sociedade sobre as causas e reações aos casos, ofereça proteção aos comunicadores e ativistas, incentive e facilite o trabalho das empresas de mídia e organizações da sociedade civil.

Às organizações intergovernamentais e à comunidade internacional indica que priorizem a proteção de seus atores e acompanhem as movimentações em torno dos direitos humanos. Já se dirigindo às organizações da sociedade civil e de mídia o relatório recomenda a continuidade do trabalho, a produção de dados, além de equipamentos e treinamentos de segurança e proteção.

Para acessar o relatório completo, clique em http://migre.me/j1PSi
Fonte: Blog do Miro
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Nome aos bois
André Singer

Por um momento o debate político voltou a ter a nitidez anterior a 2002. Tudo começou com a frase, surpreendente pela franqueza, que o pré-candidato do PSDB Aécio Neves soltou a empresários em São Paulo. O neto de Tancredo disse estar "preparado para tomar as decisões necessárias, por mais que elas sejam impopulares" (Folha, 2/4). Dez dias depois, o coordenador do programa econômico do senador, Armínio Fraga, não só confirmou a declaração como deu algumas pistas do que ela significa (O Estado de S. Paulo, 13/4).

Outra quinzena transcorrida, o economista Eduardo Giannetti da Fonseca, um dos principais formuladores da chapa Eduardo Campos-Marina Silva, reconheceu em um encontro na Globonews (26/4) não haver, entre os que pensam o programa da dupla socialista-sustentável qualquer diferença importante em relação à equipe tucana, no que diz respeito à economia brasileira.

Por fim, na véspera do Primeiro de Maio, a presidente Dilma Rousseff, provável candidata do PT, foi à TV responder aos adversários. Numa alusão clara à "coragem" aecista, Dilma prometeu que o seu governo "nunca será o da mão dura contra o trabalhador".

O que está em jogo nos movimentos acima descritos é a posição das candidaturas majoritárias a respeito da necessidade de se fazer um ajuste de caráter recessivo no país em 2015. Há uma espécie de frente ampla capitalista em torno de tal perspectiva, que se expressa nas menções, cada vez mais comuns, às pretensas "dificuldades" que aguardariam o Brasil no ano que vem.

Segundo Armínio Fraga, na entrevista supracitada, é preciso adotar um controle estrito do gasto público, adotando-se, talvez até em lei, um limite de dispêndio em relação ao PIB. Não é difícil perceber que tal enxugamento reforçaria o combate à inflação pela via do corte de demanda, já em curso por meio dos juros altos que o BC determina, satisfazendo, assim, o anseio do mercado por um choque.

Também Eduardo Campos acha que "é imperioso recuperar a confiança dos investidores". Embora se arrisque menos que Aécio no sincericídio, como convém a uma opção de centro, o compromisso do neto de Arraes não é muito diferente do assumido pelo neto de Tancredo. Haja vista a defesa que primeiro tem feito da independência do Banco Central.
Espectro político brasileiro segundo a Folha
Empurrada pela queda nas pesquisas, Dilma deu um passo na direção oposta ao anunciar que vai continuar a valorização do salário mínimo, reajustará a Bolsa Família e a tabela do Imposto de Renda. Tais medidas implicam aumento do gasto. Resta saber se tal disposição se aprofundará ao longo da campanha e, sobretudo, se tomará corpo no próprio governo, em caso de vitória. Seja como for, por agora a conversa ganhou alguma clareza
Fonte: SQN
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Trombone alvorada weril










Na globo, a ordem é manipular e omitir informações.

Isso não vale apenas para a copa do mundo.

Com a eleições por aí, a recomendação também vale para perseguir o governo Dilma e o PT.

Em primeiro a manipulação e a omissão dentro dos próprios veículos da velha mídia.

Em segundo a perseguição a defensores da liberdade de expressão e da democratização dos meios de comunicação.



Está em curso nos veículos da velha mídia, com globo a frente, uma campanha de violência e pânico que deve atingir o auge por ocasião da copa do mundo, quando  a velha mídia espera que o caos e a violência se espalhem pelas ruas de todo o país.

No rescaldo do caos  a culpa por tudo, claro, recairá no governo federal.

Políticos candidatos de oposição virão a público, de forma indignada, defender o povo brasileiro , que durante anos tem sido vítima dos governos do PT.

A violência urbana, principalmente durante a copa do mundo, será pautada por grupos que não toleram os gastos com a realização do evento, acreditando, esses grupos, que tais recursos deveriam ser destinados para educação, saúde, mobilidade urbana e a própria segurança pública.

Manipulados pela velha mídia e pela oposição, tais grupos de protestos não tem a menor idéia do que seria um governo com os partidos de oposição.  Com certeza, a oposição iria disponibilizar quantias ainda maiores para realização de grandes eventos e as necessidades dos manifestantes ( educação , saúde, por exemplo ) seriam totalmente da esfera  da iniciativa privada.



As conquistas que o povo brasileiro teve nos anos dos governos do PT seriam imediatamente suprimidas pelos governos de oposição, já que a democracia social é algo intolerável para os candidatos de oposição.

