sábado, 29 de outubro de 2016

Movimento de estudantes enxota fascistas do MBL

O MBL é o braço fascistoide do governo Temer para tentar calar os estudantes.

Postado em 29 Oct 2016
por : Mauro Donato


Grupo pede desocupação de escola no Paraná

O pacote arquitetado para catapultar Dilma Rousseff sempre abrangeu reduzir – quando não dizimar – os direitos sociais. Quem entrou na conversa sobre pagar o pato dos impostos agora percebe que a conta do pato foi apresentada assim mesmo e com juros e correção. Não é mesmo, aposentado? Não é, trabalhador?

Portanto nada mais natural que um movimento que foi forjado, que foi criado especialmente para simular um descontentamento popular (que de popular não tinha nada, o MBL é um factóide) se transforme hoje em uma milícia para combater fascisticamente as ocupações da escolas e os estudantes que lutam pela ‘não piora’ da educação.

Eles certamente hoje, diante dos projetos de arruinar a educação pública, se contentariam apenas com a não piora. Pedir melhorias para um governo desses é utopia.

As comparações com o fascismo vêm sendo tão citadas pela esquerda quanto rechaçadas pela direita. Mas novamente elas cabem, são pertinentes.

Na Italia de Benito Mussolini alguns movimentos à paisana invadiam fábricas que estavam em greve ou ocupadas por sindicatos que lutavam por direitos trablahistas. Simulavam serem funcionários ou familiares de funcionários, serem ‘do povo e que queriam trabalhar’. Engodo.

Eram fascistas orquestrados para aquela ação. O que o MBL faz ao levar pessoas e jovens alegando que ‘querem estudar’ é um espelho da tática. Estão cercando as ocupações e sempre que possível partem para a agressão. Assim tem sido em Brasília, em São Paulo e sobretudo no Paraná.

Com o discurso imbecilóide que tenta inverter quem é quem, partem para o ofensiva. “Eles estão sendo usados como massa de manobra numa guerra absolutamente partidária, contra os governos federal e estadual. Nós estamos dando apoio à sociedade civil”, disse Eder Borges, mais um beócio líder do MBL executando o jogo sujo de manter tudo em seu lugar que tanto agrada às classes dominantes.

As ocupações são a atitude certa a ser tomada por esses jovens. Vão bagunçar os vestibulares, o Enem, as eleições. Impossível Michel Temer permanecer com seu ar de mordomo perante tamanho maremoto. Já são quase 1.200 escolas ocupadas em todo o país.

O contundente discurso da estudante Ana Júlia, que viralizou nas redes, não me surpreende. Desde outubro do ano passado, há mais de um ano, acompanho esses jovens em sua luta e constato que a imensa maioria têm aquele grau de maturidade, informação, opinião, ideologia e conhecimento político. Todos na faixa dos 16 ou 17 anos.

Ana Júlia detonou a PEC 241, o Escola Sem Partido, o modo como a reforma do ensino está sendo empurrada goela abaixo. E vinha com a voz embargada pela morte de um colega até que foi sórdidamente repreendida por um abjeto senhor de terno e gravata que ameaçou cortar o microfone.

Quantas vezes testemunhei isso ocorrer na Assembléia Legistlativa aqui em São Paulo. Um parlamentar, um presidente de mesa, um capacho que deveria na verdade estar representando o povo e não posando de moralista.

O movimento estudantil é o único que tem efetivamente batido de frente contra as atrocidades do governo golpista. E repito, jovens corajosos na faixa dos 16 ou 17 anos. Pode ser que o fascismo do MBL tente se impor pela truculência (que outra forma esperar?) e que setores da mídia busquem associá-los a partidos e a grupos com segundas intenções, mas a geração que luta pelas causas certas dá orgulho e esperança por um futuro no qual a educação seja prioritária na prática e não apenas na retórica das campanhas políticas.

Fonte: DIÁRIO DO CENTRO DO MUNDO
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População enxota o MBL de escola em Curitiba O que significa OCUPAR A OCUPAÇÃO ?
29/10/2016 Bajonas Teixeira

(Foto: Leandro Taques – Passeata de estudantes no Centro de Curitiba, 09 de outubro)

Por Bajonas Teixeira, colunista de política do Cafezinho

O MBL, servindo como PM para o governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), marcou manifestação para desocupar ontem o Colégio Estadual Pedro Macedo em Curitiba. Indignados com a notícia, centenas de pais, professores e vizinhos da escola formaram um cordão e expulsaram o MBL a pontapés.

Num país que desde 2014 presencia falsos movimentos democráticos sendo usados para enganar a população - MBL, Vem Pra Rua e Revoltados Online -, todos à serviço dos interesses das elites, é interessante refletir sobre o significado dessa reação popular. Ela é a primeira que ocorre desde a criação desses movimentos em 2014 e indica uma mudança muito expressiva de atitude de parte da população. Vejamos o assunto de perto.

Diante da primeira iniciativa de ‘reforma da Educação’ do governo Temer, os estudantes reagiram para evitar a destruição da educação. Essa reforma segue as diretrizes da Escola sem Partido, cujo mais ilustre representante é o ex-ator pornô fascista Alexandre Frota. Ligada a essa reforma, a PEC 241 retirará da educação quase meio trilhão de reais em 20 anos, segundo estudo da Câmara dos Deputados.

Frente a isso, os estudantes tiveram que tomar a defesa da educação. Em poucos dias, mais de 1000 escolas estavam ocupadas. Centenas de universidades e escolas técnicas (Ifes), seguiram o movimento que começou no Paraná. O movimento secundarista, de forma inédita, indicou a estratégia para as universidades.

