quarta-feira, 20 de julho de 2016

O golpe e o arremesso de dados de pesquisa

The Intercept': Jornal comete fraude jornalística com pesquisa manipulada visando alavancar Temer


Matéria diz que instituto de pesquisa utilizado pelo maior jornal do país favorece o "golpe"
datafalha
Matéria publicada nesta quarta-feira (20) pelo site The Intercepct, fala sobre um dos mistérios mais obscuros da crise política que atingiu o Brasil nos últimos meses tem sido a ausência completa de pesquisas de opinião nos grandes meios de comunicação e órgãos de pesquisa do país. Há mais de três meses, no dia 17 de abril, a Câmara dos Deputados votou em favor de enviar ao Senado Federal o pedido de impeachment da presidente democraticamente eleita, Dilma Rousseff, resultando na investidura temporária de seu vice-presidente, Michel Temer, como “presidente interino”. Desde a posse de Temer, o Datafolha – instituto de pesquisa utilizado pelo maior jornal do país, Folha de São Paulo – não havia publicado pesquisas de opinião sobre o impeachment da presidente, nem sobre o impeachment de Temer, e nem mesmo sobre a realização de novas eleições para presidente. A última pesquisa do instituto antes da votação do impeachment foi realizada em 9 de abril e apontava que 60% da população apoiava o impeachment de Dilma, enquanto 58% era favorável ao impeachment de Temer. Além disso, a sondagem indicou que 60% dos entrevistados desejavam a renúncia de Temer após o impeachment de Dilma, e 79% defendiam novas eleições após a saída de ambos.

Brazil’s Largest Newspaper Commits Major Journalistic Fraud to Boost Interim President Temer


The Intercepct diz que a iminência da votação final do impeachment torna esse resultado (50% dos brasileiros desejam que Temer conclua o mandato de Dilma) extremamente significativo

A reportagem do site do renomado jornalista Glenn Greenwald, conta que a última pesquisa de outra grande empresa do setor, o Ibope, foi publicada em 25 de abril, e concluiu que 62% desejavam que Dilma e Temer saíssem e que novas eleições fossem realizadas; 25% queriam a permanência de Dilma e a conclusão de seu mandato; e apenas 8% eram favoráveis a situação atual: com suspensão de Dilma e Temer como presidente interino. Essa pesquisa, mesmo sendo negativa para Temer, foi realizada há algum tempo, em abril deste ano. De forma surpreendente, mesmo três meses depois da entrada de Temer, a poucas semanas da votação final do impeachment de Dilma no Senado e com toda a atenção do mundo voltada para o Brasil por conta das Olimpíadas, nenhuma pesquisa havia sido publicada até o último final de semana. No sábado, a Folha de São Paulo anunciou uma nova pesquisa realizada pelo Datafolha que se demonstrou, ao mesmo tempo, surpreendente e positiva para o presidente interino, Michel Temer, além de apresentar uma grande variação com relação a pesquisas anteriores. A manchete principal impressa pela Folha, que rapidamente se alastrou pelo país como era de se esperar, dizia que metade do país deseja que Temer permaneça como presidente até o fim do mandato que seria de Dilma no final de 2018.

The Intercepct diz que a iminência da votação final do impeachment torna esse resultado (50% dos brasileiros desejam que Temer conclua o mandato de Dilma) extremamente significativo. Igualmente importante foi a afirmação da Folha de que apenas 4% disseram não querer nenhum dos dois presidentes, e somente 3% desejam a realização de novas eleições. O artigo on-line de destaque no sábado (16). Esse resultado não foi apenas surpreendente por conta da ampla hostilidade com relação a Temer revelada pelas pesquisas anteriores, mas também porque simplesmente não faz sentido. Para começar, outras perguntas foram colocadas aos eleitores pelo Datafolha sobre quem prefeririam que se tornasse presidente em 2018 e os resultados apontaram que apenas 5% escolheriam Temer, enquanto o líder da pesquisa, o ex-presidente Lula, obteve entre 21% e 23% das intenções de voto, seguido por Marina Silva, com 18%. Apenas 14% aprovam o governo de Temer, enquanto 31% o consideram ruim/péssimo e 41%, regular. Além disso, um terço dos eleitores não sabe o nome do Presidente Temer. E, conforme observou um site de esquerda ao denunciar a recente manchete sobre a pesquisa da Folha como uma “fraude estatística”, é simplesmente inconcebível que a porcentagem de brasileiros favoráveis às novas eleições tenha caído de 60%, em abril, para apenas 3% agora, enquanto a porcentagem da população que deseja a permanência de Temer na Presidência da República tenha disparado de 8% para 50%. Considerando todos esses dados, fica extremamente difícil compreender como a manchete principal da Folha – 50% dos entrevistados querem que Temer continue como presidente até o fim do mandato de Dilma – possa corresponder à realidade. Ela contradiz todos os dados conhecidos. A Folha é o maior jornal do país e o Datafolha é uma empresa de pesquisa de credibilidade considerável. Ambos foram categóricos em sua manchete e gráfico principal a respeito do resultado da pesquisa. Curiosamente, a Folha não publicou no artigo as perguntas realizadas, nem os dados de suporte, impossibilitando a verificação dos fatos que sustentam as afirmações do jornal.

Para finalizar, Intercept fala que como resultado disso, a manchete – que sugere que metade da população deseja a permanência de Temer na Presidência até 2018 – foi reproduzida por grande parte dos veículos de comunicação do país e rapidamente passou a ser considerada uma verdade indiscutível: como um fato decisivo, com potencial para selar o destino de Dilma. Afinal, se literalmente 50% do país deseja que Temer permaneça na Presidência até 2018, é difícil acreditar que Senadores indecisos contrariem a vontade de metade da população. Mas na terça-feira (19), os dados completos e as perguntas complementares foram divulgados. Tornou-se evidente que, seja por desonestidade ou incompetência extrema, a Folha cometeu uma fraude jornalística. Apenas 3% dos entrevistados disseram que desejavam a realização de novas eleições, e apenas 4% disseram que não queriam nem Temer nem Dilma como presidentes, porque nenhuma dessas opções de resposta encontrava-se disponível na pesquisa.







Fonte: JORNAL DO BRASIL
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Como a Folha usou o DataFolha em seu jornalismo de guerra a favor de Temer.


