quarta-feira, 9 de abril de 2014

Dinheiro grande e futebol pequeno

Via página oficial, Fred faz desabafo contra protestos das organizadas

Em Facebook oficial, atacante reclamou da abordagem sofrida no último sábado após treino nas Laranjeiras

Vasco x Fluminense - Fred (Foto: Bruno de Lima/LANCE!Press)
O manifesto da torcida do Fluminense, no treinamento do último sábado, nas Laranjeiras, repercutiu apenas nesta terça-feira. Por meio de sua página oficial no Facebook, o atacante Fred fez um desabafo, onde diz que pensou até mesmo em deixar o clube. O goleador escreveu que uma tragédia pode estar por vir se o Tricolor não conseguir êxito e eliminar o Horizonte, na quinta-feira, pela Copa do Brasil.
E o desabafo do atacante não foi bem digerido pela maioria dos torcedores. No comentários feitos na postagem, muitos tricolores xingaram o camisa 9 e reclamaram da falta de vontade dele em campo. Porém, nem todos seguiram essa linha, pois houve quem manifestasse todo o apoio ao jogador.


Confira abaixo, na íntegra, a nota postada pelo ídolo da torcida.

"Após o 'recado' dado no último fim de semana - quando um bando de marginais, travestidos de torcedores, foi para a porta das Laranjeiras ameaçar os jogadores do time -, o futebol brasileiro está prestes a viver mais uma tragédia anunciada nesta quinta-feira, caso o Fluminense não elimine o Horizonte pela Copa do Brasil.

Sábado passado, ao sair do meu trabalho, me deparei com cerca de 20 desocupados rodeando meu carro em cima do passeio, praticamente dentro do clube. Os cinco seguranças do time até tentaram conter a fúria desses bandidos… Mas foi em vão! Minha reação, e única defesa, foi acelerar o carro, mesmo correndo o risco de machucar quem estivesse na frente, tendo em vista que começaram a bater no vidro e na lataria do meu veículo. Pra completar, quase provoquei um acidente, pois vinha um caminhão e não vi. Graças a Deus, nada de mais grave aconteceu.

Fui embora indignado, revoltado, pensando se realmente vale a pena tanto esforço e dedicação diários para esse clube que aprendi a respeitar e a gostar. Só no domingo me dei conta de que apenas 20 pessoas (geralmente, as mesmas) estavam matando a minha vontade de dar alegria a milhões de torcedores de verdade, aqueles que vibram com as conquistas e sofrem com as derrotas, mas sem partir pra agressão, pois entendem que nem sempre é possível vencer. Em 2011, vivi uma situação parecida aqui mesmo no Fluminense e, desde então, optei por não aceitar esse tipo de intimidação.

Esse bando de à toa deveria se reunir para protestar contra a falta de segurança pública, educação, saneamento básico, saúde… Ameaçar não trabalhadores e pessoas de bem como eu, mas, sim, os políticos COMPROVADAMENTE corruptos. Eles prestariam um serviço muito maior à sociedade. Mas, em vez disso, surgem do nada às 15h30 de uma quinta-feira - como ocorreu na semana passada - para xingar atletas. Isso quando não conseguem o número do telefone dos jogadores e ficam mandando mensagens com ameaças de morte.

Quantos 'Kevins' ainda terão de pagar com suas próprias vidas? Quantos centros de treinamentos terão de ser invadidos? Mais quantos inocentes terão de ser espancados até a morte? Ou será que somente quando um jogador for espancado alguma providência mais enérgica e eficaz será tomada contra esses bárbaros? Ficam as perguntas. O esvaziamento dos estádios de futebol não pode ser uma mera coincidência. As bandeiras que antes tremulavam nas arquibancadas hoje se transformaram em armas brancas nas mãos desses bandidos.

Quando a imprensa publica tais atos de agressão e vandalismo cometidos pelas organizadas, essas matérias são exibidas entre elas como troféus e, quem os pratica, são tratados como “heróis” internamente. O enfoque deveria ser outro. É preciso questionar os prós e os contras dessas facções, que exploram de maneira ampla a imagem dos times sem pagar royalties; são as principais responsáveis pelas mortes nos dias de jogos e perdas de mandos de campo por seus times; possuem marginais infiltrados; afastam os verdadeiros torcedores dos estádios; e que, por fim, ganham ingressos e até transporte gratuito das diretorias da maioria dos clubes, que insistem em manter uma relação obscura com esse tipo de organização.

Resumindo, na minha opinião, os integrantes de torcidas organizadas não têm direito sequer de reclamar quando o time perde - tendo em vista que nem ingresso eles pagam -, quanto mais de agredir ou intimidar jogadores. Ser membro de torcida organizada no Brasil já virou profissão, meio de vida. Há casos de presidentes de facções que se elegem ou conseguem cargos políticos.

Lutarei com a arma que tenho. Por isso, a partir de hoje, as comemorações dos meus gols não serão mais para as torcidas organizadas. Meus gols serão dedicados exclusivamente aos verdadeiros torcedores do Fluzão, a não ser que a lei seja mais rigorosa ou os responsáveis por essas facções revejam o papel que elas deveriam exercer, que é apoiar o time do coração incondicionalmente, principalmente nos momentos de dificuldade, pois é quando mais precisamos de incentivo.

Fonte : LANCE
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Via nota oficial, torcidas organizadas do Flu 

 

repudiam manifesto de Fred

 

 

Em nota assinada por Torcidas Organizadas do Fluminense FC, torcedores discordam da postura do camisa 9 tricolor


Um dia após o atacante Fred se manifestar contra os recentes atos das torcidas organizadas do Fluminense, que foram até o clube protestar contra os jogadores, as organizadas resolveram responder ao camisa 9 tricolor. Em nota intitulada de 'Somente o que sentimos, justifica o que fazemos', as Torcidas Organizadas do Fluminense repudiam a atitude do centroavante ao questionar o sentimento destes torcedores pelo clube.

Em defesa dos torcedores organizados, a nota diz que o último protesto ocorrido no clube foi feito por associados do clube e não por membros de organizadas.

Confira abaixo, na íntegra, a nota postada pela torcida organizada:

"SOMENTE O QUE SENTIMOS, JUSTIFICA O QUE FAZEMOS”