Caso o PT não seja governo em 2015, o país entrará em rota similar a de Espanha, Portugal, Irlanda, Grécia, Itália, países que , um pouco mais ou um pouco menos, agonizam no altíssimo desemprego, na falta de perspectiva para o futuro dos jovens, na eliminação dos direitos trabalhistas ( aposentadoria, auxílio desemprego), na eliminação das programas sociais de distribuição de renda e de oportunidades para todos ( bolsa família, cotas em universidades, prouni, pronatec, etc..) e um aumento da pobreza e da violência urbana. Enquanto isso, os milionários do país serão os únicos e poucos beneficiados com os governos de oposição, seja de Aécio ou Campos.

Em um suposto governo de oposição, os blogueiros e sites progressistas ( assim como defensores dos direitos humanos, direitos dos animais, ambientalistas, defensores da democratização dos meios de comunicação, etc.) sofrerão ainda mais perseguições, processos judiciais ,ameaças de morte, atentados e mesmo o extermínio de muitos ativistas já que a comunicação será ainda mais manipulada.

Por outro lado, não se pode descartar que parte do grupo envolvido nestas questões, caso venha a sofrer mais perseguições e ainda fique  mais alijado do processo democrático, possa optar por ações mais radicais.

O que está em jogo nas eleições deste ano é o avanço da democracia e da consolidação de uma democracia social, representado pelos governos do PT, ou o retrocesso para políticas que priorizam apenas setores endinheirados da sociedade, representado por governos do PSDB e PSB

quarta-feira, 30 de abril de 2014

O Brasil que não passa na TV

O caro leitor que por acaso andou distraído nas últimas semanas e apenas assistiu jornal nacional, leu o globo e outras coisas da velha mídia, certamente deve estar com uma visão equivocada da realidade.
Assim sendo O PAPIRO disponibiliza rápidos conteúdos para que o  caro leitor se atualize e não pense que o  Brasil está acabando.  

 Produção do pré-sal vai a 428 mil barris/dia

Endinheirados brasileiros mantém R$ 577,2 bi aplicados no sistema bancário, longe da atividade produtiva

Consumo de leite ao final dos anos 90 era de 100 litros per capita/dia, hoje:170 litros per capita/dia

Choque de alimentos perde força e inflação desacelera no país

CNT: os que classificam o governo Dilma entre ótimo, bom e regular representam 72% do eleitorado

Fonte: CARTA MAIOR
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APR
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Elaine Patricia Cruz - Repórter da Agência Brasil
O Sistema Cantareira, principal reservatório de abastecimento de água da região metropolitana de São Paulo, atingiu mais um recorde negativo. Segundo dados da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), o volume acumulado de água alcançou 10,9%, patamar mais baixo da história do sistema.

O volume de água do sistema caiu um ponto percentual desde a semana passada. Há um mês, o nível do sistema estava em 13,6%, volume já considerado preocupante. No ano passado, no entanto, as condições eram bastante diferentes: o reservatório registrava nível de 62%.

Para enfrentar a crise no abastecimento de água em São Paulo, que pode piorar nos próximos meses, considerados mais secos, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, disse, na semana passada, que pretende propor a aplicação de multa aos consumidores que aumentarem o uso de água. No entanto, entidades de defesa do direito do consumidor avaliaram que a multa só será legal se o racionamento de água for adotado no estado.

Segundo Helena Turon Balbino, meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (InMet), não há previsão de chuva para o estado de São Paulo nos próximos dias, pelo menos até sábado (3). "Tem possibilidade de chuva apenas no sudoeste do estado, na região de Presidente Prudente [que não engloba o sistema]", disse à Agência Brasil.

Fonte: A JUSTICEIRA DE ESQUERDA
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DILMA E CISTERNAS
O QUE FEZ O ALCKMIN ?

Dilma, Lula, Campello e a mudança no Sertão
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Dona Eliana: "“A gente bebia água do chão, ia de madrugada para chegar antes dos bichos"

Nesta terça-feira (29), ao lado da Ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, e do Governador da Bahia, Jacques Vagner,  no evento Sertão Vivo, em Feira de Santana, a Presidenta Dilma Rousseff anunciou novos investimentos para ações de enfrentamento aos efeitos da estiagem na região do Semiárido brasileiro e lembrou os avanços conquistados, em detrimento a outros Estados, mais ricos, que sofrem hoje com a escassez de chuva.

Somente para o programa de cisternas mais de R$ 442 milhões serão liberados para garantir captação e armazenamento de água.

“São obras importantes para todos os estados do Nordeste. Elas também têm uma característica: são obras que vão garantir que o Nordeste tenha uma situação de conforto hídrico e segurança hídrica. É importante saberem que aqui no Nordeste tem mais obra de segurança hídrica que nos estados mais ricos da federação, e que tem problema de abastecimento de água. Porque no Nordeste se precaveram, e estão construindo soluções estruturantes”, disse Dilma.

