sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Luto para mim é verbo

Quanto falta para um cadáver, Temer?

POR FERNANDO BRITO · 01/09/2016


As manifestações se repetem nas ruas de várias capitais.

E é garotada, precisa-se procurar com atenção para achar um que outro de mais de 40 anos nas imagens da Avenida Paulista, agora há pouco.

A repressão, também, agora com a autorização do presidente espúrio da República.

Que hoje, nos jornais, legitimou o “bateu, levou”.

Uma menina perdeu a visão num dos olhos em São Paulo.

Hoje, no Rio Grande do Sul, milhares de moças e rapazes estão protestando.

Em Caxias do Sul, os policiais, com licença para bater, promovem espancamentos de rua.

Ou que nome merecem estas cenas?

Escrevam, isso não vai terminar bem.


O 64 de Michel Temer começa em 1968.

Fonte: TIJOLAÇO
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Os protestos contra o golpe explodem em todo o país.

A tendência, clara, é que aumentem a cada dia.

O povo decidiu que não quer Temer e rejeita o golpe.

Quer a Democracia de volta.

O povo é soberano e merece todo o apoio, de todos comprometidos com a Democracia e com a Justiça.

Temer tem que sair.

Se tem que, deve sair já.

Se deve, cabe ao povo fazê-lo.

E o povo assim decidiu.

Por outro lado a repressão aumenta e tenta impedir a vontade da maioria. A violência da repressão golpista, logo produzirá um cadáver

Abaixo, várias fotos que não aparecem na grande mídia sobre o que de fato está acontecendo no país.
A primeira foto, logo abaixo, mostra uma jovem de 19 anos, Débora, que perdeu a visão de um olho por conta da ação da polícia:


Olho.jpg
Que a luta de Déborah não seja em vão














Era Temer: 1964 travestido de 2016! O AI5 já começou! #ForaTemer #VamosBarrarOsGolpistas

SÃO PAULO EM GUERRA NA LUTA PELA DEMOCRACIA
Já recebemos incontáveis relatos e fotos d manifestantes agredidos brutalmente pela PM em SP #ForaTemer #LutarSempre







SOMOS UM MILHÃO DE NINJAS


Enquanto os helicópteros da polícia circulam por cima da manifestação em Porto Alegre, os prédios gritam: #ForaTemer

Quando Temer chega na China, todos o recepcionam como é conhecido mundialmente: #ForaTemer

RESTAURANTE DOS REFUGIADOS É ATINGIDO POR BOMBA DA PM Foto: Luiza Sigulem | Nunah Alle / Mídia NINJA



quinta-feira, 1 de setembro de 2016

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Dilma � derrubada pelo senado DCM Online

Aqui, também, não é brincadeira

A Ditadura do Micheleco – censura aos blogs e brucutu nas ruas
01 de setembro de 2016 Bajonas Teixeira


Por Bajonas Teixeira, colunista de política do Cafezinho

Micheleco é o nome que usamos para batizar a nova era, muito promissora, inaugurada com a posse de Michel Temer. Como observou o senador Roberto Requião, vivemos agora o momento em que passa a vigorar a “diplomacia do pixuleco” com José Serra e na qual, para não ficar de fora, a Justiça legaliza o pixuleco para juízes. Portanto, nada mais adequado, pensamos, que designar esse admirável mundo novo de “ditadura do Micheleco”.

Brucutu - “Com a instauração da ditadura com o Golpe Militar de 64, o Brasil assistiu a algumas manifestações públicas de protesto. O regime então muniu seus aparatos repressivos de equipamentos destinados a dispersar multidões. O nome Brucutu, originário das histórias em quadrinhos, havia se popularizado em todo o país com uma canção de Roberto Carlos. Na gíria policial, adotada pela imprensa, o veículo blindado, por sua força bruta, recebeu este apelido, que se consagrou.”

Censura – É o assassinato da vida pública e a pá de cal sobre a democracia, porque, como dizia Karl Marx (citado por O Globo, que ironia) “A função da imprensa é ser o cão de guarda público, o denunciador incansável dos dirigentes, o olho onipresente, a boca onipresente do espírito do povo que guarda com ciúme sua liberdade”.

O governo Temer começa com gestos agressivos, acenando com rigores e ameaças explícitas. Para quem viveu o período da Ditadura, e, mais ainda, experimentou o “espírito autoritário” daqueles anos, de imediato, como se fosse despertado por um certo perfume de putrefação, liga essa poesia de efeito moral aos velhos tempos.

E ela parece ainda pior que a prosa do velho general Figueiredo, celebrizada com a frase sutilmente cavalar e epigramática que sentenciava: “Quem for contra a abertura, eu prendo e arrebento.” O milico foi canhestro, mas ao menos sua frase equina se referia à Abertura. Já no caso de Temer, o ex-chefe de polícia, o pathos, sendo também canhestro, é mais grave, porque seu golpe se faz contra a democracia.

A julgar pelo que acaba de ser divulgado pelo Globo, com ares de cumplicidade e apoio, as primeiras palavras balbuciadas pelo governo foram destinadas a intimidar os opositores. Coisa que confirma o que vinha sendo divulgado nos últimos dias por seus assessores e, sobretudo, do que era o desejo da mídia, expresso em diversos momentos de forma mais ou menos límpida.

Algumas das pérolas intimidatórias pronunciadas por Temer na reunião ministerial pós-golpe:

─ " ‘Golpista é você, que está contra a Constituição’", enfatizou, referindo-se aos opositores que o acusam de ter dado um golpe.”

─ "Não podemos deixar uma palavra sem resposta", afirmou.

─ "As coisas se definiram, e é preciso muita firmeza", afirmou.

─ “Ele ainda disse que ‘no plano internacional tentaram muito e conseguiram dizer que no Brasil houve golpe’, e disse que não se pode tolerar essa informação. ‘Isso aqui não é brincadeira.’”