As Torcidas Organizadas do Fluminense F. C., por meio desta, vêm publicamente manifestar repúdio à nota oficial divulgada pelo funcionário jogador Frederico referente ao protesto realizado no dia 05/04/14. É sabido por todos que as torcidas do FFC apoiam o clube há mais de 40 anos, se fazendo presentes em todos os momentos, sejam eles de alegria, sejam de tristeza.
Por derradeiro, ao longo deste período nenhum jogador proferiu palavras como as que o funcionário jogador Frederico utilizou nesta segunda-feira, 07 de abril de 2014. Adjetivos que desqualificam não apenas o torcedor, mas a torcida como um todo, do tipo: “bando”, “marginais”, “desocupados”, “bandidos”, “a toa”, “bárbaros”, “arma branca” dentre outros, denigrem a imagem de um movimento com milhares de associados e simpatizantes por todo o Brasil, torcedores esses que tem uma parcela significativa de sócios do Clube e que, obviamente, pagam o salário do mesmo. Ao torcedor do Fluminense o jogador tem, sim, a obrigação de vencer o Horizonte e classificar o Fluminense para a próxima fase da competição. O altíssimo investimento feito pelo Clube e sua parceira não condiz com o receio de um jogador que pensa em ser campeão do mundo, tenha de vencer a equipe de Fortaleza.
O discurso de “tragédia anunciada” numa eventual eliminação precoce surge como assombro aos torcedores, que esperam postura de capitão àquele em quem se deposita esperanças de classificação, que chame a responsabilidade e jamais fuja dela.
A atitude nefasta, covarde, vil e desleal tomada pelo funcionário jogador Frederico soa como tentativa de semear a discórdia entre as Torcidas Organizadas e o Clube, ou pior, entre essas e o torcedor de modo geral.
As vaias e cobranças existem no futebol desde que o esporte surgiu e, no Rio, desde a fundação do FFC, em 21-07-1902, ou seja, não é e nunca será privilégio de jogador inepto naquele momento. A melhor resposta às críticas que um jogador pode dar é empenho, dedicação, entrega, dentro e fora de campo, honrando a camisa, a história e, por que não, o salário que, neste caso, é extremamente alto.
Que fique claro que nem o funcionário jogador Frederico nem qualquer outro que vista a camisa do FFC tem o direito de chamar o torcedor do Fluminense de desocupado. Os 20 torcedores que PROTESTAVAM na ocasião são SÓCIOS do Club, que se privaram de seus afazeres normais de um sábado, de seu dia de folga, para protestar pacífica e democraticamente.
Vale frisar que o I. Presidente Peter Siemens saiu da mesma arquibancada que funcionário jogador Frederico agrediu e denigriu em sua nota. Ademais, não custa lembrar que FFC tem extensa lista de exemplo de jogadores que honraram e sempre respeitaram as torcidas, como Preguinho, Telê, Castilho, Romerito, Assis, Washington, Paulo Vítor, Ézio, Marcão, Thiago silva, Cavalieri, Conca, dentre tantos outros. 
A nota divulgada pelo funcionário jogador Frederico acusa os torcedores de terem avariado seu carro, o que se afirma, é mentira! Ademais, se verdade fosse, por que o mesmo não registrou o dano na delegacia? Onde está a avaria no automóvel? As câmeras do Clube e da Rua? A mesma coisa se pode afirmar sobre as “ameaças” que diz ter recebido.
O funcionário jogador Frederico afirma ter a absoluta certeza que em todos os protestos são sempre os mesmos 20 torcedores presentes, subestimando a inteligência e tamanho da nossa torcida. Os mesmos apaixonados torcedores viajam no meio da semana, largando emprego e família, eles não são tratados assim. Agora, quando vão questionar um desempenho pífio e falta de comprometimento, são vistos como “marginais” e “bandidos”. Ora, se quando do abraço ao time e apoio incondicional na ocasião do difícil fim do ano de 2009 e em tantas outras oportunidades que o time precisou da torcida, indaga-se: Por que o jogador Frederico não escreveu nenhum manifesto de agradecimento?
Esta claro que a ele no momento interessa o desiquilíbrio na harmonia da relação clube jogador, jogador torcida, abrindo as portas à outro Clube. Mas para sair não precisa rebaixar o Clube, tampouco criar factoides com fim escuso de lograr algum intento. Basta pedir pra sair, e sair.
No que se comentou em relação ao esvaziamento dos estádios, entende-se que o funcionário jogador Frederico é leigo aos assuntos relacionados ao seu ofício, cabendo-nos esclarecer para que não haja dúvida:
- horários dos jogos;
- segurança publica;
- preços exorbitantes do ingresso e no interior do estádio (ir a um jogo hoje não sai por menos de R$60,00 o que para a maioria dos brasileiros representa boa parte de seu sustento);
- transporte e etc;
- estacionamento;
- falta de uma política de incentivo dos clubes;
- aumento da venda de PPV com conivência dos clubes;
- ausência de verdadeiros ídolos e jogadores comprometidos com a manutenção da grandeza do Clube;
A torcida do fluminense é notadamente uma das mais tranquilas, e qualquer torcedor tem o seu direito de reclamar, Frederico. Iremos comemorar o gol que sair a favor, independente do jogador que for o autor, pois ninguém é maior do que o FLUMINENSE FC. Comemoraremos e vibraremos como fazemos há anos. Em relação ao apoio incondicional, deixamos claro que faremos isso sempre ao FLUMINENSE FC. Entretanto, jogador que nao correr, nao se esforcar e nao estiver focado 100% no nosso clube, infelizmente nao poderemos agraciar com o mesmo apoio.
Queremos o Frederico de outrora, o mesmo que foi um dos pilares do titulo de 2012"

Fonte: Lance
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Itu é grande demais

 

Por Luciano Martins Costa em 14/04/2014 na edição 793
Comentário para o programa radiofônico do Observatório da Imprensa, 14/4/2014

Os jornais de segunda-feira (14/4) destacam a relativa surpresa do futebol no final de semana: o Ituano Futebol Clube venceu o Campeonato Paulista, derrotando o Santos Futebol Clube na disputa de pênaltis. Até o carioca O Globo, cujo interesse futebolístico não costuma passar de Volta Redonda, registrou o feito na primeira página e em reportagem destacada no caderno de Esportes.
A imprensa resistiu à comparação banal com a batalha entre Davi e Golias, com apenas uma referência a esse clichê, no Globo, mas tanto o Globo como a Folha de S.Paulo se referiram a certa mania dos moradores da cidade interiorana, onde tudo é acima das proporções normais: “Itu é grande”, dizem os títulos dos dois jornais.
Nos comentários de especialistas, o ponto central é a vitória do orçamento modesto contra as folhas de salários multimilionárias dos grandes clubes. Mas a vitória do Ituano marca também uma mudança na linguagem do jornalismo esportivo, que nos últimos anos se rendeu aos critérios de grandes investimentos provocados pelas repatriações de atletas que fizeram fortunas no exterior. Esse modelo ainda determina a lógica do futebol brasileiro, mas o resultado da estratégia realista do clube de Itu mostra que há alternativas para conter a elitização do esporte popular.
Um dos exemplos mais escandalosos da inviabilidade do modelo baseado em salários de centenas de milhares de reais é o do atacante Márcio Passos de Albuquerque, conhecido como Emerson Sheik, que está trocando o Corinthians pelo Botafogo. O jogador ficou, com se diz no jargão futebolístico, “sem ambiente” no clube paulista, após o jogo contra o Flamengo, no fim do Campeonato Brasileiro de 2013, quando tomou atitudes de quem jogava pelo adversário.
Também pesou contra ele a acusação de haver contribuído para prejudicar o clima interno da equipe e afastar do elenco o atacante Alexandre Rodrigues da Silva, conhecido como Alexandre Pato, trazido do Milan da Itália por mais de R$ 40 milhões. Pato foi emprestado ao São Paulo Futebol Clube e Emerson está se transferindo provisoriamente para o Botafogo do Rio de Janeiro; e, em ambos os casos, o Corinthians se compromete a pagar metade dos salários, o que implica um custo superior a R$ 6 milhões por ano.

Jornalismo de resultados
Ituano e Corinthians são os extremos dessa desigualdade que pode afastar os torcedores dos estádios, porque o crescimento descontrolado dos custos nos grandes clubes inflaciona os preços de ingressos, mantém a estrutura do futebol dependente de grandes contratos com a emissora de televisão hegemônica, limita a receita publicitária a meia dúzia de grandes anunciantes e contribui para concentrar a renda do futebol.
Até mesmo a violência provocada por delinquentes abrigados nas chamadas torcidas organizadas decorre em parte desse modelo, porque esses grupos organizados são parte do esquema de apoio comprado por dirigentes dos grandes clubes com a oferta de ingressos, transporte e outros incentivos.
A imprensa costuma citar isoladamente alguns aspectos desse modelo, condenando pontualmente a violência e alertando para o problema da desigualdade nos salários, mas de modo geral se deixa contaminar pelo clima de show business que se criou em torno do futebol no Brasil.
A movimentação de jogadores entre o mercado brasileiro e o exterior, principalmente nos negócios com clubes europeus, também rende boas oportunidades profissionais para jornalistas, de modo que se produz um círculo no qual alguns levam vantagem, enquanto a estrutura baseada na paixão futebolística vai cedendo lugar aos interesses financeiros. Não são poucas as suspeitas de enriquecimento de dirigentes de clubes, alguns dos quais são veladamente acusados de ficar com parte dos grandes salários que oferecem às estrelas de suas equipes.
A vitória do Ituano Futebol Clube cria a possibilidade de uma discussão na imprensa sobre os rumos do esporte, no ano em que o Brasil se apresenta como anfitrião da Copa do Mundo. Mas certamente a conversa termina aqui mesmo. Denúncias de superfaturamento em obras dos estádios construídos ou reformados para a Copa ficam apenas na superfície do noticiário.
No futebol, como em outros temas, o jornalismo vive de resultados.

