terça-feira, 27 de novembro de 2012

Liberdade de Expressão

 Liberdade de Expressão




Artigo publicado originalmente no Observatório da Imprensa.

Apesar do trabalho desenvolvido há décadas por pessoas e/ou entidades da sociedade civil, e apesar do inegável aumento da consciência coletiva sobre a centralidade da mídia na vida cotidiana, não tem havido resposta correspondente dos poderes da República no sentido da proposta e/ou implementação de políticas públicas que promovam a universalização do direito à comunicação em nosso país.

Ao contrário. Ações que representariam avanços relativos, muitas vezes, não são cumpridas, se descaracterizam ou se transformam em inacreditáveis recuos – alguns, com apoio em decisões do Judiciário.

São muitos os exemplos. O principal deles é certamente a própria Constituição de 1988, cuja maioria dos artigos relativos à comunicação social não logrou ser regulamentada decorridos 24 anos de sua promulgação.

Outros, não menos importantes, incluem:

- O decreto que criava o serviço de retransmissão de TV institucional (RTVIs), que foi revogado dois meses depois (2005);

- O resultado do trabalho de duas comissões criadas no âmbito do governo federal para propor uma nova regulamentação para as rádios comunitárias (GT 2003 e GTI 2005), que nunca foi levado em conta;

- O primeiro decreto sobre o modelo de TV digital (2003), que foi substituído por outro apontando para a direção inversa (2006);

- O pré-projeto que transformava a Ancine em Ancinav (2004) que nunca chegou sequer a se tornar projeto, mas seus opositores foram contemplados com a criação do Fundo Setorial do Audiovisual (2006) e, mais recentemente, com a polêmica Lei 12.485/2011;

- As diretrizes originais para a comunicação constantes da primeira versão do III Programa Nacional de Direitos Humanos, PNDH3 (2009) foram alteradas menos de cinco meses depois por novo decreto (2010): excluíram-se as eventuais penalidades previstas no caso de desrespeito às regras definidas; e exclui-se a proposta de elaboração de “critérios de acompanhamento editorial” para a criação de um ranking nacional de veículos de comunicação.

- A convocação e realização da 1ª Confecom – Conferência Nacional de Comunicação, que produziu mais de 600 propostas que jamais saíram do papel (2009);

- Os três decretos que finalmente geraram um anteprojeto de marco regulatório para a comunicação eletrônica (2005, 2006 e 2010) que nunca se tornou público

E por aí vai.

Temas recorrentes
Há de se registrar ainda decisões do poder Judiciário como:

1. A improcedência da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) que sustentava a inconstitucionalidade de quatro artigos do decreto 5820/2006 (TV Digital);

2. A não regulamentação do “direito de resposta” em função da inconstitucionalidade total da antiga Lei de Imprensa;

3. O estabelecimento de uma hierarquia de liberdades que privilegia o direito das empresas sobre o direito do cidadão; e,

4. A recente criação de um Fórum Nacional do Poder Judiciário e Liberdade de Imprensa no Conselho Nacional de Justiça – onde terão assento as principais entidades representantes da grande mídia – com o objetivo de monitorar as ações judiciais que envolvem o que tem sido chamado de “censura judicial”. Na prática, mais uma proteção à liberdade das grandes empresas de mídia em detrimento do direito do cidadão.

Muitas dessas questões têm sido tratadas neste Observatório mais de uma vez, ao longo do tempo. Não há qualquer novidade nisso.

Os conselhos de comunicação
Há, todavia, um exemplo que merece referência especial pela constatação da incrível impotência de atores da sociedade civil – inclusive, de partidos políticos e parlamentares – além da imensa frustação que representa para aqueles que lutam pela universalização da liberdade de expressão no nosso país: os conselhos de comunicação.

A história é conhecida, mas vale um breve resumo. Ponto principal de disputa na Constituinte de 1987-88, a criação de uma agência reguladora nos moldes da FCC americana se transformou, na undécima hora, no Conselho de Comunicação Social, órgão auxiliar do Congresso Nacional (artigo 224). Regulamentado por lei em 1991, só foi instalado 11 anos depois, em 2002. Funcionou por quatro anos e ficou desativado por cerca de seis anos. Recentemente foi reinstalado de forma autoritária e sob protesto da Frentecom e do FNDC. Sua composição não traduz a ideia da Constituição de 1988, de um órgão plural com representação diversa. Há um claro predomínio de interesses empresarias.

Na primeira sessão do novo CCS, um representante da grande mídia propôs reduzir suas funções regimentais para que sua ação de assessoramento se restrinja apenas às demandas do Congresso Nacional, excluindo, por exemplo, a possibilidade de debate e encaminhamento das propostas aprovadas na 1ª Confecom.

Nos 10 estados (e no Distrito Federal) onde as Constituições e a Lei Orgânica preveem conselhos estaduais de comunicação – a exemplo do CCS –, até hoje apenas na Bahia ele foi instalado (2012) e, mesmo assim, com funcionamento precário.

Em pleno século 21, na contramão de países vizinhos e das democracias liberais consolidadas, permanecemos praticamente sem um único espaço democrático institucionalizado onde questões relativas à universalização da liberdade de expressão possam ser sequer debatidas.

No Brasil, no que se refere à regulação democrática da mídia, o ruim pode sempre piorar. E tem piorado.


(*) Venício A. de Lima é jornalista e sociólogo, pesquisador visitante no Departamento de Ciência Política da UFMG (2012/2013), professor de Ciência Política e Comunicação da UnB (aposentando) e autor de Política de Comunicações: um Balanço dos Governos Lula (2003-2010), Editora Publisher Brasil, 2012, entre outros