Como assim “isso aqui não é brincadeira não”? Se esse é um governo democrático, como garantem Temer e seus apoiadores, por quê faria gestos ameaçadores contra os que discordam dessa narrativa?

Mas esses gestos são inevitáveis, e terão que passar à prática também muito em breve, porque se trata de um governo de saque em todas as frentes. Conduzido por um presidente que, como nenhum outro, fará todas as concessões possíveis para qualificar-se como perfeito lacaio das elites, nacionais e internacionais, não restará alternativa alguma senão a violência.

O preço a ser pago, será o da busca de uma solução para o equilíbrio fiscal, ou, se se quiser, para a crise econômica, no magro terreno dos grupos sociais da parte inferior da pirâmide social. Não será para cima, ou seja, exigindo o sacrifício das elites, com imposto progressivo, corte em isenções, fim de juros subsidiados, etc. Se isso é coisa impossível com elites predatórias em situação normal, quanto mais quando se sentem pilares e promotoras do golpe.

Como grandes eleitores do novo presidente, eles agora entregarão a fatura. E ela será gorda.

Por isso que, já há quatro dias, em entrevista a O Globo, Moreira Franco, o fiel escudeiro do mordomo, dizia que, após a posse definitiva, Temer seria muito mais firme. E essa firmeza assumia especial significado em relação aos cortes das áreas de saúde e educação. Ao ser perguntado sobre se haveria exceção para saúde e educação, respondeu assim:

“Temos que ter cautela, prudência, a firmeza de trabalhar com o fato. Dr. Ulysses (Guimarães, ex-presidente da Câmara dos Deputados) disse que, na política, o fato era tão importante que devia ser tratado de Excelência. Na economia, o fato é muito mais importante do que na política porque é ele que determina rumos e circunstâncias e as alternativas. A solução proposta pela Fazenda é uma solução extremamente criativa. Com medidas complementares, ela vai nos abrir a possibilidade de buscar o equilíbrio fiscal sem açodamento, construindo o encontro da receita com a despesa.”

Portanto, estão desenhadas no horizonte duas direções em que o governo Temer pretende imprimir firmeza, ou seja, repressão:

1) Contra quem questione o seu governo e insista em considera-lo um governo golpista. E, para além de qualquer dúvida, a julgar pela satisfação de O Globo, quem está sob ameaça são os blogs. De fato, que significa a menção de Temer a que “no plano internacional tentaram muito e conseguiram dizer que no Brasil houve golpe” e de que “não se pode tolerar essa informação”? Ele visa os blogs já que são esses que fazem a denúncia do golpe. Portanto, uma onda de repressão contra os blogs – “Isso aqui não é brincadeira não” –, dará continuidade aquela com que inaugurou o seu governo interino, com o corte brutal dos financiamentos já aprovado.

2) A firmeza será dirigida também contra aqueles políticos que, no Congresso, venham a se melindrar diante das consequências sociais da aprovação de medidas extremamente impopulares. Eles serão tratados com firmeza. Mas o principal é que, para impor essas medidas, haverá também a necessidade de atuar com firmeza exemplar sobre as ruas, reprimindo os movimentos sociais que se rebelarão contra as medidas de saque e de desmonte.

É preciso ter presente, no que diz respeito à comunicação, o fato de que para a Globo e as demais grandes empresas da mídia corporativa, os blogs são um grande incômodo. E sabe-se que a rivalidade de narrativas não é o único motivo. Um outro, igualmente importante, é o pânico que aumenta dia a dia na mídia corporativa diante da concorrência das formas alternativas de comunicação.

Portanto, temos o nítido registro taquigráfico dos primeiros balbucios do novo velho governo golpista: repressão intelectual e repressão política, censura política aos blogs e violência policial contra as ruas. Essas são as frases que velam o berço do nascente governo Temer. O brucutu está de volta.

Bajonas Teixeira de Brito Júnior – doutor em filosofia, UFRJ, autor dos livros “Lógica do disparate”, “Método e delírio” e “Lógica dos fantasmas”. É professor do departamento de comunicação social da UFES

Fonte:O CAFEZINHO
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Enquanto o golpista em rede nacional de rádio e televisão produzia um papelão com seu pronunciamento, o povo, nas ruas , mandava a resposta.

AQUI, TAMBÉM, NÃO É BRINCADEIRA


Pau começou a quebrar!

Fel-lha foi pichada: Golpista
publicado 01/09/2016
Pela terceira noite seguida, manifestantes foram às ruas em 15 estados para protestar contra o impeachment da presidenta Dilma Rousseff e exigir a saída de Michel Temer.
Em São Paulo, o grupo se reuniu em frente ao MASP, na Avenida Paulista. Muitos manifestantes também pediam a convocação de novas eleições.
Como de costume, a Polícia Militar de Geraldo Alckmin (PSDB) reagiu com violência e tentou impedir o ato de seguir pela Rua da Consolação em direção ao Centro. às 20h30, a PM atirou bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo contra os manifestantes.
Dois caminhões da tropa de choque, com policiais com armamento pesado, também foram chamados. Outro caminhão, armado com canhão d'água, chegou a ser acionado.
Em Brasília, a polícia também agiu com extrema truculência. A caminhada começou na Esplanada, em frente ao Ministério da Justiça. Na altura da rodoviária, os policiais atacaram com gás de pimenta e cacetetes. Fotógrafos e cinegrafistas também foram ameaçados.
No Rio de Janeiro, o ato reuniu uma multidão no Centro da cidade. O grupo saiu da Cinelândia em direção à Assembleia Legislativa.
Ao longo da noite, aconteceram atos pelo Fora Temer também no Rio Grande do Sul, Amapá, Espírito Santo, Santa Catarina, Paraíba, Bahia, Minas Gerais, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rondônia, Pará, Paraná e Ceará
Imagens: G1, Mídia Ninja e Jornalistas Livres.
Fonte: CONVERSA AFIADA

Os golpistas hemorróidicos

O golpista não tolera é ouvir que é um golpista

POR FERNANDO BRITO · 01/09/2016


Pela segunda vez, nas últimas horas, a política conduziu-me à infância.

