sexta-feira, 11 de março de 2016

Judiciário Nonsense

Bresser-Pereira: 'Brasil vive uma crise judicial, mundo do nonsense'


'Se Lula fosse corrupto, teria aproveitado as muitas oportunidades para obter propinas'

Economista e ex-ministro nos governos de Fernando Henrique Cardoso e José Sarney, Luiz Carlos Bresser-Pereira afirmou, nesta quinta-feira (10), que o Brasil está não apenas em crise política e econômica, mas também envolto em uma crise judicial, diante dos desdobramentos das investigações do ex-presidente Lula.

"(O Brasil) Enfrenta agora também uma crise judicial, na medida em que setores do Estado usam de forma abusiva seu poder. O último capítulo desta crise judicial foi, hoje (ontem), o pedido de prisão preventiva do ex-presidente, Lula, pelo caso do triplex do Guarujá. Estamos em pleno mundo do nonsense”, escreveu o ex-ministro.

Bresser-Pereira: "Os procuradores não têm provas; têm desconfianças"

Bresser-Pereira disse que os procuradores do Ministério Público de São Paulo que apresentaram denúncia à Justiça e pediram a prisão de Lula não tem provas, mas apenas desconfianças. Ainda segundo o economista, que é também cientista político, “se Lula fosse corrupto, teria aproveitado as muitas oportunidades para obter propinas elevadíssimas.
“Os procuradores não têm provas; têm desconfianças. Estão persuadidos, que Lula pretendia comprar o apartamento por preço abaixo do valor, porque não pagaria pela reforma realizada pela OAS, que, isto é verdade, queria dar um presente ao ex-presidente. Mas, para os procuradores, não se trata de um presente, mas de uma propina. Que, diferentemente de um presente, supõe o pagamento de vantagens. Mas até agora não houve qualquer informação dos procuradores as respeitos destas supostas vantagens. Sejamos razoáveis. Essas acusações a Lula (o apartamento, o sítio) são uma prova de idoneidade. Se ele fosse corrupto, como se sugere, teria aproveitado as muitas oportunidades para obter propinas elevadíssimas”, argumentou Bresser-Pereira.

Fonte: JORNAL DO BRASIL

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quinta-feira, 10 de março de 2016

Parati na fita

O jornalismo, a ética, os Marinho e a casa de Parati


Por Fernando Brito · 10/03/2016

Leio, no Diário do Centro do Mundo, a hipótese levantada por Paulo Nogueira – que com ele conviveu – de que João Roberto Marinho poderia ter liberado a Globo para uma ofensiva sem limites contra Lula e o governo pelo fato de ter surgido o noticiário constrangedor sobre as ligações entre a família Marinho e a mansão irregular construída na Praia de Santa Rita, em Parati.

Não creio – aliás, como o próprio Paulo também não – que seja esta uma hipótese provável, até pela inteligência que todos reconhecem em João Roberto.

De qualquer forma, a menção presta-se a uma reflexão sobre a prática da ética no jornalismo, tão escassa em nossas plagas. E, sejamos justos, também em outras terras, como são emblema vergonhoso os tablóides ingleses.

E obriga a este post, de natureza editorial.

Em momento algum invadiu-se a intimidade de sua família, ao contrário aliás, do que fizeram colunas sociais que registraram divórcios, casamentos e até mesmo o fez o Judiciário, publicando estupidamente no Diário Oficial nomes numa ação que, por definição legal, é sigilosa.

Em momento algum este blog – e quase sempre todos os outros que participaram do deslinde da propriedade da casa – publicou algo que não estivesse contido em documentos públicos.

Aliás, não apenas públicos, mas publicados na internet.

Mais ainda: todos os documentos nasceram de iniciativa das empresas e pessoas interessadas, com os dados e circunstâncias que resolveram utilizar. Quem ligou a Agropecuária Veine Patrimonial, dona formal da propriedade de Parati e a empresa de João Roberto e sua filha foi o endereço de registro fornecido por ambas à Receita Federal, informado por eles mesmos ou à sua ordem.

