quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Ameaça e oportunidade

Boulos foi preso porque é uma ameaça

17 de janeiro de 2017

Guilherme Castro Boulos, nascido em 1982, em São Paulo, foi preso na data de hoje por se tratar de uma ameaça ao novo regime.

Porque o novo regime não pode ser questionado nas ruas.

Porque o novo regime não permite manifestações.

Porque o novo regime entende a ordem como algo que se estabelece a partir da força bruta.

Porque o novo regime não faz de conta, ele faz.

O novo regime não se aplica aos que se apropriam da terra para fins especulativos. Mas não negocia com famílias que não tem onde morar.

Essa lógica do novo regime é anti-Boulos.

Boulos solto é um perigo, por exemplo, para o projeto Doria Jr.

Porque Doria sabe que pode ficar tranquilo com a oposição na Câmara.

E até com o ex-prefeito Haddad.

Eles podem reclamar, protestar, dar declarações, mas quem pode desestabilizar o seu governo é o Boulos.

Boulos consegue colocar milhares nas ruas.

Boulos tem credibilidade com a garotada do hap, dos sarais, do grafiti, dos coletivos de cultura, das universidades, com os cicloativistas, com o povo das ruas, com a pefira e a USP.

Boulos pode se tornar o grande adversário político dos tucanos em São Paulo. E em muito menos tempo do que a vã política possa imaginar.

E o novo regime, que saiu das urnas no último outubro com uma vitória estupenda por conta da crise do PT, não quer saber de ameaças.

Quer governar sem oposição.

O marketing do novo regime não permite povo nas ruas.

Boulos foi preso hoje, mas será liberado.

Mas está na mira.

Como não é um bobo metido a besta, vai dar a volta nos caras.

Boulos tem tudo para ser a grande liderança popular de esquerda nos próximos tempos.

Eles sabem disso.

Mas nós também.

A gente sabe que o Boulos é uma ameaça ao novo regime.

E por isso estamos com o Boulos.

Fonte: Blog do Rovai
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Leonel Brizola @leonelbrizola50
"A desinformação é a base de todos os golpes de Estado." (Leonel Brizola)

Fonte: CARTA MAIOR
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             Je suis Cedric

Boulos ainda não é uma liderança nacional. Em breve será.
São Paulo, atualmente, tem sido seu local de destaque.
Ótimo orador e bem articulado, seu início de trajetória política tem sido comparada a de Lula.
O regime mira em Boulos e em todos mais que fazem oposição.
Por outro lado, o fato de Boulos ter livre trânsito com grupos e movimentos citados no texto acima, não significa garantia de sucesso. Boulos precisa ter mídia ao seu lado. Cabe lembrar que Dória venceu as eleições em São Paulo sem nenhum trânsito com os movimentos e grupos citados, e ainda ganhou muitos votos desses grupos. Dória tinha mídia e uma imagem-emoção associada a eficiência e a mudança. Dória tinha a pós-verdade. Haddad, seu adversário, tinha como lastro uma excelente gestão a frente da prefeitura de São Paulo, tinha a verdade em suas propostas, mas não tinha mídia. Ainda teve toda a mídia comercial como inimigos.
Vivemos o mundo de produtos, de imagens, de adequação emocional ao uso. A verdade é como o gol para Parreira, um detalhe. Dória foi adequado emocionalmente ao uso da população, Boulos ainda está muito distante dessa adequação.
Por outro lado, que pode ser o mesmo, a mídia que dá apoio a Boulos, como o Blog do texto acima, por exemplo, precisa se reciclar, se rejuvenescer, não para copiar e fazer o mesmo que a mídia comercial faz apostando em mentiras, mas para continuar criando conteúdos fidedignos, com a novidade de um plus para adequá-los emocionalmente ao uso de seus leitores.
Alguns blogs no campo da esquerda já vem atuando dessa forma e desfrutando de grande audiência, e assim como Boulos também sofrem violenta perseguição. Talvez sirvam como exemplos.



