segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Com Freixo é busão barato

Sim, é possível reduzir a tarifa de ônibus no Rio

24/10/2016 Redação


*artigo sugerido por um leitor do Cafezinho

por André Coutinho Ausgustin, no blog Enquanto Se Luta Se Samba Também

Um dos principais problemas do Rio hoje é a mobilidade urbana. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), em 2012 os trabalhadores da Região Metropolitana do Rio de Janeiroeram, de todo o Brasil, os que mais demoravam para ir de casa até o trabalho, levando em média 47 minutos. Cerca de um quarto deles demorava mais de uma hora nesse trajeto. Além de todo tempo perdido a cada dia, os cariocas ainda precisam aguentar ônibus lotados e caros. Muito caros.

Os números mostram aquilo que todos sentem no bolso: desde o Plano Real, em julho de 1994, a tarifa de ônibus no Rio já subiu 986%. No mesmo período, a inflação foi de 417%. Ou seja, o ônibus subiu mais que o dobro que os outros preços.


A candidatura de Marcelo Freixo e Luciana Boiteux está propondo reduzir o preço da passagem e criar algumas linhas de ônibus com tarifa zero nas regiões mais pobres da cidade. Muita gente, entretanto, questiona a viabilidade econômica dessa proposta. Afinal, a atual tarifa é calculada “tecnicamente” para cobrir os custos do sistema de ônibus e sua redução seria uma medida populista que poderia inviabilizar o funcionamento desse sistema.
É necessária uma tarifa que cubra todos os custos dos ônibus?

No mundo todo se subsidia o transporte público. Além de gerar um alívio no bolso dos trabalhadores, o subsídio ao ônibus, trem e metrô é um incentivo para que as pessoas usem menos o transporte individual. Como o carro gera mais poluição, mais engarrafamentos e mais acidentes, é de se esperar que o poder público incentive o transporte público. É o que ocorre na Europa, por exemplo, onde apenas 48% do custo operacional do transporte público das áreas metropolitanas é coberto pela tarifa cobrada. O restante do custo é coberto por outras receitas, principalmente por subsídios públicos:


E isso não acontece apenas em países desenvolvidos. A nossa vizinha, Argentina, por exemplo, tem uma longa tradição de subsídios ao transporte coletivo. Na área metropolitana de Buenos Aires, em 2013, os subsídios cobriam 76% do custo do transporte publicoautomotor de passageiros, fazendo com que as tarifas fossem muito mais baixas que as brasileiras. Mesmo com a diminuição desse auxilio anunciada recentemente pelo presidente Macri, os subsídios ainda tem um peso importante na Argentina. A mesma situação se repete em outros países da região, fazendo com que a tarifa média dos ônibus nas grandes cidades da América Latina hispânica seja em torno de um terço do valor médio das tarifas nas grandes cidades brasileiras [1].

No Brasil ocorre o contrário. Um estudo do IPEA estimou que, em 2004, os subsídios públicos para a operação e aquisição de automóveis privados no Brasil estavam entre R$ 8,5 e R$ 14,1 bilhões por ano. Já o transporte público recebia apenas entre R$ 0,98 e R$ 1,2 bilhão. E a Associação Nacional de Transportes Públicos estima que, de 2003 a 2013, os recursos gastos pelo poder público para a manutenção do sistema viário usado pelo transporte individual foram de R$ 131 bilhões, enquanto os recursos públicos para a manutenção do sistema viário usado pelo transporte público foram de apenas R$ 27 bilhões (valores corrigidos pela inflação). O resultado dessa política foi um transporte público caro e de pouca qualidade, com cada vez mais gente andando de carro e piorando as condições de trânsito das cidades brasileiras [2].

O PSOL está propondo no rio de Janeiro a criação de um fundo para reduzir a passagem que seria formado, entre outras coisas, por multas de trânsito. Já é um começo, mas para termos uma tarifa realmente barata (ou até tarifa zero para todos os ônibus) provavelmente seriam necessários recursos federais, já que a nossa estrutura tributária concentra a arrecadação na União. Como melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores não parece ser uma prioridade do Governo Temer, dificilmente se conseguiria nos próximos anos uma redução significativa da tarifa através de subsídios.

Além desse fundo, Freixo também está propondo a realização de uma auditoria nos contratos de concessão dos ônibus. Não dá para saber exatamente qual seria o resultado efetivo dessa auditoria antes dela ser realizada, mas as poucas informações que existem sobre os custos das empresas de ônibus nos fazem acreditar que existe uma grande margem para a redução da tarifa se essa auditoria realmente for feita.

Embora sempre se apresentem argumentos “técnicos” para justificar os aumentos, o que pretendemos mostrar é que na verdade os aumentos dos últimos anos ocorreram por uma opção política da prefeitura. O prefeito Eduardo Paes e os partidos que apoiavam a sua gestão (entre eles, o PRB de Crivella) se preocuparam mais com o lucro das empresas de ônibus do que com a população.
Como, afinal, é calculada a tarifa?

A maioria dos municípios brasileiros calcula a tarifa de ônibus com base na antiga planilha do GEIPOT [3], que transforma todos os custos fixos e variáveis das empresas de ônibus (incluindo o lucro) em custo por quilômetro. Depois, divide-se o custo por quilômetro peloíndice de passageiros pagantes por quilômetro (IPK), chegando-se ao valor da tarifa. Na prática, é como se dividíssemos o custo total das empresas pelos passageiros.



Há, portanto, dois motivos que podem levar ao aumento da tarifa: um aumento do custo por quilômetro (devido ao aumento do preço do óleo diesel, por exemplo), ou uma queda no IPK (que pode ser causada pela redução do número de passageiros ou pelo aumento da quilometragem rodada).

