sábado, 23 de abril de 2016

Suavidade Violenta

Pepe Escobar: Assalto neoliberal ao Brasil, conduzido de dentro pelo “venenoso império Globo”, se encaixa no novo conceito de guerra híbrida

23 de abril de 2016 às 00h13

Captura de Tela 2016-04-23 às 00.11.05Ratos bem treinados apenas cumprem ordens; que manda mesmo não tem razões para se esconder
Guerra híbrida das hienas dilacera o Brasil
A sombria e repulsiva noite em que a presidente da 7ª maior economia do mundo foi a vítima escolhida para um linchamento de hienas num insípido e provinciano Circo Máximo viverá para sempre na infâmia.
Por 367 votos a 137, o impeachment/golpe/mudança de regime contra Dilma Rousseff foi aprovado pelo circo parlamentar brasileiro e agora irá ao Senado, onde uma “comissão especial” será instituída.
Se este for aprovado, Rousseff será então marginalizada durante 180 dias e um ordinário Brutus tropical, o vice-presidente Michel Temer, ascenderá ao poder até o veredito final do Senado.
Esta farsa desprezível deveria servir como um alerta não só aos BRICS, mas a todo o Sul Global.
Quem é que precisa de NATO, R2P (“responsability to protect”) ou “rebeldes moderados” quando pode obter a sua mudança de regime apenas com o ajustamento do sistema político/judicial de um país?
O Supremo Tribunal brasileiro não analisou o mérito da questão – pelo menos ainda não.
Não há qualquer evidência sólida de que Rousseff tenha cometido um “crime de responsabilidade”.
Ela fez o que todo presidente norte-americano desde Reagan tem feito – para não mencionar líderes de todo o mundo: juntamente com o vice-presidente, o desprezível Brutus, Rousseff foi ligeiramente criativa com os números do orçamento federal.
O golpe foi patrocinado por um vigarista certificado, o presidente da câmara baixa Eduardo Cunha, confirmadamente possuidor de várias contas ilegais na Suíça, listado nos Panama Papers e sob investigação do Supremo Tribunal.
Ao invés de reger hienas quase analfabetas num circo racista, em grande medida cripto-fascista, ele deveria estar atrás das grades. Custa crer que o Supremo Tribunal não tenha lançado ação legal contra Cunha.
O segredo do seu poder sobre o circo é um gigantesco esquema de corrupção que perdura há muitos anos, caracterizado pelas contribuições corporativas para o financiamento das suas campanhas e de outros.
E aqui está a beleza de uma mudança de regime light, uma revolução colorida da Guerra Híbrida, quando encenada numa nação tão dinamicamente criativa como o Brasil.
A galeria de espelhos produz um simulacro político que teria levado descontrucionistas como Jean Braudrillard e Umberto Eco, se vivos fossem, a ficarem verdes de inveja.
Um Congresso atulhado com palhaços/tolos/traidores/vigaristas, alguns dos quais investigados por corrupção, conspirou para depor uma presidente que não está sob qualquer investigação formal de corrupção – e que não cometeu qualquer “crime de responsabilidade”.
A restauração neoliberal
Ainda assim, sem um voto popular, os maciçamente rejeitados gêmeos Brutus tropicais, Temer e Cunha, descobrirão que é impossível governar, muito embora eles encarnassem perfeitamente o projeto das imensamente arrogantes e ignorantes elites brasileiras.
Um triunfo neoliberal, com a “democracia” brasileira espezinhada abaixo do chão.
É impossível entender o que aconteceu no Circo Máximo neste domingo sem saber que há um rebanho de partidos políticos brasileiros que está gravemente ameaçado pelos vazamentos ininterruptos da Lava Jato.
Para assegurar a sobrevivência deles, a Lava Jato deve ser “suspensa”; e isto será feito sob a falsa “unidade nacional” proposta pelo desprezível Brutus Temer.
Mas antes a Lava Jato deve produzir um escalpe ostensivo. E este tem de ser Lula na prisão – comparado ao qual a crucificação de Rousseff é uma fábula de Esopo.
Os media corporativos, conduzidos pelo venenoso império Globo, saudariam isto como a vitória final — e ninguém se preocuparia com a aposentadoria da Lava Jato.
Os mais de 54 milhões que em 2014 votaram pela reeleição de Roussef votaram errado.
O “projeto” global é um governo sem voto e sem povo; um sistema parlamentar de estilo brasileiro, sem aborrecimentos com “eleições” incômodas e, crucialmente, campanhas de financiamento muito “generosas” e flexibilidade que não obrigue a incriminar companhias/corporações poderosas.
Em resumo, o objetivo final é “alinhar” perfeitamente os interesses do Executivo, Legislativo, Judiciário e media corporativos. A democracia é para otários.
As elites brasileiras que fazem o controle remoto das hienas sabem muito bem que se Lula concorrer outra vez em 2018, vencerá.
E Lula já advertiu; ele não endossará qualquer “unidade nacional” sem sentido; estará de volta às ruas para combater qualquer governo ilegítimo que surja.
Agora estamos abertos à pilhagem
No pé em que está, Rousseff corre o risco de se tornar a primeira grande baixa da investigação Lava Jato, com origem na NSA [National Security Agency, dos Estados Unidos], que perdura há dois anos.
A presidente, reconhecidamente uma gestora econômica incompetente e sem as qualificações de um político mestre, acreditou que a Lava Jato – que praticamente a impediu de governar – não a atingiria porque ela é pessoalmente honesta. Mas a agenda não tão oculta da Lava Jato foi sempre a mudança de regime.
Quem se importa se no processo o país for deixado à beira de ser controlado exatamente por muitos daqueles acusados de corrupção?
O desprezível Brutus Temer – uma versão fútil de Macri da Argentina – é o condutor perfeito para a implementação da mudança de regime.
Ele representa o poderoso lobby bancário, o poderoso lobby do agronegócio e a poderosa federação de indústrias do líder econômico do Brasil, o Estado de São Paulo.
O projeto neo-desenvolvimentista para a América Latina – pelo menos unindo algumas das elites locais, investindo no desenvolvimento de mercados internos, em associação com as classes trabalhadoras – agora está morto, porque o que pode ser definido como capitalismo sub-hegemônico, ou periférico, está atolado na crise após a derrocada de 2008 provocada por Wall Street.
O que resta é apenas restauração neoliberal, a TINA (“there is no alternative”). Isto implica, no caso brasileiro, a reversão selvagem do legado de Lula: políticas sociais, políticas tecnológicas, o impulso para expandir globalmente grandes companhias brasileiras competitivas, mais universidades públicas, melhores salários.
Numa mensagem à Nação, Brutus Temer admitiu isto; a “esperança” de que o pós-impeachment será absolutamente excelente para o “investimento estrangeiro”, pois lhe permitirá pilhar a colonia à vontade; um retorno à tradição histórica do Brasil desde 1500.
De modo que Wall Street, o Big Oil dos EUA e os proverbiais “American interests” vencem este round no circo – graças às, mais uma vez proverbiais, elites vassalas/compradoras.
Executivos da Chevron já estão a salivar com a perspectiva de porem as mãos nas reservas de petróleo do pré sal; que já foram prometidas por um vassalo confiável, integrante da oposição brasileira.
O golpe continua. As hienas reais ainda não atacaram. De modo que isto está longe de ter terminado.
Fonte: VIOMUNDO
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A Globo gosta de direito de resposta. Para ela, quando é chamada de golpista

