sábado, 21 de março de 2015

O Bebê de FHC

FHC diz que corrupção é “quase um bebê”

Não “é uma senhora idosa”, disse o ex-presidente



No Globo:


CORRUPÇÃO NA PETROBRAS É ‘UMA MOCINHA DE MUITO POUCOS ANOS, QUASE UM BEBÊ’, DIZ FH



Ex-presidente ressaltou que o escândalo que acontece na estatal não ‘é uma senhora idosa’, como disse a presidente Dilma

SÃO PAULO – O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse na noite desta quinta-feira, em entrevista ao programa “Diálogos”, da Globonews, que o atual escândalo de corrupção na Petrobras ‘é uma mocinha de muito poucos anos, quase um bebê’. Na segunda-feira, em entrevista coletiva, a presidente Dilma Rousseff (PT) afirmou que a corrupção no Brasil ‘é uma senhora bastante idosa’, ao rebater as acusações do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de que o mal está no Executivo, e não no Legislativo.




(…)


Fonte: CONVERSA AFIADA
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Cadê as manchetes? 
Empreiteira Setal denuncia cartel que já atuava na Petrobras desde os anos 90, era o´´clube dos nove´´, o cartel da era tucana;  a notícia se soma a gravações de Yousseff e Costa que comprometem explicitamente o PSDB; em SP, justiça acata denuncia contra lambança no tucano

Fonte: CARTA MAIOR
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Ao que parece a direita sentiu o golpe.

Nos dois últimos dias surgiram denúncias, fortes, sobre o envolvimento do PSDB em esquemas de corrupção na Petrobras, de acordo com as denúncias obtidas em depoimentos na operação lava jato.

Primeiro foram os 10 milhões de reais pagos ao presidente do PSDB, em seguida a denúncia de mesada de 100 mil dólares recebida por Aécio Neves,e por fim, mas ao que parece sem esgotar a sujeira e o odor fétido de tucanos sem banho, a denúncia de que o esquema de corrupção foi montado no início do governo de FHC.

A velha mídia, imediatamente , tentou relativar as denúncias e os jornais folha de SP e o globo, ao confirmarem a denúncia de que o esquema teria começado no governo de FHC, publicaram que de fato teria começado com os tucanos, porém, se fortaleceu nos governos Lula.

Esse "fortalecimento", para a velha mídia, ganhou uma conotação , em importância, do mesmo nível que o início do esquema, no entanto o peso e as evidências das denúncias, não autorizam tal comparação.

Se isso não bastasse para evidenciar o noticiário tendencioso e protetor dos tucanos, a imprensa deu amplo destaque a declaração de FHC - em resposta a declaração de Dilma de que a corrupção é uma velha senhora - de que a corrupção é um bebê, ou seja, teria começado no governo Lula.

Outro fato, de extrema relevância, importância e peso, é de que a corrupção em órgãos do governo começou ser combatida com eficácia a partir de 2003, com os governos do PT.

Durante os governos do PSDB não se combateu a corrupção e, ainda, segundo as evidências que brotam de denúncias nos depoimentos da operação lava jato, os anos da década de 1990 - governos do PSDB - favoreceram a criação dos esquemas de corrupção.

Diante das denúncias que emergem, as relativizações ganham espaço no noticiário da velha mídia com o intuito de proteger os "arautos da ética" e consequentemente não desmobilizar sua legião de seguidores indignados, raivosos e , principalmente, acéfalos.


Tanto é assim , que hoje, sábado, primeiro dia após equinócio de outono, o jornal o globo apresenta como manchete notícia de que as medidas apresentadas pelo governo para combater a corrupção, incluem , até mesmo, a extinção de partidos políticos.

O leitor que acompanha diariamente o noticiário da velha mídia , verá que as denúncias contra o PT deram lugar as medidas anunciadas pelo governo do PT ao combate a corrupção.

Justamente no momento em que as denúncias contra políticos do PSDB afloram em quantidade e relevância, o noticiário da velha mídia troca o foco nas denúncias para o foco nas medidas.

E assim a manipulação continua.

Em alguns casos, comentaristas, analistas e blogueiros políticos da velha mídia , nem mesmo se referem hoje aos assuntos da operação lava jato - como tem feito todos os dias ao longo das últimas semanas - preferindo tratar de outros assuntos, até mesmo assuntos culturais como é o caso do blogueiro do IG , Kennedy Alencar, sabidamente de DNA tucano.

O portal IG, disponibilizou um artigo de Kennedy, hoje, em que o comentarista e blogueiro apresenta, como notícia de destaque ,a possibilidade do complexo da Pampulha, em Belo Horizonte, se transformar em patrimônio da humanidade.

Poupou o mineiro Aécio Neves das denúncias da lava jato, porém apresentou notícia cultural sobre monumento de Belo Horizonte.

Teria sido um ato falho ?

Isso não se pode afirmar, no entanto, o portal IG que disponibilizou o texto de Kennedy sobre a Pampulha, tão logo percebeu a repercussão deste artigo do PAPIRO, retirou o texto do portal, dando espaço a outro colunista de assuntos políticos, apresentando um texto sobre política.

Isso não foi ato falho, foi bandeira.

Em 2002, por ocasião da tentativa de golpe midiático para derrubar o então presidente da Venezuela, Hugo Chávez, a mídia golpista venezuelana participou da elaboração de tentativa do golpe e por semanas priorizou apenas os assuntos relativos ao golpe que estaria por chegar.

Tão logo constatou-se que o golpe teria fracassado, e que Chávez reassumia o Poder no país, a mídia venezuelana retirou as notícias sobre política, não fez cobertura da vitória de Chávez com o povo nas ruas, e limitou-se a ficar o dia inteiro da vitória contra o golpe, apresentando desenhos animados do Mickey .

Anos depois, Chávez reforçou as comunicações pública e estatal, criando emissoras de TV e jornais impressos para o povo, além de cassar a concessão da principal emissora de TV responsável pela organização e manipulação criminosa.

Ainda hoje, sobre esse assunto, leia o artigo abaixo publicado por CONVERSA AFIADA:


“A batata da Globo assa”

Movimentos convocam ato pelo fim da Globo 


A partir do M Portal:

MOVIMENTOS CONVOCAM ATO PELO FIM DA REDE GLOBO EM TODO BRASIL




Movimentos de esquerda, partidos e sindicatos convocam manifestação pelo fim da Rede Globo em todo Brasil

Por Bruno Barbosa

Movimentos pela rede estão convocando manifestações em todo o Brasil pelo fim da Rede Globo. O objetivo é pedir a cassação dos direitos de transmissão da Rede de Televisão dos Marinho.

A Rede Globo de Televisão foi fundada em 26 de abril de 1965 pelo empresário Roberto Marinho e está no ar faz 49 anos. É assistida por cerca de 150 milhões de pessoas diariamente, sejam elas no Brasil ou no exterior, por meio da TV Globo Internacional.

Movimentos de esquerda, páginas e partidos estão convocando uma manifestação através das Redes Sociais e sites para o dia 01/04 ás 17 horas nas sedes da Rede Globo e filiadas em todo o país.

O dia simbólico 01 de abril, dia que ocorrerá a manifestação, é conhecido pelo dia da mentira, por isso os organizadores dizem que não há dia melhor que represente a Rede Globo.

A  cassação da concessão de uma emissora é um processo simples, que pode ser feito por qualquer cidadão,instituição ou sindicato, perante a constituição

É feito e protocolado o pedido e enviado a presidente da República ou o ministério das comunicações e quem dá a palavra final é o ministro das comunicações. Os motivos devem ser descritos e claros, e a decisão não pode ser recorrida.

Por ser a maior rede de televisão do país e uma das maiores do mundo, a emissora possui uma capacidade sem paralelo de influenciar a cultura, a política e a opinião pública. Desde a sua fundação, a empresa possui um longo histórico de controvérsias em suas relações com a sociedade brasileira, que vão desde seu apoio ao regime militar até a influência em eleições presidenciais do período democrático, como em 1989.

A história nos mostra que a Rede Globo é uma inimiga da democracia, apoiando o golpe militar (cujo a mesma já admitiu essa informação), sabotou as eleições de 1989 elegendo Collor, sonegou impostos milionários em 2002 na Copa do Mundo e hoje conspira contra a democracia. 

A lei é clara e mostra que a cassação já deveria ter ocorrido:




Para confirmar presença no ato, clique aqui.

