segunda-feira, 10 de novembro de 2014

O reacionário de direita não gosta de imprensa

Folha abre primeira fissura na blindagem de Cunha

9 de novembro de 2014 | 14:59 Autor: Miguel do Rosário
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Conforme havíamos previsto, será muito difícil a imprensa manter a blindagem de Eduardo Cunha, candidato a presidente da Câmara dos Deputados.
O presidente do Congresso é o terceiro nome da sucessão presidencial. Se Dilma morrer (toc, toc, toc), assume Michel Temer. Se os dois morrerem, assume o presidente do Câmara.
Então é impossível que não se discuta, a fundo, o passado de quem será o novo presidente do Congresso.
Henrique Alves e Renan Calheiros atravessaram um verdadeiro calvário midiático antes de se afirmarem como presidentes da Câmara e do Senado, respectivamente.
Ambos são lobistas da mídia, sendo que Alves é dono da concessão da Globo em seu estado, então isso naturalmente ajudou a atravessarem a fase mais difícil, e se consolidarem.
Cunha tenta se blindar fazendo juras de amor à mídia, prometendo que vai “engavetar” qualquer regulação do setor.
Não será suficiente. Se a imprensa corporativa o blindar, ficará exposta demais.
Hoje, a Folha abriu a primeira fissura na blindagem de Cunha. Publicou matéria lembrando que o deputado já moveu mais de 50 ações contra a imprensa.
A nota vem meio escondida na parte inferior da página A11, mas já é um começo.
A matéria revela que, Cunha não é, exatamente, nenhum amigo da liberdade de imprensa.
O tipo de postura de Cunha é particularmente odiosa nas redes sociais e blogs. Porque a mídia até consegue suportar esse tipo de assédio judicial, por ser rica, mas ele é sempre profundamente antidemocrático em se tratando de uma figura pública, e lesa sobretudo veículos pequenos e independentes.
O certo é que haja regulação da mídia, para haver direito de resposta imediato, evitando a indústria de calúnias.
A indústria de processos contra jornalistas, porém, apenas beneficia os poderosos, tanto os da política quanto os da mídia, porque somente ambos tem recursos ilimitados para pagar advogados.
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Na Folha.
Peemedebista moveu mais de 50 ações contra a imprensa
De 51 casos localizados, ele perdeu 28 e ganhou três; os outros estão tramitando ou não têm resultado identificável
AGUIRRE TALENTO
FERNANDA ODILLA
DE BRASÍLIA
Favorito para presidir a Câmara no próximo ano, o líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), já moveu mais de 50 processos contra veículos de comunicação e jornalistas, em ações cíveis e criminais.
A Folha localizou 51 ações dele contra veículos de comunicação ou jornalistas na Justiça do Rio, de São Paulo e do Distrito Federal. O levantamento considerou processos abertos a partir de 2005.
Desses, ele perdeu 28 em primeira e segunda instâncias e ganhou três. Os demais ainda estão tramitando ou não foi possível identificar a atual fase dos processos.
A reportagem não localizou processos contra a Folha.
Em geral, Cunha contesta reportagens que relatam sua atuação política para emplacar aliados em cargos e favorecer o PMDB ou que o relacionam a escândalos.
Cunha está em seu quarto mandato consecutivo como deputado. Sua atuação já resultou em duros embates com o governo petista.
Jornalistas e veículos do Rio são os que contabilizam maior número de processos.
“O Globo” foi condenado, em primeira instância, a pagar R$ 5.000 por danos morais por ter escrito que Cunha tinha “folha corrida” inadequada para ajudar na elaboração de normas das licitações da Copa e das Olimpíadas.
À Justiça, o deputado alegou que o veículo publicou material “calunioso e difamatório contra a honra”.
O jornal sustentou que o assunto tratado era de interesse público e que as informações foram extraídas de investigações existentes. Há um recurso em segunda instância, sem julgamento. O “Globo”, contudo, foi absolvido em outros processos.
Numa das derrotas, a Justiça determinou que Cunha pagasse custas e honorários no valor de R$ 4.650 ao jornal “O Estado de S. Paulo”, depois que o periódico publicou que ele fez “chantagem” ao exigir –e conseguir– a presidência de Furnas para um aliado em troca da conclusão do relatório da CPMF, o imposto do cheque que acabou derrubado no Congresso.
Cunha disse que foi alvo de “nota agressiva”. A defesa do jornal negou intenção de ofendê-lo e disse que o termo “chantagem” foi usado “no sentido claro de pressão política'”. O Tribunal de Justiça do Rio confirmou esse entendimento do periódico.
À Folha, Cunha afirmou que aciona a Justiça somente quando se sente atacado ou não teve espaço para se defender. “Eu não entro contra crítica, entro contra a agressão, a calúnia, a injúria”, disse.
Fonte: TIJOLAÇO
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Diz-me quem te banca e dir-te-ei quem és


Cunha vai passar no teste das redes sociais ?


Sugestão do amigo navegante Genival
Numa c colona global:

MEIO MILHÃO









Foi de R$ 500 mil o óbulo que o banco BTG Pactual, 


de André Esteves, deu para a campanha


de Eduardo Cunha.