O MBL foi chamado (leia-se, R$) para desocupar as ocupações. É um crime, porque um bem público ocupado só pode ser desocupado pelo estado, com as instituições públicas pertinentes (Ministério Público, Conselho Tutelar, etc.). Jamais um grupo político poderia exercer essa função. Mas com a cumplicidade dos juízes, como todos já sabemos, tudo é possível no Brasil.

Aliás, essa estratégia de desocupação foi imaginada e posta em prática, primeiramente, em São Paulo por Alexandre de Moraes – atual ministro da Justiça de Temer – para desocupar escolas usando apenas a PM (sem o Ministério Público, sem juiz e sem Conselho Tutelar). Como o governo do Paraná não pode usar a PM, depois da tragédia da violência contra os professores em abril de 2015, usa do MBL.

O MBL é a PM de Beto Richa. Ou melhor, a milícia de Beto Richa, já que, como os estudantes denunciaram, o MBL está sendo financiado pelo governador para atacar as ocupações.

O MBL é um movimento falso até no nome, que roubou do MPL (Movimento Passe em Livre), que estava com muita força por ter iniciado os protestos de 2013. O clone MBL (Movimento Brasil Livre) foi criado em fins de 2014 para simular três coisas: um movimento de classe média, um movimento jovem e um movimento liberal-democrático. Em cada um desses itens ele é falso.

A única coisa verdadeira no MBL é o número de processos de um dos seus principais líderes. Ele e família respondem na justiça à bagatela de 125 processos, como noticiou o Diário do Centro do Mundo. Um atestado maior que esse da credibilidade do movimento é impossível. O MBL sofre de falsidade ideológica aguda. Fake de cabo a rabo, quase nada é real no MBL, como se vê.

Mas dentre as coisas que estamos assistindo no Brasil hoje, o que é real? Uma presidenta sofre impeachment sem crime, num golpe contra a Constituição, e o STF, a instituição destinada a ser sua guardiã, afirma que “não há golpe, porque o impeachment está na Constituição”.

Um grupo de procuradores faz as acusações mais absurdas contra um ex-presidente, sem qualquer base em fatos e indícios consistentes, e o procurador chefe diz “não tenho provas, mas tenho convicção”.

Um usurpador se cerca de gatunos e com um projeto de privatizar e saquear 24 bilhões de reais do país, junto com uma PEC 241 que irá destruir a Educação, a Saúde, a Previdência, as Aposentadorias, enfim, tudo, diz que vai “colocar o Brasil nos trilhos”.

O ministro da Educação, logo após tomar posse, recebeu em seu gabinete Alexandre Frota e o líder dos Revoltados Online que entregaram a ele o projeto da Escola sem Partido.

A reforma da Educação apresentada por esse ministro, baseada nesses assessores, gerou uma revolta nacional. As escolas foram ocupadas, tendo o Paraná saído na frente no movimento de ocupação. E quem eles chamam para desocupar as escolas? Ninguém menos que o MBL. Uma matéria do UOL informou o seguinte:

“Uma manifestação convocada pelo MBL (Movimento Brasil Livre) para a frente do Colégio Estadual Pedro Macedo, no Portão, bairro da zona sul de Curitiba, foi esvaziada no início da noite desta sexta-feira (28) por centenas de manifestantes que se reuniram em frente à escola para ocupar a ocupação.”

Escorraçado pela população indignada, o MBL serviu para alguma coisa. Mostrou que seus métodos fascistas, suas falta de caráter e escrúpulos, seu papel de lacaio, já estão desmascarados e que não mais serão tolerados. A presença da população, pais de alunos, professores e vizinhos da escola, pode definir uma nova forma de ação de resistência ao golpe. Na matéria, essa ação foi chamada de “ocupar a ocupação”. Não fica claro se a expressão surge como liberdade poética do jornalista ou se, ao ser convocada, já foi designada como um ato para “ocupar a ocupação”. De todo modo, a expressão parece bem adequada para dar nome à defesa das ocupações.

As ocupações parecem se multiplicar nesse momento, e se alastrar para muitos estados no Brasil. Não será de admirar que o MBL, seja convocado para novas ações truculentas. O apoio da população, por meio dos atos de “Ocupar a Ocupação” será decisivo para barrar esses fascistas à serviço dos donos do poder.

Fonte: O CAFEZINHO
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Depois dos protestos de 2013, precisamente em 2014, a direita no Brasil perdeu a vergonha de assumir seu lado e partiu para as ruas.

Direita no Brasil não tem histórico de luta nas ruas.

Os movimentos de direita, MBL, Vem pra Rua e Revoltados online, passaram a ocupar as ruas em manifestações organizadas e incentivadas pelos grandes meios de comunicação e também por governos de direita, como em São Paulo.

Sem prática de manifestações populares, os movimentos de direita utilizaram a estratégia de intimidar e mesmo atacar os movimentos e grupos que apoiavam o governo Dilma.

Foram vários os casos de pessoas de esquerda agredidas, física ou verbalmente, nas ruas das cidades, sendo que pelas redes sociais as agressões se tornaram rotina, aos olhos das autoridades que nada fazem, pois, de certa forma tinham, e ainda tem, interesse em eliminar ou reduzir ao mínimo a influência de grupos de esquerda no país, tudo isso como parte do processo do golpe de estado que retirou Dilma da presidência.

Com liberdades e direitos ameaçados, as esquerdas passaram a ter um vida difícil quando em manifestações e protestos de rua, sendo na maioria das vezes agredidos por aqueles que deveriam protegê-los, no caso a Polícia. Essa mesma Polícia que protege - tira até selfie - os movimentos de direita por ocasião de protestos e passeatas desses grupos.

Isto posto, já que trata-se da verdade do processo, os grupos de direita agem sem que sejam punidos ou mesmo impedidos pelas autoridades. Pior ainda, as autoridades estariam apoiando as ações dos movimentos de direita.