Nenhum deles foi obtido por “vazamento” ou “ajuda” das autoridades públicas, nenhuma informação foi colhida com porteiros, vendedores, lojas e outros prestadores de serviço que tenham tido ou os donos da mansão, exceto as que estes, espontaneamente, colocaram na rede mundial de computadores para promover seu talento, capacidade e bom-gosto.

Foi assim, por exemplo, com as fotos do exterior e do interior da casa, os vídeos e as animações computadorizadas aqui reproduzidas. Nenhum expediente escuso foi usado para obtê-las.

O que público está, público é.

Como são públicas e publicadas as autuações, multas, requerimentos e até a sentença que versam sobre as irregularidades e violações legais da edificação.

Igualmente, as parcas resposta oferecidas foram publicadas na íntegra, sem edições, sem notas de rodapé que as contradissessem, sem senões que as replicassem, exceto os feitos em separado, em novas matérias, como é dever jornalístico.

Também não foi ninguém pressionado a informar. Duas pessoas documentalmente ligadas às empresas que partilham o apartamento 601 da Rua Bulhões de Carvalho, 296 foram abordadas, gentilmente, por telefone – nada de cerco, embora dispusesse dos endereços – e responderam como quiseram: a primeira com ofensas e ameaças e a segunda com uma manifestação de que falaria pessoalmente, jamais efetivada. Não houve insistência, assédio, pressões.

Foi, ao contrário do que assistimos nos processos de investigação judiciais-policiais que a grande imprensa não questiona do ponto de vista moral e legal, uma apuração exclusivamente lógica e documental. Com a dedicação e a garra profissional que, certamente, quer João Roberto sejam praticadas por seus colegas e empregados jornalistas.

Se há irritação ou mal-estar pelo que se passou, que estes sejam dirigidos contra quem atropelou a legislação, camuflou propriedades e, ainda pior, o fez de forma pueril, que nem soube encobrir os rastros de ligação entre as empresas e a família a que pertencem ou pertenceram.

De minha parte, é isso o que tenho de registrar. Não contei, neste caso e em nenhum outro, com qualquer informação partida de órgãos públicos – exceto aquelas de acesso geral – ou informação privilegiada de governos, em qualquer esfera. Nem mesmo a ajuda indireta de patrocínio, porque não conto com ele – o pequeno anúncio da campanha contra o zika virus desta página é oferecido graciosamente, por dever de cidadania, como antes foi o da campanha contra o crack, aliás sobre o qual O Globo, de maneira dúbia, pretendeu insinuar tempos atrás, quando participei de uma entrevista com Lula, sem outro auxílio sequer senão o do café e das bolotas de pão de queijo servidas durante o encontro.

É por isso, e não por qualquer arroubo, que o tom de notificação adotado com este blog (e felizmente logo abandonado por uma postura gentil, que não foi recusada em um milímetro) não surtiu ou surtirá efeito e é, mais que uma violência, uma bobagem utilizá-lo.

Publicou-se e publicar-se-á aqui o que for documentado, aquilo que estiver amparado em fatos e provas, não em suposições ditadas por simpatias ou antipatias políticas.

Algo que, antigamente, correspondia à palavra jornalismo.

Fonte: TIJOLAÇO  

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O caso do tríplex de Parati, que seria de propriedade da família Marinho, proprietária do Grupo Globo, continua rendendo notícia na blogosfera.

Na velha mídia nenhuma nota sobre a  casa de praia, cheia de irregularidades, associações com empresas investigadas pela Lava jato, e muito mais.

Assim como Brito, do TIJOLAÇO, não creio que a família Marinho tenha desencadeado essa onda pra cima de Lula, Dilma e o PT por causa das notícias sobre o tríplex de Parati.

Acredito, sim, que a onda sobre Lula, Dilma e o PT já estava elaborada pelas oposições e pela velha mídia, e que, as notícias sobre a casa de Parati poderiam reduzir o foco total desejado pelas oposições sobre Lula, Dilma e o PT, daí as notificações feitas aos quatro sites independentes pelo Grupo Globo.

