sábado, 4 de janeiro de 2014

Cadê ??

C A D Ê    O   D A R F   ???
C A D Ê    O   D A R F   ??? 
C A D Ê    O   D A R F   ???
C A D Ê    O   D A R F   ???
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sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Globo Bola Suja

Jogadores vs Globo. Disputa pelo bem do futebol

“Se não houver modificação, e os jogadores radicalizarem, há chance de haver greve.”




Iniciada pelos jogadores integrantes do Bom Senso FC, a discussão sobre reformulação do calendário do futebol brasileiro esbarra na necessidade comercial do principal parceiro dos clubes e da CBF: a Globo. A emissora precisa de cerca de 90 datas de futebol ao ano para atender os anunciantes que compram seu pacote de futebol anualmente, segundo apurou o blog. Por isso, opõe-se a uma redução drástica do número de competições.

O calendário de 2014 foi feito com 89 datas, excluídos o Mundial de Clubes e a Copa do Mundo e contabilizadas as datas Fifa isoladas.  Isso porque houve uma diminuição dos Estaduais de 23 para 21 datas. Mesmo assim, até ultrapassa a meta de comercial da emissora com o Mundial – a Copa seja vendida à parte.

A necessidade de cerca de 90 datas para a Globo está diretamente relacionada ao dinheiro que os clubes recebem pelos direitos de transmissão. Se houver queda no número de partidas a serem exibidas, os contratos de Estaduais, por exemplo, têm que ser renegociados.

Nesta temporada, com a diminuição das partidas regionais, a emissora aceitou que não houvesse redução nos valores contratuais. Mas houve uma negociação em cada caso. Em contrapartida, foi exigido, por exemplo, a manutenção do mesmo número de clássicos no Paulista, o que levou a criação de uma nova fórmula.

Responsável pelas negociações de contratos, o diretor da Globo, Marcelo Campos Pinto, até aceita que exista uma outra redução dos Estaduais em mais uma ou duas datas. Mas não quer uma diminuição considerável como pedem os jogadores do Bom Senso.

Para existir uma efetiva alteração no calendário, com redução significativa de jogos, todos os contratos teriam de ser renegociados, incluindo os da Globo com os clubes e os da emissora com seus anunciantes. Se não houver modificação, e os jogadores radicalizarem, há chance de haver greve.
Fonte: CONVERSA AFIADA 

Para o bem do futebol o monopólio das transmissões de globo tem que acabar.
Como tem que acabar, logo deve acabar.
Se deve acabar medidas precisam ser tomadas de imediato.
Globo vem prejudicando o futebol, ao impor suas vontades e manias, a ponto de transformar as partidas de futebol em um programa de sua grade , sempre às quartas-feiras às 21:50 horas e aos domingos às 17 horas.  Fora desses dias e horários é como se o futebol no Brasil não existisse para a TV globo, mesmo com seus programas medíocres como globo esporte e esporte espetacular, que não passam de babaquices que em nada contribuem para o esporte.
As transmissões de partidas de futebol de diferentes campeonatos deve ser pulverizada em várias emissoras, ao longo de vários dias na semana e em diferentes horários. 
O calendário anual das competições deve destinar todo o mês de dezembro para férias dos jogadores e todo o mês de janeiro para a pré temporada.
O campeonato brasileiro deve ser disputado em sistema de pontos corridos, com turno e returno, com 18 clubes, caindo os três últimos para a série B.
Em paralelo todas as séries devem ser jogadas, B, C, D, E, F, G, H, I, J.... 
O campeonato brasileiro deve ser disputado no primeiro semestre, junto com a Copa do Brasil e a Supercopa do Brasil.
A copa Libertadores de América, a Copa Mercosul,  a Recopa Sul Americana e os campeonatos estaduais devem ser jogados no segundo semestre, após os jogos da Copa Audi e Copa Suruga, na Europa e Japão , respectivamente.
Para que isso a aconteça a CBF tem que trabalhar para mudar o calendário da Conmebol.
Com essa nova distribuição das competições, não teremos o que hoje acontece quando a janela de transferência  de jogadores para a Europa se abre no meio das competições por aqui, alterando times e em consequência as competições.
Com a fórmula proposta acima, as competições nacionais terminarão justo no início da abertura das janelas e, quando iniciadas as competições continentais as janelas já estarão fechadas.
Além disso o campeonato brasileiro com 18 clubes, não apenas reduz em quatro rodadas ( quatro datas) como será mais competitivo e atraente, inclusive na série B.
Com séries de A a J, são 10 divisões  que englobariam 180 clubes que teriam atividade por todo o ano, garantindo o emprego de mais ou menos a metade de todo o pessoal envolvido com o futebol profissional, algo em torno de 18 mil pessoas entre jogadores, técnicos, preparadores físicos, etc... 
A proposta serve como ponto de partida para que , em um futuro próximo todos os profissionais ligados ao futebol tenham o emprego garantido por todo o  ano .
Já que os jogadores acordaram e descobriram sua força que acabem com esse monopólio de globo e promovam mudanças na CBF. 

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Cadê o Pó ?



O Conversa Afiada reproduz artigo de Paulo Nogueira, extraído do Diário do Centro do Mundo:

O estranho caso do helicóptero engavetado



Se você me pergunta qual foi o maior papelão da mídia brasileira em 2013 respondo com meia tonelada de motivos que foi o caso do helicóptero dos Perrelas.

Só no Brasil 500 quilos de cocaína não são notícia.

Na Indonésia, uma senhora britânica de 56 anos foi condenada à morte, por fuzilamento, por ser presa com cinco quilos de cocaína. Cem vezes menos, portanto.