Leia aqui e assine o abaixo assinado pela cassação da concessão da emissora. 







sexta-feira, 20 de março de 2015

Socialismo na América Latina do século XXI x Golpes de estado do século XXI

sexta-feira, 20 de março de 2015


Os golpes de Estado do Século XXI

Por Victor Farinelli, no site da Fundação Mauricio Grabois:

Houve um tempo em que se defendia no Brasil a ideia de que já não havia espaço para golpes de Estado na América Latina. Supostamente, as ditaduras nos haviam ensinado o que não queríamos, e nos Anos 90, alguns comentaristas políticos diziam isso, com uma segurança contagiante, tanto que me contagiaram na época.

Lembrei desses comentaristas – mas não vou citar nomes, até porque acho que realmente acreditavam nisso – quando, já trabalhando como jornalista, vivi na Argentina e no Chile, e pude constatar que a punição aos crimes dessas ditaduras deixou marcas na sociedade e nas instituições. Porém, no Brasil, onde pouquíssimo criminosos da ditadura foram julgados, e nenhum deles condenado, eu só me lembro deles quando vejo essa nova tendência brasileira de ir às ruas pedir intervenção militar.

Decidi então conferir se de fato ela tem fundamento. E não tem! Resumi a pesquisa somente ao jovem Século XXI que vivemos, e me deparei com os seis mais recentes golpes de Estado latinoamericanos – um a cada dois anos e meio. Antes de analisar algumas características deles, recordemos, por ordem cronológica, quais foram e como ocorreram:

Venezuela, 2002

O interessante do cenário que se viveu na Venezuela há treze anos atrás é que talvez ele não seja muito diferente do Brasil atual. A começar pelo fato da disputa política envolver a PDVSA (estatal petroleira venezuelana, a Petrobrás deles).

Durante os primeiros três meses daquele ano, a oposição, junto com os meios de comunicação hegemônicos, começaram uma campanha de desprestígio contra a empresa, questionando seus resultados e sua gestão. Alguns dos principais gerentes da PDVSA apoiavam as críticas e convocaram uma greve geral a partir do dia 9 de abril. A resposta do presidente Hugo Chávez foi a demissão dos gerentes que convocaram a greve, a nomeação de um novo diretor para a empresa e o anúncio de manifestações em defesa da soberania venezuelana sobre o petróleo, em locais diferentes dos protestos pela greve.

No terceiro dia da greve, os manifestantes opositores mudaram o trajeto da marcha, o que causou temor por um possível confronto. Antes que isso pudesse acontecer, foram percebidos disparos contra as duas manifestações, que produziram 19 mortes, a maioria com tiros na cabeça. A oposição acusou o presidente Chávez pelas mortes e o exército invadiu o Palácio Miraflores na noite de 11 de abril, saindo de lá com o presidente preso. Horas depois, Pedro Carmona Estanga, líder dos empresários, jurava como presidente imposto pelos grupos que apoiaram o golpe, e dissolvia o Parlamento, a Corte Suprema, o Ministério Público e o Conselho Nacional Eleitoral.

Porém, seu mandato durou algumas horas. Uma multidão de centenas de milhares de chavistas se reuniu nos bairros carentes de Caracas e foi até o palácio presidencial, exigir a restituição do presidente. O clamor popular levou alguns grupos militares a desobedecerem o alto mando, o que permitiu o regresso de Chávez ao poder.

Análises de criminalística e dos vídeos relacionados ao dia do confronto das marchas provaram que os disparos haviam partido de franco-atiradores da polícia localizados estrategicamente nos edifícios contíguos, e que faziam parte do golpe. Alguns chefes policiais foram condenados, mas anistiados, em 2007, por decreto do próprio Hugo Chávez.


O documentário Chávez; Inside the Coup (Chávez: Bastidores do Golpe), das cineastas irlandesas Kim Bartley e Donnacha O´Brian, que na América Latina foi chamado La Revolución no Será Transmitida (A Revolução Não Será Televisionada), é o melhor trabalho jornalístico, contendo riqueza de detalhes sobre o contexto do golpe de Estado na Venezuela, em 2002.

Haiti, 2004

Após a morte de um de seus líderes, em setembro de 2003, a guerrilha Frente para a Liberação e Reconstrução Nacional inicia uma série de ataques em regiões do interior do país.

No dia 5 de fevereiro de 2004, conseguiram tomar a cidade de Gonaïves, terceira cidade mais populosa do Haiti, no litoral norte do país, e duas semanas depois dominaram Cap-Haïtien, segunda cidade mais importante. No dia 29 de fevereiro, os rebeldes invadiram a capital Port-Au-Prince. Horas depois, o então presidente Jean-Bertrand Aristide era derrubado, mas não necessariamente pelas milícias. Uma vez no exílio, na África do Sul, Aristide assegurou que nunca havia renunciado, acusando os Estados Unidos de terem-no sequestrado e levado à força para fora do país. Os opositores ao presidente deposto contestaram a versão, e responsabilizaram Aristide pela crise econômica e a miséria que assolava o país, e o acusaram de não conter a corrupção nas instituições públicas.

Logo, o país sofreu intervenção de forças da ONU. cujo objetivo declarado era o restabelecimento da ordem democrática, em missão que contou com o apoio de diversos países latinoamericanos, incluindo o Brasil. Após a queda de Aristide, o presidente Boniface Alexandre governou o país interinamente, até 2006, quando foi eleito René Preval.

Bolívia, 2008

No segundo semestre daquele ano, uma série de confrontos entre grupos apoiadores e opositores ao presidente Evo Morales começam a acontecer em departamentos no leste do país, os que compõem a chamada Meia Lua, principalmente nos quatro (Pando, Beni, Santa Cruz e Tarija), onde a população indígena não é maioria – o que revelou o preconceito étnico como uma das origens do enfrentamento.

Durante cerca de vinte dias, os grupos opositores, liderados por prefeitos da região da Meia Lua, organizaram bloqueios de estradas, greves, ocupação de prédios estatais e até mesmo a sabotagem de um dos principais gasodutos do país. Alguns dirigentes opositores pediam a derrubada de Morales. Outros, principalmente os de Santa Cruz, tentaram organizar um referendo para independência do departamento ou de toda a região da Meia Lua.

No dia 11 de setembro, um grupo de dezesseis camponeses indígenas que apoiavam o presidente foram assassinados, no departamento de Pando, o que foi seguido por outros ataques racistas contra populações indígenas nas regiões insurgentes. A oposição afirmou que presidente perdia o controle do país, e tentou derrubá-lo.

Michelle Bachelet, então presidenta do Chile e presidenta pró-tempore da Unasul, convocou um encontro extraordinário dos presidentes. A entidade classificou os ataques como uma tentativa de desestabilização da democracia boliviana, e anunciou uma série de medidas em conjunto para apoiar o governo boliviano. Diante da total falta de apoio dos demais países do continente, a oposição boliviana decidiu baixar a guarda, desarmar os bloqueios, e até mesmo a ideia de referendo separatista foi abandonada.

Honduras, 2009

No dia 28 de junho, estava programado um referendo para decidir sobre a viabilidade ou não de uma assembleia legislativa para a reforma política do país. Durante a madrugada, um grupo de militares, comandado pelo general Ramón Vásquez Velásquez, invadiu a tiros a casa presidencial e sequestrou o presidente Manuel Zelaya, levando-o de pijamas a um aeroporto, onde foi despachado de avião até a Costa Rica.

Através de uma manobra legislativa, o presidente do Congresso, Roberto Micheletti, conseguiu colocar a si mesmo na presidência, e governou durante seis meses, até a realização de eleições, em novembro, onde foi eleito o opositor Porfirio Lobo.

Manuel Zelaya tentou regressar a Honduras em ao menos três ocasiões, e obteve sucesso na terceira vez, onde conseguiu asilo na Embaixada do Brasil durante cinco meses, até ser definitivamente condenado ao exílio.

Após o golpe, diferentes organizações denunciaram aos organismos internacionais uma escalada de atentados contra comunidades de bairros pobres, cidades da zona rura, movimentos sociais e pequenos meios de comunicação alternativos. Atualmente, o país é apontado pela ONU como o de maior índice de homicídios no mundo.

Equador, 2010

Setembro é mesmo um mês preferido para golpes de Estado, principalmente na América do Sul. Neste caso, o confronto aconteceu no dia 30, durante uma greve de policiais. O próprio presidente Rafael Correa foi até um quartel principal da polícia negociar com os grevistas, mas não obteve resultados.

Os líderes do movimento, insatisfeitos com a negativa presidencial, realizaram rapidamente um ataque a comitiva presidencial, com granadas de gás lacrimogênio. Membros da guarda presidencial conseguiram salvar Correa, resguardando-o no Hospital Militar, que ficava próximo ao quartel. O edifício foi cercado pelos policiais grevistas, que chegaram a abrir fogo.