Você não sabe e nem vê, mas eu não posso deixar de dizer, meu amigo
que uma nova mudança em breve vai acontecer
o que algum tempo era jovem, novo, hoje é antigo
e você precisa rejuvenescer . 

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

E você ?

Humor contra a hipocrisia



Fonte: Blog da Luciana Oliveira
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Reflexões de uma batedora de panela, seis meses depois.

Postado em 17 Jan 2017
por : Paulo Nogueira

Vânia olhou para a sua panela tramontina roxa ali guardada no fundo do armário da cozinha.

Foi um olhar em que havia ao mesmo tempo melancolia e frustração.

Não era uma panela qualquer. Era aquela que Vânia usara nos protestos contra Dilma. Escolhera-a por ser leve e barulhenta. Perfeita, portanto, para a ocasião.

A panela remetia a Dilma. Vânia, naqueles dias de panelaço, abominava Dilma.

Dilma era um obstáculo para o Brasil, para os brasileiros. Quando gritava “Fora Dilma”, Vânia tinha certeza de que bradava pelo progresso nacional.

Vânia era gerente de uma loja da Riachuelo. O dono da cadeia dissera à imprensa que, Dilma saindo, as coisas logo se ajeitariam na economia nacional. Questão de dias.

Era o que todo mundo dizia, aliás. Vânia lia a Veja toda semana. Não perdia um Jornal Nacional. Deixava horas e horas a GloboNews ligada na tevê de sua casa. No trânsito, a rádio de seu carro oscilava entre CBN e Jovem Pan.

Considerava-se, modéstia à parte, uma mulher muito bem informada.

Todo mundo que ela admirava na imprensa concordava em que Dilma tinha que cair.

Vânia pegou a tramontina roxa nas mãos e como que voltou no tempo. Sentia que estava fazendo história ao participar dos panelaços. Com a panela nas mãos, naquelas noites, era tomada de uma euforia quase sexual.

Tinha que dar certo — e deu. Dilma enfim caiu.

Todos os problemas agora estavam resolvidos.

Ou não?

Ali, na sua cozinha, tramontina na mão, naquele momento de rememoração e reflexão, já se tinham passado mais de seis meses desde a queda de Dilma.

Mas e o paraíso prometido, onde fora parar?

Vânia batera a panela contra a corrupção, mas Temer e a turma que tomara o poder não significavam exatamente um choque de ética política.

Na economia, as coisas não podiam estar piores. Vários colegas de Vânia de gerência na Riachuelo tinham sido demitidos nos últimos dias. Cada vez que o chefe a chamava ela tinha um tremor. Achava que chegara a sua hora de ser despedida.

Naquele dia do reencontro com a tramontina roxa, Vânia pensou também em Dilma.

Será que ela era mesmo aquele monstro que pintaram?

Vira algumas entrevistas com ela depois do impeachment. Chamou sua atenção a forma como ela, Dilma, se referia aos pobres. Era uma simpatia que parecia ser genuína, e que como que tinha o poder de contagiar.

“Um país tão rico com tantos pobres não pode dar certo”, Vânia se pegou um dia refletindo. Isso nunca aconterera antes.

Vânia passara a ver Dilma de outra forma.
Teria sido vítima de uma trama de homens corruptos e muito ricos, como ela dizia?

Talvez sim, talvez não, pensou Vânia, panela na mão.

De repente, num impulso irresistível, atirou a tramontina contra a parede.

E lhe ocorreu que caso encontrasse Dilma na rua lhe daria um abraço.

Não um abraço de desculpa, mas um gesto de solidariedade de mulher para mulher. “Acho que me usaram para te pegar”, talvez dissesse.

A história acima é uma mistura de ficção leve e realidade brutal.

Fonte: DIÁRIO DO CENTRO DO MUNDO
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             Je suis Cedric

No ano de 2013 uma multidão tomou as ruas do país. Não apenas nas capitais e em grandes cidades, mas mesmo em cidades pequenas as pessoas estavam lá, protestando, exigindo, principalmente, mais direitos e mais qualidade nos serviços públicos.