Fonte: OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA
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Globo censura mensagem do Bom Senso FC
A TV Globo ignorou a faixa do Bom Senso FC carregada pelos jogadores do Santos antes do jogo começar. Durante a transmissão, a emissora cortou a câmera apenas para o semblante dos atletas e a torcida presente no estádio. A mensagem do movimento dizia: “Final de campeonato: 1 campeão. 500 clubes sem atividades e 12 mil desempregados”.
Fonte: IG
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E Lula falou


Lula reafirma que Dilma é a candidata e pede Constituinte Exclusiva para Reforma Política

Lula reafirmou que sua candidata é Dilma Rousseff e defendeu a necessidade de uma Constituinte Exclusiva para fazer a Reforma Política no Brasil.


Ricardo Stuckert/Instituto LulaMarco Aurélio Weissheimer



São Paulo - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva rechaçou nesta terça-feira (8) os boatos e especulações sobre uma possível candidatura à presidência da República. Em entrevista coletiva concedida a blogueiros e jornalistas de publicações eletrônicas, Lula fez questão de iniciar a conversa afirmando: “Hoje estou começando um novo momento. Não sou candidato, minha candidata é Dilma Rousseff. Acho que a Dilma tem competência e todas as condições para fazer o Brasil avançar. É um privilégio para o Brasil tê-la como candidata”.
Lula falou sobre sua relação com a presidenta Dilma Rousseff, destacando que não é fácil o papel de ser ex-presidente. “Tem que ter cuidado para não ficar dando palpite no mandato de quem está governando. Às vezes, acho que tem político que não gosta de eleger seu sucessor porque prefere ser oposição. É preciso, ao sair da presidência, saber ser ex-presidente e não ficar dando palpite. Não faltou gente na imprensa querendo fabricar uma briga minha com a Dilma. Acho que os meios de comunicação no Brasil pioraram”.

Durante cerca de três horas, o ex-presidente foi questionado sobre um vasto leque de temas, que envolveram o mensalão, a prisão de José Dirceu, o STF, as denúncias contra a Petrobras, os protestos de junho de 2013, a Copa do Mundo, a mídia brasileira, o PT, os desafios para o futuro e a campanha eleitoral deste ano, entre outros. Lula não evitou nenhum tema e apontou a Reforma Política como a mais importante das reformas e defendeu a convocação de uma Constituinte Exclusiva para a sua realização. Além disso, anunciou que está com todo o fôlego para a campanha eleitoral deste ano:
"O que incomoda demais a eles é que estou vivo e com muita vontade de brigar. E vou brigar pela Dilma. Estou motivado e disposto e não baixar a cabeça. Se você baixa a cabeça, eles colocam uma canga em cima"

A seguir, um resumo das principais declarações do ex-presidente na entrevista:

A situação da economia, reforma agrária e educação

Quantas economias estão crescendo mais que o Brasil hoje no mundo? Tem a China, talvez a Coreia do Sul. Mas no caso da China sempre devemos levar em conta a ausência dos direitos trabalhistas que temos e a ausência de um Congresso com uma oposição atuante também. Estamos há onze anos aumentando a massa salarial e mantendo a inflação num patamar de 5,9%. Qual é o país que tem hoje uma dívida pública de 57% de seu PIB? Há poucos países no mundo hoje que tem os indicadores no Brasil. O mundo está em crise. As regiões que estão crescendo são a América Latina e a África. Há pessoas que, num passado recente, achavam bom o país crescer 2,0% e hoje acham ruim que hoje cresça a 2,9%. Olhando o que a imprensa tem noticiado, às vezes me dá a impressão que o país vai acabar. A economia brasileira está aquém do que gostaríamos, mas vamos ver quem está melhor que nós. Chegamos ao fim de 2013 com um desemprego de apenas 4,3%. A Espanha está com cerca de 20% de desemprego. Outros países da Europa estão com 8% ou 9%.

Falta fazer? Falta, porque estamos muito atrasados. Mas o que fizemos democraticamente em 11 anos há revoluções que não fizeram em muito mais tempo. Em 11 anos de políticas de Reforma Agrária, assentamos agricultores em 48 milhões de hectares de terra. Isso representa 55% de tudo o que foi desapropriado em 500 anos de história do Brasil. Também em 11 anos, na educação, saímos de cerca de 3,5 milhões de estudantes universitários para mais de 7 milhões. Sabemos que ainda há muito a ser feito na educação e é por isso que o dinheiro dos royalties do petróleo será destinado para esta área. O povo quer mais, o povo tem mais demandas e nós temos que atender. A Dilma tem que dizer isso na campanha: como é que vamos melhorar a economia brasileira.

Numa escala de 16 degraus, nós subimos 5 ou 6. O mais importante foi vencer o complexo de vira-latas. Tínhamos uma elite complexada que só achava bonito o que vinha de fora. O Brasil superou esse complexo e precisa ir para a ofensiva.

A situação da saúde: é preciso dinheiro grosso

Não existe forma barata de resolver o problema da saúde no Brasil. É preciso investir dinheiro grosso nesta área. Há quem diga que há problemas de gestão. Pode até haver, mas o principal problema é a falta de recursos. Quando se universaliza um serviço, se inclui uma massa de gente nele e, para manter a qualidade na prestação do serviço, é preciso de dinheiro. Por que é mesmo que acabaram com a CPMF, um imposto sobre 0,38% da movimentação financeira? O objetivo real foi evitar uma maior fiscalização do governo sobre a sonegação fiscal. Mais de 250 bilhões de reais foram retirados da saúde em cinco anos do meu mandato, cerca de 50 bi por ano. Sem dinheiro, o povo mão terá acesso a um tratamento de qualidade.

O Mais Médicos está provando que o Brasil não tem excesso de médicos. Tem excesso de médicos na Avenida Paulista. Mas esse programa não vai resolver o problema central, pois vai gerar a demanda de mais especialistas para dar continuidade aos tratamentos. O que precisamos fazer é credenciar a rede médica de todo o país para atender pelo SUS e melhorar o pagamento do SUS para os médicos. Precisamos também fazer com que todos os governadores cumpram a emenda 29 e dediquem 12% do orçamento para a saúde.

Mas, apesar de todos os problemas, o SUS é motivo de orgulho para o Brasil. Basta comparar com o que existe em outros países, inclusive países desenvolvidos. O problema é que só aparece gosto de 2008coisa ruim na saúde, há muita coisa positiva acontecendo também, milhares de pessoas sendo atendidas todos os dias. Ninguém diz que o governo criou o SAMU. Parece que caiu do céu. Que país distribui a quantidade de medicamentos que nós distribuímos por meio das farmácias populares? Mas nada disso aparece na televisão.