Problema crônico do semiárido, que corresponde a 8% do território nacional, a seca fez inúmeras vítimas ao longo dos anos. A imagem de retirantes que fugiam da falta de água e partiam rumo a outras regiões fazia parte do retrato extraído do Nordeste do país. Realidade que mudou nos últimos anos e que se tornará tão rara quanto a água fora há algumas décadas. É o que garante a Presidenta.

“Nós queremos que quem passe por aqui encontre uma nova visão do que é a seca”, afirmou Dilma no evento.

Em uma região de elevadas temperaturas, que corta os Estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio grande do Norte, Sergipe, além do norte de Minas, com área de 900 mil Km², a alternativa encontrada pelo governo foi oferecer condições para que a população, ao invés de procurar novos horizontes, convivesse com a seca.

“Garantimos que a população resistisse à seca e ficasse em suas terras, disse Tereza Campello.

“Segurança hídrica, produtiva e social são os eixos que permitem essa convivência”, completou Dilma.



Como condição para isso, de 2011 até março deste ano,  foram entregues 545,7 mil cisternas e 54,7 mil tecnologias de apoio à produção agrícola. Desde o primeiro ano do governo Lula, em 2003, tecnologias de captação de água em 1.347 municípios do Semiárido e da franja do semiárido foram implantados, o que beneficiou cerca de 4,4 milhões de pessoas, ou 935,5 mil famílias.

Só de 2011, primeiro ano de mandato da Presidenta Dilma, a março de 2014, as ações já chegaram a mais de 600 mil famílias, o que totaliza 2,8 milhões de pessoas. “Hoje, no sertão (como a região é também conhecida) 17 bilhões de litros de água é a capacidade de armazenamento de água hoje. Estamos fazendo quase 900 mil cisternas em quase 11 anos.  A cisterna se tornou um patrimônio do sertão”, citou Campello.

Como alternativa mais viável, já que o solo do Semiárido não consegue armazenar água das chuvas por ser muito raso e a economia é basicamente de pecuária extensiva e agricultura familiar de baixo rendimento que entra em acentuado declive em períodos de seca, causando até mesmo falência de lavouras e animais, a cisterna é utilizada tanto para consumo quanto para produção.

Fonte: CONVERSA AFIADA
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terça-feira, 29 de abril de 2014