Postado em 20 Jul 2016
Greenwald desmarcarou a manobra da Folha para favorecer Temer
Greenwald desmarcarou a manobra da Folha para favorecer Temer
O DataFolha passou, oficialmente, a fazer parte do “jornalismo de guerra” da Folha e, por extensão, de toda a mídia.
Jornalismo de guerra foi a expressão utilizada pelo editor chefe colunista político do Clarín para designar o que seu jornal fez para destruir o governo de Cristina Kirchner. “Não é jornalismo”, admitiu, num traço notável de sinceridade.
A adesão oficial do DataFolha ao jornalismo de guerra se deu no levantamento do último final de semana. O objetivo não foi mostrar como estão as relações entre os brasileiros e o governo Temer. Foi, simplesmente, alavancar de forma artificial Temer e, com ele, o golpe.
Várias críticas já tinham sido feitas à edição desonesta da Folha. Aqui mesmo, no DCM, sublinhamos que a Folha escondeu que a aprovação de Temer é de raquíticos 14%, um índice de final de administração em crise e não de começo de uma gestão de “salvação nacional”.
Mas o desmascaramento definitivo do DataFolha veio do jornalista americano Glenn Greenwald e seu site Intercept.
Greenwald mergulhou nos números da pesquisa para tentar entender como os 8% de apoio a Temer registrados há pouco tempo se transformaram, como num passe de mágica, em 50% — que foi a manchete da Folha e o número seguido por toda a mídia.
Não foi mágica — mas uma manobra da Folha.
Na questão central, o que as pessoas querem para o futuro próximo, a Folha simplesmente omitiu a alternativa “nova eleição” na edição.
O DataFolha, como demonstra a pesquisa por inteiro e não apenas a parte editada, apurou que 60% dos ouvidos querem uma nova eleição.
Os 60% do DataFolha viraram 3% na Folha, por peripécias do jornal. A própria DataFolha admitiu o problema, que chamou, docemente, de “imprecisão”.
A repercussão foi terrível para o DataFolha e para a Folha. Nesta quarta, entre os trending topics do Twitter figurava #datafalha.
Tudo isto se enquadra numa tentativa da mídia de desenhar um Brasil em franca recuperação com Temer, às vésperas da decisão final do Senado sobre o impeachment.
Na mesma linha, o colunista Elio Gaspari, da Folha e do Globo, publicou em seu artigo de hoje que Temer se afirmou e agora vive dias favoráveis.
É o colunismo de guerra, igualmente.
O que Temer tem, na verdade, é um tratamento privilegiado da imprensa, destinado a criar a sensação mentirosa de que tudo vai bem.
No passado, a Globo fez isso muito bem na ditadura militar. É conhecida a frase de Médici segundo a qual era uma alegria ver o às 8 da noite o paraíso do Jornal Nacional quando o mundo todo estava convulsionado.
O jornalismo de guerra da mídia brasileira não se encerrou com o afastamento de Dilma. Ele continua. A diferença é que, se antes o objetivo era acabar com Dilma, Lula e o PT, a meta agora é proteger e elevar Temer.
Como existe a internet, com seus sites e suas redes sociais cada vez mais influentes, ludibriar a sociedade é uma tarefa cada vez mais difícil.
A Folha, com o DataFolha, tentou. Mas fracassou.
Temer é uma lástima, um semeador de desesperança e de melancolia — e é assim que os brasileiros o vêem
Fonte: DIÁRIO DO CENTRO DO MUNDO
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7 razões irrefutáveis para Senado arquivar impeachment de Dilma 



20 de julho de 2016 Carlos Eduardo


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Motivos seriam suficientes para anular qualquer processo na Justiça por desrespeito à Constituição e às leis do país; cabe agora aos senadores fazê-lo (Foto: Roberto Stuckert Filho/ PR)

por Camilo Toscano
Passados pouco mais de sete meses desde que foi instaurado na Câmara dos Deputados, o processo de impeachment contra a presidenta eleita, Dilma Rousseff, possui pelo menos 7 razões incontestáveis para que seja arquivado pelos senadores no dia 9 de agosto, quando deverá ser votado em plenário.
São todas razões que, juridicamente, anulariam qualquer outro processo, devido à alta quantidade de vícios que possui. Deste modo, se o Senado validar o impeachment, agirá ignorando as regras jurídicas brasileiras. Esse é o alerta de golpe que vem sendo feito pela defesa da presidenta eleita.
1 – Pedaladas “fantasiosas”
A primeira razão incontestável é o fato de que a acusação de que Dilma pedalou em 2015 não sustenta um impeachment porque a prática não constitui crime. José Eduardo Cardozo, advogado de Dilma no processo e legítimo advogado-geral da União, disse isso seguidas vezes no processo. Nas últimas duas semanas, o mesmo foi dito por Ivan Marx, procurador da República no Distrito Federal.
O procurador analisou o caso e concluiu que não há crime de Dilma no atraso no repasse de recursos ao Banco do Brasil para o Plano Safra. O mesmo procurador Ivan Marx já havia concluído que também não foi crime o atraso ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
2 – Mesma prática de Lula e FHC
Por uma questão de coerência, a conclusão não poderia ter sido outra. Afinal, os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso eLuiz Inácio Lula da Silva também adotaram as mesmas medidas chamadas de pedaladas fiscais. E não houve qualquer reprovação à época pelo Tribunal de Contas da União (TCU), porque o entendimento é semelhante a uma conta de luz paga com atraso por um consumidor.
Essa é a razão número dois: a prática da qual acusam Dilma também foi utilizada por outros presidentes. Foi utilizada inclusive pelo relator do processo de impeachment no Senado, Antonio Anastasia (PSDB), que pedalou em 2012, 2013 e 2014 quando era governador de Minas Gerais. Condenar apenas Dilma é ir contra o princípio de que a Justiça é igual para todos.
3 – Lei não retroage para punir 
Outro princípio importante para se fazer justiça é o da irretroatividade. Dirigir sem uso do cinto de segurança é infração desde 1997. Quando entrou em vigor, não puniu os motoristas que andavam sem cinto até o momento em que a lei passou a valer. E não poderia ser diferente, pois é respeitar o princípio da irretroatividade da lei.
A mudança no entendimento do TCU sobre as pedaladas só pode valer para o futuro. Desde que o tribunal adotou nova interpretação, o governo Dilma não mais pedalou, ou seja, seguiu a lei — antes e depois da mudança de interpretação pelo TCU. Essa é a terceira razão para arquivar o pedido de impeachment: não se pode punir retroativamente.
De fato, a líder do governo golpista de Michel Temer no Congresso Nacional, senadora Rose de Freitas (PMDB-ES), concedeu entrevista à rádio Itatiaia (MG), em que afirmou que “não teve esse negócio de pedalada, nada disso”. A questão foi apenas política, resumiu a senadora.
4 – Perícia isenta Dilma
A quarta razão incontestável para arquivar o impeachment é aperícia realizada por técnicos do Senado. Os peritos concluíram que: 1. Não existem atos comissivos de Dilma, ou seja, ações intencionais; e, 2. Dilma não foi alertada de que poderia haver incompatibilidade com a meta fiscal de 2015 com as medidas.
Em resumo: Dilma não pode ser responsabilizada. Além disso, a perícia ainda reduziu para três o número de decretos de crédito suplementar que sustentam as acusações, que inicialmente era de seis.
5 – Relator sob suspeita
E o que dizer da escolha de um relator que é do mesmo partido que assina o pedido de impeachment? Que podemos esperar tudo, menos imparcialidade e julgamento justo. Antonio Anastasia é do PSDB, um dos partidos que assinaram o pedido de impeachment apresentado à Câmara dos Deputados. “Um escândalo”, classificou o líder do PT no Senado, Humberto Costa(PE).
A escolha, e quinta razão irrefutável para arquivar o impeachment, passou por cima do Regimento Interno do Senado. Em sua Resolução 20/1993, o regimento destaca que nos processos de cassação de mandato de senador, a representação deve ser relatada por um integrante “não filiado ao partido político representante ou ao partido político do representado”. Questão de isenção, afinal, quem acharia justo um processo nessas condições?
6 – Meta fiscal aprovada pelo Congresso
É incontestável ainda o fato de que o Congresso Nacional aprovou a meta fiscal de 2015, ao votar o PLN 5/2015, em sessão realizada em 2 de dezembro do mesmo ano. Assim, não há como sustentar que a meta fiscal de 2015 foi desrespeitada pelo governo Dilma com a edição de decretos de crédito suplementar, já que os créditos foram emitidos antes de o Congresso aprovar a meta fiscal. Além disso, os decretos não ampliaram gastos do governo e foram solicitados por outros órgãos do Estado, como o Judiciário e inclusive o TCU.
7 – Processo por vingança
O sétimo e último motivo incontestável para o arquivamento do processo de impeachment contra Dilma é o fato de ser motivado por uma vingança do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O pedido só foi aberto quando o PT se recusou a ajudar a salvar Cunha no Conselho de Ética. A vingança de Cunha é uma das faces da imparcialidade, portanto, de um julgamento injusto contra Dilma.
Duas decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) evidenciam que Eduardo Cunha interferiu no processo de impeachment. A primeira é de dezembro de 2015, quando o STF anulou a primeira comissão do impeachment da Câmara instalada por manobra de Cunha. A segunda decisão é a de suspensão do mandato e do cargo de presidente da Casa, antes de suarenúncia.
“Por que foi afastado o presidente Eduardo Cunha? Porque usava o cargo para impedir e obstaculizar investigações. Porque usava seu cargo com desvio de poder, para não permitir que as situações que lhe são dirigidas de desvio de dinheiro público não avançassem”, afirma José Eduardo Cardozo.
O fato de que o processo contra Cunha no Conselho de Ética ter avançado somente após a suspensão pelo STF revela seu poder de interferência nos processos da Casa, inclusive o do impeachment.
As sete razões irrefutáveis são reforçadas ainda pelas provas e pela fase de depoimentosocorrida na Comissão do Impeachment no Senado. Constituem base sólida o suficiente para anular o processo no STF, pois revelam que o afastamento da presidenta eleita se deu por razões meramente políticas, sem fundamentos jurídicos, o que não se pode suportar numa democracia.