Reforma Política: só com Constituinte Exclusiva

No dia 27 de agosto de 2008 determinei aos então ministros José Múcio e Tarso Genro para quem fossem à Câmara em meu nome e entregassem um projeto de Reforma Política que previa, entre outras propostas, o financiamento público de campanha, o voto em lista partidária fechada, o fim das coligações proporcionais, a fidelidade partidária e a adoção de uma cláusula de barreira para organizar a vida partidária. Infelizmente a proposta não avançou e deve ter acabado em alguma gaveta.

Acho que a principal reforma que o Brasil precisa é a Reforma Política. E estou convencido que esse Congresso não a fará. É muito difícil que as pessoas aceitem mudar o seu próprio status quo. Então, sou favorável a uma Constituinte Exclusiva para fazer a Reforma Política. Não tem outro jeito.

Os protestos de junho e a proposta de uma lei antiterrorismo

“A democracia que queremos construir não significa um pacto de silêncio. É bom que a sociedade se manifeste. Precisamos aprender a lidar com isso. Não vi nenhuma reivindicação absurda nos protestos de junho, com exceção daqueles que pretendem negar a política. Acredito que estamos vivendo um momento rico da democracia brasileira e acho impensável querer proibir alguém de usar máscaras no país do Carnaval. O Brasil não precisa de uma lei antiterrorismo porque aqui não tem terrorismo. A própria sociedade fará um processo de depuração distinguindo quem quer defender uma causa determinada e quem quer só fazer baderna”.

“Em política vale tudo, a única coisa que não podemos fazer é negar a política, pois o que vem depois é pior. Temos aí o caso do Egito para ilustrar isso. Começou como uma revolta popular para derrubar um ditador e acabou retornando a uma ditadura. Somente através do exercício da democracia e da política é que podemos avançar, e isso significa saber conviver com os contrários”.

Regulação da mídia e marco civil da internet

Nós vamos ter que enfrentar esse tema. Não sei se vai ser agora na campanha ou depois. Há seis meses, ninguém acreditava que conseguiríamos aprovar o Marco Civil da Internet. Conseguimos e agora temos que evitar recuos no Senado. Depois de aprovar a neutralidade na rede devemos discutir agora outras formas de neutralidade. Não queremos censurar ninguém. Quem deve fazer isso é o leitor.

Petrobras

Qual o interesse em enfraquecer a Petrobras? Acho que o governo tem que partir para a ofensiva neste tema. Mais uma vez, quando a oposição não tem programa nem propostas para o país, levanta a ideia de fazer uma CPI. O caso da refinaria de Pasadena já está sendo investigado pelo Tribunal de Contas, pelo Ministério Público e por outros órgãos de controle. Estão fazendo o trabalho que sempre fizeram. O PT também tem que ir para cima nesta questão. As pessoas precisam levantar a cabeça e brigar de verdade. Cadê o blog da Petrobras? A capitalização que a Petrobras realizou foi a maior da história do capitalismo mundial.

Mensalão

Espero que o partido tenha aprendido a lição com a CPI do Mensalão. Devia ter feito o debate político e não ficar esperando uma solução jurídica. A imprensa ajudou a construir o resultado desse julgamento. Ainda quero entender como uma CPI que começou com uma fraude de 3 mil reais nos Correios, envolvendo uma pessoa ligada ao PTB, acabou estourando no PT, que pagou um alto preço por isso. A elite nunca foi condescendente com a esquerda, e a esquerda costuma ser condescendente com a direita. Acho que a história do mensalão vai ser recontada. E se eu puder ajudar a recontá-la, farei isso. O tempo vai se encarregar de repor a verdade.

Copa do Mundo: um encontro de civilizações

Eu sei do orgulho que foi a conquista da Copa do Mundo e das Olimpíadas para o Brasil. Houve poucas coisas que emocionaram mais o povo brasileiro do que quando foi anunciada a vitória do Rio de Janeiro para sediar as Olimpíadas. Como transformar isso em uma derrota, em algo ruim para o país. O dinheiro usado para a construção de estádios não é dinheiro do orçamento, não foi desviado da saúde ou da educação para este fim. E temos muitas obras de infraestrutura, como a ampliação e modernização de aeroportos, que ficarão como legado para o país. A Copa do Mundo no Brasil é muito mais do que dinheiro. Ela é um encontro de civilizações em torno do esporte. Querer anular tudo isso é falta de auto-estima. Deus queira que a gente ganhe. Se tiver uma final entre Brasil e Argentina será maravilhoso.

Sobre o PT

“Toda vez que um partido chega ao governo e esse governo dá certo, o partido sofre, pois o governo carrega seus melhores quadros. O PT não pode abrir mão de dizer o que pensa sobre o país e tem que conversar permanentemente com a sociedade. O PT poderia ter se tornado a grande referência para toda a América Latina, mas eu também tenho minha parcela de responsabilidade disso não ter acontecido. Nós temos que pensar e dar mais atenção ao nosso principal patrimônio que é a militância espalhada por todo esse país que trabalha diariamente em defesa daquilo que acredita. É nela que devemos pensar para que façamos as coisas certas e não cometamos erros que possam prejudicá-la”.

Sobre a indicação de Joaquim Barbosa

"Não me arrependo de ter indicado o Joaquim Barbosa. Eu queria um advogado negro na Suprema Corte. De todos os currículos, o dele era o melhor. O comportamento dele é de sua inteira responsabilidade. Precisamos lembrar que o STF também aprovou algumas coisas importantes neste período como a questão das células tronco, a reserva Raposa do Sol e a união civil de pessoas do mesmo sexo".

Sobre a candidatura de Eduardo Campos

“Tenho uma belíssima relação com o Eduardo Campos e sou agradecido pelo que ele contribuiu com o meu governo. Creio que ele também é agradecido pelo o que meu governo fez pelo Estado de Pernambuco. Infelizmente, ele decidiu romper a relação conosco e seguir outro caminho. É uma pena que dá sinais de estar indo mais para a direita do que para a esquerda”.

Denúncias envolvendo André Vargas

“Como deputado e vice-presidente da Câmara, ele tem que explicar seus atos para a sociedade. Espero que ele consiga provar que não há nada além de uma viagem de avião. Porque sempre acaba estourando no PT”.

Fonte: CARTA MAIOR
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3D, homem, Online, entrevista, conceito 
Uma entrevista sobre política, pela internete, em uma terça-feira às 10 horas da manhã, com pouca ou quase nenhuma divulgação e que foi acompanhada por algo em torno de 15 mil pessoas.
Como entrevistadores os principais blogueiros "sujos".
Ninguém da  velha, decadente e golpista mídia.
Em se tratando da velha mídia, Lula saiu com essa:

 - "eu cansei de ver dizerem que aquilo (mensalão) foi a maior história de corrupção que já existiu nesse país. Sem dar os números. Mas depois apareceu uma quantidade de sonegação de impostos que era muito maior que tudo o que se falava. Eu tenho mais idade que vocês, aprendi que a gente não deve ficar nervoso”.



Pode-se compreender, claramente, que o Lula também quer ver o  DARF.
A entrevista teve grande repercussão ontem - nos higiênicos, estéreis e histéricos telejornais - e também hoje em todos os jornais impressos da velha mídia, com direito, inclusive, a manchete principal.
Como é de praxe na velha mídia manipulações, mentiras e omissões ocorreram .



Em uma postagem de VIOMUNDO pode -se ler:

Folha e Globo adulteram fala de Lula sobre CPI da Petrobras, diz assessoria.