Somos humanos

Daniel Alves, a banana e as críticas ao oportunismo na internet

publicado em 28 de abril de 2014 às 23:14
Camisetas colocadas à venda por Luciano Huck na internet (foto UOL)
Charge de Vitor Teixeira, via Facebook
Fotomontagens compartilhadas por Gerson Carneiro no Facebook
Contra o racismo nada de bananas, nada de macacos, por favor!
À esquerda, foto de Neymar em apoio a Daniel Alves; À direita foto de Ota Benga, Zoológico do Bronx, Nova York, em 1906.
A foto da esquerda todo mundo viu. É o craque Neymar com seu filho no colo e duas bananas, em apoio a Daniel Alves e em repulsa ao racismo no mundo do futebol.
Já a foto à direita, é do pigmeu Ota Benga, que ficou em exibição junto a macacos no zoológico do Bronx, Nova York, em 1906. Ota foi levado do Congo para Nova York e sua exibição em um zoológico americano serviu como um exemplo do que os cientistas da época proclamaram ser uma raça evolucionária inferior ao ser humano. A história de Ota serviu para inflamar crenças sobre a supremacia racial ariana defendida por Hitler. Sua história é contada no documentário “The Human Zoo”.
A comparação entre negros e macacos é racista em sua essência. No entanto muitos não compreendem a gravidade da utilização da figura do macaco como uma ofensa, um insulto aos negros.
Encontrei essa forte história num artigo sensacional que li dia desses, e que também trazia reflexões de James Bradley, professor de História da Medicina na Universidade de Melbourne, na Austrália. Ele escreveu um texto com o título “O macaco como insulto: uma curta história de uma ideia racista”. Termina o artigo dizendo que “O sistema educacional não faz o suficiente para nos educar sobre a ciência ou a história do ser humano, porque se o fizesse, nós viveríamos o desaparecimento do uso do macaco como insulto.”
Não, querido Neymar. Não somos todos macacos. Ao menos não para efeito de fazer uso dessa expressão ou ideia como ferramenta de combate ao racismo.
Mas é bom separar: Uma coisa é a reação de Daniel Alves ao comer a banana jogada ao campo, num evidente e corriqueiro ato racista por parte da torcida; outra coisa é a campanha de apoio a Daniel e de denúncia ao racismo, promovida por Neymar.
No Brasil, a maioria dos jogadores de futebol advém de camadas mais pobres. Embora isso esteja mudando – porque o futebol mudou, ainda é assim. Dentre esses, a maioria dos que atingem grande sucesso são negros. Por buscarem o sonho de vencer na carreira desde cedo, pouco estudam. Os “fora de série” são descobertos cada vez mais cedo e depois de alçados à condição de estrelas vivem um mundo à parte, numa bolha. Poucos foram ou são aqueles que conseguem combinar genialidade esportiva e alguma coisa na cabeça. E quando o assunto é racismo, a tendência é piorar.
E Daniel comeu a banana! Ironia? Forma de protesto? Inteligência? Ora, ele mesmo respondeu na entrevista seguida ao jogo:
“Tem que ser assim! Não vamos mudar. Há 11 anos convivo com a mesma coisa na Espanha. Temos que rir desses retardados.”
É uma postura. Não há o que interpretar. Ele elaborou uma reação objetiva ao racismo: Vamos ignorar e rir!
Há um provérbio africano que diz: “Cada um vê o sol do meio dia a partir da janela de sua casa”. Do lugar de onde Daniel fala, do estrelato esportivo, dos ganhos milionários, da vida feita na Europa, da titularidade na seleção brasileira de futebol, para ele, isso é o melhor – e mais confortável, a se fazer: ignorar e rir. Vamos fazer piada! Vamos olhar para esses idiotas racistas e dizer: sou rico, seu babaca! Sou famoso! Tenho 5 Ferraris, idiota! Pode jogar bananas à vontade!
O racismo os incomoda. E os atinge. Mas de que maneira? Afinal, são ricos! E há quem diga que “enriqueceu, tá resolvido” ou que “problema é de classe”! O elemento econômico suaviza o efeito do racismo, mas não o anula. Nesse sentido, os racistas e as bananas prestam um serviço: Lembram a esses meninos que eles são negros e que o dinheiro e a fama não os tornam brancos!
Daniel Alves, Neymar, Dante, Balotelli e outros tantos jogadores de alto nível e salários pouca chance terão de ser confundidos com um assaltante e de ficar presos alguns dias como no caso do ator Vinícius; pouco provavelmente serão desaparecidos, depois de torturados e mortos, como foi Amarildo; nada indica que possam ter seus corpos arrastados por um carro da polícia como foi Cláudia ou ainda, não terão que correr da polícia e acabar sem vida com seus corpos jogados em uma creche qualquer. Apesar das bananas, dificilmente serão tratados como animais, ao buscarem vida digna como refugiados em algum país cordial, de franca democracia racial, assim como as centenas de Haitianos o fazem no Acre e em São Paulo.
O racismo não os atinge dessa maneira. Mas os atinge. E sua reação é proporcional. Cabe a nós dizer que sua reação não nos serve! Não será possível para nós, negras e negros brasileiros e de todo o mundo, que não tivemos o talento (ou sorte?) para o estrelato, comer a banana de dinamite, ou chupar as balas dos fuzis, ou descascar a bainha das facas. Cabe a nós parafrasear Daniel, na invertida: “Não tem que ser assim! Nós precisamos mudar! Convivemos há 500 anos com a mesma coisa no Brasil. Temos que acabar com esses racistas retardados, especialmente os de farda e gravata”.
