terça-feira, 19 de abril de 2016

Velha mídia brasileira deseja feliz Páscoa para o mundo, e ainda informa em edição extraordinária que John Lennon morreu

Impeachment foi fabricado pela mídia

Por Mônica Mourão e Helena Martins, na revista CartaCapital:

A ausência de discussões profundas sobre a situação do país e o excesso de discursos reacionários que vimos no domingo 17 não se restringiram às falas de parlamentares na Câmara dos Deputados. Nos últimos meses, foram recorrentes também nos meios de comunicação brasileiros.

Desde o ano passado, toda uma construção de sentidos veio legitimando a aprovação daadmissibilidade do pedido de impedimento da Presidenta Dilma Rousseff. Assim, a “opinião pública” - em essência, a “opinião publicada” pelos órgãos de comunicação hegemônicos –, um elemento essencial deste processo, se mostrou garantida neste jogo.

Não era preciso, portanto, ir muito além neste domingo. Assim, a cobertura do dia da votação foi permeada por uma maior sutileza em relação à exposição dos posicionamentos dos grandes conglomerados midiáticos – seguindo a tendência dos últimos dias, como já tínhamos mostrado neste blog.

Exceções em tom mais agressivo ficaram a cargo de emissoras de rádio como a Jovem Pan, que transmite em cadeia nacional e manifestou sistematicamente, num discurso grosseiro e conservador, seu apoio à queda do governo.

A TV Globo anunciou que acompanharia as movimentações no Congresso Nacional a partir das 9h da manhã. Poucos minutos depois, começou a entrar com flashes do jornalismo em meio à programação de esportes e entretenimento.

A partir das 14h, com o início da sessão na Câmara, deu exclusividade à cobertura política. Durante todo o dia, o equilíbrio da reportagem foi bem maior do que no início da crise, quando a Globo atuou como agente político importante, conclamando a população a ir às ruas contra o governo.

Contudo, o equilíbrio pretendido foi apenas aparente. Uma análise atenta permite perceber as artimanhas do discurso. Até o início da votação, ele se baseou principalmente em dois pilares complementares: a defesa da legitimidade do processo de impeachment e das manifestações de rua a favor da derrubada da Presidenta.

Logo em sua primeira participação, Alexandre Garcia tratou da derrubada de Fernando Collor, comparando os dois processos. Segundo o jornalista, desta vez, houve bem mais tempo entre o pedido de saída da Presidenta e sua análise pela Câmara do que ocorreu com Collor, em 1992.

Garcia também afirmou que o Supremo Tribunal Federal (STF) legitimou o processo, ignorando as opiniões contrárias de dezenas de juristas que defendem não haver motivos legais para o impedimento de Dilma e o fato de o Supremo ter se debruçado sobre o rito e não sobre o mérito da questão.

Mais tarde, destacou os atos pró-impeachment, dizendo que “a cidadania está nas ruas, mostrando que não fica em casa pra ver a banda passar”. As “ruas” foram identificadas com uma parte dos manifestantes apenas, constituindo mais um argumento a favor da legitimidade da mudança no comando do país.

Ao longo das entradas ao vivo dos atos, os milhares de manifestantes que saíram às ruas em todo o país contra a medida foram caracterizados como ligados a partidos políticos, à base aliada do governo, a centrais sindicais e ao PT (representado pela cor vermelha, ignorando que o simbolismo político dela é mais amplo e anterior à existência deste partido).

Na manhã da segunda 18, a manchete na capa do portal d'O Globo era nítida: “Manifestantes contra Dilma comemoram; petistas choram”. Dessa forma, a legitimidade das “ruas” foi construída de acordo com a agenda política da emissora, que optou inclusivepor invisibilizar setores críticos ao governo, mas que protestaram em defesa da democracia.

Cobertura rasa

A estratégia do Grupo Globo, seguida por boa parte da mídia brasileira, também se manifestou na cobertura rasa dos fatos e na ausência de jornalismo de fato. Registros dos atos e de declarações de deputados foram abundantes. Não se viu, contudo, apuração, investigação, contextualização e problematização do processo em curso.

Os argumentos que embasam o pedido de impeachment não foram apresentados, muito menos os de sua defesa. Nenhum convidado externo – nem mesmo um "especialista" alinhado ao posicionamento da Globo – foi convidado a discutir a situação do país.

Ao longo de toda a manhã, a GloboNews, principal canal jornalístico do país, se limitou a acompanhar atos favoráveis e contrários ao impeachment em diversas cidades, na cobertura comandada por Leilane Neubarth e Raquel Novaes. Uma vez mais, a escolha dos ângulos das imagens, em geral, favoreceu o primeiro grupo. Imagens muito abertas ou muito fechadas do ato em Copacabana contra o impeachment deram a entender que a quantidade de presentes era menor do que a realidade.

No Salão Verde da Câmara, após uma das entrevistas de Cristiana Lôbo com deputados, ao falarem dos parlamentares indecisos, Novaes chegou a questionar se a indecisão era porque eles não teriam chegado a uma conclusão jurídica ou se, de fato, o processo estava completamente "politizado". A pergunta ficou sem resposta.

Apesar da crise profunda que vivemos, a política foi reduzida pelos meios de comunicação a artimanhas de bastidores e o processo do impeachment, a uma troca de ocupantes da cadeira. Assim, a suposta imparcialidade escondeu, na verdade, a escolha de não aprofundar a análise do fato e de suas implicações para o presente e o futuro do país.

A mesma abordagem tem marcado a cobertura do dia seguinte à votação. Os principais canais de TV insistem apenas em recuperar os números e movimentações que ocorreram no domingo e a descrever as próximas etapas do afastamento, agora no Senado. As críticas, uma vez mais, ficam a cargo da imprensa internacional.

O conservador La Nación, da Argentina, falou em “vergonhosa tentativa de golpe”. OPágina 12 tamém destaca, na capa desta segunda, a ocorrência de um golpe, anunciado em letras garrafais na edição. A votação de domingo é definida assim: “em um virtual golpe institucional, a Câmara dos Deputados do Brasil, presidida pelo político mais denunciado por corrupção, aprovou o impeachment contra a Presidenta Dilma Rousseff”.