O JORNAL DO BRASIL também deu destaque para a campanha  de perseguição política - comandada pela velha mídia - que sofre a Petrobras e o apoio de Lula a excelente candidatura de Lindbergh Farias ao governo do Estado do Rio de Janeiro
Abaixo um excerto da matéria de hoje do JB:

Lula dispara: "Candidatura de Lindbergh é irreversível e ele vai ganhar"

Ex-presidente também afirma que já cumpriu sua tarefa: "Dilma é a melhor para ganhar"

Em entrevista a blogueiros na manhã desta terça-feira (8), no Instituto Lula, em São, Paulo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que não será candidato e que Dilma Rousseff é "disparadamente" a melhor pessoa para ganhar as eleições.  "Eu já cumpri minha tarefa, já me dou por realizado", acrescentou. Lula também comentou a candidatura de Lindbergh Farias (PT) ao governo do Rio: "É pra valer. Já está colocada. É irreversível. Ele está no meio do mandato e não tem nada a perder. Só a ganhar. Ele acha que é o momento dele. Ele é um candidato bom, vai crescer e pode até ganhar."
O Jornal do Brasil  já havia publicado editorial destacando que Lindbergh Farias é o único candidato ao governo do Rio que tem o comprometimento do voto em Dilma e com o próprio Partidos dos Trabalhadores. No texto, o JB também destacou que o desprezo com que coordenadores da campanha para a reeleição de Dilma tratam Lindbergh não tem consistência política.
Lula também comentou as polêmicas envolvendo a Petrobras, destacando que haveria interesses políticos de quem quer criar a CPI no Congresso - gente que "nunca quis criar CPI, para nada". Para Lula, "não adianta comparar" o valor que a empresa tem hoje e durante o governo FHC. "Se ela vale R$ 98 bilhões hoje, ela valia R$ 15 bilhões durante o governo FHC", lembrou Lula. "O que as pessoas não aceitam? Que a gente fez o regime de partilha", acrescentou, sobre o modelo de extração de petróleo adotada para o pré-sal. "E muitos desses queriam privatizar a Petrobras há pouco tempo", lembrou ainda o ex-presidente. 
O Jornal do Brasil também já havia destacado, em editorial, que uma CPI contra a Petrobras teria motivações políticas: "A forma com que está sendo tratado o assunto só serve pra manchar uma das ultimas joias da nação que não foi privatizada", dizia o texto.

Abaixo mais um trecho da entrevista de Lula, agora em um trecho de um artigo de hoje em CONVERSAAFIADA:

Eles não podem deixar o Lula falar

É por isso que o FHC morre de ódio




A entrevista desta terça-feira do Presidente Lula aos blogueiros sujos é a prova provada de que o PiG (*) não pode deixar o homem falar.

Foi a mais importante entrevista que Lula deu, como ex-presidente.

Defendeu a Ley de Medios e lembrou que cabe ao PT assumir a liderança dessa luta.

Condenou o julgamento do mensalão e reconheceu que Dirceu foi vitima dele.

Que não se arrepende de ter indicado Barbosa – era o melhor currículo de um negro.

Foram três horas e meia de entrevista.

Uma entrevista histórica, que pode ser assistida por todo brasileiro.

Nenhum político brasileiro se comunica melhor com o povo.

Nenhum político brasileiro domina melhor a técnica de enxertar números em argumentos – de forma convincente.

Ele é um mestre na arte de “pôr um rosto atrás de cada número”.

“Se você explica uma vez e o cara não entende, o cara é burro. Se você  explica duas vezes e o cara não entende, o cara é burro. Se você explica três vezes e o cara não entende, o burro é você”, disse ele.


No BRASIL DE FATO o destaque para a entrevista foi a reforma política.
Veja o artigo do jornal, hoje  na internete:


Lula defende Constituinte exclusiva para Reforma Política


Reprodução
Em entrevista a blogueiros, o ex-presidente disse, no entanto, estar convencido de que "este Congresso" não fará a reforma; mais de 70 movimentos sociais vêm construindo o Plebiscito Popular desde o ano passado
08/04/2014
Da Redação
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a convocação de uma Assembleia Constituinte exclusiva para fazer a Reforma Política, em entrevista a blogueiros, nesta terça-feira (8), no Instituto Lula, em São Paulo.
No entanto, o ex-presidente disse estar convencido de que "este Congresso" não a fará. Segundo ele, os deputados e senadores que compõem o Congresso Nacional estão acostumados com o sistema político vigente e não vão mudar as regras.
"É muito difícil que a pessoa mude seu status quo. A pessoa foi eleita assim, está acostumada. Nós precisamos da reforma política, que é a principal causa que temos que fazer neste momento", defendeu o ex-presidente.
Desde novembro do ano passado, mais de 70 movimentos sociais e entidades de todo o país constroem o Plebiscito Popular pela convocação de uma Assembleia Constituinte Soberana e Exclusiva para mudanças do sistema político.
O plebiscito será realizado entre 1º e 7 de setembro e terá uma pergunta: Você é a favor de uma constituinte exclusiva e soberana sobre o sistema político?

Ainda hoje na velha mídia, precisamente em globo e folha, colunistas gritam pela volta de Lula.
A respeito dos gritos histéricos, CARTA MAIOR assim se posiciona:

O verdadeiro coro do volta Lula: 
Merval Pereira e Elio Gaspari querem a candidatura de Lula; ou seja, o conservadorismo teme sua liberdade como cabo eleitoral correndo o Brasil em apoio à reeleição de Dilma.

Uma entrevista histórica que, de certa forma, contou com a presença de todos os sites e blogues progressistas.














segunda-feira, 7 de abril de 2014

E olha que...

A pesquisa que sumiu dos jornais

Por Luciano Martins Costa em 07/04/2014 na edição 792
Comentário para o programa radiofônico do Observatório da Imprensa, 7/4/2014
 O leitor e a leitora que costumam ler os jornais nas entrelinhas devem estar estranhando o fato de que, na segunda-feira (7/4), praticamente sumiram das páginas dos diários as análises sobre a mais recente pesquisa Datafolha de intenção de voto. Apenas a própria Folha de S.Paulo dá algum destaque ao assunto, no texto que anuncia uma entrevista do presidente do Partido dos Trabalhadores, Rui Falcão.
Pode parecer estranho, portanto, a quem costuma analisar criticamente a imprensa, que, depois de quase uma semana chamando a atenção para aquilo que deveria ser a hora da virada na política, os jornais tenham simplesmente abandonado o tema, depois de haverem destacado, no domingo, que a pesquisa apontava uma queda de 6 pontos porcentuais na preferência dos brasileiros pela reeleição da presidente Dilma Rousseff.
O que há por trás de tanto desânimo na imprensa com um tema que lhe é sempre muito caro?
Primeiramente, é preciso pontuar que este observador tem sérias restrições a consultas de opinião sobre determinados assuntos feitas por instituto que leva o nome do órgão de comunicação – a simples confusão entre os nomes pode influenciar diretamente na formação da opinião que será colhida. Basta uma questão para colocar areia no ventilador: quantos, entre os consultados pelo instituto, são leitores frequentes da própria Folha, ou seja, têm suas convicções alimentadas pelo jornal? Ou alguém duvida do poder de indução da imprensa?
Estabelecido esse ponto, voltemos à pesquisa propriamente dita e a seus antecedentes. No dia 1º de abril, véspera do início das consultas, a manchete do noticiário econômico da Folha era: “Inflação pode chegar ao pico de 6,72% às vésperas do 1º turno”. Coincidência? Muito improvável.
Nos dias seguintes, os três principais jornais de circulação nacional mantiveram em primeira página o escândalo da Petrobras, e nos dois dias que antecederam o anúncio da pesquisa foram unânimes em profetizar que a vantagem da atual presidente iria cair em função desse noticiário.
E qual foi o mote do Datafolha e da imprensa em geral, no domingo (6/4), ao analisar o resultado da pesquisa? O suposto pessimismo econômico que vem sendo diligentemente alimentado pelos jornais sobre uma base de dados altamente controvertida.
Vazamento de informações
Observe-se que alguns dados da pesquisa, que ainda estava em andamento, já haviam vazado na quarta-feira (2/4), primeiro dia da consulta, quando blogueiros especializados e sites de analistas financeiros começaram a anunciar que a presidente teria perdido grande parte de sua vantagem eleitoral, o que estaria provocando uma forte valorização de ações da Petrobras. Essa informação veio a ser destaque dos jornais no dia 3, quando os pesquisadores ainda estavam em campo.
Portanto, há aqui pelo menos duas questões relevantes a serem analisadas: o Datafolha vazou dados de uma pesquisa em andamento para os editores da Folha? Se as especulações do mercado, que foram veiculadas por sites respeitados entre investidores, não tinham fundamento, por que a Folha não os desmentiu antes de divulgar o resultado oficial? Pelo contrário, a Folha respaldou a ideia de que uma eventual queda na vantagem da presidente teria motivado o mercado, levando à recuperação dos negócios na Bolsa de Valores.
Essas perguntas não terão resposta, mesmo porque, se levada a fundo, a eventual vantagem de investidores, que teriam realizado lucros com ações da Petrobras com base em informação privilegiada, teria que ser investigada. Mais interessante é analisar o resultado da pesquisa em si.
Segundo o Datafolha, o ambiente social no Brasil está dominado “por crescente pessimismo com a economia e forte desejo de mudança”. Essa seria, segundo o instituto, a causa principal da queda das intenções de voto na presidente da República.
O problema é que, no cenário mais provável, tendo os candidatos Aécio Neves e Eduardo Campos como principais adversários, Dilma Rousseff ganharia a eleição no primeiro turno.
Se é verdade que há certo desejo de mudança, ele não se incorpora nos candidatos oposicionistas, mas se projeta, em primeiro lugar, na figura do ex-presidente Lula da Silva, na própria presidente Dilma e na ex-senadora Marina Silva, mas Lula e Marina não são cotados para disputar a Presidência.
O desejo de mudança é saudável, numa sociedade ainda marcada por fortes injustiças e carências. Mas o modelo defendido pela imprensa não parece convencer o eleitor.
Fonte: OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA
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Lula não precisa ser candidato