Fonte: O CAFEZINHO
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Temer, Aécio e Folha unidos contra a CLT
Por Altamiro Borges

Aos poucos, de forma sorrateira, os golpistas expõem os reais motivos do impeachment da presidenta Dilma – que não tem nada a ver com as tais “pedaladas fiscais” ou com o combate à corrupção. Entre os seus objetivos, um dos principais é o de destruir a legislação trabalhista, jogando o peso da crise econômica nas costas dos assalariados com carteira assinada. Esta cruzada retrógrada une a corja de Michel Temer, que assaltou o Palácio do Planalto, o cambaleante Aécio Neves e os seus tucanos bicudos, derrotados nas eleições de 2014, e quase a totalidade da mídia privada. Todos juntos contra a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) e – quem sabe – pela extinção sumária da Lei Áurea.

No caso do Judas Michel Temer, uma parte do seu partido – o PMDB – já deixou explícito este propósito no documento lançado no final do ano passado com o pomposo título de “Ponte para o futuro” – também apelidado de “pinguela para o passado”. O texto defende, de forma marota, o fim das leis trabalhistas. Prega “a prevalência do negociado sobre o legislado”. Ou seja: de nada vale o que está fixado na CLT, como férias, 13º salário e outros direitos. Passa a valer o que for negociado diretamente entre patrões e empregados. Em tempos de crise, com a explosão do desemprego, será a típica negociação da forca com o enforcado. O texto também defende a terceirização nas chamadas atividades-fins, com o aumento da jornada, redução dos salários e precarização do trabalho.

Já no caso do PSDB, o seu intento sempre foi o de exterminar a CLT. Pouco antes de iniciar o seu triste reinado, o neoliberal FHC explicitou que o seu sonho era “extinguir a herança de Vargas” nas leis trabalhistas. A resistência do sindicalismo evitou esta tragédia e os tucanos passaram a ser vistos como inimigos dos trabalhadores – o que ajuda a explicar as quatro derrotas seguidas deste partido nas eleições presidenciais. Nas eleições de 2014, este assunto espinhoso virou pó na campanha do cambaleante Aécio Neves. Agora, animado com o retorno ao Palácio do Planalto através de um golpe, ele volta a falar sobre a urgência de eliminar “as leis trabalhistas complexas”, que “impõe custos que inviabilizam competição em mercado globalizado”, conforme escreveu nesta semana.

Por fim, com relação à imprensa privada, ela historicamente nunca tolerou as leis trabalhistas. Os donos da mídia sempre satanizaram os sindicatos, as greves e os direitos conquistados. Eles incentivaram todos os golpes contra os governos minimamente reformistas, como os de Getúlio Vargas, João Goulart, Lula e Dilma. Como patrões, eles até hoje impõem as piores práticas trabalhistas, com a terceirização selvagem (pejotização), o assédio moral e o arrocho salarial. Agora, animados com o “golpe dos corruptos”, eles exigem pressa no desmonte da CLT. Nestes dois meses do covil golpista de Michel Temer, vários editoriais já foram obrados pelos jornalões, revistonas e redes de rádio e televisão para defender a “modernização da legislação trabalhista”.

Famiglia Frias prega “golpe” trabalhista

Nesta segunda-feira (18), a Folha publicou mais um editorial contra os direitos dos trabalhadores. Intitulado “A próxima reforma”, o diário da famiglia Frias escancara toda a sua excitação com o atual momento político: “As esperanças de prosperidade futura do país dependem de uma agenda de modernização institucional que estimule a produtividade e reduza o custo de fazer negócios. Entre os obstáculos a serem equacionados, destaca-se a obsoleta legislação trabalhista, gestada nos longínquos anos 1940 e causadora de um anômalo e crescente contencioso entre empregados e empregadores”. Para o jornal, o momento exige o fim da “estrutura sindical oligopolizada, abrigada no Estado e financiada por contribuições obrigatórias”, e a extinção sumária da CLT.

“O paternalismo enfraquece a disposição à negociação e a autonomia das partes em decidir conforme as suas preferências. Na tradição brasileira, o legislado tende a se sobrepor ao acordado em convenções coletivas. Merece apoio, portanto, a disposição manifestada pelo governo Michel Temer de encaminhar ao Congresso uma proposta de modificação das regras trabalhistas – reforma que, de acordo com o chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, será a segunda na ordem de prioridades do Planalto, logo depois da previdenciária. Já seria progresso digno de comemoração a retomada do projeto que regulamenta a terceirização da mão de obra, conforme propósito do ministro. O texto, apresentado em 2015 na lista de prioridades do PMDB, encontra-se parado no Senado”.

Como se observa, o “golpe dos corruptos” tem como prioridade esfolar ainda mais o trabalhador. Este intento destrutivo e regressivo unifica o Judas Michel Temer, o cambaleante Aécio Neves e toda a mídia privada, que manipula tantos “midiotas”. Acorda peão! Do contrário, o seu futuro será ainda mais trágico.

Fonte: Blgo do Miro
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Nos dias que antecederam a votação do processo de impeachment na Câmara dos Deputados, as pesquisas de opinião brotavam quase que todos os dias. Passada a votação as pesquisas minguaram e sumiram.

