quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Peixe tarado

O empoderamento de Patrícia, a acusadora de Feliciano: “Só tem homem burro no PSC”

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Quando encontro Patrícia Lélis, a garota de 22 anos que acusa o pastor Marco Feliciano de estupro, em um café de Brasília, ela acaba de vir de uma reunião no CFEMEA (Centro Feminista de Estudos e Assessoria), uma das entidades que a auxiliam na denúncia contra o deputado federal do PSC. Patricia chega acompanhada pela mãe, Maria Aparecida, que, desde julho, quando a história veio à tona, acompanha a caçula por toda parte, que nem mãe de miss. Patricia é pequena e muito bonita, apesar da maquiagem excessiva que usa no rosto, com muita base escondendo as pintinhas e as sobrancelhas marcadas com kajal.
Patrícia vem com um sorriso estampado no rosto e brilho no olhar. Está encantada com a recepção que teve no CFEMEA. Nem parece a mesma garota que, em abril, atraiu a atenção do partido de Feliciano com vídeos cujo principal alvo eram as feministas. “Não conheço uma feminista bonita”, disparava, em um vídeo de abril deste ano, fazendo chacota da campanha que pipocou nas redes sociais contra os adjetivos “bela, recatada e do lar” utilizados por uma revista semanal para definir a sra. Michel Temer, Marcela.
Ou a mesma menina arrogante que, em maio, publicou um texto no facebook chamando uma professora, com quem havia se desentendido em um debate em Gurupi (TO), de “feminazi” e “feinha” e zombando dos cabelos cacheados da moça. Após ter denunciado o abuso, virado alvo da direita e encontrado apoio justamente em quem atacava, Patrícia não esconde o entusiasmo com as novas aliadas e a, bem… sororidade demonstrada por elas.
– Elas são lindas. Eu não conhecia o feminismo, acreditava que feminismo era o oposto de machismo. Engano meu! Conheci mulheres fortes, inteligentes, independentes, trabalhadoras, amáveis e que realmente têm o intuito de ajudar. Achei todas muito inteligentes, com conceitos muito concretos e embasados. As feministas só querem seus direitos. Todas nós, mulheres, queremos respeito, queremos poder denunciar um estupro e não ser chamadas de ‘loucas’, com laudos falsos.
A mãe intervém na conversa:
– Elas são preocupadas com a mulher. Se a mulher sofreu um abuso, não importa se é de esquerda, de direita, se a mulher está ali fazendo programa, não importa: ela não é obrigada a ter relações.
Não se pode dizer que a experiência de Patricia com a direita representada pelo PSC e os Bolsonaros e Felicianos da vida tenha sido longa. Seu primeiro vídeo foi postado no facebook no início do ano e bombou. Em abril, conta, foi procurada pela Juventude do PSC.
– Fui procurada pela Sara Winter, que me mandou mensagem pelo face. A Sara veio a Brasília e me levou até a sede do partido. Quando cheguei lá, me trataram superbem e me pediram para eu me filiar. Acharam que meu discurso tinha muito a ver com o PSC. Depois que me filiei, gerou mais audiência ainda, tanto para o partido quanto para mim. Tenho vídeos que tiveram quase 1 milhão de acessos. Foi quando eles me colocaram como líder da Juventude e me disseram que eu seria candidata a deputada em 2018.
Sara Winter é aquela garota que se tornou famosa mostrando os seios em protestos como representante brasileira do grupo radical ucraniano Femen, do qual foi desligada sob acusações de desonestidade; desde então, se tornou uma ferrenha ex-feminista e antiabortista. Atualmente, também se dedica a detonar a ex-amiga em suas redes sociais com um argumento que se tornou a principal linha de ataques à estudante de jornalismo após a denúncia de tentativa de estupro: dizer que Patricia tem “distúrbios psicológicos”. Só a chamam nas redes sociais de “Patricia Lelé”, além de espalharem o boato de que a jovem seria garota de programa, o que fez com que homens passassem a enviar emails para ela perguntando quanto cobra por hora.
Em um hangout no início do mês, transmitido ao vivo no facebook, Sara Winter, Kelly Bolsonaro (fã do clã reaça que adotou o sobrenome, mas sem parentesco) e a psicóloga da “cura gay”, Marisa Lobo, candidata a vereadora pelo Solidariedade em Curitiba, “analisam” Patricia de todas as formas. Marisa, sem qualquer exame prévio, “diagnostica” a jovem como “mentirosa compulsiva”, “doente, que precisa de ajuda” e que “pode parar num hospital psiquiátrico”.
A “avaliação” de que Patrícia é “louca”, “desequilibrada”, comum entre machistas (fizeram o mesmo com a presidenta Dilma Rousseff). é “embasada” em um laudo encomendado pela polícia civil de São Paulo afirmando que a jornalista seria“mitomaníaca”. A conclusão se choca com outro parecer, elaborado por psicólogas do IML (Instituto Médico-Legal) de Brasília, que não encontrou evidências de qualquer alteração “psicopatológica” na jovem.
Os advogados de Patrícia Lélis pediram o afastamento do caso do delegado Luiz Roberto Hellmeister, de São Paulo, que a rigor nem deveria ter entrado, já que Marco Feliciano, como parlamentar, possui foro privilegiado e a investigação deveria ter sido feita desde o princípio pela Procuradoria-Geral da República, como acontece agora. No início do mês, Hellmeister pediu a prisão preventiva de Patrícia por “extorsão e denunciação caluniosa”. Os defensores de Patrícia também solicitaram a anulação do inquérito.
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Patrícia acusa o titular do 3º DP, na Santa Ifigênia, de ter preparado o depoimento dela antes de chegar à delegacia e de estar ligado ao grupo de Feliciano, já que aparece em uma foto no facebook posando com Kelly e Emerson Biazon, autor da filmagem em que Patricia supostamente tenta “extorquir” a turma de Feliciano (ela diz que o vídeo foi editado e que o valor citado teria sido oferecido a outro envolvido no imbróglio, Arthur Mangabeira, para filmá-la negando tudo). Aliás, Talma Bauer, o chefe de gabinete do deputado que aparece no vídeo, também é policial civil em São Paulo. Em agosto, Bauer chegou a ser preso sob a acusação de manter a jornalista em cárcere privado.
– Quando eu cheguei à delegacia, minha oitiva já estava pronta. O delegado ficava falando para mim: “você é criminosa, você é pior do que a Suzane von Richthoffen! Você tem duas alternativas para sair daqui bem: a primeira é assinar um atestado dizendo que tudo isso é uma mentira, tudo invenção da sua cabeça, e daqui eu te encaminho direto para um manicômio; e a outra, se você quiser brincar com a minha cara, é você assinar e vou te indiciar e você vai ser presa.’ Falei para ele: ‘não sou louca, não estou mentindo. Quero assinar o que vou ser indiciada’. E aí começou um bafafá, uma gritaria… Quando saímos, ele falou: “Vou te prender, sua bandida.” Eu não sou bandida, não peguei nem um real de ninguém. No histórico deste delegado na internet tem vários casos absurdos, pode olhar.
De fato, Hellmeister é o mesmo delegado que, em 2015, apareceu na mídia como o titular do 2º DP, no Bom Retiro, em São Paulo, onde a travesti Veronica Bolina foi barbaramente espancada e ficou com o rosto desfigurado. Hellmeister também foi acusado por uma jornalista da rede Record de agressão.