Algo mais ou menos assim; calem a boca porque vocês podem atrapalhar nossos planos.

Acontece que por aqui nas mídias independentes ninguém é de calar a boca quando se tem dados consistentes sobre crimes cometidos, principalmente, pelos arautos da moralidade, como Globo gosta de se apresentar.

O Gol do Jornalismo em Dia de Chuva

Documentário dos EUA mostra como a mídia de direita faz a lavagem cerebral nas pessoas

( Adaptado do Alternet )


Vocês já repararam como as pessoas tem se transformado em outras ultimamente, como o médico e monstro? Cidadãos antes cordatos, educados, gentis, de repente viraram cães raivosos, espumando pela boca, prontos a atacar o próximo. E o alvo de sua ira é sempre o mesmo, a esquerda, personificada no PT e em Lula, e as minorias: negro, gays, mulheres. Eu sempre fico com a impressão que o problema dessas pessoas não é política... Mas o que aconteceu para que elas ficassem assim? Será que a mídia tem alguma responsabilidade nisso?

Um documentário que estreia este mês nos EUA, The Brainwashing of My Dad ( A lavagem cerebral de meu pai, em tradução livre), explora um dos mais bizarros fenômenos de mídia norte-americanos: o perigoso poder que a mídia de direita pode exercer sobre os cidadãos comuns (lembrando que nos EUA há alternativas "liberais"; no Brasil só existe mídia de direita).

Quando a cineasta Jen Senko tentou entender a transformação do pai dela de um homem apolítico que votou a vida inteira no partido Democrata em um fanático de direita furioso, descobriu as forças por trás da mídia que o fizeram mudar completamente: um plano de Roger Ailes (CEO da FOX News)durante o governo de Richard Nixon para o controle da mídia pelos republicanos; o Powell Memo, conclamando líderes empresariais a influenciar as instituições de opinião pública, especialmente as universidades,a mídia e os tribunais; e, no governo Ronald Reagan, o desmantelamento da Fairness Doctrine (política governamental que garantia equilíbrio nas notícias de TV, com a obrigatória veiculação de visões opostas de determinado tema).

À medida que a busca de Senko avança, descobrimos que o pai dela é parte de um contingente muito maior, e que a história afeta a toda a sociedade norte-americana.

Utilizando entrevistas com personalidades da mídia, linguistas e ativistas de movimentos sociais, incluindo Noam Chomsky, Jeff Cohen, George Lakoff e outros, The Brainwashing of My Dad revela o plano de direcionar os EUA para a direita nos últimos 30 anos, principalmente através de manipulação midiática. O resultado disso é que hoje há menos vozes, menor diversidade de opinião, desinformação massiva intencional e uma enorme divisão do país. Alguém aí pensou no Brasil?

O documentário mostra como isso aconteceu (e ainda está acontecendo) e coloca questões como a quem pertencem as ondas de transmissão, que direitos nós temos como consumidores de mídia e qual a responsabilidade que o governo tem de fazer essas ondas serem realmente justas, acuradas e próximas à verdade.

Será que o filme vai ser exibido nos cinemas no Brasil? Tenho minhas dúvidas. Mas é sempre bom lembrar o já clássico Além do Cidadão Kane, do britânico Simon Hartog, sobre o poder de manipulação da TV Globo sobre os brasileiros.

Fonte : SOCIALISTA MORENA

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Quem é você ?  Você sabe ?

Uma quarta-feira, já por volta de nove horas da noite, resolvo ligar o rádio.

Quem sabe acontece um milagre, me pergunto, enquanto percorro todas as emissoras, AM e FM.

Nada de novo, inovador, e muito futebol.


Futebol que em uma emissora tem como atração um narrador que atende por Garotinho, enquanto que na emissora vizinha, o narrador atende por Garotão da Galera. Ambos na faixa dos setenta anos.


A narrativa da partida de futebol, pelo rádio, tem que, e se tem que então deve, passar emoção ao ouvinte, mesmo que a partida esteja sendo marrada não desperte nenhuma emoção, como tem sido o futebol brasileiro da atualidade.