E eis que surge das profundezas da mídia, e nas franjas dos jogos olímpicos, uma pesquisa pra lá de fajuta, cheia de armação e mentiras que tem por objetivo alavancar e legitimar o governo golpista do poeta Temer.

Em um momento em que a velha mídia deita falação diariamente sobre os jogos olímpicos, pesquisas sobre política não teriam tanto interesse da população, daí a publicação de uma pesquisa com resultados fraudulentos, valorizando o governo do poeta golpista.

A publicação e repercussão da pesquisa fraudulenta tem por objetivo minimizar, ou modificar, na opinião pública a percepção clara, e cada vez mais abrangente, de que o processo de impeachment não passa de um golpe, uma vez que os argumentos para o impeachment tem sido olímpicamente rechaçados pelas análises e conclusões de várias instituições. Em outras palavras, Dilma não cometeu crime algum que justificasse o processo de impeachment.

Ora, se Dilma não cometeu crimes e isso tem sido comprovado, nada melhor, para o golpe, do que criar resultados de pesquisa que legitimem o governo do poeta golpista, justo em um momento em que a população está distraída com os jogos olímpicos e com o noticiário internacional sobre terrorismo. O golpe quer aprovar, a qualquer preço, o impeachment de Dilma no Senado e, para atingir os objetivos vale todo tipo de armação. Preocupados com uma derrota no Senado; difícil, mas não impossível, o golpe, já reconhecendo e assumindo que Dilma não praticou nenhum crime que justificasse o processo de impeachment, passou a flexibilizar seu discurso e a justificativa para o afastamento definitivo de Dilma passa a ser, na retórica golpista, a questão da governabilidade. Segundo o golpe, Dilma, vencendo no Senado, não poderia governar pois não tem maioria no Congresso e, assim sendo, o impeachment se justificaria. Mais uma armação, já que o regime do país não é o parlamentarismo e recall não existe por aqui.

A questão da falta de governabilidade alegada pelo golpe caso Dilma retorne, procede. No entanto é com a Política que a governabilidade pode ser construída, mesmo em ambiente hostil, e não se pode rejeitar ou ignorar a capacidade de se construir uma agenda para governabilidade. Ao ignorar esses aspectos, o golpe rejeita a Política e confirma sua vocação anti-democrática e usurpadora.

terça-feira, 19 de julho de 2016

A globalização entrou em modo esgotamento

A globalização entrou em modo esgotamento

Não se pode pedir à graxa que detenha a engrenagem. Cunha, Temer, Serra são lubrificações constitutivas do colapso global entre nós.

por: Saul Leblon


O mudo ruge.

Como o vulcão prestes a explodir, sinais de alerta irrompem no noticiário de diferentes pontos do planeta

A violência e o espaçamento típicos das saturações não deixam muita margem a dúvidas.

Placas tectônicas aceleram a rota de colisão; rolos de fumaça e estremecimentos da crosta prenunciam a erupção do magma da história.

Brexit, Trump, Dallas, Nice, Turquia, Luisiana, Berlim...

Os últimos vinte e dois dias foram exemplares: a globalização neoliberal entrou no modo esgotamento.

Cada vez mais, os ‘colaterais’ da supremacia dos mercados se exprimem em rupturas, vítimas e conflitos que se acumulam no congestionado espaço das manchetes fumegantes.

A larga contabilidade da morte anestesia, mas a aleatoriedade das geografias e dos atores encerra uma regularidade reveladora.

Vive-se um tempo em que a descoordenação antes de ser o imprevisto é a norma deliberada.

Escavada e burilada, ela compõe o altar da religião sem meca nem ofício ou santo, exceto a eternidade do fluxo contínuo, ubíquo, indiviso: a circulação do capital e da mercadoria.

São elas as únicas liberdades de fato soberanas impulsionadas pelo neoliberalismo globalizado, desde os anos 70 do século passado.

Perímetros de soberania nacional foram progressivamente calafetados pelo agigantamento da gigantesca massa de forças assim potencializadas.

Espaços de mediação nos quais esse ectoplasma pudesse ser transmudado em inclusão, igualdade, estabilidade e civilização foram aplastados.

A atrofia descredenciou Estados e governos.

Em seguida desossou partidos e projetos históricos.

Desmoralizou a democracia representativa, desdenhando da urna e das escolhas e agendas do voto majoritário.

Por fim, desqualificou a própria política como fórum de mediação dos conflitos da sociedade e do desenvolvimento.

Um cemitério de administrações zumbis e de Estados ornamentais (para a sociedade) emergiu vigiado pela engrenagem dos fundos sem rosto, dos capitais sem pátria, do dinheiro chantagista.

A pedra angular de toda a vacuidade, para recorrer a um oxímoro destes tempos paradoxais, é a liberação da conta de capitais.

A partir dela, a lógica neoliberal promove o sequestro ou a rendição obsequiosa dos instrumentos endógenos de comando da sociedade sobre o seu desenvolvimento.

A opressão todavia surfa em um poder de sedução gigantesco.

Quem há de ser contra a liberdade de trocas, de pessoas e de recursos estendida a todo o planeta?

Não se trata de retórica.

O crescimento do comércio global nas últimas décadas suplantou de longe a taxa média do PIB mundial.

Transformou-se na grande e irresistível cenoura de adesão ao mainstream do laissez faire, laissez passer repaginado e mundializado.

Enquanto o PIB mundial cresceu em média 3,1%, entre 1985 e 2011, a taxa anual de crescimento do comércio internacional foi de 5,6%. (OMC, 2013).

Entre os países do G-20, apenas Indonésia e África do Sul registraram diminuição do índice de internacionalização comercial nesse período.

Em tese, o dinamismo das exportações eleva o nível de internacionalização das economias nacionais.

Oxigena cadeias de produção.

Revoluciona padrões de tecnologia, consumo e produtividade.

Faz mais.

Em 2009, pela primeira vez, o comércio mundial de bens intermediários (insumos industriais e serviços) atingiu valor superior ao das exportações de bens finais (51% e 49%, respectivamente).

Mas aqui a panaceia teoricamente boa para todos já revela suas trincas no movimento real da história.

A participação das empresas multinacionais no comércio internacional disparou nas últimas décadas.

Segundo a Unctad, exportações globais totalizaram aproximadamente US$ 19 trilhões em 2010.

Megacorporações globais responderam por 80% desse total, US$ 15 trilhões.

Só o comércio intrafirmas foi responsável por aproximadamente 33% das transações.

A bordo dessa esquadra de bandeiras poderosas, o volume do comércio internacional de bens e serviços cresceu, em média, 7,3% ao ano, entre 2002/2007.

Muito acima do desempenho do PIB, com aumento médio de 4,2 no período.

A dominância das manufaturas e serviços na composição dos fluxos, favorecida pela derrubada das tarifas e de legislações protecionistas, fez o valor das exportações mundiais desses itens crescer 264% entre 1990 2008.

De US$ 4,3 trilhões para U$15,3 trilhões.

Os circuitos de produção e consumo extravasaram as fronteiras tradicionais na nova planta manufatureira globalizada, fortemente concentrada nas mãos de grandes corporações.

