sábado, 23 de abril de 2016

O Vexame do Golpe

Impeachment: farsa jurídica e degradação das instituções
Dalmo de Abreu Dallari

O tema do impeachment tem sido objeto de amplo e intenso noticiário na grande imprensa e depois da vergonhosa sessão da Câmara de Deputados, na qual, com desempenho ridículo e desmoralizante, a maioria decidiu a favor do impeachment, muitos pensam que o processo já teve início e que dentro de poucos dias estará terminado. O que tem faltado, no entanto, é uma informação sobre ponto da máxima importância que tem sido omitido pela imprensa, por ignorância ou má fé: a decisão da Câmara de Deputados apenas autoriza o Senado a iniciar o processo de impeachment, se os Senadores estiverem convencidos de que existe fundamento para isso. Isso é o que dispõe expressamente o artigo 51: “Compete privativamente à Câmara de Deputados: I. autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da República...” E no artigo 52: “Compete privativamente ao Senado Federal: processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República...”. Assim, pois, a Câmara de Deputados apenas autoriza, não determina, não obriga, a instauração do processo, o que pode, inclusive, não ocorrer, se assim decidirem os Senadores.

A transmissão ao vivo da votação do pedido de impeachment da Presidente Dilma na Câmara de Deputados, ocorrida no dia 17 deste mês, foi um espetáculo deprimente e revoltante, que deveria despertar a consciência do povo brasileiro para que um bando de delinqüentes e oportunistas não tome decisões arbitrárias e antidemocráticas dizendo falar em nome do povo. O que se viu naquele dia foi a conjugação de vários fatores negativos, vergonhosos e desmoralizantes, para uma decisão que afronta o povo brasileiro porque tomada em seu nome por falsos representantes. Basta assinalar, como um dos pontos básicos, que, contrariando os princípios da ética política e da constitucionalidade democrática, um bando de deputados, sem legitimidade e sem representatividade, porque a maioria não se elegeu com votos próprios mas na sobra de votos de terceiros, decidiu revogar um mandato concedido em eleições livres e democráticas por mais de 54 milhões de brasileiros.

Para a avaliação ética, jurídica e política da sessão da Câmara de Deputados e da decisão tomada naquela oportunidade será suficiente assinalar vários aspectos daquela encenação, a começar pela absoluta falta de autoridade e de legitimidade ética e jurídica do presidente da sessão, o deputado Eduardo Cunha, que é o Presidente da Câmara de Deputados. Contra ele existe um processo em andamento no Supremo Tribunal Federal, resultante de pedido formulado pelo Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, em 16 de Dezembro de 2015. Em contato com o Ministério Público da Suíça o Procurador Janot obteve a confirmação, com dados minuciosos, de que Eduardo Cunha tem movimentado quatro contas bancárias naquele País, uma das quais tem como titular sua esposa. Denunciado ao Conselho de Ética da Câmara de Deputados pela prática de ilegalidades, entre os quais a remessa de dinheiro ao exterior por via ilegal, como também por comportamento ofensivo ao decoro parlamentar, Cunha negou a existência daquelas contas quando prestou depoimento naquele Conselho, verificando-se, portanto, que além da movimentação irregular de dinheiro no exterior e da prática de arbitrariedades e manipulação corrupta dos meios da Câmara de Deputados, ele mentiu ao Conselho de Ética.

Na ação que está em curso no Supremo Tribunal Federal o Procurador Janot pediu o imediato afastamento de Eduardo Cunha da Presidência da Câmara de Deputados por falta de condições éticas e jurídicas e por considerar que permanecendo na Presidência ele irá, certamente, pressionar os parlamentares e fazer barganhas prejudicando a apuração de fatos. Além disso, como já tem sido assinalado por jornalista e militantes políticos, sua permanência na Presidência da Câmara de Deputados, sendo réu em ação criminal, acarretará a desmoralização do Parlamento. O processo teve como Relator o Ministro Teori Zavascki, que no dia 2 de Março proferiu seu voto. Num texto objetivo e minucioso de 79 páginas, afirma o ilustre Ministro que existem elementos básicos para o recebimento da denúncia. Segundo ele, “a materialidade e os indícios de autoria relativos aos crimes de lavagem de dinheiro, elementos básicos para o recebimento da denúncia, encontram-se presentes”. Acrescenta, ainda, que a análise dos autos mostra que há indícios robustos para receber a denúncia, pois “os elementos colhidos confortam sobejamente o possível cometimento de crime de corrupção passiva majorada (artigo 317, caput e § 1º, do Código Penal”. Isso ao incorporar-se à engrenagem espúria protagonizada pelo então diretor da Petrobrás, Nestor Cerveró, bem como dela se fazendo beneficiário”. O Supremo Tribunal concluiu que há base para o processo, mas não determinou o afastamento de Cunhada presidência da Câmara.

