terça-feira, 25 de julho de 2017

Mandela vive

Escritora nigeriana premiada propõe diagnóstico psiquiátrico para o racista

Fonte: CARTA MAIOR
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Herança do período da escravidão, dos navios negreiros, da apropriação do homem pelo homem, que via, e infelizmente ainda vê, o negro como uma raça inferior, e como tal, ainda deve servir como escravo. Via de regra as pessoas racistas também rejeitam as idéias do Iluminismo, e veem a revolução francesa como um erro histórico. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são demais para o racista, assim como Democracia , liberdade de expressão e humanismo. O racista acredita só, e somente só, na força como forma de impor suas ideias e práticas. Nesses tempos de cólera, o racismo volta a se manifestar, e em assim sendo, revela na personalidade do racista um anacronismo, uma dissonância temporal, um distanciamento da realidade. Como tal, uma abordagem psicoterapêutica pode atenuar o retardo civilizacional a que estão acometidos todos aqueles que de alguma forma expressam posições e práticas de rejeição ao outro pela cor da pele.

O que nos torna brancos ou negros é apenas um pigmento da pele.

Além da necessidade de um tratamento psiquiátrico, o racista necessita de auxílio quanto a convivência social, ao conhecimento histórico.


Democratizar o conhecimento

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O cão abaixo, da raça whippet, é dócil e tranquilo. 


           whippet                           whippet alterado geneticamente

Na Inglaterra já foi por muito tempo usado em corridas de cachorro, comuns naquele país. Ágil e veloz, necessita de espaços para correr e se movimentar, principalmente nos primeiros anos de vida. E eis que cientistas resolveram modificar um gene do animal, de maneira que o crescimento dos músculos aconteça de forma ilimitada. O resultado, assustador, pode ser visto na foto. Nesta semana, cientistas chineses obtiveram "sucesso" alterando um gene de cão, para que o crescimento muscular acontecesse tal qual como os wippets. Alegaram que com o resultado obtido, o super cão poderia ser utilizado pelas forças policiais. Por outro lado, já é de conhecimento dos cientistas que os genes dos cães são bem semelhantes aos genes humanos, o que abre a possibilidade em um futuro bem próximo de termos super homens, com 2, 50 metros de altura e grande massa muscular. Essas pesquisas também jogam luz sobre a possibilidade de se criar uma raça humana especial, única, tal qual desejava Hittler. Que fique bem claro que as técnicas de engenharia e manipulação genética também podem ser de grande importância no tratamento de diversas doenças do homem, no entanto, podem, também, criar absurdos que atentem contra a própria dignidade dos homens, dos animais e dos vegetais.O assunto é polêmico pois questões relativas a bioética e pouco, ou quase nada sobre o tema é de conhecimento da maioria das pessoas.

Nenhum texto alternativo automático disponível.


Um assunto como esse deveria , necessariamente, fazer parte das discussões e debates mais comuns entre todas as pessoas, no entanto, assuntos relativos as descobertas nas fronteiras da ciência, ou mesmo já consolidados em práticas comerciais são desconhecidos da maioria das sociedades pelo planeta. Isso se deve , em grande parte, ao fato de o conhecimento não ser democratizado, com acesso à todos os cidadãos. Se você não quer um futuro próximo com super raças ameaçadoras, lute pela democratização do conhecimento.
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"O Admirável Mundo Novo"