O poder de interferência e indução dos Estados e das urnas nas políticas nacionais de desenvolvimento sofreria desde então apreciável processo corrosivo.

Mais complicado que isso.

Embora notável, a fermentação do comércio mundial desde a década de 1980 ficou ainda muito aquém do poder ordenador concentrado nas mãos do verdadeiro motor sistêmico da globalização neoliberal.

Os fluxos financeiros internacionais.

Eles equivalem hoje a cerca de 40 vezes o valor das trocas comerciais.

Não há poder econômico ou político que se ombreie a isso até o momento.

Trata-se de um poder imperial ubíquo.

É ele que pavimenta as rotas, alarga portas, arromba trancas, subordina nações, adestra governos, submete agendas, domestica partidos, abastarda programas, desmoraliza lideranças, derruba recalcitrantes, dita ajustes, fiscaliza austeridades, calibra arrochos.

Instaura, enfim, a endogamia funcional entre o interesse financeiro e o domínio comercial dos mares e dos continentes.

Em quarenta anos de supremacia da desregulação econômica não surgiram instituições dotadas de poder e abrangência capaz de contraditar a lógica concentradora e excludente para coloca-la a serviço da civilização e do bem-estar social dos povos e nações.

O efeito dominó, ao contrário, derrubou, mastigou e cuspiu tudo o que parecia sólido ou prometia sê-lo.

No chão mole viceja o sentimento de frustração que se confirma no rastro de Estados rendidos e de sobras humanas dessa lapidação épica.

Desfilam aí os desempregados, os desterrados, os deslocados, os desesperados, os descrentes, os desvalidos, os despossuídos, os devorados, os desacorçoados.

‘Loosers’ de todas as origens.

Expelidos pela liquefação de nações e valores das revoluções burguesas do século XIX, e dos ideais socialistas, libertários e igualitários do século XX, compõem o gigantesco orfanato da desesperança e, cada vez mais, como se vê, do desespero.

A Europa tem hoje 8 milhões de imigrantes sem papeis; 120 milhões de pobres e 27 milhões de desempregados.

Nos EUA, antes ainda da crise de 2008, 90% dos lares viram sua renda deslizar em plano inclinado. Apenas 1% das famílias ascendeu ao paraíso prometido pela retórica neoliberal do estado mínimo com benefício máximo, atingindo faixa de ingressos superior a meio milhão de dólares/ano.

Mais de 20% dos menores norte-americanos vivem atualmente em condições de pobreza.

Na sociedade afluente a única coisa que de fato flui é a desigualdade, que em cem anos nunca foi tão aguda quanto agora.

Pela primeira vez, cristaliza-se no mundo rico o mesmo sentimento das periferias nas nações pobres: uma geração de jovens tem a correta percepção de que dificilmente repetirá a faixa de renda dos pais, se é que conseguirá viver com a sua própria um dia.

O conjunto fortalece o diagnóstico obscurantista que projeta a causa da pobreza nacional na presença ‘invasiva’ da pobreza de idioma estrangeiro.

Não precisa muito para dar a ignição a movimentos extremista xenófobos e populistas, que por sua vez liberam a demência terrorista.

Não necessariamente nessa ordem, mas com essa octanagem explosiva.

O noticiário conservador mimetiza a desordem ajudando a construí-la.

Ao sonegar os antecedentes da tormenta, estica-se o elástico da gigantesca armadilha histórica em que vivemos.

Uma etapa irreversível do desenvolvimento das forças produtivas entrou em colapso sem dispor de uma arregimentação política capaz de promovera sua mutação a serviço da civilização humana.

A nova Bastilha global de interdições e chantagens aguarda o seu 14 de julho.

Na sala de espera a história encena o enredo do caos.

Esse que congestiona as manchetes e escaladas noticiosas diuturnamente.

O caos é a desautorização virulenta da essência da democracia.

A queda da Bastilha em 14 de julho de 1789 reinventou o futuro da sociedade humana.

E o fez, no dizer instigante do filósofo Jacques Rancière, ao suprimir as distinções entre a filiação divina, ou fiduciária, do rei e da realeza, de um lado, e a vala comum dos mortais, de outro.

Nasceu dessa ruptura um conceito ainda hoje rechaçado pela riqueza.

A ideia de que a igualdade não pode ser um alvo remoto, mas deve ser um ponto de partida.

A construção de um futuro comum requer a igualdade dos atores desde o presente.

Onde: no âmbito de uma democracia efetiva, em que o poder emane do povo, para o povo, pelo povo.

A guilhotina, de um lado --mas também os Direitos do Homem e do Cidadão, proclamados cerca de um mês depois da derrubada das Bastilha, em 26 de agosto de 1789-- cuidaria de lavrar essa equivalência em cabeças e nas cabeças.

É tudo o que a globalização nega esfericamente à sociedade e à política hoje.

De forma violenta ela suprime a igualdade no presente e sonega aos povos os meios para sonhar com ela no futuro .

O fim da história como o fim da utopia.

Mas a equação da eternidade não fecha.

A zona do euro enfrenta seu oitavo ano entre a deflação e a recessão.

A Itália tem desemprego recorde.

Alemanha e França assistem a uma espiral de xenofobia.

Grécia tem 59% da juventude fora do mercado.

Portugal encara uns 500 mil desempregados.

A Espanha devastou sua rede de proteção social em oito anos de concessões à austeridade e ainda deve mais um corte de dez bilhões de euros, avisa a troika...

Assim por diante.

Foi preciso que um economista moderado, Thomas Piketty, coligisse uma enciclopédia estatística do avanço rentista sobre a riqueza global para que o tema da desigualdade merecesse algum espaço –fugaz, diga-se— no debate econômico e midiático do nosso tempo.

A ocultação da criatura pretende esconder o colapso do criador.

A essência da desordem neoliberal que se evidencia em contradições nos seus próprios termos.

Crise de superprodução de capitais especulativos, associada a juros negativos (o Brasil é uma excrescência da regra), sobras humanas com anemia da demanda e excesso de capacidade ociosa.

É sobre essa base de placas tectônicas em movimento, a emitir sinais de uma explosão próxima, que o Brasil se depara com a delicada transição de um ciclo econômico.

A sociedade precisa repactuar as bases de seu desenvolvimento.

Mas um golpe de Estado em curso não apenas ignora os sinais de fumaça ao redor: ele é um item constitutivo das manifestações mórbidas em espiral ascendente.

Não se pode pedir à graxa que detenha a engrenagem.

Cunha, Temer, Serra, assemelhados e homólogos na mídia são lubrificações constitutivas do colapso global no plano local.

Asim como a eutanásia do rentista, a derrota desse círculo de besuntadores do mercado requer circunstâncias indutoras bem mais contundentes do que simplesmente denunciar a sua natureza.

A derrubada da Bastilha hoje consiste em dotar a democracia de um poder regulador dos capitais e do investimento para que possa exercer seu papel: ser uma força antagônica às tendências regressivas, abraçadas , entre outros, pela agenda de arrocho do golpe brasileiro.

A consciência desse confronto é um dado fundamental para renovar a ação política em nosso tempo.

Quando a economia se avoca um templo sagrado, dotado de leis próprias, revestida de esférica coerência endógena, avessa às ruas e às urnas, o que sobra à democracia se não romper?

