quinta-feira, 27 de julho de 2017

Ecologia Espiritual

Ecologia Espiritual



Ecologia Espiritual

A Antiga e Mística Ordem Rosae Crucis, AMORC esteve, ao longo da história, atenta, sensível e atuante nas sociedades onde participou, como uma Organização místico-filosófica em busca do bem-estar das pessoas e das nações. No início do século XVII o velho mundo atravessava um momento muito peculiar marcado por guerras religiosas, doenças, explorações marítimas, o Renascimento em curso permeado de Humanismo e o advento de uma nova forma de fazer ciência.

Os recém descobrimentos da pólvora, da bússola, do tipo para impressão moldavam um cenário que ainda tinha muito do que chamamos de medieval. No início da idade moderna havia um aspecto que exercia uma influência fundamental no progresso e desdobramento de todos os outros que viriam a seguir, e que os Rosacruzes da época, notadamente Francis Bacon, René Descartes, John Dee e Johann Valentim Andreae se empenharam para alterar: o paradigma religioso centrado em um modelo construído desde o século V da nossa era, a partir da queda do Império Romano. Baseado na sociedade feudal esse modo de vida se acentuou nos séculos seguintes fundamentado em valores anacrônicos cuja ética paternalista viria a ser tão bem criticada por Max Weber no século XIX, em sua célebre obra “A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo”.

Havia a necessidade de mudança e de se lançar um novo olhar para o mundo e a sociedade. Neste momento, importante para o lado ocidental do planeta com intervalos breves os Rosacruzes anunciaram a sua volta através de três Manifestos – o Fama Fraternitatis, o Confessio Fraternitatis e o Bodas Alquímicas de Christian Rosenkreuz.

Eles representaram para muitos uma luz no final do túnel, sendo chamados por alguns historiadores como verdadeiras tábuas para náufragos. Esses Rosacruzes se empenharam em alterar o status quo vigente através de um conjunto de medidas e ações que historicamente foi denominado de Movimento Rosacruz. O intento foi vitorioso na medida em que as tábulas de Bacon, o método cartesiano, a humanização da arte, o advento de um novo paradigma científico, o Iluminismo e até o Positivismo surgiram em decorrência deste Movimento.

Hoje, os Rosacruzes se ocupam em perpetuar esta milenar Tradição e se empenham em torná-la o mais conhecida possível a um número cada vez maior de homens e mulheres de boa vontade. Entretanto, tal qual os Rosacruzes do Século XVII há um aspecto que não quer calar e que tem sido uma preocupação constante desde a edição do mais novo Manifesto Rosacruz, o IV Manifesto – chamado mui apropriadamente de Positio Fraternitatis Rosae Crucis, editado no 1º dia do Terceiro Milênio. Trata-se da questão ambiental.

A saúde do planeta vem recebendo uma atenção muito especial por parte do nosso Imperator e Presidente da Suprema Grande Loja, Frater Christian Bernard que tem defendido um posicionamento ético em relação ao meio ambiente, visando a preservação e a conscientização dos nossos membros e até mesmo da sociedade em geral.

Como um Manifesto contemporâneo a favor do meio ambiente e suas imbricações, os Rosacruzes têm, através do seu presidente mundial, uma posição clara na manutenção do bem estar das pessoas, povos e nações. Esta posição foi resumida num convite para uma tomada de consciência, séria, ética, responsável e mística sobre a Terra e à humanidade. Ela está resumida no documento que ele mesmo denominou “Exortação Rosacruz para uma Ecologia Espiritual”.

Este documento, mais do que lido e meditado deve ser praticado através de pequenas e grandes ações que certamente no futuro poderão fazer muita diferença para o nosso mundo.

Convidamos a ler e praticar o convite do nosso Imperator para uma nova Consciência a nosso respeito e de nossa relação com a Mãe-Terra.