Na mídia de Londres, ela é chamada de “Vovó Inglesa’, por ter netos. Sua defesa ainda luta para transformar a pena de morte em prisão perpétua.

Na Indonésia, como na China, a lei é extraordinariamente severa com o tráfico de drogas em consequência dos traumas sofridos no século 19, quando os britânicos impuseram, na base dos canhões, aos asiáticos o consumo de ópio. Essa página obscena do império britânico passaria à história como as Guerras do Ópio, sobre as quais escrevi algumas vezes no DCM.

Longe de mim sugerir rigor asiático no combate ao tráfico.

Mas, jornalisticamente, 500 quilos de cocaína não são nada? Pelo comportamento da mídia brasileira, não são nada.

Ninguém se esforçou, então, para trazer luz para o escândalo. Ao contrário, todo mundo tentou esconder a notícia, provavelmente para preservar Aécio Neves, amigos dos Perrelas e conhecido festeiro.

Todos sabem o que teria ocorrido caso os donos do helicóptero fossem amigos não de Aécio, mas de Lula, ou Dirceu.

Na ausência de qualquer esforço investigativo, o assunto foi minguando e hoje é quase nada.

O helicóptero foi, simplesmente, engavetado.

No futuro próximo, a internet terá recursos suficientes para bancar investigações que a mídia corporativa não quer fazer. Ou o crowdfunding – o financiamento da comunidade de leitores – ou a publicidade trará dinheiro que hoje é escasso.

Até lá, as pessoas interessadas em jornalismo independente e informação isenta terão que conviver com coisas estapafúrdias como este caso.

Notícia, para a mídia ‘livre’, é aquilo que é favorável a ela ou a seu grupo de amigos e parceiros, e desfavorável para seus desafetos.

Compare a cobertura dada ao helicóptero com a cobertura dada a uma oferta de emprego para Dirceu, e você vai entender o que move a mídia.

Por isso ela é tão desacreditada.

E por ser tão revelador do espírito bipolar das grandes companhias jornalísticas, o caso do helicóptero é o Fracasso do Ano da mídia brasileira.

Fonte: CONVERSA AFIADA 

Impressiona e assusta.
Um helicóptero com 500 kg de cocaína sumiu, escafedeu-se e a velha mídia nada fala sobre o assunto.
Os ocupantes da aeronave, no momento do flagrante, são todos políticos de alta plumagem da região das alterosas.
Torcedores do Cruzeiro,a raposa, enquanto aves coloridas foram mais rápidos   e sumiram com a cocaína. 
Na globo , o pó não é notícia, apesar da quantidade escandalosa.
Tudo para preservar seus aliados políticos, aliados que gostam, e muito , de festas.
Globo que no ano de 2013 teve que ouvir, e ainda ouve, diariamente a pergunta sobre o Darf, inicia 2014 com mais uma pergunta que não quer calar:
Cadê o pó ? 

Decadente e Agonizante

A crise hegemônica em escala mundial

A decadência da hegemonia norte-americana no mundo e o esgotamento do modelo neoliberal são evidentes mas ainda não surgiu uma alternativa em nível global.

por Emir Sader em 01/01/2014 às 14:38



Emir Sader

 Nunca como agora foi verdade a tensão entre um mundo que se esgota mas teima em sobreviver e um mundo novo, com grandes dificuldades para nascer.
Nesse vazio se insere um mundo instável, turbulento e uma ampla disputa hegemônica em escala mundial.
   
A decadência da hegemonia norte-americana no mundo e o esgotamento do modelo neoliberal são evidentes mas, ao mesmo tempo, não surge no horizonte nem uma potência ou um grupo de países que possam exercer a hegemonia mundial no lugar dos EUA.  Nem aparece um modelo que possa disputar com o neoliberalismo a hegemonia em escala economica global. Os governos posneoliberais latinoamerianos não tem ainda força para que seu modelo alternativo possa se impor em escala mundial.
   
 A vitória na guerra fria não significou que a imposição da Pax Americana trouxesse estabilidade ao mundo. Ao contrário, nunca proliferaram tantos conflitos violentos, porque os EUA se valem da sua superioridade militar para tratar de transferir os conflitos para o plano do enfrentamento violento. Foi assim no Afeganistão, no Iraque, na Líbia, sem no entanto ter capacidade para impor estabilidade política sobre os escombros das intervenções militares. Esses países continuam a fazer parte dos epicentros de guerra no mundo.
   
No caso da Siria – e, por extensão, no Irã -, os EUA sequer foram capazes de criar as condições políticas mínimas para novas intervenções militares, tendo que dedicar-se a processos de negociação de paz.

Porém, os EUA seguem sendo a única potência mundial, que articula seu poder econômico, tecnológico, político, militar e cultural, para se impor como país de maior influência no mundo, o único a ter uma estratégia global. Nem a China, nem a enfraquecida UE, nem a América Latina, ou um conjunto de forças articuladas entre si, consegue se opor à hegemonia norteamericana no mundo.
   
A profunda e prolongada crise econômica no centro do capitalismo demonstrou como setores da periferia – na Ásia e na América Latina – conseguiram se defender, sofrendo os efeitos da recessão, mas não entraram nela, como havia acontecido em todas as outras grandes crises no centro do sistema. Porque já existe no mundo certo grau de multilateralismo econômico, que permite que os intercâmbios Sul-Sul, ademais dos realizados pelos processos de integração regional na America do Sul, unidos à enorme expansão do mercado interno de consumo popular, possamos nos defender de cair em recessão. No entanto, as  fortes pressões recessivas não deixam de atingir-nos, demandando que tenhamos respostas integradas para a reativação das nossas economias.