Manifestantes em favor de Correa foram ao local do conflito, protestar contra os ataques, e também receberam disparos. Após a intervenção do Exército, a situação foi controlada, embora tenha terminado com as mortes de dois membros da Guarda Presidencial, dois policiais grevistas e um estudante que estava entre os manifestantes em favor do governo, além de 274 feridos.

Paraguai, 2012

Em maio, a desocupação de uma chácara, na localidade de Curuguaty, no sudeste do país, levou a um confronto entre policiais e camponeses sem-terra, que terminou com um saldo de dezessete mortes (onze camponeses e seis policiais). As críticas ao manejo da situação por parte do governo levou a um pedido de julgamento político do presidente Fernando Lugo, que finalmente aconteceu no dia 22 de junho, e terminou com 39 votos a favor (apenas 4 contra) de declará-lo culpado por uma suposta crise institucional, cuja pena era a sua destituição do cargo.

Lugo tentou se defender com o argumento de que não havia nenhum tipo de manifestação popular contra o governo pelas mortes em Curuguaty e que toda a pressão emanava dos partidos opositores e da imprensa paraguaia, que defendia os interesses dos latifundiários e do agronegócio, mas não conseguiu comover os legisladores. Foi substituído no poder pelo seu vice, Federico Franco, cujo partido PLRA (Partido Liberal Radical Autêntico) já sinalizava uma ruptura com o governo, desde a criação da esquerdista Frente Guasú, em 2010.

No ano seguinte, novas eleições presidenciais levariam ao poder o empresário Horacio Cartes, um dos articuladores da derrubada de Lugo – que foi eleito senador, no mesmo pleito.

Daqui por diante

Fazendo um balanço dos seis golpes que descrevemos acima, pode-se observar que quatro deles conseguiram a destituição do presidente, embora um deles tenha sido revertido no dia seguinte. Os outros obtiveram resultados políticos permanentes.

Outra característica importante dos quatro golpes concluídos, sobretudo em comparação com os do século anterior, é que geraram substitutos civis, ainda havendo evidente participação militar em pelo menos dois deles.

Cinco desses golpes ocorreram contra países da chamada Alba (Alternativa Bolivariana Para os Povos da América), embora a Venezuela tenha sofrido seu golpe antes da entidade existir – o Haiti, que é somente membro observador, também sofreu seu golpe antes, e Honduras deixou de ser membro depois da queda do seu presidente.

Durante os 13 anos de governos do PT, Lula e Dilma venceram o câncer e defenderam um projeto baseado na distribuição de renda. Agora, enfrentam uma oposição que já não titubeia ao falar em impeachment.

Além dos golpes de Estado, os presidentes latinoamericanos também estão tendo que enfrentar neste século uma macabra coincidência (ou talvez não seja mera coincidência, segundo algumas teorias) com respeito a sua saúde – e, outra coincidência, todos os casos envolvendo governantes de com alianças de esquerda ou centro-esquerda. Hugo Chávez terminou falecendo em 2013, vítima de um câncer, o mesmo mal que afetou Lula da Silva (2011), Dilma Rousseff (2009), Cristina Kirchner (2011) e Fernando Lugo (2010). A exceção dos brasileiros, os outros três enfrentaram a doença em pleno exercício de seus mandatos. Também houve a morte de Néstor Kirchner, em 2010, após um inesperado ataque cardiorrespiratório, quando o ex-presidente argentino exercia o cargo de secretário-geral da Unasul. Em 2013, Cristina Kirchner passaria por um novo susto, sendo levada a uma cirurgia de emergência, para retirada de um coágulo no cérebro.

Atualmente, três países vivem situações simultâneas de instabilidade institucional. Na Argentina, a oposição e o grupo de mídia Clarín tentam levar adiante a tese de que a presidenta Cristina Kirchner está envolvida no suposto assassinato do promotor Alberto Nisman, enquanto o país vive um ano eleitoral em que a mandatária não poderá concorrer à reeleição, e com um governismo que ainda não decidiu o candidato à sucessão. O venezuelano Nicolás Maduro, herdeiro político de Chávez, enfrenta uma forte crise, com intensa confrontação política nas ruas, desde janeiro de 2014, e no ano que vem poderia ter que enfrentar um referendo sobre a continuidade de seu mandato. Enquanto isso, Dilma Rousseff inicia o seu mandato com forte pressão da oposição nas ruas, e a oposição declarada até de líderes de partidos da base aliada, num cenário onde já não há cautela para o uso da palavra impeachment.

Mas reitero, este tópico foi para contestar a lembrança que tenho da ideia de que não há mais espaço para golpes de Estado na América Latina, que deve ter nascido e morrido naqueles Anos 90, em que se acreditava que a História havia acabado com a queda do Muro de Berlim. Contudo, não estou apostando em que pode acontecer um sétimo golpe, ou em quão breve isso poderia ocorrer, ainda que haja os que não acreditam em bruxas mas sabem que elas existem – e alguns ainda arriscam dizer de que país elas vêm.
Fonte: Blog do Miro 
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Doenças e mortes em vários presidentes de países com governos de esquerda na América Latina, além dos golpes e tentativas de golpes de estado com características semelhantes.

Dizer que tudo não passa de coincidências é um atentado a razão.

Entretanto, nem mesmo uma afirmação de que tudo seria apenas coincidência  o caro leitor verá na velha mídia.

Aliás, na velha mídia unida pelo golpe de estado no Brasil, nem mesmo um texto com a análise acima seria permitido.

Na velha mídia brasileira , o golpe é incentivado, talvez com orientações das bruxas  que existem por aí. 

Um acidente aeronáutico de grandes proporções

Só agora é divulgado vídeo de fevereiro em que o delator da Lava Jato, Paulo Roberto Costa, relata em detalhes como pagou R$ 10 milhões, pedidos pessoalmente pelo Presidente do PSDB, senador Sergio Guerra, para não ter a CPI da Petrobras em 2010. 'PSDB, doutor...' ,diz o delator com ironia, no vídeo.

Bomba: o depoimento do doleiro Yousseff sobre a propina recebida por Aécio Neves em Furnas, de 1996 a 2001. 
'Foi o próprio sr. José (José Janene, do PP) que me disse que dividia uma diretoria de Furnas com o então deputado Aécio Neves', diz o doleiro

Doleiro da Lava Jato afirma que Dilma Rousseff 'dividia' uma diretoria de Furnas com José Janene,do PP, drenando US$ 100 mil por mês para o seu bolso, durante cinco anos. 
Como seriam as investigações e manchetes da mídia isenta se isso tivesse ocorrido de fato? 
Pois ocorreu de fato em relação a Aécio. Ninguém investiga. 

Fonte: CARTA MAIOR
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Youssef e Aécio: o silêncio que grita da mídia brasileira
20 de março de 2015 | 10:48 Autor: Fernando Brito
youecio
A única ditadura que existe, mesmo, no Brasil, é a da mídia.

Estamos em tempo de ruas cheias, fervor cívico, indignação popular contra a corrupção, não é?

O que diz Alberto Youssef, o ladrão que virou oráculo da verdade é o bastante para demolir reputações, prender, quase para linchar alguns.

Alguns, mas não a outros.

Os grandes jornais fizeram silêncio quase absoluto diante do vídeo em que ele expõe a informação que Aécio dividia com o PP as “mesadas” de uma diretoria de Furnas.

Um ou outro, discretamente, fala num “ouviu dizer”, “suposto”, “alega” e outros melindres que jamais se fez em relação a qualquer outro.

Um vago “sabiam” em relação a Lula e Dilma deu capa da Veja na véspera das eleições.

O “Aécio levava US$ 100 mil por mês” dá notinhas evasivas.

E olhem que não é um “vazamento”, não é o trecho de um documento, mas um vídeo, com toda a sua carga chocante.

Mesmo interrogado por um promotor que, além de “trocar” diversas vezes no nome de José Janene por José Gen0íno – ah, o que vai na alma de nossos promotores! – não se preocupa em perguntar que diretoria, em que negócios, e outras informações objetivas, o vídeo é mais que notícia, seria manchete em qualquer país onde houvesse uma imprensa livre e independente.

Afinal, é um candidato presidencial, “dono” de 51 milhões de votos, que é diretamente acusado de receber propinas.

Vejam bem: não doações para a campanha eleitoral, mas “mesada”!

Mais, de uma empresa que tinha em seu Conselho de Administração ninguém menos que o pai de Aécio, Aécio Ferreira da Cunha, que ficou lá no Governo Fernando Henrique Cardoso e nos primeiros anos do governo Lula!

Isso não merece sequer investigação, não é, Dr. Janot?

Não precisa mais censor.