Assista ao vídeo sobre o Pronunciamento Imperator Frater Christian Bernard no Senado Federal:
https://youtu.be/VqB_YlqEr4M
       Fonte: AMORC - Ordem Rosacruz
F      

De fato e de direito

Orientação da CIA para o Chile em 1973: 
criar o caos, ‘fazer a economia gritar”; promover o descrédito na mídia e multiplicar protestos de rua


Fonte: CARTA MAIOR
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Globo e Cia: Unidos contra o Brasil

Por Renata Mielli, no site Mídia Ninja:

Aldir Blanc e Maurício Tapajós compuseram a música Querelas do Brasil, em 1978. A canção, imortalizada na voz de Elis Regina, denuncia a colonização predatória dos Estados Unidos, que saqueia as riquezas naturais do nosso país, impõe um padrão de consumo e comportamento totalmente em desacordo com a cultura nacional e as condições sócio-econômicas da maioria esmagadora da população, tudo com o aval e patrocínio da elite do país.

Aliás, o único elo de ligação entre essa elite e o Brasil é o fato dela ter nascido em território brasileiro. De resto, ela nada tem de nacional: não tem projeto político e econômico para o desenvolvimento do país; acorda, almoça, janta e dorme sonhando ser norte-americana e quer transformar o Brasil no quintal ou anexo dos Estados Unidos. Para isso, vale tudo!

A começar pela venda, aluguel ou doação de tudo o que tenha a marca verde, amarela, azul e branca para o Tio Sam e seus sócios.

Nos governos dos ex-presidente Lula e Dilma, o balcão de vendas nacional estava em baixa. A onda de privatizações foi reduzida drasticamente, políticas de proteção para o conteúdo nacional foram criadas e priorizadas, a valorização das empresas nacionais no cenário internacional cresceu, o Brasil entrou no mapa econômico como potência e buscando protagonismo. Que ousadia. O Tio Sam, seus sócios internacionais e seus fiéis escudeiros nacionais não gostaram muito disso.

E veio o golpe, e o governo Temeroso deu um basta nessa ousadia, e recolocou as coisas em seus lugares históricos: o Brasil voltou a se subordinar aos interesses geopolíticos e econômicos do Tio Trump, acabou com políticas de valorização da indústria nacional, de Ciência e Tecnologia, e ressuscitou temas que pareciam já enterrados sob sete palmos de terra, como a venda de terras para estrangeiros, que, pela vontade do senhor que ocupa o Palácio do Planalto, não deve ter limites.

Se alguém quiser, pode comprar tudo. O Brasil está literalmente à venda.

Mas o que isso tudo tem a ver com comunicação e mídia? Tudo. Afinal, quem faz a propaganda indecorosa deste desgoverno temerário são os grandes meios de comunicação. Mesmo os que agora, aparentemente, torcem o nariz para o Temer, como a Globo.

Podem não gostar dele, mas defendem ardorosamente a agenda política que ele foi escalado para aplicar. Não escolheram o Temer. Afinal, Michel é o anti-garoto-propaganda. Ele não têm élan, diria a minha avó se estivesse assistindo essa novela de quinta categoria que é encenada no Brasil.

Mas, com ou sem química para o papel, ele está lá e não quer saber de sair. Outros atores poderiam cair bem melhor no personagem do golpe. O problema é que há regras que não podem ser totalmente ignoradas pelos pretensos roteiristas do golpe, senão a coisa fica escancarada demais. Eles querem limpar o golpe, vesti-lo com uma máscara e roupas mais palatáveis – principalmente para os espectadores internacionais.

Se dependesse única e exclusivamente da Globo, eles trocariam o protagonista imediatamente por um Dória, ou Luciano Huck, mas essa alternativa tem que esperar um pouco.

Enquanto isso, o que importa é a agenda. Ou como dizem por aí: o que importa é o que interessa. Então vamos ao que interessa:

1) A Reforma Trabalhista – check. Já conseguiram aprovar e seus efeitos logo começarão a ser sentidos na pele de milhões de trabalhadores.