Vivíamos o terceiro ano do primeiro governo de Dilma e o décimo primeiro ano de governos sucessivos do PT. Comparando aquele junho de 2013 com este janeiro de 2017, percebe-se claramente que o país mudou, mudou muito, e para pior, mergulhando em um caos depois do golpe de estado que alijou Dilma da presidência.

A maioria que ocupou as ruas em 2013 tinha emprego e renda, e queria mais, queria evoluir ainda mais, já que com os governos do PT todos os brasileiros, de alguma forma, cresceram e evoluíram.

Hoje o desemprego no Brasil assusta os brasileiros e o mundo. De cada três desempregados no mundo, um é brasileiro.

Hoje direitos estão sendo suprimidos e os serviços públicos sendo sucateados, deixando a população a própria sorte.

Universidades públicas estão sendo sucateadas e abandonadas, como no caso da Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ - sabidamente um centro de excelência e uma das melhores universidades da América latina.

Bibliotecas públicas sendo fechadas no Rio de janeiro e em processo de privatização na cidade de São Paulo.

Sistema prisional do país em ebulição, revelando o caos.

E você, que em 2013 foi às ruas querendo mais ou não foi às ruas mas apoiou o movimento,  o que o impede de voltar às ruas e exigir de volta aquilo que você tinha e desfrutava ?

domingo, 15 de janeiro de 2017

O fim do capitalismo

Carta Maior Retweeted
MAURO MORELLI @dmauromorelli

A concentração de riqueza gera e se alimenta de corrupção desagrega a sociedade, carrega sobre si o crime da miséria e da fome no mundo.


Até agora eram 136 mortos em 15 dias de 2017. Meirelles precisa explicar as virtudes da PEC do Teto para  esses rebelados da cloaca do sistema

Oxfan: 8 bilionários detém riquezas equivalente a de 50% da humanidade (3,6 bi de pessoas). Para preservar isso são feitas PEC's mundo afora.

Foram 26 os mortos na guerra de facções no presídio  do RN. Em 15 dias de 2017,cerca de 120 assassinatos de vidas sob a custódia do Estado.


Fonte: CARTA MAIOR
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Boff: o capitalismo cumpriu o ciclo. Vamos apressar seu fim

As dores que sentimos são as dores de um parto e, não, as de um moribundo

publicado 15/01/2017


o Papa falou: Terra, Teto e Trabalho (Crédito: Tássio Brito)

O ansioso blogueiro teve o privilégio de assistir nesse sábado 14/II, em Salvador, a uma palestra do ecoteólogo Leonardo Boff, num evento promovido pela corrente EPS, Esquerda Popular Socialista, do PT, pelo deputado Valmir Assunção (PT-BA) e o historiador Marcos Rezende, do Coletivo de Entidades Negras.

Foi uma emocionante aula/homilia de uma hora e vinte minutos.

O ansioso blogueiro tenta reproduzir de forma não literal algumas lições de Boff:

- eu não sou pessimista. Como diz o Saramago, a realidade é que é péssima

- o PT não usa a palavra Ecologia em nenhum documento : tem uma visão industrialista

- quem vai derrotar o Capitalismo será a Terra: a Terra ferida pelo Capitalismo não vai aguentar o crescimento infinito do Capitalismo

- a Terra pode recomeçar de novo: os dinossauros habitaram a Terra 130 milhões de anos até que um cometa que caiu na América Central os dizimou

- e a Terra renasceu

- é preciso ler "A Estultice da Inteligência Brasileira", de Jessé Souza

- está lá: 171 mil super-milionários brasileiros controlam mais da 1/2 do PIB

- a crise é a da desigualdade: o Brasil é um dos países mais desiguais do mundo

- desigualdade significa injustiça, o que, em Teologia - e eu sou teólogo -, significa "pecado social"

- Deus não é brasileiro. O nosso Deus é o deus Moloch que devora os filhos, devora 60% da nossa população