Cunha protegido 

Se lá fora a ficha corrida de Eduardo Cunha é considerada um elemento central deste processo, por aqui ela está longe de ganhar destaque. A TV Globo, antes da votação, cuidou de contextualizar seletivamente as figuras políticas envolvidas no jogo. Enquanto o líder do governo José Guimarães (PT) mereceu uma associação ao irmão José Genoíno, condenado no processo do mensalão, o presidente da Câmara não teve sua reputação posta em xeque.

William Bonner chegou a lembrar que ele é alvo de processos, mas sem explicar quais ouinformar que já há provas contundentes de corrupção praticada por Cunha, réu no Supremo Tribunal Federal e investigado pela Comissão de Ética da Câmara. Afinal, colocar dúvidas sobre quem conduz o processo de impeachment seria questionar a própria legitimidade da ação contra Dilma.

A imprensa escrita também aliviou para Cunha. Em matéria da Folha de S. Paulo que detalha biografias de participantes dos processos de Collor e de Dilma, Cunha é descrito como “presidente da Câmara dos Deputados, acolheu pedido de impeachment contra Dilma após ter perdido apoio do PT contra sua cassação”.

Já Dilma é a “acusada de ter praticado as pedaladas fiscais, entre outros” e Lindberg Farias é “senador (PT-RJ) investigado pela Operação Lava Jato, é um dos defensores de Dilma; afirma que o impeachment é ‘golpe’”.

Ao olharmos para a imprensa internacional, a diferença de abordagem fica clara. Nos últimos dias, The New York Times, The Wall Street Journal e The Washington Post, os três principais jornais americanos, destacaram as acusações que pesam contra aqueles que conduzem o processo de impeachment, especialmente Eduardo Cunha.

Nesta segunda, o britânico The Guardian, ao comentar a derrota do governo, não apenas citou corruptos como Cunha, Paulo Maluf e vários outros deputados que votaram contra Dilma quanto destacou o teor reacionário de suas falas.

“Numa noite escura, o ponto mais baixo foi quando Jair Bolsonaro, um deputado de extrema direita, dedicou o seu voto ‘sim’ à Carlos Brilhante Ustra, um coronel que chefiou a unidade de tortura do Doi-Codi contra a ditadura. Rousseff, uma ex-guerrilheira, estava entre os torturados”, escreveu o correspondente, fazendo críticas a diferentes partidos políticos brasileiros.

Depois das falas ouvidas neste domingo na Câmara, está claro que os desafios colocadossão enormes. Um deles, até hoje não efetivado, embora reivindicado historicamente, é umamudança estrutural no sistema de comunicação do país. Ou enfrentamos esse debate, mesmo em meio à crise, ou não garantiremos qualquer diversidade de vozes e opiniões na mídia, e o poder da liberdade de expressão seguirá nas mãos de poucos.

Outras vezes veremos a democracia ser atropelada pela articulação de instituições que se valem de seu poder político, econômico e simbólico para definir os rumos da vida coletivado país. O Brasil acordou hoje mais cinza. E isso se deve também à ausência de reformas e à atuação dos meios de comunicação no jogo político.

* Helena Martins e Mônica Mourão são jornalistas e integram o Intervozes. Colaborou Iara Moura.

Fonte: Blog do Miro

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"É de chorar de vergonha!"

diz Joaquim Barbosa sobre votação 
de impeachment
Ex-presidente do STF criticou "viés político" da imprensa brasileira

O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa se manifestou pelas
redes sociais na madrugada desta terça-feira (19) sobre a votação pelo prosseguimento do
processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff no último domingo (17).
Barbosa recomendou entrevistas e reportagens feitas pela imprensa estrangeira sobre o
cenário político no país.

"Recomendo o vídeo da excelente entrevista concedida pelo jornalista Glenn Greenwald
a Christiane Amanpour, da CNN", escreveu Barbosa em sua conta no Twitter.
 "Nesse vídeo você vai ver algo raro na imprensa brasileira hoje: informação objetiva, clara,
sem viés político", completou o ex-presidente do STF.

"Recomendo igualmente a leitura de matéria publicada pela 'The Economist' sobre a
votaçãode domingo na Câmara. Na matéria, a revista traz a lista das 'justificativas de
voto' dossenhores deputados. É de chorar de vergonha! Simplesmente patético!
Anotem: ainda teremos outras razões para sentir vergonha de nós mesmos em toda essa
história",complementou Barbosa.

Barbosa criticou a falta de objetividade da cobertura política na imprensa nacional

Fonte: JORNAL DO BRASIL
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Espetáculo dantesco da Câmara
pode matar o golpe.

Postado em 19 Apr 2016
"Sim, sim, sim": no dia seguinte, o marido foi preso por roubalheira
"Sim, sim, sim": no dia seguinte o marido foi preso por roubalheira

















Uma coisa que não estava absolutamente nos planos dos golpistas acabou se tornando a
mais letal propaganda contra o golpe: a sessão da Câmara que aprovou o impeachment.

Nada poderia ser mais revelador sobre o espírito do golpe.

Deputados e deputados, nos escassos segundos em que estiveram à frente de microfones, 
compuseram um teatro do absurdo, da vergonha, da indecência.

Parecia uma festa no hospício, comandada por um psicopata.

Até a imprensa internacional está, nestes dias, fazendo piada dos motivos invocados na 
Câmara para o sim.

Pela família quadrangular, pela minha mãe Lucimar, pela minha neta, por remotas cidades 
Brasil afora, por Deus, por Deus, por Deus.

Isso sem contar Bolsonaro, que votou por um torturador de quem se diz que chegou a 
colocar ratos em vaginas de presas políticas.

Só faltou quem dissesse: “Por Eduardo Cunha! Por mim!”

Registre-se ainda o espetáculo de uma deputada que gritou aos pulos “sim, sim, sim” e 
citou como exemplo seu marido, prefeito de Montes Claros, preso no dia seguinte por 
desviar dinheiro de hospitais públicos.