2) A Reforma da Previdência – aguardando. Os canhões da mídia hegemônica estão praticamente todos voltados para este tema. Sem a aprovação desta Reforma não é possível “sanear” as contas públicas. Um verdadeiro arsenal de economistas ultra-neoliberais está escalado para falar diuturnamente dos males que a nação está vivendo por culpa da Previdência Social. Seja na televisão, no rádio, nos jornais e revistas, o monstro da previdência está sendo desenhado cada vez mais feio. Eles já perceberam que o tema é para lá de espinhoso, porque não tem praticamente nenhum apoio da sociedade. Diferente da reforma trabalhista que era mais difusa, mais fácil de se “vender”. Então, é preciso ir além. O discurso agora é defender uma reforma da previdência muito mais severa do que a proposta pelo governo, para tentar aprovar algo mais próximo do que está em tramitação. Ou seja, usar a tática do “a gente pede 100 para ganhar 50.”

3) Privatização das estatais – mode on. Na campanha presidencial de 2006, o tema das privatizações voltou forte, mas daquela vez negativamente. Um tema que sempre ocupou lugar privilegiado nas campanhas do PSDB, como agenda de modernização do Estado e da economia, as privatizações foram o pesado da campanha tucana. A tal ponto que, no segundo turno, Alckmin teve que usar boné do Banco do Brasil e uma jaqueta cheia de adesivos das estatais brasileiras. Agora, com a satanização de tudo que é nacional e público promovido pelo discurso da corrupção e da Lava Jato – difundido e amplificado pela Globo e Cia – a agenda da venda das empresas estatais volta com força.

4) Redução do Estado – em andamento. O Estado não vive só de estatais – ele existe pelas estruturas diretas do Executivo, do Legislativo e do Judiciário, que também estão na alça de mira das metralhadores da mídia hegemônica. Esse tema surgiu com força na última semana pelo Plano de Demissão Voluntária dos Servidores Públicos anunciado por Temer. Compareceu com destaque e ênfase em edições do Jornal Nacional dos últimos dias relacionado com a privatização, o estado paquidérmico, o rombo da previdência e a gastança “desnecessária” com pessoal na esfera dos três poderes.

Esses assuntos não “deram apenas no Jornal Nacional”. Eles polarizaram praticamente toda a cobertura jornalística da semana, de todos os veículos. Se há elementos de discordâncias e interesses distintos que dividem pontualmente as elites – inclusive seus porta-vozes midiáticos – há uma coisa que os unifica a todos: o que interessa.

A unidade em torno da agenda econômica é total. E eles repetem seus pontos incansavelmente, usando o pêndulo da hipnose em massa que é a mídia: vocês estão ficando cansados, muito cansados, cansados do estado, dos governos, da política, da corrupção, das instituições, cansados de tudo. Só quem pode lhes devolver o ânimo é o mercado, as empresas privadas.

O problema é que Globo e Cia estão subestimando a capacidade de luta e resistência do povo brasileiro, que mais cedo ou mais tarde vai perceber que foi enganado e não vai deixar isso barato.

Posso estar sendo otimista, talvez, mas acho que o caldo do golpe vai começar a entornar já já. E vai entornar quando a livre negociação entre trabalhador e patrão virar luta livre, quando os salários despencarem pela precarização, quando os regimes de trabalho se aproximarem cada vez mais da semi-escravidão, se aprovarem as mudanças que na prática acabarão com o direito à aposentadoria, se retalharem o Estado e reduzirem ao mínimo os serviços públicos, quando os impactos do congelamento de gastos com Saúde e Educação começarem a ser percebidos, quando tudo isso começar a gerar impacto direto na vida das pessoas.

Se é verdade que o Brazil do golpe está matando o Brasil, por outro lado, é preciso estarmos atentos, porque esse Brazil não conhece o Brasil cantado pelo Gonzaguinha, que é o Brasil de uma “rapaziada que segue em frente e segura o rojão”.

E aí, pode ser que sobre inclusive para a Globo. Quem sabe eles ainda vão ganhar um PDV ou uma aposentadoria compulsória.