Mas, apesar do desprestígio das políticas neoliberais, responsáveis pela crise no centro do sistema e impotentes, até aqui, para superá-la, o modelo neoliberal continua a ser dominante em grande parte do sistema econômico mundial. As medidas postas em prática pelos governos europeus são de caráter neoliberal, para reagir a uma crise neoliberal, isto é, álcool no fogo.

 Porque o neoliberalismo não é apenas uma política econômica, é um modelo hegemônico, que corresponde à hegemonia do capital financeiro em escala mundial, à do bloco EUA-Grã Bretanha, assim como a um modo de vida (chamada de modo de vida norteamericano) centrado no consumo, na mercantilização da vida e dos shopping-centers. É um ponto de não retorno do capitalismo em escala global, que coloca os limites das propostas de ação as grandes potências políticas e dos grandes organismos internacionais.

Assim, o mundo seguirá vivendo, pelo menos na primeira metade do novo século, um período de turbulências, em que a decadente hegemonia norteamericana se mantêm, embora com crescentes dificuldades. Da mesma forma que a predominância do modelo neoliberal também sobrevive, embora debilitado e condenando a economia mundial a processos de maior concentração de renda, de exclusão de direitos e a contínua recessão econômica.
   
Uma profunda e extensa crise de hegemonia se impõe dessa forma em escala mundial, com persistência dos velhos modelos e dificuldades para afirmar por parte das alternativas.
Fonte: CARTA  MAIOR
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Revoltas 2014: contra governos ou o capitalismo?
 
A mídia, naturalmente, não enxerga. Mas movimentos expressam, no fundo, colapso das relações econômicas e políticas hegemônicas em todo o mundo