Durante a narração vendem-se, plano de saúde, seguro de vida, medicamentos, combustíveis, mobiliário popular, noite em motel, almoço em churrascaria e muito mais.


Os narradores, comentaristas e repórteres fazem agradecimentos a parentes, amigos, conhecidos, autoridades, celebridades, políticos e o pessoal da polícia. Tudo isso, que não é pouca coisa, acontece com a bola rolando, durante o jogo.


Quando resolvem narrar o jogo passam, para o ouvinte, uma emoção com possibilidades de desfechos e perigos que não são condizentes com o que de fato acontece no campo de jogo.


O tom de voz dos narradores seduz e produz uma âncora no ouvinte pelo lado adolescente da audiência, falando para adolescentes ou transformando adultos em adolescentes.


De alguma forma, o esporte nos remete a emoções e sentimentos adolescentes, já que para muitas pessoas a prática esportiva é um significante que vem desde a primeira infância.


Olhando por esse lado, Garotinho e Garotão, são nomes, apelidos, marcas, bem apropriadas.


Se o caro leitor nem de vez em quando ouve rádio, mas assiste televisão, e assiste a programação da parte da tarde, por exemplo, vai assistir as mesmas notícias sobre crimes, acidentes e transtornos causados por chuvas todos os dias.


O leitor sabe que no verão chove muito, quase todos os dias, em muitas regiões e cidades do país, como a cidade de São Paulo, por exemplo, que chove todos os dias.


Chove todos os dias, todos os dias ruas ficam alagadas e todos os dias os apresentadores dos programas, em tom de sensacionalismo explícito, tentam ancorar a audiência com algo que se repete, que não é novo, não é extraordinário, e mais, é de conhecimento da população.


Assim como os narradores de futebol pelo rádio, os apresentadores dos programas de televisão usam o tom de voz, a emoção, um suposto e original perigo que não existe, e se existe é de conhecimento de todos.


Do futebol pelo rádio e passando pelos programas de televisão nos fins de tarde, há algo em comum na comunicação com o público, algo que assemelha as técnicas de venda de abordagem direta, formas e meios de sedução e convencimento, importâncias fabricadas, emoções artificiais, necessidades induzidas, spams cênicos.


Esse universo cênico e de propaganda também abrange o jornalismo nas emissoras de televisão.


Nos telejornais, os apresentadores passam ao público, ou tentam passar, uma imagem de seriedade, austeridade e credibilidade. O sensacionalismo também existe, assim como o tom de voz e as expressões faciais que sugerem, dependendo da situação, que a notícia apresentada é grave e de suma importância, diferentemente dos programas de final de tarde e das transmissões de futebol no rádio, onde o sensacionalismo é uma constante e a emoção está sempre a flor da pele, respectivamente.


Assim sendo, os telejornais se utilizam de uma gama maior de elementos de linguagem, tanto a linguagem verbal quanto a linguagem gestual, que combinados com as notícias apresentadas e as importâncias atribuídas ao que deve ser noticiado, produzem realidades específicas, e, de alguma forma, atuam na opinião pública criando conceitos, fabricando necessidades e estimulando emoções, assim como Garotinho, Garotão e apresentadores de final de tarde na TV.


Pode-se assim entender que a comunicação conduzida pela mídia ( emissoras de rádio, TV, jornais, revistas ) atinge o público produzindo emoções, criando necessidades e fixando conceitos ideológicos.


Com o surgimento da internete, com suas redes sociais, blogues e sites de informação e opinião , o padrão de comunicação da velha mídia pode ser melhor observado e avaliado, já que a comunicação digital é, em essência, anárquica, direta, de múltiplas formas, plural e abrangente, o que se apresentou como um contraponto a um padrão que por décadas exerceu um pleno domínio da comunicação e da informação.


Tudo isso gerou uma quantidade imensa de informação, confiável ou não, que tem colocado a velha mídia tradicional por vezes em exposição desconfortável e, ao mesmo tempo, de forma parodoxal, gerando nas pessoas uma busca por informação confiável.