Mais um dia, assim como tem ocorrido em muitos dias ao longo de muitos anos, o assunto sobre a regulação da mídia volta a aparecer nas mídias autoreguladas pela democracia e  pela liberdade de expressão. Sendo considerado , até o momento, como o grande passo que o governo popular do PT ainda não foi capaz de dar o assunto , apesar do estado de inércia governamental, vai conquistando , a cada dia, a cada minuto,  um número maior de simpatizantes da causa. Com boa visibilidade somente na internete e com campanhas de mobilização popular, o assunto ainda tem muito a reverberar . Independente das campanhas e participando ativamente de todas,de minha mídia na internete, que sofre censura e perseguição por parte de grandes meios de comunicação através da ação de hackers,  volto ao tema. Já que o assunto é censurado pelas grandes emissoras de TV, pela maioria das emissoras de rádio e também pelos grandes jornais e revistas impressos, que aliás defendem a liberdade ( ?) de expressão, dependemos apenas da praça para que vozes sejam ouvidas. A liberdade de expressão é diariamente violentada pelos grandes veículos de comunicação do país, seja na censura interna no tocante aos assuntos definidos para mediação, seja na forma de divulgação de infomações e também de  entretenimento. A TV, como sendo a mídia de maior alcance, produz, pela esmagadora maioria de suas emissoras, conteúdos de péssima qualidade, onde o país é censurado no país, e as pessoas não se reconhecem nos programas das grades. O leitor atento, e eles existem,  sabe que na programação das emissoras de TV, o que se chama de grade, tudo é programa independente do formato e  conteúdo. Um jornal e uma revista vendem notícia, um filme para cinema é arte cinematográfica, na TV vende-se programa, distração, entretenimento.  Assim sendo, um telejornal, um programa de auditório, uma novela, um filme, são veiculados na linguagem televisiva como programas. Uma linguagem que atua no visual, no auditivo e no cinestésico  do receptor, logo a mais completa e poderosa em comparação com as demais, no caso o rádio e os impressos. Por ser assim, o jornalismo na TV, na maioria esmagadora das emissoras, é também um programa. Para tal, são utilizados os recursos principalmente visuais na apresentação das notícias. A aparência, a postura e a voz dos apresentadores são cuidadosamente produzidas para atender as exigências da linguagem do veículo em questão, no caso a TV. Em segundo lugar a escolha dos assuntos a serem abordados, que sempre segue orientações políticas, doutrinárias e mercantis das emissoras e , no caso brasileiro, as emissoras de TV que dominam o espaço seguem, praticamente, as mesmas escolhas. A liberdade de expressão e pluralidade de informações é escancaradamente deixada de lado. A TV  comercial não é, e não deve ser, a principal fonte de obtenção de conteúdos informativos, pois não se presta para esse fim. Os assuntos são apresentados de forma supercial, com extrema velocidade, quase que superpostos, sem quaisquer debates e muito menos ainda visões que contrariem a ideologia das emissoras. Isso se deve ao fato que o jornalismo na TV é apenas um programa a mais, programa com jornalistas ( em um passado próximo os apresentadores de telejornais eram apenas locutores, nem jornalistas eram ) que eventualmente podem até ter opiniões próprias, e mesmo externá-las, desde que não contrariem a ideologia da emissora. Nessa linha um programa de auditório, também é apenas um programa já que a platéia é cuidadosamente escolhida ( pessoas bonitas e muitas coxas na primeira fila ) e se comporta em sintonia com o apresentador , sem contraditório, sem questionamentos profundos, passando para o telespectador a falsa idéia de participação popular  e democrática. Em muitas emissoras, a platéia , inclusive, recebe alguma coisinha para participar "democráticamente". A bronca livre,  a arena com participação popular, o debate, a liberdade de expressão, não existe nos chamados "auditórios". As atrações desse programa ,principalmente artistas e cantores, também seguem a linha mercantil de fácil consumo e arte comportada  e enquadrada nos padrões das emissoras. Os apresentadores, todos simpáticos , falantes, de aparência jovem ( independente de idades bem avançadas) são , na realidade, os mestres de cerimônia do grande circo, da grande palhaçada. Um outro programa diz respeito as artes dramáticas, a dramaturgia, o humor. São as novelas e programas de humor. Usando e abusando, na maioria dos produtos, de atores , ou melhor , de caras jovens que representam a si mesmos nos papéis vividos, as tramas , na maioria, abordam a luta do bem contra o mal. Nas tramas dos últimos dez anos prá cá o bem continua vencendo , mas com uma peculiaridade; não mais vence avalors , práticas e percepções través da justiça , mas sim através da vingança com excessos de violência e crueldade. Seria uma formatação na sociedade de valores , práticas e percepções ?  Um outro programa são os filmes, que em TV, não abordam a  arte da sétima arte, mas somente a ação , coisas explodindo, projéteis para todos os gostos, e muita violência, isso na maioria das emissoras comerciais.  Em todo o universo da TV o visual predomina, devido a caracaterística da linguagem. Assim sendo , os profissionais , de diferentes programas de todas as emissoras, se encaixam nos padrões de estética, amplamente difundidos pelas próprias emissoras, para a grade, admitindo apenas algumas exceções com Marisa Orth, Luiz Fernando Guimarães e Regina Casé, por exemplo. No caso de programas humorísticos, os desvios da estética são  aceitos, já que se constintuem na única forma de expressão de muitos "artistas", o que é lamentável pois se trata de uma redução   aos esteriótipos. Assim, é necessário e urgente que o governo popular do PT, coloque na pauta de prioridades, e implemente os critérios de funcionamento das mídias no Brasil , para que possamos ter diferentes conteúdos na informação e no entretenimento e com isso , garantir a plena liberdade de expressão.

















quinta-feira, 22 de novembro de 2012

A Civilização Suja


No dia 19 de novembro de 2012 o Jornal Nacional, decerto concorrendo com pautas reiteradas da Record, levou ao ar uma reportagem que denuncia o extermínio de cães no hospital veterinário da ULBRA, uma universidade privada do Rio Grande do Sul. A matéria gerou comoção não apenas dentre os protetores de animais, mas entre aqueles que não costumam se envolver no assunto. Denunciar maus tratos contra animais sempre é bem vindo e devido, mas é preciso levar a sério o problema. Pois o problema, como se sabe, são os perros, os cães. Os gatos, coitados, esses sequer são mencionados, mas agora, quando vem o calor, as infinitas ninhadas largadas ao léu, cevadas pelo obscurantismo que não obriga nem oferece as condições para castração de animais domésticos pelas famílias de baixa renda nos lembram que eles estão nessa.

O que fazer, diga lá você, que ficou indignado com a reportagem que saiu no Jornal Nacional, com o problema dos cães e dos gatos abandonados e em reprodução indiscriminada, sobretudo nas regiões metropolitanas das grandes cidades? Você já pensou que saúde pública passa por um centro de controle de zoonoses republicano, isto é, esclarecido e de preferência não franciscano, mas darwinista? Já se engajou politicamente no tema? Já, alguma vez na vida, considerou a hipótese de pagar alguma castração de um gato ou de um cão num abrigo ou na casa de alguém sem recursos para tanto?

Você não quer "moralizar" a coisa? Ótimo. É bom mesmo não moralizar, porque se o fizermos o resultado é adoecedor. Agora bem, vamos politizá-lo, sim, porque se trata, antes de mais, de uma questão civilizatória, sob todos os aspectos.

Ninguém precisa ter um gato ou um cão, se não o quiser. E é melhor, infinitamente melhor, não ter e não adotar - e não comprar - se não se tiver no peito e na alma o espaço para esse tipo de relação. E a razão é muito simples e biológica: cães não sobrevivem sem humanos. Cães não existem e não teriam nunca vindo à existência se nós não os tivéssemos selecionado. Qualquer abordagem evolutiva minimamente consistente pode inferir disso que nós também fomos humanizados em função de nossa relação com canídeos. O processo de domesticação dos grandes felinos é mais tardio, mas também se torna inteligível com uma lente darwinista.

