segunda-feira, 10 de julho de 2017

Mais um

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Mais uma vez um torcedor é morto em briga nos estádios de futebol. Um tiro no peito, local onde abriga sua paixão pelo Vasco da Gama, tirou sua vida. Aconteceu no sábado, no estádio do Vasco da Gama, ao final da partida contra o adversário Flamengo.Tem se tornado uma triste rotina, banalizada, assim como a violência nas grandes cidades, no cinema, na teledramaturgia, nos programas das emissoras de TV e de rádio. Em nome de brincadeiras e paixões, a violência explode, mutila e mata. Na realidade dos avessos, alegria e amor se expressam através de tristeza e ódio, apesar das aparências dos atores dessa dantesca cena nacional. Naturalmente, como sempre acontece, o assunto está na pauta da imprensa esportiva e no noticiário geral, no entanto, tudo com uma grande lacuna de esportividade e coerência. As baterias midiáticas se voltaram imediatamente para o controverso dirigente do Vasco da Gama, acusado de já por muitos anos de acirrar a rivalidade entre os times do Rio de Janeiro, especialmente entre Flamengo e Vasco da Gama. De fato, isso também é verdade, pois a verdade tem outros tantos elementos. A mesma imprensa que o acusa também é co-responsável pela situação de violência nos estádios de futebol. Com emissoras de rádio, jornais e emissoras de TV, alucinados em busca de míseros e salvadores índices de audiência e venda de jornais, faz-se de tudo. Os programas esportivos na grande mídia, de uma maneira geral, em pouco diferem das discussões apaixonadas e violentas entre torcedores de clubes, a ponto de um programa esportivo da hora do almoço na TV aberta ter sido punido pelo Ministério Público por incitar a violência entre torcidas. Se isso fosse pouco, a espanholização em curso do futebol brasileiro, pretendendo transformar apenas dois times em principais protagonistas de todas as competições - caso de Flamengo e Corinthians - já domina corações e mentes de grande parte dos torcedores, motivo a mais para a insatisfação com o estado arte do futebol brasileiro. "Coincidentemente", Corinthians e Flamengo, já disputados 1/3 do campeonato brasileiro, ocupam a primeira e segunda colação na tabela de classificação. O dirigente do Vasco da Gama, talvez seja punido pelo conflito do último sábado no bairro imperial de São Cristóvão. Parece que vivemos em um passado distante de navegadores, imperadores e bárbaros midiáticos. A corte que punirá, CBF, contribui junto com veículos da grande mídia pela falta de transparência em contratos e acordos sobre a comercialização dos campeonatos, assim como os favorecidos, privilegiam apenas os clubes com as duas maiores torcidas do país.

No sábado, dia do conflito, inúmeros torcedores ameaçaram veículos da imprensa acusando-os de fazer um tipo de jornalismo manco, capenga, direcionado aos interesses das duas maiores torcidas. Ou se passa a limpo a organização do futebol no país, democratizando-o, ou em se mantendo a situação atual mais e mais bandeiras de clubes de futebol cobrirão corpos sem paixão, sem coração, sem vida.


No passado, as torcidas organizadas do Rio de Janeiro quando seus times saiam na frente do placar, gritavam:
'mais um, mais um, mais um'.

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