Por Paul Mason, no Outras Palavras
(Foto: Reprodução/Outras Palavras)
Foi como uma faixa de CD saltada, ou um vídeo que derrapa de repente para a cena seguinte. Eu filmava uma barricada em Istambul, tentando ficar fora do alcance das bombas de gás disparadas pela polícia, quando uma delas me atingiu na testa. O rombo que ela fez em meu capacete é hoje parte de uma apresentação em PowerPoint, para cursos de treinamento sobre a segurança de jornalistas.
Durante a Ocupação do Gezi Park, gente típica de classe média ergueu barricadas que mantiveram a polícia turca à distância por quatro noites. No interior do parque, organizaram uma versão-maquete da sociedade em que gostariam de viver. Estocaram montes de comida grátis, cantaram e beberam cerveja, em desafio ao governo conservador religioso.
De dia, os gramados abrigavam estudantes fazendo suas tarefas. À noite, as ruas no entorno enchiam-se de jovens mascarados – e os fãs de futebol trocavam flâmulas, para sinalizar uma trégua, no ódio de cem anos entre os clubes de Istambul. Quando perguntava sobre suas profissões, sussuravam: “Arquiteto, despachante de cargas, engenheiro de software”.
Os acontecimentos do Gezi Park marcaram uma virada nas revoltas globais de nosso tempo. Embora não seja oficialmente parte dos BRICS, a Turquia tem a maior parte das características destes – alto crescimento, população jovem, um Estado repressor associado a corrupção e atos arbitrários. Depois de Gezi, não foi surpresa ver um milhão de pessoas nos movimentos de protesto do Brasil. Nem as 17 milhões que participaram das manifestações que derrubaram Mohamed Morsi, no Egito, nem os protestos da Ucrânia, que ainda estão em curso. Estas sociedades foram, supostamente, beneficiárias da globalização. Mas as classes médias sentiram-se batidas. Por isso, agora, o “garoto mascarado que frequenta academia e odeia a corrupção” somou-se ao “diplomado sem futuro”, na lista de arquétipos sociais por meio dos quais procuramos entender a revolta.
Quem lê a última tentativa da revista Economist para entender onde ela vai eclodir em 2014 percebe como é árduo fazê-lo por meio do pensamento convencional. O cálculo tem como parâmetro a suposta presença de alta desigualdade, alta corrupção, crise econômica e colapso de confiança nas instituições. Por isso, a Nigéria (maior economia da África), Egito e Argentina estão no topo da lista de países onde há “risco muito alto” de conflito capaz de ameaçar a ordem política – enquanto Brasil, África do Sul e China figuram abaixo, como locais de “risco alto”. Embora seja um avanço em relação ao pensamento simplório que ligava as revoltas apenas à crise econômica pós-2008, ainda acho que falta algo. Quando alguém me pergunta sobre onde o movimento vai eclodir de novo, respondo: “na mente das pessoas”.
A repressão tornou-se tão intensa, mesmo nas democracias estáveis, que aqueles que se queixam hesitam mais, antes de embarcar em ações que podem resultar em prisão. Não há uma Convenção de Genebra sobre os conflitos contemporâneos entre tropas de choque e manifestantes. Por isso, os sinais de consentimento são, muitas vezes, falsos. O que parece ser ordem social é apenas a epiderme de uma desordem profunda. A China conhece este conceito. Na internet chinesa, fervilha descontentamento, ainda que todos, em público, reverenciem a linha oficial. Mas o mesmo ocorre no mundo “desenvolvido”. No passado, havia poucos motivos para temer movimentos que eram cheios de ideias, mas vazios de ação. Porém, agora vivemos numa economia da informação. As ideias críticas têm materialidade e a repressão parece impulsionar a crítica.
Chelsea Manning e Edward Snowden não são vistos como heróis do povo, na mídia ocidental. Mas no mundo informal, o da conversação online, eles são metáforas sobre “o que acontece”. Desafie a vigilância ilegal do Estado, jogue luzes sobre as atrocidades militares no Iraque e você se tornará candidato ao tipo de tortura mental praticada em Guantánamo. Nestas circunstâncias, as velhas “métricas” – pobreza, desigualdade, colapso da confiança – tornaram-se menos relevantes para prever as revoltas.
Apesar disso, o Grupo Gartner prevê, há alguns meses, que “um movimento do tipo Occupy, em escala maior, vai começar até o final de 2014”. Os analistas do Gartner estão mais próximos da realidade. A tecnologia da informação está reduzindo, “em escala sem precedentes”, a quantidade de trabalho presente nos bens e serviços. A relação entre capital e trabalho dobrou, com a urbanização do Sul global e a mercantilização dos antigos países socialistas. Mas não há uma rota que leve as maiorias a salários altos, ou a estilos de vida associados à prosperidade. Em consequência, prevê o Gartner, por volta de 2020 este cenário levará a “uma exigência de novos modelos econômicos, em muitas sociedades maduras”.
A articulação em redes das sociedades modernas torna imprecisas as previsões de revolta que têm por foco países específicos. Na realidade, há uma entidade política que importa. Hoje, ela é mais desigual do que nunca. Seu modelo econômico central está destruído. O consentimento dos cidadãos, diante de quem os governa, corroeu-se. Esta entidade é o mundo.
Tradução: Antonio Martins
Fonte: REVISTA FÓRUM
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A crise se alastra e vai provocando mais e mais conflitos.
No início, não da crise  e sim da hegemonia neoliberal lá pelo início dos anos da década de 1990, considerando que o neoliberalismo em essência não é uma crise,  tudo era alegria já que a civilização em seu processo modernizante e evolutivo reinava absoluta.
Pessoas , até então militantes de esquerda, abandonavam suas utopias e ideologias e  se resignavam com o prazer, o hedonismo, com sua face que decretava o fim da sociedade e a vitória do indivíduo.
Nunca dantes na história da humanidade se falou tanta besteira como naqueles obscuros anos da década de 1990.
Foi decretado o fim da história, a cultura ganhava forte inclinação para a homogeneização e a arte era apenas puro e escandaloso extravasamento pessoal.
A partir da década de 2000, começava-se a admitir no meio do hedonismo que a história continuava seu curso, que a padronização surgia como uma limitação do próprio ideário neoliberal, pobre em ideologia e conceituação filosófica.
Em contraponto aos crescentes argumentos e movimentos que já emparedavam o neoliberalismo, eis que reaparece de forma avassaladora no mundo  o terrorismo, logo apontado pelos senhores do planeta como uma ameaça aos valores modernizantes e civilizatórios e , assim sendo, deveria ser combatido sem tréguas para que o mundo livre pudesse seguir seu caminho evolutivo e próspero.
O que se seguiu foi mais um festival de asneiras, demonstração de força e um grande festival midiático bélico pirotécnico, onde cidades, cavernas, palácios , pessoas voavam pelos ares como resultado das explosões de bombas  último modelo, ali apresentadas em seu teatro de operações favorito, ao vivo e real, algo de grande potencial para novos negócios de venda de armamentos militares.
Em paralelo, e sempre em nome do combate ao inimigo que não gosta de nossa cultura e de nossos valores, o mundo livre , democrático e próspero, viu e vivenciou atos de extrema violência contra as liberdades individuais, a democracia e a liberdade de expressão . Um retrocesso civilizacional sem precedentes.
" se  não concorda com nossas idéias , então é inimigo" afirmavam os senhores do planeta com amplo apoio da velha mídia ocidental.
Reduziam-se os espaços para o debate, o diálogo, e o arbítrio fundamentalista  cristão ameaçava o mundo.
Encurralada e emparedada, mesmo assim a razão foi ganhando espaço e reestabelecendo as verdades, ainda que somente através das mídias digitais, naquela época , metade  da primeira década do século , já despontando como um novo e poderoso espaço de divulgação de idéias, informações e debates.
Em seguida, aquilo que já demonstrava estar combalido cria um caos no mundo, com a crise financeira que se inciou no final de 2007 e até os dias atuais, com os remédios aplicados, traça um lastro de maldades e violências nos povos mais afetados.
É o retrocesso civilizacional em marcha.
Enquanto isso, aqui pela América Latina, mesmo com o modelo mundial em estado agonizante, o continente não vai mal.
No Brasil, a velha e decadente mídia, que enterrou a história, as ideologias e utopias e a sociedade, hoje discute esquerda e direita e paradoxalmente, ou esquizofrênicamente, necessita da sociedade para ir às ruas, e com isso tentar mudar o quadro político.
Sem mais nenhum argumento que possa sustentar seu ideário, a velha mídia e a oposição apostam na sociedade, justo aquilo que não conseguem mobilizar.
Paradoxalmente, como forma de manter seu ideário e não perder mais terreno, também apostam no individualismo, e até mesmo como estratégia de confronto.
Hoje, o jornal o globo, apresenta em primeira página chamada de matéria em que afirma que o insulto agora é moda, não apenas pela internete. Afirma ainda, que a violência sofrida pelo outro pode ser um motivo de prazer para sociedade, no que é acompanhado pelo portal bol, também de hoje.
Ao valorizar tais comportamentos, globo se refugia e também se agarra no conflito pessoal e na violência como forma de tentar manter um ideário que agoniza.
Na esquizofrênia ou na bipolaridade, na sociedade ou no indivíduo, globo aposta na violência com estratégia de intimidação e chama a sociedade para a barbárie.
Isso significa, que ao longo do ano de eleições globo traça sua estratégia.
No campo da esquerda, a violência é desnecessária, porém, toda e qualquer forma de intimidação ou agressão não será respondida com flores e , se necessário for, com a violência  e até mesmo com mais intensidade.