25 de julho de 2017 às 10h53

por Marco Aurélio Mello

Que reforma trabalhista que nada!
Há anos tenho sonhado com este dia.
Sabia que estava para chegar a qualquer momento.
Pois chegou.
Uma empresa de software, a Three Square Market , acaba de anunciar que vai implantar chips em cinquenta dos seus empregados a partir do dia primeiro de Agosto.
Uma notícia para correr o mundo e dividir opiniões no mais novo Fla-Flu das redes sociais.
Segundo a empresa, o dispositivo vai facilitar tarefas como abrir portas, acessar computadores, fazer cópias de documentos e compartilhar informações.
Também vai servir para controlar o tempo que o empregado dedica à atividade que ele executa.
E, num futuro próximo, vai permitir também ativar “outros mecanismos”.
Claro que com toda ética.
A empresa garante: vai preservar a privacidade dos funcionários.
Mas o que é mesmo privacidade neste atual momento da humanidade?
Ir ao banheiro fazer o número um?
Ir ao banheiro fazer o número dois?
Por que não segurar o número dois para fazer em casa, ao invés de fazer na firma, muita gente se pergunta?
Em breve imagino uma condição análoga à escravidão, em que o chip vai funcionar como despertador, acionar a cafeteira eletrônica, ligar o chuveiro, a máquina de lavar e te deixar em condições de chegar ao trabalho sem que você tenha que gerenciar o tempo.
Afinal de contas que coisa mais chata gerenciar o tempo, não é mesmo?
Agora, imagina só a cena.
É madrugada e você está fazendo amor depois de um jantar a dois regado a um bom vinho.
Seu smartphone está devidamente desligado.
Você acha mesmo que aquele seu supervisor pelego vai ter algum pudor em te dar um toque, “acionar o chip”?
Como diria Thomas Jefferson (autor da Declaração de Independência Estadunidense): “o preço da liberdade é a eterna vigilância.”
Encerro esta reflexão ao som de Zé Ramalho: “Ê, ê, ô, vida de gado, povo marcado ê, povo feliz.”

Fonte: VIOMUNDO
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Esse chip não é novidade. O assunto vem sendo debatido por muito tempo. A ideia é implantar chips em todas as pessoas. Cada pessoa teria uma identificação, única, e poderia ser rastreada a qualquer momento, por todo o dia. O chip, também teria as funções que hoje são do cartão de crédito , ou seja, pagar contas em estabelecimentos comerciais, transportes coletivos e todo tipo de movimentação financeira que o cartão proporciona, tudo apenas com um toque de mão. Também teria a função de telefonia móvel. No entanto, o principal objetivo seria o controle social com vigilância 24 horas ao dia de todas as pessoas.Você, caro leitor, seria apenas um número, um algoritmo. Essa ideia, teve paralelo no romance distópico de Ray Bradubury, de 1953, que previa um futuro onde todo o conhecimento seria proibido e todos os livros seriam queimados. Para preservar o conhecimento e evitar a destruição, cada pessoa lia um livro e assim tinha uma identidade única, própria, podendo trocar informações com os demais. Assim sendo, no lugar dos números dos chips, teríamos pessoas com identidade de , Dom Quixote, Grande Sertão Veredas, ... O livro foi tema de um filme, de 1966, e hoje ainda é muito cultuado. A propósito, 451 é a temperatura em graus Fahrenheit onde o papel é queimado. Controlar as pessoas com vigilância total e impedir o conhecimento, são tendências claras de um futuro próximo. E aí, que futuro você quer ?

Resenha da Saraiva sobre o livro de Ray Bradubury
Escrito após o término da Segunda Guerra Mundial, em 1953, Fahrenheit 451, de Ray Bradubury, revolucionou a literatura com um texto que condena não só a opressão anti-intelectual nazista, mas principalmente o cenário dos anos 1950, revelando sua apreensão numa sociedade opressiva e comandada pelo autoritarismo do mundo pós-guerra. Agora, o título de Bradbury, que morreu recentemente, em 6 de junho de 2012, ganhou nova edição pela Biblioteca Azul, selo de alta literatura e clássicos da Globo Livros, e atualização para a nova ortografia. A singularidade da obra de Bradbury, se comparada a outras distopias, como Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley, ou 1984, de George Orwell, é perceber uma forma muito mais sutil de totalitarismo, uma que não se liga somente aos regimes que tomaram conta da Europa em meados do século passado. Trata-se da “indústria cultural, a sociedade de consumo e seu corolário ético – a moral do senso comum”, segundo as palavras do jornalista Manuel da Costa Pinto, que assina o prefácio da obra. Graças a esta percepção, Fahrenheit 451 continua uma narrativa atual, alvo de estudos e reflexões constantes. O livro descreve um governo totalitário, num futuro incerto, mas próximo, que proíbe qualquer livro ou tipo de leitura, prevendo que o povo possa ficar instruído e se rebelar contra o status quo. Tudo é controlado e as pessoas só têm conhecimento dos fatos por aparelhos de TVs instalados em suas casas ou em praças ao ar livre. A leitura deixou de ser meio para aquisição de conhecimento crítico e tornou-se tão instrumental quanto a vida dos cidadãos, suficiente apenas para que saibam ler manuais e operar aparelhos.