Quanto ao desempenho dos deputados naquela sessão, praticamente a unanimidade dos que acompanharam a transmissão feita pela televisão tem manifestado indignação e decepção, pelo baixíssimo nível das manifestações de grande número dos parlamentares. Demonstrando baixo nível intelectual, falta de consciência da responsabilidade de atuar como membro de uma das Casas do Parlamento, muitos declararam os seus votos com palavras que iam do ridículo à revelação de pertencerem a bandos que tiveram acesso a um alto cargo do sistema político-representativo brasileiro por via ilegítima introduzida na legislação eleitoral. Com efeito, muitos manifestaram o seu voto, quanto à proposta de impeachment, dizendo que tomavam sua decisão para agradar as avós, os netos, as mães, os filhos, as cunhadas, os tios e os sobrinhos. E com isso fizeram lembrar o comportamento dos integrantes da máfia italiana, que se dizem membros de uma “famiglia”. A par disso, houve manifestações de homenagem a criminosos contra a humanidade, como fez o deputado Jair Bolsonaro, que ao votar fez o louvor de um criminoso que foi reconhecido e condenado como um dos mais violentos e desumanos torturadores durante o período da ditadura militar. A esses desvios acrescentaram-se ainda as manifestações simuladamente religiosas de membros de diferentes organizações, sendo oportuno lembrar que o próprio Presidente da Câmara de Deputados se apresenta como evangélico.

Um dado muito expressivo e de fundamental importância é que nenhum dos que votaram a favor do impeachment disse qual era a base jurídica das acusações contra a Presidente Dilma Rousseff, nem como fundamentavam suas posições. Assim, pois, pela absoluta falta de fundamentação jurídica é muito provável que o Senado, tendo recebido a autorização para instaurar o processo de impeachment, reconheça a absoluta precariedade das alegações e decida não dar continuidade a essa farsa. Certamente os Senadores presenciaram, diretamente ou pela televisão, a desmoralizante sessão da Câmara de Deputados e não irão contribuir para a degradação do sistema representativo brasileiro.

* jurista

Fonte; JORNAL DO BRASIL
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Câmara censura por ordem de Cunha


por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

Eu já tinha denunciado aqui o PIG de Eduardo Cunha: a mão-de-ferro com que o presidente da Câmara passou a gerir os órgãos de comunicação da Casa, sobretudo a TV Câmara, sem nenhum republicanismo, favorecendo a si mesmo. Esta semana, após o impeachment da presidenta Dilma passar no plenário, uma matéria de 2014 da agência Câmara começou a circular nas redes sociais, mostrando que apenas 36 dos 513 deputados se elegeram de fato com votos próprios, uma demonstração de que precisamos urgente fazer uma reforma política.

Para surpresa de quem compartilhou o texto, dois dias depois, porém, o conteúdo tinha sido INTEIRAMENTE MODIFICADO. Um quadro com os deputados realmente eleitos pelo povo e os que foram beneficiados pelo quociente eleitoral também foi suprimido (ele está reproduzido no alto deste post). A justificativa, dada ao pé da matéria da agência Câmara:

(*) Esta matéria foi atualizada em 19/4/2016 para garantir uma explicação correta do funcionamento do sistema de eleição proporcional no Brasil. Ao contrário do que dizia o texto anterior, não foi apenas um determinado número de deputados que se elegeu com os seus próprios votos. Todos os deputados são eleitos com os seus próprios votos dentro das regras do sistema proporcional. Portanto, todos os deputados têm a mesma legitimidade nos seus mandatos.

Fontes na agência Câmara informaram ao blog que a ordem para “atualizar” a matéria partiu da presidência da Casa. Confira a seguir o texto original da matéria da agência Câmara e compare com o que está escrito agora neste link.

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Apenas 36 deputados se elegeram com seus próprios votos
Os outros 477 eleitos foram “puxados” por votos dados à legenda ou a outros candidatos de seu partido ou coligação.

Apenas 36 dos 513 deputados federais que vão compor a Câmara na próxima legislatura (2015-2018) alcançaram o quociente eleitoral com seus próprios votos. Desses, 11 são parentes de políticos tradicionais em seus estados. Os outros 477 eleitos foram “puxados” por votos dados à legenda ou a outros candidatos de seu partido ou coligação. O número é o mesmo de 2010, quando também houve apenas 36 deputados eleitos com votação própria.