João Roberto Marinho enviou  resposta ao jornal inglês The Guardian, onde suas Organizações Globo são apontadas como parte das forças que promovem e apoiam a derrubada de Dilma Rousseff.
Basicamente, contra um parágrafo:
Na verdade, a maioria dos maiores meios de comunicação de hoje – que aparecem respeitáveis para pessoas de fora – apoiou o golpe militar de 1964, que marcou o início de duas décadas de ditadura de direita e e enriqueceu mais  os oligarcas do país.Este evento histórico chave ainda lança uma sombra sobre a identidade e política do país. Estas corporações – liderados pelos braços múltiplos de mídia da organização Globo – anunciam um golpe como uma ação nobre contra um governo liberal corrupto, democraticamente eleito. Soa familiar?
Batou para meterem a carapuça até o pescoço.
 “Precisamente para evitar qualquer acusação de incitar manifestações de massa – como o Sr. (David) Miranda (autor do artigo) agora nos acusa – o Grupo Globo cobriu os protestos sem nunca anunciar ou dar opinião sobre elas em seus canais de notícias antes de acontecerem. Globo tomou posições iguais sobre comícios para a presidente Dilma Rousseff e contra o impeachment: ela cobriu todos, sem mencioná-los antes deles ocorrerem, concedendo-lhes o mesmo espaço que foi dado aos protestos anti-Dilma. Quando o processo de impeachment começou na Câmara Baixa do Congresso, alocamos igual tempo e do espaço para a defesa e acusação. O Grupo Globo não apoia o impeachment em editoriais. Ele simplesmente declarou que, independentemente do resultado, tudo tinha de ser conduzida de acordo com a Constituição, que na verdade tem sido o caso até agora.”
É assim: muita formalidade, nenhuma sinceridade.
Como aconteceu no caso da mansão de Parati negou qualquer ligação com a casa irregular e também notificou quem, como este blog, afirmou que havia.
Depois quando este blog comprovou que a empresa dona da mansão dividia endereço com a própria empresa de fachada dona do imóvel, se saiu com tecnicalidades: não é da família Marinho, mas do ex-genro, recém separado, de sua filha,  neta de Roberto Marinho.
Como diria Joaquim Barbosa, tinha pleno domínio do fato.
Todo mundo sabe que o golpe é golpe e que o golpe é da Globo tanto quanto de mais ninguém, pois sem ela jamais ocorreria.
Marinho diz em sua resposta que a mídia brasieira é vasta e plural – embora seis famílias, sobretudo a dele – a controlem: “culpar a imprensa para a atual crise política brasileira, ou sugerir que ela serve como um agitador, é repetir o erro antigo de culpar o mensageiro pela mensagem(…) a afirmação de que o Grupo Globo conduz a mídia nacional, especialmente vinda de um cidadão brasileiro, só pode ser feita de má fé”. diz.
Não, Dr. João, afirmar que a Globo não se adona e constrói a opinião pública nacional é que só pode ser dito de má-fé.
Fonte: TIJOLAÇO
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Depois do ataque mortal, a vítima deve aguardar uma semana para voltar ao campo de batalha, dizem os sábios.