sábado, 22 de julho de 2017

Alquimistas

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Letra - Os Alquimistas Estão Chegando

Jorge Ben Jor

Os alquimistas estão chegando Estão chegando os alquimistas 
Eles são discretos e silenciosos Moram bem longe dos homens Escolhem com carinho a hora E o tempo do seu precioso trabalho São pacientes, assíduos e perseverantes Executam, segundo as regras herméricas Desde a trituração a fixação A destilação e a coagulação Trazem consigo cadinhos Vasos de vidro, copos de louça Todos bem, e iluminados Evitam qualquer relação com pessoas De temperamento sórdido Os alquimistas estão chegando Estão chegando os alquimistas Os alquimistas estão chegando os alquimistas  
Os alquimistas estão chegando Estão chegando os alquimistas Eles são discretos e silenciosos Moram bem longe dos homens Escolhem com carinho a hora E o tempo do seu precioso trabalho São pacientes, assíduos e perseverantes Executam, segundo as regras herméricas Desde a trituração a fixação A destilação e a coagulação Trazem consigo cadinhos Vasos de vidro, copos de louça Todos bem, e iluminados Evitam qualquer relação com pessoas De temperamento sórdido Os alquimistas estão chegando Estão chegando os alquimistas 


Francisco Barbosa 1 ano atrás (editado) - comentário sobre a letra

Os ALQUIMISTAS são o povo que vem marcar o limiar de um novo tempo. Melhorarão a qualidade da aura terrestre. São Espíritos da estirpe de Chico Xavier, Madre Tereza de Calcutá, Gandhi, Dalai Lama, Irmã Dulce, João Paulo II, Luther King, Steve Jobs, Thomas Edison, Albert Sabin e outros iluminados. Os estudiosos de Espiritualidade os têm chamado de Índigos e Cristais, que estão vindo em grandes levas do Sistema de Sírius e de Alcíone, uma das estrelas mais brilhantes da Via Láctea. A letra de Jorge Ben Jor, pode servir, portanto, como uma metáfora para a ideia de que são seres adiantados em ciência e sabedoria que virão fazer a TRANSFORMAÇÃO do que há de ordinário (medíocre, ruim, sofrível) em extraordinário (elevado, bom, aprazível)

sexta-feira, 21 de julho de 2017

120 mil

Que inveja os políticos golpistas devem estar sentindo do Lula. Mais de 120 mil pessoas enfrentaram o frio e a chuva na Paulista em seu apoio!


Fonte: CARTA MAIOR
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quarta-feira, 19 de julho de 2017

Caminhe


Lula pelo Brasil

✔@LulapeloBrasil
Eu aconselho a todo mundo se movimentar, andar um pouco. Não é por conta da beleza estética, para ficar com músculo, é para ficar com saúde

Um mundo ao contrário

Eduardo @egirao



Haddad Tranquilão @Haddad_Femando

Tá frio? Pois a prefeitura de @jdoriajr acha que não e para completar eles tiram os cobertores e jogam água nas pessoas em situação de rua.


Carta Maior Retweeted
PatoDoPoiPoint @PatoCorporation

Equipe de limpeza da "gestão" Dória em SP acorda os moradores de rua com jatos d'água na praça da Sé. Inverno, 7°C


Dois moradores de rua morrem em São Paulo por conta do frio

Ambos os casos foram registrados no bairro de Pinheiros. As duas pessoas estavam sozinhas, o que dificultou que pedissem ajuda. Moradores de rua reclamam da dificuldade para ter acesso aos abrigos.