Não é preciso ser refletida e consistentemente darwinista para saber que o modo como tratamos os cães reflete o modo como tratamos a nós mesmos, como sociedade. Uma sociedade que não cultiva a coleta seletiva de lixo, que não toma parte na fiscalização das prefeituras a respeito dessa atribuição elementar é uma sociedade que trata cães e gatos como lixo, esta é outra inferência de natureza darwinista. E que o faz, bem entendido, porque vive e depende de famílias inteiras que sobrevivem catando e se alimentando de lixo; essas mesmas famílias que não são mais fomentadas a se cooperativarem, mas a usarem carroças, com cavalos esquálidos e maltratados, carregando os restos dos indignados de ocasião.

Junto com a estupidez da abundância e da orgia consumista vem a cegueira necessária para o que fica pelo caminho. E os cães e gatos, nesse enredo cruel do desperdício e da falta de educação, são como tubarões-tigre que seguem os esgotos dos navios cargueiros e de turismo que empodrecem os oceanos e que, sempre que possível, dão uma voltinha nos litorais. Assim como tubarões-tigre arrancam pernas nas praias dos desavisados da miséria ambiental que assola os litorais do Brasil, os cães e gatos podem matar com a transmissão de doenças e com mordidas.

Matá-los, assim como assassinar tubarões, é uma maneira de agir como um grupo de extermínio, que sai atirando no guri negro da periferia, para não deixar mais um marginal imaginado ganhar idade. Em termos estritamente racionais, isto é, darwinistas, não há diferença alguma de tratamento. A bestialidade e a antijuridicidade é a mesma: mata-se o problema imaginário, independente de qualquer inquérito e menos ainda de qualquer compromisso com a causalidade, a natureza, as perspectivas dos problemas que a própria sociedade produz, consome e reproduz, sobretudo os imaginários, como o racismo, o machismo e o especismo.

Na Índia, hoje, há aproximadamente 10 milhões de cães abandonados. No Brasil, 20 milhões. Problema: durante décadas a fio, quando a fome endêmica e a miséria geral levavam consigo os cães ainda filhotes e os gatos, além, é claro, das crianças (de cada 4, 1 no nordeste do Brasil), não havia "o problema dos cães e dos gatos". Não havia, porque ninguém via e ninguém via porque eles morriam a rodo. Hoje, não por acaso, com a diminuição da miséria, tanto aqui, como na Índia, com a redução da mortalidade infantil e com as políticas de saneamento tendo saído, sobretudo no Brasil, da estagnação, os cães que estariam mortos há décadas atrás estão vivinhos da silva. E os gatos, idem. Cada lata de atum ou de sardinha que vai para o lixo pode alimentar uma gata prenhe e os seus filhotes. A proliferação de ratos ao redor das embalagens de yogurte que passaram a ser adquiridas pela nova classe média é um dado empírico, a ser registrado nas melhores pesquisas (que eu tenho fé virão a ser feitas) do ramo.

Eles estão aí, como os esquizofrênicos recém largados nas ruas depois da reforma psiquiátrica (que, embora bem vinda, fechou hospitais e não criou ambulatórios de qualidade), a interpelar a concepção e os limites da neurose cidadã funcional. Estão aí como os moradores de rua, psicóticos ou não, que não têm laços a serem refeitos com a sociedade, independentemente do fato de ganharem ou não um salário mínimo ou um benefício social, ou restos de comidas e de ossos. Os cães e gatos estão aí, abundantes como a abundância, espelhando, biológica e sanitariamente, a nossa barbárie.

A maioria dos hospitais veterinários faz o que foi revelado pela reportagem que denunciou a ULBRA. A maioria dos CCZs do país o faz. A maioria das pessoas ligadas à proteção animal são religiosas e sentimentalizam o seu engajamento, no mais das vezes, mergulhando as relações com os animais num repulsivo vale de lágrimas. E, em tempo, a "Sociedade Protetora dos Animais" é um ramal inexistente da Casa do Papai Noel, deu para entender? As coisas são muito difíceis num mundo em que o especismo só é superado pela crença na vontade de Deus.

Se o Ministério Público vai fazer algo a respeito, que comece com uma ação civil pública, obrigando a todas as prefeituras do RS a oferecerem serviços de castração e microchipagem. Que o Ministério Público Federal aja, enquanto o lerdo e lamentável legislativo nada faz. Que se vincule os governos dos estados ao tema, por meio da urgência da criação de delegacias de proteção aos animais. Que nenhum beneficiário do Bolsa Família ou de qualquer outro programa social precise pagar pelo atendimento veterinário e pela castração dos seus animais. E que a castração seja política pública exigível de quem é beneficiário de programas sociais, assim como o são a frequência dos filhos à escola e a vacinação, entre outros.

A alternativa à eutanásia em massa é a castração, a consciência de que o problema é mais do que moral e mais do que de revolta pontual.

Pode-se fazer duas coisas com os ensinamentos de Darwin, neste tema como em qualquer outro: agir cinicamente e revoltar-se pontualmente, ou agir na dureza e na ordem das obrigações morais que o darwinismo impõe. O problema de agir cinicamente é que o darwinismo é, do ponto de vista moral, a perspectiva mais anticínica e socialmente consequente que há. A "grandeza de sua visão da vida" consiste em comprometer-se com a vida, sem hierarquias, sem misticismo, sem obscurantismo, sem o empréstimo misterioso de causas ad hoc para evadir-se das trevas cotidianas e da miséria em que a sociedade mergulha, sempre que lhe falta razão e sobra religião.

Parem de matar, parem de deixar procriar para depois abandonar, não abandone, não deixe de denunciar quem abandona, não jogue lixo na rua, não misture o lixo, não cultive ratos no seu quintal nem deixe que os gatos se reproduzam, mas não os mate. Mas não os matem, porque foram vocês que os criaram e eles são parte sua. Matá-los é como arrancar pedaços de si que seguem crescendo e causando dor. Não adianta e perpetua a ilusão de que o problema terá terminado. Ter quatro patas e latir não é índice de inferioridade ontológica ou ética frente à criança vítima de um pedófilo ou de um tiro.


Enquanto cães e gatos forem tratados como restos e lixo, e não como parte de nossa humanidade, pela qual todos devemos responder, esse tipo de coisa acontecerá, e às vezes, muito raramente, o Jornal Nacional, para competir com a Record que seja, contará algo que revirará os estômagos de quem deixa de seguir os feeds dos engajados na proteção animal.

Ajudar na adoção, resgatar, abrigar provisoriamente, pagar castrações, amadrinhar, participar de campanhas de arrecadação, tudo isso importa e é fundamental. Mas são ações contra a maré. E a maré é a da destruição, do descarte, do desprezo, do obscurantismo das causas finais da visão sombria de mundo, da abundância de imbecilidade.

Espero sinceramente que o Estado e os representantes políticos saiam desse mundo pré-darwinista que segue considerando o homem a imagem e semelhança de Deus e, enfim, possam começar a enfrentar essa chaga histórica-política-ética e longeva da cultura do extermínio.

Fica a pergunta para você, que leu esta mensagem: quantas castrações você é capaz de bancar por mês? Já procurou se informar? Já fez lar temporário? Já resgatou algum bicho? Já considerou a hipótese de amadrinhar algum? Saiba, o estado nosso ainda é obscurantista o suficiente para não fazer nada, e para quando o fazer, operar subrepublicanamente.