Nas redes sociais, este voto saltitante viralizou.

Foi o mais acabado retrato não só da Câmara que temos, comprada pelo dinheiro das 
grandes empresas via financiamento de campanhas, mas do golpe em si.

É inevitável que este espetáculo dantesco tenha efeitos imediatos na opinião pública, que 
já se dividira antes mesmo que os bufões declarassem seus votos ridículos abraçados a 
bandeiras do Brasil usadas da maneira mais baixa possível.

A grande sentença do intelectual inglês Samuel Johnson foi provada exaustivas vezes 
no plenário-picadeiro: “O patriotismo é o refúgio do canalha.”

Não.

Não é possível que o Brasil esteja à mercê de um grupo daquela espécie. Nas redes sociais, 
muitos apoiadores do impeachment confessaram seu choque ao ver quem defendia a causa 
deles – e como.

O desconforto dos que esperavam o sim acabaria sendo ampliado logo depois pelas 
informações que começaram a circular segundo as quais, fortalecido, Eduardo Cunha 
seria anistiado da roubalheira que promoveu.

Mesmo antipetistas convictos não contavam com essa: vestir a camisa da seleção, sair às 
ruas em nome do combate à corrupção, bater panelas – para depois ver como grande 
vencedor do movimento o maior corrupto da história da República. 
Não poderia haver final mais infame.

A sessão da Câmara haverá de ser um fator importante, talvez decisivo, nos próximos 
passos do processo de impeachment.

A mobilização pela democracia crescerá. Já está desfeita a falácia propagada pelas
empresas de jornalismo de que o impeachment é uma unanimidade nacional.

Não é. É, sim, uma unanimidade entre os donos da mídia, que enxergam aí uma chance de 
meter a mão no dinheiro público.

Temer, caso o golpe se realize, vai imediatamente satisfazer a sede de dinheiro público 
da Globo, da Abril, da Folha.

Isso ficou claro numa mensagem do presidente da Abril aos funcionários da casa por causa 
da sessão infame da Câmara. Nossa vida vai melhorar, bradou ele. Numa tradução livre e
fiel, ele estava dizendo: “Os anúncios do governo vão voltar.”

Às 23 horas de domingo, quando o voto que deu a vitória ao impeachment foi anunciado, 
a sensação geral era que a história do golpe terminara.

Hoje, vistas em detalhe as cenas da sessão, está evidente que não.

Fonte: DIÁRIO DO CENTRO DO MUNDO
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O Senado não pode ser uma sucursal 

golpista do Cunha e do Temer

O Brasil não está em situação de normalidade: as instituições estão estão 

entorpecidas e acovardadas pela fúria fascista reverberada pela mídia hegemônica.

Jeferson Miola

EBC
Os golpistas fazem um esforço em vão para tentar convencer que
impeachment aprovado na Câmara dos Deputados não foi um golpe 
de Estado. Eles sabemque é cada vez mais difundida na sociedade 
brasileira e em ambientes políticos, acadêmicos e oficiais mundo 
afora, a consciência de que está em andamento um golpe de Estado 
no Brasil.

A denúncia da ilegalidade e da inconstitucionalidade do impeachment
põe em cheque a legitimidade do golpe, ainda que aprovado por 
367 deputados. É bom lembrar, na maioria são réus sem legitimidade 
e sem moral, acusados de crimes variados – desde corrupção, fraudes, 
lavagem de dinheiro, trabalho escravo, improbidade e até homicídio.

Na falta de fundamento jurídico e de crime de responsabilidade
para processar Dilma, que não cometeu nenhum crime e não 
responde por nenhuma acusação judicial, os golpistas passaram 
a alegar que impeachment é um julgamento político,uma vez que é 
processado pelo Congresso Nacional.

Esse argumento é falso. Mesmo que seja julgado por uma casa
política como o Congresso, o julgamento não pode ser puramente 
político, levado a cabo por maiorias circunstancias – isso seria uma 
loucura institucional, fonte de caos político permanente.

impeachment necessita de amparo jurídico e constitucional para 
permitir um julgamento justo e legal, mesmo sendo processado 
por um tribunal composto por agentes políticos. Para isso, 
obrigatoriamente deve levar em conta se existe ou não materialidade 
de crime que autorize a retirada da Presidência da República uma 
pessoa eleita com 54.501.118 votos.

Em sistemas parlamentaristas, o impeachment equivale ao voto de
 desconfiança para substituir governantes que perdem maioria 
parlamentar ou aprovaçãopopular. No caso do sistema presidencialista 
brasileiro, todavia, a Constituição não autoriza o emprego do impeachment 
como voto de desconfiança, mesmo emsituações de absoluto 
isolamento e desgaste político do governante.

No Brasil não existe a figura do recall de governantes – embora
a falência do sistema político evidencie a necessidade urgente 
de criar-se dispositivos para a revogação de mandatos, sobretudo 
de políticos comprovadamente corruptos, como o Presidente da 
Câmara dos Deputados e a maioria da turba golpista que 
quer usurpar a cadeira da Presidente Dilma.

Como no ordenamento jurídico brasileiro não existe a figura
do recall, o impeachment será sempre uma medida drástica, um remédio 
extremo que, para ser empregado, depende da comprovação 
efetiva de crime de responsabilidade do governante – e que, 
sem isso, não pode prosperar como um julgamento puramente político.

A verdade solar é que Dilma é vítima de um julgamento de exceção,
 é perseguida politicamente e condenada sem ter cometido nenhum 
crime. A declaração de voto de quase todos os 367 deputados golpistas 
comprova que Dilma está sendo condenada por todas as razões do 
mundo, menos pela prática de um único crime sequer.

No show asqueroso e nauseante dos golpistas que usaram o
microfone para declarar voto a favor doimpeachment, com exceção 
de apenas dois ou três deles que invocaram os estapafúrdios 
problemas de gestão fiscal que consta da denúncia, 
todos os demais golpistas invocaram o pai, a mãe, a família,
um torturador sanguinário, os evangélicos, os batistas, os tios, 
os médicos, a paróquia, o bairro, o estado de origem, o time de 
futebol, o anti-comunismo, o anti-petismo, o feto, 
a bandeira verde e amarela, deus, a crise econômica, o desemprego
etc etc e etc para justificar o voto pelo impeachment– mas não 
conseguiram produzir uma única prova para justificar o 
enquadramento legal da Presidente Dilma.