Agora, com o movimento estudantil ocupando escolas em todo o país em protesto contra a reforma absurda proposta pelo golpe, os grupos de direita, financiados pelo golpe, resolveram bater de frente com o movimento estudantil e, em uma reviravolta que não ocorria desde 2014, tiveram que recuar, já que os estudantes e a verdadeira sociedade civil resolveram enfrentar os fascistas de direita e saíram às ruas para defender o protesto estudantil.

Historicamente o movimento estudantil no Brasil sempre que foi à luta e teve, na maioria das vezes, o apoio da sociedade civil, e , ao que parece, agora não será diferente.

Os grupos de direita cometeram um erro estratégico associando o movimento de ocupação de escolas como um movimento ligado aos partidos de esquerda, e ,com isso, foram enxotados, expulsos e humilhados ao tentar desocupar escolas.

O movimento estudantil tomou todo o país e parece que irá avançar cada vez mais na luta

Aos grupos de direita, o melhor é ficar em casa assistindo novela, pois caso queiram o enfrentamento serão massacrados pela população.

Quanto ao governo do golpe, o melhor é ouvir e negociar com os estudantes.

Cabe lembrar que o movimento estudantil de 1968 na França por pouco não derrubou o governo do general De Gaulle, e , aqui no Brasil, no mesmo ano, o governo da ditadura militar teve que sentar à mesa com os estudantes.

A sociedade não tolera violência e covardia com o futuro do país.

High Society em cana

O triste caso da socialite revoltada online Regina Marcondes Ferraz e seu enteado preso na Lava Jato. 

Postado em 29 Oct 2016
por : Kiko Nogueira


Mariano Marcondes Ferraz

Regina Marcondes Ferraz é uma figura de ponta de uma certa aristocracia decadente carioca.

Era socialite antes de a palavra existir. Nos anos 70 e 80, saía dia sim, dia não na coluna de Zózimo Barroso do Amaral no Jornal do Brasil, a mais disputada do país naqueles anos.

Casou, em primeiras núpcias, com Baby Guinle, sobrinho de Jorginho Guinle, cuja família era dona do Copacabana Palace (diga “do Copa”).

Cinco anos depois, conheceu e se apaixonou por Paulo Fernando Marcondes Ferraz, diretor-executivo da Associação de Comércio Exterior do Brasil, presidente da Câmara de Comércio Indústria e Turismo Brasil-Grécia, entre outros títulos.

Ele tinha dois filhos de sua união com Silvia Amélia Chagas, a baronesa de Waldner, suposta musa de “Detalhes” do Roberto, que hoje reside em Paris: Mariano e Maria Pia.

Regina viveu com Paulo Fernando por 14 anos, até desposar o empresário Paulo Gama Filho. Continuou, porém, muito ligada aos enteados Mariano e Maria Pia (“um presente de Deus em minha vida”, diz Regina sobre MP). Tampouco mudou de sobrenome ou de endereço: o tradicional Edifício Chopin, na Avenida Atlântica.

Uma matéria previsivelmente sabuja na revista JP, de Joyce Pascowitch, informava que “seu antídoto contra a ação tóxica do passar de anos é rir o tempo todo, sem se importar com a relevância do assunto”.

O sobrenome Marcondes Ferraz foi parar na imprensa durante essa semana com a prisão de Mariano no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Ele foi levado para Curitiba.

A preventiva foi pedida por Sérgio Moro. Mariano se preparava para embarcar para Londres, onde ia encontrar a mulher, a atriz Luiza Valdetaro.

Executivo do ramo do petróleo no grupo Trafigura, colecionador de arte, há “fortes indícios” de que praticou crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, de acordo com as investigações da Lava Jato.

Regina

Entre 2011 e 2013, teria pagado mais de 800 mil reais em propina ao ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa. A PF diz que ele “modificou seu padrão de viagens ao Brasil”, o que “é indicativo de que receava eventual prisão e responsabilização”.

Regina, nos últimos anos, tornou-se uma ferrenha militante anti corrupção e pró-impeachment. Nas redes sociais, brindou os amigos do society com as montagens mais toscas da praça.

Uma das fotos de seu Instagram era de uma senhora parecida com Dilma, sentada melancolicamente em alguma repartição pública, e a seguinte legenda: “Dando entrada no salário desemprego”.

Outra tem a imagem de Lula sob a inscrição “um investigado da PF é ministro de Dilma Rousseff! Isso sim é golpe”. Só não bateu panela porque não sabe onde elas ficam.

A fina, sofisticada Regina se rendeu à coxinhice mais canhestra, sem imaginar, ou fingindo não imaginar, que o pecado morava ao lado.

Ela não se manifestou e nem se manifestará sobre a detenção de Mariano. Bloqueou suas contas nas redes. Festas estão suspensas por ora. As amigas estão preocupadas porque ela já não ri o tempo todo.

Mas de uma coisa Regina Marcondes Ferraz sempre terá certeza: a culpa é do PT.





Fonte: DIÁRIO DO CENTRO DO MUNDO
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A distinta era figurinha carimbada na colunas sociais. Ainda nos anos 80 e 90, se tornou figura assídua na Passarela do samba Darcy Ribeiro, nos camarotes, claro, mas em uma festa do povo, que ela, ao que se revela nos posts, não é muito chegada. Enquanto as escolas de samba desfilavam, a distinta recebia generosos closes da Tv Globo, afinal, 'na tela do TV no meio desse povo a gente vai se ver na Globo'.
O que melhor define essa turma e o momento que vivem, é essa canção:



Alô, alô, marciano
Aqui quem fala é da Terra
Pra variar estamos em guerra
Você não imagina a loucura
O ser humano tá na maior fissura porque
Tá cada vez mais down the high society
Down, down, down
The high society
Down, down, down
The high society
Down, down, down
The high society
Down, down, down
Alô, alô, marciano
A crise tá virando zona
Cada um por si todo mundo na lona
E lá se foi a mordomia
Tem muito rei aí pedindo alforria porque
Tá cada vez mais down the high society
Down, down, down
The high society
Down, down, down
The high society
Down, down, down
The high society
Down, down, down
Alô, alô, marciano
A coisa tá ficando ruça
Muita patrulha, muita bagunça
O muro começou a pichar
Tem sempre um aiatolá pra atola, Alá
Tá cada vez mais down the high society
Down, down, down
The high society
Down, down, down
The high society
Down, down, down
The high society
Down, down, down
Ui, gente fina é outra coisa, entende?
Down, down, down
High society
Down, down, down, down, down
High society
Hoje não se fazem mais countries como antigamente, não é?
High society, high society, high society, high society
Down, down, down
High society
Down, down, down, down down
High society
Ai que chique é o jazz, meu Deus
Down, down, down
High society
Down, down, down
Ah, Deus

Composição de Rita lee

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Energia limpa

Cidade inglesa terá 80% da energia elétrica gerada por restos de comida
Reprodução/Facebook

A cidade de Keynsham, na Inglaterra, que produzirá energia elétrica com restos de comida

28/10/2016 11h49

Mais opções

A cidade de Keynsham, na Inglaterra, vai reduzir dois grandes problemas urbanos com uma única solução local. A partir do primeiro semestre de 2017, 80% da energia elétrica necessária para mover a comunidade de 16 mil moradores virá do processamento de restos de comida. Com o uso de combustível renovável e não-fóssil, modelo é mais ecológico e econômico.

Uma nova usina que está sendo construída usa o processo de digestão anaeróbica (sem ar). Nesse sistema, o lixo orgânico –biomassa– é quebrado por bactérias e produz metano. O metano é captado e queimado para gerar energia

O resíduo do processo é extraído e vira um fertilizante para agricultura, o digestate, diferente do composto orgânico resultante da compostagem aeróbica (com ar). Além de evitar o aterramento dos resíduos orgânicos, o que consome terreno e polui o ambiente, o processo todo gera recursos, reduz a pegada de carbono e promete economizar verbas em várias linhas do orçamento municipal.

A digestão anaeróbica vem sendo usada na geração de energia desde o fim do século 19 no Reino Unido, quando o esgoto doméstico processado começou a alimentar a iluminação pública em algumas cidades. Hoje, há cerca de cem usinas que usam o processo no país. E 66% das centrais de tratamento de água usam também o sistema para depurar a água servida.

O que está sendo considerado promissor na usina de Keynsham é o modelo que une tratamento, geração e distribuição local, com potencial para servir individualmente cidades de variados portes, segundo reportagem publicada no site CityLab.

Com o tratamento local dos resíduos orgânicos, se evita o transporte para grandes centrais. Com a distribuição local de energia, há menos custos na transmissão e armazenamento, o que evita investimento em infraestrutura física e deve resultar em queda no custo final para o consumidor.

Fonte: UOL

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Uma cidade com 16 mil habitantes terá 80% da energia elétrica, necessária para mover a cidade, oriunda de restos de comida.

A título de comparação, no Brasil, país dos golpes e do atraso, 73% das cidades brasileiras tem até 20 mil habitantes ( dados do IBGE ), e é bem provável que nehuma, ou pouquísssimas cidades, possuam um sistema de geração de energia elétrica usando os restos de comida.

A usina de digestão aneróbica do lixo ( restos de comida ) produz metano, que é queimado para gerar energia elétrica.

No Brasil, muitas usinas termelétricas de geração de energia elétrica utilizam o gas natural para geração de energia. O gas natural, um combustível fóssil , tem em sua composição 70% de metano, o mesmo metano que é obtido de restos de comida.

Sim, caro leitor, metano é sempre metano, independente se é extraído da biomassa ou de combustíveis fósseis, assim como a água é sempre água, independente se sai da torneira ou se cai como chuva.

O que impede que cidades com até 20 mil habitantes possam produzir, através da biomassa (resto de comida ), 80 % da energia elétrica necessária para mover a cidade ?

Se o leitor respondeu o Sistema, acertou.

O sistema determina e exige que as petroleiras, as grandes hidrelétricas, o carvão e até mesmo as usinas nucleares, tenham predominância nos processos de geração de energia elétrica, o que também inclui as operadoras e distribuidoras de energia.

Chega-se ao absurdo em afirmar que a energia gerada por centrais nucleares é barata, segura e competitiva, e que as tais energias estigmatizadas como alternativas, são caras e pouco competitivas.

É bem provável, diria até correto, que a vida das pessoas e do planeta não foram consideradas nas planílias de cálculo de viabilidade econômica, já que são considerados inesgotáveis e abundantes. Para o Sistema, o capital natural não existe para efeito de cálculo.

Como defensores da vida, somos rotulados de radicais.

Não existe futuro e nem vida no Sistema.

No Brasil atual, defesa da Democracia Direta é sinônimo de radicalismo

Partido Pirata pode vencer eleições na Islândia

28 de outubro de 2016
Considerado favorito, o Partido Pirata pode vencer as eleições da Islândia, marcadas para o este sábado (29), e gerar a maior surpresa na política mundial em 2016. Fundado há apenas quatro anos por ativistas digitais, anarquistas e hackers, o partido define-se como “antissistema”, não sendo nem de esquerda e nem de direita.

Entre as propostas dos radicais, estão democracia direta, transparência de governo, privacidade on-line e descriminalização das drogas. Famoso, principalmente entre os jovens, a sigla ganhou forças após escândalos de offshore.

Em abril, o primeiro-ministro Sigmundur Daviò Gunnlaugsson, do Partido Independência, de centro-direita, renunciou ao cargo depois que documento vazados revelaram que ele e sua esposa estavam envolvidos em casos milionários do “Panamá Papers”.