Fonte: CARTA MAIOR
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quinta-feira, 13 de julho de 2017

O casamento de Pachamama com Gaia

O encontro feliz da Pachamama com Gaia

Zaffaroni rastreia o surgimento do projeto civilizatório e o faz com grande riqueza bibliográfica

Leonardo Boff *

Quero apresentar um livro que sairá brevemente traduzido no Brasil A Pachamama e o ser humano (Ediciones Colihue 2012) de Eugenio Raúl Zaffaroni bem conhecido no Brasil nos meios jurídicos. É um reconhecido magistrado argentino, ministro da Suprema Corte de 2003 a 2014 e professor emérito da Universidade de Buenos Aires.
O presente livro se inscreve entre as melhores contribuições de ordem ecológica e filosófica que se tem escrito ultimamente. Ele se situa na esteira da encíclica do Papa Francisco, também argentino, Laudato Si,sobre o cuidado da Casa Comum (2015). Zaffaroni aborda a questão da ecologia integral, em especial da violência social e particularmente contra os animais com uma informação admirável de ordem científica e filosófica.
O mais importante do livro é a crítica ao paradigma dominante, surgido com os pais fundadores da modernidade do século XVI e XVII que ex abrupto introduziram uma profunda cissura entre o ser humano e a natureza. O contrato natural, presente nas culturas desde tempos imemoriais, do Ocidente e do Oriente, sofreu um corte fatal e letal.
A Terra deixou de ser a Magna Mater dos antigos, a Pachamama dos andinos e a Gaia dos contemporâneos, portanto algo vivo e gerador de vida, para ser transformada numa coisa inerte (res extensa de Descartes), num balcão de recursos colocados à disposição da voracidade ilimitada dos seres humanos. Clássica é a formulação de René Descartes: o ser humano é o “maître et possesseur” da natureza, vale dizer, é o senhor e dono da natureza. Ele pode fazer dela o que que bem entender. E o fez.
A cultura moderna se construíu sobre a compreensão do ser humano como dominus como senhor e dono de todas as coisas. Estas não possuem valor intrínseco, como vão afirmar mais tarde a Carta da Terra e com grande vigor a encíclica papal. Seu valor reside apenas em poder estar a serviço do ser humano.
O projeto é o do poder entendido como capacidade de dominação sobre tudo e sobre todos, a partir de quem mais poder possui. No caso, os europeus que realizaram a aventura do submetimento da natureza, da conquista do mundo, da colonização de inteiras nações, do genocídio, do ecocídio e da destruição de culturas ancestrais. E o fizeram usando a força brutal das armas, da espada e também da cruz. Hoje em dia com armas, capazes de extingir a espécie humana.
Zaffaroni rastreia o surgimento deste projeto civilizatório e o faz com grande riqueza bibliográfica. Enfrenta com coragem e com grande liberdade crítica os presumidos corifeus do pensamento moderno como Hegel, Spencer, Darwin e Heidegger. Restrinjo-me às críticas que faz ao Hegel do Geist (espírito). Com sua filosofia-ideologia tornou-se o expoente maior do etnocentrismo. Herbert Spencer com seu biologismo estabeleceu a raça branca como superior e todas as demais tidas como inferiores, o que acabou por legitimar o colonialismo e todo tipo de preconceito.
Zaffaroni aborda a questão do animal visto como sujeito de direitos. Enfatiza eie:”ao nosso juízo, o bem jurídico no delito de maus tratos a animais não é outro que o direito do próprio animal a não ser objeto de crueldade humana, para o qual é mister reconhecer-lhe o caráter de sujeito de direitos”. O autor é duro na constatação “de que nos convertemos nos campeões biológicos da destruição intra-espécie e nos depredadores máximos extra-espécie”. Sua proposta é clara:”Somente substituindo o saber do dominus pelo de frater podemos recuperar a dignidade humana” e sentirmo-nos irmados com os demais seres.
A América Latina foi a primeira a inaugurar um constituionalismo ecológico, inserindo nas constituições do Equador e da Bolívia os direitos da natureza e da Mãe Terra. Anteriormente, e também por primeiro, foi o México. a introduzir em sua constituição em 1917 os direitos sociais. Zaffaroni faz a apologia das virtuadalidades criadoras de harmonia do ser humano com a natureza que a visão andina do “bem viver e conviver”(sumac kawsay) comporta; também de Gaia, a Terra como um super-organismo vivo que se auto-regula para sempre produzir e reproduzir vida. A Pachamama e Gaia são dois caminhos que se encontram “numa feliz coincidência do centro e da periferia do poder planetário”. Ambos são portadores de esperança de uma Terra, Casa Comum, na qual todos os seres são incluídos. Eles nos libertarão das ameaças apocalípticas do fim de nossa civilização e da vida.
Zaffaroni nos traz uma brilhante e convincente perspectiva, crítica severa por um lado, mas cheia de esperança por outro. Vale lê-lo, estudá-lo e incorporar em nossa compreensão sua visão de uma ecologia holística e profundamente integradora de todos os elementos da natureza e do universo.