Recentemente, e a título de exemplo ao até aqui exposto, em um programa de jornalismo da TV Brasil na última segunda-feira, 07.03.2016, a jornalista entrevistava um médico virologista que prestava esclarecimentos, precisos profundos, sobre o vírus Zika, suas formas de contágios conhecidas, doenças correlatas e o estágio atual da produção de vacinas contra o vírus. As explicações, apesar da linguagem por vezes muito técnica do médico, foram de suma importância pelos esclarecimentos prestados, a ponto de uma outra pessoa que fazia parte da mesa e que seria entrevistada sobre outro assunto fazer uma pergunta , que revela bem o estágio atual da informação.


Assim perguntou:


“ suas informações foram excelentes, esclarecedoras, mas onde podemos obter informações precisas”, já que as informações que circulam são contaminadas com mitos, interesses de mercado e políticos ?


O médico pensou por alguns segundos, calado , e em seguida disse que a pergunta era excelente, e , antes de iniciar a resposta repetiu que tratava-se de uma excelente e profunda pergunta.


Cabe lembrar que tudo isso acontecia em um programa de televisão, de jornalismo, que produz informação e com entrevistas sobre diferentes assuntos, e que, de alguma forma, revela o estágio atual da comunicação informativa do país.


Quanto a resposta o médico indicou um site que contêm opiniões de especialistas sobre o assunto e artigos científicos.


A pergunta revela a preocupação das pessoas por fontes fidedignas de informação, revelando que a velha mídia não mais desfruta da hegemonia no setor e que as mídias digitais ainda produzem muita entropia.


E assim os fabricantes de emoções, os sensacionalistas das tardes, o jornalismo ideológico e violento, criam e fazem na vida das pessoas necessidades, emoções, conceitos, ódios, amores, ao bel prazer de seus interesses políticos, comerciais, ideológicos, doutrinários e outros.


As pessoas , assim sendo, agem e são aquilo que talvez, se soubessem, não gostariam de ser ou fazer, e, estão, talvez, em lugares ou locais , que se soubessem porque de fato ali estão, talvez não gostassem de estar.




quarta-feira, 9 de março de 2016

Globo no comando do golpe

Globo incita a entrada em cena dos militares


Afirmo sem medo: o principal agente desestabilizador na crise política é a Rede Globo, que mente e distorce sistematicamente a realidade.


Lindbergh Farias

A Rede Globo tem um projeto para o Brasil: repetir a história do golpe militar de 1964 como farsa. Através das colunas de Merval Pereira e Ricardo Noblat, publicadas na edição de O Globo de hoje e na internet, de maneira artificial e imaginosa, instigam pela entrada em cena dos militares na crise política, reeditando a tradição autoritária do bonapartismo brasileiro.

O grande consórcio, que permitiu a uma empresa familiar detentora da concessão de um jornal e uma estação de rádio, se transformar num império de comunicação, foi a sociedade com a ditadura militar e o capital externo, no pagamento régio da contrapartida de a Globo ajudar ativamente no cerceamento das liberdades democráticas, enquanto nos porões a tortura campeava.

Sem dúvida, se não tivesse havido uma ditadura militar de mais de vinte anos no Brasil, não existira o monopólio da Rede Globo. Mas houve também o consórcio externo. O conglomerado de comunicação já nasceu sujo: os anais da história registram, nos anos de 1965 e 1966, a CPI Globo-Time Life, ocasião na qual o dirigente dos Diários Associados e também deputado, João Calmon, denunciou, ao arrepio da lei do nosso país, o consórcio dos dólares americanos no financiamento daquele grupo de comunicação. Quem quiser se aprofundar no tema, sugiro a leitura da bibliografia de Assis Chateaubriand, escrita por Fernando Morais.

Enquanto o artigo de Noblat é mais panfletário, o de Merval, metido a analítico, esboça alternativas de “saída” para a crise política que passam pela interrupção do mandato de Dilma, ou seja, que passam pelo desrespeito da vontade popular e dos mandamentos constitucionais. A esse respeito, continuo afirmando que a saída da crise só é possível de acontecer pela via do respeito à democracia brasileira. Os atalhos golpistas, as soluções ad hoc das elites como semipresidencialismo e governo de coalizão sem o PT, apenas aprofundarão ainda mais a crise.