O 17 de abril de 2016 entra para a história como uma infâmia
que repete 31 de março de 1964, como outro dia ultrajante da 
história do Brasil. Desta vez, as forças armadas não estão promovendo 
a ruptura democrática, porém os demais atores golpistas se repetem: 
a Globo, o udenismo do PSDB/DEM/PPS, uma classe dominante 
corrupta e reacionária e o sistema jurídico e policial que envereda 
o país pelas sombras fascistas.

O Brasil não está em situação de normalidade institucional,
é mentira que as instituições estão fortes e funcionando; 
elas estão entorpecidas e acovardadas pela fúria fascista reverberada 
pela mídia hegemônica. No Brasil está em andamento um golpe 
contra a Constituição e contra o Estado Democrático de Direito.

É fundamental amplificar a denúncia do golpe em escala
nacional e no plano internacional. É fundamental, além disso, 
direcionar as energias democráticas e populares das ruas para 
o exercício da pressão legítima sobre os senadores da
República para defender a legalidade, a Constituição e a democracia.
É preciso impedir que o Senado Federal se converta numa 
sucursal golpista do Cunha e do Temer e sua malta golpista.

Fonte: CARTA MAIOR
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Impressionam os discursos na velha mídia tentando provar que não 
se trata de um golpe de estado.

Por outro lado toda a imprensa estrangeira e a maioria da população 
brasileira vão tomando consciência que se trata de um golpe de
estado.

Além do papelão da Câmara dos Deputados no dia da votação, que
foi e tem sido motivo de chacota em todo o mundo, a velha mídia
brasileira também se alinha com a bizarrice fascista ao fazer, ou
tentar fazer, uma defesa  de legalidade do processo de impeachment.

Aqui, na cidade maravilha e agora olímpica, o espetáculo da velha mídia
privada também é dantesco. 

Nas emissoras de rádio, por exemplo, as rádios Globo, CBN e Tupi, 
apenas para citar as maiores em audiência,  diariamente em suas 
programações disponibilizam debates e comentários onde a maioria 
dos participantes defende de forma escancarada o processo de 
impeachment, através de discursos e comentários claramente fascistas.

Enquanto a quase totalidade da imprensa estrangeira vê claramente
um processo ilegal de golpe de estado no Brasil; 
enquanto a maioria da população  brasileira entende o processo 
de impeachment como uma tentativa de golpe de estado;
enquanto a maioria da população brasileira se diz insatisfeita 
com o atual governo mas é contra o golpe; 
enquanto a maioria da população brasileira não quer um presidente
ilegítimo no exercício da presidência - caso Temer - ; 
enquanto a maioria da população brasileira se sente envergonhada 
com o congresso nacional;
enquanto organismo internacionais  - OEA - acusam a existência 
de um processo ilegal e de ruptura democrática  ano Brasil,

a velha mídia brasileira em conjunto com as oposições transitam e 
habitam um universo paralelo difundindo a tese de normalidade 
das instituições brasileiras, e, ainda, de forma totalmente 
enviesada e esdrúxula defendem o processo de impeachment dizendo 
não se tratar de um golpe. 
Se isso já não  fosse o bastante, ainda, lá em outros universos, 
afirmam com expressões de felicidade nos rostos de seus apresentadores 
que um clima de esperança se instala no Brasil, como fez ontem 
o jornal da TV Bandeirantes.

Diante desse descompasso com a realidade, O PAPIRO termina
este artigo desejando a todos uma feliz Páscoa.


A Vergonha do Povo Brasileiro com a Face Horrenda do Golpe

A vergonha que atinge a alma brasileira, depois do que se viu domingo, na Câmara, é um sentimento muito forte. 
Pode se tornar incontrolável.

Há 17 dias o STF mandou para o Moro os processos da esposa e da filha de Cunha. Até hoje não foram chamadas a depor. Se fossem petistas...

Parabéns hilde_angel por sua postura sempre corajosa e combativa em defesa da democracia…



Luis Nassif :
Em editoral, Le Monde diz que Brasil está à beira da ruptura
Grupo de senadores apresentará PEC para novas eleições presidenciais

Fonte: CARTA MAIOR
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A face horrenda

hiena
O povo brasileiro, de forma cada vez mais rápida, vai percebendo que tipo de país terá à medida em que vai se consumando o golpe que entregará, ao que tudo indica, o comando do país ao rebotalho da direita representado pela dupla Michel Temer-Eduardo Cunha.
O cenário é sombrio e, paradoxalmente, são eles próprios que se encarregam de mostra-lo à população.
É tudo tão vergonhoso que os que se assanharam por este golpe estão no silêncio da vergonha, depois do gozo orgiástico daquele domingo de feras destroçando a presa.
A “anistia” a Eduardo Cunha assa no forno de pedra, sem disfarces e a inexplicável recusa do Supremo em analisar o seu pedido de afastamento da presidência da Câmara mostra que, também lá entre os vetustos senhores e senhoras que o compõem, como diz a gíria carioca, “tem jogo”. Algo se pode fazer.
De outro lado, a volta do PSDB ao muro onde esteve durante do Governo Collor, até que a situação do ex-presidente se deteriorasse, mostra que os tucanos não acreditam muito na estabilidade de um governo que subirá ao poder de forma ilegítima e sem autonomia para fazer nada além do que a demolição dos direitos e programas sociais  que o capital e o empresariado lhe exigem.
Há, claro, também a disputa interna a pesar: a ida de Serra para o Ministério é um imenso problema para Aécio e uma grande solução para o capital estrangeiro e seus associados de São Paulo.
Mas esqueçam o “socorro”  da chegada triunfal da “cavalaria do capital externo” para eles. Comprar (e barato) querem, investir não.
E há, ainda, a necessidade de entregar a imensa quantidades de lotes do governo que se negociou durante o processo de traição conduzido pela dupla Temer-Cunha. Haja diretoria “que fura poço”…
Portanto, o governo que se vai erigindo sob o apregoado manto de “restaurar a moralidade e acabar com a crise” já  vai se desenhando com a certeza que fará o inverso com uma e com outra.
Bem cedo, antes mesmo de ascender ao poder com a consumação do golpe, o que vem por aí começa a ser visto em sua nudez horrenda.
Visto, assim, mesmo sem uma imprensa que o exiba com a crueza que fez o comentarista da TV portuguesa disser que havia ali: “uma assembléia geral de ladrões, comandada por um ladrão”a destituir um governo eleito, este arranjo golpista vai ser crescentemente repudiado pelas ruas.
O processo político, quando não sufocado pela força armada, é um processo de revelações, mais rápidas ou mais lentas.
Este, o do desnudar do golpe, será extremamente veloz.
Fonte: TIJOLAÇO
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A Era da Bizarrice