O seu direito de saber dos fatos, agora, está completamente vinculado a que seja da conveniência do cartel da mídia.

Ou de que você os procure em matérias pequenas, no meio do texto ou em referências esparsas.
Não se trata mais de “parcialidade”.

É silêncio.

Se alguém quer saber como é que uma ditadura encobre a corrupção, olhe para o que está acontecendo.

Fonte: TIJOLAÇO
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E os paneleiros chiques vão para as ruas de São Paulo, principalmente, para protestar contra a corrupção e a roubalheira no... governo do PT.

Raivosos, indignados, cheios de razões e verdades absolutas, desfilaram com diversas alas no domingo da indignação chique.
 
O caro leitor deve se lembrar, que nos dias que antecederam o movimento dominical cívico e civilizatório, o senador Aécio Neves estava agitadíssimo, proferindo uma variedade de declarações de indignação quanto a situação desesperadora para nação apontada, até então mas não explicitamente, pelos resultados preliminares da operação lava jato.

E agora Aécio, tem uma pedra no meio do caminho, perguntaria Drumonnd.

Além de propinas, o candidato derrotado a presidência da república que teve 50 milhões de votos na última eleição, recebia uma mesada robusta fruto de esquema de corrupção.

Seria a quantia usada para as brincadeiras de aviãozinho do candidato na bucólica cidade Cláudio, lá nas Minas Gerais?

Uma vergonha a mais para todos nós brasileiros, eleitores ou não de um candidato a presidência da república.

Enquanto isso, a velha e briosa mídia se cala.

A mesmo mídia que reverbera em escandalosos decibéis qualquer boato de corrupção sem fundamento desde que envolva o governo e o partido dos trabalhadores.

A mesma mídia que incita o ódio na população para protestar contra o governo.

A mesma mídia que defende ferozmente a liberdade de expressão no país.

A mesma mídia que quando ocorre uma perda significativa no seu front, como agora  acontece com a denúncia  contra Aécio, faz ampla campanha de incentivo ao programa do bobalhão Pedro Bial, com o intuito de desviar o foco e a atenção para as questões de relevância da sociedade.

A ditadura midiática e a aversão a democracia que existe nos proprietários dos veículos de comunicação, são uma  ameaça real e concreta para a jovem democracia brasileira.

Sem uma imprensa independente, a democracia , a liberdade de opinião e a verdade dos fatos  não podem florescer.

Mais uma vez, o que já vai se tornando um mantra, este blogue pede que a proposta de regulação e democratização dos meios de comunicação seja uma prioridade do governo e que seja um item constante dos combativos movimentos sociais que lutam pela verdade e pela democracia de  fato.

Veja o texto de Luciano Martins Costa, no OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA :

DISCURSO HOMOGÊNEO

O mito das redações independentes

Por Luciano Martins Costa em 20/03/2015 na edição 842

Comentário para o programa radiofônico do Observatório, 20/3/2015
Uma das características mais representativas da imprensa brasileira na última década tem sido a homogeneidade dos pontos de vista que expõe claramente em seu conteúdo ou deixa implícitos na hierarquia de suas escolhas editoriais. A rigor, não há concorrência entre os grandes jornais de circulação nacional – e a liderança do Grupo Globo sobre as outras redes de televisão é aceita passivamente pelo setor, desde que sobrem fatias consistentes do bolo publicitário para todas elas.
Esse é um retrato básico do sistema da mídia, que serve para ilustrar como certas edições parecem ter sido planejadas numa única redação – e como expressões e mantras utilizados para defender determinados pontos de vista, criados por um colunista de um jornal, são imediatamente adotados por articulistas de outro jornal.
A homogeneidade do discurso, exercitada ao longo dos anos, faz com que as narrativas se tornem muito assemelhadas, e é isso que faz da imprensa brasileira uma força política considerável. Esse sistema precisa encontrar repercussão nas instituições e na sociedade – condição indispensável para manter seu valor percebido –, mas também necessita ser alimentado por verbas publicitárias para custear seu funcionamento.
A influência da mídia tradicional nas instituições vem sendo demonstrada há muito tempo e se reflete na manutenção de um estado permanente de crise no campo da política e de um viés sempre pessimista quanto à situação econômica do país. Sua influência direta sobre a sociedade, porém, foi colocada em dúvida no final do ano passado, quando a imprensa perdeu a eleição presidencial.
Por isso, as manifestações do domingo (15/3) precisam ser capitalizadas ao extremo pelos editores: elas consolidam o apoio de grande parcela das classes médias urbanas ao projeto de poder que move a imprensa.
O noticiário intenso sobre supostas consequências dos protestos, como uma improvável reforma ministerial, torna mais denso o protagonismo daqueles que foram às ruas tentar inverter o resultado da eleição de 2014. A pesquisa oportunista do Datafolha sobre a queda na aprovação da presidente da República (ver aqui), apresentada sem referência ao contexto que definiu as opiniões, tem esse propósito.

O discurso em cima do muro

Essa oportunidade de consolidar sua influência sobre parte da sociedade explica o grande interesse da mídia em fazer barulho em torno de um relatório não oficial sobre a política de comunicação do governo federal e, de certa forma, ajuda a entender o estremecimento causado pela demissão do executivo que durante doze anos comandou a área de comunicação da Petrobras.
As grandes empresas de mídia temem que a demissão do gerente da estatal, Wilson Santarosa, e uma possível substituição do chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Thomas Traumann, venham a produzir uma redução nos gastos com publicidade do Executivo e da Petrobras. Então, temos o cenário estranho no qual a imprensa agride continuamente o governo enquanto os responsáveis pela comunicação oficial, tanto no Planalto quanto na Petrobras, despejam rios de dinheiro em anúncios de duvidosa eficiência na mídia tradicional e patrocinam comédias de alto custo e baixa qualidade no principal grupo de comunicação do país.
Enquanto isso, o interessante projeto dos coletivos de cultura e a proposta de fortalecer as iniciativas de mídia regional e comunitária ficam às moscas.
Na sexta-feira (20/3), curiosamente, há uma ruptura na homogeneidade das escolhas editoriais dos principais diários. O Estado de S.Paulo e a Folha de S.Paulo noticiam que a presidente Dilma Rousseff não vai fazer uma reforma ministerial, enquanto o Globo aposta na manchete: “Pressionada, Dilma fará mudanças no Ministério”. Essa suposta divergência, porém, não esconde o propósito das duas abordagens diferentes, que é provocar uma mudança na composição e na orientação do governo.
O projeto de poder apoiado pela mídia tradicional foi derrotado nas urnas, mas seus operadores não consideram que a eleição acabou. A imprensa brasileira não é uma instituição democrática e tampouco atua como um contrapoder dedicado a questionar o Estado, como defendem alguns. O sistema da mídia poderia ser esse contrapoder democrático, mas se comporta como uma instância na disputa direta do poder, que utiliza o jornalismo como instrumento de pressão.
O mito das “redações independentes” é apenas uma justificativa moral para discursos proferidos de cima do muro.
 

O invertidos da pós modernidade

Transformando inimigos em aliados: como Kierkegaard explica o ódio na democracia brasileira

Kierkegaard
Kierkegaard
POR FERNANDO F., no Manchete Digital. 

O escritor e pensador dinamarquês Soren Kierkegaard (1813 – 1855) viveu 42 anos, mas soube como poucos decifrar a alma humana, aliás, desumana. Ele fazia anotações em diários, o que rendeu uma obra de referência sobre a condição humana e as razões da vida. Como todo brasileiro que não desiste nunca, o jovem dinamarquês sofria na pele com a ignorância e os ódios incontidos daqueles a quem Jesus disse para amarmos uns aos outros.
Numa passagem do livro “O Diário de Soren”, editado por Peter Rohde, Kierkegaard realiza uma proeza que deveria ser comemorada como um gol de placa em final de campeonato de futebol no Maracanâ: explicar porque a democracia no Brasil se transformou em Fla x Flu.
Aos 34 anos anos de vida, ainda no século 19, Kierkegaard acerta na mosca, quando observa uma patologia generalizada de nossa humanidade falível, explicando a mesma psicologia básica que se esconde por trás de fenômenos contemporâneos, como o bullying, a presunção e a demagogia só para ficar nos assaltos gerais de críticos comentaristas da mídia e da web, bastante conhecidos como criadores de “adversários”.
Diz o autor do Diário:

Há uma forma de inveja de que eu frequentemente tenho visto exemplos, em que um indivíduo tenta obter algo por assédio moral. Se, por exemplo, eu entro em um lugar onde muitos estão, muitas vezes acontece que um ou outro imediatamente pega em armas contra mim, começando a rir; presumivelmente, ele sente que está sendo uma ferramenta de opinião pública. Mas eis que, se eu então fizer uma observação casual dele, essa mesma pessoa se torna infinitamente maleável e subserviente. Essencialmente isso mostra que ele me considera como algo grande, talvez até maior do que eu, mas se ele não pode ser admitido como um participante na minha grandeza, pelo menos ele vai rir de mim. Mas assim que ele se torna um participante, como se fosse, ele se gaba de minha grandeza.”