Após Patricia ter denunciado Feliciano, o PSC passou a negar que ela tivesse se filiado, mas não é difícil achar fotos da estudante em eventos públicos do partido, inclusive com Sara Winter, segurando uma ficha de filiação. Além disso, no próprio site do PSC Patrícia é citada como uma das líderes da juventude do partido.
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É importante dizer que Patricia se aproximou do PSC contra todos os conselhos da mãe, Maria Aparecida, que, apesar de ser evangélica, teve algumas más experiências com pastores das igrejas que frequentava. Hoje Aparecida prefere orar em diversos templos para não criar vínculos.
– Eu falei para ela não se aproximar de pastores. Já pertenci a uma igreja por muito tempo, mas me decepcionei com um pastor, que acabou me expulsando de lá. O cara tinha ‘ene’ mulheres, enganava todo mundo. Também conheço caso de pastor que tem relações com a própria enteada de 13 anos, mas a gente tem medo de denunciar, porque além de pastor ele é PM… Ou seja, vivendo a minha vida de evangélica nessas igrejas vi muitas coisas absurdas. Frequento várias hoje, porque já vi de tudo, também no sentido financeiro, de pastor que pede dinheiro para comprar casa, carro… Por isso que eu não queria que ela se aproximasse deles, sempre avisei.
As desconfianças de Patrícia e de sua mãe em relação ao PSC não vieram depois da alegada tentativa de estupro por parte de Feliciano. A estudante se queixa que o pastor Everaldo, presidente do PSC, vivia tentando lhe empurrar pretendentes entre os homens do partido.
– Sempre o pastor Everaldo falava: ‘esse é o homem perfeito para você, um homem de Deus’. Uma coisa muito estranha. Cheguei no pastor e falei para ele: ‘Olha, pastor Everaldo, eu não quero. Acho que só tem homem burro aqui no PSC’.
– Ele ria quando você falava isso?
– Não, ele não ria, não. Ele dizia que eu ia acabar sozinha.
Um dos “homens de Deus” que Everaldo teria insistido para Patricia namorar foi o filho de Bolsonaro, Eduardo, deputado federal do partido. Que, como os demais, a jornalista achou burro, burríssimo, e se recusou a sair com ele.
– O Eduardo é um asno, uma mula. É do tipo que, se vê uma menina na Câmara um pouco mais bonita, ele passa a mão na bunda, chama de gostosa. Ele tem altos casos na Câmara, porque tem mulher que gosta. O Eduardo não tem voz nenhuma: o pai dele fala ‘você vai fazer isso’ e ele vai lá e faz. Ele mesmo não tem opinião de nada, coitado, não sabe de nada. O Jair deve ter dito pra ele: ‘essa é uma menina bonitinha pra aparecer com você nas fotos’. ‘Ajeitadinha’, porque ele chama assim, né? Aí o coitado vai lá e faz umas coisas bizarras…
– Tipo o quê?
– Tipo vai conversar com a gente e não tem assunto nenhum, começa por aí. Ele joga umas coisas assim: ‘você é jornalista? Gosto tanto de dar entrevista… no motel’. É disso pra baixo, é muito burrinho. Conheço outros deputados, tipo o Glauber Braga (do PSOL), e você vê outra postura. O cara é inteligente, é respeitoso. Então eu tenho um parâmetro.
Outra coisa que ela diz ter estranhado, ainda dentro do partido, são as advertências feitas pelo PSC aos jovens que engrossam suas fileiras para que não tenham nenhuma espécie de contato com feministas ou pessoas de esquerda em geral. Como se tivessem medo de que virassem vermelhos por osmose –ou por conhecer melhor as ideias que são compelidos a combater.
– O PSC pedia para a gente não ter contato. Dizia que quando você conhece a esquerda, eles fazem alguma lavagem cerebral e você acaba questionando as coisas, o feminismo, o casamento gay. Então sempre pediram para a gente manter distância mesmo. Eu conhecia a advogada do PSOL, sempre foi muito educada. Mas nunca sentei para conversar… E eles pedem nitidamente para não se envolver com esquerdistas, porque são tipo os anticristos do mundo. Eles faziam reuniões explicando por que ser contra o feminismo, por que ser contra os gays, segundo a Bíblia… A gente sentava para montar estratégias de como criar confusão em alguma sessão do Congresso, para tentar tirar a credibilidade. E hoje vejo o Bolsonaro invadindo o plenário, colocando o dedo na cara da Maria do Rosário… Coisas absurdas. Eu sou nova, nunca imaginei que as coisas eram desse jeito.
– O nível intelectual das pessoas que você está conhecendo agora é melhor?
– Nossa… Muito maior. Muuuuuito. É outra coisa, até o jeito de falar. Todo dia é uma surpresa diferente. Ao mesmo tempo que a direita me massacra –porque eles me odeiam, né?, me chamam de esquerda infiltrada, falam que o Jean Wyllys me pagou… Eu cumprimentei o Jean no máximo cinco vezes! Falam que eu ganho dinheiro do PT, do PSOL… Então, ao mesmo tempo que a direita me massacra, o pessoal do outro lado –não só de esquerda, mas muito de centro também– me manda várias coisas, tipo textos de autoconhecimento mesmo. ‘Aproveita que agora você não pode trabalhar, vamos ler, vamos estudar’. E são coisas que, nossa… fazem sentido. Até então, a gente sempre entendeu que o outro lado é que é culpado. A filosofia do PSC é o Estado intervir diretamente na vida da pessoa. É uma intervenção do Estado mesmo na vida pessoal. Quantas vezes eu escutei o pastor Everaldo falar: ‘o Estado não pode deixar as mulheres abortarem. O Estado não pode deixar os gays adotarem’. É ridículo.
Patrícia admite que, como muitos jovens que se definem de direita para “zoar” nas redes, começou a postar vídeos dizendo barbaridades para ficar famosa. Ela sempre quis trabalhar na televisão, razão pela qual topou ir contar sua história em programas como o Superpop, de Luciana Gimenez, e o programa de Roberto Cabrini, dos quais saiu mais desacreditada do que entrou.
Continua, porém, repetindo a mesma versão que deu no princípio de agosto ao blog Coluna Esplanada, do portal UOL: que foi até o apartamento de Marco Feliciano em junho para participar de uma reunião sobre a CPI da UNE; que, chegando lá, não havia reunião alguma e ficou a sós com o deputado, que teria tentado beijá-la à força e arrastá-la para o quarto; que ela teria recusado o assédio e recebido um chute na perna e um soco na boca; que teria gravado dois vídeos negando tudo sob ameaça de morte; e que não aceitou nenhuma das ofertas de dinheiro que teriam sido feitas pelos assessores do pastor Feliciano e pelo pastor Everaldo. Ambos rechaçam as acusações.
Tudo isso será alvo de investigação pela Polícia Federal, que entrou no caso na semana passada, por decisão do STF (Supremo Tribunal Federal). O ministro Edson Fachin atendeu ao pedido da Procuradoria-Geral da República e determinou abertura de inquérito para apurar a denúncia. Até que se comprove ou desminta, fica a palavra de Patrícia contra a de Feliciano.
Pergunto a Patrícia Lélis qual seu objetivo ao prosseguir com a acusação.
– Meu objetivo principal é que Feliciano pague por tudo aquilo que me fez, por tudo que me prejudicou, pois é uma pessoa que se faz de santo em frente a milhares, mas que nos bastidores tem um caráter terrível; que as pessoas alienadas entendam que existem pessoas ruins em todos os lados, que entendam que crime não tem partido político; que o nome de Deus não seja usado de forma tão banal; e principalmente que as pessoas parem de votar em pessoas por conta de religião.