Esta polêmica gerou diversos protestos e levou os islandeses para às ruas. Seu substituto foi obrigado a antecipar a data das eleições, que estavam previstas para 2017. Segundo pesquisa realizada pela Universidade da Islândia, o Partido Pirata lidera a disputa com 22,6% das intenções de voto. Já outras sondagens mostram que o partido radical está em segundo lugar com 21% contra 22,5% do Partido Independência.

Com a vitória, os radicais podem conquistar entre 18 e 20 cadeiras no Parlamento de 63 membros. Em 2013, um ano após sua criação, o partido fez história ao conseguir eleger três deputados.

Fonte: Manchete online
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Na Islândia, o que pode vencer as eleições é antissistema, pela democracia direta e participativa, é pela transparência de governo, pela privacidade on-line ( neste exato momento um dinossauro nazista aliado ao governo do golpe invade meu blog, como faz diariamente ) e pela descriminalização das drogas.

Islândia, um país em que a educação é prioridade e não clichê de golpistas como acontece neste momento de profundo retrocesso no Brasil.

Os movimentos e partidos políticos antissistema crescem em todo o mundo e, enquanto isso no Brasil, o sistema se fortalece com o governo do golpe e com o resultado das eleições municipais, onde o atraso, o medievalismo e a ignorância avançam em patadas largas rumo a barbárie.

A mídia medieval brasileira, conforme o texto acima, chama a proposta dos Piratas islandeses de...radicais. Isso mesmo, caro leitor, radicais, pois tem como proposta a transparência de governo e a democracia plena e direta.

Em tempos de trevas e de ignorância, propostas de Democracia e de Transparência são considerados radicalismos por aqueles que se dizem defensores da...democracia. No Brasil atual, postes fazem xixi nos cachorros, e um medieval pode ser prefeito do Rio de Janeiro.

No mesmo Paraná, das trevas de Moro, surge a luz de Ana Júlia

Forbes': Juventude do Brasil enxerga seu futuro e o nome dele é Ana Júlia

Estudante de 16 anos se torna grande esperança da classe estudantil do Brasil

A edição desta sexta-feira (28) da Forbes traz uma matéria sobre Ana Júlia, uma estudante paranaense de 16 anos que que foi a Assembléia legislativa de seu Estado e representou a voz dos estudantes inconformados de todo o país.

A reportagem diz que neste momento onde o Brasil passa por uma profunda crise política e econômica, um vídeo viralizou nas redes pela sua extrema capacidade de inspiração, comoção e pela forma tão direta, sincera, dolorida, porém firme com que secundarista Ana Júlia representou os alunos que ocupam as mais de 1000 escolas no país em diversos Estados.

“A nossa única bandeira é a educação. Somos um movimento apartidário, dos estudantes pelos estudantes”, disse Ana, vestindo a camiseta da sua escola.

Forbes observa que o discurso de Ana Julia ocorreu em um momento de tensão para o movimento das ocupações. Na tarde de segunda-feira (28), o estudante Lucas Eduardo Araújo Mota foi assassinado dentro da escola Santa Felicidade, em Curitiba, por um colega. O crime chocou os alunos e a comunidade e fez com que a escola fosse desocupada no dia seguinte. Havia a possibilidade de que a tragédia desmobilizasse o movimento em outras escolas. Mas isso não ocorreu.


"O sangue do Lucas está na mão de vocês”, disse Ana Júlia se referindo ao estudante Lucas assassinado na segunda-feira (24)

Na Assembleia, a jovem mencionou a morte de Lucas criando um momento de tensão. “Ontem eu estava no velório do Lucas e eu não me recordo de ter visto nenhum desses rostos aqui lá”, provocou a garota, olhando para os deputados estaduais.

"O sangue do Lucas está na mão de vocês”, disse causando forte impacto a estudante. Foi interrompida pelo presidente da Casa, o deputado Ademar Traiano (PSDB), que afirmou que ela não poderia agredir o parlamentar, e ameaçou encerrar a sessão. “Aqui ninguém está com a mão manchada de sangue não”, protestou ele.

O texto da Forbes fala que a estudante Ana Julia se desculpou, mas foi firme ao explicar porque a morte de Lucas refletia a indiferença do Estado com o protesto dos estudantes. “Eu peço desculpa, mas oECA [Estatuto da Criança e do Adolescente] nos diz que a responsabilidade pelos nossos adolescentes, pelos nossos estudantes é da sociedade, da família e do Estado”, devolveu Ana Julia, sob aplausos de outros estudantes que estavam ali.

O noticiário norte-americano considera sintomático que uma estudante de Curitiba esteja sensibilizando outros brasileiros. A capital do Paraná, que com a Lava Jato se tornou símbolo do combate aos descalabros que o Brasil vive, ganhou uma voz que humaniza o movimento dos secundaristas. Os jovens paranaenses lideram as ocupações no Brasil, com 850 escolas ocupadas, quase metade do total no Estado, segundo as contas do Movimento Ocupa Paraná.

Fonte: JORNAL DO BRASIL
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Piccolo balila: milícias do MBL estão atacando escolas ocupadas no Paraná para desalojar os estudantes. Exemplo da PF no Senado motivou balilas

O golpe não tem projeto de desenvolvimento e isso não é uma falha: isso é o projeto. Pesquisa, ciência e tecnologia são artigos secundários.

Estudantes reocupam escolas no PR após “Furacão Ana Júlia” passar pela Assembleia Legislativa


Paraná URGENTE! MBL insufla pais e alunos contra ocupações, vai na marra tirar alunos cantando hino nacional.

O mundo contempla, estupefato, a catástrofe iminente da ciência brasileira. País vassalo não precisa de ciência....