O autor conclui com uma receita de comportamento para sobreviver na selva:

“Ao mostrar a eles que não se importem comigo, ou tomando o cuidado para que saibam que eu sei que eles não estão nem aí para mim, isso reforça uma relação de dependência…Ou seja, eles me demonstram respeito precisamente quando demonstram que não me respeitam”.

Essa psicologia reversa usada por Kiergaard já era conhecida na época como Efeito Benjamin Franklin e ainda hoje é utilizada em terapias cognitivas de comportamento. Significa mais ou menos o seguinte: transforme seus inimigos em aliados, fazendo com que eles experimentem coisas que só poderiam fazer se fossem seus amigos.
Uai, não é isso que os governos lulopetistas tentam fazer há 12 anos!?

Fonte: DIÁRIO DO CENTRO DO MUNDO
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 " independente daquilo que você faça com frequência, seja um trabalho  doméstico, um serviço burocrático, ou algo extremamente qualificado e difícil, se você executa suas tarefas com dedicação, envolvimento, pertencimento e prazer, você verá que as pessoas ao seu redor irão se sentir incomodadas, esteja você fazendo suas tarefas em sua casa, no trabalho, ou em qualquer lugar.
Se você  faz tudo com dedicação e prazer, você é a pessoa menos indicada para fazer essa tarefa, principalmente se tal tarefa for de seu local de trabalho. Sua alegria, sua dedicação, seu estar presente, irão incomodar as pessoas ao seu redor ,e você , seguramente, passará a ser perseguido.
Sua tarefa, ainda mais se for uma idéia nova, será criticada, bombardeada, e rejeitada.
As pessoas dirão que você não deve seguir o caminho que escolheu, que não terá sucesso, que os  erros serão inúmeros. Você, no entanto, está consciente do que faz, sabe os riscos e continua realizando de forma bem sucedida suas tarefas. A partir de então, você se tornará um estorvo para as pessoas que passarão a criar e apontar uma infinidade de defeitos em você, defeitos reais e a maioria imaginários. Seu trabalho, seja original ou a execução de uma rotina, será duramente criticado, modificado, totalmente transformado, até que você desista. Se você não for brasileiro, certamente você desistirá, e então aquilo que você fazia, criado por você ou não, estará totalmente alterado, modificado , e a partir de então apropriado pelas pessoas ao seu redor, que irão executá-lo de forma mecânica, já que toda a opressão existente no imaginário coletivo e no inconsciente das pessoas , fará com que todos façam o que digam que deve ser feito, porém jamais, por prazer , satisfação ou pertencimento."

O texto acima é uma adaptação minha a uma passagem de um livro de Ben Okri, escritor nigeriano que no início deste século ganhou o conceituadíssimo prêmio Booker.

De alguma forma, Okri  caminha pelo conceito de Kierkegaard.

Ambos tentam demonstrar que aquilo que é bem sucedido, seja executado por uma pessoa ou por governos, gera  até mesmo um ódio por parte das pessoas , que em seus íntimos e mesmo sem  ter consciência, gostariam de fazer o mesmo.

O desejo de ser um igual a algo referencial, de pertencer, leva a maioria das pessoas a apelar para a crítica,o ódio irracional, que na verdade significa admiração, respeito e até  mesmo idolatria.

Você, caro leitor, também assim se comporta , seja você do campo da direita, do centro, ou da esquerda.

Na era atual, das redes sociais, esse comportamento ficou bem explícito, pois o anonimato e o esconderijo proporcionado às pessoas nas redes, permite que elas sejam elas mesmas e manifestem, conscientes ou não, suas idéias , sua natureza.

A maioria que se manifesta nas redes sociais, jamais teria o mesmo comportamento em um ambiente real.

Por exemplo, é comum ler nas redes sociais,que quando alguém vem a falecer , pessoas dizem algo do tipo;
" já vai tarde", "ainda bem que morreu", " não vai fazer nenhuma falta" e outras coisas do tipo. 

Esses comentários, por vezes são dirigidos não para bandidos , terroristas , ou assassinos, mas para pessoas de bem, bem sucedidas e até mesmo laureadas em suas vidas. 

Os comentários se devem, em parte ,ao que foi escrito acima por Okri e Kierkegaard.

Não imagino o caro leitor dizendo tais comentários , com pessoas reais ao seu redor em um ambiente social.

As redes sociais quebraram esses códigos de sociabilidade e tem revelado o que em essência as pessoas são.

As defesas explícitas de ditadura militar, assassinato de políticos, como Lula e Dilma, por exemplo, não seriam possíveis de serem lidos ou ouvidos em encontros físicos entre as pessoas, no entanto, tais desejos se faziam e se fazem  presentes no imaginário, assim como outros tantos, sendo que o que mais assusta, pelo menos para mim, é  o fato de a maioria das pessoas , seja de centro, de esquerda ou  de direita, demonstrar através de seus comentários uma incompatibilidade, repleta de incongruências, com aquilo que mais defendem, que é a democracia.

Com o surgimento das redes sociais, a falácia da civilidade , da sociabilidade e da defesa da democracia, se revelaram por inteiro, mostrando o que as pessoas são, de fato, como citou Okri  em seu livro como sendo uma maneira de repetir, também,  aquilo que os oprime ao longo da história da humanidade.

Inconscientes da opressão que habita seus inconscientes, a maioria rejeita a liberdade e o sucesso do outro, já que ainda não são livres e saudáveis.

Será o caro leitor opressor, sem ter consciência do que move seus desejos de oprimir ?

Esses desejos se manifestam de forma escancarada sempre quando qualquer pessoa assume uma posição ou função que lhe confere algum tipo de poder sobre os demais.
Seja um guarda de trânsito, um funcionário público atendente de serviço, um porteiro de banheiro público, um porteiro de edifício, um árbitro de uma partida de futebol, um reles chefe de um grupo de pessoas em uma empresa privada ou em uma autarquia pública, um marido, uma esposa ,alguém escondido em uma rede social, etc..

Controlar e oprimir é a regra, com todos se dizendo democráticos e civilizados.

A democracia de verdade é algo ainda distante para a maioria dos países, já que a imensa maioria da pessoas pelo mundo ainda não sabe o que motiva seus comportamentos, ações e reações.

Soa cômico e grotesco ler comentários de pessoas pelas redes sociais,quando dizem que para garantir a democracia deve-se assassinar todos os comunistas.

Com o surgimento das redes sociais, caem por terra, também as declarações de que  quase todo mundo, qualquer pessoa, convive bem com as diferenças.

A maioria esmagadora das pessoas não sabe conviver com diferenças, ideológicas, políticas , religiosas, e outras e, tudo fazem , para que o mundo seja algo homogêneo, igual, padronizado,  apesar dos discursos e das aparências.

Isso vale para centro, esquerda e direita e, principalmente  para os mais fervoroso defensores da democracia, da moral, dos costumes e da ética.

Imagine,então, caro leitor, o que grupos conscientes desse comportamento das pessoas nas redes sociais podem fazer para turbiná-los ainda mais em prol de seus interesses políticos , doutrinários e outros .

Imaginou ? 

Um cenário nada agradável, que pode desembocar até mesmo em conflitos civis e guerras, dependendo dos interesses envolvidos.

Naturalmente, os serviços de inteligência de muitos países já mapearam esse "potencial" das redes sociais e não é por acaso , ou de forma espontânea, que  atualmente no Brasil, na Venezuela e na Argentina, ao mesmo tempo, estejam ocorrendo crises e conflitos sociais de dimensões imprevisíveis, onde os desejos de oprimir e o ódio vem sendo alimentados cuidadosamente em consciências frágeis, confusas e pouco, muito pouco evoluídas.

Veja o ótimo  texto abaixo de Maria Inês Nassif:

A intolerância ocupou a Avenida Paulista

Por Maria Inês Nassif, no site Carta Maior:

As manifestações do domingo, dia 15 de março, tiveram o dom de revelar o DNA da elite brasileira. Os cartazes nas ruas, a forma como os manifestantes lidaram com as divergências, a rebeldia contra o resultado de eleições livres, limpas e populares revelam mais do que uma crise de poder. O Brasil vive uma quase crise civilizatória.