Os que, como Serra, incitavam o governo Lula a jogar o país ao mar na crise de 2008 agora retrucam que o custo de não tê-lo afogado na hora certa acarretou ‘custos insustentáveis’.

Que precisam ser extirpados do orçamento.

Prescreve-se um caldo de afogamento no capítulo dos direitos sociais da Carta Cidadã.

Na prática, o teto de gastos preconizado fará regredir a fatia dos pobres na receita futura.

A noção da igualdade como ponto de partida modelador do desenvolvimento está com a cabeça na guilhotina da restauração da Bastilha brasileira.

As escolhas intrínsecas a uma repactuação do desenvolvimento no século XXI não são singelas.

Nada que se harmonize do dia para a noite.

É crucial, assim, pactuar linhas de passagem feitas de metas, ganhos, perdas, salvaguardas e prazos.

Mas há um requisito para isso ter algum peso num tempo que estrebucha e ameaça levar as nações junto: tirar a economia do altar sagrado da ortodoxia e expô-la a uma repactuação democrática que mobilize toda a cidadania.

Fonte: CARTA MAIOR
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Cascata, Cascatinha, Patati e Patatá



Dilma não cometeu crime, mas Cascata e Cascatinha pretendem seguir com a farsa


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Com que cara o senador tucano Antônio Anastasia vai sustentar o parecer favorável ao impeachment?
Faltam dias para que a maioria simples dos senadores decidiam se existe materialidade de autoria da presidente ou se arquivam o processo.
Ele sugeriu que Dilma fosse punida com a perda do mandato pelo que ele e seu aliado fizeram como governadores de Minas Gerais.
Tanto Cascata quanto Cascatinha, ou ‘meu garoto, meu pai pai’, ou Aécio e Anastasia, pedalaram e muito. Na verdade impuseram um período permanente de ciclismo fiscal.
Como ciclistas profissionais sabem desde sempre, portanto, que Dilma não cometeu crime de responsabilidade que autorize a perda do mandato.
Seguiram e seguem com a farsa pra tomar na marra o poder que seu partido não conquistou através do voto.
Ovulando desde a eleição de 2014, Aécio tenta de tudo, porque sabe que dificilmente vai parir o tão sonhado mandato presidencial. Até ele perdeu as contas das vezes em que foi citado na Operação Lava Jato.
Mas, como Anastasia vai sustentar a farsa do relatório em que pede o impeachment de Dilma com os fatos novos que a grande mídia abafou?
Os peritos do Senado concluíram que as pedaladas de Dilma não constituem crime de responsabilidade e quanto ao atraso no repasse do Tesouro ao Banco do Brasil, “não foi identificado ato comissivo que tenha contribuído direta ou indiretamente para que ocorressem os atrasos nos pagamentos”.
Não bastasse isso, o MPF não viu crime comum em pedalada, nem atrasos como operações de crédito e pediu pra arquivar a investigação.
“Em ambos casos, há um simples inadimplemento contratual quando o pagamento não ocorre na data devida, não se tratando de operação de crédito. Entender de modo diverso transformaria qualquer relação obrigacional da União em operação de crédito, dependente de autorização legal, de modo que o sistema resultaria engessado”, reiterou.
Então…
Até quando a farsa?
Cadê a massa que usou como argumento a mera recomendação de reprovação das contas da presidente de 2014 para fazer coro ao impeachment?
Até quando o barulho do silêncio das panelas?

Neoliberalismo resolve se vingar de Nicolau Copérnico

A onda mundial de ódio

POR FERNANDO BRITO · 19/07/2016


É impressionante como as homepages dos portais de notícias trazem cinco, dez, vinte chamadas relativas à brutalidade.

Terror na França, pena de morte na Turquia, assassinatos raciais nos EUA, agorinha um homem com um machado fazendo 21 feridos em um trem na Alemanha…

O “Estado Islâmico” pode ser um horror, uma aberração fanática, mas a onda de ódio que se espalha sobre o mundo – aqui, inclusive – vai muito além de uma mera manifestação de um grupo de fundamentalistas.

Porque o fundamentalismo não é só islâmico e está por toda a parte na era da intolerância que se construiu.

Ontem, o El País, publicou uma reportagem sobre a intolerância na Polônia, uma país onde nada menos que 92% da população declara-se católica:

Você pode começar o dia na Polônia sendo um patriota ou um traidor de acordo com o seu café da manhã e pelo seu meio de transporte ao sair de casa. Se comer salsichas e pegar o carro, tudo bem. Se optar pelos cereais e a bicicleta, péssimo. Segundo o ministro das Relações Exteriores, Witold Waszczykowski, sua missão é acabar com “a Europa apodrecida de vegetarianos e ciclistas”. Acrescentou a mistura de raças e culturas e as energias limpas. Preservar a identidade nacional polonesa, entendida como os valores da tradição cristã, é uma prioridade do Executivo ultraconservador do Lei e Justiça (PiS), presidido por Beata Szydlo e dirigido politicamente por Jaroslaw Kaczynski, o líder do partido. Trata-se do primeiro partido da história moderna da Polônia a conquistar a maioria absoluta, nas últimas eleições de outubro. Nessa cruzada é essencial controlar a imprensa para separar os poloneses “bons” dos “maus”.

E nós, aqui?

Será que não estamos assistindo “cruzadas” entre brasileiros “bons” e “maus”?

Não é este o discurso que se ensaia há dois anos ou mais?

O maniqueísmo é a pedra angular do fascismo e da brutalidade.

Tudo o que é diferente de mim – ou do que me fazem acreditar que sou – deve ser exterminado.

Este quase pré-histórico sentimento tribal vai brotando por toda a parte, transformando a política, que é a arte de conviver, em algo sórdido.

A sociedade passa a ser vista como “confessional”, onde a adesão a valores inquestionáveis determina o “direito” de viver e se expressar.

Não é preciso mais que uma visita aos comentários nos portais da grande imprensa para se defrontar com o “morram!”.

Vai ficando como verdade a profecia de Joseph Pulitzer, sempre citada pelo Nassif, de que “com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil como ela mesma”.

Se as forças do fascismo fossem apenas um Bolsonaro, ficariam contidas nos patamares da sociopatia.

O problema é quanto e quando elas servem aos interesses da manutenção do status-quo.

A cruzada nacional pela moralidade está aí, vitoriosa sobre as ruínas de um país paralisado, representada por homens das velhas elites parlamentares, corruptos como sempre e poderosos como não se via há 15 anos.

A primeira etapa do neoliberalismo quis levar-nos à era do “pensamento único”.

Agora, leva-nos à era do ódio a tudo que represente a velha máxima da Revolução Francesa: liberdade, igualdade e fraternidade.

Dela, só querem mesmo a guilhotina.

Fonte: TIJOLAÇO
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CONSUMIR MAIS FRUTAS E VERDURAS TRAZ FELICIDADE, DIZ ESTUDO


Por Patricia Machado.

Inúmeros estudos já comprovaram os benefícios que o consumo de frutas e vegetais pode proporcionar à saúde a longo prazo. No entanto, um novo estudo publicado no periódico American Journal of Public Health descobriu que esses alimentos são capazes de promover a sensação de felicidade e satisfação com a vida.