Brazilian science faces ‘imminent catastrophe’
A constitutional amendment advancing through Brazil's Congress seriously threatens the nation's scientific enterprise, experts 



Fonte: CARTA MAIOR
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quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Estudantes na vanguarda

Seu “promotô mandô” : algema na garotada

POR FERNANDO BRITO · 27/10/2016

Sem ordem judicial, um promotor de Tocantis, “resolveu” a ocupação de uma escola no Tocantins por adolescentes.
Mandou chamar a tropa, bem munida de algemas e exerceu logo as suas “convicções”.
“Recolhe“!



Mandado? Não vem ao caso. Juizado de Menores? Besteira, apesar de apenas dois dos 23 alunos levados para a delegacia terem mais de 18 anos.

Como é que Sua Divinescência vai ser impedido de exercer a sua nobre missão de “proteger os jovens” com seus braceletes de ferro.

“”Diante da resistência de alguns estudantes em desocupar o imóvel e com o objetivo de resguardar a integridade física dos próprios alunos, o promotor ordenou que a autoridade policial contivesse com o uso de algemas dois estudantes que se recusavam a deixar o Colégio”, diz o G1.

E ai de alguém que o chame de “promotoreco”, porque agora isso é ofender a instituição.

A “assessoria” informal de Alexandre Frota ao Ministro da Educação vai se tornando cada vez menos uma ironia e cada vez mais um símbolo trágico.

Há cem anos havia a palmatória. Agora é a “algema educativa”.

Fonte: TIJOLAÇO
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Mais de 1100 escolas estão ocupadas em todo o país
Mobilizações de secundaristas se posicionam contra a PEC 241 e a Reforma do Ensino Médio

Brasil de Fato


De acordo com os últimos dados divulgados pela União Brasileira de Estudantes Secundaristas (Ubes), já são pouco mais de 1.100 escolas ocupadas em todo o país contra a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 241 e a reforma do ensino médio, além de 82 campi universitários, três núcleos regionais de Educação e a Câmara Municipal de Guarulhos.

O estado do Paraná reúne o maior número de ocupações, com 846 escolas. Minas Gerais aparece em segundo lugar, com 66 escolas ocupadas, seguido pelo Rio Grande do Sul (13), Goiás (10) e Rio Grande do Norte (9).

Além disso, existe um movimento nacional de greve geral de professores e técnicos que, no Paraná, teve início no último dia 17.

Pressão e violência

Após o assassinato do estudante Lucas Eduardo Araújo Mota, 16, em uma das ocupações do Paraná na tarde desta segunda-feira (24), manifestações em repúdio às ocupações por parte do grupo Movimento Brasil Livre (MBL) incentivou os pedidos de reintegração de posse das escolas.

Entretanto, depois de uma assembleia realizada na tarde desta quarta-feira (26), os secundaristas decidiram continuar as ocupações no estado.

Os estudantes reivindicam a rejeição da PEC 241, aprovada na noite desta terça (25) no segundo turno de votação da Câmara dos Deputados. Agora, a peça vai para avaliação do Senado, também em dois turnos: o primeiro está previsto para terminar até o final de novembro e o segundo, até o dia 13 de dezembro.

A PEC introduz um Novo Regime Fiscal e congela os gastos do governo federal pelos próximos 20 anos, o que afetaria diretamente o orçamento direcionado para a educação e, segundo o movimento secundarista, acarretará na retirada de recursos de outras áreas para o investimento no ensino.

A Ubes divulgou uma nota com seis "porquês" da movimentação contra a PEC, entre os quais estão ataques aos setores mais carentes da população, desmonte da educação pública e precarização dos serviços públicos.

O movimento também se posiciona contra a Medida Provisória (MP) 746/2016, enviada ao Congresso por Michel Temer, que institui a Reforma do Ensino Médio, propondo a reformulação do ensino por áreas de conhecimento.

Os estudantes argumentam que a reforma deve ser debatida amplamente com a participação popular antes de ser implantada pela MP.

Fonte: CARTA MAIOR
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Temer conseguiu: fechou 1.022 escolas!
Mendoncinha, chama o Alexandre Frota!

publicado 26/10/2016


No Estadão:
1.022 escolas e 84 universidades estão ocupadas em 19 Estados e no DF
Pelo menos 1.108 instituições de ensino estão ocupadas pelos estudantes, em 19 Estados e no Distrito Federal, de acordo com levantamento da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes). Além de 1.022 escolas e institutos federais, há 82 universidades ocupadas e quatro Núcleos Regionais de Educação.

Os estudantes protestam contra a Medida Provisória 746, que estabelece mudanças no ensino médio, e contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241, do governo federal, que limita por 20 anos os gastos públicos – incluindo a área de Educação.

Em tempo: No Paraná, professores em greve vão às ruas denunciar envolvimento de Beto Richa em corrupção bilionária.

Fonte: CONVERSA AFIADA
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A sorte do Brasil é que, para cada Janaína, temos estudantes como a paranaense Ana Júlia.

Postado em 26 Oct 2016
por : Kiko Nogueira

Ana Júlia

Quando você achar que está na hora de se mudar para o Uruguai, quando você vir que o Brasil pariu Janaína Paschoal, quando você ouvir Alexia Deschamps — lembre-se da estudante Ana Júlia Ribeiro.

Aos 16 anos, a menina deu uma aula de democracia aos deputados da Assembleia Legislativa do Paraná na sessão plenária de quarta, dia 26.

Foi convidada a contar por que as escolas estão sendo ocupadas. Diante daqueles senhores, emocionada mas sob controle, com calma e contundência, inteligência e articulação, Ana explicou suas razões.

“Sabemos pelo que estamos lutando. A nossa única bandeira é a educação”, começou.