Fonte: SOCIALISTA MORENA
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PSC , Partido Social Cristão, é o partido de Feliciano e Bolsonaro.  O número é 20, que no jogo do bicho é o grupo do Peru. Cruz Credo.

É o partido do peixe, da multiplicação da ...burrice.

É o reacionarismo medieval em seu estado latente.

É a bíblia como pedra filosofal, o segredo da vida, o reino político das verdades e convicções absolutas.

Um exército, pronto para jogar nas profundezas das trevas, todos os seres de luz.

Tudo em nome de Deus, da família, da propriedade e do dinheiro, do seu dinheiro, caro leitor, que será somente deles, os profetas enviados pelo Senhor para preparar o terreno para o triunfal retorno de Jesus.

O PSC, assim entendido, representa a salvação da humanidade, desorientada, perdida, agonizante, tal qual um peixe fora da água.

Quem vai parar esse maluco ?

A vida do país está assombrada por um MP e um juiz que decidiram subordinar o Estado de Direito às suas convicções. Quem vai detê-los?

Estado policial? Em menos de uma semana procuradores, Janot e Moro assombram país com power point e prisão que exalam descontrole e arbítrio.


Fonte: CARTA MAIOR
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QUEM VAI PARAR ESSE MALUCO? O ÓDIO CEGA E ELE PERCEBE TARDE DEMAIS


moro
PRESSIONADO, MORO REVOGA A PRISÃO DE GUIDO MANTEGA
Paraná 247 – O juiz Sergio Moro acaba de revogar a prisão do ex-ministro Guido Mantega, que foi detido quando acompanhava sua esposa no Hospital Albert Einstein, onde ela faz tratamento contra o câncer. Leia, abaixo, seu despacho:
DESPACHO/DECISÃO
1. Decretada, a pedido do MPF, medidas de busca e apreensão e prisões temporárias, envolvendo pagamentos, em cognição sumária, de propinas em contrato da Petrobrás com o Consórcio Integra.
Entre os fatos, há prova, em cognição sumária, de que Eiken Fuhrken Batista teria pago USD 2.350.000,0 em 16/04/2013 a João Cerqueira de Santana Filho e a Mônica Regina Cunha Moura mediante depósito, comprovado documentalmente nos autos, em conta da off-shore Shellbill Financeira mantida no Heritage Bank, na Suíça.
Segundo o próprio depositante, tais valores seriam destinados a remunerar serviços por eles prestados ao Partido dos Trabalhadores e teriam sido solicitados pelo investigado Guido Mantega, então Ministro da Fazenda e Presidente do Conselho de Administração da Petrobrás.
O pagamento estaria vinculado ao esquema criminoso que vitimou a Petrobrás e a propinas também pagas a agentes da Petrobrás no âmbito do contrato da Petrobrás com o Consórcio Integra.
Com base nesses fatos e para preservar as buscas e apreensões, acolhi, em 16/08/2016 (evento 3), pedido do MPF para decretação da prisão temporária dele e de outros investigados.
Sem embargo da gravidade dos fatos em apuração, noticiado que a prisão temporária foi efetivada na data de hoje quando o ex-Ministro acompanhava o cônjuge acometido de doença grave em cirurgia.
Tal fato era desconhecido da autoridade policial, MPF e deste Juízo.
Segundo informações colhidas pela autoridade policial, o ato foi praticado com toda a discrição, sem ingresso interno no Hospital.
Não obstante, considerando os fatos de que as buscas nos endereços dos investigados já se iniciaram e que o ex-Ministro acompanhava o cônjuge no hospital e, se liberado, deve assim continuar, reputo, no momento, esvaziados os riscos de interferência da colheita das provas nesse momento.
Procedo de ofício, pela urgência, mas ciente de essa provavelmente seria também a posição do MPF e da autoridade policial.
Assim, revogo a prisão temporária decretada contra Guido Mantega, sem prejuízo das demais medidas e a avaliação de medidas futuras.
Expeça-se o alvará de soltura. Encaminhe-se para cumprimento. Ciência ao MPF e à autoridade policial.
2. Defiro o pedido de habilitação da Petrobras neste processo, eis que suposta vítima dos crimes aqui investigados (evento 66).
Cadastrem-se e intimem-se os advogados da Petrobras.
Curitiba, 22 de setembro de 2016
Fonte: Blog da Luciana Oliveira
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Metástase social