A Folha reteve por 24 horas o dado capaz de relativizar esmagadoramente a queda de seis pontos nas intenções de votos na presidenta Dilma.

por: Saul Leblon 

Arquivo












Por que o Datafolha não inclui em suas enquetes algumas  perguntas destinadas a decifrar o modelo de desenvolvimento intrínseco à aspiração mudancista majoritária na sociedade brasileira, segundo o próprio Instituo?

Por que o Datafolha não pergunta claramente a esse clamor se ele  inclui em seu escopo de mudanças um retorno às prioridades e políticas vigentes  quando o país era governado pelo PSDB, com a agenda que o dispositivo midiático tenta restaurar com o lubrificante do alarmismo noticioso?

Não se trata de introduzir proselitismo nos questionários de sondagem. É mais transparente  do que parece. E de pertinência jornalística tão óbvia que até espanta que ainda não tenha sido feito.

Por exemplo, por que o Datafolha não promove uma simulação que incluiria Fernando Henrique Cardoso e Lula  como candidatos teóricos e assim avalia as preferências entre os modelos e ênfases de desenvolvimento que eles historicamente encarnam?

Por que  o Datafolha não pergunta claramente ao leitor se prefere a Petrobras  --e o pré-sal, que é disso que se trata, sejamos honestos--  em mãos brasileiras ou fatiada e privatizada?

Por que o Datafolha não investiga quais políticas e decisões estão associadas à preferência pelo petista que há 12 anos está sob  bombardeio ininterrupto da mídia e, ainda assim, conserva 52% das intenções de voto num país seviciado pelo monopólio midiático?

Por que o jornal que é dono da pesquisa  –em mais de um sentido--  não explicita em suas análises  as relações (ostensivas) entre a resistência heroica do recall desfrutado por Lula; o desejo majoritário de mudança na sociedade  e o vexaminoso arrastar dos pés-de-chumbo do conservadorismo, Aécio e Campos?

Por que a Folha reteve por 24 horas o dado capaz de relativizar esmagadoramente o impacto da queda de seis pontos que teria marcado as intenções de votos na presidenta Dilma –mas que ainda assim vence com folga (38%)  seus dois principais oponentes juntos (26% de Aécio e Campos)?

O dado em questão não é singelo.

Só divulgado nesta noite de domingo –sem espaço na manchete e sequer registro na primeira página do diário dos Frias!-- ele tem caibre para dissolver em partículas quânticas tudo  o que foi dito no final de semana sobre a  derrocada do governo  na eleição para 2014.

 Qual seja, a  opinião de Lula -- colheu o Datafolha--  é uma referência positiva de impacto avassalador sobre as urnas de outubro: seu  peso ordena e  hierarquiza  a definição de voto de nada menos que 60% do eleitorado brasileiro.

Seis em cada dez eleitores tem em Lula uma baliza do que farão na cabine eleitoral.

Segundo o Datafolha,  37% deles votariam com certeza em um candidato indicado pelo petista; e 23% talvez referendassem essa mesma  indicação.

Note-se que os estragos que isso deixa pelo caminho não são triviais e de registro adiável.

Se divulgados junto com a pesquisa das intenções de voto, esmagariam, repita-se, o esforço do tipo ‘vamos lá, pessoal’, que os comodoros do conservadorismo tentaram injetar na esquadra de velas esfarrapadas de Campos e Neves.

Vejamos: ao contrário do que acontece com o cabo eleitoral de Dilma,   41% dos eleitores rejeitariam esfericamente um nome apoiado por Marina Silva –Eduardo Campos encontra-se nessa alça de mira contagiosa, ou não?

Já a rejeição a um candidato apoiado por FC é de magníficos  57%.

Colosso. Sim, quase 2/3 do eleitorado, proporção só três pontos inferior à influência exercida por Lula, foge como o diabo da cruz da benção dada pelo ex-presidente tucano a um candidato; apenas 23% cogitariam sufragar um nome apoiado por ele.

Esse, o empolgante futuro reservado ao presidenciável Aécio Neves, ou será que a partir de agora ele imitará seus antecessores de dificuldades e esconderá o personagem que o imaginário brasileiro identifica ao saldo deixado pelo PSDB na economia e na política do país?

O fato é que a  virada anti-petista, ou anti-governista, ou ainda anti-dilmista  que o dispositivo midiático tenta vender –e o fez com notável sofreguidão  neste final de semana, guarda constrangedoramente pouca aderência com a realidade.

Exceto se tomarmos por realidade as redações da emissão conservadora, a zona sul do Rio ou o perímetro compreendido entre os bairros de Higienópolis, Morumbi e Vila Olímpia, em São Paulo,  a disputa é uma pouco mais difícil.

Não significa edulcorar os desafios e gargalos reais enfrentados pelo país.

Mas na esmagadora superfície habitada por 60% da população brasileira o jogo pesado da eleição de 2014 envolve outras referências que não apenas a crispação do noticiário anti-petista em torno desses problemas.

Por certo envolve entender quem é quem e o que propõe cada projeto em disputa na dura transição de ciclo econômico em curso  – e nessa luta ideológica pela conquista  e o esclarecimento de corações e mentes, o governo Dilma e o PT estão em débito com a sociedade.

Sobretudo, o que os dados mais recentes indicam é que a verdadeira disputa de projetos precisa de mais luz e mais desassombro por parte dos alvos midiáticos.

Os institutos de pesquisas, a exemplo do Datafolha,  em grande medida avaliam o alcance do seu eco quase solitário.