“Somos um movimento dos estudantes pelos estudantes, que se preocupa com as gerações futuras, com a sociedade, com o futuro do Brasil. É por isso que nós ocupamos as nossas escolas”.

Para ela, “é um insulto sermos chamados de doutrinados. É um insulto aos estudantes e aos professores”.

A Escola sem Partido, diz AJ, “é uma escola sem senso crítico, é uma escola racista, homofobia. É falar para os jovens que querem formar um exército de não pensantes, um exército que ouve e baixa a cabeça. Não somos isso. Escola Sem Partido nos insulta, nos humilha, nos fala que não temos capacidade de pensar por nós mesmos”.

Acusou os parlamentares de terem “sangue nas mãos” pela morte do garoto Lucas Eduardo Araújo Mora. Imediatamente o presidente da Casa, Ademar Traiano, vestiu a carapuça e ensaiou uma censura. Ana prosseguiu.

Enquanto houver Ana Júlia, há esperança.

Fonte: DIÁRIO DO CENTRO DO MUNDO
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Os prossumidores estão chegando

A hora da economia colaborativa

O avanço desta nova economia e a explosão de um novo modo de consumir parecem imparáveis.
Ignacio Ramonet



A economia colaborativa é um modelo econômico baseado no intercâmbio e na oferta de bens e serviços mediante o uso de plataformas digitais. Se inspira nas utopias de compartilhamento e em valores não mercantis, como a ajuda mútua ou a convivialidade, e também no espírito de gratuidade, mito fundador da Internet. Sua ideia principal é “o que é meu é seu”, ou seja, compartilhar em vez de possuir. O conceito básico é a troca. Se trata de conectar, pela via digital, aqueles que buscam “algo” com as pessoas que oferecem esse algo. Entre as mais conhecidas empresas que exercitam essa prática estão Netflix, Uber, Airbnb, Blabacar, etc.

Trinta anos depois da expansão massiva da web, os hábitos de consumo mudaram. Se impõe agora a ideia de que a opção mais inteligente hoje é usar algo em comum, e não necessariamente comprá-la. Isso significa ir abandonando pouco a pouco uma economia baseada na submissão dos consumidores e no antagonismo ou na competição entre produtores, e passar a um sistema que estimula a colaboração e o intercâmbio entre os usuários de um bem ou de um serviço. Tudo isto planteia uma verdadeira revolução no seio do capitalismo, que está acontecendo bem diante dos nossos olhos, uma nova mutação.

Imaginemos que, num domingo, você decide realizar um trabalho caseiro de reparação em sua casa. Precisa fazer alguns furos numa parede, mas não tem uma furadeira. Vai sair de compras num dia de descanso? Difícil. Então… o que fazer? E você mal sabe que a poucos metros de onde você mora há várias pessoas dispostas a lhe ajudar. Não saber disso é como se essas pessoas não existissem. Porém, que tal se existe uma plataforma digital que informe sobre isso? Que diga que ali pertinho vive um sujeito, quase um vizinho, disposto a lhe permitir usar sua furadeira, ou a informar a esse quase vizinho que você, pessoa necessitada de ajuda, está disposta a pagar por essa colaboração?

Essa é a base da economia colaborativa e do consumo colaborativo. Você evita gastar dinheiro para comprar uma furadeira, que talvez jamais terá que usar novamente, e um vizinho fatura uma grana que lhe ajuda nas contas do mês. O planeta também ganha, porque não precisa mais fabricar tantas ferramentas individuais que quase não serão usadas – e maltratar o meio ambiente, por consequência –, já que a lógica passa a ser a de compartilhar. Nos Estados Unidos, por exemplo, há cerca de 80 milhões de furadeiras cujo uso médio, em toda a vida útil da ferramenta, é de apenas 13 minutos. Assim, se reduz o consumismo. Se cria um espaço e uma vizinhança mais sustentável, e se evita um desperdício, porque o que se precisa de verdade é do furo, não da furadeira.

É um movimento irresistível, milhares de plataformas digitais de intercâmbio de produtos e serviços estão se expandindo a toda velocidade – um exemplo é o site espanhol consumo colaborativo: http://www.consumocolaborativo.com/. A quantidade de bens e serviços que podem ser criados ou renovados através destas plataformas online, sejam pagos ou gratuitos (como Wikipedia), é literalmente infinita. Só na Espanha, há mais de quatrocentas plataformas que operam em diferentes categorias, e 53% dos espanhóis declaram estar dispostos a compartilhar ou a alugar bens num contexto de consumo colaborativo.

A nível planetário, a economia colaborativa cresce atualmente entre 15% e 17% ao ano. Com alguns exemplos de crescimento absolutamente espetaculares. Por exemplo, o Uber. O aplicativo digital que conecta os passageiros com os motoristas vale hoje 68 bilhões de dólares e opera em 132 países, e conseguiu isso em apenas cinco anos de existência. Por sua parte, Airbnb, a plataforma online de alojamentos para particulares, surgida em 2008, já encontrou cama para mais de 40 milhões de viajantes, e seu valor na bolsa é de mais de 30 bilhões de dólares – sem ser dona de sequer um dos quartos que oferece. Como empresa, o Airbnb já vale mais que o Hilton, o maior grupo hoteleiro do mundo, e também supera a soma dos valores dos outros dois grupos que compõem o pódio do mundo dos grandes hotéis: Hyatt e Marriot.