Uma nação omissa



Por Arnaldo César (*)

Assolados por golpes, traições, maracutaias, roubalheiras de toda sorte, corrupção das grossas, propinagem descarada, desvio de função e descaramento generalizado, os brasileiros perderam a capacidade de se indignar. Uma presidente, legitimamente eleita, é destituída sem motivo num processo de impeachment meia bomba e a vida segue calmamente.
Dentro deste clima de total e absoluta promiscuidade, um grupo de parlamentares, na calada da noite, tentou golpear seus pares, na marotíssima manobra para anistiar aqueles parlamentares que fizeram traquinagens com o Caixa 2 de campanha. Manobra vergonhosa!
E, o pior: todos os partidos, inclusive o encalacrado PT, foram pegos com a boca na botija de mais esta patranha. Todos tem o rabo preso e estavam ansiosos para livrar suas respectivas biografias na hipótese de suas contas vierem a ser investigadas por uma razão qualquer.
Geddel Vieira Lima
Geddel Vieira Lima defendeu os colegas espertinhos que quiseram anistiar o Caixa 2 das campanhas. Temer, o desautorizou e disse que está havendo problema de comunicação no seu (dfes)governo. Problema de comunicação ou falta de sinceridade? Foto: reprodução internet
Os formadores de opinião, especialmente os jornalistas que vivem e trabalham em Brasília, acostumados a toda sortes de vilanias trataram a questão como mais uma asneira praticada pelos nobres representantes do povo.
Teve até um ministro do governo golpista, Geddel Vieira Lima, que veio a público defender os seus colegas espertalhões.
Ninguém, no Brasil de hoje, pode ser considerado uma vestal. Nem mesmo o “Rei da Moralidade Pública”, o juiz Sérgio Moro, comandante em chefe da “República de Curitiba”. Nunca, em nenhum momento, ele deixou de politizar suas ações na Lava jato. Mandando ás favas, a indispensável neutralidade que um magistrado deve cultivar nos tribunais.
A omissão dos cidadãos diante disso tudo é um sinal claro da fragilidade em que se encontra a democracia do País. Assim como todas as demais instituições que garantem o funcionamento da Nação. Senão vejamos:
O Legislativo está em frangalhos, tentando legislar em causa própria para se proteger das roubalheiras praticadas pelos seus membros.
Executivo é ocupado por um usurpador, sobre o qual recaem suspeitas de ter recebido propinas. O mesmo acontece com a maioria do seu ministério, constituída por políticos envolvidos com a Justiça.
Dias Tofoll: alerta aos colegas ministros do STF
Dias Toffoli: alerta aos colegas ministros do STF
No Judiciário não é diferente. Em vez de se contentar em ser o fiel da balança da institucionalidade brasileira, ele tem atuado ultimamente em consonância com interesses políticos partidários. Tanto que um de seus membros, o novato Dias Toffoli, pediu vênia para alertar os colegas ministros que estavam passando dos limites.
Se a democracia brasileira está totalmente estropiada, o Estado de Direito padece das mesmas feridas. Virou moda no Brasil acusar, julgar, punir e encarcerar sem precisar provar nada. Basta um procurador ou um juiz se convencer de que um crime foi cometido. Atua-se, hoje no Brasil, exatamente, como se fazia na Alemanha nazista, dos anos 40.
A coisa anda tão escancarada que soou brincadeira – para não dizer estupidez – o discurso do presidente usurpador no plenário das Nações Unidas, quando vociferou que “o impeachment feito no Brasil era um exemplo de democracia para o mundo”.
Depois de tamanha tolice, dá para entender as razões pela qual Barack Obama e todo e qualquer chefe de estado que se preze não terem dado as caras na sede da ONU, para prestigiar o pronunciamento do “Senhor Fora Temer”. Um sujeito, diga de passagem, ousado. Tanto que não teve qualquer prurido em ir lá mentir descaradamente sobre o número de refugiados acolhidos no Brasil.
Num ambiente contaminado em que os Três Poderes agem em função dos interesses pessoais ou de seus grupos, não será surpresa que um ex-presidente venha a ser encarcerado, sem qualquer prova cabal, e ninguém mova uma palha qualquer por ele.
Nas favelas do Rio, o espertalhão que acha que leva vantagem em tudo é conhecido como “Malandro Agulha”. Por uma razão muito simples: sempre acaba levando na cabeça.
É o caso dos brasileiros que, até agora, só têm levado na cabeça.
Até quando aceitarão calados tal situação?
(*) Arnaldo César é jornalista e colaborador do blog. 

Fonte: MARCELO AULER
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A PRISÃO DE MANTEGA E O ESTADO DE DIREITO.