Quanto a Neymar, ele é bom de bola. E como quase todo gênio da bola, superacumula inteligência na ponta dos pés. Pousa com seu filho louro, sem saber que por ser louro, mesmo que se pendure num cacho de bananas, jamais será chamado de macaco. A ofensa, nesse caso, não fará sentido. Mas pensemos: sua maneira de rechaçar o racismo foi uma jogada de marketing ou apenas boa vontade? Seja o que for, não nos serve.
Sou negro, nascido em um país onde a violência e a pobreza são pressupostos para a vida da maior parte da população, que é negra. Querido Neymar – mas não: Luciano Hulk, Angélica, Reinaldo Azevedo, Aécio Neves, Dilma Rousseff, artistas e a imprensa que, de maneira geral, exaltou o “devorar da banana” e agora compartilham fotos empunhando a saborosa fruta, neste país, assim como em todo o mundo, a comparação de uma pessoa negra a um macaco é algo culturalmente ofensivo.
Eu como negro, não admito. Banana não é arma e tampouco serve como símbolo de luta contra o racismo. Ao contrário, o reafirma na medida em que relaciona o alvo a um macaco e principalmente na medida em que simplifica, desqualifica e pior, humoriza o debate sobre racismo no Brasil e no mundo.
O racismo é algo muito sério. Vivemos no Brasil uma escalada assombrosa da violência racista. Esse tipo de postura e reação despolitizadas e alienantes de esportistas, artistas, formadores de opinião e governantes tem um objetivo certo: escamotear seu real significado do racismo que gera desde bananas em campo de futebol até o genocídio negro que continua em todo o mundo.
Eu adoro banana. Aqui em casa nunca falta. E acho os macacos bichos incríveis, inteligentes e fortes. Adoro o filme Planeta dos Macacos e sempre que assisto, especialmente o primeiro, imagino o quanto os seres humanos merecem castigo parecido. Viemos deles e a história da evolução da espécie é linda. Mas se é para associar a origens, por que não dizer que #SomosTodosNegros ? Porque não dizer #SomosTodosDeÁfrica ? Porque não lembrar que é de África que viemos, todos e de todas as cores? E que por isso o racismo, em todas as suas formas, é uma estupidez incompatível com a própria evolução humana? E, se somos, por que nos tratamos assim?
Mas não. E seguem vocês, “olhando pra cá, curiosos, é lógico. Não, não é não, não é o zoológico”.
Portanto, nada de bananas, nada de macacos, por favor!
Fonte: VIOMUNDO
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Confesso que não gostei  quando vi as fotos de Luciano Huck "em apoio"a  reação do jogador Daniel Alves.
Concordo, nada de macacos, mas muito de bananas.
Quando alguém chama outro de macaco a intenção, clara, é de reduzir a condição humana da pessoa atingida. Isso em segundo lugar, pois o primeiro é a questão da cor.
Se reduz a condição humana quando se chama alguém de burro, jumento, lesma, tartaruga, dinossauro, égua, bode, jararaca, dragão, pato, sapo, perereca, pavão, papagaio, porco, gambá, toupeira , cavalo, anta, rato, piranha, vaca, crocodilo, asno, inseto, verme, camarão, veado, mico, morcego, galinha, carrapato, baleia, jamanta, mosca,cordeiro, cachorra, cascavel , animal, e outros mais.
Para enaltecer tem-se, tubarão, águia, gavião, lobo, ninja, cabra, carcará, gata, elefante, leão, tigrão, tigresa, coruja e outros.
Além de expressões como, galinhagem, viadagem, caminhão cegonha, cobra criada, amigo urso, crocodilagem, asneira, burrice, piranhagem , patada, coice, bicharada, morcegar, dia de cão, vida de cachorro, olhos de lince,  pássaro de aço,  abraço de tamanduá, burro amarrado também pasta, em rio que tem piranha jacaré nada de costas, de grão em grão a galinha enche o papo, garras firmes, bom cabrito não berra e etc...
Não que esses animais não sejam inteligentes, eles são muito inteligentes.
Porém uma acusação do tipo macaco vem carregada de um conceito de que os animais são inferiores aos humanos  e, sempre a referência aos macacos se faz com macacos pretos.
Agora mesmo, na repercussão do caso do Daniel Alves, não apareceu nenhuma foto ou arte de um macaco branco. 
Até mesmo a foto do zoológico de Nova York apresenta uma negra com um macaco nas mãos. 
Olhando a foto a seguir de dois macacos da origem fuscaca, o caro leitor deve estar se perguntando por que não se vê fotos de um humano nórdico, por exemplo, segurando no colo um filhote da raça fuscaca.
A resposta é simples, pois os nórdicos são em maioria brancos, loiros, como a mulher de Luciano Huck, na foto, e a relação de homens com macacos só é feita para atacar os negros, com a clara intenção de diminuí-los enquanto humanos com uma forte ignorância na rejeição da cor.                                                                                                                                                       
O casal de apresentadores Luciano Huck e Angélica, em apoio a Daniel Alves no Instagram
    casal Huck : somos macacos 
                                                                                                                                                     casal  fuscaca, em banho termal , de forma                                                                                            civilizada  e parecendo não gostar da comparação                                                                                       