Os números foram calculados pela Secretaria Geral da Mesa da Câmara. O quociente eleitoral é calculado dividindo-se o número de votos válidos no estado pelo número de vagas na Câmara a que tem direito cada estado. Por exemplo, o Distrito Federal tem direito a oito deputados. Dividindo-se os 1,45 milhões de votos válidos por oito, chega-se ao quociente eleitoral de 181,7 mil. Este é o número de votos necessários para um candidato se eleger por conta própria no DF. Porém, nenhum deputado atingiu esse quociente na última eleição.

Além do Distrito Federal, nenhum deputado dos seguintes estados alcançou o quociente eleitoral na última eleição: Acre, Alagoas, Amapá, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Piauí, Rio Grande do Norte, Roraima, Rio Grande do Sul e Tocantins.

Entre os 36 deputados que conseguiram atingir o quociente eleitoral, cinco são de São Paulo, cinco de Minas Gerais e cinco do Rio de Janeiro. Em Pernambuco, quatro deputados foram eleitos com seus próprios votos; e, na Paraíba e no Ceará, três. Em Goiás e Santa Catarina, dois atingiram o quociente eleitoral. No Amazonas, Bahia, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraná, Sergipe e Roraima, apenas um atingiu o quociente eleitoral.

A forma de eleição baseada no quociente eleitoral é chamada de sistema proporcional. Segundo o diretor do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), Antônio Augusto de Queiroz, esse sistema, somado ao quadro de pulverização partidária e formação de alianças no País, tem levado a algumas distorções: “Na Câmara, muita gente se elege com votação muito pequena. Tivemos, na Região Norte, pessoas eleitas com menos de 10 mil votos.”

Em contraposição, dezenas de candidatos foram muito bem votados e ainda assim não foram eleitos. É o caso, por exemplo, do deputado Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB): ele recebeu 106,6 mil votos em São Paulo, mas não foi reeleito. Entretanto, o candidato Fausto Pinato (PRB) foi eleito com 22 mil votos, graças à votação expressiva de Celso Russomanno, do mesmo partido.

Com 1,52 milhão de votos, Russomanno foi o deputado mais votado de São Paulo e “puxou” quatro candidatos para a Câmara: além de Fausto Pinato, ele ajudou a aleger o cantor sertanejo Sergio Reis (45,3 mil votos); Beto Mansur (31,3 mil) e Marcelo Squasoni (30,3 mil). Todos são do PRB, já que o partido não fez coligação.

O segundo colocado em São Paulo, deputado Tiririca (PR), teve pouco mais de 1 milhão de votos e elegeu sozinho dois deputados, além de si próprio: Capitão Augusto (46,9 mil votos) e Miguel Lombardi (32 mil), ambos do PR, que também não se coligou.

Fonte: Blog do Miro
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O mundo inteiro denuncia o golpe

Quem executa o golpe não são os militares, mas um condomínio integrado pela mídia, pelo judiciário, e sacramentado por uma 'assembléia de bandidos'.
Jeferson Miola



A democracia brasileira está ameaçada de um golpe de Estado. O impeachment da Presidente Dilma Rousseff, segundo a imprensa internacional, foi aprovado por “uma assembléia de bandidos comandada por um bandido chamado Eduardo Cunha fazendo a destituição de uma Presidente sem qualquer base jurídica nem constitucional”.

O impeachment está numa etapa avançada: o Senado Federal deverá decidir, dentro de poucas semanas, se continua ou se arquiva o processo aprovado na “assembléia de bandidos”. Caso o Senado prossiga o processo, a Presidente Dilma, que foi eleita para governar o Brasil até 31 de dezembro de 2018, será afastada por até 180 dias até a decisão final. Na prática, porém, praticamente equivale à sua destituição.

Se isso acontecer, em lugar da Presidente eleita com os votos de 54.501.118 brasileiros/as, assume o cargo Michel Temer, um vice-presidente ilegítimo e conspirador, um político sem nenhum voto popular que chefiou a concepção, a preparação e a execução do golpe.

Hoje, concatenando-se os acontecimentos dos últimos 16 meses, é possível reconhecer o papel ativo de Temer na trama golpista. Como presidente do PMDB, ele sempre estimulou a dubiedade do Partido, dividindo-o no apoio ao governo.