No artigo de Merval, ele invoca o artigo 142 da Constituição Federal, lembrando que as forças armadas possuem o mandando da Constituição Federal na “missão de garantir da ordem pública”. Esquece o jornalista, porém que, também de acordo com a constituição, a presidenta é a comandante suprema das forças armadas, como deve ser numa democracia regida pelo Estado Democrático de Direito. Parece que o jornalista, embora de maneira alusiva, sugere a ultrapassagem de uma espécie de perigoso Rubicão, avocando às forças armadas, como no passado republicano do século XX, o papel de uma arbitragem superior ao próprio poder executivo. Até parece uma adesão às propostas de Jair Bolsonaro e dos grupos que nas manifestações de direita pregar uma intervenção militar no Brasil. No passado, se chamava os que usavam e abusavam dessa prática nefasta de “vivandeiras de quartéis”.

Merval entrevê a possibilidade de “venezualização” do país. Pergunto: de onde parte a radicalização? Afirmo sem medo, o principal agente desestabilizador na crise política é a Rede Globo, que mente e distorce sistematicamente a realidade. Para confirmar o que digo, basta relembrar a edição do Jornal Nacional de ontem (05/030), toda montada no sentido de justificar, sem conseguir, o arbítrio, que todo Brasil acompanhou, da injusta condução coercitiva do presidente Lula.
A semana que começa amanhã será dura e faço um apelo a que estejamos atentos. Não é hora de sossegar. Nesta semana, mais que nunca, é hora de persistir e resistir na estratégia de defesa do mandato de Dilma, ou seja, da vontade popular e da democracia. Como em dezembro do ano passado, armam-se novamente mais um ataque especulativo do mandato da presidenta. Não passarão!

Fonte: CARTA MAIOR



E os outros ?



A LAVA JATO E O JATO DE LAMA EM MARIANA


O presidente da Construtora Norberto Odebretch foi preso, julgado e condenado a 19 anos de prisão.

A construtora, maior da América Latina, emprega 165 mil pessoas.

O presidente foi julgado por crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, envolvendo contratos com a Petrobras,

Petrobras, empresa estatal, dinheiro público, meu, seu, caro leitor, dinheiro do povo brasileiro.

A empresa Samarco, responsável pela barragem de rejeitos de mineração que se rompeu em novembro de 2015 nas Minas Gerais sumiu do noticiário.

O rompimento da barragem destruiu um distrito do município de Mariana matando pessoas, destruindo histórias de vida, deixando desabrigados dezenas ou centenas de pessoas, contaminando o meio ambiente e matando o Rio Doce.

A morte do rio Doce afetou a vida de milhares de pessoas que viviam da pesca.

Até o momento ninguém foi detido, encarcerado e a maioria da população brasileira não conhece os nomes e imagens dos principais executivos da Samarco.

A Samarco, além de destruir vidas, destruiu o capital natural, que é meu, seu, Caro leitor, capital do povo brasileiro.

A mineradora que sujou e matou a jato pessoas e ecossistemas é aliada ideológica do jato jurídico-midiático que por meses vem fazendo uma lavagem na consciência do povo brasileiro. Tanto é aliada, que tão logo a velha mídia tomou conhecimento do acidente, o rompimento da barragem, informou que o acidente teria sido motivado por um terremoto.

O presidente e principais executivos da Samarco serão detidos, expostos na mídia, julgados e condenados a penas de 19 anos de detenção ?





Jato de Lama

Em jornada de lutas, mulheres escracham Vale S.A. no Rio de Janeiro


8 March, 2016 - 17:47 — Simone

Atividade foi organizada pelo MAB; Na ação, um grupo do Levante Popular da Juventude também jogou em frente à sede da mineradora a lama trazida da destruição provocada no rio Doce e lembrou o nome dos 19 mortos na tragédia em Mariana.