Esse comportamento, que nem os  primatas adotam, tem uma das origens na ignorância sobre a origem da espécie humana e ainda carrega conceitos religiosos anacrônicos que negam a ciência.
Negros ou brancos loiros ,  temos muito em comum com os macacos no que se refere a cadeia evolutiva do homem, porém, não somos macacos, como sugere a campanha de Luciano Huck mas somos iguais, negros, brancos, amarelos e vermelhos, enquanto humanos.
Claro que assim entre os diferentes tipos de macacos, existem espécies de macacos mais evoluídos que outros.
O mesmo acontece entre os humanos ( todos com origem nos macacos e na África).
Certamente os humanos que não segregam os demais por causa da cor, da condição social, etnia, gênero,  são  os mais evoluídos.
Luciano Huck se aproveitou da polêmica para faturar alguns trocados a mais, seguindo a lógica selvagem, oportunista e pouco evoluída do mundo atual.
Quanto as bananas, no imaginário das pessoas a fruta está associada aos macacos, assim como as cenouras aos coelhos, o queijo ao rato e etc...
Abaixo, parentes próximos em momento de tristeza. 










































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segunda-feira, 28 de abril de 2014

O Fanfarrão imortal



Trombone alvorada weril
Bom dia, caro leitor ! 
Começo mais uma semana , nesta segunda feira de outono, saboreando um delicioso café da manhã.
Café, pão, creme vegetal,  e três deliciosas bananas bem amassadas, cobertas com mel de abelha e canela em pó.
Depois da tradicional passada pelos principais sites e blogues de informação, resolvo dar uma espiadinha nas "novidades" da velha mídia.
E eis que encontro a notícia abaixo sobre a condenação de mais um blogueiro que não segue a pauta do jornalismo que ajudou no golpe de estado de 1964 que derrubou um governo legítimo.
Foi no jornal o globo. 
Ainda no globo, leio , e me espanto, com notícia sobre café da manhã repleto de proteínas. Para ilustrar a chamada , globo publicou  fotos com várias lingüiças.
Imediatamente , lembrei-me do programa Sem Censura, da TV Brasil.
Por diversas vezes, talvez dezenas de vezes, assisti no programa a presença de nutricionistas. E não era sempre o mesmo nutricionista, como acontece com os colunistas e "especialistas" da velha mídia em seus programas higiênicos.
Na maioria dos programas os nutricionistas condenam o café da manhã  ao estilo americano, repleto de proteínas e lipídeos, já que pela manhã, a alimentação além de proporcionar os nutrientes necessários deve limpar o organismo, e proteínas animais, principalmente, devem ser evitadas.
Globo sugere o contrário  e ainda gosta de lingüiças ao amanhecer.  E em grande quantidade. 
Compreende-se, já que SEARA, SADIA e PERDIGÃO são grandes anunciantes da emissora que através de seus funcionários gosta de processar sites e blogues da internete, que na visão de globo, não agem corretamente
Que o caro leitor não confunda o novo processo que globo moveu  contra um blogueiro com lingüiças, bacons e ovos fritos. 
O que norteou a ação foi banditismo. 
No texto logo abaixo, o jornalista imortal de globo sentiu-se ofendido em sua honra ao ser chamado, ou comparado, com bandido.
De fato, nenhuma pessoa honesta gosta de ser chamado de bandido, até mesmo os bandidos se sentem ofendidos,apenas para citar um exemplo quando um mega traficante ao ser acusado de traficante se disse pecuarista. Ou quem não se lembra do folclórico contraventor e defensor dos animais , Castor de Andrade, que se auto intitulava advogado.
Nosso mundo globalizado neoliberal , próspero, civilizado e moderno, não tolera bandidos, já que a essência dos valores predominantes valoriza e aplaude os grande mocinhos honestos, de preferência os brilhantes do sistema financeiro.
Na sentença proferida pelo juiz pode-se perceber com clareza que nenhum direito relativo a liberdade de expressão e pensamento é absoluto.
Interessante notar, e o caro leitor já deve ter percebido, que sempre que a velha mídia é acusada de extrapolar seus limites de expressão, a alegação do jornalismo anacrônico é a de que a liberdade de  expressão é absoluta e que tais acusações visam estabelecer censura para o jornalismo. 
Até mesmo a propaganda, uma atividade claramente comercial, é defendida pela velha mídia como absolutamente livre no tocante a liberdade de expressão, não aceitando qualquer tipo de limite.
Ainda hoje, me deparo com o outro texto abaixo, em que o apresentador da TV Bandeirantes se solidariza com a apresentadora do telejornal do SBT, Sheherazade, que incitou claramente o crime através de suas opiniões na bancada de um telejornal, pertencente a uma emissora de TV, que é concessão pública e deve produzir conteúdos do interesse público.
Não satisfeito, ainda desafia o governo federal a não mexer com ele, ou seja, a não impor sanções em seu programa, como retirar a propaganda oficial do governo, por exemplo.
O valentão da Bandeirantes é o mesmo que anos atrás foi ameaçado de morte,  em emissora de TV, por um suposto membro da organização criminosa PCC. A ameaça ocorreu no programa do apresentador Gugu Liberato, então no SBT.  Além de Datena, foram também ameaçados Marcelo Rezende, hoje na TV record e um outro apresentador de programas policiais estilo mundo cão. Coube a Rezende, a inteligência e a coragem de suspeitar da ameaça e investigar o caso, chegando a conclusão de que foi uma grande farsa montada para ameaçar os profissionais e tentar alavancar alguns pontinhos de audiência no programa do SBT. Quanto ao valentão, tão logo tomou conhecimento da ameaça trancou-se em  sua casa por dias. Especula-se que durante o recesso caseiro, ainda tenha ficado trancado diariamente em quarto especial.
Essa é a TV aberta e comercial do Brasil.  A mesma TV que no programa do Faustão , da TV globo,  levou ao cohecimento do distinto público das novas tardes de domingo, declaração inteligentíssima do grande apresentador que comparou o cabelo ao estilo black power, de uma moça negra, a uma vassoura. Disse que tratou-se de uma brincadeira. 
Talvez pensem assim , também, os europeus que jogam bananas em campos de futebol em referência aos jogadores negros, apenas uma brincadeira.
Emissoras de TV, concessões públicas, que deveriam produzir conteúdos educativos e de interesse público.
Um pouco mais ou um pouco menos, todas a TV's comercias se igualam em seus conteúdos, seja no entretenimento ou no jornalismo.
Naturalmente um movimento foi ganhando força para que os artigos da constituição brasileira, referentes as comunicações, ganhassem uma regulamentação que proporcionasse uma pluralidade de conteúdos e também  uma diversidade de veículos de mídia.
Ao se abordar esse assunto, a velha mídia, a mesma que não tolera desvios de conduta que possam atingir suas empresas ou seus profissionais, sempre grita dizendo estar em curso um processo para limitar a liberdade de expressão, a mesma liberdade de expressão citada na sentença que condenou o blogueiro. Ou ainda a mesma liberdade de expressão defendida pelo valentão, em referência a apresentadora exterminadora de bandidos. Ou a liberdade de Fausto para chamar de vassoura o cabelo de uma negra.
Ou quem sabe uma liberdade maior, para conduzir em bloco a opinião pública.
Entre bananas, lingüiças, vassouras, valentão fanfarrão , bandidos e imortais, qualquer pessoa já percebeu que o clima das eleições, ainda com pouco mais de  cinco  meses do pleito, já tangencia  a selvageria. e não poderia ser diferente já  que a copa do mundo de futebol, que se inicia em 45 dias, pode se resumir na própria campanha eleitoral, mesmo que políticos dela não façam parte.
O jornal Extra, das organizações globo, de hoje, tem como manchete principal a preocupação do povo do Rio de janeiro com a violência durante a copa do mundo. Jornais estrangeiros, de diferentes países, escrevem o mesmo, quase que diariamente.
A preocupação procede, tanto aqui como fora do Brasil. Entretanto a violência que preocupa não é a violência das manifestações de rua, que podem e devem acontecer durante a copa.
Se grupos querem se manifestar nas ruas, isso é perfeitamente normal, mesmo durante a copa do mundo. Tem sido assim em todos os grandes eventos, em todo o mundo, em todos os países. Londres, durante a realização dos jogos olímpicos de 2012, foi palco de muitas manifestações nas ruas da cidade, mas que não foram divulgadas pelas emissoras de TV geradoras de imagens do evento. Não apenas as manifestações não foram divulgadas como a forma como foram reprimidas pela polícia de Londres. Talvez aqui seja diferente, qualquer manifestante solitário receba grande visibilidade da mídia. A liberdade de expressão é algo fantástico assim como o dever de informar corretamente.
Essas manifestações de rua , que devem ocorrer durante a copa . podem provocar algum estresse e mesmo violência, mas não causarão nenhum dano na campanha eleitoral.
O perigo maior está na violência organizada, nos grupos externos e internos que desejam derrotar o governo nas eleições. Conhecendo o mundo presente, e o histórico do passado, não seria absurdo afirmar que sabotagens podem ocorrer para prejudicar o evento. Logística de transportes, geração de energia elétrica, meios de mobilidade ( ônibus , trens, metrô e aviões). tele comunicações podem ser alvos de violência, não a violência de manifestantes de rua, mas a violência que visa as próximas eleições e que age sempre dentro da lei, com o auxílio do Judiciário e que não tolera acusações levianas.