E nada melhor que o retorno se dê no dia do Santo Guerreiro.
Criou-se uma grande expectativa na velha mídia sobre o pronunciamento de Dilma ontem na ONU. O medo da palavra golpe, proferida no palanque da ONU, tirou o sono de muitas pessoas das oposições e da velha mídia. Antes do discurso da presidenta se discutia, e muito, nos reacionários debates entre reacionários da velha mídia as consequências da denúncia sobre o golpe.

Como se sabe, Dilma não usou a palavra golpe, mas a mensagem sobre o golpe em curso no Brasil foi clara.

Ao se referir a um retrocesso que o povo brasileiro não irá admitir, Dilma, deixou claro que as instituições não promovem o equilíbrio democrático ao país. Tanto foi assim que a maioria dos políticos e especialistas entrevistados ontem logo após ao pronunciamento da presidenta, a maioria de oposição, claro, focaram seus argumentos no trecho do pronunciamento em que a presidenta citou a palavra retrocesso.

De uma maneira uniforme, unida e perfilada, as oposições questionaram a declaração da presidenta afirmando que as instituições no Brasil funcionam livremente e de forma independente. Aliás, a palavra independente foi a mais utilizada, com o intuito de mostrar que os três Poderes não sofrem, ou não estão submetidos a nenhum tipo de pressão, de qualquer natureza, como a econômica, por exemplo.

Através dessas declarações pode-se compreender ainda mais, e com mais clareza, o golpe contra a Democracia em curso no Brasil.

No século passado, século XX, os golpes de estado na América Latina contra governos de origem popular, socialistas, social democratas e trabalhistas, aconteceram com protagonismo principal das forças armadas de todos os países golpeados. A tomada do Poder se deu pela força bruta, das armas, como mortes , prisões e perseguições de políticos e pessoas do lado que estava no Poder. Rupturas claras que colocaram as Instituições à margem do processo democrático. Ditaduras que calavam o judiciário e o legislativo. As instituições , claramente , deixavam de funcionar de cumprir suas funções.

" As instituições estão funcionando livremente e de forma independente", foi o que mais se ouviu, ontem, questionando o retrocesso que seria um golpe no país, as palavras da presidenta.

Interessante e revelador, caro leitor, que políticos de oposição defendam o impeachment, fazendo comparações entre o funcionamento das instituições quando dos golpes do século passado e no momento atual.

Para grande parte do senso comum, de fato, as instituições funcionam livremente e o país vive uma Democracia plena, no entanto , não é isso que acontece.

O século XXI não permite rupturas democráticas escancaradas já que as populações que vivenciam fragmentos de democracia, acreditando viverem em democracias plenas, não iriam aceitar rupturas escancaradas, com a força das armas, por exemplo. E é ai que se encontra a dinâmica do golpe do século XXI: suavidade conferida por um verniz de legalidade aplicado por instituições supostamente livres e independentes,
violência ao promover a ruptura democrática, ignorando a vontade da maioria expressa nas urnas.

Dito isto, O PAPIRO em postagem recente definiu o golpe do século XXI, como Suavidade Violenta. Não existe presença das forças armadas nas ruas, fuzis , tanques mísseis. O golpe do século XXI é aplicado pelo Poderes Legislativo e Judiciário contra o Executivo "rebelde", trabalhista, social democrata, popular, preocupado e ocupado em promover distribuição de renda, minimizar a pobreza, acabar com a miséria, abrir caminhos para a justiça social.

Segundo os golpistas, um Executivo não alinhado com a supremacia da finanças que governa o mundo.

Assim sendo, segundo as oposições, " as instituições funcionam livremente no Brasil" não havendo motivos para um retrocesso.

Instituições, como bem disse o ex-presidente Lula, acovardadas e submissas aos interesses do dinheiro grosso, da devastadora e predadora restauração neoliberal, que uma vez consolidada, irá ceifar vidas com o crescimento da pobreza, da miséria, da violência e da precarização ainda maior dos direitos dos trabalhadores.

Isso é fato, tendo em vista experiências anteriores no Brasil e em outros países pela América Latina e no mundo.