As pessoas que foram para as ruas no domingo não eram homogeneamente de direita, ou de extrema direita. Eram majoritariamente eleitores da oposição: segundo o Instituto Datafolha, 82% dos entrevistados na avenida Paulista, no dia do ato, votaram em Aécio Neves (PSDB) e 37% revelaram simpatia pelo partido tucano. Na sexta-feira, no ato promovido por movimentos sociais e sindicais em defesa da Petrobras e da democracia, 74% dos entrevistados revelaram ter votado na presidenta Dilma Rousseff, nas eleições de novembro.

Votar na oposição é do jogo. Arrepender-se de ter votado em um determinado candidato é do jogo. Ir para as ruas protestar contra o governo é do jogo. O que não é do jogo, e pode ter passado desapercebido para uma parcela que protesta contra os erros do governo mas não contra a democracia, é que o ódio às instituições democráticas contaminou as multidões.

Nem todos os manifestantes empunharam cartazes contra a democracia ou pediram a volta dos militares – justo no aniversário de 30 anos do fim do regime militar –, mas o fato é que a intolerância com a diversidade de opiniões, a indisfarçada ignorância a princípios de respeito à diversidade social, de gênero ou cor e a violência contra opositores políticos foram legitimadas pelos que agiram de forma antidemocrática, e também pelos que foram indiferentes a isso. A agressividade não apenas foi tolerada pela multidão, mas grassou livremente pelos quarteirões da avenida Paulista livre, leve e solto, como se não existisse amanhã.

O ambiente cultural em que essas manifestações ocorrem, principalmente em São Paulo, onde se concentra boa parte da elite brasileira, é de coação. O ódio – expresso em vulgaridades como a de ofender a honra de uma presidenta da República legitimamente investida na sua função com palavras de baixo calão, ou na agressão física contra opositores, ou no pedido aberto para que as Forças Armadas intervenham no processo democrático – é taticamente investido de alta agressividade, para inibir reações contrárias. É um ambiente extremado, criado para obrigar os que se opõem a isso a aceitarem passivamente, por exemplo, os aplausos recebidos por um torturador da ditadura na avenida, ou a agressão física cometida por um homem adulto, acompanhado de um filho pequeno, a um adolescente de 16 anos que, num vagão do Metrô, cometeu a “imprudência” de vestir uma camiseta vermelha.

Isso não é um fato isolado na história, mas a semelhança com outros momentos dá um frio na barriga. Os golpes reacionários normalmente são precedidos de momentos em que os grupos à frente dos ataques a instituições passam a achar que suas razões são universais, e jamais passíveis de questionamentos. Os argumentos para a ódio são de ordem quase pessoal – o “meu” direito, o imposto que “eu pago”, o ódio pelo desfavorecido (“aquele vagabundo”) que está sendo amparado pelo Estado às custas do “meu” dinheiro – mas as razões individuais são jogadas como responsabilidade coletiva. Nessa situação, a reação dirigida ao que pensa diferente é a coação física ou moral.

Olhar para as ruas, enxergar a realidade e partir para uma contraofensiva capaz de afastar os riscos de retrocesso democrático é parte da missão civilizatória das forças democráticas brasileiras, nesse momento nebuloso da vida brasileira.

O rompimento cultural com a lógica que se forma nas ruas, desde as eleições passadas, tem que se dar pela coragem. Não existe outra forma de confrontar a agressão. Dilma Rousseff usou dessa lógica quando, muito jovem, optou por uma oposição radical ao governo militar, num cenário de radicalismo de direita.

A reação dos que se sentem coagidos nas ruas pela extrema-direita é a de não se deixar coagir. É prestar a sua homenagem à democracia, às urnas e ao voto. A resposta ao 15 de março é um grande viva à democracia.
 
Fonte: Blog do Miro


quinta-feira, 19 de março de 2015

Suiçalão e a hipocrisia de globo

Suiçalão pega o tucano mais gordo

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Agora entendemos porque o senhor Fernando Rodrigues, do UOL, tentou segurar os nomes do Suiçalão, cuja lista está em seu poder.

Era mais que um ninho de tucano. Era o principal ponto de encontro deles, e da facção mais gorda.
Os milionários da mídia e os milionários do PSDB.

Agora sabemos que até o Armínio Fraga, ex-futuro ministro de Aécio Neves, estava lá.

Pior ainda, sabemos que alguns doadores gordos do PSDB tinham contas secretas do HSBC.

Mais uma vez temos provas de que a evasão fiscal é a mãe de todas as corrupções.

Primeiro porque corresponde a cinco ou seis vezes mais do que a corrupção.

Segundo porque toda a corrupção, em grande escala, acaba em evasão fiscal.
*
Outro assunto:
O Banco Central divulgou hoje o seu relatório mensal de estabilidade financeira, para o mês de março.
Eu separei alguns gráficos que mostram uma economia estável e firme, com índices de inadimplências baixos e decrescentes.


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PF = Pessoa Física



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Fonte: O CAFEZINHO
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Gisele Cittadino, da PUC-Rio: 

“O Globo aplicou pequena dose de veneno para ter chance de resistir a uma picada mortal”

publicado em 19 de março de 2015 às 06:35
Gisele Citadino 2
Gisele Cittadino: “Está cada vez mais difícil negar que [grande imprensa brasileira] atua como um ator político de oposição ao governo federal”

por Conceição Lemes

No sábado passado, 14 de março, a manchete da capa da versão impressa de O Globo foi:
 Lista do HSBC tem empresários de mídia
Sem o mesmo destaque, o Globo On-Line postou a matéria na capa.

Levantamento feito pelo jornal carioca, em parceria com o UOL, com base nos documentos oficiais vazados pelo ex-funcionário do HSBC na Suíça, indica que, há, pelo menos, 22 donos de veículos de comunicação e sete jornalistas entre os 8.667 brasileiros que, em 2006 e 2007, tinham contas numeradas no HSBC da Suíça.

O UOL também publicou a matéria. 
Só que sem chamada na capa do portal do Grupo Folha. 
Além disso, na Folha impressa, escondeu a reportagem no pé de página na seção Mercado, com um título neutro: Empresários de mídia e jornalistas estão na relação.

“Quem conhece o comportamento das nossas elites não deve ter se espantado com a presença de vários donos de veículos de comunicação na lista do HSBC”, observa a doutora em Ciência Política e professora Gisele Cittadino, coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Direito da PUC-Rio.

A professora também não estranhou  O Globo ter dado destaque à denúncia, apesar de uma das correntistas citadas na lista do HSBC suíco ser Lily de Carvalho, que foi casada com Roberto Marinho, dono das Organizações Globo.  
O jornal empurrou Lily para o seu primeiro marido.

“Com tantos rumores nas redes sociais e a divulgação paulatina dos nomes dos correntistas, O Globo aplicou uma ‘vacina’ preventiva”, adverte. 
“A estratégia de evitar o silêncio para parecer que não tem o que esconder é equivalente à aplicação de pequena dose de veneno para ter chance de resistir a uma picada mortal.”

“A ironia fica por conta do atual momento político brasileiro em que a grande mídia discursa publicamente contra a corrupção, só que, ao mesmo tempo, se torna presa no SwissLeaks”, atenta a professora.

Para Gisele Cittadino a lista do HSBC revela que o modus operandi da grande imprensa brasileira é bem diferente do seu discurso fariseu:

“Do ponto de vista ético, a grande imprensa talvez tenha ignorado a legalidade. 
Jornalisticamente, é provável que não tenha compromisso com os fatos. 
Politicamente, está cada vez mais difícil negar.

Fonte: VIOMUNDO
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Especialistas em Golpes de Estado

Moniz Bandeira: "EUA promovem desestabilização na América Latina"

Iniciativas como a criação do Banco do Brics e o regime de partilha para o pré-sal contrariam seriamente os interesses norte-americanos.



reproduçãoViomundo

O cientista político e historiador Luiz Alberto de Vianna Moniz Bandeira denunciou hoje (17) que os Estados Unidos, por meio de órgãos como CIA, NSA (Agência Nacional de Segurança) e ONGs a eles vinculadas, continuam na tentativa de desestabilizar governos de esquerda e progressistas da América Latina, como os da Venezuela, Argentina e Brasil.

Em entrevista ao PT na Câmara, por e-mail, Moniz Bandeira disse que ‘’evidentemente há atores, profissionais muito bem pagos, que atuam tanto na Venezuela, Argentina e Brasil, integrantes ou não de ONGs, a serviço da USAID, National Endowment for Democracy (NED) e outras entidades americanas”, para desestabilizar esses países, com a utilização de instrumentos que incluem protestos de rua.