A pesquisa foi realizada por cientistas da Universidade de Warwick, no Reino Unido, e da Universidade de Queensland, na Austrália. Eles contaram com a ajuda de 12.385 australianos adultos durante a fase de pesquisa de campo.

Os voluntários anotaram em um diário a sua rotina alimentar, além de descreverem as suas impressões em relação à sua saúde física e mental. O projeto queria descobrir quais eram os benefícios das frutas e vegetais para pessoas que não comiam os alimentos e passaram a consumir oito porções diárias dos mesmos.

Ao analisar o diário dos voluntários e comparar as descrições com os índices de saúde das pessoas, os cientistas concluíram que o aumento do consumo diário de frutas e vegetais é capaz de promover a sensação de felicidade e satisfação.

Para conseguir ilustrar a sensação de felicidade, os pesquisadores disseram que ela é equivalente ao bem-estar gerado quando uma pessoa desempregada consegue arrumar um emprego.

“A motivação das pessoas para comer frutas e verduras é baixa porque você não vê um resultado a curto prazo. No entanto, os benefícios desses alimentos para a promoção da felicidade podem ser observados em pouco tempo”, explicou Andrew Oswald, pesquisador da Universidade de Warwick, ao Huffington Post

Fonte: IG
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2016 e continuam sacaneando as mulheres

18 DE JULHO DE 2016 POR LUCIANA OLIVEIRA



Fonte: Blog da Luciana Oliveira
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A onda de ódio toma conta do mundo, e ao que parece chegou para ficar, pelo menos por alguns anos.

O ódio não aceita bicicletas, ciclovias, vegetarianismo, energias limpas, mulheres, LGBT, pobres, pretos, indígenas, cultura, debates...

No mundo atual confrontar ideias, de forma civilizada, está se tornando algo raro.

O fundamentalismo dita as regras, independente se em nome de Deus ou de Alah.

O mundo caminha célere para a era medieval, justo em um momento da História em que a revolução copernicana vive seu crepúsculo. Talvez o governo polonês, conforme o texto acima, esteja querendo se vingar de Nicolau Copérnico, polonês religioso que adiou a divulgação de suas descobertas até próximo de sua morte para não contrariar os dogmas e conceitos vigentes no mundo. A tarefa ficou para Galileu, que como todos sabem, bateu de frente, arrumou muita encrenca, porém,venceu.

Em um momento da História em que a revolução copernicana já começa a se despedir para dar lugar a revolução ecológica - ecologia em todas as dimensões da vida -, o mundo resolve punir e se vingar de Copérnico e voltar para o início da era medieval.

Se de fato a cultura do ódio for o futuro da humanidade e do planeta, humanidade e planeta não terão futuro.

A cultura do ódio se caracteriza por negar, com veemência, quaisquer ideias que não estejam alinhadas com o pensamento estreito dominante. Por outro lado, tal cultura de ódio e negação revela um medo incontrolável em assumir como corretas e verdadeiras o arcabouço de ideias oriundas da revolução emergente, a revolução ecológica. Com o apoio visceral das grandes mídias pelo mundo, a cultura do ódio ganhou força e, atualmente, começa a dominar a cena mundial. Os povos, contaminados pelo medo e pela descrença - efeito da formatação de consciências promovida pela mídia mundial - encontram nos arautos do medievalismo o caminho de uma suposta salvação, e, quem sabe, até mesmo a absolvição no dia do juízo final.

A negação, a força, o ódio, o autoritarismo, a tentativa de calar vozes contrárias. são expressões de um Poder que não tem mais argumentos para negar o novo, e , assim sendo, tenta se manter vivo e dominante em um lugar que não mais lhe pertence.

Em se tratando de curso e tempo histórico, essa Poder ainda vai durar alguns anos, para que então ou seja substituído pelo novo, ou destrua toda a vida.

Como disse Carl Sagan, astrônomo, astrofísico, escritor, o momento atual da humanidade é de dor e de sofrimento, que podem ser oriundos do parto de uma nova civilização, ou da desgraça da destruição de todas as formas de vida.

segunda-feira, 18 de julho de 2016

Recordar é viver, PAPIRO acabou com você


Já que rola uma conversa na velha reality show mídia sobre poesia, literatura, cultura, política golpista e similares, O PAPIRO, sempre atento aos movimentos, coloca o bloco na rua e contribui, de forma humilde, como de costume, com os textos abaixo relacionados, inclusive a primeira postagem deste blog em 01.03.2012.


Aniversário 01.03.2012

Primeiro de março. Estácio de Sá fundou a cidade. São Sebastião foi escolhido como santo padroeiro. São Jorge como santo protetor. Malandro de gravata passa por trabalhador. Rouba direto, sem nenhum pudor. O Cristo, no alto do morro, recebe todos de braços abertos, menos os moradores dos morros. O trenzinho leva ao corcovado. O bondinho ao pão de açúcar. Os trens suburbanos ao inferno. Aqui se encontra a estética do caos. O belo e o feio, o bom e o mau, o rico e o pobre, o vivo e o morto.