O golpe do século XXI, talvez seja ainda mais violento e cruel que o golpe do século XX, já que se apresenta de forma civilizada e democrática, porém cínica e hipócrita.

O ex- ministro do STF, Ayres Brito, declara, hoje, que os acontecimentos em curso no Brasil podem ser compreendidos , apenas, como uma pausa na Democracia. Os militares , quando do golpe de 1964, também disseram o mesmo.

Na velha mídia, mais um ator importante na dinâmica do golpe, os comentários hoje são de alivio pelo fato da presidenta Dilma não ter usado a palavra golpe no pronunciamento na ONU. Segundo a colunista Miriam Leitão, do golpista Globo, Dilma evitou um vexame ao não citar a palavra golpe.

É a novilíngua, o cinismo em sua expressão maior, já que o vexame brasileiro, o golpe em curso, corre o mundo, e envergonha todos aqueles que defendem a Democracia.

Talvez Leitão, que é do PIG, não entenda, seja por excesso de cinismo ou mesmo por alguma deficiência intelectual. Ou quem sabe as duas coisas. Assim sendo, coloco, abaixo alguns desenhos, charges, do que se passa no Brasil:


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A imprensa estrangeira e o golpe - Créditos: Latuff para Opera Mundi

globo golpe

sexta-feira, 22 de abril de 2016

E o bicho vai pegar


Pepe Escobar: Of course it is a coup!


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Fonte: O CAFEZINHO
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Manifestações espontâneas em pleno feriadão, manifestações nos teatros, atos no mundo todo... Como devolver essa pasta de dente ao tubo?
A verdade, cruel, por sinal, é esta:
Temer teve que sair de sua casa em SP pra refugiar no palácio do Jaburu, em Brasília, infelizmente.Um rato saindo da toca:     
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BelasRecatadasEDoLar e em frente a sede da ONU, em Nova Iorque, posando contra o golpe! #SOSCoupInBrazil    
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Manifestantes contra o golpe caminham em direção à sede da ONU em Nova York. #SOSCoupInBrazil








As ruas de NY estão ocupadas por brasileiros e estrangeiros no luta contra o Golpe!

A mensagem da Presid Dilma não foi prá ONU, foi prá NÓS: Povo Brasileiro. O destino do Golpe está nas nossas mãos:  
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Fonte: CARTA MAIOR
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O Golpe, com falhas no projeto, começa a desabar


Ao STF: não permita a humilhação do Brasil perante o mundo

22/04/2016


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Carta aos Ministros do Supremo, por Luís Nassif
Como é que faz, Teori, Carmen Lúcia, Rosa Weber, Celso de Mello, Luís Barroso, Luiz Fachin? Como é que faz? Não mencionei Lewandowski e Marco Aurélio por desnecessidade; nem Gilmar, Toffoli e Fux  por descrença.
Antes, vocês estavam sendo levados por uma onda única de ódio preconceituoso, virulento,  uma aparente unanimidade no obscurantismo, que os fez deixar de lado princípios, valores e se escudar ou no endosso ou na procrastinação, iludindo-se - mais do que aos outros - que definindo o rito do impeachment, poderiam lavar as mãos para o golpe.
Seus nomes, reputações, são ativos públicos. Deveriam  ser utilizados em defesa do país e da democracia; mas, em muitos casos, foram recolhidos a fim de não os expor à vilania.
Afinal, se tornaram Ministros da mais alta corte para quê?
Os senhores  estarão desertando da linha de frente da grande luta civilizatória e deixando a nação exposta a esse exército de zumbis, querendo puxar de novo o país para as profundezas.
Não dá mais para disfarçar que não existe essa luta. Permitir o golpe será entregar à selvageria décadas de construção democrática, de avanços morais, de direitos das minorias, de construção de uma pátria mais justa e solidária.
A imprensa mundial já constatou que é golpe. A opinião interna está dividida entre os que sabem que é golpe, e defendem o impeachment; e os que sabem que é golpe e reagem.
Desde os episódios dantescos de domingo passado, acelerou-se uma mudança inédita na opinião pública. Reparem nisso. Todo o trabalho sistemático de destruição da imagem de Dilma Rousseff de repente começou a se dissolver no ar.
Uma presidente fechada, falsamente fria, infensa a gestos de populismo ou de demagogia, distante até, de repente passou a ser cercada por demonstrações emocionadas  de carinho, como se senhoras, jovens, populares, impotentes ante o avanço dos poderosos, a quisessem proteger com mantos de afeto. Abraçaram Dilma como quem simbolicamente abraça a democracia. E os senhores, que deveriam ser os verdadeiros guardiões da democracia, escondem-se?
Antes que seja tarde, entendam a verdadeira voz das ruas, não a do ódio alimentado diuturnamente por uma imprensa que virou o fio, mas os apelos para a concórdia, para a paz, para o primado das leis. E, na base de tudo, a defesa da democracia.
A vez dos jovens
Aproveitei os feriados para vir para minha Poços de Caldas. Minha caçula de 16 anos não veio. O motivo: ir à Paulista hipotecar apoio à presidente. A manifestação surgiu espontaneamente pelas redes sociais, a rapaziada conversando entre si, acertando as pontas, sem a intermediação de partidos ou movimentos. Mas unida pelos valores da generosidade, da solidariedade, pelas bandeiras das minorias e pelo verdadeiro sentimento de Brasil.
São esses jovens que irão levar pelas próximas décadas as lições deste momento e – tenham certeza - a reputação de cada um dos senhores através dos tempos. Não terá o sentido transitório das transmissões de TV, com seus motes bajulatórios e seu padrão BBB.  Na memória desses rapazes e moças está sendo registrada a história viva, tal e qual será contada daqui a dez, vinte, trinta anos, pois deles nascerá a nova elite política e intelectual do país, da mesma maneira que nasceu a geração das diretas.
Devido à censura, foram necessárias muitas décadas para que a mancha da infâmia se abatesse sobre os que recuaram no AI5, os Ministros que tergiversaram, os acadêmicos que delataram, os jornalistas que celebraram a ditadura. Hoje em dia, esse julgamento se faz em tempo real.
Nas últimas semanas está florescendo uma mobilização inédita, que não se via desde a campanha das diretas.
De um lado, o país moderno, institucional; do outro, o exército de zumbis que emergiu dos grotões. De um lado, poetas, cantores, intelectuais e jovens, jovens, jovens, resgatando a dignidade nacional e a proposta de pacificação. Do outro, o ódio rocambolesco aliado ao golpismo.
Não permitam que o golpe seja consumado. Não humilhem o país perante a opinião pública mundial. Principalmente, deixem na memória dessa rapaziada exemplos de dignidade. Não será por pedagogia, não: eles conhecem muito melhor o significado da palavra dignidade. Mas para não criar mais dificuldades para a retomada da grande caminhada civilizatória, quando a rapaziada receber o bastão de nossa geração.