Fonte: CONVERSA AFIADA
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Esse é Eduardo Cunha, que não tolera a liberdade de expressão e de imprensa.

Já declarou que é contrário a regulação econômica da mídia.

Ao que tudo indica, foi financiado por banqueiros em sua campanha eleitoral.

Disse ainda que representa a sociedade brasileira.

Talvez esteja se referindo a sociedade dos banqueiros.

Também foi contrário a criação dos Conselhos Populares, desejo da sociedade em ter uma participação ativa e aprofundar o processo democrático.

Eduardo Cunha não pode, em hipótese alguma, presidir a Câmara dos Deputados no próximo governo de Dilma.

Seguindo revezamento natural na Câmara, a presidência deve ficar com o PT.

Cabe também informar ao governo que o ciclo inciado em 2002, com a Carta aos Brasileiros, se encerrou e que uma nova etapa à esquerda deve se inciar.

Na Espanha, os partidos  de centro esquerda e centro direita que se revezam no poder, chegaram ao ponto de rejeição, fazendo com que o Podemos, partido que se originou nas manifestações de 2011 apareça como o líder nas pesquisas de intenção de votos para as eleições do próximo ano naquele país.

O mesmo acontece na Grécia, com o partido de esquerda despontando na frente.

Na França, a extrema direita de Marine Le Pen aparece na liderança das pesquisas para as eleições de 2017. Tanto o centro de esquerda ou  de  direita, estão sendo rejeitados.

O que se vê é uma rejeição ao modelo neoliberal, gerando opções a esquerda ou a direita.

Engana-se quem afirmou que os movimentos Indignados e Occupy de 2010 e 2011 foram inócuos.

Engana-se quem acredita que  o foco principal para as mudanças seja apenas o surrado discurso de corrupção, que aliás sempre existiu independente de governos trabalhistas.

Mesmo nos  EUA, não será surpresa se nas eleições de 2016 aparecer um candidato descolado do Partido  único  ( Democratas + Republicanos ) que venha a ganhar algum destaque, ou mesmo uma votação expressiva ainda sem vencer as eleições.

Aqui no Brasil, nas eleições deste ano, a tendência também se manifestou, não em Marina Silva, como muitos afirmaram, mas à esquerda em Luciana Genro do PSol e na extrema direita reacionária que chegou ao ridículo extremo de pedir intervenção militar.

O mundo parece que está acordando para o fracasso das políticas neoliberais e teremos novidade no front nos próximos anos.

Assim sendo, e como vencedor das eleições deste ano, o PT tem a obrigação de iniciar um novo ciclo que esteja em sintonia com o recado das ruas nas manifestações de junho de 2013 e, para isso, não pode permitir que o retrocesso  - tão bem representado pela figura de Eduardo Cunha - ganhe musculatura e inviabilize o avanço do processo democrático e civilizacional do país.

As reformas tem que ser feitas, doe a quem doer. 

Cabe ainda ao novo governo Dilma , buscar costurar uma ampla aliança com os partidos de esquerda de maneira a formar uma base de esquerda no congresso nacional.

Leia abaixo o artigo sobre a Espanha:


O partido espanhol de esquerda “Podemos” tornou-se um novo fenômeno na Europa


Postado em 10 nov 2014

Pablo Iglesias, o líder do Podemos
Pablo Iglesias, o líder do Podemos
Publicado no Página 12. 
A indignação que empurrou milhares de cidadãos espanhóis, em 2011, a ocupar as praças de todo o país, agora, poderia também chegar ao poder, caso as eleições fossem amanhã. Os resultados da pesquisa de intenção de voto, publicada pelo jornal El País, no domingo, colocam Podemos à frente das forças políticas majoritárias na Espanha desde o início da democracia, o Partido Popular (PP) e o Socialista (PSOE). E quem são os membros do Podemos?
Muitos daqueles indignados que reivindicavam uma mudança urgente no modelo político, social e econômico do país. A formação liderada por Pablo Iglesias chegou como uma enxurrada sacudindo um tabuleiro eleitoral no qual há décadas jogam os mesmos. Já em maio – quando ganharam cinco cadeiras no Parlamento europeu, com apenas quatro meses de vida –, não restaram dúvidas de que Podemos surgia com força. O que não estava tão claro, no entanto, era se esse êxito se sustentaria no tempo ou seria apenas o lampejo de alguns fogos de artifício, fruto da combustão entre o cansaço das pessoas e o indiscutível carisma do porta-voz do grupo.
Para surpresa de todos (inclusive, dos líderes e militantes do Podemos), as primeiras pesquisas realizadas sobre a intenção de voto dos espanhóis para as próximas eleições – as regionais e municipais são daqui a sete meses, e as nacionais daqui a um ano – confirmam que não apenas o êxito da incipiente formação não foi efêmero, como também poderia conduzi-la até o mesmíssimo Palácio de Governo. Segundo a pesquisa do instituto Metroscopia para o jornal El País, Podemos seria o mais votado, com 27% dos votos, alcançando 1,5 ponto de vantagem em relação ao PSOE e 7 acima do PP, que cairia até atingir os 20,7% do apoio eleitoral.
Diante de semelhante estrondo, os fundadores do Podemos reagiram, primeiramente, com prudência. Na opinião de Iñigo Errejón, promotor do movimento e membro da equipe de Pablo Iglesias, os resultados da pesquisa refletem uma mudança de ciclo que, de qualquer modo, “é preciso olhar com muito cuidado”. No Podemos são conscientes de que o cenário e a percepção cidadã podem oscilar daqui a um ano – quando vier as eleições gerais –, mas, de qualquer modo, Errejón acredita que não há retorno. “Estamos no limiar de duas épocas. Estamos em um momento tão grave que todas as vezes nos perguntamos em que novo capítulo de podridão nos encontramos”, aponta este pesquisador da Universidade Complutense de Madri.
“A podridão” a qual faz referência Iñigo Errejón, e que nestas últimas semanas voltou a transbordar as sujeiras políticas espanholas, é provavelmente um dos fatores que provocaram a exponencial escalada do Podemos nas pesquisas. Depois que vieram à luz novos escândalos de corrupção, que envolvem diretamente altos cargos do PP, do PSOE e, inclusive, da Esquerda Unida, Errejónsustenta que o clima generalizado é o de “uma sensação de mudança em que o velho não dará mais si”. A Espanha se encontra “em um tempo político de decomposição”, afirma aquele que é uma das cabeças visíveis do novo partido.
Enquanto o “antigo regime” parece cair, as novas formas de fazer políticas estão em pleno processo de definição. O partido de Pablo Iglesias acaba de decidir sua estrutura e sua estratégia em um processo de votação aberto para todos os cidadãos. A assembleia – que ocorreu em meados de outubro, em Madri – deu largada a um processo de decisão coletiva que, no dia 15 de novembro, terá como resultado os nomes definitivos de sua candidatura às eleições presidenciais. O eurodeputado Pablo Iglesias (de 35 anos) é, no momento, o favorito e quem monopoliza, com seu look boêmio e seu discurso impecável, os programas de televisão de máxima audiência e as capas de todos os jornais, há meses.
Recentemente, em entrevista com Jordi Evole - um dos jornalistas mais reconhecidos na Espanha por sua audácia e a profundidade de suas investigações -, Iglesias afirmou que a presidência do governo é o seu objetivo. “Caso não vença as próximas eleições gerais, vou da mesma forma”, antecipou o professor de Ciências Políticas na Universidade Complutense de Madri. Iglesias confessou no programa que não é partidário de que Podemos concorra às eleições municipais, por “estratégia e prudência, já que – sustenta – no momento em que minimamente ficarmos parecidos com a casta, estaremos mortos”, explicou, dando como exemplo um eventual escândalo que possa ocorrer com um vereador que concorrer sob a marca Podemos. “Agora, nos não podemos permitir” ressaltou.
Com o nome de “a casta”, Iglesias impactou fundo na população, já que esse apelativo que usa para designar a classe política e econômica que governa a Espanha, com opacidade e imobilismo, permite que tome distância e se autoproclame “do outro lado”. Em seu discurso, Iglesias repete incansavelmente que “estão diante de uma oportunidade histórica para mudar o país” e confessa ser muito consciente das causas do êxito do Podemos. “Somos o resultado de um desastre generalizado – disse o líder da formação no programa Salvados, do canal La Sexta -. Os pais de Podemos são o PP e o PSOE”.
Entre as medidas propostas, as mais ressonantes – tanto para criticá-las como para defendê-las – são as destinadas a frear a política de austeridade que o governo de Mariano Rajoy leva adiante, desde que se desencadeou a crise. A adoção de uma renda mínima para todas as pessoas ou adiar a aposentadoria aos 60 anos, para que, desta forma, permita-se que os jovens possam ter acesso ao mercado de trabalho, são algumas das iniciativas que Iglesias inclui em seu programa eleitoral.
Também abriu a porta para “nacionalizar, expropriar ou confiscar as empresas que o governo entender que são chaves para garantir o bem-estar dos cidadãos, diante do que as capas dos principais meios de informação econômica, como o jornal Expansión, bradaram aos céus. “O receituário econômico da formação de Pablo Iglesias colidiria com a Constituição, suporia aumentar de forma abismal o gasto público, espantaria os investidores e fecharia o acesso aos mercados internacionais. Também multiplicaria a evasão de capitais diante da maior pressão fiscal”, expressou o jornalista especializado Ricardo T. Lucas.
Iglesias justifica sua postura em que “a propriedade privada deve estar subordinada ao interesse social” e reconhece que são medidas que encontrarão reticências em determinados setores, mas, mesmo assim, sua mensagem para as empresas é clara: “Se para vocês os cidadãos não importam merda alguma, eu direi, direto, o que não importa merda alguma são vocês para mim”, advertiu o dirigente em sua última intervenção à imprensa.

Fonte: Diário do Centro do Mundo

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