O que ocorreu na maioria das cidades brasileiras nas últimas décadas foi uma grande redução no número de passageiros, reduzindo o IPK e causando um aumento nas tarifas. Para se ter uma ideia, em abril de 1995, o IPK médio das principais cidades (Belo Horizonte/MG, Curitiba/-PR, Fortaleza/CE, Goiânia/GO, Porto Alegre/RS, Recife/PE, Rio de Janeiro/RJ, Salvador/BA e São Paulo/SP) era de 2,59.Em abril de 2015 havia caído para 1,52. Portanto, mesmo se o custo por quilômetro tivesse se mantido, as tarifas teriam crescido, em média, em torno de 70% nesses 20 anos.

Essa queda no número de passageiros ocorreu, como dito anteriormente, pelo aumento do uso do carro e da moto como meios de transporte. Isso aconteceu em todo o país e no Rio de Janeiro não foi diferente: nos últimos 15 anos a frota da cidade quase dobrou:



Com esse aumento do uso do carro e da moto, é de se esperar que o número de passageiros de ônibusno Rio esteja caindo e era isso que estava acontecendo até 2005. A partir de 2006, entretanto, essa tendência se inverteu e o número de passageiros passou a crescer. Isso aconteceu, principalmente, pelas restrições ao uso das vans. Se em 2003 elas transportavam 18% dos passageiros do Rio, hoje elas transportam apenas 3%.



Como já dissemos, para se calcular a tarifa é dividido o custo dos ônibus pelos passageiros pagantes. Portanto, essa mudança na tendência do número de passageiros deveria ter se refletido numa redução da tarifa. Mas não foi o que aconteceu.
A licitação de 2010 e a nova forma de cálculo da tarifa

Em 2010 a prefeitura do Rio fez a primeira licitação pública das linhas de ônibus da cidade, mas ganharam as mesmas empresas que já atuavam na cidade. Segundo parecer do Tribunal de Contas do Município, houve indícios de formação de cartel e 12 pessoas apareciam como sócias em mais de uma empresa que participou da licitação. Só o Jacob Barata, o “rei do ônibus”, era sócio de sete empresas.

Para além disso, nenhum dos consórcios concorrentes à licitação ofereceu nenhuma contrapartida à Prefeitura pelo direito de exploração do serviço, como era previsto como possibilidade pelo item de proposta comercial do edital de concessão, indicando um acordão entre as empresas concorrentes para manter o valor da tarifa no patamar mínimo calculado [5].

Como resultado estabeleceu-se a tarifa de R$ 2,40, valor que resultou da divisão de um custo por quilômetro estimado em R$ R$ 3,0103 por um IPK estimado em 1,25. Para os anos seguintes, a tarifa seria reajustada pela seguinte fórmula [6]:

Pc = Po + Po x [(0,21 x Δ OD) + (0,03 x Δ RO) + (0,25 x Δ VE) + (0,45 x Δ MO) + (0,06 x Δ DE)]

Onde:
Pc = Preço da Tarifa calculada
Po = Preço da Tarifa vigente
Δ OD = Variação do valor de Óleo Diesel (IPA-FGV)
Δ RO = Variação do valor de Pneus para Ônibus e Caminhões (IPA-FGV)
Δ VE = Variação do valor de a (IPA-FGV)
Δ MO = Variação do valor da Mão de Obra (INPC-IBGE)
Δ DE = Variação do valor de Outras Despesas (INPC-IBGE)

Existem dois grandes problemas nessa fórmula:
Ela ignora completamente o número de passageiros e a quilometragem. É uma forma de cálculo que supõe que o IPK vai continuar o mesmo para sempre.
Apesar de supor que o IPK está fixo e só atualizar o custo por quilômetro, é uma atualização muito simplista que deixa vários itens do custo de fora.
As consequências de supor um IPK fixo

Mostramos anteriormente que, a partir de 2006, houve uma mudança na tendência e o número de passageiros pagantes voltou a crescer. Como esse número subiu mais que os quilômetros percorridos pelos ônibus, o IPK cresceu, passando de 1,09 em 2006 para 1,50 em 2015:



O resultado deveria ter sido uma redução do preço da passagem. Se hoje temos uma tarifa de R$ 3,80 com um IPK estimado em 1,25,utilizando o IPK correto (de 1,50) no cálculo, a tarifa seria de R$ 3,16. Mas a regra criada em 2010 que tirou o IPK do cálculo da tarifa impediu essa redução. O resultado foram ônibus mais cheios e mais caros.

Recentemente, com a crise econômica e o aumento do desemprego, o número de passageiros voltou a cair. De janeiro a agosto de 2016, 672 mil pessoas pagaram passagem nos ônibus cariocas, uma redução de 6,5% em relação ao mesmo período do ano anterior. Era de se esperar uma redução no IPK, o que não ocorreu devido à redução em 9,8% dos quilômetros percorridos. Essa mudança na quilometragem é resultado da reorganização das linhas de ônibus realizada pela prefeitura e que já havia iniciado no ano anterior: de 2014 para 2015 os quilômetros percorridos foram reduzidos em 4,7%. Portanto, se até 2014 o aumento do IPK era explicado pelo crescimento do número de passageiros, a partir de então passa a ser explicado pela redução dos trajetos das linhas. Esse foi o verdadeiro motivo de toda essa reformulação dos ônibus do Rio nos últimos dois anos: uma tentativa de continuar aumentando o IPK para aumentar o lucro das empresas.