- os proprietários usaram o Parlamento para atraiçoar um mulher integra

- Vargas, JK, Jango, Lula e Dilma - é a mesma aliança dos proprietários com a mídia e uma parte do Judiciário

- como disse Capistrano de Abreu: o povo brasileiro foi capado e recapado pelas elites

- com Lula, os negros que viviam nos porões da Escravidão entraram na Universidade

- com Lula houve uma troca de sujeito historico, além da troca de poder

- Bolsa Família, Luz para Todos, Minha Casa Minha Vida, universidades, crédito subsidiado, agricultura familiar

- a elite tolerou desde que Lula não mexesse na forma de acumulação

- e Lula e Dilma não fizeram as reformas tributária e política - Lula entrou na lógica da conciliação

- como dizia meu grande amigo Darci Ribeiro: é preciso refundar o Brasil

- fora da Casa Grande

- a missão de base é permitir que os pobres tenham acesso à vida e aos meios de vida: ao trabalho

- os pequenos são a maioria e devem ser o objetivo da política

- eu fui a uma Minha Casa Minha Vida e vi uma senhora com a bandeira azul do Aécio na janela. Eu perguntei: a senhora sabe que quem construiu essa casa foi o Lula? Ela não sabia

- o PT não informou o povo

- a nossa Democracia é de baixíssima intensidade

- como diz o pensador português Boaventura Souza Santos, Democracia é participação sem fim

- a China é uma ditadura, uma distorção do Socialismo; a Rússia também

- Socialismo é Democracia em todos os ângulos

- profunda solidariedade

- Socialismo é só-cio, companheiro

- Capitalismo é o eu, uma guerra de eus

- quando o Papa Francisco foi a Lampedusa receber os refugiados africanos que queriam ser recebidos na Itália, ele disse: nós estivemos lá explorando eles e por isso eles podem vir pra cá

- quando perguntaram ao Papa sobre o terrorismo, ele disse: o maior terrorismo é a acumulação de riqueza. A acumulação de dinheiro leva à injustiça social, à injustiça ecológica

- quando o Papa denuncia " esse sistema" ele se refere ao Capitalismo - e só nao fala Capitalismo para não irritar os americanos

- o Capitalismo é a anti-vida

- a grande humanista Rosa de Luxemburgo dizia: o centro é a vida

- a vida é o maior dom de Deus

- o desafio da Esquerda é pensar a alternativa ao que está aí: que é mais do mesmo

- o sistema já cumpriu o seu ciclo e temos que acelerar o seu término, com uma política centrada na vida

- por três vezes, o Papa Francisco reuniu - um fato histórico - as organizações sociais. A última foi em Cochabamba, na Bolívia. E lá ele disse que o homem tem que ter direito a três "T"s: Terra, Teto e Trabalho

- quem vai organizar isso? Vocês!

- não esperem nada de cima: de cima só vem trampa

- e aplicar o "re" de: reduzir o consumo capitalista; reusar; rearborizar; reciclar, reflorestar

- nós temos duas pernas: uma tem que ficar no alternativo e outra no sistema para salvar o leite das crianças

- o Papa disse: devemos nos considerar uma semente

- como disse o uruguaio Eduardo Galleano: a utopia é o que nos faz andar

- olhem para as estrelas que orientam os navegantes

- elas estão sempre lá para nos orientar

- como disse o marxista que depois se aproximou do cristianismo, Ernest Bloch: o princípio deve ser a esperança, que é um motor dentro de nós

- Bloch disse: o Gênesis não está no começo, mas no fim - porque queremos antecipar o bom fim

(Boff contou que tinha subido "a sagrada colina" da Igreja Bonfim.)

- recomendo reler Saint-Exupéry, autor do Pequeno Príncipe: temos cultivado o mundo do corpo. Precisamos cultivar o mundo do espírito. Da solidariedade.

- Todos nós somos africanos.