"As demonstrações de 2013 e as últimas, contra a eleição da presidente Dilma Russeff, não foram evidentemente espontâneas", disse o cientista político.

“Os atores, com o suporte externo, fomentam e encorajam a aguda luta de classe no Brasil, intensificada desde que um líder sindical, Lula, foi eleito presidente da República. Os jornais aqui na Alemanha salientaram que a maior parte dos que participaram nas manifestações de domingo, dia 15, era gente da classe média alta para cima, dos endinheirados’’, disse Moniz Bandeira, que reside na Alemanha e é autor de vários livros sobre as relações Brasil—EUA.

No caso do Brasil especificamente, citou iniciativas do PT e aliados que contrariam Washington, como a criação do Banco do Brics, uma alternativa ao FMI e ao Banco Mundial e o regime de partilha para o pré-sal, que conferiu papel estratégico à Petrobras, deslocando as petroleiras estrangeiras. Ele lembrou também que a presidenta Dilma foi espionada pela NSA e não se alinhou com os EUA em outras questões de política internacional, entre as quais a dos países da América Latina.

Eis a entrevista:

O líder do PT na Câmara, Sibá Machado (AC), comentou nas redes sociais que a CIA tem atuado nas tentativas de desestabilização de governos democráticos na América Latina . Como o senhor avalia isso, diante de vários episódios históricos que mostram os EUA por trás da desestabilização de governos de esquerda e progressistas?

Washington há muito tempo está a criar ONGs com o fito de promover demonstrações empreendidas, com recursos canalizados através da USAID, National Endowment for Democracy (NED) e CIA; Open Society Foundation (OSF), do bilionário George Soros, Freedom House, International Republican Institute (IRI), sob a direção do senador John McCain, etc.

Elas trabalham diretamente com o setor privado, municípios e cidadãos, como estudantes, recrutados para fazerem cursos nos EUA.

A estratégia é aproveitar as contradições domésticas do país, os problemas internos, a fim de agravá-los, gerar turbulência e caos até derrubar o governo sem recorrer a golpes militares.

Na Ucrânia, dentro do projeto TechCamp, instrutores, a serviço da Embaixada dos EUA, então chefiada pelo embaixador Geoffrey R. Pyatt, estavam a preparar, desde pelo menos 2012, especialistas, profissionais em guerra de informação e descrédito das instituições do Estado, a usar o potencial revolucionário da mídia moderna – subvencionando a imprensa escrita e falada, TVs e sites na Internet — para a manipulação da opinião pública, e organização de protestos, com o objetivo de subverter a ordem estabelecida no país e derrubar o presidente Viktor Yanukovych, em fevereiro de 2014.

Essa estratégia baseia-se nas doutrinas do professor Gene Sharp e de Political Defiance, i. e., o desafio político, termo usado pelo coronel Robert Helvey, especialista da Joint Military Attache School (JMAS), operada pela Defence Intelligence Agency (DIA), para descrever como derrubar um governo e conquistar o controle das instituições, mediante o planejamento das operações e mobilizações populares no ataque às fontes de poder nos países hostis aos interesses e valores do Ocidente (Estados Unidos).

Essa estratégia pautou em larga medida a política de 'regime change', a subversão em outros países, sem golpe militar, incrementada pelo presidente George W. Bush, desde as chamadas “revoluções coloridas” na Europa e Eurásia, assim como na África do Norte e no Oriente Médio. Explico, em detalhes e com provas, como essa estratégia se desenvolve em meu livro A Segunda Guerra Fria, e, no momento estou a pesquisar e escrever outra obra – A desordem mundial — onde aprofundo o estudo do que ocorreu e ocorre em vários países, sobretudo na Ucrânia.

Além da CIA, como os EUA atuam contra os governos de esquerda da América Latina?

Não se trata de uma questão ideológica, mas de governos que não se submetem às diretrizes de Washington. Uma potência mundial, como os EUA, é mais perigosa quando está a perder a hegemonia do que quando expandia seu Império. E o monopólio que adquiriu após a II Guerra Mundial de produzir a moeda internacional de reserva – o dólar – está a ser desafiado pela China, Rússia e também o Brasil, que está associado a esses países na criação do banco internacional de desenvolvimento, como alternativa para o FMI, Banco Mundial etc.

Ademais, a presidenta Dilma Rousseff denunciou na ONU a espionagem da NSA, não comprou os aviões-caça dos EUA, mas da Suécia, não entregou o pré-sal às petrolíferas americanas e não se alinhou com os Estados Unidos em outras questões de política internacional, entre as quais a dos países da América Latina.

O governo da Venezuela tem denunciado a participação de Washington em tentativas de golpe. O mesmo poderia estar acontecendo em relação ao Brasil?

Evidentemente há atores, profissionais muito bem pagos, que atuam tanto na Venezuela, Argentina e Brasil, integrantes ou não de ONGs, a serviço da USAID, National Endowment for Democracy (NED) e outras entidades americanas. Não sem razão o presidente Vladimir Putin determinou que todas as ONGs fossem registradas e indicassem a origem de seus recursos e como são gastos.

O Brasil devia fazer algo semelhante. As demonstrações de 2013 e as últimas, contra a eleição da presidente Dilma Rousseff, não foram evidentemente espontâneas. Os atores, com o suporte externo, fomentam e encorajam a aguda luta de classe no Brasil, intensificada desde que um líder sindical, Lula, foi eleito presidente da República. Os jornais aqui na Alemanha salientaram que a maior parte dos que participaram das manifestações de domingo, dia 15, era gente da classe média alta para cima, dos endinheirados.

Que interesses de Washington seriam contrariados, pelo governo do PT, para justificar a participação da CIA e de grupos empresariais de direita, como os irmãos Koch (ramo petroleiro) , no financiamento de mobilizações contra Dilma? O pré-sal, por exemplo?

Os interesses são vários como expliquei acima. É muito estranho como começou a Operação Lava-Jato, partir de uma denúncia “premiada”, com ampla participação da imprensa, sem que documentos comprobatórios aparecessem.

O grande presidente Getúlio Vargas já havia denunciado, na sua carta-testamento, que “a campanha subterrânea dos grupos internacionais aliou-se à dos grupos nacionais revoltados contra o regime de garantia do trabalho. (…) Contra a justiça da revisão do salário mínimo se desencadearam os ódios. Quis criar liberdade nacional na potencialização das nossas riquezas através da Petrobrás e, mal começa esta a funcionar, a onda de agitação se avoluma. A Eletrobrás foi obstaculizada até o desespero. Não querem que o trabalhador seja livre. Não querem que o povo seja independente”.

Como o senhor interpreta o surgimento de grupos de direita no Brasil, com agenda totalmente alinhada aos interesses dos EUA?

Grupos de direita estão no Brasil como em outros países. E despertaram com a crise econômica deflagrada em 2007-2008 e que até hoje permanece, em vários países, como o Brasil, onde irrompeu com mais atraso que na Europa.

E a direita sempre foi fomentada pelos interesses de Wall Street e do complexo industrial nos EUA, que é ceivado pela corrupção, e onde a porta giratória – executivos de empresas/secretários do governo – nunca deixa de funcionar, em todas as administrações.

Há, entre os organizadores dos protestos, gente francamente favorável à privatização da Petrobras e das riquezas nacionais, com um evidente complexo de vira-latas diante dos interesses estrangeiros. Como analisar esse movimento à luz da história brasileira? De novo o nacionalismo versus entreguismo?

Está claro que, por trás da Operação Lava-Jato, o objetivo é desmoralizar a Petrobras e as empresas estatais, de modo a criar as condições para privatizá-las.

Porém, estou certo de que as Forças Armadas não permitirão, não intervirão no processo político nem há fundamentos para golpe de Estado, mediante impeachment da presidenta Dilma Rousseff, contra a qual não há qualquer prova de corrupção, fraude eleitoral etc., elemento sempre usado na liturgia subversiva das entidades e líderes políticos que a USAID, NED e outras entidades dos EUA patrocinam.

Fonte: CARTA MAIOR
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O jornal anti-nacional da TV Globo

Por José Carlos de Assis, no Jornal GGN:

Em artigo anterior expus os vícios praticados pelos noticiaristas e comentaristas da Globo na cobertura distorcida do noticiário nacional. Agora vou acabar o serviço fazendo uma análise sumária do noticiário internacional. Este é o campo preferido de William Wack, onde, com seus esgares característicos, ele nada de braçadas, ora vocalizando os interesses do Departamento de Estado americano, ora fulminando com a política de integração sul americana iniciada na gestão de Lula e aprofundada no governo Dilma.