Existe um lado bom e um lado ruim no aumento do IPK: se, por um lado, isso significa ônibus mais lotados, por outro lado significa que tem mais passageiros para dividir os custos do ônibus, permitindo uma tarifa mais baixa. Algumas pessoas podem achar isso bom. Outras podem preferir ônibus mais caros, mas menos cheios e com mais conforto. O problema é que a atual gestão, ao retirar o IPK do cálculo em um momento em que ele estava aumentando, nos levou à pior das situações: ônibus caros e lotados. Essa escolha não foi nada técnica, como costumam alegar, mas política.
O custo por quilômetro

Como já explicado, o cálculo da tarifa envolve dois indicadores: o IPK e o custo por quilômetro. O primeiro foi retirado do cálculo, ficando apenas o segundo. Nem este, entretanto, está sendo calculado da forma correta. Em vez de a cada ano calcular o custo por quilômetro, como a maioria das cidades faz, a prefeitura do Rio só calcula o que seria a variação dele. Se o cálculo inicial tiver usado algum valor superfaturado, esse erro continuará valendo para sempre. E temos motivos para desconfiar de superfaturamentos, já que a cotação de uma parte dos insumos que justificou a tarifa foi feita em uma empresa do Jacob Barata (ele de novo!).

Para atualizar esse valor inicial, são consideradas variações no preço do diesel, dos pneus e dos ônibus, de acordo com a variação desses itens no IPA (índice de preços que faz parte do IGP da FGV). Também é usado o INPC, supondo que ele reflete a variação dos salários e dos demais custos.

Esse calculo é uma aproximação muito ruim, o que até a prefeitura e as empresas admitem. Tanto é assim, que eles nunca seguem a fórmula do contrato, todo ano a prefeitura divulga o cálculo de acordo com o contrato seguido de alguns “ajustes” (que quase sempre são para mais). A atualização do custo com mão-de-obra às vezes segue o INPC (previsto em contrato) e às vezes segue o acordo coletivo dos rodoviários. É verdade que seguir o acordo coletivo faz mais sentido, já que mostra o verdadeiro aumento dos salários, mas por que não colocaram isso na regra de cálculo da tarifa? O mesmo acontece com o diesel, que às vezes segue o IPA (como estipulado em contrato) e às vezes segue a pesquisa da ANP. Resumindo: apesar de existir uma prevista regra no contrato, a cada ano a prefeitura calcula de uma forma diferente, sempre para beneficiar as empresas.

Também não podemos ignorar os “erros” de cálculo. No reajuste de janeiro de 2014, por exemplo, os valores usados para calcular a variação do diesel, dos pneus e dos ônibus, que supostamente haviam sido tirados do IPA, são diferentes dos valores verdadeiros do IPA divulgado pela FGV [7]. Se esse erro foi proposital ou por incompetência, pouco importa. O fato é que foi calculada uma tarifa acima do que deveria.

Entre tudo aquilo que fica de fora do cálculo de acordo com essa fórmula tosca da prefeitura, queremos destacar o fator de utilização de pessoal, que diz quantos motoristas, cobradores, fiscais e despachantes são necessários para cada ônibus da frota. Na planilha que definiu o valor inicial das tarifas, em 2010, o fator de utilização dos motoristas era apenas 0,36% maior que o fator de utilização dos cobradores. Isso significa que foi calculada uma tarifa supondo que praticamente todos os ônibus possuíam cobrador. Sabemos que na realidade isso não acontece e que cada vez é mais comum o ônibus ser operado apenas pelo motorista, o que aumenta o risco de acidentes.

No cálculo de 2010, 12,9% da tarifa correspondia ao salário e demais encargos dos cobradores. Isso dá, com o valor atual, R$ 0,49 por passagem. Se as empresas estão colocando os passageiros em risco com a dupla função, pelo menos que incluam isso no cálculo da tarifa! Estamos pagando para as empresas pelo salário de funcionários que já foram demitidos! Não sabemos exatamente quantos ônibus operam sem cobrador, mas 77,21% deles atendem ao critério que permite as empresas tirarem os cobradores.

Outra coisa que não entra no cálculo da tarifa é a venda antecipada de passagens. Quando alguém carrega seu RioCard e fica 12 meses sem usar algum crédito, esse crédito se perde. O dinheiro acaba indo para Fetranspor, que ganha R$ 90 milhões por anos só com e expiração de crédito das linhas intermunicipais. E mesmo naquelas passagens que são usadas antes de 12 e não expiram as empresas lucram: no período entre o crédito ser comprado e ser utilizado, esse dinheiro é aplicado e rende juros. Esse rendimento deveria ser revertido em redução da tarifa, mas vai direto pro bolso da Fetranspor.

Não temos como afirmar quanto seria a tarifa exata se ela fosse calculada da forma correta, já que a prefeitura e as empresas não divulgam todas as informações necessárias. Mas considerando todos esses problemas no cálculo do custo por quilômetro mais a falta de atualização do IPK, as poucas informações disponíveis já mostram que a passagem deveria estar abaixo dos 3 reais se fossem usados critérios realmente técnicos. Portanto, é possível reduzir a tarifa de ônibus no Rio de Janeiro mesmo sem subsídios!

O problema não é matemático

Quando os técnicos do Tribunal de Contas do Município analisaram o reajuste de 2012, eles chegaram à conclusão que a tarifa não só não deveria aumentar, como deveria ser reduzida:

Até que se evidenciem os elementos que justifiquem o aumento de tarifa em R$ 0,25, pode-se concluir que, de janeiro de 2012 até o presente momento, restou configurado o desequilíbrio econômico-financeiro nos contratos de concessão, em benefício das concessionárias. Por tal razão, considera-se apropriado o retorno da cobrança da tarifa ao valor de R$ 2,50, e sugere-se que a Secretaria de Transportes estipule medidas de compensação em prejuízo dos consórcios, para que os recursos decorrentes do acréscimo de R$ 0,25 sejam revertidos, a curto prazo, em investimentos a bem dos usuários.

Essa recomendação, entretanto, não foi seguida.