- o Homem viveu quatro milhões de anos na África e só depois migrou

- é preciso conhecer a experiência socialista dos jesuítas das Missões nas Américas - Saint Simon, que depois influenciou Marx, disse que os jesuítas das Missões realizaram a primeira experiência socialista

- estamos no coração de uma crise que pega todo o planeta

- mas a crise isola, limpa, purifica

- a crise vai nos purificar

- as dores que estamos sentindo não são as dores de um moribundo, mas as dores de um parto

- somos filhos das estrelas: nosso destino é brilhar como as estrelas

Fonte: CONVERSA AFIADA
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sábado, 14 de janeiro de 2017

LULA

O nome da esperança ainda é Lula, com projeto que assuma as consequências da esperança em uma democracia social no país





Fonte: CARTA MAIOR

Até mesmo o governador larga no córrego

Saneamento básico: Esgoto do Palácio dos Bandeirantes é jogado em córrego

13 de setembro de 2010 às 21h20

O título original deste post foi Saneamento Básico: Serra acusa governo federal mas tem telhado de vidro

por Conceição Lemes

Sabesp: saúde, qualidade de vida, total responsabilidade e respeito aos consumidores, às comunidades e ao meio ambiente, sustentabilidade, conforto, bem-estar, compromisso com as futuras gerações, com a flora e fauna, compromisso a vida e com o meio ambiente, a vida tratada com respeito.

É com slogans como esses que a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo se apresenta ao Brasil inteiro. Ela é responsável pelo fornecimento de água, coleta e tratamento de esgotos de 366 municípios do estado, entre os quais os 39 da região metropolitana, que inclui a capital.

Mas, em época de estiagem, quem passa pelas marginais do Tietê, Pinheiros ou Tamanduateí, jamais esquece. Esses três rios que cortam a cidade que sedia a Sabesp têm cheiro de esgoto, assim como a maioria dos córregos de São Paulo.

Frequentemente o bode expiatório é a população pobre, que mora em favelas. A senha: ligações clandestinas de esgoto. Há até disque-denúncia.

Com 15.177 mil funcionários, a Sabesp tem faturamento anual de quase R$ 7 bilhões. Seu controle acionário é estatal. A maior parte das ações pertence ao governo paulista.

Sua missão: Prestar serviços de saneamento, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida e do meio ambiente.

“A Sabesp entende sua responsabilidade como empresa cidadã, que trata e beneficia o mais importante recurso natural que existe [a água]”, diz em seu site. “Por isso, estabelece diretrizes para a gestão ambiental e desenvolve soluções que contribuem para o desenvolvimento sustentável.”

NAS CASAS, EMPRESA EXIGE LIGAÇÃO SÓ PARA ESGOTO

A Sabesp exige ligação exclusiva para o esgoto doméstico; ele não pode ser misturado à água pluvial.

Por isso, geralmente saem das residências duas tubulações. Uma, leva a água da chuva (do telhado, quintal, jardim) até o meio-fio, ou sarjeta. Pelas bocas de lobo, essa água segue para as galerias de águas pluviais. Daí, para rios e córregos.

A outra tubulação (chama-se ramal) transporta água de pia, tanque, vaso sanitário, chuveiro, máquina de lavar roupa. Subterrânea, ela sai da calçada e vai até a rede coletora de esgoto, que pode estar no próprio passeio, no meio da rua ou na calçada do outro lado da rua.

Em princípio, essa rede coletora de esgoto deve se ligar a tubulações progressivamente maiores (coletores-tronco e interceptores), que se conectam à estação de tratamento de esgoto (ETE).

O destino final dessa água com fezes, urina, sabão e outros detritos deve ser uma ETE, para receber tratamento físico e químico. Só depois ela pode ser jogada em rio, córrego ou empregada para reuso planejado. Por exemplo, lavar a rua em dias de feira e refrigerar equipamentos, situações que não exigem água potável, apenas que seja limpa.

Esse é o procedimento adequado tanto do ponto de vista sanitário quanto ambiental.

O TESTE EM QUATRO REGIÕES DA CAPITAL PAULISTA

O Viomundo resolveu investigar se a Sabesp faz o que exige da população.