O sucesso destes modelos de economia colaborativa impõe às empresas tradicionais um grande desafio. Na Europa, Uber e Airbnb vem chocando de frente contra o mundo dos táxis e da hotelaria tradicional, respectivamente. São acusados de concorrência desleal. Mas nada poderá parar uma mudança que, em grande medida, é a consequência da crise de 2008 e do empobrecimento geral da sociedade. É um caminho sem retorno. Agora, as pessoas desejam consumir a menor preço, e também dispor de outras fontes de renda inconcebíveis antes da Internet. Com o consumo colaborativo, cresce também o sentimento de ser menos passivo, mais partícipe do jogo. E a possibilidade da reversibilidade, da alternância de funções, poder passar de consumidor a vendedor ou alugar, e vice-versa. O que alguns chamam de “prossumidor”, uma síntese de produtor e consumidor – conceito que aparece pela primeira vez no livro de Alvin Toffler, “A Terceira Onda”.

Outra característica fundamental desta nova relação econômica é a desmitificação do sentido de propriedade, e do desejo de posse, que foi simplesmente a base da sociedade de consumo. Adquirir, comprar, ter e possuir eram os verbos que melhor traduziam a ambição essencial de uma época na que a propriedade definia quem a pessoa era. Acumular coisas, moradias, carros, geladeiras, televisores, móveis, roupa, relógios, quadros, telefones, etc… essa era a principal razão da existência. Parecia que, desde a alvorada dos séculos, o sentido materialista era inerente ao ser humano. Recordemos que George W. Bush ganho as eleições presidenciais nos Estados Unidos, em 2004, prometendo uma “sociedade de proprietários”, e repetindo: “quantos más proprietários haja em nosso país, mais vitalidade econômica haverá”.

Erro duplo. Primeiro, porque a crise de 2008 destroçou essa ideia de que se havia estimulado as famílias a serem proprietárias, e os bancos, embriagados pela especulação imobiliária, passaram a emprestar dinheiro (as famosas subprimes) sem a mínima precaução. Foi assim que tudo começou. Os bancos hipotecários quebraram, até o próprio Lehman Brothers, um dos estabelecimentos financeiros aparentemente mais sólidos do mundo.

O segundo erro foi não perceber que, discretamente, novas iniciativas nascidas na Internet começaram a dinamitar a ordem econômica estabelecida. Por exemplo: Napster, uma plataforma para compartilhar música, que provocaria, em pouco tempo, a devastação de toda a indústria musical, e a quebra dos megagrupos multinacionais que dominavam o setor. O mesmo aconteceria com a imprensa, os operadores turísticos, o setor hoteleiro, o mundo dos livros e da edição, a venda por correspondência, o cinema, a indústria automobilística, o mundo financeiro e até mesmo o do ensino universitário, graças aos MOOC (sigla em inglês dos Cursos Online Abertos Massivos), e que foram usados por cerca de seis milhões de estudantes, nos últimos dois anos.

Num momento como o atual, de forte desconfiança sobre o modelo neoliberal e os interesses das elites políticas, midiáticas, financeiras e bancárias, a economia colaborativa oferece também respostas aos cidadãos que buscam um sentido de ética responsável. Exalta valores de ajuda mútua e critérios que, em outros momentos, foram a argamassa das utopias comunitárias e dos idealismos socialistas – mas que hoje são o novo rosto de um capitalismo mutante, que deseja se afastar do selvagismo impiedoso do recente período ultraliberal.

Neste amanhecer da economia colaborativa, as perspectivas de sucesso são inéditas, porque, em muitos casos, já não são mais necessárias as indispensáveis alavancas do capital inicial e do apoio de investidores. Basta ver o exemplo do Airbnb, que ganha milhões a partir de uma plataforma de alojamentos que sequer são de sua propriedade.

Com respeito ao emprego, numa sociedade caracterizada pela precarização e pelo trabalho instável e mal remunerado, cada cidadão pode agora apostar na disposição de bens e serviços como forma de melhorar sua renda, utilizando seu computador, ou até mesmo um telefone celular, sem depender de um empregador, apenas sendo um intermediário, que compartilha, aluga, empresta ou troca um serviço por outro. Coisa nada nova na economia, existe desde o início do capitalismo, mas agora em maior escala, e com a ajuda de poderosos algoritmos que, quase instantaneamente, calculam ofertas, demandas, fluxos e volumes, novas tecnologias que analisam e definem os ciclos de oferta e procura, dando ao novo sistema uma tremenda eficiência.

Por outro lado, num contexto no qual a crise climática se tornou a principal ameaça para a sobrevivência da humanidade, os cidadãos não estão alheios aos perigos ecológicos inerentes do modelo de hiperprodução e hiperconsumo globalizado. Neste sentido, a economia colaborativa também oferece soluções menos agressivas para o planeta.

Poderá mudar o mundo? Poderá transformar o capitalismo? Muitos indícios nos conduzem a pensar, junto com el ensaísta estadunidense Jeremy Rifkin (no livro “Sociedade com Custo Marginal Zero”), que estamos assistindo o ocaso da segunda revolução industrial, baseada no uso massivo de energias fósseis e sistemas centralizados de telecomunicação. Vemos a emergência de uma economia colaborativa que obriga o sistema capitalista a mutar. Por enquanto, as duas formas mantêm um regime de coexistência: uma economia de mercado depredadora por um lado, dominada pelo sistema financeiro brutal, e por outro uma economia de compartilhamento, baseada nas interações entre as pessoas e no intercâmbio de bens e serviços quase gratuitos – embora a dinâmica esteja decididamente a favor desta última.

Ainda estão pendentes muitas tarefas: garantir e melhorar os direitos dos e-trabalhadores, regular o pagamento de taxas e impostos das novas plataformas, evitar expansão da economia submersa – o mercado negro deste tipo de atividade –, entre outras. Mas o avanço desta nova economia e a explosão de um novo modo de consumir parecem imparáveis. Fatos que revelam o anseio de uma sociedade exasperada pelos estragos do capitalismo selvagem, e que aspira de novo, como reclamava o poeta Rimbaud, uma grande mudança de estilo de vida.

Tradução: Victor Farinelli
Fonte:  CARTA MAIOR
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