Voltando às eleições de 2016, o candidato Crivella gosta de dizer que é engenheiro e “sabe fazer contas”. O cálculo da tarifa de ônibus não é tão difícil e não precisa ser engenheiro para entender. Qualquer pessoa que tiver acesso às informações (o que é difícil de acontecer, já que as empresas e a prefeitura escondem os dados) e se dedicar alguns dias a entender as planilhas consegue perceber que a atual tarifa está muito acima do que deveria ser. Mas o problema não é meramente técnico, é político. Se o problema fosse técnico, teria sido resolvido pelo relatório do TCM.

O lucro das empresas de ônibus está muito além do razoável e não há vontade política para mudar isso. Enquanto a população se espreme que nem sardinha e paga uma passagem cara, os empresários de ônibus distribuem agrados entre políticos para manter seus interesses. Em uma gravação de 2011, o ex-secretário municipal Rodrigo Bethlem admitiu que o “rei do ônibus” Jacob Barata financiou sua campanha. Em troca, Bethlem teria sido “muito útil” ao empresário: “Não foi pouco não, foi muito. Eu derrubei sessão, tirei projeto”. Esse não é um caso isolado, trocas de favores como essa ocorrem com frequência entre empresas de ônibus e pessoas ligadas às prefeituras.

Não resolveremos o problema escolhendo o candidato melhor em matemática, mas escolhendo o candidato com mais independência política em relação aos empresários. O bispo/engenheiro já mostrou de que lado está: passou os últimos anos apoiando Eduardo Paes ehoje é assessorado por Bethlem.

Se a cidade fosse nossa, e não dos empresários, teríamos um transporte público mais barato e com mais qualidade. Isso incentivaria a mais pessoas usarem o transporte público, reduzindo o número de carros nas ruas e, consequentemente, os engarrafamentos. Além de gastar menos dinheiro, os cariocas poderiam usar para o lazer o tempo que hoje gastam no trânsito. É uma situação em que todos ganham, menos a Fetranspor e os políticos financiados por ela.

Texto escrito com ajuda do Leonardo Veiga, grande companheiro de rodas de samba e de militância da época em que eu estudei no Instituto de Economia da UFRJ. Agora ele tá no mestrado do IPPUR, escrevendo uma dissertação sobre mobilidade urbana no Rio de Janeiro.

Notas:

[1] VASCONCELLOS, Eduardo Alcântara de. Políticas de transporte no Brasil: A construção da mobilidade excludente. Barueri: Manole, 2013, p. 152.

[2] Sobre a relação entre os subsídios e os custos do transporte público e do transporte individual no Brasil, ver http://revistas.fee.tche.br/index.php/indicadores/article/view/3811

[3]O Grupo Executivo de Integração da Política de Transportes (GEIPOT) foi um órgão criado em 1965, vinculado ao Ministério de Viação e Obras Públicas. Transformado em Empresa Brasileira de Planejamento de Transportes em 1973, o GEIPOT foi extinto em 1998. Até hoje o modelo de planilha de custos criado pelo GEIPOT é usado pela maioria das cidades brasileiras para calcular o valor das tarifas de ônibus.

[4] Foram incluídos automóveis, motocicletas, motonetas, ciclomotores, caminhonetes, caminhonetas e utilitários.

[5] Para mais detalhes dos indícios de cartelização ver MATELA, Igor.Transição regulatória no transporte por ônibus na cidade do Rio de Janeiro. Letra Capital: Rio de Janeiro, 2014.

[6] Essa é a fórmula que aparece nos contratos assinados. No entanto, ela é diferente tanto da fórmula prevista na minuta de contrato da licitação quanto da fórmula escrita nos sucessivos decretos de reajuste da tarifa, o que já seria justificativa suficiente para anular todos os reajustes realizados desde então.

[7] Os número-índices para os itens “óleo diesel”, “rodagem” e “ônibus” em novembro de 2013 eram, respectivamente, 132,321, 154,799 e 112,369. A prefeitura, no entanto, usou os seguintes valores: 131,969, 156,238 e 112,316.

Fonte: O CAFEZINHO

Exército contra o Diabo

Polêmico 'exército' da Igreja Universal, Gladiadores do Altar chega ao Rio

Grupos de jovens se vestem como militares em cultos da Igreja Universal, em Del Castilho, no Recreio e na Tijuca
GABRIEL SABÓIA

Rio - Homens de até 26 anos marchando fardados, calçados de coturnos e com cabelos batidos, no estilo militar, batem continência para um líder. Esta cena não se passa em um dos quartéis do Exército Brasileiro. Mas dentro de templos da Igreja Universal do Reino de Deus. São os ‘Gladiadores do Altar’. O grupo jovem de evangelização, que vem gerando polêmica na internet, já reúne dezenas de adeptos no Rio.

Unidades da Universal em bairros como Recreio e Tijuca ostentam imagens dos cultos em suas páginas na internet. Numa delas, homens perfilados exibem camisetas com a sigla “C.A.” transfixada por uma espada, símbolo de luta do grupo na Catedral Mundial da Fé, em Del Castilho.

A Universal informou que o projeto conta hoje com 4.300 participantes em todo país. De acordo com uma nota, “os eventos estimulam o debate e a reflexão sobre aspectos do texto bíblico.” Além disso, segundo a assessoria da Universal, em sua maioria, os jovens são pessoas que tentam retribuir a ajuda que receberam em momentos de dificuldades. No entanto, não foi informado o motivo da exclusão de alguns vídeos ou a necessidade da vestimenta alusiva ao militarismo. Em montagens compartilhadas e comentadas por ‘gladiadores’, mensagens religiosas são entremeadas por imagens de guerra e disparos de armas de fogo.

A prática provocou crítica de líderes de outras correntes evangélicas. Embora reitere o respeito pela Igreja Universal do Reino de Deus, o pastor Fábio Inácio, da Igreja Cristã Contemporânea, acredita que continências ao altar e a um líder religioso podem desvirtuar o propósito religioso. “Acaba havendo uma distorção.”