Durante dois dias, ambos ensolarados e sem chuva há um bom tempo, participamos de um teste. Despejou-se corante (vendido em bisnagas em lojas de material de construção) na caixa doméstica de esgoto (fica na calçada, bem próxima à porta do imóvel, cada um tem a sua) ou no vaso sanitário de residências em quatro regiões da capital paulista, com algum córrego próximo. Todas possuem esgoto e pagam pelo serviço à Sabesp. Tomou-se o cuidado de confirmar previamente essas informações.

Objetivo do teste: verificar se a tintura expelida em meio à descarga doméstica chegaria a pontos de lançamento (canos) em córrego na vizinhança. Fotografamos antes e depois. Veja o que aconteceu em cada região.

REGIÃO 1

Engloba as ruas Combatentes do Gueto, Engenheiro Janot Pacheco, José Ferreira Guimarães e Pedro Gomes Cardim, as praças Vinícius de Moraes, Santos Coimbra e avenida Vicente Paiva. Também as ruas Marcelo Mistrorigo, José Pepe, Rafael Ielo e Cordisburgo.

O córrego passa canalizado sob um condomínio, depois corre a céu aberto num pequeno trecho. Fica paralelo a uma viela, na altura da rua Salim Izar com Guihei Vatanabe.

REGIÃO2

Inclui, entre outras, as ruas Tomazzo Ferrara, Salim Jorge Eid, Gregório Ramalho, Maria Andressa de Abreu, Boto Cor de Rosa, Américo Salvador Novelli, Campinas do Piauí e Barros Cassal.

O córrego corta a Tomazzo Ferrara, que fica acerca de 50 metros da Boto Cor de Rosa.

REGIÃO 3

Abrange ruas, como Mario Lago, Antonieta Altenfelder, País Natal, Paulo Lincoln do Valle Pontin, Antonio César Neto, e avenida Luis Stamatis.

O córrego cruza a Mario Lago e passa atrás de uma escola da Prefeitura.

REGIÃO 4

Dela fazem parte as avenidas Doutor Lino de Moraes Leme, Jornalista Roberto Marinho e Pedro Bueno, a praça Durval Pereira, as ruas Cláudio Mendonça, Simões Pinto, Dr. Mário Mourão e Nicolau Zarvos.

O córrego cruza a Lino de Moraes Leme (na esquina tem um posto de gasolina) e desemboca no piscinão da Roberto Marinho. Ele tem dois pontos de lançamento muito próximos, ficam a uns 10 metros um do outro.

PALÁCIO DOS BANDEIRANTES NÃO TEM ESGOTO TRATADO

Nas quatro regiões pesquisadas pelo Viomundo, o corante chegou ao córrego próximo alguns minutos depois.

“Isso demonstra que o esgoto das quatro áreas é coletado mas não tratado”, alerta engenheiro Júlio Cerqueira César Neto, que durante 30 anos foi professor de Hidráulica e Saneamento da Escola Politécnica/USP. “Se fosse tratado, o corante não iria parar no córrego.”

Oem o ninho-mor dos tucanos escapa”, avisa um funcionário da Sabesp, que, por motivos óbvios, pediu para não ser identificado. “Durante os 12 anos em que foi ocupado por Geraldo Alckmin e os quase quatro por José Serra, o esgoto do Palácio dos Bandeirantes nunca foi tratado. Até hoje a Sabesp joga os dejetos do Palácio num córrego perto.”

O córrego em questão é o da região 1, no coração do Morumbi. Árvores e plantas bonitas em boa parte da margem direita tentam escondê-lo, principalmente no trecho em que há belas casas do outro lado da rua. Mas o mau cheiro chama a atenção, revelando o que está atrás.

De carro, fica a uns 5 minutos da sede do governo paulista. A área “pega” do Palácio dos Bandeirantes para baixo, incluindo a imensa área verde, em frente — a praça Vinícius de Moraes – e um trecho da avenida Giovanni Gronchi.

(...)
Fonte: VIOMUNDO
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                 Je suis Cedric
O país está assistindo nesses primeiros dias de 2017 uma grande campanha de higienização, com apoio dos grandes meios de comunicação.