A prisão de Guido Mantega, no Hospital Albert Einstein, onde estava acompanhando a esposa, que tem câncer, sem flagrante ou fato novo que a justifique e de maneira absolutamente desnecessária - o ex-ministro é uma figura pública, com endereço conhecido, que teria comparecido normalmente para depor caso tivesse sido intimado a isso, se o objetivo era a preservação de eventuais provas, a questão poderia ter sido resolvida por meio da expedição de mero mandato de busca e apreensão - só se explica pela busca da espetacularidade e de pressão sobre o detido.
Ela mostra, de forma inequívoca, a que grau de terror stalinista o Brasil está sendo alçado neste momento, diante do acovardamento do Congresso e das autoridades que deveriam assegurar a prevalência das garantias individuais, da letra constitucional e do Estado de Direito.

A ligar o ex-ministro a um suposto caso de propina, que teria sido encaminhada não a ele, mas a "publicitários" não identificados pela imprensa, há apenas uma declaração da polêmica figura de Eike Batista, que alega ter feito tal contribuição, também supostamente, em benefício do PT, a seu pedido.

Homem de reputação ilibada, Guido Mantega nunca foi beneficiado pessoalmente - ao contrário da cambada de bandidos enviados para casa pela Operação Lava-Jato em troca de delações premiadas, a maioria delas sem provas materiais, e todas com óbvias e ululantes conotações políticas - por um único centavo de dinheiro alheio.

Odiado pela malta neofascista tupiniquim, que contra ele tem protagonizado uma série de agressões covardes - uma delas foi no próprio Hospital Albert Einstein, no ano passado - e o acusa, hipocritamente de ter contribuído para o "descalabro" da economia, para essa gente, na verdade, seu maior crime, parece ter sido o de colaborar com um projeto que tirou o Brasil da decima-quarta economia do mundo e o levou para o oitavo posto em pouco mais de 10 anos; que pagou a divida com o FMI, de 40 bilhões de dólares, em 2005; que diminuiu a Divida Bruta Pública, de 80% em 2002 para menos de 70%, agora; que cortou pela metade a divida líquida pública, de 60 para 35% do PIB; que economizou 370 bilhões de dólares em reservas internacionais, quase 1.5 trilhão de reais, que estão no banco e que transformaram o Brasil no quarto maior credor individual externo dos EUA - procurem por Major Foreign Holders no Google.

Se pagou a quantia e sabia estar cometendo corrupção ativa, Eike Batista cometeu um crime, que só confessou cinco anos depois do fato.

Porque ele não foi preso, temporariamente, da mesma forma que Mantega, que sequer viu a cor do dinheiro?

Aguarda-se, agora, a posição da defesa do ex-ministro, e a resposta do STF a essa arbitrariedade, mais um desafio que se coloca à autoridade da Suprema Corte, como o novo bloqueio bilionário decretado, esta semana, sem sustentação legal, contra empreiteiras, pelo TCU.

Fonte: MAURO  SANTAYANA

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Bresser-Pereira: “Por que tanto ódio? Nunca tinha visto isso na minha vida. É muito grave”

22 de setembro de 2016 Redação


Entrevista de Bresser-Pereira para a revista Os Brasileiros:

"O fundamento desse ódio é um elitismo muito violento dos brasileiros, que vem ainda da escravidão, e especialmente da classe média. A classe média viu que tinha sido esquecida no governo Lula. Os muito ricos estavam ganhando muito dinheiro, e o governo tinha uma clara preferência pelos pobres.

Eles viram que tinham ficado excluídos e viam a ascensão social desses pobres, que andavam de avião com eles, entravam nos shopping centers com eles, entravam nas universidades. As elites brasileiras só admitem a ascensão isoladamente, muito individualmente. Mas uma coletiva é inaceitável.

Há ainda outro fator. De repente apareceu o mensalão, um escândalo político grave exatamente no partido que estava promovendo essa política que as incomodava tanto. Então, o ódio teve um destino: virou um ódio ao PT e ao Lula, e a Dilma depois. Nunca tinha visto isso na minha vida. É muito grave.

Fonte: O CAFEZINHO
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Mantega foi detido em um hospital enquanto acompanhava a esposa que estava sendo operada de um câncer.

A Polícia Federal e turma do Moro selecionam, cuidadosamente, os momentos para efetuar a prisão.

Se não bastasse a fragilidade de provas para as prisões-espetáculo que o país assiste bovinamente no telejornal antes da novela, ainda são incorporados aspectos de monstruosidade, brutalidade e , claro, um ódio sem precedentes.

Na escalada do ódio até o estupro passa a ter como culpada a estuprada, que seduz e provoca e, assim sendo, merece ser estuprada, conforme revelou recente pesquisa de opinião onde 1/3 da população assim se manifestou.

"Seduzir e provocar" pode-se atribuir como associado a beleza da vítima, algo que para o estuprador só poderia ser desfrutado pela força, pelo poder econômico, o que em tese são a mesma coisa.

Cabe lembrar que novelas que a população assiste bovinamente, tem relativizado e romantizado o estupro.

O ódio contra os quadros do PT e também contra o partido, também tem sido incentivado , diariamente, ao logo de anos, pelos telejornais que acontecem antes das novelas que tem cenas de estupro e que a população assiste bovinamente. Um ódio acumulado por treze anos e que agora se manifesta como metástase do tecido social.

Com origem nas elites e em grande parcela da classe média inculta e fútil, esse ódio interdita qualquer debate e confronto civilizado de ideias com a esquerda lulopetista, e, assim como no estupro, somente através da força e do poder econômico pode-se derrotar o PT.

Por valorizar a cultura e o equilíbrio social os governos do PT se assemelham a "mulher que por ser bela é a culpada pelo estupro".

Assim sendo, os quadros do PT são os responsáveis pelo sucesso do país, e, como tal, devem ser detidos, presos e alijados da vida pública.

Para isso, a atuação dos Poderes como se manifesta no momento, só é possível com o apoio incondicional da grande mídia, que , além de divulgar e incentivar o estupro, ajuda a formar alienados, incultos, idiotas e bestas raivosas, prontos para atacar, principalmente aos domingos na Av. Paulista e na Av. Atlântica, dia que não tem novela depois do telejornal que se assiste bovinamente.