Postado por Altamiro Borges às 13:04

Fonte: Blog do Miro
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A mesma receita, os mesmos atores, o golpe

Antes, no passado, com tanques

Hoje, no presente, com togas

Antes, Operação Condor

Hoje, Operação Mercado

Do caos, espera-se que a população entre em choque

Em choque, justificam-se medidas mais impopulares

Com a população inerte, apenas o MST age de forma coerente.

Se políticos foram flagrados em esquemas ilegais e milionários, ao conhecimento de toda população, e mesmo assim não foram sequer detidos, a justiça vem das ruas, do campo, especificamente, ao invadir terras e propriedades de todos aqueles flagrados e ...livres.

Justo, aos olhos do que é justo

Ilegal, aos olhos daqueles que repetem o receituário

Criar o caos é ilegal aos olhos dos justos, porém, válido, aos olhos daqueles que se interessam pelo caos.

De fato e de direito são flexibilizados ao interesse dos interesses maiores de uma oligarquia anacrônica, 1% da população brasileira.

A necessidade da terra para o trabalho, produção de alimentos e sustento de famílias, deve começar pela ocupação das terras dos corruptos, que, certamente, adquiriram tais propriedades, com o meu, com o seu dinheiro.

Justo, de fato, no entanto, ilegal de direito.

Direito nem tão direito, justo ignorado pela novilíngua midiática.

Do caos sempre emerge uma nova ordem, definida pelas forças mais relevantes na disputa.

De que lado você está, caro leitor ?


Querelas do Brasil

O Brazil não conhece o Brasil
O Brasil nunca foi ao Brazil
Tapir, jabuti, liana, alamandra, alialaúde
Piau, ururau, aqui, ataúde
Piá, carioca, porecramecrã
Jobim akarore Jobim-açu
Oh, oh, oh

Pererê, câmara, tororó, olererê
Piriri, ratatá, karatê, olará

O Brazil não merece o Brasil
O Brazil ta matando o Brasil
Jereba, saci, caandrades
Cunhãs, ariranha, aranha
Sertões, Guimarães, bachianas, águas
E Marionaíma, ariraribóia,
Na aura das mãos de Jobim-açu
Oh, oh, oh

Jererê, sarará, cururu, olerê
Blablablá, bafafá, sururu, olará

Do Brasil, SoS ao Brasil
Do Brasil, SoS ao Brasil
Do Brasil, SoS ao Brasil

Tinhorão, urutu, sucuri
O Jobim, sabiá, bem-te-vi
Cabuçu, Cordovil, Cachambi, olerê
Madureira, Olaria e Bangu, Olará
Cascadura, Água Santa, Acari, Olerê
Ipanema e Nova Iguaçu, Olará

Do Brasil, SoS ao Brasil
Do Brasil, SoS ao Brasi



sem título



Quelé

Clementina de Jesus – 30 anos de saudade

Por Alberto Buaiz Leite - 26/07/2017



“Lá vem Clementina/Que a todos fascina/Que canta e encanta/Os momentos felizes/Lá vem Clementina/Que mostra, que ensina/A cultura e suas raízes” Com estes versos, os compositores Tiburcio, Antero e João Banana homenagearam, com um belo samba de enredo, cantado em 1982, no desfile da S.R.E.S. Lins Imperial, a cantora Clementina de Jesus. Homenagem merecida para uma cantora que, ao longo de sua trajetória artística, mostrou o que há de mais autêntico na música brasileira.

Quelé, como era conhecida, nasceu em 07 de fevereiro de 1901, em Valença (RJ), reduto de jongueiros, e cresceu ouvindo sua mãe cantar, enquanto lavava roupa na beira do rio. Assim, aprendeu vários pontos de Candomblé, jongos e cantos de trabalho que, mais tarde, seriam incorporados ao seu repertório e gravados em seus discos. Aos 8 anos, veio com a família, morar na cidade do Rio de Janeiro, no bairro de Oswaldo Cruz. Com mais idade, passou a freqüentar a Portela e conheceu alguns bambas como Paulo da Portela e Heitor dos Prazeres. Já gostava de cantar e Heitor a convidou para ensaiar suas pastoras.