'Gladiadores do Altar' da Universal provocam polêmica e já atraem jovens do Rio Foto: Reprodução Facebook

Os vídeos do movimento — que já tomou conta de várias cidades do Brasil e encontram ramificações em templos de países como Argentina e Colômbia — têm sido compartilhados aos milhares nas redes sociais e alimentado a pergunta: “Afinal, contra o que marcha este exército?”

A indagação, feita em uma rede social pelo deputado federal Jean Wyllys (Psol-RJ) após ver imagens de um evento do grupo, gerou nota de repúdio por parte da Universal. O deputado Jean Wyllys cobra explicações quanto à criação do movimento que pretende formar novos pastores. “O militarismo se constitui na presença de um inimigo. Afinal, quem é esse inimigo? Será que a prática atenta contra a diversidade sexual e religiosa?”, questiona o parlamentar.

Movimento foi criado em janeiro deste ano

As magens difundidas nas redes sociais, de acordo com a Igreja Universal, fizeram parte de uma série de apresentações da corrente religiosa em algumas capitais brasileiras. As marchas de grupos entoando frases de efeito teriam sido realizadas em diversos eventos, com coreografia ensaiada para marcar festivamente essas ocasiões.

Os integrantes da igreja, ainda segundo seus representantes, foram apresentados diante de milhares de pessoas. Muitas delas eram parentes e amigos dos jovens. Fundado em janeiro, o projeto Gladiadores do Altar estaria ligado à Força Jovem Nacional. No entanto, a Universal nega estar formando um exército fundamentalista. Apesar do gestual feito pelos jovens em vídeos divulgados na internet, que lembram saudações nazistas, a direção da igreja também desmentiu qualquer alusão à práticas armadas e extremistas.


Movimento criado em janeiro deste ano gera polêmica Foto: Reprodução

A origem da polêmica, ainda de acordo com a Igreja Universal, estaria na “má fé de jornalistas e praticantes de outras religiões”, que teriam aumentado a polêmica e replicado as imagens na internet com diversos comentários sobre as cenas.

Fonte: O DIA
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É perfeitamente natural que a população brasileira fique um tanto assustada pelo fato de uma determinada corrente religiosa estar formando um exército.

Exércitos, pelo saber histórico, existem para a defesa e combate ao inimigo.

Pelas declarações diárias, em emissoras de rádio e de TV, de bispos e pastores da Igreja Universal ao longo de anos, pode-se concluir que o exército da IURD será para enfrentar as tropas do Diabo, que segundo a inteligência do IURD, estariam avançando sobre o mundo, principalmente no Brasil.

Consta, em círculos restritos de bispos e pastores, que a tropa do Diabo é poderosa, o que justificaria a formação de um exército de fiéis.



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tropa de diabos

Seja lá o que estiver acontecendo, é bom a população exigir maiores e transparentes esclarecimentos sobre exércitos, diabos e conflitos.

A Quadrilha que assaltou o país

Quem Vai Prender a Quadrilha Formada Pela PF, MPF, Judiciário, PSDB e Globo. 
Se Houver?






Quem para essa quadrilha

A Lava-Jato cada dia surpreende mais no abuso de poder e seletividade de suas ações. Ora! afinal ela parece ser formada por semi deuses acima do bem e do mal, agentes públicos que com a desculpa de combater a corrupção direcionam, grampeiam, assediam, intimidam, prendem e dão entrevista como estrelas mesmo sem ter qualquer prova, mas apenas convicção.



O mais incrível é o discurso em quase todas as operações, onde os acusados que já deixam de ser suspeitos conforme prevê a CF, sempre são réus de formação de quadrilha. Afinal para qualquer leigo a formação de quadrilha sempre aumenta em muito a pena dos acusados, mesmo sem provas.

No ultimo episódio protagonizado pela policia legislativa do senado federal, os agentes públicos que executavam seu mister também foram acusados de formação de quadrilha.



Ora! caro navegante, o cidadão concursado que trabalha na policia legislativa, tem suas atribuições previstas dentro da norma legal, porém são acusados de estar a serviço de senadores fazendo contra espionagem ao dizimar grampos implantados pela PF sem saber que estes grampos eram da PF e que possuíam autorização judicial.

Nos parece que os policiais legislativos, além de fazerem cursos específicos para o cargo, deveriam fazer curso de vidência e adivinhação para exercerem o cargo e não passarem por este tipo de constrangimento.

Mas o nosso caro navegante também deve estar perguntando, e quando a quadrilha é formada por aqueles que supostamente apuram os crimes da lava jato, quem é que apura? Quem é que prende?

Vamos aos fatos dos nossos heróis que se inspiram em filmes americanos do FBI, NYPD, CIA entre outros.

A PF:



Japonês condenado continua trabalhando orgulho da PF

Temos visto nos últimos tempos uma chuva de ações da PF que são noticiadas sempre com exclusividade pela rede globo de televisão, são verdadeiros espetáculos midiáticos quando são feitas contra integrantes do PT.

Não é raro vermos que agentes desta mesma PF que em seu código de conduta veda a atuação partidária, manifestarem nas redes sociais o seu ódio contra o PT. O tal do hipister bonitão que prendeu Cunha é um dos que manifestavam sua repugnância contra Dilma e o PT.



Essa mesma PF que se julga FBI perde a moral quando prende um helicóptero com 500 kg de cocaína, dentro das terras dos Perrelas, na aeronave dos Perrelas, mas não responsabilizou ninguém, ou ainda, o famoso japonês da federal que foi condenado por prática de corrupção, mas que se quer cumpriu um único dia de prisão e ainda não perdeu o cargo e continua lá trabalhando, quem sabe cometendo novos crimes com apoio de seus pares que se revoltaram com sua condenação.