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Antinho na Globo

.O virtuosismo vocal estéril é o legado do The Voice à música brasileira


Torturam as notas até não sobrar nada delas, ignoram as letras em prol de um exibicionismo obtuso, matam a pauladas a gentileza
Por Kiko Nogueira, no DCM


Sam Alves (Foto: Reprodução/TV Globo)

O programa “The Voice” deixa como legado uma praga sinistra na música brasileira: o oversinging, a exibição de musculatura vocal e virtuosismo estéril que destrói qualquer canção.
Não era uma tradição brasileira. É uma herança bastarda do gospel. É o que já fazem há algum tempo, lá fora, Christina Aguilera, Mary J. Blige, Jessica Simpson, Josh Groban, Beyoncé, a insuportável Céline Dion, entre outros. Torturam as notas até não sobrar nada delas, ignoram as letras em prol de um exibicionismo obtuso, matam a pauladas a gentileza.
O ganhador do karaokê da Globo, Sam Alves, começou sua epopeia esfaqueando a delicada “Hallellujah”, de Leonard Cohen, e terminou gritando alguma outra música. É um retrocesso para o Brasil. João Gilberto e Tom Jobim — e depois seus seguidores Chico Buarque, Caetano Veloso, Gal Costa, Roberto Carlos e outros –, haviam atirado no século 18 o vozeirão de canastrões como Cauby Peixoto, Nelson Gonçalves e Ângela Maria. Perto desse pessoal do The Voice, Cauby, Ângela e Agnaldo Timóteo são silenciosos como a brisa.
Não é agradável. Não é cantar. É gritar mais ou menos no tom. Não que não tenhamos tido intérpretes exagerados. Elis Regina, para ficar num exemplo, era derramada, dramática. Mas nunca em detrimento da canção. Ela estava a serviço dela. Elis se descabela em “Atrás da Porta”, de Chico, mostrando todos os seus dotes, sem abrir mão do que a composição está falando. Você pensa em cortar os pulsos, nem que seja por dois segundos.
O oversinging virou um padrão da indústria. O nível de intoxicação é tão grande que, aparentemente, não há mais o que fazer. A moça que interpreta forró é obrigada a dar cambalhotas vocais. O que esses caras fazem com Tim Maia é uma maldade. Tim, que inventou o soul brasileiro, era econômico com seus vastos recursos vocais. No final de “Gostava Tanto de Você”, ele se solta um pouco mais. É uma aula de contenção e feeling.
A nova histeria musical nacional quer que a melodia original se dane. O que importa é colocar o máximo possível de confetes num bolo até ele perder o gosto. É a globalização da ruindade. O rapaz de Fortaleza canta exatamente como o da Nova Zelândia. E eles vêm em série. É um ciclo vicioso que entope o mercado de vocalistas que berram, sempre a um passo de imolar suas gargantas.
Se você quiser culpar alguém, culpe Whitney Houston. Foi ela quem popularizou a técnica por trás do oversinging, chamada de melisma, a capacidade de emitir várias notas numa sílaba. Aretha Franklin fazia uso  disso antes dela, mas Whitney levou a coisa a um outro patamar. No início dos anos 90, ela estourou com “I Will Always Love You”, em que o “I” durava seis segundos. Fazia estrepolias com o “You”, também. Sem desafinar, faça-se justiça. Na esteira dela, vieram seus clones modernos.
Suas acrobacias eram resultado de treino árduo e, claro, dom. O piro virtuoso de Whitney e seus asseclas é uma espécie de aviso aos autores: “Ok. Vocês bolaram essa harmonia, escreveram essa letra — mas agora a coisa está comigo e eu farei o que eu quiser”. Uma espécie de apropriação indevida, muito lucrativa em alguns casos.
Por trás de cada refrão estuprado por esses Godzillas, há um autor pedindo socorro. Os mortos não têm saída. Os vivos podem achar que vão ganhar dinheiro com isso. O oversinging é uma doença estética que, graças ao The Voice, vai ganhar o país. Como dizia Agnaldo Timóteo, a plenos pulmões: “Ai, ai, mamãe, eu te lembro chinelo na mão, o avental todo sujo de ovo. Se eu pudesse, eu queria começar tudo, mamãe, tudo de novo”.
Fonte: REVISTA FÓRUM
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Esse estilo é de matar. 
Meio gospel aos berros é dose prá leão.
Só podia vir mesmo de globo.
Aliás, a programação da tv globo ainda é a mesma criada por Boni, lá em décadas obscuras.
Naturalmente que a audiência de globo vai envelhecendo, alguns ficam mais burros e outros morrem. 
E assim se faz necessário a renovação para que as audiências se mantenham nos mesmos patamares.
E  isso em globo não aconteceu.
O novo de globo, veio em 2000 com o Big Brother Brasil. 
Cá pra nós, reality show enquanto renovação  é dose.
O  reality show veio já com Boninho, o filho de Boni, no lugar do pai.
Até hoje se discute se a mudança foi uma consequência de dinastia  ou se o menino Boninho teria algum talento como tinha o pai.
Parece que foi mesmo um caso de família.
Além do reality show, Boninho, o filho do pai, lançou essa aberração ou berração do The Voice.
Cabe lembrar que foram apenas as duas "grandes novidades " de globo no período pós Boni.
Ambas foram cópias de programas de outras emissoras, no caso o reality show veio da Holanda e o The Voice dos EUA.
Não houve nenhum processo criativo voltado para a nossa cultura, no tocante as "novidades".
Ambos os programas são excrescências de tv's de outros países.
Não é por acaso que a audiência de tv globo não para de cair.
Ao que parece, o filho do pai é uma anta.     