Para Não Dizer Que Não Falei de Futebol - 13.06.2012

No início desta postagem, uma pressão atormenta o autor. Com o tempo bastante reduzido para tratar assuntos que exigem tempo livre, o cursor do monitor , exigindo uma nova palavra a ser digitada, revela o tempo que passa, a palavra que ainda não veio, o texto que se faz necessário. O diálogo com o monitor, ao som das teclas sendo manuseadas, aprofunda o tempo, silencia a palavra, clama pelo texto. A criação se faz, pela dúvida, angústia, pelo tempo , pelo pulsar do cursor, pelo diálogo com a máquina, que nada mais é que um diálogo com o autor, com texto que não vem, com o tempo que vai. A angústia da palavra perfeita , pedida incessantemente pelo pulsar do cursor, é o sofrimento da criação. O marcador de tempo, ao lado direito no canto baixo, do monitor é implacável. Nesses tempos, em que os olhos do mundo se voltam para o Rio de janeiro, o tempo é curto para as necessidades dos homens, do planeta , da vida. A conferência sobre o meio ambiente, a Rio +20, trata do nosso tempo, do tempo futuro, do tempo perdido, do tempo da terra, do tempo da vida. Certamente seria o assunto a ser abordado , com as mudanças climáticas que alteram o tempo nas cidades, o nível dos oceanos, os humores dos animais. Vinte anos se passaram da Rio 92, duas décadas, um bom tempo, para que medidas fossem tomadas, já naquela ocasião numa corrida contra o tempo, para aliviar o sofrimento da Terra, dos animais , dos vegetais. Agendas foram estabelecidas, protocolos foram firmados, medidas concretas, porém, não foram tomadas. Os vinte anos que se passaram, não foram anos em que se priorizassem a luz, a vida, os animais, as pessoas . A primeira década, e ao mesmo tempo a última do século XX, foi a década das trevas, do reinado neoliberal, da tortura `a democracia, da homogeneização da ignorância, da exclusão de todas as formas de vida. Não foi um tempo, em que a Terra estivesse no centro de todas as preocupações, pelo contrário, o que se discutia, o que se via, o que se lamentava, era a obsessiva ocupação de todos os espaços, a exploração voraz de todos os recursos naturais, êxodo cada vez maior de populações afetadas, um gigantesco contingente de pessoas sendo jogado na miséria. Tudo em nome de um privilégio de poucos, para poucos. As formas e métodos de extração e produção não permitem que todos possam usufruir do tempo presente, construindo uma civilização para o tempo futuro, onde somente poucos, bem poucos, possam viver. O crescimento ilimitado, a generosidade infinita do planeta, já apresentam sinais inequívocos, desde o tempo da Rio 92, que o modelo atual é um fracasso total, talvez o maior de todos os tempos no contexto de um consenso civilizacional em escala global. Assim sendo, ainda na expectativa do meu tempo, para encontrar um assunto a ser abordado nesse artigo, torna-se inevitável a escancarada interdependência entre todos os grandes temas do momento na imprensa brasileira. O garimpo em busca da verdade, em que memórias de uma guerra suja, sobre o tenebroso período da ditadura militar, certamente irá clarear o comportamento sobre a violência no tempo presente. Também trará luz, sobre as cachoeiras de corrupção que inundam a vida do país. Corrupção que aflora pelas denúncias de livros sobre privatarias, que ainda não foram investigadas. Privatarias, que nasceram no período das trevas, em que a terra não foi ouvida. Privatizações estranhas, que evoluíram para mesadas, que evoluíram para tentativas de golpes de estado, onde a imprensa , ainda no tempo presente, deseja ocupar o lugar da alta corte, e julgar e condenar seus adversários políticos. Política que agoniza com as atuais formas de representação da democracia, representativa, mas que , no tempo presente, não representa os interesses dos povos , da vida da terra. Política sequestrada por não políticos, para benefício de poucos apostadores, em uma economia irreal. Economia que não suporta os atuais meios de extração e produção de bens, beneficiando apostadores, corruptos, não políticos, torturadores que , de forma cínica e mentirosa, característica do tempo presente, dizem estar a serviço da humanidade do planeta. Planeta, que grita por um modelo sustentável, que é o assunto da Rio + 20, onde corruptos, torturadores, mentirosos, não políticos, exploradores, assassinos, estarão discutindo o presente, o futuro. Assim , nossa imprensa, em um cardápio variado de assuntos, no tempo presente, não demonstra clareza na abordagem dos temas. Ignora uma CPI que já foi criada e que ainda não foi instalada. Não se sente a vontade com a comissão da verdade. Ignora as memórias de uma guerra suja. Apela para uma grande mesada que não aconteceu, ou , se aconteceu, foi com seus parceiros políticos. Trata a questão ambiental com sendo assunto para o futuro, assim como fez na Eco 92, em 1992. Prefere fofoca , onde ministro desequilibrado está no foco. São inúmeros os assuntos, mas o tempo é curto. O cursor é implacável. O relógio um carrasco. Assim, teremos nos próximos dias, desse tempo de dúvidas, uma imprensa confundindo os leitores, acusando governos democratas em processo de reeleição, em ditadores. Ocultando os assuntos, fragmentando os contextos, infantilizando o noticiário ambiental. Como a pauta, repleta de assuntos, não atende aos interesses da grande imprensa, é bem provável, nestes tempos de mentira, que novos factóides apareçam para desviar a atenção dos desatentos leitores, telespectadores e ouvintes da grande imprensa. Entretanto nem tudo está perdido, o Vasco é líder do campeonato brasileiro de futebol.






O Som das Tintas - 03.09.2012
Não dá para aguentar. Até na água o menino vai tropeçar. É muita confusão, sem direção, e contradição. Até parece novela de televisão. Vai escrever, tem gente que não vai ler, acha tolice, coisa de insano .Melhor é não criar confusão. Já estamos no final do ano e bom mesmo é assistir ao programa do luciano. Eita rima sem pé nem cabeça, não sei se pelo final do ano ou o insano luciano. Diga pro menino pra não escrever, podem não gostar, e com isso vão tentar execrar, pois a realidade que ele trata no que escreve toda a sociedade vai tocar. Bom é novela, de bons costumes, ético que há décadas já faz a televisão idiota do futuro. Profético. Palavrão e erotismo no texto nem pensar, é ciosa do diabo. Mulher nua na tv, aí sim, principalmente se estiver mostrando o rabo. Contradição, incongruência, confusão política, talvez seja coisa de herança, genética, cultural, financeira que acaba confundindo a cabeça das pessoas , na novela , que produz realidades concretas, novos filósofos, emergentes pensadores acéfalos prontos para construir falsos conceitos sobre conceitos verdadeiros. A realidade é um detalhe, assim com o gol , a ficção e a desconstrução devem trabalhar para confundir, idiotizar, alimentar a falsa ideia de perda de uma hegemonia cultural que, de fato explode nas periferias em crescimento da verdadeira cultura, específica, e por assim ser, universal. Já deu, ninguém aguenta mais. O personagem da ficção tenta se impor sobre a realidade. O clone Henry agoniza enquanto a realidade se impõe, sem tolices, sem falsos críticos, sem falsas análises, nas avenidas do Brasil verdadeiro, real, mestiço, rico. Cheia de charme nossa cultura, que não é pura, que mesmo com a colonização idiota infantil, resiste, permanece, cresce, dura. Diga pro menino pra ele parar de escrever, pois o pessoal da tv vai tudo ler e distorcer, e ainda dizer que ele nada sabe escrever, muito menos ler, pois literatura é pra letrado que sabe fazer, tem o que dizer e , com esse dom , propiciar transformações na sociedade que possam de fato florescer. Sem cultura , sem conhecimento ninguém escreve e ao tentar fazê-lo vai expor suas ideias, nas tintas corridas, nas sonoridades verbais, de forma consciente , talvez pelo inconsciente, para que conscientes distorções possam ser conduzidas por plantonistas escalados para tal, que por sua vez , conscientes daquilo que devem fazer, e limitados pelo espectro ideológico doutrinário, revelam o inconsciente de suas ações , posições, desejos e realidades. Diga pro menino parar de escrever. A realidade que ele desenha nos textos, com seus quadros escritos, sua sonoridade esculpida, suas formas cênicas, não corresponde ao realismo charmoso do Brasil em passarela, que a tv apresenta diariamente, na tela, pelo entretenimento ou jornalismo, em uma permanente e edificada aquarela. Seus quadros, textos, esculturas, afrontam a realidade idealizada, desejável, madura que em nenhum lugar , momento ou tempo se fez presente, real . Diga pro menino que a vida não é fantasia, não é mandar beijinho para as câmeras de tv, que o passado não volta, que o futuro ainda não chegou, que o melhor é o presente, aqui ,sempre, agora, como a última letra Z da última palavra digitada. É bom pra ele, em uma avaliação sobre o que é bom ou não e que não é feita por ele, que ele pare de escrever sobre coisas reais vividas ou não por ele. A vida dos moços da tv, da cultura que o menino não conhece, não comporta citações sobre a realidade. A realidade não é para ser debatida, pois fere os princípios básicos da sociedade do espetáculo, cheia de charme, glamourosa, brilhante, culta, madura que diariamente pode ser vista nas passarelas do Brasil da tv, em cores vivas, em sonoridades densas, repleta de oportunidades para o povo feliz.