É da ignorância, somente da ignorância, que a grande parcela da classe média precisa se libertar, para ser de fato livre e feliz.

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Sobrou para o Neymar

Neto faz críticas a Neymar e decreta: 'Messi é um milhão de vezes melhor'

Ex-jogador atacou o jogador do Barça durante o 'Programa do Porchat'
21/09/2016 11:36:33 - ATUALIZADA ÀS 21/09/2016 11:52:59

São Paulo - Neymar pode ser o maior ídolo da atualidade do futebol brasileiro, mas ainda não é uma unanimidade. Após ser criticado na Espanha, foi a vez do jogador ouvir palavras ásperas dentro de casa. O ex-jogador e apresentador Neto não poupou críticas ao camisa 10 da seleção brasileira - reconheceu o talento do atacante, mas criticou sua postura fora de campo.

LEIA MAIS: Após críticas, Neymar recebe elogios de Zidane e Simeone

"Se perguntar como jogador de futebol, eu gostaria que ele jogasse no Corinthians, torço para ele às vezes, em determinados momentos, é o melhor jogador brasileiro, mas eu não tenho ele como ídolo, por exemplo. É uma pessoa forçada, faz um marketing de uma maneira ruim. Termina os jogos e o cara coloca '100% Jesus'. Ou você é Jesus ou você não é, meu irmão. Ou você faz o bem ou não faz. E sempre quando ele comete os seus equívocos, no outro dia o staff fala e pede desculpas rapidinho, e eu não gosto disso", disse Neto em entrevista ao 'Programa do Porchat', da 'Record'.



Neto não poupou críticas a Neymar, durante o 'Programa do Porchat

Neto também não fugiu da polêmica pergunta sobre Neymar e Messi. Sem titubear, o ex-jogador apostou todas as fichas no argentino e foi enfático aou dizer que 'não existe comparação' entre os dois atacantes do Barcelona.

"O Messi é um jogador um milhão de vezes melhor que o Neymar. Não dá nem pra comparar. Óbvio que as pessoas vão ficar bravas comigo, mas também caguei se vão ficar bravas. Messi é de outro planeta", concluiu.

Recentemente, Neymar foi criticado por Michael Laudrup, ex-jogador do Barcelona, por fazer 'firula' na goleada sobre o Leganés. Apesar disso, o brasileiro não saiu por baixo: Zidane, Simeone e Luis Enrique saíram em sua defesa.

Fonte: O DIA
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Se Neymar ou qualquer outro jogador de futebol pinta o cabelo de branco, amarelo, azul, ou rosa, isso é problema ou solução do jogador em questão. Quem deve gostar ou não é a mulher ou homem dele. Não deve ser assunto de comentarista esportivo, cabe melhor para os colunistas de fofoca e outras mediocridades similares.

O que um jogador faz fora do campo de futebol, desde que não interfira no rendimento dele, jogador, dentro do campo de jogo, não deve ser do interesse do comentarista esportivo.

A opção religiosa de um jogador de futebol não deve ser motivo de crítica por parte da imprensa esportiva. Por outro lado , manifestações religiosas, no campo de jogo, são proibidas pelas entidades que organizam competições. Se Neymar faz proselitismo religioso dentro do campo de jogo, como de fato acontece, deve-se cobrar das entidades que organizam as competições para que tomem medidas punitivas previstas nos regulamentos. Esse é um ponto polêmico, já que a maioria dos jogadores e mesmo dos árbitros, ou fazem o sinal da cruz, ou levantam os braços para céu.

Certos gestos e expressões são específicos de algumas religiões.

Não se tem notícia, ainda, de algum jogador, ou árbitro, que tenha dado uma baforada em um charuto dentro do campo de jogo.

Quanto a eficácia do marqueting de Neymar, o jogador, nas últimas semanas, tem grande visibilidade em comerciais diversos veiculados nas emissoras de televisão. A conta bancária, certamente, está mais gorda.

A discussão se Neymar é melhor, ou não, do que Messi, é algo infantil e irrelevante.

De certo, o craque Neto parece que não está com bom humor.

Talvez tenha sido pelo fato que a TV Bandeirantes, local de trabalho do comentarista, anunciou na semana passada uma redução significativa dos salários da equipe de esportes da emissora.

Sobrou para o Neymar.

Direita assustadora

Salvem o humor!


Fonte: Blog da Luciana Oliveira
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É a hora do povo

O casal Lula e Mariza Letícia é acusado, sem provas, de receber o que Claudia Cruz (leia-se Cunha) gastou em sapatos e bolsas (com provas)

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Moro, o açougueiro da mídia
POR FERNANDO BRITO · 21/09/2016


A leitura das manchetes dos jornais é um importante instrumento de valoração do pensamento da mídia e da “opinião pública” que ela produz e traduz.

As manchetes dos maiores jornais brasileiros, hoje, dá uma ideia bastante clara do que é importante no “caso” da suposta obtenção de vantagens por Lula e da correlação de importância entre os supostos atos, consequências e personagens.

Vejam-nas:

O Globo: Lula vira réu pela 2ª vez e será julgado por Moro

Estadão: Lula vira réu na Lava Jato e será julgado por Moro

Folha: Acusado de corrupção, Lula será julgado por Sérgio Moro

Peço paciência ao leitor para recordar-se dos seus tempos de escola e fazer como fazíamos ao analisar expressões matemáticas, verificando os termos comuns, que aparecem em todas elas. Era o que chamávamos, não sem propósito, de “colocar em evidência”.

Lula vira réu pela 2ª vez e será julgado por Moro

Lula vira réu na Lava Jato e será julgado por Moro

Acusado de corrupção, Lula será julgado por Sérgio Moro


Esta é a mensagem: Lula está nas mãos de Moro, até porque já é impressão comum que Sérgio Moro não julga, condena.