Em 1940, casou-se com o mangueirense Albino Pé Grande e foi morar no morro da Mangueira. Trabalhou como lavadeira ou empregada doméstica, durante longos anos, mas o canto sempre esteve no seu caminho. Mais tarde mudou-se para o Engenho Novo e foi nesta época que iniciou sua carreira artística. Em 1963, conheceu Hermínio Bello de Carvalho que, fascinado pela sua voz, consolidou seu ofício de cantora. Sua primeira apresentação oficial ocorreu, em 1964, ao lado de Turibio Santos, no Teatro Jovem, no Rio de Janeiro, num espetáculo dirigido por Hermínio.
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No ano seguinte, protagonizou o espetáculo “Rosa de Ouro”, ao lado de Araci Cortes, Paulinho da Viola, Anescarzinho do Salgueiro, Elton Medeiros, Jair do Cavaquinho e Nelson Sargento. Também dirigido por Hermínio, o musical foi apresentado, com grande sucesso, no Rio e em São Paulo e rendeu a gravação de dois LPs, lançados pela Odeon.
Após o “Rosa de Ouro” sua carreira tomou impulso, com a gravação de seu primeiro disco solo “Clementina de Jesus”, lançado pela Odeon, em 1966. Neste mesmo ano, ao lado de Elizeth Cardoso, Paulinho da Viola, Elton Medeiros e outros artistas, representou o Brasil no Festival de Arte Negra em Dakar, Senegal. Segundo Elton “a Clementina nunca foi tão aplaudida, no Brasil, como foi em Dakar. Ela teve que voltar ao palco cinco vezes. Os africanos entenderam melhor a Clementina do que os brasileiros.” Seu sucesso continuou nas décadas de 1970 e 1980. Apesar de ter sofrido um derrame em 1973, recuperou-se e prosseguiu sua trajetória artística.

Sua discografia inclui vários álbuns solos e outros coletivos. Vale destacar o disco “Canto dos Escravos”, lançado pela Eldorado em 1982, onde interpreta, ao lado de Tia Doca da Portela e Geraldo Filme, os vissungos, que são cantos de trabalho dos escravos benguelas, da região das minas, no Brasil. Este álbum mostra, definitivamente, a ligação da cantora com a cultura africana. Com certeza, nenhuma cantora brasileira representou tão bem a africanidade na música brasileira, como ela o fez.

Sua despedida deu-se no ano de 1987. Em maio, nossa Quelé fez sua última apresentação, no Teatro Carlos Gomes e, em 19 de julho, outro derrame causou sua morte. Deixou uma herança musical grandiosa que os verdadeiros conhecedores e defensores de nossa música saberão respeitar e preservar.

Fonte: Facebook de Alberto Buaiz Leite
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quarta-feira, 26 de julho de 2017

Plim Plim

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Plim Plim

As ferramentas diminuíram o esfôrço do Homem
O auto falante amplificou sua voz
O telescópio aumentou sua visão
Os automóveis aceleraram seus passos
A internet e as redes sociais minimizaram a saudade
A televisão embotou todos


Beau-Rivage @bogomiller
@valor_economico 

Imagina a Globo no século XIX: Abolição pode causar alta no preço do café e baixa nas exportações.

Fonte: CARTA MAIOR

Conhecimento livre



“Nós não temos o direito de compartilhar nosso conhecimento só quem pode pagar”


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Caio Machado, fundador do projeto que levou atendimento à comunidades indígenas e ribeirinhas em Rondônia.

Fonte: Blog da Luciana Oliveira

Capitalismo Totalitário

O programa secreto do capitalismo totalitário

POR GEORGE MONBIOT– ON 25/07/2017




Como Charles Koch e outros bilionários financiaram, nas sombras, um projeto político que implica devastar o serviço público e o bem comum, para estabelecer a “liberdade total” do 1% mais rico


Por George Monbiot | Tradução: Antonio Martins

É o capítulo que faltava, uma chave para entender a política dos últimos cinquenta anos. Ler o novo livro de Nancy MacLean,Democracy in Chains: the deep history of the radical right’s stealth plan for America [“Democracia Aprisionada: a história profunda do plano oculto da direita para a América] é enxergar o que antes permanecia invisível.