* Leonardo Boff é filósofo, teólogo e professor aposentado de Ética da UERJ

Fonte: CARTA MAIOR
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... seguia em sua bicicleta pela orla da praia. Uma rua de terra batida de pouco movimento de veículos, em um dos lados algumas residências e do outro a praia, cujo acesso se dava de maneira direta ou através de pequenas trilhas entre a vegetação, pequenos arbustos típicos de região de restinga, onde proliferavam cactus e algumas árvores frutíferas como pitangas e acerolas. Seguia em direção ao oeste em um final de tarde, com o sol frontal. Parou e recolheu algumas pitangas, fruta de alto teor de vitamina C. Consumiu algumas, sem antes esfregá-las em sua camisa pra tirar o excesso de poeira. Ainda como sol em final de tarde levou a bicicleta para a praia, em local de frente para a rua que dava acesso a sua residência. Apoiou-a na areia, certificando-se de que estava firme, e sentou-se na areia da praia para observar o mar, sempre diferente a cada dia, fosse em cor, movimento, odor ou som, no entanto, sem jamais de deixar de ser o mesmo, seu confidente fiel naqueles dias em que estava separado de Pachamama. Fascinado pelo mar não se cansava em contemplá-lo em sua beleza, força e grandeza. Foi do mar que surgiu a vida na Terra, a Gaia, e em seguida se imaginou um peixe, ou como praticara em seu arsenal de psicotecnologias vivenciava outras formas animais em seu ser através de contato com o sistema límbico. Sorriu com aqueles pensamentos que lhe conferiram uma imagem de peixe. Mudou de posição, deitando-se na areia com as pernas flexionadas e as solas de seus pés no chão, apoiando as duas mãos por baixo de sua cabeça. Do mar passou ao céu, sempre próximos na linha do horizonte, inseparáveis, assim como em sua vida com Pachamama. Fitando um azul infinito ao som e aroma do mar permitiu que seus pensamentos divagassem, sentindo a linha do horizonte, seu corpo e sua mente como um todo integrado e interdependente. Sabia que corpo e mente não eram campos distintos, mas complementares, interdependentes, como sinaliza a nova Física. Essa interdependência também lhe parecia coerente com a comunicação a distância, pois a matéria, seu corpo, interage com as formas de pensamento que lhe são enviadas, energia. Em sendo verdadeiro, pensou cada ser humano seria parte apenas de um grande Ser,  A Humanidade, um grande corpo onde todas as partes estariam em constante interação, naturalmente interdependentes, e não isoladas como se acredita ainda que sejam. O conceito de humanidade enquanto um corpo único pode ser algo revolucionário, imaginou, enquanto desviava seu olhar para uma pequena aeronave que cruzava o céu. Ao mesmo tempo, a Teoria de Gaia, que contempla a interdependência de todas as formas de vida na Terra, daria suporte ao conceito de humanidade enquanto um corpo vivo.
Levantou a cabeça, olhou o mar, e voltou a deitar-se, olhando para o azul infinito. Pensou que o mundo seria completamente diferente em todas as dimensões da vida e ainda, a forma de organização social do mundo como se conhece atualmente estaria em sentido oposto a de um mundo em que se provasse a humanidade enquanto um grande e único corpo. Desta forma, o conceito que emergiu no final da década de 1970, ou seja, que não mais existiria sociedade e apenas indivíduos estaria totalmente equivocado, uma vez que as partes, as pessoas, não existiriam totalmente isoladas, indivíduos, pois seriam sempre interdependentes, em todas as dimensões, inclusive a social. Esse aspecto de cooperação estaria em harmonia com a Teoria de Gaia, que sem cooperação a vida na Terra seria inviável e impossível. Assim sendo, pensou, o mundo atual estaria em descompasso com a própria vida na Terra, o que em tese poderia explicar o crescimento de todo tipo de conflitos e a catástrofe ambiental que se aproxima, fruto de um processo de competição pela força. Com o sol saindo de cena, levantou-se, pegou a bicicleta e caminhando pensava no tão esperado dia em que Gaia e Pachamama selariam a união...