Com 70 reais você pode bancar a castração de uma gata em Porto Alegre. É um pouco mais do que duas garrafas de espumante e talvez não pague um corte de cabelo. É muito menos que duas garrafas de bons vinhos e decerto é mais barato que um bom jantar num restaurante. Resulta, apesar disso, em vidas salvas, em evitar a proliferação de doenças e interditar a barbárie dos maus tratos, do abuso, da fome, da proliferação do problema. Em breve, oxalá, haverá compensações tributárias e políticas públicas para enfrentar mais esta barbárie. Até lá, pelo menos haja uma consciência darwinista elementar, para além de indignações pontuais.

(*) Bacharela pela Faculdade de Direito do Recife, Mestre em Filosofia, Doutora em Filosofia, pela UFRGS, sub-editora e tradutora da Carta Maior.
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A Civilização Suja


O artigo trata de uma questão complexa. A relação dos humanos com os animais é próxima da barbárie. Não se trata apenas de cães e gatos, os domésticos, mas todos os animais. Animais são massacrados em touradas e rodeios, para delírio de uma platéia sedenta de sangue e sofrimento dos bichos, e tudo isso com amplo apoio dos meios de comunicação, como globo e record, que por outro lado apelam "sensibilidade" com a matança de cães e gatos em Porto Alegre. Cresce , nas grandes cidades, o convívio de humanos com animais domésticos. Talvez por solidão das pessoas ou até como uma forma de encontrar nos animais uma reciprocidade afetiva que o darwinismo social do mundo "civilizado" não proporciona nas relações interpessoais, principalmente em grandes centros urbanos. A autora coloca , de forma clara, a questão da proliferação de cães gatos nas grandes cidades. Quanto maior o consumo das pessoas maior é o lixo, e com isso aumentam as chances de sobrevivẽncia de animais de rua, como cães , gatos, ratos e humanos, que vivem nas calçadas como uma classe social única, independente do número de patas. A sociedade de consumo assim enxerga esses animais, e para resolver o "problema" mata os cães e gatos, incendeia os moradores de rua e até mesmo as residências de moradores de favelas. Implementar políticas públicas, gratuitas, para esterilização dos animais, melhor que castrá-los, e também com vacinas resolve o problema. Um outro aspecto fala sobre o lixo, e fala alto. A coleta de lixo nas grandes cidades ainda se utiliza, praticamente, das mesmas técnicas de 50/60 anos atrás. Há meio século, o lixo era composto, basicamente , de resíduos orgânicos, papel, madeira e poucos metais. Todo o vidro , na época , era retornável, os derivados da petroquímica, principalmente plásticos e borrachas, ainda engatinhavam na composição das embalagens que seriam descartáveis. Com a expansão da economia do descarte, tudo se transforma em lixo, criando um grande problema para os órgãos públicos. Até hoje, a coleta de lixo ainda é basicamente a mesma da década de 1950, sem levar em consideração a coleta seletiva para a recilagem de inúmeros materiais. Some-se a tudo isso, a própria ineficiência das práticas de coleta, o que agrava o acúmulo de lixo nas ruas. Ainda acrescente o péssimo hábito da população em jogar lixo nas ruas. Taí o ambiente perfeito para proliferação de animais de rua e consequentemente muitas doenças. Vale lembrar o famoso lixão de fresh kills, no estado de Nova York, que produzia uma montanha com 50 metros de altura que por um bom tempo serviu até de atração turística, onde as pessoas podiam admirar a irracionalidade do mundo "civilizado". O lixão foi desativado e a área recuperada, mas o problema não foi resolvido. Entre a Califórnia e o Havaí existe uma área de 1500 quilõmetros quadrados, em pleno oceano pacífico, repleta de lixo. Uma gigantesca ilha de lixo, onde plásticos, pneus, madeira, muita casca de batata e , eventualmente cadáveres de todos os tipos de animais, inclusive humanos , podem ser vistos no local. A lixo, jogado indiscriminadamente nas ruas rios e mares, é levado por correntes para esse lugar formando a gigantesca ilha. Coisas de um mundo "limpo e civilizado". Ainda sobre os animais, cabe também resaltar a maneira como muitos são criados e abatidos para o consumo humano. A criação em grande escala, com os animais confinados, é uma poderosa fonte de contaminação ambiental e proliferação de doenças. A título de exemplo, o estado de Santa Catarina tem uma população de 5,5 milhões de habitantes e uma população de suínos de 6 milhões. Os porcos , criados para o consumo humano, em grande escala, são responsáveis pela contaminação de rios e lençois freáticos devido a grande quantidade de fezes desses animais. As aves, também em criação confinada, geram inúmeras doenças e, se não bastasse, os produtores mantêm iluminação por toda a noite nas granjas para que as galinhas produzam mais ovos, praticamente sem dormir e comendo o tempo todo sem sair do lugar. Há ainda a criação do gado, que ocupa gigantescas áreas de terra, gerando sérios problemas para o ambiente. Alguns fazendeiros dos EUA resolveram o problema na fase final da engorda do gado
enviando os animais, por avião, para pastar em terras férteis e planas do Haiti e depois retornando, também de avião, para os EUA para abate. Enquanto isso os haitianos foram empurrados paras as montanhas , em terras nada férteis, vivendo como cabras. Estranho mundo "civilizado". Ainda sobre o gado, o famoso baby bife é obtido através de barbárie. O bezerro é separado da mãe, logo após o nascimento, é levado para um cubículo , na escuridão, sem luz solar onde não pode andar. Durante quatro meses o filhote é alimentado com ração líquida, isenta de ferro, para manter a carne macia. Desesperado, o animal passou a morder e lamber a armação do cubículo , feita de fero, para ter uma fonte desse nutriente. Os criadores, mudaram, então , a armação para madeira, impedindo o animal de buscar uma fonte de ferro. Desesperado , o filhote passa a comer as próprias fezes na tentativa de encontrar uma fonte de ferro. Depois de quatro meses nessa "criação", onde a mãe grita o dia inteiro procurando o filhote, o animal é abatido, sem ver a luz do dia. Sua carne é apreciada em grandes e chiques restaurantes por "civilizadas" e"limpas'pessoas . Devido a isso, cresce em todo o mundo a criação de critérios de certificação de produtos de origem animal. Para aqueles que apreciam os produtos de origem animal, mas que preferem produtos orgânicos com técnicas limpas, é possível consumir esses produtos de fontes ecologicamente corretas, onde os animais são criados livres, o tipo de pasto é controlado, assim como o uso de antibióticos e hormônios, que no caso de criação em grande escala são usados de forma indiscriminda, causando problemas de saúde para os consumidores. Ainda sobre o gado, é comum encontrar leite misturado com urina da vaca. O teste principal para avaliar a qualidade do leite é a densidade. Introduz-se um densímetro graduado em uma proveta com leite e se faz a leitura da densidade. Ocorre que a densidade do leite e da urina da vaca são as mesmas, daí ser prática comum misturar ambos para "aumentar os lucros" . Ainda sobre os produtos de origem animal, o hamburguer e embutidos podem trazer surpresas nada agradáveis. Os hamburguers são produzidos com restos dos animais, as partes menos nobres incluindo nervos e cartilagens que são moídos e prensados, formando o disco. Recentemente a rede Mac Donald's foi acusada de usar soja em seus hamburguers. O fato foi desmentido pela rede que assegurou que seus produtos são exclusivamente de carne bovina. Ora, se fossem de soja seriam mais nutritivos e limpos. Carne bovina e soja são fontes de protéina para nossas necessidades nutricionais, e ambos, em forma de hamburguer, não tem gosto de nada, e só adquirem paladar com os molhos e temperos adicionados. A soja ainda leva vantagem pois não tem o odor desagradável do hamburguer de carne bovina. O perigo dos hamburguer está na mistura. Qualquer coisa triturada , até mesmo de carne de rato, gato e cães, pode fazer parte de um hamburguer, dái a necessidade e preocupação de muitos consumidores com selos ecológicos. Em tempos de hegemonia do capital e das corporações, onde os órgãos de fiscalização governamentais estão fragilizados, o hamburguer que consumimos pode ser a solução para para redução de animais de rua. Vale lembrar que a prática vem de longa data. No século passado, durante obras do metrô da cidade de Paris, foi encontrado um cemitério com grande quantidade de ossos de gatos. O interessante é que no local, funcionou , no século 19 um famoso restaurante da elite parisiense que frequentava o lugar para degustar um cardápio onde a carne de coelho era apreciadíssima. É revoltante, que no "mundo civilizado e limpo" grandes extensões de terra sejam utilizadas para alimentar poucas pessoas. A questão da fome não passa pela falta de alimentos, mas sim pela distribuição e pelos hábitos alimentares , que se seguidos pela maioria da humanidade esgotariam os recursos do planeta. Em se tratando desses hábitos, vale lembrar o consumo do leite de vaca e seus derivados. O corpo humano, até o terceiro ano de vida, produz a enzima lactase, responsável pelo desdobramento da lactose presente no leite materno e principal fonte de alimentação no período. Após o terceiro ano, o organismo humano , sabiamente, deixa de produzir a enzima pois a alimentçaão muda e o leite não será mais necessário, logo é normal que a maioria das pessoas tenha rejeição a lactose, isso , inclusive, é um sinal saudável do organismo. Entretanto, por conta dos hábitos alimentares, a rejeição a lactose é tratada como doença e que deve merecer um tratamento adequado.Os alimentos que ingerimos estão diretamente relacionados com a nossa saúde e nossa higiene, não a higiene externa, mas a higiene nutricional. Os odores do corpo, produzidos pelo suor, dizem muito sobre a saúde das pessoas, assim com acnes pelo corpo, Os acnes, nada mais são do que o organismo, principalmente o sistema digestivo, trabalhando para eliminar as fezes, as vezes pelo rosto. Assim sendo, os metrôs das grandes cidades, com seus odores específicos , dizem muito, talvez digam tudo, sobre a verdadeira higiene das pessoas, principalmente no tocante a higiene alimentar. Estranho mundo"civilizado, limpo e de boas práticas de higiene ". Se tudo não bastasse some-se a poluição do ar, rios, oceanos e destruição de florestas. O ar que se respira é carregado de substâncias invasoras na composição do ar atmosférico. Essas substâncias são jogadas na atmosfera, a ruas dos pulmões, por indústrias e automóveis criando sérios problemas de sáude para uma multidão de pessoas e até mesmo em cães e gatos. Definitivamente sou inclinado a concluir que não vivemos em um mundo civilizado, muito menos limpo e que os hábitos de higiene nutricional e consequentemente de saúde ,da maioria das pessoas deixa muito a desejar, apesar das aparẽncias. Alías, as aparências são responsáveis por turbinar um mercado bilionário de perfumes e cosméticos.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