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Marinho tem razão:
a Globo despenca

O pior é no horário nobre, onde rola mais grana …

Saiu na Folha (*):

Globo e SBT encerram 2013 com pior audiência da história


Globo e SBT não terão saudade de 2013. As duas emissoras registraram no ano que está partindo as piores audiências de sua história.

De 1º de janeiro a 26 de dezembro, a média diária (das 7h à meia-noite) da Globo na Grande São Paulo foi de 14,3 pontos. Em 2012, a rede marcou 14,7 pontos. Cada ponto equivale a 62 mil domicílios na Grande São Paulo.

O SBT está encerrando o ano com 5,3 pontos de média diária, ante 5,6 pontos do mesmo período no ano passado.

Esses são os piores índices já registrados por essas emissoras durante um ano.

(…)

Na faixa nobre (das 18h à meia-noite), onde estão os anunciantes, a Globo caiu de 24,6 pontos (2012) para 23,2 pontos (2013). O SBT passou de 6,7 para 6,5 pontos. A Band foi de 3,7 para 3,5 pontos. A Rede TV! marcou 1,2 ponto neste ano, ante 1,3 em 2012.

Apenas Record e TV Cultura cresceram na faixa nobre. A Record foi de 7,7 para 7,9 pontos, e a Cultura, de 0,9 para 1,4 ponto. 
Fonte: CONVERSA AFIADA
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 Boninho afirma que joga ovos podres em 'vagabundas' 

 No vídeo acima, se ainda estiver disponível no Youtube, representantes –como direi?—da fina flor da sociedade carioca revelam que, da janela de seu apartamento, costumam jogar ovos, água, camisinha, papel higiênico, cigarro, almofada, vassoura, pedra, flores, o que estiver por perto, nos transeuntes e carros. Um deles, o J.B. de Oliveira, o Boninho, diretor do Big Brother Brasil, diz ter jogado ovos podres em “muitas vagabundas em São Paulo”. Ensina que injetando éter nos ovos eles ficam podres em três dias.


A socialite Narcisa Tamborindeguy diz que gosta de atingir as pessoas com comida. Deve ser a contribuição dela para o Fome Zero. João Eduardo, neto de Brizola, é quem faz a entrevistas com os arremessadores.

No momento, o vídeo (dividido em duas partes) é um dos mais assistidos. Hoje, ele andou sumido do YouTube –o site teria deletado-o, e não se sabe por que, considerando que não existe nenhuma medida judicial determinando sua retirada.

A Folha Online lembra que o Youtube e a Globo firmaram recentemente um convênio para a manutenção, no site, de um canal exclusivo à emissora. Suponho que, depois de ter sido deletado, o vídeo foi reenviado por alguém ao YouTube, e que a qualquer momento poderá evaporar-se de novo.

Um porta-voz da Globo disse que a afirmação do Boninho foi “uma brincadeira”. Tá bom. Vou fingir que acredito


sábado, 28 de dezembro de 2013

Um Outro Mundo é Possível

Uma governança global da pior espécie: dos mercadores

A constituição perversa deste império surgiu por causa da falta de uma governança global que se faz cada dia mais urgente para enfrentar problemas globais


Leonardo Boff Arquivo

Anteriormente abordamos o império das grandes corporações que controlam os fluxos econômicos e através deles as demais instâncias da sociedade mundial (ver: O funesto império mundial das corporações). A constituição perversa deste império surgiu por causa da falta de uma governança global que se faz cada dia mais urgente. Há problemas globais como os do paz, da alimentação, da água, das mudanças climáticas, das migrações dos povos e outras que, por serem globais, demandam soluções globais. Esta governança é impedida pelo egoismo e o individualismo das grandes potências.

Uma governança global supõe que cada país renuncie um pouco de sua soberania para criar um espaço coletivo e plural onde as soluções para os problemas globais pudessem ser globalmente atendidos. Mas nenhuma potência quer renunciar uma unha sequer de seu poderio, mesmo agravando-se os problemas particularmente aos ligados aos limites físicos da Terra, capaz de atingir negativamente  a todos através dos eventos extremos.

Diga-se de passagem que vigora uma cegueira lamentável na maioria dos economistas. Em seus debates – tomemos como exemplo o conhecido progrma semanal da Globonews Pinel - onde a economia ocupa um lugar privilegiado. No que pude constatar, não ouvi, nenhum economista incluir em suas análises os limites de suportabilidade do sistema-vida e do sistema-Terra que põe em cheque a reprodução do capital. Prolongam o enfadonho discurso econômico no velho paradigma como se a Terra fosse um baú de  recursos ilimitados e a economia se medisse pelo PIB e fosse um subcapítulo da matemática e da estatística. Falta pensamento. Mal se dão conta de que se não abandonarmos a obsessão do crescimento material ilimitado e em seu lugar não buscarmos a equidade-igualdade social, só pioraremos a situação já ruim.

Queremos abordar um complemento do império perverso das grandes corporações que se revela ainda mais desavergonhado. Trata-se da busca de um Acordo Multilateral de Investimentos. Quase tudo é discutido a portas fechadas. Mas na medida em que é detectado, se retrai, para logo em seguida voltar sob outros nomes. A intenção é criar um livre comércio total e institucionalizado entre os Estados e as grandes corporações. Os termos da questão foram amplamente apresentados por Lori Wallach da diretoria do Public Citizen’s Global Trade Watch no Le Monde Diplomatique Brasil  de novembro de 2013.