O trabalho da professora de História começou por acidente. Em 2013, ela deparou-se com uma casa de madeira abandonada no campus da Universidade George Mason, em Virgínia (EUA). O lugar estava repleto com os arquivos desorganizados de um homem que havia morrido naquele ano, e cujo nome é provavelmente pouco familiar a você: James McGill Buchanan. Ela conta que a primeira coisa que despertou sua atenção foi uma pilha de cartas confidenciais relativas a milhões de dólares transferidos para a universidade pelo bilionário Charles Koch1.

Suas descobertas naquela casa de horrores revelam como Buchanan desenvolveu, em colaboração com magnatas e os institutos fundados por eles, um programa oculto para suprimir a democracia em favor dos muito ricos. Tal programa está agora redefinindo a política, e não apenas nos Estados Unidos.

Buchanan foi fortemente influenciado pelo neoliberalismo de Friedrich Hayek e Ludwig von Mises e pelo supremacismo de proprietários de John C Carlhoun. Este último argumentava, na primeira metade do século XIX, que a liberdade consiste no direito absoluto de usar a propriedade – inclusive os escravos – segundo o desejo de cada um. Qualquer instituição que limitasse este direito era, para ele, um agente de opressão, que oprime homens proprietários em nome das massas desqualificadas.

James Buchanan reuniu estas influências para criar o que chamou de “teoria da escolha pública. Argumentou que uma sociedade não poderia ser considerada livre exceto se cada cidadão tivesse o direito de vetar suas decisões. Queria dizer que ninguém deveria ser tributado contra sua vontade. Mas os ricos, dizia ele, estavam sendo explorados por gente que usa o voto para reivindicar o dinheiro que outros ganharam, por meio de impostos involuntários usados para assegurar o gasto e o bem-estar social. Permitir que os trabalhadores formassem sindicatos e estabelecer tributos progressivos eram, sempre segundo sua teoria, formas de “legislação diferencial e discriminatória” sobre os proprietários do capital.

Qualquer conflito entre o que ele chamava de “liberdade” (permitir aos ricos fazer o que quiserem) e a democracia deveria ser resolvido em favor da “liberdade”. Em seu livro The Limits of Liberty [“Os limites da liberdade”], ele frisou que “o despotismo pode ser ser a única alternativa para a estrutura política que temos”. O despotismo em defesa da liberdade…

Ele prescrevia o que chamou de uma “revolução constitucional”: criar barreiras irrevogáveis para reduzir a escolha democrática. Patrocinado durante toda sua vida por fundações riquíssimas, bilionários e corporações, ele desenvolveu uma noção teórica sobre o que esta revolução constitucional seria e uma estratégia para implementá-la.

Ele descreveu como as tentativas de superar a segregação racial no sistema escolar do sul dos Estados Unidos poderiam ser frustradas com o estabelecimento de uma rede de escolas privadas, patrocinadas pelo Estado. Foi ele quem primeiro propôs a privatização das universidades e cobrança de mensalidades sem nenhum subsídio estatal: seu propósito original era esmagar o ativismo estudantil. Ele recomendou a privatização da Seguridade Social e de muitas outras ações do Estado. Queria romper os laços entre os cidadãos e o governo e demolir a confiança nas instituições públicas. Ele queria, em síntese, salvar o capitalismo da democracia.

Em 1980, pôde colocar este programa em prática. Foi chamado ao Chile, onde ajudou a ditadura Pinochet a escrever uma nova Constituição – a qual, em parte devido aos dispositivos que Buchanan propôs, tornou-se quase impossível de revogar. Em meio às torturas e assassinados, ele aconselhou o governo a ampliar seus programas de privatazação, austeridade, restrição monetária, desregulamentação e destruição dos sindicatos: um pacote que ajudou a produzir o colapso econômico de 1982.

Nada disso perturbou a Academia Sueca que, por meio de Assar Lindbeck, um devoto na Universidade de Estocolomo, conferiu a James Buchanan o Nobel de Economia de 1986. Foi uma das diversas decisões que tornaram duvidosa a honraria.