Golpe “apoiado por Deus” e torturador vira piada em todo o mundo; golpistas despacham Aloysio Nunes para prestar contas aos Estados Unidos

18 de abril de 2016 às 18h31

  
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“A maior parte dos deputados evocou Deus e a família na hora de dar o seu voto. Jair Bolsonaro até mesmo defendeu, com palavras ardentes, um dos piores torturadores da ditadura militar” Der Speigel, a maior revista alemã
“Pela minha filha que vai nascer e por minha sobrinha Helena”, trecho do voto de um deputado destacado pelo diário espanhol El Pais, com o título “Deus derruba a presidenta do Brasil”
Na era da internet, atuações como a do deputado Wladimir Costa, do Solidariedade do Pará, não escapam à mídia internacional e confirmam que o Parlamento brasileiro é um circo onde existe um palhaço de verdade e outros 400 picaretas; no vídeo, ele acusa o ex-presidente Lula e a presidente Dilma de incentivar a prostituição infantil. Este baixo nível é incomum nos parlamentos de países que se pretendem civilizados
Da Redação
A degradante atuação do Congresso brasileiro ao aplicar um golpe em nome da República dos Corruptos, liderada por Eduardo Cunha, teve grande repercussão internacional.
Segundo The Intercept, o site mantido pelo jornalista Glen Greenwald a partir do Rio de Janeiro, a oposição despachou para os Estados Unidos o senador Aloysio Nunes, que se encontrará com integrantes do poderoso Comitê das Relações Exteriores do Senado, com o subsecretário de Estado Thomas Shannon e com um grupo de lobistas ligados à ex-secretária de Estado Madeleine Albright, diplomata influente desde o governo Reagan e que representa dinheiro grosso nos Estados Unidos.
Greenwald não lembra o fato de que a ex-embaixadora dos Estados Unidos no Paraguai, que assistiu ao golpe suave contra Fernando Lugo lá, foi transferida em seguida para o Brasil.
Trata-se de uma viagem, a de Aolysio, no mínimo curiosa, já que Dilma Rousseff continua no poder no Planalto e o Brasil mantém relações diplomáticas normalizadas com os Estados Unidos, enquanto o senador tucano está prestes a se engajar na batalha do impeachment no Senado, em um papel central.
A ex-presa política Amelinha Teles denuncia a barbárie cometida pelo capitão Ustra, homenageado na sessão em que se deu o golpe contra Dilma Rousseff; pedimos a algum leitor que tenha tempo e capacidade que coloque legendas em inglês. Foi um pedido de estrangeiros que querem entender melhor o papel de Ustra/Bolsonaro na política brasileira
Muitos na esquerda brasileira acreditam que os EUA estão planejando ativamente a instabilidade atual no país com o propósito de se livrar de um partido de esquerda que se apoiou fortemente no comércio com a China, e colocar no lugar dele um governo mais favorável aos EUA que nunca poderia ganhar uma eleição por conta própria.
Embora não tenha surgido nenhuma evidência que comprove essa teoria, uma viagem aos EUA, pouco divulgada, de um dos principais líderes da oposição brasileira deve provavelmente alimentar essas preocupações. Hoje — o dia seguinte à votação do impeachment — o Sen. Aloysio Nunes do PSDB estará em Washington para participar de três dias de reuniões com várias autoridades norteamericanas, além de lobistas e pessoas influentes próximas a Clinton e outras lideranças políticas.
O Senador Nunes vai se reunir com o presidente e um membro do Comitê de Relações Internacionais do Senado, Bob Corker (republicano, do estado do Tennessee) e Ben Cardin (democrata, do estado de Maryland), e com o Subsecretário de Estado e ex-Embaixador no Brasil, Thomas Shannon, além de comparecer a um almoço promovido pela empresa lobista de Washington, Albright Stonebridge Group, comandada pela ex-Secretária de Estado de Clinton, Madeleine Albright e pelo ex-Secretário de Comércio de Bush e ex-diretor-executivo da empresa Kellogg, Carlos Gutierrez.
A Embaixada Brasileira em Washington e o gabinete do Sen. Nunes disseram ao The Intercept que não tinham maiores informações a respeito do almoço de terça-feira. Por email, o Albright Stonebridge Group afirmou que o evento não tem importância midiática, que é voltado “à comunidade política e de negócios de Washington”, e que não revelariam uma lista de presentes ou assuntos discutidos.
Nunes é uma figura da oposição extremamente importante — e reveladora — para viajar aos EUA para esses encontros de alto escalão. Ele concorreu à vice-presidência em 2014 na chapa do PSDB que perdeu para Dilma e agora passa a ser, claramente, uma das figuras-chave de oposição que lideram a luta do impeachment contra Dilma no Senado.
Como presidente da Comissão de Relações e Defesa Nacional do Senado, Nunes defendeu repetidas vezes que o Brasil se aproxime de uma aliança com os EUA e o Reino Unido. E — quase não é necessário dizer — Nunes foi fortemente apontado em denúncias de corrupção; em setembro, um juiz ordenou uma investigação criminal após um informante, um executivo de uma empresa de construção, declarar a investigadores ter oferecido R$ 500.000 para financiar sua campanha — R$ 300.000 enviados legalmente e mais R$ 200.000 em propinas ilícitas de caixa dois — para ganhar contratos com a Petrobras. E essa não é a primeira acusação do tipo contra ele.
A viagem de Nunes a Washington foi divulgada como ordem do próprio Temer, que está agindo como se já governasse o Brasil. Temer está furioso com o que ele considera uma mudança radical e altamente desfavorável na narrativa internacional, que tem retratado o impeachment como uma tentativa ilegal e anti-democrática da oposição, liderada por ele, para ganhar o poder de forma ilegítima.
O pretenso presidente enviou Nunes para Washington, segundo a Folha, para lançar uma “contraofensiva de relações públicas” e combater o aumento do sentimento anti-impeachment ao redor do mundo, o qual Temer afirma estar “desmoraliz[ando] as instituições brasileiras”. Demonstrando preocupação sobre a crescente percepção da tentativa da oposição brasileira de remover Dilma, Nunes disse, em Washington, “vamos explicar que o Brasil não é uma república de bananas”. Um representante de Temer afirmou que essa percepção “contamina a imagem do Brasil no exterior”.
“É uma viagem de relações públicas”, afirma Maurício Santoro, professor de ciências políticas da UFRJ, em entrevista ao The Intercept. “O desafio mais importante que Aloysio enfrenta não é o governo americano, mas a opinião pública dos EUA. É aí que a oposição está perdendo a batalha”.
Não há dúvida de que a opinião internacional se voltou contra o movimento dos partidos de oposição favoráveis ao impeachment no Brasil. Onde, apenas um mês atrás, os veículos de comunicação da mídia internacional descreviam os protestos contra o governo nas ruas de forma gloriosa, os mesmos veículos agora destacam diariamente o fato de que os motivos legais para o impeachment são, no melhor dos casos, duvidosos, e que os líderes do impeachment estão bem mais envolvidos com a corrupção do que Dilma.
Temer, em particular, estava abertamente preocupado e furioso com a denúncia do impeachment pela Organização de Estados Americanos, apoiada pelo Estados Unidos, cujo secretário-geral, Luis Almagro, disse que estava “preocupado com [a] credibilidade de alguns daqueles que julgarão e decidirão o processo” contra Dilma. “Não há nenhum fundamento para avançar em um processo de impeachment [contra Dilma], definitivamente não”.
O chefe da União das Nações Sul-Americanas, Ernesto Samper, da mesma forma, disse que o impeachment é “um motivo de séria preocupação para a segurança jurídica do Brasil e da região”.
A viagem para Washington dessa figura principal da oposição, envolvida em corrupção, um dia após a Câmara ter votado pelo impeachment de Dilma, levantará, no mínimo, dúvidas sobre a postura dos Estados Unidos em relação à remoção da presidente. Certamente, irá alimentar preocupações na esquerda brasileira sobre o papel dos Estados Unidos na instabilidade em seu país. E isso revela muito sobre as dinâmicas não debatidas que comandam o impeachment, incluindo o desejo de aproximar o Brasil dos EUA e torná-lo mais flexível diante dos interesses das empresas internacionais e de medidas de austeridade, em detrimento da agenda política que eleitores brasileiros abraçaram durante quatro eleições seguidas.
ATUALIZAÇÃO: Antes desta publicação, o gabinete do Sen. Nunes informou ao The Intercept que não tinha mais informações sobre a viagem dele à Washington, além do que estava escrito no comunicado de imprensa, que data de 15 de abril. Subsequente à publicação, o gabinete do Senador nos indicou informação publicada no Painel do Leitor (Folha de S. Paulo, 17.04.2016) onde Nunes afirma — ao contrário da reportagem do jornal — que a ligação do vice-presidente Temer não foi o motivo para sua viagem a Washington.