E Agora, Obama ? II


E Agora, Obama  - II
E agora, Obama ?
Vais apoiar a insanidade de Israel ?
E agora, Obama ?
Vais continuar negando um Estado Palestino livre ?
E agora, Obama ?
Vais aproveitar a insanidade de Israel para exibir novos armamentos ? Um bom evento com grande visibilidade, e também um grande palco, para vender materiais bélicos. Uma ótima oportunidade, não é ?
E agora, Obama ?
Vais apoiar incondicionalmente a ofensiva assassina de Israel e depois, em seguida, vais incentivar uma invasão no Irã ?
E agora, Obama ?
Seria a guerra nuclear tão esperada e desejada por EUA e Israel ? Na aventura de vocês no Iraque, a maioria da imprensa no Brasil fez grande propaganda dos armamentos que seriam utilizados. Para isso veiculou animações, produzidas por vocês, óbvio,  de diferentes tipos de armamentos. Mostrou, em tom de elogio e admiração, armas nucleares de efeito limitado. Essa é boa, não é Obama ? Pequenas bombas nucleares que teriam um efeito , "apenas" sobre algumas regiões.   Uma parcela da população do Brasil, também sofrendo de  desajustes cognitivos, assim como aí nos EUA, gostou da "bombinha".  Controle de expansão da radiação nuclear.  Grande tecnologia, não é , Obama ?
E agora, Obama ?
Não seria uma bom momento para que vocês pudessem exportar, com fazem questão de alardear pelo mundo, democracia para Israel ?
E agora, Obama ?
Vais agir em benefício da vida e da razão, ou sentes vergonha em ser gente ? Uma parcela , talvez a maioria, da mídia no Brasil sente vergonha em ter nascido humano. Gostariam  de ter nascido primatas. Isso também acontece por aí, não é, Obama ? Aqui em Aldebaran, corre uma notícia que por aí tem primata que gosta de chá. Chique, não é Obama ?
E agora, Obama ?
Vais ficar aí parado esperando a onda perfeita ?
E agora, Obama ?
O que fará o Obama, prêmio Nobel da Paz, pela paz no mundo ? Lembre-se, a paz é uma cultura, muito mais do que ausências de guerras. A cultura de vocês aí nos EUA é uma cultura civilizada e de paz ?
E agora, Obama ?
Lá no Brasil está na moda ser primata. A emissora de tv com maior audiência por lá, a tv globo, filial de uma emissora de vocês aí dos EUA, valoriza e incentiva uma cultura onde as pessoas incultas, ignorantes, violentas e agressivas são incensadas diariamente como expoentes de uma nova era. Aí nos EUA também é assim ?  Até estupro eles incentivam  através das novelas. Aqui em Aldebaran o pessoal não gosta disso.
E agora, Obama ?
Lá no Brasil, essa tv filial de uma emissora de vocês em conjunto com outros veículos de mídia, está implementando , de forma agressiva e violenta, o macartismo. Voces aí conhecem bem essa prática, não é ?
Lá no Brasil , segundo  a imprensa, ninguém pode ter opinião contrária ao modelo neoliberal agonizante . Está em prática uma grande perseguição  as pessoas que desejam democracia plena e participativa com justiça social. Aí também é assim, Obama ?
E agora, Obama ?
Ainda lá no Brasil, desculpe pois o pessoal aqui de Aldebaran gosta muito do Brasil, é moda o poder judiciário inventar teoria para condenar os adversários da imprensa e defensores do povo. Imagine, Obama, que o judiciário quer dar um golge de estado com base em verborragia. Por aí isso também continua a acontecer ? Eu usei o passado pois  teve um presidente aí que ganhou uma disputa eleitoral com ajuda do judiciário. Lembar dele, o presidente das guerras  ?
E agora, Obama ?
Aqui em Aldebaram o povo acha  que vocês aí na Terra são muito esquisitos. Você concorda, Obama ?
E agora, Obama ?
Sempre que surgem guerras e assuntos espinhosos, a mídia daí, e do Brasil também, enche o noticiário com notícias do Michael Jackson. Você gosta dele, Obama ? Aqui em Aldebaram tem uns covers dele. Lá no Brasil a tv globo gosta muito dele.
E agora, Obama ?
Quando a população aí da Terra vai acordar e evoluir ?