Os militares que tomaram o poder em 64, tal como o Michel Temer de hoje, ficavam furiosos ao serem chamados pelo que eram: golpistas.

E, como não tínhamos o chique anglicismo do “impeachment”, surgiram os nomes populares, grandiosamente irônicos: Revolução, Redentora, Gloriosa e, quando queriam ser formais, “Movimento Cívico-Militar”, que era o único lugar em que os civis vinham antes dos militares.

As coisas tinham outros nomes: os delatores premiados eram mesmo “dedo-duros” mas não deixavade ser premiados: subiam nas carreiras denunciando os chefes por simpatias esquerdistas. O “lulopetismo” era “a república sindicalista” e a Venezuela, coitada, tomou o lugar da União Soviética…

Jânio de Freitas, que o viu já sem as nuvens da infância como eu, conta melhor esta história, que começou ontem, os seus primeiros arreganhos.

Nenhum golpista já admitiu ser golpista

Janio de Freitas, na Folha

Em inúmeras vezes, nas sessões do impeachment que presidiu, o ministro Ricardo Lewandowski disse ao plenário, com pequenas variações de forma: “Neste julgamento, os senadores e senadoras são juízes, estão julgando”. Entre os 81 juízes, mais de 70 declaravam o seu voto há semanas, e o confirmaram na prática. Um princípio clássico do direito, porém, dá como vicioso e sujeito à invalidação o julgamento de juiz que assuma posição antecipada sobre a acusação a ser julgada. O que houve no hospício –assim o Senado foi identificado por seu presidente, Renan Calheiros– não foi um julgamento.

Os que negam o golpe o fazem como todos os seus antecessores em todos os tempos: nenhum golpista admitiu ser participante ou apoiador de um golpe. Desde o seu primeiro momento e ainda pelos seus remanescentes, o golpe de 1964, por exemplo, foi chamado por seus adeptos de “Revolução Democrática de 64”. Alguns, com certo pudor, às vezes disseram ser uma revolução preventiva. É o que faz agora, esquerdista extremado naquele tempo, o deputado José Aníbal, do PSDB, sobre a derrubada de Dilma: “É a democracia se protegendo”. Dentre os possíveis exemplos pessoais, talvez nenhum iguale Carlos Lacerda, que dedicou a maior parte da vida ao golpismo, mas não deixou de reagir com fúria se chamado de golpista.

As perícias e as evidências negaram fundamento nas duas acusações utilizadas para o processo do impeachment de Dilma. As negações foram ignoradas no Senado, em escancarada distorção do processo. Para disfarçar essa violência, foi propagada a ideia de que a maioria dos senadores apoiaria o impeachment levada pelo “conjunto da obra” de Dilma: a crise econômica, as dificuldades da indústria, o aumento do desemprego, o deficit fiscal, a suspensão de obras públicas, as dificuldades financeiras dos Estados e outros itens citados no Congresso e na imprensa.

Se os deputados e senadores se preocupassem mesmo com esses temas do “conjunto da obra”, teríamos o Congresso que desejamos. E os jornais, a TV e os seus jornalistas estariam sempre mentindo com suas críticas, como normal geral e diária, sobre a realidade da política e dos políticos.

Nem as tais pedaladas e os créditos suplementares, desmoralizados por perícias e evidências, nem o “conjunto da obra”, cujos temas não figuram nos interesses da maioria absoluta dos parlamentares, deram base para acusações respeitáveis em um processo e um julgamento. Se, no entanto, envoltos por sofismas e manipulações, serviram para derrubar uma presidente, houve um processo, um julgamento e uma acusação ilegítimos –um golpe parlamentar. Os que o efetivaram ou apoiaram podem chamá-lo como quiserem, mas foi apenas isto e seu nome verdadeiro é só este: golpe.

Esse desastre institucional contém, apesar de tudo, um ponto positivo. A conduta dos militares das três Forças, durante toda a crise até aqui, foi invejavelmente perfeita. Do ponto de vista formal e como participação no esforço democratizante que civis da política e do empresariado estão interrompendo.

O pronunciamento de ex-presidente feito por Dilma corresponde à aspiração de grande parte do país. Mas a tarefa implícita no seu “até daqui a pouco” exigiria, em princípio, mais do que as condições atuais da nova oposição podem oferecer-lhe, no seu esfacelamento. À vista do que são Michel Temer e os seus principais coadjuvantes, não cabem dúvidas de que os oposicionistas podem esperar muita contribuição do governo. Mas o dispositivo de apoio à situação conquistada será, a partir da Lava Jato, de meios de comunicação e do capital proveniente de empresários, uma barreira sem cuidado com limites.

Desde ontem, o Brasil é outro.

Fonte: TIJOLAÇO
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Joaquim Barbosa diz que Temer não terá respeito e estima de brasileiros

Ex-ministro do STF disse que saída de Dilma é "impeachment tabajara"

O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa disparou críticas contra o presidente Michel Temer, que tomou posse do cargo nesta quarta-feira (31), e atacou a legitimidade do processo de impeachment contra a presidente destituída Dilma Rousseff.

Em sua conta no Twitter, Barbosa definiu, ainda, como "patética" a entrevista dada por Temer logo após a posse e disse que o novo presidente está enganado se pensa que terá o respeito e a estima da população brasileira.

"Eu não acompanhei nada desse patético espetáculo que foi o 'impeachment tabajara' de Dilma Rousseff. Não quis perder tempo. Mais patética ainda foi a primeira entrevista do novo presidente do Brasil, Michel Temer. Explico: O homem parece acreditar piamente que terá o respeito e a estima dos brasileiros pelo fato de agora ser presidente. Engana-se", escreveu Barbosa.