Wadih Damous: Mantenho a convicção de que o golpe não vai passar


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Na página de Wadih Damous no Facebook
O deputado Wadih Damous (PT-RJ) comentou, em vídeo, a "noite dos horrores" na Câmara dos Deputados no último domingo, destacou a humilhação do Brasil no cenário internacional e reiterou sua confiança na vitória da democracia sobre os golpistas
Fonte: O CAFEZINHO
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Na ONU, Dilma diz que "povo saberá impedir qualquer retrocesso"

Na ONU, Dilma alerta para "grave momento" do Brasil

Fonte: JORNAL DO BRASIL
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Dilma, na ONU, contra o golpe.

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Fonte: TIJOLAÇO
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Entramos na temporada de desabamentos.

Existem muito mais coisas desabando do que a estande em São Paulo e a ciclovia no Rio de Janeiro.

O protesto de ontem em São Paulo contra o golpe, na Av. Paulista, realizado de forma espontânea sem a participação de partidos políticos e sindicatos, revela que o golpe dos horrores começa a descer ladeira . Veja o texto a seguir e
fotos:

Jovens na Paulista: não vai ter outro Golpe!

Manifestação espontânea, sem a articulação de movimento político ou sindical
publicado 22/04/2016
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Manifestação ocorreu na Avenida Paulista
Como já disse o Conversa Afiada, o sentimento legalista despertou com esse Golpe canalha, infantil e medieval, como diz o Mino Carta.

Um sentimento legalista que transcende o PT, a CUT, o PCdo B !

Um movimento que tem mais força que as forças politicas organizadas.

Porque, dessa vez, o pau vai comer!
Paulo Henrique Amorim

Veja as fotos da manifestação na última quinta-feira (21) na Avenida Paulista:

Fonte: CONVERSA AFIADA

Uma expressiva manifestação organizada por jovens e estudantes que não desejam um retrocesso no país, e que também não querem que o Brasil sofra uma humilhação tal qual uma republiqueta de bananas.

Curiosamente, após o circo dos horrores de domingo último na Câmara dos Deputados, a presidenta Dilma passou a receber solidariedade da população brasileira.

Esse movimento espontâneo tende ao crescimento nos próximos dias, em todo o Brasil , e mesmo no exterior, onde manifestações contra o golpe acontecem.

O mundo já sabe que está em curso um golpe de estado contra a Democracia no Brasil, e que a população brasileira está em luta contra o retrocesso que se avizinha, caso o golpe seja consolidado.

No entanto, na velha mídia brasileira a narrativa sobre os fatos e os acontecimentos é totalmente diferente.

Ainda hoje, no jornal O Globo, Merval, o imortal que apoia um maçom golpista, alerta que se Dilma falar na ONU que existe um golpe, isso pode macular a imagem do Brasil. O mesmo pensamento tem o arquiteto do golpe.