Fonte: VIOMUNDO
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O enredo vai ficando claro e o filme começa a ser produzido.

Deus e a Família no Congresso dos Bizarros, sob o comando de um evangélico corrupto e de um traidor católico maçom de 75 anos que vai ser pai, em agosto, pela sexta vez.

Se o Grande Arquiteto do Universo permitir, e se o Senhor concordar, a dobradinha dos céus levará o Brasil a entrar em uma nova era, a era da bizarrice.

Com os novos dias que virão, o povo terá muito o que temer.

A restauração neoliberal será inevitável, e é provável, bem provável, que até o final deste ano, grande parte das conquistas sociais de que o povo desfruta seja destruída, assim como já ocorre na Argentina com apenas seis meses do novo governo neoliberal.

Não se iluda , caro leitor, a Era da Bizarrice que será inaugurada com o governo da Família com Deus e com o olhar permanente do Grande Arquiteto do Universo, promoverá o caos social no Brasil. Sintomas de caos que já começam a se desenhar na vizinha Argentina, que viu uma multidão nas ruas assistindo um comício da ex-presidenta Cristina Kirchner.

O golpe, sim - o que está acontecendo é um golpe de estado já que a presidenta não cometeu nenhum crime - está sendo conduzido pelos EUA com o apoio de setores e atores brasileiros historicamente empenhados em interditar as conquistas sociais do povo brasileiro.