Por André Vieira
Do Rio de Janeiro (RJ)

No dia que marca o Dia Internacional da Mulher, nesta terça-feira (8), camponesas de diferentes estados brasileiros foram até a entrada da Vale S.A. denunciar a ação da empresa na Bacia do Rio Doce.
A mineradora é uma das donas da Samarco, empresa responsável pelo que ficou conhecido como maior crime ambiental brasileiro, ocorrido em novembro de 2015 com o rompimento de duas barragens em Mariana, em Minas Gerais. Na ação desta terça-feira, um grupo do Levante Popular da Juventude jogou em frente à sede da empresa, no Rio de Janeiro, a lama trazida da destruição provocada no rio e lembrou o nome dos 19 mortos na tragédia.
Organizada pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), a atividade no Rio de Janeiro é parte de uma ação nacional para denunciar a Vale, com manifestações por todo o país. “Estamos mobilizadas no país inteiro para fazer marchas, ações, vigílias e escrachos para denunciar a Vale que é responsável e culpada pelo desastre social e ambiental que aconteceu em Mariana com o estouro da barragem", destaca Alexania Rossato, integrante do MAB.
Mulheres de diferentes idades, de diferentes raças, mas com um desejo em comum: cobrar justiça pelo dano causado ao povo do Rio Doce. “É muito importante apoiar as companheiras atingidas por barragens e ser contra a Vale, que assassinou 19 companheiros em Mariana. Não foi um acidente”, denuncia Luma Vitório, do Levante Popular da Juventude.
Ao chegar na sede da Vale, no bairro do Leblon, zona sul do Rio, os manifestantes encontraram a Polícia Militar do Rio de Janeiro cercando a entrada do prédio. “É muito estranho ver a polícia protegendo uma empresa criminosa”, adverte Alexania.

Alexania Rossato, do MAB, comenta o ato no Rio

Outros crimes

Além do crime ambiental ocorrido em Mariana, a Vale é também denunciada por financiar o massacre de Eldorado dos Carajás, no Pará, onde 21 trabalhadores rurais foram assassinados pela Polícia Militar.
“Esse ano essa empresa completa outro aniversário, 20 anos do massacre de Eldorado dos Carajás. Há 20 anos essa empresa financiava a Polícia Militar para assassinar os companheiros na 'Curva do S'. Não esquecemos, Vale! Não adianta se esconder no Leblon, que nós te achamos”, frisa Sandra Quintela, da Articulação dos Atingidos pela Vale.

Berta Cáceres

O ato serviu ainda para homenagear Berta Cáceres, importante liderança dos atingidos por barragens de Honduras, país da América Central. Ela foi assassinada no dia três de março deste ano em sua casa. “A luta aqui no Brasil [dos atingidos por barragem] é a mesma luta de Berta Cáceres. Por isso estamos hoje também lembrando porque ela é uma grande inspiração e esse crime não passará em branco. Exigimos justiça!”, finaliza Sandra Quintela.

Novas atividades

A mobilização seguirá na manhã desta quarta-feira (9), quando o Movimento de Atingidos por Barragens fará um novo ato na porta da Eletrobrás, no centro do Rio, para exigir o fim da privatização do setor elétrico.

Fonte: BRASIL DE FATO

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A LAVA JATO E O JATO DE LAMA EM MARIANA

O presidente da Construtora Norberto Odebretch foi preso, julgado e condenado a 19 anos de prisão.

A construtora, maior da América Latina, emprega 165 mil pessoas.

O presidente foi julgado por crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, envolvendo contratos com a Petrobras,

Petrobras, empresa estatal, dinheiro público, meu, seu, caro leitor, dinheiro do povo brasileiro.

A empresa Samarco, responsável pela barragem de rejeitos de mineração que se rompeu em novembro de 2015 nas Minas Gerais sumiu do noticiário.

O rompimento da barragem destruiu um distrito do município de Mariana matando pessoas, destruindo histórias de vida, deixando desabrigados dezenas ou centenas de pessoas, contaminando o meio ambiente e matando o Rio Doce.