Mas seu poder realmente intensificou-se quando Charles Koch, hoje o sétimo homem mais rico nos EUA, dicidiu que Buchanan tinha a chave para a transformação que desejava. Para Koch, mesmo ideólogos neoliberais como Milton Friedman e Alan Greenspan eram vendidos, já que tentavam aperfeiçoar a eficiência dos governos, ao invés de destruí-los de uma vez. Buchanan era o realmente radical.

Nancy MacLean afirma que Charles Koch despejou milhões de dólares no trabalho de Buchanan na Universidade George Mason, cujos departamentos de Direito e Economia parecem muito mais thinktanks corporativos que instituições acadêmicas. Ele encarregou o economista de selecionar o “quadro” revolucionário que implementaria seu programa (Murray Rothbard, do Cato Institute, fundado por Koch, havia sugerido ao bilionário estudar as técnicas de Lenin e aplicá-las em favor da causa ultraliberal). Juntos, começaram a desenvolver um programa para mudar as regras.

Os documentos que Nancy Maclean descobriu mostram que Buchanan via o sigilo como crucial. Ele afirmava a seus colaboradores que “o sigilo conspirativo é essencial em todos os momentos”. Ao invés de revelar seu objetivo último, eles deveriam agir por meio de etapas sucessivas. Por exemplo, ao tentar destruir o sistema de Seguridade Social, sustentariam que estavam salvando-o e argumentariam que ele quebraria sem uma série de “reformas” radicais. Aos poucos, construiriam uma “contra-inteligência”, articulada como uma “vasta rede de poder político” para, ao final, constituir um novo establishment.

Por meio da rede de thinktanks financiada por Koch e outros bilionários; da transformação do Partido Republicano; de centenas de milhões de dólares que destinaram a disputas legislativas e judiciais; da colonização maciça do governo Trump por membros de sua rede e de campanhas muito efetivas contra tudo – da Saúde pública às ações para enfrentar a mudança climática, seria justo dizer que a visão de mundo de Buchanan está aflorando nos EUA.

Mas não apenas lá. Ler seu livro desvendou, para mim, muito da política britânica atual. O ataque às regulamentações evidenciado pelo incêndio da Torre Grenfell, a destruição dos serviços públicos por meio da “austeridade”, a regras de restrição do orçamento, as taxas universitárias e o controle das escolas: todas estas medidas seguem à risca o programa de Buchanan.

Em um aspecto, ele estava certo: há um conflito inerente entre o que ele chamava de “liberdade econômica” e a liberdade política. Deixar os bilionários de mãos livres significa, para todos os demais, pobreza, insegurança, contaminação das águas e do ar, colapso dos serviços públicos. Como ninguém votará em favor deste programa, ele só pode ser imposto por meio de decepção e controle autoritário. A escolha é entre o capitalismo irrestrito e a democracia. Não se pode ter os dois.

O programa de Buchanan equivale à prescrição de capitalismo totalitário. E seus discípulos apenas começaram a implementá-lo. Mas ao menos, graças às descobertas de Nancy Maclean, agora podemos compreender a agenda. Uma das primeiras regras da política é conhecer seu inimigo. Estamos a caminho.

1Nos últimos anos, reportagens e vídeos têm começado a jogar luz sobre a atividade política dos irmãos Charles e David Koch, e seus vínculos com a ultra-direita nos EUA e em outras parte do mundo. Vale assistir, por exemplo, a Koch Brothers exposed, documentário de Robert Greenwald (https://www.youtube.com/watch?v=2N8y2SVerW8); ou ler “Por dentro do império tóxico dos irmãos Koch”, publicado pela revista Rolling Stones (em inglês) http://www.rollingstone.com/politics/news/inside-the-koch-brothers-toxic-empire-20140924




George Monbiot
Jornalista, escritor, acadêmico e ambientalista do Reino Unido. Escreve uma coluna semanal no jornal The Guardian.

Fonte: OUTRAS PALAVRAS
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