As duas mais brilhantes conquistas da diplomacia brasileira há décadas, a construção da Unasul e o apoio decidido à organização dos BRICS, pareceram à Globo um passo insignificante ou nulo para os interesses brasileiros objetivos. Por puro viés ideológico, ela desmereceu o momento político mais positivo da região, em décadas, criado por afinidades democráticas entre os presidentes da América do Sul. E relegou a Arnaldo Jabor a tarefa de caracterizar a Unasul como uma entidade ideológica esquerdista e insignificante.

A motivação óbvia é o descompasso potencial entre Unasul e os interesses norte-americanos, defendidos diligentemente por Jabor, algo que ficou ainda mais explícito com a organização dos BRICS. Neste caso, ao interesse econômico concreto, a diplomacia brasileira adicionou um aspecto adicional geoeconômico e geopolítico, tendo em vista a aproximação política do Brasil com a China e, principalmente, com a Rússia – o grande rival nuclear pós-Guerra Fria dos Estados Unidos no plano mundial. A atitude da Globo aqui não foi principalmente de oposição mas de omissão ou desmerecimento.

Talvez o fato mais significativo em outro nível, a subserviência da Globo à política racista americana pró-Israel e contra os muçulmanos, tenha sido a cobertura pela tevê da iniciativa do Governo Lula no sentido de uma solução para a questão nuclear iraniana. Com prévio conhecimento de Obama, Brasil e Turquia propuseram um caminho ao Irã e aos Estados Unidos para se chegar a um acordo aceitável para as partes. Israel ficou contra, e obrigou os Estados Unidos a voltarem atrás e abortar a iniciativa. Obama se comportou, portanto, como um mau-caráter servil aos belicistas, e o Jornal de Wack tomou o lado dos belicistas.

A Globo regozijou-se com o mau resultado da legítima tentativa do Brasil, como membro temporário do Conselho de Segurança da ONU, de tentar ajudar no encaminhamento pacífico do mais prolongado e difícil conflito no mundo contemporâneo. O comentarista Arnaldo Jabor festejou o que teria sido um monumental fracasso brasileiro, condenando publicamente a interferência de Lula num jogo político que lhe parecia ser destinado exclusivamente aos “grandes”. Não houve uma única referência ao fato de que, pela primeira vez nas negociações dos Estados Unidos (ou, como querem, do “ocidente”) com o Irã, chegou-se muito próximo de um acordo por uma audaciosa e oportuna intervenção brasileira e turca, quebrando o gelo das negociações.

Não posso imaginar nenhuma televisão no mundo que se coloque tão abertamente contra iniciativas diplomáticas abertas de seu país, em especial quando se trata de iniciativas de paz, como a rede Globo. Claro, para Wack e Jabor mais vale uma gracinha na mão que um noticiário responsável voando. A parcialidade em favor da direita anti-palestina de Israel, assim como da direita norte-americana salta à vista. No caso do Irã, assim como foi anteriormente no caso do Iraque, o interesse norte-americano vem descaradamente coberto por um ente de razão chamado “ocidente”, como se houvesse uma real coligação de países ocidentais coordenados pelo hegemon decadente. O que se tem, hoje, na Europa é apenas medo da pressão diplomática e econômica norte-americana.

Não fossem a internet e as redes sociais, jamais saberíamos que o avião derrubado na Ucrânia o foi provavelmente por forças radicais do governo de Kiev, e não pelos insurgentes russófilos; que o assassinato de Allende foi orquestrado pelo Departamento de Estado; que o golpe brasileiro teve o patrocínio direto americano; que a direita belicista israelense sequestrou corações e mentes americanos; que o noticiário vindo dos Estados Unidos está contaminado por uma visão parcial da história mediante o controle direto pelo aparato de informação da notícia distribuída pelas agências.

Os repórteres da Globo enviados para o exterior, com raríssimas exceções – posso citar Renato Machado, com medo de prejudicá-lo no meio da mediocridade e da negatividade -, absorvem a cultura local pela ótica norte-americana, e não pela brasileira. Em matéria de política e de economia o que vale é o que agrada o Tio Sam. Em geral, são mal formados, porque a Globo dá atenção máxima à forma, não ao conteúdo. De qualquer modo, as meninas bonitas da Globo defendem suas promoções seguindo rigorosamente a cartilha de direita extremada da emissora.

Conheci Wack décadas atrás, na cobertura de uma reunião dos Sete Grandes em Bonn, na Alemanha. Na época, a cobertura política tinha total precedência sobre a econômica, pois o neoliberalismo ainda não estava plenamente instalado no mundo. Wack se revelou contente de me entregar a parte econômica da cobertura porque, dizia ele, não sabia nada de economia. Fiz minha parte. Testemunhei o que foi a completa capitulação da França e da Itália socialistas ao credo neoliberal defendido por Reagan e Thatcher no comunicado final. Claro, Wack e a maioria dos jornalistas políticos não tiveram ideia do que estava acontecendo.

Como isso aconteceu em 1985, teria bons motivos para acreditar que, desde então, aprendera alguma coisa de economia. Não é, porém, o que revela nos comentários. Na verdade, ele trava uma tremenda guerra com Jabor, outro fundamentalista da superficialidade, para saber qual dos dois é o mais raivoso, mais insolente, mais anti-nacional. A propósito, Wack fez uma longa pesquisa militar na Alemanha e na Itália para produzir um livro em que pretendeu demonstrar cabalmente que a FEB fez verdadeiro fiasco na Segunda Guerra, e que Monte Castelo foi um vexame. Bons, mesmo, verdadeiros heróis foram os norte-americanos!

* J.Carlos de Assis é jornalista, economista, professor, doutor pela Coppe/UFRJ, autor de mais de 20 livros sobre Economia Política, entre os quais “A Razão de Deus”.

Fonte: Blog do Miro
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Tão logo Fernando Lugo sofreu o golpe de estado no Paraguai, a embaixadora dos EUA naquele país foi transferida para assumir o cargo no Brasil.

Conhecedora da América Latina, ao que parece, já está colocando em prática os métodos conhecidíssimos de desestabilização de governos.

Veja, abaixo, o que o PAPIRO escreveu em 16 de setembro de 2013 sobre a nova embaixadora dos EUA para o Brasil.

segunda-feira, 16 de setembro de 2013


Cuidado com Ela

Nova embaixadora dos Estados Unidos chega ao Brasil
Agência Brasil
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Brasília - A nova embaixadora dos Estados Unidos no Brasil, Liliana Ayalde, chegou a Brasília hoje (16) e disse que pretende fortalecer a parceria estratégica entre os dois países nos próximos anos. A diplomata fez um comunicado à imprensa, pouco depois de desembarcar na capital, e restringiu-se a comentários sobre a satisfação de ser a representante norte-americana no país e a importância das relações entre o Brasil e os Estados Unidos.
Liliana Ayalde não falou sobre os temas sensíveis na pauta dos dois governos, que estão em momento de tensão em decorrência de denúncias de espionagem à presidenta Dilma Rousseff, à Petrobras, a outras autoridades e a cidadãos. A embaixadora não deu informações sobre a confirmação da viagem da presidenta aos Estados Unidos neste mês ou sobre como serão conduzidas as relações entre os dois países de agora em diante.
Liliana Ayalde não falou sobre os temas sensíveis na pauta dos dois governos
Liliana Ayalde não falou sobre os temas sensíveis na pauta dos dois governos
"Eu e a minha família estamos ansiosos de poder viajar pelo Brasil, conhecer a diversidade do povo e estabelecer amizades com os brasileiros em todos os lugares que vamos visitar. Este é um tempo importante para as relações [entre o Brasil e os EUA], cheio de oportunidades e de possibilidades. Juntos, estou certa de que podemos expandir e aprofundar os laços que existem entre essas duas importantes e grandes nações", disse.
Liliana Ayalde substitui o diplomata Thomas Shannon, que ficou no posto durante três anos e meio e deixou Brasília no último 6. A substituição estava prevista há três meses. Diplomata de carreira, ela serviu no Paraguai e na Colômbia e demonstra conhecimento sobre a América Latina, a exemplo de seu antecessor.

Fonte: JORNAL DO BRASIL
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Cuidado com ela !!!
A embaixadora americana, especialista em América do Sul, talvez tenha sido uma peça importante no golpe de estado que derrubou Lugo no Paraguai.
Assume o posto no Brasil um ano antes das eleições de 2014 e com olhos e mãos gigantescas nas reservas de petróleo do pré-sal.
Disse, logo na chegada, que "está muito ansiosa em conhecer o Brasil e sua diversidade cultural"
Ahhh ! Então tá. 
Sugiro que levem a embaixadora para se deliciar com uma buchada de bode lá na Paraíba.