Não caro internauta você não esta lendo errado não, é isso mesmo a poderosa e esplendida força policial federal que quer se comparar ao FBI, tem em seus quadros um cidadão que praticou corrupção e foi condenado por isso, mesmo assim não perdeu seu cargo e continua lá com apoio do mesmo judiciário que o candeou, mostrando que esta PF não é tão certinha assim e não pode nem de longe ser comparada com o FBI, visto que lá se houver apenas suspeita o agente já é demitido e processado.

Além do mais, verifica-se que muitos dos nossos heróis são de certa forma simpatizantes do PSDB ou sairão candidatos pelo PSDB, talvez isso explique não encontrarem o dono do helicoca, ocultarem provas e nunca prenderem ninguém deste partido.

O MPF:



MPF partidário e seletivo

Esse é outro que se julga com super poderes, mas segundo rola na internet, é formado por procuradores juvenis mimados, que na maioria odeiam o PT ou participaram de manifestações contra Dilma, ou ainda, sairão candidatos pelo PSDB e mantem ligações com o partido.

O procurador power point como ficou conhecido Deltan Dallagnol, que mesmo sem nenhuma prova concreta contra Lula, fez acusações na base da convicção.

Mas o mesmo paladino não acha nada contra Aécio Neves delatado 54 vezes, nem contra Serra, FHC, Aloysio Nunes, Anastásia entre outros que também por vezes foram delatados.

O Judiciário:


Esse é o mais vil dos lobos, pois detêm o poder da caneta para prender e para soltar, de coagir e de torturar para obter as deleções seletivas premiadas.

Suas decisões são sempre seletivas, haja visto o caso Banestado, onde o mesmo juiz super-heróis dos coxinhas mesmo sendo o rombo 10 vezes maior que a da Petrobrás, nada apurou, ninguém condenou e tudo acabou.



Juiz Moro e Dória do PSDB 

Ainda tem seu pai, um dos fundadores do PSDB de Maringá, sua esposa assessora do PSDB, aparece em meio a campanhas eleitorais com candidatos do PSDB como no caso de Dória e ainda amigos como o Ministro da Injustiça Alexandre de Morais que detêm informações privilegiadas de prisões e as anuncia a lá vonte, ou prende e manda para morte supostos terroristas sem qualquer prova.


Pior que isso, se acha superior a tudo e a todos, manda grampear o telefone de uma presidenta da Republica, o que em outros países seria executado por crime de traição e espionagem, de advogados entre outros.

Mais que isso, se acha no direito de censurar aqueles jornalistas que não fazem como a globo e o coloca num altar.




Mas ele não está sozinho, tem o Catta Preta que participa de ato pró impeachment e de impedir a posse de Lula como ministro, ou ainda, Gilmar mendes que é a verdadeira vergonha do judiciário brasileiro.

A Globo:



Essa ai, ah! caro navegante essa ai é um verdadeiro câncer, sempre apoiou a ditadura militar, sonega milhões em impostos, tem uma programação que incentiva a juventude a prostituição, a cultura do ódio, da discriminação e da elitização, mas se acha no direito de colocar e derrubar presidentes a seu bel prazer e ao bel prazer da família marinho.


Sempre tem exclusividade em tudo que se relaciona a operação Lava-jato e segundo circula nas redes sociais, esta por trás da prisão de Cunha para prender sem provas Lula, ou melhor, sem provas não porque ela globo bate tanto em uma mentira que pretende transformar a mentira em verdade.

Nunca fala mal do PSDB, quando escândalos envolvem o partido tucano, a globo fala dos benefícios da berinjela, mostrando que é tendenciosa e sonegadora.

O PSDB:


Por ultimo e não menos quadrilheiro, está o PSDB que, conforme as delações recebeu e recebe a maioria das propinas pagas em todo pais, envolvido sempre em escândalos milionários de obras superfaturadas entre tantos outros, mas que nunca vai para a cadeia. Exemplo disso, FHC, Serra, Alckmin, Azeredo e tantos outros.

É o partido que possui o maior numero de Policiais deputados, promotores de justiça candidatos ou ocupando cargos de confiança e ligações misteriosas com ministros e juízes.



Derrotado nas ultimas eleições presidenciais, foi um dos principais articuladores do golpe republicano, agora depois de ter derrubado a titular, trabalha para tirar o golpista vice e assim se apoderar do poder.

Como pôde nosso caro leitor perceber, há uma clara suspeita de formação de quadrilha em curso, usando de seus super poderes para atacar a democracia e esconder e isentar os crimes de verdadeiros bandidos que ainda continuam a voar livres e soltos com seus bicos longos e asas azuis e amarelas, sem que ninguém possa incomoda-los, ficando a pergunta quem é que nos livrará se comprovada esta fabulosa quadrilha.

Por Gilberto Braw

Fonte: A JUSTICEIRA DE ESQUERDA
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sábado, 22 de outubro de 2016

Imagine e modifique a realidade

L’imagination peut-elle remplacer l’exercice physique ?

Imaginez que l’imagination suffise ! Qu’au lieu de vous traîner péniblement au Gymnase Club, soulever des poids en ahanant, ou courir jusqu’à ce qu’un point de côté vous terrasse, il vous suffise de vous asseoir tranquillement et de penser que vous effectuez tous ces exercices, et ce, avec des résultats analogues ! Ça paraît peu crédible, bien sûr, mais il semble bien qu’il existe un véritable effet de l’imagination sur certaines de nos performances physiques, limité certes, mais jusqu’à quel point… ce n’est pas encore clair.