Acorda amor - Julinho da Adelaide

Acorda amor
Eu tive um pesadelo agora
Sonhei que tinha gente lá fora
Batendo no portão, que aflição
Era a dura, numa muito escura viatura
Minha nossa santa criatura
Chame, chame, chame lá
Chame, chame o ladrão, chame o ladrão
Acorda amor
Não é mais pesadelo nada
Tem gente já no vão de escada
Fazendo confusão, que aflição
São os homens
E eu aqui parado de pijama
Eu não gosto de passar vexame
Chame, chame, chame
Chame o ladrão, chame o ladrão
Se eu demorar uns meses
Convém, às vezes, você sofrer
Mas depois de um ano eu não vindo
Ponha a roupa de domingo
E pode me esquecer
Acorda amor
Que o bicho é brabo e não sossega
Se você corre o bicho pega
Se fica não sei não
Atenção
Não demora
Dia desses chega a sua hora
Não discuta à toa não reclame
Clame, chame lá, chame, chame
Chame o ladrão, chame o ladrão, chame o ladrão
(Não esqueça a escova, o sabonete e o violão)
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Merval Pereira 28.4.2014 10h02m

Merval Pereira Merval Pereira Merval Pereira é colunista do GLOBO e comentarista da CBN e da Globo News. É membro da Academia Brasileira de Letras e da Academia Brasileira de Filosofia. Em 2009 recebeu o prêmio Maria Moors Cabot da Universidade de Columbia de excelência jornalística, a mais importante premiação internacional. Também é membro do Board of Visitors da John S. Knight Fellowships da Universidade Stanford.
lançamento do livro Mensalão, de Merval Pereira
 

 Recebo do advogado Paulo Freitas uma excelente notícia: o juiz Ulisses Augusto Pascolati Junior, do Foro Central Criminal Barra Funda, do Juizado Especial Criminal de São Paulo, proferiu em 10 de abril sentença condenando Paulo Henrique Amorim, pelo crime de injúria, ao pagamento de 10 (dez) salários mínimos em favor de instituição pública ou privada de destinação social a ser definida.
A condenação aconteceu na queixa-crime ajuizada por mim em razão de legenda ofensiva de uma foto publicada no blog "Conversa Afiada", onde sou identificado como “jornalista bandido”. Em sua sentença, o juiz Ulisses Augusto deixa claro que "deve ser assegurado ao querelado [o réu] e a todos os repórteres do Brasil que desempenhem sua função com seriedade, lisura e responsabilidade o pleno exercício da liberdade de expressão e, por conseqüência lógica, de informação”.
No entanto, frisa o juiz, “o direito de expressão, manifestação do pensamento aqui na forma escrita e opinião não é absoluto, aliás como todos os demais direitos individuais não o são. Tal direito, quando exercido, encontra limites em outros direitos individuais assegurados pela própria Constituição, quais sejam, o direito a honra e a imagem, estas que nos interessam nos autos (art. 5º, inc. X, CF)”.
Explica ainda o juiz: “(...)garante-se a plena liberdade de expressão, sem qualquer tipo de censura, e, sendo ela extrapolada ou utilizada de maneira descomedida, beirando o abuso do direito, tutela-se a honra e a imagem por meio do direito penal, via crimes contra a honra, ou mesmo do direito civil, com a indenização por danos morais (art. 5º, X, CF)”.
A sentença do juiz, no primeiro momento, fixou a pena base em 1 (um) mês e 10 dias de detenção, e na dosimetria, considerando-se atenuantes, foi transformada depois em restritiva de direitos com prestação pecuniária. Pela natureza da sanção o réu poderá recorrer em liberdade. Caso haja necessidade do cumprimento de pena corporal, o regime será o aberto.
Fonte: O GLOBO
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A bravata chantagista de Datena