Ora, o que já maculou a imagem do Brasil no exterior foi justamente essa tentativa de ruptura democrática, materializada no espetáculo horrendo da votação de domingo último . Será que todo o mundo está errado e apenas a velha mídia brasileira está certa ?

A velha mídia, como um dos principais arquitetos e operadores do golpe, resiste em admitir o que o mudo já constatou, ou seja, existe um golpe em curso que deseja desabar com a Democracia brasileira.

Com a inauguração da temporada de desabamentos no Brasil, o que de fato parece começar a desabar é o golpe, tendo em vista os movimentos espontâneos de rua contra o golpe que começam a ganhar musculatura.

Isso é muito expressivo, já que o povo se manifesta sem a convocação de organizações, como partidos políticos, sindicatos e mesmo a velha mídia , que sempre convoca a população para o golpe.

Com a direção de arquitetos das trevas, um muro foi construído no Brasil para golpear a Democracia. No entanto, uma ponte para a legalidade democrática está sendo solidamente construída.

quinta-feira, 21 de abril de 2016

É Golpe. Porco e Sujo


Bernie Sanders, pré-candidato democrata à presidência dos EUA

Sanders: EUA não podem continuar derrubando governos na América Latina

© AP Photo/ J. Scott Applewhite
O pré-candidato à presidência norte-americana pelo Partido Democrata, Bernie Sanders, declarou que a política de intervenção dos EUA na América Latina deve chegar ao fim.





"Temos que ser honestos. A história dos Estados Unidos em relação à América Latina foi a de uma nação poderosa, com o exército mais forte do mundo, dizendo: 'Não gostamos deste governo, vamos derrubá-lo'", afirmou o democrata. 
Segundo Sanders, deve se iniciar um período baseado no “respeito mútuo”, ressaltando que os golpes de Estado resultaram em "caos" e "massacres". 
"Os Estados Unidos não podem continuar intervindo na América Latina e derrubando governos ou tentando desestabilizá-los por razões econômicas", acrescentou o pré-candidato em vídeo divulgado na internet. 
No vídeo, em que Sanders conversa com o vocalista do grupo porto-riquenho Calle 13, René Pérez, o democrata disse ser o único com uma visão das relações diplomáticas com a América Latina diferente da que imperou nas últimas décadas. 
“Não é um segredo que Allende foi derrubado pela CIA e que após isso surgiu um governo neofascista que foi responsável pelo assassinato de milhares de pessoas. Isso é inaceitável", observou o senador de Vermont, ao comentar a intervenção norte-americana no golpe militar chileno. 
Bernie Sanders concorre com a ex-secretária de Estado, Hillary Clinton, a disputa pela candidatura democrata. Nesta terça-feira (19) os dois se enfrentam nas primárias de Nova Iorque.
Fonte: DIÁRIO DA RÚSSIA
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Motivo de Cunha: escapar da cassação e da prisão
O melhor remédio (e talvez único) para rupturas institucionais é a pressão extra-institucional
por Rogério Castro*
Quando se avança, de modo consciente ou até mesmo inconsciente, para uma ruptura institucional como a que estamos presenciando, é porque, de um modo ou de outro, as pessoas que fazem as instituições existirem ultrapassaram, ainda que acreditem no contrário, a linha limítrofe da legalidade.
Quando se tem em questão o atual Parlamento brasileiro, a sua atual composição em que parte expressiva do mesmo acha-se no direito de poder representar a si mesmo e, dado o seu total despreparo político e intelectual, nenhum pudor concorre a lhe importunar, temos o terreno fértil e propício a uma ruptura institucional como a que começou a se materializar no Brasil no último domingo 17 de abril.
Por ressentimento, por convicção ideológica, religiosa, interesse particular, aspiração ao poder, (suposto) senso de justiça, ou seja, por qualquer motivação pessoal – e não importa aqui se justa ou injusta –, os deputados brasileiros arvoraram-se no direito de suplantar a decisão direta, livre e soberana da população e votaram pela destituição da Presidenta sem que tal decisão tivesse arrimo na Constituição Nacional – a esmagadora maioria das falações sequer mencionavam o suposto crime cometido pela Presidente.
Há somente um único nome para isso: rompimento com a institucionalidade.
Em termos reais, tal golpe é contra a decisão e a soberania populares.