Un article de la revue Nautilus, intitulé « Imaginer un exercice physique peut vous rendre plus fort » (attention les articles de Nautilus ne restent pas indéfiniment gratuits) semble confirmer cette folle idée…
L’effet, connu et vérifié, de l’imagination moteur

L’article commence tout de suite par nous présenter un nouveau terme, pas forcément très familier : la notion « d’imagerie moteur ». L’auteur, Jim Davies(@drjimdavies), professeur canadien de sciences cognitives, nous explique que « tout comme l’imagerie visuelle utilise les mêmes zones cérébrales que la perception visuelle, l’imagerie moteur utilise les zones cérébrales liées aux aires employées pour déplacer votre corps (…) bien que vous puissiez avoir des images visuelles susceptibles d’accompagner votre imagerie moteur, elles ne lui sont pas identiques, et ne s’y associent pas nécessairement ».

Davies nous propose ensuite un peu d’histoire : la théorie selon laquelle l’imagerie moteur et le mouvement réel possèdent une même base date de 1855, avec le livre du philosophe Alexander Bain, The Sense and the Intellect. Mais ce n’est pas avant 1931, continue Davis, qu’Edmund Jacobson étudia le lien entre l’imagination et les mouvements subtils des muscles. Depuis, cette thèse a été confirmée par une multitude de recherches sur l’activité cérébrale, impliquant l’IRM ou d’autres techniques. L’idée de base, nous explique Davies, est que les zones moteurs du cerveau agissent de la même manière, que le geste soit réel ou simplement imaginé, c’est juste que dans le second cas, une inhibition empêche les muscles de suivre les instructions des neurones.

L’article cite plusieurs exemples de l’efficacité de l’imagination moteur. Il semblerait par exemple que les chirurgiens qui se visualisent effectuant une opération soient plus efficaces que ceux qui ne le font pas. Dans leur papier « Mental imagery and implicit memory », les psychologues Stephen Kosslyn et Samuel Moulton rapportent qu’en 1988, une enquête sur 63 athlètes de très haut niveau a montré que 80 % d’entre eux recouraient à une pratique de ce genre. Le même papier nous raconte que le saxophoniste de Dave Brubeck, Gerry Bergonzi, avait pour habitude de s’entraîner mentalement lors de ses voyages en avion.

Exemple bien connu, lors d’une étude classique sur le sujet, datant de 1985, les chercheurs ont testé l’impact de l’imaginaire sur des joueurs de golf. Un premier groupe devait se représenter en train de réussir à envoyer la balle dans le trou, tandis que le second se voyait au contraire manquer de peu la cible. Et bien entendu, il y avait un groupe contrôle qui ne faisait rien du tout. Lorsque plus tard on a demandé aux participants de jouer « pour de vrai », on a pu constater que ceux qui s’étaient livrés à une visualisation « positive » s’en tiraient bien mieux que le groupe placebo, tandis que ceux qui avaient pratiqué une imagination « négative » voyaient au contraire leurs performances diminuer par rapport à la moyenne. Les chercheurs se sont demandé si les raisons d’un tel effet n’étaient pas essentiellement psychologiques : s’agit-il vraiment d’entraîner les muscles par l’imagination moteur ? Il se pourrait qu’il y ait une autre cause. En effet, après avoir interrogé les sujets sur leur ressenti, il est apparu que ceux qui se livraient à l’imagerie positive voyaient leur confiance en eux augmenter au contraire de ceux qui imaginaient un « ratage ». Autrement dit, ce n’est pas forcément parce que l’imagination « entraîne » les muscles qu’elle augmente nos capacités.

De fait, nous expliquent les auteurs d’une étude parue en juin dernier (un article en anglais, mais les auteurs sont français), cette explication, de type psychologique ou « motivationnelle » est celle qui a prévalu dans les dernières années du XXe siècle. Aujourd’hui on réfléchit beaucoup plus en terme de neuroplasticité, et sur la possibilité que l’imagination moteur soit en mesure de « recâbler » les neurones liés à certaines activités physiques. Dans cette même étude, les auteurs mentionnent aussi que certaines recherches tendent à montrer qu’il suffit d’ajouter à la pratique mentale du piano une seule séance de « véritable » entraînement pour que les niveaux de performance deviennent équivalents à ceux obtenus en travaillant uniquement « dans le réel ». A noter qu’il s’agit de discipline musicale, avec donc un fort composant cognitif, pas de soulever des poids…

L’imagination ne suffit pas : le rôle de la concentration et du feedback

Mais l’imagination moteur n’accroît-elle que la performance des travaux de précision, comme la chirurgie, le golf ou la musique ? En fait, elle pourrait aller plus loin encore et entraîner directement nos muscles. C’est ce que semble indiquer une autre étude mentionnée par Davies. Dans ce travail (plutôt ancien lui aussi puisqu’il date de 1992) les chercheurs auraient découvert qu’entraîner en imagination certains muscles de ses doigts augmentait la force de ceux-ci de 22 %, soit presque autant que l’exercice réel, capable d’améliorer celle-ci de 30 %.

On pourrait citer aussi l’expérience plus récente de Brian Clark, à l’université de de l’Ohio rapportée en 2014 par Scientific American. Son équipe a travaillé avec 29 volontaires qui ont vu leurs poignets plâtrés et immobilisés pendant un mois. Pendant 11 minutes par jour, 5 fois par semaine, les sujets devaient s’asseoir immobiles et s’imaginer exercer leurs muscles. A la fin du mois, ceux qui s’étaient livrés à cet exercice avaient leur poignets deux fois plus musclés que ceux qui n’avaient rien fait.

Alors, l’imagination pourrait-elle remplacer complètement l’action physique ? Apparemment non, répond pourtant Davies. La faute peut-être à notre capacité de concentration : d’après lui, une activité mentale intense ne peut pas dépasser les 20 minutes, ce qui pourrait constituer une limite à son efficacité. Selon Kosslyn et Moulton, une autre raison pourrait être invoquée. S’exercer plus de 20 minutes sansfeedback venant du monde réel risquerait d’introduire des erreurs dans la séquence d’actions, erreurs qu’il faudrait ensuite corriger lors de la mise en pratique dans le monde réel.