Ex-presidente do STF fez críticas em sua conta no Twitter

O ex-ministro afirmou, desta vez em inglês, que o Congresso Nacional é dominado por forças conservadoras que cercam o novo presidente da República, segundo ele comparável aos velhos "caudilhos" da América Latina. Para Barbosa, a resposta da nação é uma questão de tempo: "Eles não têm votos! Espere por dois anos", disse, em referência às eleições presidenciais de 2018.

Já em francês, o ex-presidente do Supremo afirmou que Temer pensa que um "golpe de varinha jurídica" é o suficiente para legitimá-lo no cargo. "Que pobreza!", registrou Barbosa.



Ex-ministro registrou comentários críticos também em inglês e francês

Fonte: JORNAL DO BRASIL
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Joaquim Barbosa, como é de conhecimento do carto leitor, foi ídolo do jornalismo golpista durante o julgamento do mensalão.

Não foram poucas as vezes que Barbosa recebeu elogios pela grande mídia.

Entre os mais entusiasmados com o desempenho de Barbosa no julgamento do mensalão estava Merval, o imortal Pereira, que quase diariamente em sua coluna no golpista O Globo, cobria o magistrado de elogios e aplausos. O imortal Pereira se derretia, era puro êxtase em seu clitóris hemorróidico.

Passado o mensalão, e com a saída de Barbosa do STF, o jornalismo golpista colocou de lado o magistrado, os elogios desapareceram, assim como o êxtase hemorróidico de seus principais colunistas.

Hoje , Barbosa analisa o processo que culminou no afastamento de Dilma como uma farsa, uma comédia ao estilo do saudoso Bussunda do Casseta & Planeta da Tv Globo. Talvez em retribuição as homenagens e paparicadas que recebia de Globo.

Corretamente, Barbosa analisa a primeira aparição de Temer como presidente e escancara o ridículo na solicitação do golpista em não ser chamado de golpista. O mimimi, voltou.

Temer, que pediu respeito, não terá o menor respeito por parte da população, e duvido se conseguirá terminar o mandato.

Ontem, em seu pronunciamento pedindo para não ser chamado golpista, Temer reviveu Fernando Collor quando estava para ser afastado e pediu a população brasileira para ir às ruas com as cores verde e amarelo. O Brasil, na ocasião, se vestiu de preto.A partir de hoje, o que Temer e seus comparsas mais ouvirão será a palavra golpe, ou golpistas.

quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Não vem ao caso, dirá o governo dos derrotados

Vinte senadores a favor do impeachment são citados na Lava Jato ou suspeitos de caixa 2

Senado votou nesta quarta-feira (31) o afastamento definitivo de Dilma Rousseff
Após o resultado final da sessão histórica que culminou com o impeachment da, agora, ex-presidente Dilma Rousseff (PT-RS), na tarde desta quarta-feira (31), oJornal do Brasil apurou quais dos 61 senadores que votaram favoráveis ao afastamento definitivo da ex-presidente foram citados em investigações da Operação Lava Jato ou possuem o nome envolvido em algum caso de suspeita de caixa e em campanha eleitoral. Ao todo, 20 senadores são suspeitos. Veja a lista


Vinte senadores que votaram nesta quarta-feira a favor do impeachment são citados na Lava Jato ou suspeitos de caixa 2 em campanhas eleitorais

Acir Gurgacz (PDT-RO) - É réu em ação penal por falsificação de documentos, "lavagem" ou ocultação de bens e crimes de estelionato, obtenção de financiamento mediante fraude e aplicação de recursos oriundos de financiamento de instituição financeira para finalidades diferentes do que previa o contrato ou lei correspondente. O processo corre sob segredo de justiça.

Aécio Neves (PSDB-MG) – O senador tucano é investigado nos inquéritos 4246 e 4244 pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O presidente do PSDB é acusar de receber vantagens ilícitas de empresa contratada pela estatal Furnas Centrais Elétricas. Segundo a denúncia da PGR, recursos irregularmente desviados de Furnas recebiam verniz legal por intermédio de pessoas jurídicas ligadas à irmã do senador tucano. Além disso, ainda de acordo com a acusação, o dinheiro era destinado a contas no exterior, por meio de doleiros, o que configura evasão de divisas. Seu nome faz parte da lista divulgada pela empreiteira Odebrecht que contém 300 nomes mencionados nos documentos apreendidos pela Polícia Federal durante a 23ª fase da Operação Lava Jato.

Aloysio Nunes (PSDB-SP) - O senador é investigado por caixa-dois em inquérito cujo número não é divulgado na página do Supremo Tribunal Federal (STF). A investigação foi aberta com base em depoimentos de delação premiada do presidente da empreiteira UTC, Ricardo Pessoa, investigado na Operação Lava Jato. Inicialmente, o pedido foi encaminhado ao ministro Teori Zavascki, relator dos inquéritos da Lava Jato no STF.

Ataídes Oliveira (PSDB-TO) - Nas eleições de 2010, a construtora que pertence ao senador realizou doação acima do limite permitido para a campanha do ex-governador Siqueira Campos (PSDB). O parlamentar foi condenado em primeira e segunda instâncias e recorre no TSE, onde conseguiu efeito suspensivo em ação cautelar.

Benedito de Lira (PP-AL) - É alvo de inquéritos abertos com a Operação Lava Jato da Policia Federal, que investigam esquema de corrupção, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro com recursos desviados da Petrobras.

Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) - Teve o mandato de governador cassado em ação de investigação judicial por abusos de poder econômico e político, captação ilícita de sufrágio e conduta vedada a agente público. Foi também condenado a pagamento de multa. Recorreu, mas decisão foi mantida. Faz parte da lista divulgada pela empreiteira Odebrecht que contém 300 nomes mencionados nos documentos apreendidos pela Polícia Federal durante a 23ª fase da Operação Lava Jato.