Antes das leis que dão regramento às instituições, vem o povo; e as leis, na república democrática da época burguesa (ou moderna), só são calcadas na legitimidade se expressarem a vontade da maioria, que será consubstanciada – pelas leis – na Constituição (o sociólogo alemão Max Weber conferira a tal legitimidade, típica da modernidade, o nome de “legal-racional”).
Ao sê-la flagrantemente violentada como fora no último domingo, basta-nos invocar Jean-Jacques Rousseau para mostrar o quão tal subversão não deve ter a mínima tolerância por parte daqueles que lhe deram vida (ou legitimidade).
A ruptura institucional já encaminhada não comporta arranjo intra-institucional; o antídoto, nem sempre exitoso, nem sempre com o seu desfecho condizente com os seus anseios originais, está, portanto, fora da institucionalidade: ele deve se dar no mais veemente protesto do povo, que teve a sua soberania violada, e que, o mínimo que pode ele exigir, é a restituição daquilo que lhe fora usurpado, porém lhe pertence: a sua soberania.
Este é o único caminho que lhe resta para que essa trapaça contra ele praticada – conduzida por notórios irresponsáveis, revestida por ares de espetáculo pela mídia – possa ser revertida e o mínimo de respeito e dignidade possam não lhe ser violados.
Hoje, objetivamente falando, resta apenas três caminhos à Dilma: ou será derrubada, e a chance disso acontecer aumenta na razão direta da aposta exclusiva no campo institucional (as últimas decisões do STF são sintomas de que ele não vai trilhar pelo caminho da reversão); ou ela acata a proposta de novas eleições, como sugere o senador pelo Paraná Roberto Requião, que confirma está perdida a batalha na outra trincheira institucional (o Senado), embora não aponte a ilegitimidade da decisão parlamentar; ou renuncia, reconhecendo, tal como um beligerante entabula negociações de armistício, que perdeu a batalha.
Tanto a penúltima como a última possibilidade ganhariam densidade política e deixariam publicamente reconhecida a ilegalidade e a ilegitimidade do processo de seu impedimento se a opção escolhida fosse precedida com um pronunciamento oficial no qual ela trataria de desmontar toda a farsa, dando nome aos agentes do golpe (tanto os políticos como os econômicos), mostrando os interesses que lhes movem, assim como a parcela da população que será atingida, e de, por conseguinte, conclamar o povo a resistir ao golpe que, além de tudo isso, atenta contra a sua soberania (ação extra-institucional).
A ruptura institucional deflagrada, embora não declarada, e até negada por seus agentes, já é internacionalmente conhecida e vista de modo estupefato; não há, portanto, nenhum sentido em continuar agindo com “republicanismo” quando a própria lei maior da República – a Constituição – já fora violada.
*Rogério Castro é Doutorando em Serviço Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ.
P.S. do autor: Na verdade, as razões primeiras do golpe perpetrado no domingo, 17, remetem a questões de classe. Numa perspectiva ampla, trata-se da necessidade da burguesia ter em seu “comitê executivo” sujeitos que, sem nenhuma hesitação, “emplaquem suas propostas” (referência à matéria publicada pela Folha de São Paulo, no sábado, dia 16/04), sem maiores embaraços, propostas estas que visam – sem nenhum devaneio esquerdista, mas sim fundado na clara objetividade dos fatos, dos interlocutores – atacar a renda do trabalho em benefício do ganho do capital [a proposta do negociado prevalecer sobre o legislado (um enfraquecimento espúrio da CLT), ou mesmo mecanismos de redução tributária que incidem no fundo público e no consequente dispêndio do mesmo em políticas públicas e sociais (nítida para quem não sacrifica as mediações na análise marxiana), são as principais consequências que afetam diretamente não apenas o mundo do trabalho, como a todo proletariado brasileiro].
Ainda que não haja “vontade geral” por cima das diferenças objetivas de classes, a única requisição possível, no atual momento, é o respeito à Constituição burguesa, palavra esta citada aqui em sentido substantivo, de referência a uma época histórica, e não em sentido adjetivo; e isto não quer dizer que este seja um objetivo fixo, imutável a qualquer mudança qualitativa dos fatos.