Temer traiu a confiança da Presidente Dilma no governo. Ao invés de fazer de verdade a articulação política, sabotou e enfraqueceu o governo, minou a estrutura e os postos-chave com conspiradores e, terminado o serviço que lhe interessava, jogou tudo às favas e saiu dizendo que “o Brasil precisa de alguém [ou seja, ele mesmo] que tenha a capacidade de reunificar a todos” [em 4 de agosto de 2015].

Temer nunca enfrentou o “bandido chamado Eduardo Cunha”, como se esperaria de alguém comprometido com a defesa dos interesses do governo e do país ameaçados pelas pautas-bomba do presidente da Câmara. Ao contrário disso, hoje as evidências permitem concluir que ele e Cunha são sócios da empreitada golpista desde o início.

O espetáculo deplorável da “assembléia de bandidos” de 17 de abril de 2016 impactou o mundo, e cristalizou a percepção de que o impeachment aprovado por 367 “bandidos” é uma violência contra a Constituição e o Estado Democrático de Direito.

Como o Brasil ofereceu este espetáculo deplorável ao mundo? Essa pergunta só pode ser respondida se anotado o papel determinante e fundamental da Rede Globo – secundada por outras empresas da mídia – e de setores do Judiciário, Ministério Público e Polícia Federal.

O mundo inteiro está convencido de que há um golpe em curso no Brasil. Nessa guerra pela verdade, como não contam com uma Rede Globo mundial, os golpistas estão perdendo.

E estão perdendo de goleada: The Economist, Guardian, El país, Le monde, Financial Times, Reuters dizem que é golpe; Wall Street Journal, Washington Post, El País, Le Parisien, Irish Times, New York Times, Pravda, Granma também dizem que é golpe; La Nación, Ladiaria, El observador, Clarín dizem o mesmo; Al Jazeera, Fox News Latina, CNN etc etc dizem o mesmo: é um golpe de Estado.

Apesar da percepção do mundo inteiro de que está em andamento um golpe de Estado, só no Brasil tem um punhado de gente que insiste no contrário: Temer, Cunha, Bolsonaro, Aécio, FHC, Gilmar Mendes, Celso de Mello, Dias Toffoli, FIESP, Globo e os sócios golpistas.

O sofisma mais recente dos golpistas para sustentar a aparência de “normalidade institucional” é que Temer está substituindo normalmente a Presidente Dilma, que retornará ao cargo depois do retorno da viagem a Nova York para a reunião da ONU sobre clima.

Os golpistas aproveitam esta substituição eventual como fachada para a propaganda e o discurso mentiroso da “normalidade institucional”. O epílogo do golpe, todavia, se dará com o seqüestro da cadeira da Dilma ao fim do julgamento de exceção no Senado – que, tudo indica, a Casa será uma sucursal golpista, um puxadinho da “assembléia de bandidos”.

O impeachment jurídico-midiático-parlamentar é o golpe de novo tipo do século 21, é um golpe diferente daquele clássico que a Globo e a UDN de então – hoje PMDB, PSDB, DEM, PPS, PTB, PP – desferiram em 1964, com a deposição e exílio do Presidente Jango.

No golpe de Estado do século 21 quem executa não são os militares, mas um condomínio integrado pela mídia, judiciário, ministério público e sacramentado por uma “assembléia de bandidos”. Nesta nova modalidade golpista, o rito é parte essencial das aparências – mas o mundo inteiro não acredita nesta farsa.

Fonte: CARTA MAIOR
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Suavidade Violenta

Pepe Escobar: Assalto neoliberal ao Brasil, conduzido de dentro pelo “venenoso império Globo”, se encaixa no novo conceito de guerra híbrida