Ciro Nogueira (PP-PI) - O responde ao Inquérito 3989, da Operação Lava Jato, pelos crimes de lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e corrupção passiva. O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa citou Ciro como responsável pela indicação da distribuição dos repasses a políticos do PP após a morte do ex-deputado José Janene. O senador ainda responde ao Inquérito 3910 por lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e tráfico de influência. Nesse caso, Ciro e sua esposa, a deputada Iracema Portella (PP-PI), são suspeitos de usar notas frias no aluguel de veículos de uma locadora pertencente a um deputado estadual, de quem o casal é amigo. O senador afirma que “confia no trabalho da Justiça e que a verdade prevalecerá após a conclusão das investigações”.

Edison Lobão (PMDB-MA) - O Tribunal detectou irregularidades na aplicação dos recursos de um convênio entre o estado do Maranhão e a União, que visava melhorar condições de assistência básica de saúde na região. Parte dos recursos foram utilizados para pagar exame, consulta e tratamento médico domiciliar do senador, então governador do estado. É alvo de inquéritos abertos com a Operação Lava Jato da Policia Federal, que investigam esquema de corrupção, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro com recursos desviados da Petrobras. O ex-ministro de Minas e Energia é investigado nos inquéritos 3986, 3977 e 3989, todos da Lava Jato. O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa afirmou que mandou entregar R$ 2 milhões à ex-governadora do Maranhão Roseana Sarney para campanha de 2010, a pedido de Lobão. De acordo com o ex-diretor, o dinheiro foi entregue pelo doleiro Youssef.

Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) - Ex-ministro da Integração Nacional, o senador é investigado pela Operação Lava Jato no Inquérito 4005 pelos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção passiva. Em delação premiada, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa disse que Fernando pediu ao doleiro Youssef R$ 20 milhões para a campanha ao governo de Eduardo Campos (PSB), em 2010. Ele também é investigado nos inquéritos 3958, 4064 e 4139 por crimes contra a Lei de Licitações, peculato (desviar ou apropriar-se de recursos públicos), corrupção passiva, crimes de responsabilidade e lavagem de dinheiro. “O parlamentar prestará as informações devidas quando for convocado”, responderam seus assessores.

Fernando Collor (PRTB-AL) - Foi alvo de inúmeras denúncias de corrupção durante sua inteira carreira política. Único presidente da história do Brasil a sofrer um processo de impeachment, em 1992. Teve indeferido o registro de candidatura a prefeito de São Paulo nas eleições de 2000. Seu nome também aparece na Lava Jato.

Flexa Ribeiro (PSDB-PA) - É alvo de inquérito que apura a prática de crimes contra a administração pública. De acordo com a acusação, o parlamentar participou de esquema de fraude em contratos entre o Governo do Estado do Pará e empresas para realização de obras, construção e serviços de engenharia, que desviou dinheiro público a fim de financiar campanhas eleitorais.

Gladson Cameli (PP-AC) - É alvo de inquérito aberto com a Operação Lava Jato da Policia Federal, que investiga esquema de corrupção, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro com recursos desviados da Petrobras.

Jader Barbalho (PMDB-PA) - Em 2001, Jader renunciou ao mandato de senador após ser acusado de desviar recursos do Banco do Estado do Pará (Banpará), da Sudam e do Ministério da Reforma Agrária. Chegou a ser preso por 16 horas pela PF sob a suspeita de integrar quadrilha acusada de desviar mais de R$ 1 bilhão desses órgãos. Por isso, desde 2004 foi réu na Ação Penal 374 por emprego irregular de verbas públicas. Complementaram a investigação as ações penais 398, 397, 498 e 653 por peculato e crimes contra o sistema financeiro. Todos esses casos foram arquivados por prescrição depois que ele completou 70 anos de idade. Jader ainda é alvo do Inquérito 3597 por crimes eleitorais. No fim do ano passado, Jader entrou na mira da Operação Lava Jato. O ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró – preso desde janeiro de 2015 – afirmou em delação premiada que pagou propina de US$ 6 milhões aos senadores Renan Calheiros (AL) e Jader Barbalho (PA), ambos do PMDB, em 2006. A suspeita resultou na abertura de um inquérito contra o ex-governador paraense.

José Agripino (DEM-RN) - Responde em inquérito aberto pelo STF para apurar o recebimento de propina da empreiteira OAS nas obras de construção do estádio Arena das Dunas, em Natal, para a Copa do Mundo de 2014. Faz parte da lista divulgada pela empreiteira Odebrecht que contém 300 nomes mencionados nos documentos apreendidos pela Polícia Federal durante a 23ª fase da Operação Lava Jato.

Marta Suplicy (PMDB-SP) - Em uma delação premiada, alguns executivos da empresa investigada Odebrecht, informaram que Marta Suplicy teria recebido cerca de R$ 500 mil para a sua campanha pelo senado, em 2010, provenientes de um caixa dois. Na época, concorria pelo Partido dos Trabalhadores (PT), legenda a qual deixou o ano passado, após afirmar que não conseguiria conviver com tantas corrupções. Ela então passou a assumir a legenda do PMDB, filiando-se ao partido.

Paulo Bauer (PSDB-SC) - Foi mantida a condenação por improbidade administrativa de ressarcimento de despesas efetuadas com verbas públicas em decorrência de gastos realizados com campanha publicitária contratada pela Secretaria Estadual das Educação, quando era o secretário responsável, a qual atribuíram escopo de promoção pessoal do administrador público.