Tais corporações visam saciar o seu apetite de acumulação em áreas relativamente pouco atendidas pelos países pobres: infra-estrutura sanitária, seguro-saúde,  escolas professionais, recursos naturais, equipamentos públicos, cultura, direitos autorais e patentes. Os contratos se prevalecem da fragilidade dos Estados e impõem condições leoninas. As corporações, por serem transnacionais, não se sentem submetidas às normas nacionais com respeito à saúde, à proteção ambiental e à legislação fiscal. Quando estimam que por causa de tais limites o lucro futuro esperado não foi alcançado, podem, por processos judiciais, exigir um ressarcimento do Estado (do povo) que pode chegar a bilhões de dólares ou de euros.

Estas corporações consideram a Terra como de ninguém, à semelhança do velho colonialismo e conseguem que os tribunais lhes concedam  direito de adquirir terras, mananciais de águas, lagos e outros bens e seviços da natureza.  Elas, comenta Wallach, “não têm obrigação nenhuma para com os países e podem disparar processos quando e onde lhes convier”(p.5). Exemplo típico e ridículo é o caso do fornecedor  sueco de energia Fattenfall que exige bilhões de euros da Alemanha por sua “virada energética”que prometeu abandonar a energia nuclear  e enquadrar mais severamente as centrais  de carvão. O tema da poluição, da diminuição do aquecimento global e da preservação da biodiversidadae do planeta são letra morta para esses depredadores, em nome do lucro.

A sem-vergonhice comercial chega a tais níveis que os países signatários desse tipo de tratado “se veriam obrigados não só a submeter seus serviços públicos à lógica do mercado  mas tambem a renunciar a qualquer intervenção sobre os prestadores de serviçoss estrangeiros que cobiçam seus mercados”(p.6). O Estado teria uma parcela mínima de manobra em questão de energia, saúde, educação, água e transporte, exatamente os temas mais cobrados nos protestos de junho de 2013 por milhares de manifestantes  no Brasil.

Estes tratados estavam sendo negociados com os USA e o Canadá, com a ALCA  na América Latina e especialmente entre a Comunidade Européia e os USA.

O que revelam estas estratégias? Uma economia que se autonomizou de tal maneira que somente ela conta, anula a soberania dos países, se apropria da Terra como um todo e a tansforma num imenso empório e mesa de negócios.

Tudo vira mercadoria: as pessoas, seus órgãos, a natureza, a cultura, o entretenimento e até a religião e o céu. Nunca se toma em conta a possível reação massiva da sociedade civil que pode, enfurecida e com justiça se rebelar e pôr tudo a perder. Graças a Deus que, envergonhados, mas ainda obstinados, os projetos estão se escondendo atrás de portas fechadas.
Fonte: CARTA MAIOR

Nos protestos de junho passado o povo foi às ruas .
Ficou claro para todos, apesar da velha mídia tentar mudar o foco, que a população não mais aceita que determinados serviços sejam tratados como mercadorias.
A mobilidade urbana ( transporte ), educação, saúde, energia, água e tratamento de esgoto, são temas que a população exige serviços públicos de qualidade e , fora da lógica de mercadorias.
Desde 2001, o Fórum Social Mundial defende esses temas e sugere:
" Um Outro Mundo É Possível"  

Folha Delira com Estado de SP

O debate sobre a retração nas vendas de Natal

publicado em 27 de dezembro de 2013 às 23:47

Acima, manchete de primeira página do Estadão. Abaixo, capa da Folha


Como os jornalões conseguiram estragar um Natal surpreendente

Por Luís Nassif, em seu blog, sugerido pelo Robson Moreno

sex, 27/12/2013 – 08:55 – Atualizado em 27/12/2013 – 11:16

Folha e Estadão esmeraram-se em tratar as vendas de Natal como um fracasso.
Manchete da Folha: “Comércio tem o pior resultado no Natal em 11 anos”.
Manchete do Estadão: “Com crédito contido e juros altos, vendas de Natal decepcionam”.
Ambos os jornais trabalham em cima de dados da Serasa Experian e da Alshop (a associação dos lojistas de shoppings).
Vamos a alguns erros de manchetes e de análises.
1. Erro de manchete: Se em 2013 vendeu-se mais do que em 2012, como considerar que foi o pior resultado  em 11 anos?
2. A Serasa trabalha especificamente com pedidos de informação para crédito. Houve retração no crédito, mas a maior ferramenta de vendas têm sido o parcelamento (em até dez vezes) em cartões de crédito e de loja. Os jornalões trataram os dados da Serasa como se representassem o universo total de vendas.
3. As vendas em shoppings deixam de lado o comércio para classes C e D – justamente as que mais vêm crescendo. Mesmo assim, os jornalões trataram os dados como se representassem o todo.
4. A Alshop (associação dos lojistas) informou que as vendas cresceram 6% no Natal. O problema maior foi o aumento do número de lojas, que fez com que as lojas mais antigas permanecessem com o mesmo faturamento. Ora, o que expressa o mercado são as vendas totais. A distribuição entre lojas novas e antigas é problema setorial, que nada tem a ver com a conjuntura.
5. Os jornalões deixaram de lado o comércio eletrônico – que tem sido o principal competidor das lojas de shopping. Em 2013 os shoppings centers venderam R$ 138 bilhões, 8% a mais do que em 2012. O comércio eletrônico vendeu R$ 23 bilhões, ou 45% a mais do que em 2012. Somando a venda dos dois segmentos, saltou de R$ 151 bi em 2012 para R$ 161 bi em 2013, aumento de expressivos 12%.
6. Os jornais falam em “decepção”, porque a Alhosp esperava crescimento de 10% nas vendas de Natal e conseguiu-se “apenas” 6%. Esperar 10% de crescimento com uma economia rodando a 2% é erro clamoroso de análise. Mas, para os jornalões, o erro está na realidade, que não acompanhou os sonhos.
Se não houvesse essa politização descabida do noticiário econômico, as análises estariam em outra direção: a razão do consumo ainda não ter se acomodado mesmo com dinheiro mais caro, o crédito mais escasso, com a competição de Miami, com o PIB andando de lado etc. E suas implicações sobre as contas externas brasileiras. Estariam questionando também que raios de política monetária é esta, na qual aumenta-se a Selic para supostamente reduzir a demanda agregada, e ela continua crescendo.
Fonte: VI O MUNDO
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Nassif desmascara urubus da mídia