En tous cas, ce faisceau de recherches nous montre une fois de plus à quel point le corps et l’esprit sont liés. Cela peut-il être mis en relation avec cette autre étude, parue récemment, qui semble montrer que les principaux bénéficiaires d’un sport sont… ceux qui croient le plus à ses bienfaits !

Rémi Sussan

Fonte: Le Monde
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O artigo do Le Monde apresenta uma série de evidências, resultado de anos de estudo, de como a utilização criteriosa de imagens mentais pode ser útil em processos de cura, e também no desempenho das pessoas em suas atividades profissionais e esportivas.

A técnica de visualização, otimizada quando efetuada em um processo de relaxamento e 100% eficaz em um estado modificado de consciência, já é de conhecimento da humanidade desde a antiguidade.

Até mesmo na cultura e em manifestações sociais e culturais, ao longo dos anos, a chamada à visualização esteve presente.

O melhor exemplo é a música Imagine, de John Lennon, que tem como proposta uma visualização coletiva para uma nova realidade, algo pouco percebido e compreendido pela maioria das pessoas que acreditavam, fruto do discurso midiático, que a canção era apenas um delírio utópico.


Abaixo, sinopse e comentários sobre um livro da Sumus Editora, de 1989, a respeito do assunto.


“CURAR PARA A IMORTALIDADE” É O NOVO LIVRO DA ÁGORA

“A medicina espiritual se baseia em um ensinamento essencial, o de que temos os meios para curar-nos usando os processos mentais internos. Podemos tomar em nossas mãos a responsabilidade por nossa saúde e nosso bem-estar. O objetivo último desse esforço é não apenas alcançar um estado de cura, mas conquistar, por fim, uma longevidade que agora parece impossível. Com o tempo, podemos chegar a derrotar a morte.” Com essa afirmação corajosa, o psiquiatra Gerald Epstein, pioneiro no campo da medicina corpo-mente, define o livro Curar para a imortalidade – A nova medicina das imagens mentais, lançamento da Editora Ágora. Uma obra que literalmente pode salvar – e talvez prolongar indefinidamente – a vida.
O autor do best-seller Imagens que curam, descreve agora um programa comprovado de autocura baseado em mais de 40 anos de prática clínica e de inúmeras pesquisas sobre os fatores que provocam e curam doenças. Epstein explica que sintomas físicos são apenas a manifestação externa da doença, cuja fonteverdadeira encontra-se não em germes ou vírus, mas em um corpo desconectado da mente e do espírito.
Na medicina mental, segundo o psiquiatra, a mente e o corpo funcionam em total parceria, formando uma unidade. Assim, quando examinamos nossas doenças e aflições, percebemos o significado dos sintomas. “Reconhecemos o seu valor, no sentido de que nos alertam não só para um problema físico, mas também para as dificuldades sociais e morais mais amplas que enfrentamos nas situações da vida. Quando aceitamos a integração mente-corpo, como faziam os antigos, cada órgão do corpo assume um significado no nível emocional e social”, diz.
Para Epstein, uma medicina que não incorpore a mente como vontade significativa tenderá a isolar e separar o sintoma da pessoa, examinando-o de maneira objetiva e distante, sem relação com o restante da vida. No livro, ele mostra como a reintegração entre mente, corpo e espírito, por meio do poder da vontade, da imaginação e da memória, é capaz de curar – e prevenir – todo tipo de moléstia.
Usando parábolas bíblicas e tradições da civilização oriental, o psiquiatra revive uma prática curativa que prevalecia há mais de cinco mil anos. Recheado de exemplos práticos, casos clínicos e exercícios com imagens mentais, o livro torna-se um guia definitivo para curar o corpo com o poder da mente.

REVISTA MÁXIMA DESTACA O LIVRO “IMAGENS QUE CURAM”

A edição de agosto da revista Máxima deu destaque para o livro Imagens que curam(Editora Ágora), do psiquiatra americano Gerald Epstein. A reportagem, intitulada “O poder da imaginação”, traz dicas de exercícios e relaxamento por meio de técnicas de visualização para melhorar a qualidade de vida. Confira o texto na íntegra:http://goo.gl/yMRUKZ.
Desde sua primeira edição, em 1989, o livroImagens que curam tem ajudado pessoas em todo o mundo a empregar a visualização no tratamento dos mais diversos males, como ansiedade, depressão, asma, dores de cabeça, estresse, artrite, tensão pré-menstrual e infecções. Traduzida em onze idiomas e relançada em português pela Editora Ágora, a obra apresenta inúmeras técnicas desenvolvidas por Epstein em seu trabalho clínico e de pesquisa sobre o poder da visualização nos processos de cura. Baseado em sua experiência de mais de três décadas e em sua credibilidade reconhecida mundialmente, ele apresenta o poder das imagens mentais e explica como ocorre a conexão “corpomente”.
Analista de formação freudiana, Epstein conta que foi inicialmente cético quanto ao poder curativo das imagens. Contudo, mergulhou no estudo do tema ao deparar com pessoas que haviam obtido a cura por meio desse método, que foge completamente aos moldes do pensamento lógico-cartesiano. Durante os anos de estudo sobre visualização mental ao lado de Colette Aboulker-Muscat, ele compreendeu a unicidade do corpo e da mente e aprendeu que as imagens compõem uma linguagem natural do ser humano – linguagem essa que dominamos na infância e nos acompanha em devaneios e sonhos noturnos, mas que esquecemos como utilizar durante a maior parte de nossa vida consciente.
O que as técnicas ensinadas por Epstein propõem é usar essa linguagem poderosa não apenas para resolver problemas emocionais, mas também para sanar males que atingem nossos órgãos físicos. Afinal, como o pontua o próprio autor, se problemas físicos podem comprovadamente afetar nosso estado mental, é razoável assumir que o caminho inverso possa ser percorrido.