Renan Calheiros (PMDB-AL) - O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), acumula 11 inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF) por crimes como corrupção, lavagem de dinheiro, desvio de dinheiro público e falsidade ideológica. Destes, nove são relacionados ao esquema de corrupção na Petrobras, apurado pela Operação Lava Jato, e um decorre da Operação Zelotes, que investiga fraudes no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), órgão de controle vinculado ao Ministério da Fazenda, e a venda de medidas provisórias. O mais antigo deles, porém, remonta à acusação de que o senador teve despesas pagas por um lobista de empreiteira, caso que o levou a renunciar à presidência da Casa e quase lhe custou o mandato de senador em 2007. A investigação mais recente contra Renan apura o pagamento de propina para inclusão de emendas em MPs que beneficiaram o setor automotivo. Com base em um diário apreendido pela Polícia Federal, a Procuradoria-Geral da República investiga se o senador e outros políticos participaram de um esquema de recebimento de propinas estimado em R$ 45 milhões. Já a perda de arrecadação provocada pelas três medidas provisórias suspeitas é estimada em R$ 13 bilhões até 2020. O inquérito é relatado pela ministra Cármen Lúcia. Desde janeiro de 2013, está nas gavetas do STF um parecer da Procuradoria-Geral da República denunciando o presidente do Senado por peculato (desvio de dinheiro público ou bem público por funcionário público), falsidade ideológica e uso de documento falso. De acordo com o Ministério Público, ele apresentou documentos falsos para forjar uma renda com venda de gado em Alagoas e assim justificar seus gastos pessoais. Renan também é acusado, na denúncia apresentada pelo então procurador-geral da República, Roberto Gurgel, de ter desviado R$ 44,8 mil do Senado, por meio da chamada verba indenizatória, benefício ao qual os parlamentares têm direito para cobrir despesas associadas ao mandato. A punição para esses três crimes varia de cinco a 23 anos de prisão, além de pagamento de multa. A demora na decisão, no entanto, pode levar à prescrição dos crimes. Em nota divulgada à época, Renan afirmou que o caso será julgado com “imparcialidade” pelo STF, apesar da “suspeição” da denúncia e de sua “natureza nitidamente política”, uma vez que foi apresentada na semana anterior à sua volta à presidência do Senado, no início de 2013. De lá para cá, a denúncia ficou engavetada no gabinete do ministro Ricardo Lewandowski, atual presidente da corte, que repassou os autos ao ministro Edson Fachin, em maio do ano passado. Fachin chegou a incluir na pauta a análise da denúncia no início deste ano, mas resolveu pedir mais tempo para analisar os argumentos da defesa. O caso acima é o desdobramento de outra denúncia. A de que o lobista Cláudio Gontijo, da empreiteira Mendes Júnior, pagava R$ 16,5 mil mensais à jornalista Mônica Veloso, com quem o senador tem uma filha. Como mostrou a revista Veja, entre 2004 e 2006 a empreiteira recebeu R$ 13,2 milhões em emendas parlamentares de Renan destinadas a uma obra – feita pela empresa – no porto de Maceió. A Operação Lava Jato também já resultou na abertura de nove inquéritos contra o presidente do Senado. Mas, até o momento, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, não ofereceu qualquer denúncia contra o peemedebista. O lobista Fernando Baiano, operador do PMDB no esquema de corrupção na Petrobras, e o ex-diretor da área internacional da estatal Nestor Cerveró acusam Renan de ter recebido mais de US$ 6 milhões em propina por um contrato de afretamento do navio-sonda Petrobras 10.000. O senador também é suspeito de ter recebido R$ 2 milhões do doleiro Alberto Youssef para evitar a instalação da CPI da Petrobras. O peemedebista também é investigado por suspeitas de irregularidades em contratações na Transpetro, subsidiária da Petrobras, e por conluio com o deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE) para facilitar negócios de empresas interessadas em fechar contratos com a estatal.

Romário (PSB-RJ) - O senador é investigado nos inquéritos 4303 por crimes contra o meio ambiente e 4271 por difamação e injúria. Com base em mensagens no celular do empreiteiro Marcelo Odebrecht, a Procuradoria-Geral da República enviou uma petição ao Supremo para abrir inquérito contra o senador, suspeito de receber caixa dois de campanha na eleição de 2014. De acordo com as investigações, o ex-jogador é suspeito de receber R$ 100 mil da empreiteira Odebrecht, após a eleição vitoriosa para o Senado, em 2014. Não há decisão sobre o pedido até o momento. Romário nega ter recebido recurso.

Romero Jucá (PMDB-RR) - O senador é alvo de quatro investigações. No Inquérito 3989, da Lava Jato, Jucá responde pelos crimes de lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e corrupção passiva. Também é investigado nos inquéritos 3297, 2116, 2963 por crimes eleitorais, de responsabilidade e contra a ordem tributária, apropriação indébita previdenciária e falsidade ideológica. Um dos procedimentos diz respeito à origem e ao destino de R$ 100 mil jogados para fora de um carro por um de seus auxiliares momentos antes de ser abordado pela polícia. O ato ocorreu durante a campanha eleitoral de 2010. O assessor disse que o dinheiro seria usado na campanha de Jucá.

Valdir Raupp (PMDB-RO) - É réu no processo que tramita há mais tempo no Supremo, entre aqueles que envolvem parlamentares. O ex-governador de Rondônia é réu na Ação Penal 358, por peculato, desde 2003. Raupp é acusado de liderar um esquema que, segundo a denúncia, desviou R$ 10 milhões do governo estadual para grupos de comunicação em troca de apoio político. O senador é réu em outras duas ações penais (383 e 577) por crimes eleitorais e contra o sistema financeiro nacional. É investigado pela Lava Jato nos inquéritos 3982 e 3989, por lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e corrupção passiva. Ele ainda é alvo do Inquérito 4129 por peculato e formação de quadrilha.

Fonte: JORNAL DO BRASIL
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Isso não vem ao caso, afinal, os vinte não são do PT e nem aprovam uma reforma política.

O governo dos derrotados

“Pensam que nos venceram, mas estão enganados”, afirma Dilma

Presidenta faz pronunciamento após aprovação do golpe e garante: “Haverá a mais firme, incansável e enérgica oposição que um governo golpista pode sofrer”


31/08/2016 15h55 - atualizado às 16h03

Foto: Mamana Foto Coletivo

Presidenta eleita Dilma Rousseff falou ao povo brasileiro nesta quarta-feira (31), após decisão do Senado que cassa seu mandato. Ela destacou, entre outros pontos, que não foi só um golpe contra ela, mas contra os direitos trabalhistas, o direito à moradia e a terra, direto a educação, saúde ecultura, direito dos jovens protagonizarem sua história, direitos dos negros, indígenas, mulheres, e LGBTs.