A análise do Nassif, veterano no jornalismo econômico, encaixa-se perfeitamente nos comentários que temos feito por aqui no blog. A campanha midiática para desqualificar um excelente Natal ganhou ares ridículos. Os números foram torturados com uma brutalidade poucas vezes vistas numa imprensa já famosa por sua obsessão para depreciar a economia brasileira.
Fonte: CONVERSA AFIADA e TIJOLAÇO
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Impressiona como essa velha mídia não enxerga a realidade.
Realidade aqui, não se refere as vendas  do natal, pois mentir sobre um bom desempenho para o governo, já é uma rotina na velha imprensa. 
Realidade aqui refere-se ao novo desenho de mídias,que inviabiliza, quase que em tempo real, as mentiras diárias publicadas pela imprensa decadente.
Isso não significa que todas as mentiras da velha mídia não tenham sucesso.
O chamado mensalão, foi uma mentira construída desde o início do julgamento e, como se sabe até agora, foi bem sucedida , pelo menos na prisão de alguns quadros do PT já que o alvo principal era o ex-presidente Lula. 
Outro fato que ajudou a velha mídia no caso do mensalão foi a adesão do STF ao discurso diário  de jornalistas e colunistas , sempre com teses "inequívocas" sobre os supostos culpados.
O campo da justiça e o campo da percepção diária das pessoas, não produzem os mesmos resultados na velha imprensa.
O que as pessoas percebem no dia a dia não pode ser modificado por mentiras grosseiras, como as citadas nos jornais acima.
Sim, mesmo que a população não tenha o conhecimento correto da situação, como apresentado por Nassif, as pessoas foram às compras e os lojistas tiveram bons resultados.
A velha imprensa vive um processo de transformação, para pior, pois assemelha-se, hoje, a um conjunto de panfletos políticos direcionados diariamente aos seus militantes, conscientes e  incautos,ou ambos.
Para o caro e atento leitor que já se acostumou a obter informações nas mídias alternativas, o comportamento da velha mídia chega a ser cômico, se não fosse burro, pois a credibilidade, principal pilar de qualquer mídia jornalística, está sendo corroída e demolida sistematicamente, e o que é pior, pelos seus prorietários.
Os meios de comunicação, sejam jornais , revistas, emissoras de rádio e de TV e mesmo as mídias digitais, constiutem-se em  um poder. 
Por meio deles a população pode ser formatada  de acordo com os interesses envolvidos, e isso acontece, ou pode acontecer, se não houver uma diversidade de mídias que produzam diferentes conteúdos, priorizando este ou aquele olhar, esta ou aquela cultura,  e mesmo a classe em que se está inserido.
Na conjuntura atual do país, a velha imprensa, de grande alcance nacional, reproduz um discurso, uma visão de mundo e um conjunto de valores pertencentes, majoritariamente ,a classe de pessoas endinheiradas. 
Dito isto, uma parcela da classe média sempre será, ao desejo dessa  mídia, um aliado em potencial, "um igual" pronto para colaborar sempre que as circunstâncias assim permitirem. 
Uma vez tendo participado da colaboração, essa mesma parcela da classe média volta a ser rejeitada, colocada em stand by, para ser utilizada quando necessário. Foi assim no golpe de 1964.
Ouro aspecto interessante desse momento que vive a velha mídia , diz respeito a imprensa única, chapa branca, como acontecia nos países do antigo bloco comunista. 
O leitor que é jovem, e são muitos meus leitores jovens, certamente sabe que nos países do antigo bloco comunista não existia imprensa livre. A imprensa, era somente a oficial, do governo, que publicava assuntos de seu interesse e quase sempre voltados para manter elevado o moral da militância e da população. Assim foi o jornal Pravda, da antiga URSS - União das Repúblicas Socialistas Soviéticas .
Esse tipo de imprensa era quase que diariamene questionado e atacado pela imprensa do ocidente, de iniciativa privada e plural. Não apenas a imprensa , como também o comunismo e sua ideologia. O jornal  o globo, do Rio de Janeiro,  no início dos anos da década de 1960, chegou a ser motivo de piada em canção de Juca Chaves, pois tudo que acontecia no país que  não era de agrado de Roberto Marinho,  o globo dizia que era coisa de comunista.
De lá pra cá passaram-se 50 anos, os regimes comunistas do leste europeu desabaram e a imprensa mundial do ocidente, repete, hoje, o mesmo comportamento da imprensa oficial dos antigos regimes comunistas. A diferença é que hoje, em "pela democracia  e liberdades de expressão garantidas para todos " o que se vê é um imprensa chapa branca, onde o patrão não é nenhum governo, e sim o mercado e suas regras Considerando-se que o mercado é limitado no tocante a existência de um lastro ideológico, a velha mídia é cada vez , também , mais estreita e limitada em suas teses em defesa do "patrão", esse ente extra corpóreo  e divino.
Nos países comunistas a proibição a qualquer tipo de imprensa era clara e direta. Hoje, com o véu da democracia e da liberdade, se reproduz a mesma proibição, de forma bem mais violenta, pois tudo se opera no âmbito de uma plutocracia mundial.