Bombardeia-se a Petrobras para em seguida mensurar o estrago que os obuses causaram na resistência adversária. Idem, com o tomate,  a standard & Poor’s, etc., etc., etc.

Ao largo das manchete do Brasil aos cacos, porém,  seis em cada dez brasileiros aguardam o que tem a dizer aqueles que se tornaram uma referencia confiável pelo que fizeram para a construção da democracia social nos últimos anos.

É aí que Lula entra. E o PT deve cuidar para que entre não apenas rememorando o passado, do qual já é uma síntese histórica.

Mas que coloque essa credibilidade a serviço de uma indispensável repactuação política do futuro, contra o roteiro conservador do caos que lubrifica a rendição ao mercadismo.

Dizer que Dilma perdeu seis pontos e retardar a divulgação do que fariam  60% dos eleitores diante de um apelo de Lula, é uma evidência do temor que essa agenda e esse cabo eleitoral causam no palanque de patas moles que a mídia, sofregamente, carrega nas costas.  
Fonte: CARTA MAIOR
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Trombone alvorada weril

Ontem, domingo 6 de abril de 2014, o jornal Folha de SP estampou  como manchete de primeira página os resultados da pesquisa de opinião sobre intenção de votos para presidência da república. 
E olha que foi a manchete principal.
O Brasil deve ser o único país no mundo onde uma pesquisa de intenção de voto para presidência da república, seis meses antes do pleito, é manchete principal em jornal de grande circulação.
E olha que o instituto que fez a pesquisa é do mesmo grupo empresarial do jornal.
Uma pesquisa seis meses antes do pleito seria de grande validade se o eleitorado estivesse totalmente envolvido com as eleições. 
Não é o que acontece por aqui.
Com eleições a cada dois anos, o brasileiro entra na campanha eleitoral somente dois meses antes do pleito.
E olha que esse ano ainda tem uma copa do mundo antes das eleições.
O que se conclui, diante das evidências,  é que a velha mídia vive em uma realidade paralela tentando, de todas as formas, transformar seus desejos em realidade.
E olha que os desejos são inúmeros, como privatizar a Petrobras, criar um apagão de energia elétrica, 'denunciar' ''vergonhosos e abomináveis" esquemas de corrupção somente do PT, criar um clima de pessimismo irreversível e outras coisas mais.
Se não bastasse tudo isso para classificar a tal pesquisa da folha como pouco relevante, o instituto que fez a pesquisa elaborou um calhamaço de perguntas, ao melhor estilo pegadinha vulgar de TV, na tentativa de induzir o entrevistado à um resultado desejado pelo entrevistador.
E olha que eles não param de fazer pesquisas.
A tal pesquisa da Folha  que virou manchete teve o apoio prévio de outros veículos da velha mídia, que dias antes do "trabalho de campo" despejaram em tintas , decibéis e caretas toda sorte  de notícias relacionadas ao fim do mundo ao sul do equador, mais precisamente na terra do cruzeiro , que estaria banhada em  incompetências de hidrocarbonetos.
E olha que agora até os hidrocabonetos do Texas entraram em cena.
O brasileiro viveu nas últimas três semanas a uma tempestade de notícias que, em condições normais de jornalismo e lucidez, certamente deixaria o maior dos otimistas em estado deplorável de depressão, tamanha foi a força do óleo negro e viscoso que se derramou sobre a nação.
E olha que tem muita gente de olho no óleo.

Charge de Adriano Kitaro na Rede Brasil Atual

Que velha mídia seja de oposição aos governos do PT e queira derrotá-los nas próximas  eleições , não são motivos para tamanhos destemperos  e chiliques.
A obsessão compulsiva é um transtorno, que se não tratado adequadamente, inclusive com medicamentos pesados, pode acarretar graves prejuízos ao paciente, em alguns casos levando até mesmo ao óbito.
E olha que no mundo do sucesso o TOC - transtorno obsessivo compulsivo - é uma doença  em crescimento acelerado.
Para encerrar a melhor definição sobre a velha mídia e seus institutos. apresentada no texto de Leblon, em CARTA MAIOR:
"Os institutos de pesquisas, a exemplo do Datafolha,  em grande medida avaliam o alcance do seu eco quase solitário"

Eu já sabia

Telegrama relaciona Roberto Marinho aos bastidores da ditadura


No dia 14 de agosto do 1965, ano seguinte ao golpe, o então embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Lincoln Gordon, enviou a seus superiores um telegrama então classificado como altamente confidencial – agora já aberto a consulta pública. A correspondência narra encontro mantido na embaixada entre Gordon e Roberto Marinho, o então dono das Organizações Globo. A conversa era sobre a sucessão golpista. 


Segundo relato do embaixador, Marinho estava “trabalhando silenciosamente” junto a um grupo composto, entre outras lideranças, pelo general Ernesto Geisel, chefe da Casa Militar; o general Golbery do Couto e Silva, chefe do Serviço Nacional de Informação (SNI); Luis Vianna, chefe da Casa Civil, pela prorrogação ou renovação do mandato do ditador Castelo Branco.

No início de julho de 1965, a pedido do grupo, Roberto Marinho teve um encontro com Castelo para persuadi-lo a prorrogar ou renovar o mandato. O general mostrou-se resistente à ideia, de acordo com Gordon.

No encontro, o dono da Globo também sondou a disposição de trazer o então embaixador em Washington, Juracy Magalhães, para ser ministro da Justiça. Castelo, aceitou a indicação, que acabou acontecendo depois das eleições para governador em outubro. O objetivo era ter Magalhães por perto como alternativa a suceder o ditador, e para endurecer o regime, já que o ministro Milton Campos era considerado dócil demais para a pasta, como descreve o telegrama. De fato, Magalhães foi para a Justiça, apertou a censura aos meios de comunicação e pediu a cabeça de jornalistas de esquerda aos donos de jornais.

No dia 31 de julho do mesmo ano houve um novo encontro. Roberto Marinho explica que, se Castelo Branco restaurasse eleições diretas para sua sucessão, os políticos com mais chances seriam os da oposição. E novamente age para persuadir o general-presidente a prorrogar seu mandato ou reeleger-se sem o risco do voto direto. Marinho disse ter saído satisfeito do encontro, pois o ditador foi mais receptivo. Na conversa, o dono da Globo também disse que o grupo que frequentava defendia um emenda constitucional para permitir a reeleição de Castelo com voto indireto, já que a composição do Congresso não oferecia riscos. Debateu também as pretensões do general Costa e Silva à sucessão.

Lincoln Gordon escreveu ainda ao Departamento de Estado de seu país que o sigilo da fonte era essencial, ou seja, era para manter segredo sobre o interlocutor tanto do embaixador quanto do general: Roberto Marinho. 