23 de abril de 2016 às 00h13

Captura de Tela 2016-04-23 às 00.11.05Ratos bem treinados apenas cumprem ordens; que manda mesmo não tem razões para se esconder
Guerra híbrida das hienas dilacera o Brasil
A sombria e repulsiva noite em que a presidente da 7ª maior economia do mundo foi a vítima escolhida para um linchamento de hienas num insípido e provinciano Circo Máximo viverá para sempre na infâmia.
Por 367 votos a 137, o impeachment/golpe/mudança de regime contra Dilma Rousseff foi aprovado pelo circo parlamentar brasileiro e agora irá ao Senado, onde uma “comissão especial” será instituída.
Se este for aprovado, Rousseff será então marginalizada durante 180 dias e um ordinário Brutus tropical, o vice-presidente Michel Temer, ascenderá ao poder até o veredito final do Senado.
Esta farsa desprezível deveria servir como um alerta não só aos BRICS, mas a todo o Sul Global.
Quem é que precisa de NATO, R2P (“responsability to protect”) ou “rebeldes moderados” quando pode obter a sua mudança de regime apenas com o ajustamento do sistema político/judicial de um país?
O Supremo Tribunal brasileiro não analisou o mérito da questão – pelo menos ainda não.
Não há qualquer evidência sólida de que Rousseff tenha cometido um “crime de responsabilidade”.
Ela fez o que todo presidente norte-americano desde Reagan tem feito – para não mencionar líderes de todo o mundo: juntamente com o vice-presidente, o desprezível Brutus, Rousseff foi ligeiramente criativa com os números do orçamento federal.
O golpe foi patrocinado por um vigarista certificado, o presidente da câmara baixa Eduardo Cunha, confirmadamente possuidor de várias contas ilegais na Suíça, listado nos Panama Papers e sob investigação do Supremo Tribunal.
Ao invés de reger hienas quase analfabetas num circo racista, em grande medida cripto-fascista, ele deveria estar atrás das grades. Custa crer que o Supremo Tribunal não tenha lançado ação legal contra Cunha.
O segredo do seu poder sobre o circo é um gigantesco esquema de corrupção que perdura há muitos anos, caracterizado pelas contribuições corporativas para o financiamento das suas campanhas e de outros.
E aqui está a beleza de uma mudança de regime light, uma revolução colorida da Guerra Híbrida, quando encenada numa nação tão dinamicamente criativa como o Brasil.
A galeria de espelhos produz um simulacro político que teria levado descontrucionistas como Jean Braudrillard e Umberto Eco, se vivos fossem, a ficarem verdes de inveja.
Um Congresso atulhado com palhaços/tolos/traidores/vigaristas, alguns dos quais investigados por corrupção, conspirou para depor uma presidente que não está sob qualquer investigação formal de corrupção – e que não cometeu qualquer “crime de responsabilidade”.
A restauração neoliberal
Ainda assim, sem um voto popular, os maciçamente rejeitados gêmeos Brutus tropicais, Temer e Cunha, descobrirão que é impossível governar, muito embora eles encarnassem perfeitamente o projeto das imensamente arrogantes e ignorantes elites brasileiras.
Um triunfo neoliberal, com a “democracia” brasileira espezinhada abaixo do chão.
É impossível entender o que aconteceu no Circo Máximo neste domingo sem saber que há um rebanho de partidos políticos brasileiros que está gravemente ameaçado pelos vazamentos ininterruptos da Lava Jato.
Para assegurar a sobrevivência deles, a Lava Jato deve ser “suspensa”; e isto será feito sob a falsa “unidade nacional” proposta pelo desprezível Brutus Temer.
Mas antes a Lava Jato deve produzir um escalpe ostensivo. E este tem de ser Lula na prisão – comparado ao qual a crucificação de Rousseff é uma fábula de Esopo.
Os media corporativos, conduzidos pelo venenoso império Globo, saudariam isto como a vitória final — e ninguém se preocuparia com a aposentadoria da Lava Jato.
Os mais de 54 milhões que em 2014 votaram pela reeleição de Roussef votaram errado.
O “projeto” global é um governo sem voto e sem povo; um sistema parlamentar de estilo brasileiro, sem aborrecimentos com “eleições” incômodas e, crucialmente, campanhas de financiamento muito “generosas” e flexibilidade que não obrigue a incriminar companhias/corporações poderosas.
Em resumo, o objetivo final é “alinhar” perfeitamente os interesses do Executivo, Legislativo, Judiciário e media corporativos. A democracia é para otários.
As elites brasileiras que fazem o controle remoto das hienas sabem muito bem que se Lula concorrer outra vez em 2018, vencerá.
E Lula já advertiu; ele não endossará qualquer “unidade nacional” sem sentido; estará de volta às ruas para combater qualquer governo ilegítimo que surja.
Agora estamos abertos à pilhagem
No pé em que está, Rousseff corre o risco de se tornar a primeira grande baixa da investigação Lava Jato, com origem na NSA [National Security Agency, dos Estados Unidos], que perdura há dois anos.
A presidente, reconhecidamente uma gestora econômica incompetente e sem as qualificações de um político mestre, acreditou que a Lava Jato – que praticamente a impediu de governar – não a atingiria porque ela é pessoalmente honesta. Mas a agenda não tão oculta da Lava Jato foi sempre a mudança de regime.
Quem se importa se no processo o país for deixado à beira de ser controlado exatamente por muitos daqueles acusados de corrupção?
O desprezível Brutus Temer – uma versão fútil de Macri da Argentina – é o condutor perfeito para a implementação da mudança de regime.
Ele representa o poderoso lobby bancário, o poderoso lobby do agronegócio e a poderosa federação de indústrias do líder econômico do Brasil, o Estado de São Paulo.
O projeto neo-desenvolvimentista para a América Latina – pelo menos unindo algumas das elites locais, investindo no desenvolvimento de mercados internos, em associação com as classes trabalhadoras – agora está morto, porque o que pode ser definido como capitalismo sub-hegemônico, ou periférico, está atolado na crise após a derrocada de 2008 provocada por Wall Street.
O que resta é apenas restauração neoliberal, a TINA (“there is no alternative”). Isto implica, no caso brasileiro, a reversão selvagem do legado de Lula: políticas sociais, políticas tecnológicas, o impulso para expandir globalmente grandes companhias brasileiras competitivas, mais universidades públicas, melhores salários.
Numa mensagem à Nação, Brutus Temer admitiu isto; a “esperança” de que o pós-impeachment será absolutamente excelente para o “investimento estrangeiro”, pois lhe permitirá pilhar a colonia à vontade; um retorno à tradição histórica do Brasil desde 1500.
De modo que Wall Street, o Big Oil dos EUA e os proverbiais “American interests” vencem este round no circo – graças às, mais uma vez proverbiais, elites vassalas/compradoras.
Executivos da Chevron já estão a salivar com a perspectiva de porem as mãos nas reservas de petróleo do pré sal; que já foram prometidas por um vassalo confiável, integrante da oposição brasileira.
O golpe continua. As hienas reais ainda não atacaram. De modo que isto está longe de ter terminado.
Fonte: VIOMUNDO
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A Globo gosta de direito de resposta. Para ela, quando é chamada de golpista