Fonte: VIOMUNDO
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Conservadora revista The Economist admite: impeachment de Dilma é uma traição


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Até a revista liberal conservadora The Economist já fez questão de pular fora do golpe! O impeachment de Dilma é qualificado como traição e a publicação aponta a raiz do problema: o sistema político.
A Rede Globo e os 'jornazistas' da mídia local se esqueceram de combinar a trapaça com os profissionais da informação no resto do mundo. Estão levando o mais vergonhoso 7 a 1: a moral em ruína. Um verdadeiro vexame internacional! É isto mesmo que você está vendo: o Cristo Redentor pedindo socorro ao mundo.
Parabéns a todos os envolvidos na traição da jovem ordem democrática brasileira. Fora do voto direto, universal e secreto, só resta a desobediência civil e a auto-organização popular. Nós vamos sacudir este país e jamais aceitaremos um governo impostor.
#NãoVaiTerTemer

Fonte: O CAFEZINHO
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Panorama Ecológico

Investidores responsáveis por US$ 24 tri em ativos fazem apelo pelo clima a líderes mundiais

Na sexta-feira, 22 de abril, data em que se celebra o Dia da Terra, a ONU realizará uma reunião com líderes de Estado e governo, que deverão assinar o Acordo de Paris Foto: Rick Bajornas/ONU
Na sexta-feira, 22 de abril, data em que se celebra o Dia da Terra, a ONU realizará uma reunião com líderes de Estado e governo, que deverão assinar o Acordo de Paris
Foto: Rick Bajornas/ONU
Cerca de 72 horas antes que mais de 130 líderes mundiais estejam reunidos em Nova York para assinar o Acordo de Paris, organizações que representam coletivamente mais de 400 investidores institucionais, responsáveis por US$ 24 trilhões em ativos, pediram aos líderes mundiais para que também apliquem-no à legislação nacional com urgência.
Por Redação do EcoD –
O Acordo de Paris entrará em vigor quando 55 países, que representam 55% das emissões globais, depositarem seus instrumentos de adesão junto à ONU. Os investidores apoiam que o acordo comece a vigorar cedo, possivelmente já no próximo ano.
De Londres, Stephanie Pfeifer, CEO do Institutional Investors Group on Climate Change (representando mais de 120 gestores e detentores de ativos europeus), afirmou: “O acordo alcançado em Paris foi um avanço histórico, que emitiu um sinal inequívoco para os investidores transferirem os ativos rapidamente em direção a uma economia de baixo carbono. Agora é vital que os 195 países que adotaram o Acordo de Paris, especialmente os 20 maiores emissores, amplifiquem o sinal que, ao assinar e aderir ao Acordo de Paris, o colocarão rapidamente em vigor”.
Emma Herd, CEO do Investor Group on Climate Change (IGCC, Australásia), acrescentou: “Os investidores estão falando claramente. O objetivo desta carta instar todos os governos a assinar o Acordo de Paris na sexta-feira, 22 de abril, na sede das Nações Unidas em Nova York e agir rapidamente para implementar uma resposta política nacional eficaz, capaz de favorecer uma transição eficiente para uma economia sustentável de baixo carbono. Manter essa dinâmica forte é particularmente importante como preparação para a reunião do G20 na China.”
Mindy Lubber, presidente da Ceres e diretora da Investor Network on Climate Risk (INCR, América do Norte), disse: “O Acordo de Paris fornece a estrutura para acelerar o ritmo e a escala de investimento – pelo menos US$ 1 trilhão por ano, quatro vezes mais do que os níveis atuais – que é necessário para descarbonizar a economia global e limitar o aquecimento global a dois graus Celsius ou menos. É vital, portanto, que os líderes mundiais sustentem o impulso político contido no Acordo de Paris”.
Fiona Reynolds, diretora geral da PRI, disse: “O financiamento climático global atingiu níveis recordes em 2015, mas uma enorme lacuna nos investimentos ainda precisa ser superada. Os países em desenvolvimento também precisam saber que eles terão acesso ao investimento necessário para uma transição suave para uma economia de baixo carbono. A rapidez da ação dos grandes emissores sobre o Acordo de Paris é necessária para satisfazer ambos estes desafios de alocação urgente de capital”.
Eric Usher, diretor (em exercício) da Unep FI, acrescentou: “Os países que aderirem cedo ao Acordo de Paris vão se beneficiar de uma maior segurança regulamentar, que por sua vez irá ajudar a atrair os trilhões de investimentos necessários para garantir a transição de baixo carbono. Nós encorajamos todos os líderes mundiais a assinar e aderir ao Acordo de Paris o mais rápido possível “.
Paul Simpson, CEO da CDP, disse: “Estas palavras de ordem mostram um imperativo de negócios e financeiro inequívoco para que os governos tomem medidas concretas a partir da significativa vontade política representada pelo Acordo de Paris. Aqueles países que são grandes emissores são também alguns dos que têm mais a ganhar com uma ação imediata para conter a ameaça das mudanças climáticas por causa dos impactos enormes que poderiam afetar não apenas sistemas agrícolas, infra-estruturas de transportes ou energia, mas os resultados financeiros. Uma pesquisa com investidores da CDP mostra claramente que os investidores e empresas melhor preparados vão ser os que vão ganhar vantagem competitiva”.
Na sexta-feira, 22 de abril, data em que se celebra o Dia da Terra, a ONU realizará uma reunião com líderes de Estado e governo, que deverão assinar o Acordo de Paris.
A carta dos investidores pode ser encontrada aqui(EcoD/ #Envolverde
Fonte: ENVOLVERDE
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Panorama Ecológico

Erasmo Carlos


Lá vem a temporada de flores

Trazendo begônias aflitas

Petúnias cansadas

Rosas malditas

Prímulas despetaladas

Margaridas sem miolo

Sempre-vivas quase mortas

E cravinas tortas

Odoratas com defeitos

E homens perfeitos


Lá vem a temporada de pássaros

Trazendo águias rasteiras

Graúnas malvadas

Pombas guerreiras

Canários pelados

Andorinhas de rapina

Sanhaços morgados

E pardais viciados

Curiós desafinados

E homens imaculados


Lá vem a temporada de peixes

Trazendo garoupas suadas

Piranhas dormentes

Sardinhas inchadas

Trutas desiludidas

Tainhas abrutalhadas

Baleias entupidas

E lagostas afogadas

Barracudas deprimentes

E homens inteligentes