Hoje sem armas, mas com a suavidade violenta da interpretação jurídica-parlamentar, o golpe do século XXI já é uma realidade na América Latina, e caminha para se concretizar no Brasil, inaugurando no país a Era da Bizarrice.

segunda-feira, 18 de abril de 2016

Futuro Nebuloso

Reprodução
Fonte: BOL
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Mino: é o pior Golpe que o Brasil sofreu

É uma sociedade velhaca, primitiva, infantil!
Fonte: CONVERSA AFIADA
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Alô, mamãe, demos o golpe…”. O Brasil é uma chacota para eles…
POR  · 18/04/2016orgia
Nada, nenhum argumento político ou jurídico será mais desmoralizante, aqui ou lá fora, para o golpe no Brasil que o comprometimento e o comportamento de seus agentes executores.
Um bando de escolares em excursão não produziria sequer a metade do que aqueles senhores, bem cevados de verbas públicas, expuseram para a vergonha do nosso país.
Conseguiram, em algumas horas, revelar mais da natureza do atraso, da mediocridade, do indecoroso deste episódio que horas e horas de qualquer discurso que os denunciasse.
Em poucas horas, os jornais do mundo inteiro estarão às risadas com as cenas que se passaram na Câmara.
Deus, a esposa, os filhinhos, os netinhos, o papai, a mamãe… As razões dos votos para derrubar um governante eleito por 54 milhões de votos.
Você consegue imaginar aquelas cenas num parlamento da França, dos EUA, da Espanha, até, aqui, da Argentina ou do Paraguai?
Porque se democracia for o espetáculo de bordel que nos apresentaram os deputados, para que lutar por ela?
Infelizmente, se é o mais explícito e caricato, não é o único.
A Justiça se transformou em polícia e o Supremo, com todo o formalismo pedante de seus ministros, apadrinhou a pantomima grosseira, porque deixou que se desenvolvesse e porque deixou a dirigi-la um ladravaz com as provas e o cinismo mais que evidentes.
É melhor que suas Excelências aceitem que as chamemos de covardes, porque se não foi covardia, o que se dirá é bem pior.
Falta pouco para completar a trinca de instituições nacionais destruídas, o que se completará com a subida de uma figura sem qualquer opinião e com sobeja ambição, cuja carência de legitimidade o tornará refém ou cúmplice dos apetites de assalto ao poder que vimos na chanchada da noite de domingo.
Ao regime que teremos, em alguns dias, quando a papelada golpista fizer seus trâmites burocráticos, só resta a alternativa de derrubá-lo pela força das ruas.
E,  creia, em poucos dias eles estarão de não poder sair às ruas, porque não têm como explicar a bacanal provinciana que estrelaram sob o patrocínio de senhores e senhoras muito bem postados na mídia, que chegaram a ficar ser graça quando viram os modos da matilha que açularam e que mandaram, com seus dentes e garras, sobre o governo eleito.
A Nação os viu. O Mundo os viu.
Nenhuma palavra que se tenha dito sobre eles parece, agora, exagerada.
Com aquela gente no comando da República, já não se pode falar mesmo em democracia.
Talvez em suinocracia, quando os porcos assumem o Governo do País

Como previsto, os políticos fizeram do Brasil uma chacota na Europa

mico2
Como disse, por óbvio, ainda esta madrugada, o Brasil virou uma piada vergonhosa na imprensa internacional, com o dantesco espetáculo promovido ontem pela mediocridade hipócrita dos golpistas.
Aliás, um delas, a deputada Raquel Muniz não precisou que se passassem 24 horas para ruir estrepitosamente o seu exemplo de que “o Brasil tinha jeito” dando como exemplo o marido, prefeito de Montes Claros, preso hoje cedo por roubar dinheiro da prefeitura para seu hospital.
Fonte: TIJOLAÇO
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'The Guardian': Dilma foi derrotada por um Congresso hostil e manchado pela corrupção

Segundo a publicação, Cunha é o "marionetista por trás da novela do impeachment"

'The Independent': 60% de parlamentares brasileiros são réus em processos, incluindo homicídio

Jornal diz que ao pedir impeachment a qualquer custo, os políticos dão uma marretada na democracia


'Le Monde': Dilma é trabalhadora e determinada

Jornal francês classifica o termo "golpe de estado" como fruto de um marketing político eficaz


Matéria publicada nesta segunda-feira (18) no Le Monde, começa dizendo que Dilma acreditou até o último momento que venceria e que agora tem poucas chances de terminar seu segundo mandato.


O jornal francês define Dilma como trabalhadora e determinada e também dá como certa a aprovação do impeachment pelo Senado. 


A reportagem lembra o que a presidente disse na véspera da votação: "Opor-se a mim e me criticar faz parte da democracia. Mas destituir uma presidente eleita de maneira legítima, sem que ela tenha cometido nenhum crime, não é um jogo democrático, é um golpe"

O Le Monde classifica o termo "golpe de estado" como fruto de um marketing político eficaz, que teria permitido a mobilização de militantes para apoiar a presidente. E afirma que as chamadas pedaladas fiscais, ou seja, a liberação de créditos suplementares para maquiar as contas públicas, são apenas um pretexto para o impeachment. Outros presidentes também recorreram a esta medida e nunca foram punidos.


Fonte: JORNAL DO BRASIL

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São 367 picaretas com anel de doutor

Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:


O Brasil e o mundo inteiro viram, transmitido ao vivo, o show de horrores que foi a aprovação do impeachment da presidenta Dilma Rousseff pelo plenário da Câmara. Parlamentares votando em nome das próprias famílias, parlamentares falando em nome de Deus, parlamentares assumindo que o real interesse é o estatuto do desarmamento, parlamentares falando em democracia enquanto passavam por cima da Constituição e aplicavam um golpe “constitucional” numa presidente democraticamente eleita. Teve até parlamentar saudando torturador da ditadura militar. A “razão jurídica” para o impeachment da presidenta Dilma foi absolutamente esquecida, desnudando que ela pouco importa, nunca importou. O julgamento foi político.

Os políticos corruptos ou acusados de corrupção que votaram em favor do impeachment se mostraram inteiros diante das câmeras da TV Câmara para quem quisesse ver: despreparados, sem estofo, inteiramente desconectados com o povo que os elegeu. Gente sem nenhum resquício de caráter, com cifrões no lugar dos olhos e zero preocupação com o futuro do país. Sob o signo da traição do vice-presidente da República, a cara da direita brasileira esteve exposta hoje durante seis horas ininterruptas e se mostrou provinciana, tacanha, intolerante, burra. Não sou eu quem digo, basta rever as imagens e conferir um a um os parlamentares que disseram “sim” ao impeachment. Só alguém ingênuo ou igualmente desonesto e mau caráter pode se reconhecer num político desses.