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

A Arte dos Meios





A Arte dos Meios




Certa vez, um ansioso aprendiz questionava sem parar seu mestre pedindo que o mestre explicasse o que seria a Arte dos Meios. Sentados para um chá , o aprendiz não parava de falar pedindo explicações. O mestre, calmamente servia e chá e, propositalmente, fez com que o chá servido para o aprendiz transbordasse da caneca. O aprendiz de imediato reagiu e disse:
- mestre ! O Sr, não está vendo ? A caneca transborda.
O mestre, calmamente olhou para o aprendiz e disse.
- é exatamente assim que a sua cabeça se encontra. Entretanto eu vou explicar para você o que significa a Arte dos Meios.  Vou explicar fazendo cinco perguntas, que você pode não responder se assim desejar, mas que certamente trarão a compreensão que você tanto deseja. Está pronto ?
 O aprendiz, ansioso, disse se preparando para o grande teste:
-sim, mestre.
- então vamos lá. A primeira é ; Você conhece a água ?
- claro, mestre, respondeu o aprendiz com segurança e firmeza.
- vamos então para a segunda. Vocẽ conhece o sal ?
- lógico que conheço, disse o aprendiz já quase rindo com tantas perguntas fáceis.
- a terceira: Você conhece o fogo ?
- ha, ha ha , claro mestre, está fácil demais
- a quarta: Você conhece o trigo ?
- perfeitamente meu mestre.
- você está indo muito bem, disse o mestre para um aprendiz orgulhoso . Agora vou fazer a última pergunta que se você conseguir responder será um mestre na Arte dos meios, OK ?
- estou pronto ,mestre.
- muito bem.Aí vai a quinta e última pergunta; O que você está esperando para fazer seu próprio pão ?
 O aprendiz ficou quieto por um bom tempo, enquanto o mestre fazia com que o chá tranbordasse sem parar da caneca do aprendiz.
 E assim caminha a política brasileira. Uma mídia , que por conta de inúmeras e sucessivas derrotas, transborda diariamente um palavrório sem nenhum conteúdo. Por outro lado, essa mesma mídia, em conluio com a suprema corte do país, de posse do sal, da água, do fogo e do trigo, vomitam para uma parcela incauta da população que fizeram o pão da democracia e da justiça com o julgamento e condenações dos envolvidos na ação penal 470. O pão não é o resultado apenas do conhecimento dos ingridientes, mas sim da marcha correta para unir esses ingridientes. Essa marcha é a Arte dos Meios, o lugar onde a verdade, mesmo que seja uma armação, se apresenta. Assim foi , e continua, o julgamento da ação penal 470. Uma imprensa propositalmente com a cabeça transbordando, para iludir a opinião pública, e uma corte manipulando cuidadosamente a Arte dos Meios, produzindo o pão político, receita para novas investidas contra a verdade e a democracia. Isso é fato. Cabe , agora, ao PT, e a todos os segmentos da sociedade brasileira que acompanham o avesso da Arte dos Meios, ou golpe, agirem. A ação não pode ser com a cabeça transbordando. Deve ser cuidadosamente elaborada para atingir os setores e instiutições que desejam conter o avanço da verdadeira democracia e, também, para impedir que estes setores e instiutições possam lograr exito em ações futuras. Restaurar a verdade através da correta Arte dos Meios.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