O fato que motivaria o julgamento, a corrupção, só aparece em um dos jornais, a Folha, que, lá na manchete interior, “corrige” seu lapso e segue a boiada: “Lula vira réu pela 2ª vez e será julgado por Sergio Moro“.

Reparem que o cerne da mensagem não é o de que Lula será julgado por um possível ato de corrupção pelo Judiciário (pois, em tese, tanto faria que o juiz fosse Antônio, João, Felisberto ou Joseval).

É Moro, o terrível.

Não é o mesmo que ser julgado por um dos outros 16 mil juízes do país que, na maioria (ou, ao menos, na maioria falante) não se dão conta que Moro usurpou o lugar da instituição na mídia e na opinião pública(da).

Porque as decisões de Sérgio Moro – ou a decisão, porque é quase uma só: condene-se – é irrecorrível, irreformável, irrevogável.

Os promotores iniciaram sua pantomima da semana passada, não sem razão, mostrando que as decisões morescas , tinham quase 100% de confirmação nos tribunais superiores.

Duvido – e não há demérito nisso, porque este é o sentido do duplo grau de jurisdição constitucional e, até, universal – que haja uma vara judicial no Brasil que ostente os “mais de 95% das decisões tomadas em primeira instância” confirmadas nos três tribunais onde delas cabe recurso (o Regional Federal, o STJ e o STF, dependendo do caso).

Talvez, e olhe lá, nas varas onde haja, antes da sentença, conciliação entre as partes, como em Justiça de Família ou Juizados de Pequenas Causas). Mas nunca em varas onde deveria ser raridade a transação penal, como é feita na “delação premiada.

Dou números, para que não se ache isso um “chute”.

O Tribunal de Justiça de Santa Catarina fez estatísticas sobre quantas decisões de 1ª instância foram reformadas na segunda: em 2014, 34,16%. E as decisões do próprio TJSC (Câmaras e Pleno), reformadas no STJ, 33,19%.

Seriam os juízes e desembargadores catarinenses uma “antas”, perto da sumidade jurídica de Curitiba?

Não, é claro.

É que a Vara de Sérgio Moro – é dele, só dele, e para lá vai tudo o que ele quer, mais cedo ou mais tarde – é um açougue para onde se mandam as figuras que o poder quer abater e retalhar em postas, seja porque são seus inimigos, como Lula, seja porque já lhes são inservíveis, viraram trambolhos a serem descartados, como Eduardo Cunha.

E onde, como nos umbrais do inferno de Dante, há o dístico a definir o destino de quem lhe adentra as portas:

Lasciate ogni speranza, voi ch’entrate. “Abandone todas as esperanças, você que entrou aqui”, como se lê na Divina Comédia.

Ou, para facilitar aos rapazes do MP, que costumam se confundir com autores clássicos, procurem a fase 46 do Minecraft, que deve ser mais fácil para entenderem.

Fonte: TIJOLAÇO
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Pedro Serrano: Juristas receiam que Lula seja condenado sem provas, por razões políticas, como medida de exceção

21 de setembro de 2016 às 09h53
pedro-serrano
por Conceição Lemes
Nessa terça-feira (20/09), o juiz federal Sergio Moro aceitou a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra o ex-presidente Lula e sua esposa Maria Letícia. Eles se tornaram réus da Lava Jato devido ao triplex do Guarujá e à manutenção do acervo presidencial com recursos da OAS.
O jurista Pedro Serrano, professor de Direito Constitucional da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), discorda.
Viomundo – O que achou dessa decisão?
Pedro Serrano – Gostaria de ressalvar que não li o processo integralmente.  Mas, a meu ver, não havia justa causa para aceitar a denúncia contra o ex-presidente Lula.  Para mim, a denúncia tem inclusive inconsistências lógicas internas.
Viomundo – O que significa justa causa?
Pedro Serrano – Justa causa é um conceito do Direito Penal. Não significa que existam provas contra o réu.
O próprio Moro fez esta observação. Disse que, neste momento, há certa fragilidade de provas, mas que, agora, não seriam necessárias provas terminativas. Bastaria haver justa causa.
Aí, entraram os depoimentos do ex-deputado federal Pedro Correa (PP-PE) e do ex-senador Delcídio do Amaral (Sem partido-MS) que o MPF utilizou como provas de que Lula sabia do esquema da Petrobras e fazia parte dele.  E isso teria vínculo com o triplex e a manutenção do acervo presidencial.
Só que, primeiro, este vínculo não está nem perto de ser provado.
Segundo, sequer foi provado que o sítio seria de Lula. Ao contrário. A prova documental é de que não é propriedade dele. Ou seja, é uma denúncia extremamente frágil que deveria ser rejeitada pelo juiz. Mas não foi esse o entendimento dele. Vamos aguardar os resultados.
A propósito, se eu não me engano, a delação de Pedro Correa não foi homologada, o que torna nula a sua utilização como prova. Da mesma forma, o uso na denúncia contra Lula, como revelou a Folha de S. Paulo, de informações e documentos obtidos nas negociações da delação de Leo Pinheiro e que foi interrompida pela PGR.
Viomundo – Qual a sua expectativa?
Pedro Serrano – Existe em parcela significativa da comunidade jurídica a suspeita, no meu entender bem fundada, de que Lula está sendo tratado como inimigo e não como cidadão acusado num processo crime.
Inimigo no sentido de Carl Schmitt [controverso jurista alemão, 1888-985]. Ou seja,  desprovido de direitos, desprovido de proteção jurídica mínima a que um ser humano tem direito.
Não estou dizendo que este é o sentido da decisão do juiz Moro.
Mas há essa suspeita. Parcela significativa comunidade jurídica está preocupada com esse processo, não está convencida de que existe razoabilidade da adequação da instauração dele. Parece que há uma indução à condenação de Lula, independentemente de qualquer coisa, por razões  mais políticas do que jurídicas.
Viomundo – O mal estar na comunidade jurídica seria por quê?
Pedro Serrano  — Apesar de a Lava Jato ser uma operação com amplo apoio social e ter intenções muito corretas no combate à corrupção, os métodos que tem usado, principalmente de um ano e pouco para cá, são extremamente questionáveis face à nossa Constituição.
Viomundo – Por exemplo.
Pedro Serrano — Basicamente prender pessoas para obter delação, grampos em escritório de advogados de investigados, especialmente os de Lula, a divulgação de áudio obtido de forma ilícita da conversa entre Lula e a presidenta Dilma.
Ou seja, é uma série de condutas, que culminou com a entrevista dos procuradores da Lava Jato, na semana passada.  Foi uma entrevista muito adjetivada, que deu a impressão de ser uma conduta politica e não jurídica.
Tudo isso faz com que parcela expressiva da comunidade jurídica receie que esses processos acabem não terminando bem.
Viomundo – O que significa não acabar bem?
Pedro Serrano — Que sejam processos que não respeitem as garantias e as determinações constitucionais. Processos que levem a condenações injustas ou inadequadas.  Ou sem observação dos direitos dos réus. Isso é muito preocupante.
Viomundo — Que o Lula acabe preso?
Pedro Serrano — O problema não é o Lula ser ou não condenado. Se tiver cometido um crime e isso for provado, ele, como qualquer cidadão, tem que se submeter à condenação penal.
O problema é o Lula ser condenado sem a observação estrita dos seus direitos e garantias fundamentais. Sem que haja provas adequadas, consistentes de que ele praticou um delito.
Viomundo – Se isso ocorrer?
Pedro Serrano – Caso ele seja condenado sem provas ou sem garantias fundamentais, será uma medida de exceção e não uma medida de Direito do Judiciário. Esse é o receio que todo mundo tem.
Há receio de que o Lula acabe sendo condenado como uma função política e não como uma função jurídica.  Quer dizer, seja condenado sem provas, sem os seus direitos salvaguardados. Esse é o receio.
Não significa que isso vá acontecer.  A questão é está havendo abusos no processo. E isso está nos chamando atenção.
Fonte: VIOMUNDO
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MÍDIA GLOBAL QUESTIONA 
“ASSOMBROSA RAPIDEZ” DE MORO E 
VÊ ACUSAÇÃO FRÁGIL