A morte do rio Doce afetou a vida de milhares de pessoas que viviam da pesca.

Até o momento ninguém foi detido, encarcerado e a maioria da população brasileira não conhece os nomes e imagens dos principais executivos da Samarco.

A Samarco, além de destruir vidas, destruiu o capital natural, que é meu, seu, Caro leitor, capital do povo brasileiro.

A mineradora que sujou e matou a jato pessoas e ecossistemas é aliada ideológica do jato jurídico-midiático que por meses vem fazendo uma lavagem na consciência do povo brasileiro. Tanto é aliada, que tão logo a velha mídia tomou conhecimento do acidente, o rompimento da barragem, informou que o acidente teria sido motivado por um terremoto.

O presidente e principais executivos da Samarco serão detidos, expostos na mídia, julgados e condenados a penas de 19 anos de detenção ?








 




terça-feira, 8 de março de 2016

As formas togadas e midiáticas da violência política



AS FORMAS TOGADAS E MIDIÁTICAS DA VIOLÊNCIA POLÍTICA

A semana que se inicia será decisiva para os destinos da disputa política.

Os discursos de Lula logo após o depoimento na Polícia Federal abriram novos caminhos para a disputa.

Lula voltou aos velhos tempos de líder sindical dos anos de 1970. Falou duro, falou para o povo, e colocou combustível na militância do PT que andava com o tanque na reserva.

Os efeitos foram imediatos e em algumas cidades ruas foram ocupadas por manifestantes.

Imediatamente o lado da oposição reagiu talvez apreensivo, e o juiz Sergio Moro teve que emitir uma nota justificando sua decisão pela condução coercitiva. Passou recibo.

Indícios de preocupação nas oposições com os desdobramentos da ação violenta, desproporcional e desnecessária autorizada pelo Juiz Moro podem ser percebidas pela população.

No debate que se sucedeu sobre a ação, no final de semana, foi possível perceber que a decisão do magistrado ficou muito longe da aprovação pelo povo, deixando no ar um entendimento de que teria sido algo equivocado.

Esse entendimento, essa percepção de que teria sido um equívoco, pode ser percebida pela reação dos grupos que apóiam Moro, como a velha mídia, por exemplo.

Jornalistas e colunistas da velha mídia imediatamente passaram a acusar Lula e o PT de incentivar a violência, quando na realidade, e de fato, Lula chamou o povo para defender o país da violência da oposição que começa a definir contornos bem nítidos para a implantação de um Estado Policial.

Ainda hoje, segunda-feira, o jornal O Globo apresenta como manchete declaração de Marina Silva que acusa Lula e o PT de incentivar a violência. É algo mais ou menos assim, caro leitor:

“ o leitor caminha tranqüilo e é abordado por um sujeito que resolve aplicar uma rasteira. O leitor levanta-se, assustado, e leva outra rasteira. Levanta-se novamente e quando o sujeito tenta aplicar a terceira rasteira, o leitor aplica um golpe no sujeito que fica estirado no chão sem som e sem imagem. Depois que volta ao ar, o sujeito passa a acusar o leitor de violento”.

Essa é a tática de início de semana que as oposições colocam no ar, em prática, através da sempre generosa velha mídia.

Lula acertou.

Para defender a Democracia e o Estado de Direito, a luta que se desenha deve acontecer nas ruas de cidades pelo país, e isso a militância do PT e setores da esquerda sabem fazer muito bem.

A Democracia, ainda que incompleta, que o caro leitor hoje desfruta, é fruto de muita luta que setores progressistas e de esquerda empreenderam pelo país nas décadas de 1960, 1970 e 1980. Os setores políticos de direita ,influentes setores do empresariado, a velha mídia e muitos que hoje são oposição aos governos do PT, não foram às ruas lutar pelo restabelecimento da Democracia, ao contrário, de tudo fizeram para manter o Estado de Exceção, o mesmo Estado que querem , agora, de volta para o país.

Lula acertou no tom. A luta deve acontecer nas ruas.