A Energia Tricolor

A Energia Tricolor




E o Fluminense é o campeão brasileiro de 2012. Tetra campeão. Uma conquista indiscutível. Ainda faltando três rodadas para o fim da competição , o Tricolor é o melhor em tudo. Melhor defesa, melhor ataque, maior número de vitórias, menor número de derrotas , artilheiro e o time mais invejado por grande parte da crítica especializada que durante toda a competição não economizou críticas ao grande campeão. O velho, insistente e grotesco complexo de valorizar os perdedores nunca esteve tão em evidência. Nossos briosos comentaristas esportivos correram rios de tinta e chegaram as raias da rouquidão para enaltecer o belo futebol apresentado pelo...  Você leitor esperava que fosse escrever Fluminense ?  Pois se enganou. O Atlético Mineiro, que hoje encontra-se em terceiro lugar na classificação , onze pontos atrás do Campeão das Laranjeiras, talvez tenha sido a equipe mais elogiada pelos competentes críticos de nossa imprensa. Em um momento da competição, mais precisamente quando O Gigante das Três Cores assumia a liderança, um jornalista da rádio CBN, chegou a afirmar que o Fluminense não era o líder pois tinha um jogo a mais que o Atlético, e em caso de vitória  do time mineiro , o Tricolor Tetra  Campeão cairia para o segundo lugar. Até com a clareza  indiscutível dos números o Fluminense foi negado. E o que dizer das inúmeras análises sobre a competição ?  Nossos olhos e ouvidos tricolores foram agredidos impiedosamente.  A retórica era sempre a mesma; " quero ver agora, nesses próximos três jogos do Fluminenese se o time consegue manter o equilíbrio, serão jogos dificílimos "  diziam nossos jornalistas com a faca nos dentes.  E o Fluminense seguia firme e confiante, passando por todos os adversários. No início  do segundo turno, já na liderança,  o Tricolor teria pela frente o Bahia, na cidade de Salvador. Mais uma vez , nossa imprensa  produziu mais uma pérola do não jornalismo. Na rádio CBN, o comentarista afirmava que certamente o Fluminense não venceria , pois a campanha do Bahia, que hoje luta para não ser rebaixado, era uma campanha muito interessante e o nosso Campeão encontraria muitas dificuldades para vencer. De fato, naquele momento da competição , o time do Bahia recebeu a visita da saúde, expressão atribuida as pessoas doentes que apresentam uma evidente melhora para em seguida morrer. Nosso Campeão passeou na boa terra, venceu o jogo com direito a gol de placa. Ainda brigando com os fatos e a realidade, um comentarista da  radio tupi, afirmou e sugeriu aos ouvintes que não pagaria ingresso para ver o Tetra Campeão jogar, pois tratava-se de um time comum , sem astros , que não jogava nada e ganhava na sorte. Entrava em cena, na crítica esportiva o fator sorte. A imprensa , em bloco bovino e acéfalo, reproduzia a nova tese sobre a liderança do Tricolor das Laranjeiras " é muita sorte" " a bola bate na trave e não entra " " joga mal e no finzinho do jogo ganha com gol de sorte " " leva sufoco , é dominado, e no final tem sorte de fazer um gol"  Foram algumas das expressões que mancharam diários impressos  , ensanguentaram  muitos microfones e cuspiram no telespectador. A sorte , que tanto foi atribuída ao Fluminense, foi se revelando como competência de seus jogadores e comissão  técnica, esquema  tático, elenco de qualidade e incompetência dos adversários. Nenhum jogador procura acertar a trave, ele erra o gol, por erro no arremesso, por colocação correta do goleiro adversário, etc... A sorte perdia terreno nas análises e comentários e se fazia necessário e urgente encontrar uma justificativa para o aproveitamento excepecional do Tricolor na competição. Entrava em cena a arbitragem.  O Fluminense estaria sendo favorecido pela arbitragem, único motivo para justificar as vitórias e a liderança. Com o tempo a tese caiu por  terra pois os arbitros erram para todos os times, mas mesmo assim, na TV Bandeirantes nos programas de domingo após os jogos , os comentaristas brigavam com as imagens sempre encontrando favorecimentos ao Tricolor " uma veeeeerrgonha issso aí " " o aaaarrbitro estava peeerrto e não maaaaarcou" eram algumas das intervenções delirantes de delirantes comentaristas. Hoje  não encontram mais justificativas para atacar o campeão brasileiro e atual líder do segundo turno da competição. E que Campeão ! Poderia falar do nosso goleiro que honrou a tradição de grandes goleiros do Fluminese, como foram os também campeões brasileiros Félix, Paulo Vitor e Ricardo Berna, sendo que os dois primeiros defenderam a seleção brasileira que Cavalieri certamente defenderá. Um verdadeiro gigante de gelo impedindo gols com defesas simples e sensacionais. Poderia falar do nosso artilheiro , que como bom mineiro, conhece como poucos as trilhas, as beiradas e os atalhos do campo para se colocar na posição correta e finalizar em gol. E que gols ! Mais uma vez , na História do Tricolor , quando o time tem um artilheiro da competição se sagra campeão. Foi assim com Valdo, Amoroso, Flávio, Claudio Adão, Washington ( s ).  Poderia falar de nossa zaga e laterais, outra tradição Tricolor de grandes nomes como os campeões brasileiros, Marco Antonio, Branco e o atual, todos de seleção brasileira. Todos , sem exceção foram brilhantes, mas o que melhor retrata a energia ,a vontade, a garra,  a determinação, a entrega total  desse grupo foi o inesgotável Jean. Sua expressão, de mirada profunda, firme e determinada, de pessoa que sabe o quer e como conseguir é o retrato desse Fluminense que não se entrega nunca. Foi de Jean, já no final do jogo em Presidente Prudente, no estádio Prudentão, como um sol e calor nada prudentes para realizalçao de uma partida de futebol a assistência perfeita e consciente para Fred finalizar em gol.  Nem mesmo o desgate extremo impediu que Jean , naquele momento jogando de lateral direito, corresse pelo lado  e servisse Fred. O mesmo Jean contra o mesmo Palmeiras no jogo do primeiro turno, em um jogo que se arrastava para o empate, fez o gol da vitória já próximo do fim. Seguindo a tradição de outros campeões brasileiros, como Didi, Deley e Diguinho, Jean foi a energia tricolor no meio de campo, em todo o campo.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Dona Lindalva e a Novela do Mensalão


 Dona Lindalva e a Novela do Mensalão





Devemos respeitar as decisões dos tribunais ? Sim. Mas isso não significa que devemos concordar ou ficar calados com tais decisões. Quando não concordamos, devemos botar a boca no trombone. O caso da ação penal 470, que o globo de hoje se refere aos condenados como mensaleiros, tem gerado um grande debate. Nunca dantes na História desse país vi a suprema corte tão empenhada em um julgamento, por outro lado, que também pode ser o mesmo, nunca vi a imprensa disponibilizar tanto assunto sobre um julgamento. Considerando que a condenação dos réus envolveu uma tese, com poucas provas concretas, cuidadosamente construída pelo STF com apoio da mídia, coloco dúvidas quanto a lisura deste processo. Isso não é afronta, Sr. ministro, trata-se de domínio dos fatos como eles se apresentam para o povo. Também me questiono e coloco a questão se os demais julgamentos envolvendo políticos e empresários do país terão a mesma visibilidade nos grandes meios de comunicação e o mesmo empenho do STF. Até mesmo para os inocentes do Leblon, fica claro que um forte viés político comanda o julgamento. Dona Lindalva, dedicada dona de casa que mora em Copacabana e que também assiste diariamente todas as novelas da tv globo, com execeção de malhação pois , segundo a anciã, tem muita saliência e indecência com meninos e meninas adolescentes, também torceu o nariz com a enxurrada de notícias sobre o julgamento da ação penal 470.
- tem coisa estranha aí, meu velho, disse a anciã para Jovelino, o marido. Nunca vi tanto barulho e tanta notícia por causa de corrupção. Tem bandido de gravata que não acaba mais, e a gente sabe deles e nunca vi nenhum ser preso.
- é coisa política, mulé, disse Jovelino segurando seu cachimbo. O que está em jogo não é acabar com os crimes de corrupção. O que a globo quer é atacar o governo e os amigos do nosso Lula
- ihhhhh ! se mexer com Lula vai ter que mexer comigo também, disse Lindalva.
O povo, que de uma forma ou de outra, acompanha as notícias sobre o julgamento, sabe que se trata de uma armação política assim como sabe que os grandes corruptos e ladrões estão livres e raramente são indiciados em ações e quando isso acontece a grande imprensa trata de protegê-los, pois todos são cúmplices e responsáveis pelo verdadeiro custo Brasil, ou como dizia nosso saudoso Brizola , das perdas internacionais. Pedir o passaporte dos condenados no julgamento da ação penal 470, pode ser entendido como um factóide político, ou uma intelecção emocional, no caso por uma raiva racionalizada togada, ou ambos , com o objetivo de atingir o adversário político em questão. Um populismo jurídico, depois de tanta visibilidade, também pode ser considerado como mais um ingridiente da receita política. Teremos algemas ?

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

E Agora, Obama ?

E Agora, Obama ?