Fanfarrão
                                       Fanfarrão

Circula na internet um vídeo em que Datena declara solidariedade a Sheherazade e desafia, numa bravata assombrosa, o governo a mexer na publicidade que coloca em seu programa na Band.
É um vídeo que mostra o absurdo que Datena é e a situação ainda mais absurda que cerca as bilionárias verbas publicitárias do governo.
Primeiro, há na fanfarronice de Datena uma chantagem, uma intimidação. “Não mexam em mim”, ele está dizendo, na verdade.
Há também uma enorme petulância. Ele fala no direito de Sheherazade de ter suas opiniões – como se o incitamento ao crime fosse aceitável.
Mas e o direito de anunciar onde se queira: não existe? Todo anunciante – público ou privado – examina onde vai parar o dinheiro que coloca em publicidade.
Se o objeto do dinheiro vira um embaraço, como Sheherazade (ou Datena mesmo), o caminho natural para todo anunciante é rever seu investimento.
Tiger Woods perdeu seus patrocinadores depois que eclodiu o escândalo de seus adultérios em série. Mais recentemente, Pistorius viu baterem em retirada seus patrocinadores, depois da morte de sua namorada.
O episódio de Sheherazade deveria propiciar uma discussão ampla. Faz sentido o governo investir tanto dinheiro em publicidade?
Em sociedades mais avançadas, os anúncios essencialmente se restringem a serviços de utilidade pública. Uma campanha de vacinação, por exemplo. Ou uma que estimule os cidadãos a se alimentarem melhor, com mais frutas e verduras.
No Brasil, a publicidade oficial – federal, estadual e municipal – vai muito além.
É uma coisa perniciosa. Historicamente, o dinheiro (público) da propaganda governamental foi usado para carrear recursos para as empresas de mídia.
O resultado disso foi que os donos das empresas jornalísticas ficaram riquíssimos.
Era uma vergonha tão grande que, num momento em que todos os anunciantes obtinham descontos formidáveis sobre os preços de tabela de empresas como Globo e Abril, o governo continuava a pagar o valor integral.
Empresas que à luz do sol viviam denunciando em seus jornais e revistas o “mau trato” do dinheiro público enchiam descaradamente seus cofres, na sombra, com recursos do contribuinte.
Anúncios do governo eram usados também para facilitar a vida de empresas endividadas. No começo dos anos 1980, o falido Jornal do Brasil vivia repleto de anúncios do Banco do Brasil. Era a forma como o jornal “pagava” dívidas.
É evidente que a sociedade se beneficiaria amplamente se uma boa fatia do dinheiro público posto em publicidade se destinasse a projetos sociais.
A Band, de Datena, recebe do governo federal cerca de 100 milhões de reais por ano. Qual o benefício para a sociedade deste dinheiro todo?
Para a família Saad, é uma beleza. São riquíssimos.
Para nosotros, a história é outra.
Que programa da Band você pode dizer que contribui para que o Brasil melhore?
Veja Datena, por exemplo.
Com seus parcos 3 pontos de Ibope, ele é a personificação do mundo cão. Ele semeia medo pânico entre seus espectadores. A cidade, segundo Datena, é um inferno, e os bandidos têm que ser exterminados.
É a mesma pregação de Sheherazade por outras palavras. Bandido bom é bandido morto.
No vídeo em que insulta o governo, ele diz que se tirarem publicidade não faz diferença porque já está ferrado, ou na lona, ou coisa que o valha.
Ora. Para explorar abjetamente uma audiência que ele mantém nas trevas e na ignorância, Datena levanta mensalmente uma quantia calculada em 1 milhão de reais.
Como os pastores evangélicos, fala a pobres, mas enriquece com isso.
Temos eleições em 2014, e é triste não ver nenhum candidato trazer novas ideias em relação ao dinheiro público torrado em propaganda.
Fonte: DIÁRIO DO CENTRO DO MUNDO
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 Um significado para a palavra bandido no dicionário inFormal


Por (SP) em 13-03-2008
Aquele indivíduo que participa, só e/ou acompanhado, em incursões duvidosas promovendo unicamente em benefício próprio a angariação de recursos financeiros e materiais oriundos de terceiros. Além de tudo isto promove balbúrdias.

Significado de Balbúrdia:
Confusão muito barulhenta; algazarra. Circunstância tumultuada; pandemônio.