Primeiro foi o novo prefeito da cidade de São Paulo, que logo no primeiro dia de governo se fantasiou de gari para limpar ruas de São Paulo que já estavam limpas a espera do ato midiático. Dias depois, o prefeito gari voltou às ruas com sua fantasia e ainda teve o apoio de atriz da TV Globo, que com vassoura em punho, posou ao lado do prefeito para as câmeras de TV. O prefeito higiênico também colocou uma tela para esconder moradores de rua que vivem em uma área da cidade. A tela serve para minimizar a feiúra da realidade, que o prefeito quer esconder pois para muitos cidadãos é algo insuportável ver diariamente aquilo que não gostariam que existisse. A solução higiênica para acabar com esse flagelo foi esconder os moradores.

Já que o prefeito parece tão empenhado em resolver o problema do lixo urbano, para que a cidade de São Paulo fique limpa e cheirosa, espera-se que o sistema de coleta de lixo, assim como o lixo coletado na cidade, tenham disposição e tratamento adequados , modernos e sustentáveis. Para isso, dentre outras medidas, a coleta de lixo na cidade deve ser seletiva assim como devem existir unidades de reciclagem e aproveitamento de grande parte do material coletado, o que além de ecológico, irá gerar empregos e renda para muitas pessoas. Além disso, do lixo, o prefeito gari pode também extrair o biogás que pode ser utilizado como gás para residências ( cozinha, aquecedores e aquecimento de residências ) e também para utilização em indústrias. Uma unidade de produção do biogás, por exemplo, pode ser instalada próximo de uma área industrial fazendo com que o transporte do gás para as unidades fabris necessite de pequenas extensões de gasodutos.O biogás, ainda pode ser utilizado em usinas termelétricas para geração de energia elétrica. Como se vê para que a cidade de São Paulo fique linda e cheirosa e trilhe o caminho evolutivo da sustentabilidade, não será com vassouras e espetáculos circenses midiáticos que tais objetivos serão alcançados e menos ainda escondendo o que é feio com tapumes e telas.

Se isso não bastasse para comprovar a feiúra da realidade urbana das grandes cidades brasileiras, principalmente depois do golpe, a questão do saneamento básico é uma tragédia. Rejeitos domésticos e industriais são jogados em córregos e rios sem nenhum tratamento, in natura, contribuindo para a proliferação de um grande número de doenças, sendo que muitas não escolhem classe social para se manifestar. Atualmente existe uma grande campanha midiática para que o saneamento básico seja privatizado, entregue a empresas privadas, como sendo a solução para resolver o problema.

Se de fato assim acontecer, ou seja, a privatização do saneamento básico, sugiro que o governador de São Paulo- padrinho político do prefeito gari - seja o símbolo dessa nova era, já que o esgoto do palácio dos bandeirantes, residência do governador e família, é lançado in natura, em verdadeira grandeza, nos córregos e rios da cidade que não quer ser feia e fedorenta.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Curtas

Após saber de aumento de vagas, PMDB quer participar da Copa-2026


the piaui herald

Fonte: FOLHA DE SP
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Cansado da lida... 
'É você, Dória?' (via Manuela Prado)


Fonte: CARTA MAIOR
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A página Caneta Desmanipuladora, por sua vez, deu a versao realista da manchete polêmica: “O que você e ele têm em comum: NADA”.



Já o Sensacionalista fez piada e colocou na capa fictícia da revista a estrela mirim Maísa, anunciando “um guia para você conseguir se aposentar – comece cedo”. Confira mais abaixo outras reações da internet.




Fonte: Blog da Luciana Oliveira
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A era dos rinocerontes

Os bons sujeitos dão bons rinocerontes

12 DE JANEIRO DE 2017 POR LUCIANA OLIVEIRA


DECÁLOGO DO RINOCERONTE

Leia AGORA o texto extraordinário do professor Conrado Hübner Mendes, publicado na FSP (via Ricardo Antônio Lucas Camargo).