E agora, Obama ?
Você ganhou mais quatro anos que podem significar , para você, prêmio ou castigo. A escolha é sua
E agora, Obama ?
Vais continuar fazendo mais do mesmo? Você, ao final desses quatro anos, poderá ser lembrado como,  alguém da importância, estatura, respeito e admiração de pessoas como Ghandi, Bolívar ou Mandela, ou poderá ser lembrado como apenas mais um marionete que ocupou a principal cadeira do mobiliário da Casa Branca. A escolha é sua.
E agora, Obama ?
Como vais explicar e resolver o desemprego que assola os EUA. Desemprego que é bem maior do que aquele apresentado pelos índices oficiais, pois pessoas que trabalham oito horas por semana, em serviços temporários, sem nenhum direito trabalhista, são considerados como empregados ?
E agora, Obama ?
Como vais explicar o sonho americano que leva a cada dia mais e mais pessoas para viverem em traillers, barracas de lona ou mesmo nas ruas da América livre, democrática e repleta de oportunidades ?
E agora , Obama ?
Como vais explicar que a América livre, democrática e repleta de oportunidades valoriza e incentiva o darwinismo social, uma disputa que valoriza a força e  que classifica as pessoas em vencedores e perdedores ? Vale lembrar, meu caro Obama, que a evolução das espécies apresentada por Darwin não considera que as espécies que sobrevivem são as mais fortes, e sim as mais aptas. E aptidão, subentende-se, além de alguma força, principalmente criatividade e inteligência., dois aspectos  que habitam hemisférios diferentes de nossos cérebros e que , quando em harmonia viabilizam a produção do que temos de melhor. O darwinismo social é incompatível com a própria compreensão da ciência e da natureza e, a pobreza e a miséria  não podem ser resumidas como resultados de uma disputa irracional, mas sim como derivadas de ausências de políticas públicas que criem condiçoes e oportunidades de desenvolvimento para todos o humanos. Vale ainda lembrar que nos EUA , em muitos estados, Darwin é rejeitado no aspecto referente a origem da raça humana, seja por convicções religiosas ou mesmo por oportunismo. Uma significativa parte da cultura americana ignora o fato do homem ter evoluído de primatas, porém aceita e incentiva o darwinismo social, que é um comportamento menos evoluído que o comportamento daqueles primatas que teriam sido a origem a raça humana. Curioso, não Obama ?
E agora, Obama ?
Qual será o próximo inimigo que os EUA vão inventar para poder invadir, seja por motivos estratégicos de geografia, ou simplesmente para saquear recursos naturais como vocês fizeram no Iraque. Aliás, como vão os negócios da Hallibourton no Iraque ? De vento em popa ? Vale lembrar que suas mentiras tem amplo respaldo dos meios de comunicação de longo alcance populacional em todo o mundo, que as reproduzem sem nenhuma análise critica. Devido a isso, uma grande parcela da população americana ainda acredita que existam armas de destruição em massa no Iraque. A desinformação sistemática, o terrorismo informativo, levam a população a sofrer de dissonância cognitiva, acreditando em realidades inexistentes. O seguro de saúde dos americanos cobre esse tipo de patologia, meu caro Obama ?
E agora, Obama ?
Certamente o próximo "inimigo" dos EUA será um país fraco militarmente e um palco de operações adequado para o lançamento de novos armamentos e materiais bélicos, tudo isso, claro, com um grande espetáculo de pirotecnia com cidades explodindo pelos ares. Cuidado, meu caro Obama, pois mesmos os teoricamnete mais fracos podem impor para vocês derrotas vexatórias e humilhantes como a que ocorreu no Vietnnan.
E agora, Obama ?
Como a maioria da população dos EUA acredita em uma realidade que não existe, uma pequena parcela da população desse país, por ser lúcida, não tem voz nos grandes meios de comunicação, restando-lhes mídias de alcance limitado e , principalmente, os espaços públicos, agora tomados pelo privado, para que possam fazer suas manifestações e chamar a atenção das pessoas. Estranhamente, na América livre e democrática, as manifestações tem sido reprimidas com extrema violência. Opinião passou a ser crime nos EUA, meu caro Obama ?
E agora, Obama ?
Como vais explicar que os EUA tem, proporcionalmente, a maior população carcerária do planeta ? Não acredito que o povo americano tenha o crime gravado em sua proteína mais famosa , logo para explicar tamanha população atrás das grades a privatização dos presídios talvez seja o melhor caminho. Presídio é um bom negócio, meu caro Obama ? Tavez por isso uma multidão de pobres, afrodescendentes, latinos, asiáticos, indígenas e outros sejam os principais inqulinos das penitenciárias. Qualquer pequeno delito tem uma correspondente pena rigorosa.  Já os ladrões e patifes de wall street que produziram crimes que escandalizaram o mundo, estão livres e ainda receberam ajuda do seu governo. Será por que são "vencedores" ?
E agora, Obama ?
Como vais explicar a promessa não cumprida, para o primeiro mandato, de fechar a prisão de Guantánamo ? Vocês inclusive já divulgaram que a maioria dos presos de lá e inocente e mesmo assim ainda sofrem torturas diárias. Que vergonha, meu caro Obama
E agora, Obama ?
Vais continuar posando em lanchonetes fast food para incentivar um tipo de alimentação que vem causando doenças em todo o mundo ? Logo você que optou pelo estilo vegam , saudável  e de saúde ? Ou será que o incentivo a alimentação de de refrigerantres e sanduíches tem uma correspondência com o aumento dos lucros dos laboratórios farmaceuticos e a indústria médica ?
E agora, Obama ?
O povo está nas ruas protestanto, em todo o mundo contra um modelo econômico e de produção e também contra medidas que trucidam as conquistas de outras épocas.  A pobreza, a miséria, o desemprego crescem em todo o mundo , por outro lado as massas monetárias são gigantescas .Se não bastasse essa vertente do darwinismo social, o planeta passa por alterações climáticas, em grande parte produzidas pela atividade humana, que podem alterar significativamente a vida na Terra. Caso isso aconteça, e os problemas socias que já existem, além do crescimento de epidemias , das guerras que vocês fabricam, do incentivo a violência proporcionado pela indústria do entretenimento, fico autorizado a pensar que teremos uma diminuição drástica da população mundial. Também me inclino a pensar que essa seja a verdadeira agenda em curso, tendo em vista a negligência e a banalização como esses temas são tratados mundialmente por governos .Com isso teríamos um planeta com 2, 5 bilhões de pessoas, coincidentemente o número de pessoas que em 2025 terão acesso a água doce.  Será essa a verdadeira agenda para então, com a limpeza social edificar uma nova humanidade majoritariamente cristã e  uma nova economia e meios de produção sustentáveis para que os escolhidos possam usufruir da Terra prometida ?
E agora, Obama ?
Vais continuar com essa farsa de guerra ao terror que na prática trata-se apenas  da velha prática de colonização com um nova roupagem e que ainda acaba espalhando o terror e aviolência pelo mundo ?
E agora , Obama ?
No pais do estado mínimo o estado americano , com a indústria da guerra, vai continuar sendo o prpincipal motor da economia ?
E agora, Obama ?
No estágio em que a humanidade se encontra, no tocante ao conhecimento científico disponível, não é hora, ou já teria passado a hora, de repensar o Saber ?
E agora, Obama ?