21 DE SETEMBRO DE 2016 POR LUCIANA OLIVEIRA

247 – A decisão do juiz Sérgio Moro de aceitar, nesta terça-feira 20, a denúncia da força-tarefa da Operação Lava Jato contra o ex-presidente Lula por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do apartamento no Guarujá gerou grande repercussão na imprensa internacional.

Outras setes pessoas também viraram rés no processo.

O jornal britânico The Guardian afirmou que “o palco está montado para o julgamento mais carregado politicamente na história moderna do Brasil” ao noticiar o fato. A reportagem diz ainda que a decisão “vem no momento de intensa turbulência política e econômica, exacerbada pela investigação da Lava Jato que dura dois anos e uma conspiração para encerrar 13 anos do PT no poder”.

O francês Le Monde disse que o magistrado aceitou as acusações “disposto a enfrentar a controvérsia de uma acusação fundada sob indícios frágeis, que pode gerar inquietação em muitos brasileiros”.

Para o The New York Times, jornal mais influente do mundo, a decisão ocorre “em meio a um debate nacional sobre se os promotores estão ultrapassando seus esforços para prender” Lula. Já o argentino Clarín apontou “assombrosa rapidez” de Moro em aceitar a denúncia, que foi apresentada na semana passada com muita polêmica.
Fonte: Blog da Luciana Oliveira
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Não vou dizer que tenho convicção de que Lula será julgado, condenado e preso.

No entanto, pelo histórico da novo Judiciário do Brasil, Lula tem poucas chances de se livrar da prisão.

Já no julgamento do Mensalão, a Justiça olhou apenas para um lado e todos se lembram da declaração da ministra do STF na ocasião:

" não tenho provas para condenar Jose Dirceu, no entanto irei condená-lo já que a literatura jurídica assim me permite"

Sergio Moro, hoje, faz o mesmo, ou quase o mesmo, que fez, ontem, Joaquim Barbosa.

Esses julgamentos tem endereço certo, independente de provas.

Assim como foi a farsa do julgamento do impeachment de Dilma, um jogo de cartas marcadas.

O objetivo, claro, transparente, translúcido, é a destruição do PT e inelegibilidade de seus principais quadros.

Combater a corrupção é o discurso para dar sustentação as ações do Judiciário, que tem na grande mídia a bancada reverberadora que influencia corações e mentes ingênuas.

Uma vez Lula preso, o golpe terá dado um passo gigantesco para a consolidação de um regime pós-democrático, de exceção.

Somente as ruas podem evitar o processo em curso de prisão de Lula.

Acreditar que Lula pode ser absolvido no julgamento, pode ser um erro histórico.

É a hora do povo dizer ao que veio e o que deseja.

ISSO É PARA QUEM ACHA QUE MORO E TURMA QUEREM COMBATER A CORRUPÇÃO...



Fonte: A JUSTICEIRA DE ESQUERDA

terça-feira, 20 de setembro de 2016

Temer, na ONU, conclama seus pares ao golpe

  

Na ONU, Temer diz que processo de impeachment "é exemplo ao mundo"
Fonte: BOL


Isso é uma piada, de péssimo gosto.

Por outro lado, o golpe no Brasil, que Temer e a velha mídia chamam de impeachment, é, de fato, um exemplo.

Não um exemplo para o mundo, já que o mundo, a imensa maioria das pessoas, assim entendido, será estraçalhada com processos similares ao que ocorre no Brasil.

O golpe é exemplo para o processo mundial em curso de contenção, até mesmo extinção - por que não ? - da Democracia.

Temer cita o mundo, porém sua mensagem vai para uma minoria que orbita o Poder em diversos países, um aviso claro, que com um verniz de legalidade pode-se aprofundar e atender as exigências de grandes Corporações.

O mundo real, que vive, começa a perceber que para a minoria o capitalismo é bem mais importante que a Democracia, como afirmou o candidato a presidência dos EUA, Donald Trump.

Um jogo perigoso, com final imprevisível e desdobramentos inimagináveis.