1. Não tolerarás a diferença nem respeitarás o desacordo.

2. Não perguntarás nem fraquejarás diante da pergunta. As respostas são evidentes, as soluções são únicas.

3. Expressarás desprezo pela política e por políticos, mas farás política com máscara de apolítica.

4. Opinarás com fé e convicção. Deixar-se convencer pela opinião contrária é derrota.

5. Não escutarás cientistas, especialistas, jornalistas. Ignorarás contra-argumentos, fatos, pesquisas. Não buscarás saber quem, como, onde e por quê.

6. Contra direitos, falarás em nome de uma entidade mística, abstrata, aritmética, imaginária: Deus, povo, maioria, “homem de bem”. Contra direitos, invocarás uma missão civilizatória: fazer justiça, combater o crime e a corrupção, desenvolver a economia.

7. Desfilarás superioridade moral e intelectual, em nome da qual justificarás toda sorte de microagressões, linchamentos físicos e reputacionais.

8. Mostrarás o que é certo e como se faz, nem que seja no grito, no braço ou à bala.

9. Abraçarás slogans esvaziados de significado, fáceis de assimilar: politicamente correto, comunismo, feminismo. Atiçarás emoções primárias do seu público por meio dessas sínteses caricatas do mal.

10. Exigirás que sua particular forma de viver e se relacionar seja oficial. Dirás que essa forma é natural e as outras, desviantes.

No bestiário do primitivismo político brasileiro, entre mulas, raposas e serpentes, o rinoceronte tornou-se hegemônico. Acima, os seus dez mandamentos.

Na famosa peça “O Rinoceronte”, Eugène Ionesco narra a resistência do personagem Bérenger diante da gradual transformação de concidadãos num animal que simboliza a desumanização da cidade. “Não se vê um único ser humano, a rua é deles”, diz Bérenger.

A alegoria antifascista nos inspira a olhar para o embrutecimento do Brasil e nos ajuda a escutar os ecos da caverna que nos aguarda.

O rinoceronte brasileiro é guardião das mais cínicas falácias políticas em que nos enredamos.
Uma pequena lista: 
- quanto mais armados os cidadãos e a polícia, maior a segurança; 
- quanto mais se prende, mais se previne o crime; 
- quanto mais se proíbe as drogas, mais se promove a saúde pública; 
- quanto mais se corta em políticas de bem-estar, mais o Estado economiza; 
- criminalize-se o direito reprodutivo das mulheres e a vida estará protegida; 
- flexibilizemos regras ambientais e a economia crescerá.

Rinocerontes escondem que:
- o estatuto do desarmamento reduziu as mortes por arma de fogo; 
- o sistema prisional alimenta um crime organizado rico e inteligente; 
- a guerra às drogas é uma das causas do encarceramento em massa, reforça o narcotráfico e a violência; 
- há correlação entre cortes em políticas de bem-estar e aumento dos gastos em segurança; 
- nunca se abortou tanto (nas clínicas privadas de bairro nobre e nas precárias de periferia); 
- a mudança climática ameaça a vida de gerações presentes e futuras e o Estado, sequestrado por poderes econômicos arcaicos, permanece avesso a alternativas tecnológicas.

Rinocerontes não estão apenas nas redes sociais destilando racismo e homofobia, nas estações de metrô espancando homossexuais e quem os defende, praticando chacina contra família de ex-mulher e filho, nas TVs insuflando pânico moral.

Povoam ministérios, parlamentos, tribunais, movimentos sociais; estão dentro de casa. Não são loucos ou psicopatas.

“Os bons sujeitos dão bons rinocerontes”, disse outro personagem de Ionesco. Estão coordenados, têm repulsa a direitos e liberdades iguais e lutam contra a possibilidade da democracia. Em nome do bem. Já não basta chamá-los para o diálogo.”

Fonte: Blog da Luciana Oliveira
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                 Je suis Cedric

Quando envolvidos em disputas, e se derrotados, os rinocerontes não apenas não aceitam a derrota como passam a xingar e ofender os vencedores.