É um dia triste para o Brasil. Não sabemos o que será de nosso país daqui para a frente. Mas eu fico aliviada em saber que essa gente não me representa. Fico aliviada em saber que não só não votei nesses pilantras como não estive ao lado deles nesta votação. Quem esteve ao lado dos golpistas, não adianta se esquivar, é responsável pelo que ocorrer com o Brasil daqui para a frente. Eu vou cobrar, a esquerda vai cobrar. Agora é com vocês.

Quando Lula, em 1994, disse que havia “300 picaretas com anel de doutor” no Congresso Nacional, acharam que ele estava exagerando. Hoje vimos que ele errou na conta. São 367 picaretas na Câmara. E ainda falta contar os picaretas do Senado.

Fonte: Blog do Miro
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Elite brasileira não gosta de democracia. O que ela mais gosta é de fascismo


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Fonte: O CAFEZINHO
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A medida que publico as postagens acima e inicio este texto, ouço, mesmo a distância, a turma do golpe dizer que trata-se de choro, choradeira de quem perdeu.

Natural que depois da marretada na Democracia- The Independent - os democratas chorem, os fascistas comemorem,e os alucinados bárbaros defendam torturadores.

Escolhi as postagens acima , pois, para mim, representam muito bem o que aconteceu ontem na Câmara dos Deputados.

Segundo Mino a sociedade brasileira é velhaca, primitiva e infantil.o que de fato se viu ontem.

Por outro lado, se o governo tivesse vencido, os defensores da Democracia teriam um comportamento similar na Câmara, no tocante as comemorações.

Ou seja, não é por esse comportamento que a sociedade é infantil. É infantil, porque é infantilizada e idiotizada diariamente pelos grandes meios de comunicação que dominam a informação e o entretenimento no Brasil.

A alegria dos vencedores quando entendida como infantil pelo lado derrotado não deixa de ser uma infantilidade de quem perdeu.

Demonstrações de ódio, raiva, por qualquer lado também revelam alguma infantilidade.

Tristeza e alegria, de momento e comedidas, revelam maturidade e , isso foi o que não se viu, ou se viu somente em algumas pessoas.

Nos jornais de hoje ,a infantilidade e a imaturidade comandam o espetáculo. No jornal O Globo, de ontem, Merval disse que a derrota do governo dará início a um ciclo que deveria ter se iniciado em 2014. A declaração diz muito. As lágrimas de Merval após a derrota em 2014, abriram profundas feridas no imortal, que se revelam ainda abertas no dia de hoje com tal declaração. 

Nelson Mota, o almofadinha dos Marinhos, disse hoje, que não é para se ter pena dos derrotados. A raiva acumulada transbordou e deixou vazar um entendimento de falta de inconsistência no processo de impeachment em curso, já que pena e solidariedade são disponibilizadas aos injustiçados e perseguidos.

Imaturidade, infantilidade, velhacaria e profundo desprezo pela Democracia, revelaram os congressistas e mesmo a maioria da grande imprensa.

É uma tentativa de golpe contra a Democracia, sim, já que 17 governadores, em exercício, usaram o mesmo artifício de Dilma, as pedaladas fiscais - argumento para o pedido de impeachment - e não consta que existam movimentos para que passem pelo mesmo processo de impedimento em seus estados, isso considerando que as tais pedaladas configuram-se como crime de responsabilidade, algo polêmico, e de pouca relevância para se afastar um presidente do cargo.

O que aconteceu foi péssimo para a imagem do Brasil no mundo. Diria mais, foi deplorável e nos enche de vergonha.

Nem tanto pelas bizarrices proferidas pelos parlamentares, já que a sociedade é plural, mas pelo ataque as liberdades Democráticas ancoradas em um processo conservador e retrógrado, onde Deus e a Família foram citados como referências, trincheiras, em defesa de um voto pelo impedimento da presidenta.

Pelo que se tem conhecimento da realidade, pelo menos na cidade onde vivo, nem Deus nem a Família estão ameaçados, e, até o momento, é bom que se diga, não se tem informação fidedigna de que Ele esteja insatisfeito com a situação política no Brasil.

Dito isto, o que não é pouco, o day after amanheceu confuso, nebuloso, sem que se possa traçar um cenário confiável e seguro para o futuro próximo, o que é perturbador, angustiante, imprevisível.

De certo, como sempre acontece em situações de grande mobilização popular, após o evento tão aguardado e o resultado conhecido, uma reorganização com tomada de consciência começa a se formar. E, nesse caso, se formará na maioria da população, sem que saiba, ainda, como, o quê , quando e em que direção.

Um cão, logo depois que ataca e morde se acalma e se reorganiza, e o mesmo acontece com o animal atacado, incluindo o primitivo bicho homem.

Os olhos agora se voltam para o Senado, um pouco melhor do que a Câmara dos Deputados, a bem da verdade, não apenas pelo menor número de congressistas mas por conduzir as questões de interesse nacional com mais profundidade. No entanto, nada disso nos garante que bizarrices voltem a se repetir na Grande Casa durante o processo de julgamento do pedido de impedimento da presidenta Dilma. Porém, pelo editorial de hoje do Jornal O Globo, podemos esperar muitas coisas estranhas, já que os Marinho pedem para que Temer comece a agir rápido no Senado para garantir o impeachment.

Não é um editorial raivoso, alegre, triste, porém, está longe de ser algo em defesa da liberdade e da Democracia, o que não poderia ser diferente tratando-se de um grupo empresarial midiático reacionário e anti- democrático, como é conhecidamente o Grupo Globo.

Nesse cenário opaco, nebuloso e estranho em que o pais está mergulhado, o day after amanheceu na cidade do Rio de Janeiro com um dia típico de outono, limpo, claro, de céu azul intenso e luz, muita luminosidade. Luz que me dá a certeza que aquilo que vimos ontem na Câmara dos Deputados não pode ser um micro cosmo da sociedade brasileira. Com certeza foram poucos os brasileiros que se enxergaram naquelas pessoas.


365 são os dias do ano.
De quatro em quatro anos o ano tem 366 dias.
Ontem , o mundo conheceu 367 bizarrices.