Leia abaixo na íntegra:“Haverá contra eles a mais firme, incansável e enérgica oposição que um governo golpista pode sofrer”, afirmou Dilma. E disse ainda que “futuras gerações de brasileiras saberão que, na primeira vez que uma mulher assumiu a Presidência do Brasil, a machismo e a misoginia mostraram suas feias faces”.

Pronunciamento da presidenta Dilma Rousseff após aprovação do golpe parlamentar

Ao cumprimentar o ex-Presidente Luís Inácio Lula da Silva, cumprimento todos os senadoras e senadores, deputadas e deputados, presidentes de partido, as lideranças dos movimentos sociais. Mulheres e homens de meu País.

Hoje, o Senado Federal tomou uma decisão que entra para a história das grandes injustiças. Os senadores que votaram pelo impeachment escolheram rasgar a Constituição Federal. Decidiram pela interrupção do mandato de uma Presidenta que não cometeu crime de responsabilidade. Condenaram uma inocente e consumaram um golpe parlamentar.

Com a aprovação do meu afastamento definitivo, políticos que buscam desesperadamente escapar do braço da Justiça tomarão o poder unidos aos derrotados nas últimas quatro eleições. Não ascendem ao governo pelo voto direto, como eu e Lula fizemos em 2002, 2006, 2010 e 2014. Apropriam-se do poder por meio de um golpe de Estado.

É o segundo golpe de estado que enfrento na vida. O primeiro, o golpe militar, apoiado na truculência das armas, da repressão e da tortura, me atingiu quando era uma jovem militante. O segundo, o golpe parlamentar desfechado hoje por meio de uma farsa jurídica, me derruba do cargo para o qual fui eleita pelo povo.

É uma inequívoca eleição indireta, em que 61 senadores substituem a vontade expressa por 54,5 milhões de votos. É uma fraude, contra a qual ainda vamos recorrer em todas as instâncias possíveis.

Causa espanto que a maior ação contra a corrupção da nossa história, propiciada por ações desenvolvidas e leis criadas a partir de 2003 e aprofundadas em meu governo, leve justamente ao poder um grupo de corruptos investigados.

O projeto nacional progressista, inclusivo e democrático que represento está sendo interrompido por uma poderosa força conservadora e reacionária, com o apoio de uma imprensa facciosa e venal. Vão capturar as instituições do Estado para colocá-las a serviço do mais radical liberalismo econômico e do retrocesso social.

Acabam de derrubar a primeira mulher presidenta do Brasil, sem que haja qualquer justificativa constitucional para este impeachment.

Mas o golpe não foi cometido apenas contra mim e contra o meu partido. Isto foi apenas o começo. O golpe vai atingir indistintamente qualquer organização política progressista e democrática.

O golpe é contra os movimentos sociais e sindicais e contra os que lutam por direitos em todas as suas acepções: direito ao trabalho e à proteção de leis trabalhistas; direito a uma aposentadoria justa; direito à moradia e à terra; direito à educação, à saúde e à cultura; direito aos jovens de protagonizarem sua história; direitos dos negros, dos indígenas, da população LGBT, das mulheres; direito de se manifestar sem ser reprimido.

O golpe é contra o povo e contra a Nação. O golpe é misógino. O golpe é homofóbico. O golpe é racista. É a imposição da cultura da intolerância, do preconceito, da violência.

Peço às brasileiras e aos brasileiros que me ouçam. Falo aos mais de 54 milhões que votaram em mim em 2014. Falo aos 110 milhões que avalizaram a eleição direta como forma de escolha dos presidentes.

Falo principalmente aos brasileiros que, durante meu governo, superaram a miséria, realizaram o sonho da casa própria, começaram a receber atendimento médico, entraram na universidade e deixaram de ser invisíveis aos olhos da Nação, passando a ter direitos que sempre lhes foram negados.

A descrença e a mágoa que nos atingem em momentos como esse são péssimas conselheiras. Não desistam da luta.

Ouçam bem: eles pensam que nos venceram, mas estão enganados. Sei que todos vamos lutar. Haverá contra eles a mais firme, incansável e enérgica oposição que um governo golpista pode sofrer.

Quando o Presidente Lula foi eleito pela primeira vez, em 2003, chegamos ao governo cantando juntos que ninguém devia ter medo de ser feliz. Por mais de 13 anos, realizamos com sucesso um projeto que promoveu a maior inclusão social e redução de desigualdades da história de nosso País.

Esta história não acaba assim. Estou certa que a interrupção deste processo pelo golpe de estado não é definitiva. Nós voltaremos. Voltaremos para continuar nossa jornada rumo a um Brasil em que o povo é soberano.

Espero que saibamos nos unir em defesa de causas comuns a todos os progressistas, independentemente de filiação partidária ou posição política. Proponho que lutemos, todos juntos, contra o retrocesso, contra a agenda conservadora, contra a extinção de direitos, pela soberania nacional e pelo restabelecimento pleno da democracia.

Saio da Presidência como entrei: sem ter incorrido em qualquer ato ilícito; sem ter traído qualquer de meus compromissos; com dignidade e carregando no peito o mesmo amor e admiração pelas brasileiras e brasileiros e a mesma vontade de continuar lutando pelo Brasil.

Eu vivi a minha verdade. Dei o melhor de minha capacidade. Não fugi de minhas responsabilidades. Me emocionei com o sofrimento humano, me comovi na luta contra a miséria e a fome, combati a desigualdade.