Fonte: VERMELHO
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Em cartazes, Federação das Indústrias e Itaú acusados de dar apoio à ditadura militar

publicado em 9 de abril de 2014 às 12:03

Foto Beatriz Macruz
Região da avenida Paulista amanhece com cartazes acusando Fiesp e Itaú de suporte à ditadura
 Por Tatiana Merlino
 “Fiesp financiou a ditadura civil militar”, anuncia, em letras vermelhas, um cartaz colado num poste na Alameda Santos, zona oeste de São Paulo. “O Itaú apoiou a ditadura civil militar”, diz outro cartaz, colado na frente de uma agência do banco, na mesma rua. Postes, muros, lixeiras, pontos de ônibus  e até um posto da Polícia Militar dos bairros Cerqueira César, Jardins e Bela Vista foram forrados na noite desta terça-feira, 8, por centenas de cartazes acusando a  Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) de ter articulado durante a ditadura civil militar (1964-1985) reuniões de empresários que apoiaram financeiramente a repressão a opositores do regime.
“De 1971 a 1978, Geraldo Resende de Mattos, funcionário da Fiesp, visitou até quatro vezes por semana o Dops, um violento centro de tortura e repressão da ditadura”, denuncia o panfleto, assinado pela Frente do Esculacho Popular (FEP), organização formada por militantes de direitos humanos que denunciam a violência do Estado cometida durante a ditadura militar e também no período democrático. A sede da Fiesp está localizada no número 1313 da Avenida Paulista.
Sobre o Itaú, os cartazes dizem: “Os vínculos do Itaú com a ditadura foram tão grandes que um de seus controladores, Olavo Setúbal, foi prefeito nomeado (sem voto popular) de São Paulo, de 1975 a 1979”. No documento, os manifestantes lembram, ainda, que no começo deste ano o Itaú distribuiu uma agenda a seus clientes em que o dia 31 de março, data do golpe militar de 1964 que instaurou uma ditadura no Brasil, é chamado de “aniversário da revolução de 1964”, como os apoiadores da ditadura se referem a esse dia.
A participação de civis, em especial os empresários brasileiros, no golpe militar de 1964 e o apoio financeiro dado durante a ditadura tem sido tratada pelas Comissões da Verdade. A Comissão da Verdade de SP realizou audiências apresentando as relações da Fiesp com a ditadura e mostrando como o empresariado nacional se beneficiou do regime. Em fevereiro deste ano, o coronel reformado do Exército Erimá Pinheiro Mota relatou que a Fiesp subornou o general Amaury Kruel para que ele apoiasse o golpe de Estado de 1964, que derrubou o presidente João Goulart. Ele afirmou à Comissão da Verdade da Câmara Municipal de SP ter presenciado o ex-presidente da Fiesp Raphael de Souza Noschese, na companhia de três homens, chegar a uma reunião com o general com uma mala contendo 1,2 milhão de dólares.
PS do Viomundo: Recentemente, depois de mandar recolher agendas do banco impressas com o 31 de março assinalado como “aniversário da Revolução” de 1964, o banco afirmou em nota: “Em nada reflete o DNA e as crenças do Itaú Unibanco. Lamentamos o desconforto causado. Somos uma instituição financeira que respeita a diversidade de pensamentos e ideias e a democracia”.
Foto Caio Castor
Fonte: VIOMUNDO
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O telegrama é de julho de 1965, quando Marinho articulava a permanência de Castelo na presidência.
Na foto abaixo, Marinho, de braços dados com Figueiredo, provavelmente no ínício dos anos da década de 1980.
Sempre ao lado ditadura .
Globo apoiou o golpe de 1964, articulou a permanência dos militares no poder impedindo eleições livres- como consta no telegrama -  se beneficiou com a ditadura, é bem provável que tenha ajudado a formar os centros de tortura, tentou manipular e impedir a vitória de Brizola nas eleições de 1982 para o governo do estado do Rio de Janeiro, tentou esconder da população o movimento popular que pedia eleições diretas em 1984, sequestrou o governo de transição de Sarney e na primeira eleição após o processo de redemocratização do país manipulou informações na tentativa - bem sucedida - de evitar a vitória de Lula em 1989.
Na década de 1990 apoiou os governos de privataria de FHC.
Morreu em 2003, mas seu legado anti-democrático e golpista continua vivo e atuante nas organizações globo, apesar da declaração recente de globo de que o apoio ao golpe de 1964 foi um erro.


 

sábado, 5 de abril de 2014

Vegetarianismo. Um caminho saudável

Vegetarianos são menos saudáveis e mais depressivos, diz estudo

  • Pessoas que não comem carne têm mais chance de desenvolver câncer, alergias e depressão, segundo pesquisa controversa
  • Críticos do trabalho veem ligação com indústria da carne



Pesquisa sugere que vegetarianos têm mais problemas de saúde do que carnívoros StockPhoto
GRAZ - Eles fumam menos, bebem menos, fazem mais exercício e têm alimentação com baixo consumo de gordura saturada e colesterol. Mesmo assim, os vegetarianos são menos saudáveis do que aqueles que comem carne. Pelo menos é o que sugere uma pesquisa controversa da Universidade de Medicina de Graz, na Áustria.
Fonte: O GLOBO 
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Trombone alvorada weril


Como a cada dia mais e mais pessoas pelo mundo adotam o vegetarianismo , as indústrias de produtos de origem animal passam a dizer que o vegetarianismo não é saudável.

Como mais e mais pessoas , principalmente no Brasil mas em todo o mundo, passaram a consumir o açaí em substituição aos sorvetes industrializados, logo surgiram notícias que o açaí pode causar doença de chagas nas pessoas pois o fruto não passa por um processo de limpeza higiênico.

Como mais e mais pessoas estão abandonado os maléficos refrigerantes, substituindo-os pelos sucos de frutas naturais,  água de coco e o caldo de cana , a indústria de refrigerantes informa que frutas in natura podem conter micróbios perigosíssimos. 

Como o consumo de frutas naturais tem aumentado, um médico, em programa na Record News, afirmava categoricamente que colocar as frutas em fruteiras sobre a  mesa, como ocorre em todo o mundo, não é saudável e pode contaminar  e estragar os alimentos.

Uma nutricionista, em programa no SBT, ou Record, não me lembro com precisão, afirmou categoricamente que as pessoas são obrigadas a comprar e consumir suplementos alimentares, principalmente as vitamina C industrializadas, já que, ainda segundo a alucinada nutricionista, é impossível se ter uma avaliação correta de quanto se ingere por dia em vitamina C consumindo apenas frutas naturais. Não deu para notar se a nutricionista portava algum crachá de laboratório farmacêutico.

Um médico, com uma desenvoltura típica de experientes profissionais de programas de auditório de TV, em um programa de Record News, alertava de forma veemente aos telespectadores sobre os riscos de se adquirir produtos no varejo, em uma referência ao crescente hábito das pessoas em comprar produtos que não sejam industrializados, como grãos, cereais, frutas e outros . Também não foi possível verificar se o médico portava algum crachá de alguma indústria alimentícia.

Os exemplos acima  pude constatar, ao longo dos últimos dois anos, apenas navegando pelas emissoras de TV. 
Existem outros mais , muitos mais, em que a orientação é claramente em favor de produtos industrializados  e de medicamentos. 
Os suplementos alimentares dominam a propaganda, que é feita de forma dissimulada, por médicos e profissionais da área de saúde em programas de TV que se apresentam com o propósito de 'informar' sobre a saúde e hábitos saudáveis das pessoas.
Da mesma forma, é comum ver e ouvir em programas como Brasil Urgente, da TV Bandeirantes , ou em outros com DNA similar, que os ciclistas são os principais responsáveis pelos acidentes em que estão envolvidos. em uma defesa a cultura do  automóvel e das  montadoras de veículos.
Algo similar ao culpar as mulheres pelo fato de serem estupradas em função de suas beleza e sensualidade.
Na lógica dominante dos meios de comunicação, principalmente e majoritariamente a velha mídia , sempre os interesses das corporações estarão em primeiro lugar, independente se são ou nocivos a saúde humana e a qualidade de vida.
Sobre o vegetarianismo, cabe ressaltar que a Índia talvez seja o país que mais valoriza esse hábito e é muito comum encontrar entre indianos os maiores  e mais valorizados cientistas. Muitos cientistas indianos, inclusive, já foram laureados com o prêmio Nobel.
A matéria de o globo, única mídia a publicar e dar visibilidade ao 'estudo' da universidade austríaca, afirma que muitas pessoas criticaram o estudo e atribuem ao mesmo interesses das indústrias de produtos de origem animal.
Cabe ressaltar que globo é ami$í$$ima da Friboi e da Seara.