Travei bons combates. Perdi alguns, venci muitos e, neste momento, me inspiro em Darcy Ribeiro para dizer: não gostaria de estar no lugar dos que se julgam vencedores. A história será implacável com eles.

Às mulheres brasileiras, que me cobriram de flores e de carinho, peço que acreditem que vocês podem. As futuras gerações de brasileiras saberão que, na primeira vez que uma mulher assumiu a Presidência do Brasil, a machismo e a misoginia mostraram suas feias faces. Abrimos um caminho de mão única em direção à igualdade de gênero. Nada nos fará recuar.

Neste momento, não direi adeus a vocês. Tenho certeza de que posso dizer “até daqui a pouco”.

Encerro compartilhando com vocês um belíssimo alento do poeta russo Maiakovski:

‘Não estamos alegres, é certo,

Mas também por que razão haveríamos de ficar tristes?

O mar da história é agitado

As ameaças e as guerras, haveremos de atravessá-las,

Rompê-las ao meio,

Cortando-as Como uma quilha corta as ondas.’


Um carinhoso abraço a todo povo brasileiro, que compartilha comigo a crença na democracia e o sonho da justiça.”

Fonte: AGÊNCIA PT
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Eleição já! Fora Temer usurpador!

O governo usurpador não tem legitimidade para comandar o país e impor a agenda entreguista e de retrocessos que foi derrotada nas quatro últimas eleições.
Jeferson Miola


Os golpistas alcançaram o objetivo: o Senado da República, convertido num tribunal de exceção, aprovou o impeachment da Presidente Dilma sem crime de responsabilidade, em total afronta à Constituição e ao Estado de Direito.

Esta decisão imposta por uma maioria do Senado não surpreende, porque este processo kafkiano não passou de um jogo de cartas marcadas; de uma farsa montada com pretextos ridículos para dar ares de normalidade a um crime perpetrado contra a democracia.

À medida em que o golpe foi avançando e parlamentares foram sendo comprados com cargos e promessas de favores e a mídia e setores do judiciário foram blindando a trama golpista, os canalhas foram abandonando a parcimônia e a dissimulação.

Eles se sentiram desobrigados de conspirar nas sombras, escondidos; abandonaram o disfarce da falsa imparcialidade e assumiram abertamente a conspiração.

O mundo inteiro ficou conhecendo as entranhas de um golpe que teve falsificação de peças de acusação por militantes partidários disfarçados de funcionários públicos, de “técnicos do TCU”.

Quando caiu a máscara dos inconsistentes argumentos contábeis dos falsos “técnicos do TCU”, os golpistas abandonaram o discurso cínico que encobria a falta de motivo legal para cassar o mandato da Presidente, e assumiram que condenam Dilma pelo chamado “conjunto da obra” – ou seja, pelo fato de ser uma mulher, nacional-desenvolvimentista e de esquerda.

O próprio Michel Temer, sócio do Cunha na conspiração e principal beneficiário do golpe, revelou a injustiça de um julgamento que não se ampara nos fundamentos exigidos pela Constituição e na Justiça, mas é parte de uma violência desferida por uma matilha parlamentar que forma uma maioria fascista. Disse o usurpador: “o impeachment depende da avaliação política – não uma avaliação jurídica – que o Senado está fazendo”.

O golpe de Estado, agora formalmente consagrado pela decisão de 61 senadores e senadoras – quase todos investigados e processados por corrupção e outros crimes – mergulha o país no abismo do arbítrio.

A democracia foi abastardada, a Constituição foi violentada. Os personagens donos dos procedimentos e das visões mais abomináveis da política brasileira assaltaram o poder e deram posse ao governo usurpador de Michel Temer para impor uma agenda de retrocessos e de entrega da soberania nacional.

O golpe não é contra uma mulher digna e inocente, é um golpe contra a democracia e o Estado de Direito para permitir a restauração neoliberal ultraconservadora e reacionária. É um golpe contra o capítulo dos direitos sociais da Constituição de 1988, contra o povo pobre, as mulheres, as juventudes, os trabalhadores, os camponeses, os índios, os povos das florestas. É um golpe para entregar o pré-sal, as terras, as riquezas, os alimentos e os minérios do povo brasileiro ao capital estrangeiro.

O governo usurpador não tem legitimidade para comandar o país, e menos legitimidade ainda para impor a agenda entreguista e de retrocessos que foi derrotada nas quatro últimas eleições presidenciais.

O Brasil não pode ser comandado por um governo fundado na usurpação e na associação criminosa de canalhas golpistas que vivem no esgoto da história.

Este governo usurpador não será aceito, não será reconhecido pelo povo e será combatido sem
tréguas. Só nova eleição restaura o Estado de Direito depois deste atentado à democracia.

Eleição já! Fora Temer usurpador!

Fonte: CARTA MAIOR
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A oposição ao governo do golpe já começou.

É a terceira vez que o PMDB chega ao governo sem o voto do povo.

A primeira em 1985 , com Sarney, depois da morte de Tancredo.

A segunda em 1992, com Itamar, depois do golpe em Collor.

E a terceira, em 2016, com Temer, depois do golpe em Dilma.

Temer será impedido de governar a ponto de abdicar do cargo para que a população escolha, de forma livre e democrática, um projeto para o país.

O projeto que Temer deseja implementar foi rejeitado pela maioria da população nas eleições para presidente em 2002, 2006, 2010 e 2014. Projeto também defendido pelo PSDB, que apoiou visceralmente o golpe e que foi derrotado, também, em 2002, 2006, 2010 e 2014.

Assim sendo, o golpe dos derrotados quer implantar um governo dos derrotados com uma agenda dos derrotados. Ainda, na presidência da Câmara dos Deputados, logo, vice presidente da República, um representante do DEM, outro partido que coleciona derrotas.

Querem transformar o Brasil no país dos derrotados.

Não respeitaram as regras democráticas, apesar das aparências, e agiram com violência e grosseria.

Terão o troco na mesma moeda, e mais rápido do que se imagina.