João Roberto Marinho enviou  resposta ao jornal inglês The Guardian, onde suas Organizações Globo são apontadas como parte das forças que promovem e apoiam a derrubada de Dilma Rousseff.
Basicamente, contra um parágrafo:
Na verdade, a maioria dos maiores meios de comunicação de hoje – que aparecem respeitáveis para pessoas de fora – apoiou o golpe militar de 1964, que marcou o início de duas décadas de ditadura de direita e e enriqueceu mais  os oligarcas do país.Este evento histórico chave ainda lança uma sombra sobre a identidade e política do país. Estas corporações – liderados pelos braços múltiplos de mídia da organização Globo – anunciam um golpe como uma ação nobre contra um governo liberal corrupto, democraticamente eleito. Soa familiar?
Batou para meterem a carapuça até o pescoço.
 “Precisamente para evitar qualquer acusação de incitar manifestações de massa – como o Sr. (David) Miranda (autor do artigo) agora nos acusa – o Grupo Globo cobriu os protestos sem nunca anunciar ou dar opinião sobre elas em seus canais de notícias antes de acontecerem. Globo tomou posições iguais sobre comícios para a presidente Dilma Rousseff e contra o impeachment: ela cobriu todos, sem mencioná-los antes deles ocorrerem, concedendo-lhes o mesmo espaço que foi dado aos protestos anti-Dilma. Quando o processo de impeachment começou na Câmara Baixa do Congresso, alocamos igual tempo e do espaço para a defesa e acusação. O Grupo Globo não apoia o impeachment em editoriais. Ele simplesmente declarou que, independentemente do resultado, tudo tinha de ser conduzida de acordo com a Constituição, que na verdade tem sido o caso até agora.”
É assim: muita formalidade, nenhuma sinceridade.
Como aconteceu no caso da mansão de Parati negou qualquer ligação com a casa irregular e também notificou quem, como este blog, afirmou que havia.
Depois quando este blog comprovou que a empresa dona da mansão dividia endereço com a própria empresa de fachada dona do imóvel, se saiu com tecnicalidades: não é da família Marinho, mas do ex-genro, recém separado, de sua filha,  neta de Roberto Marinho.
Como diria Joaquim Barbosa, tinha pleno domínio do fato.
Todo mundo sabe que o golpe é golpe e que o golpe é da Globo tanto quanto de mais ninguém, pois sem ela jamais ocorreria.
Marinho diz em sua resposta que a mídia brasieira é vasta e plural – embora seis famílias, sobretudo a dele – a controlem: “culpar a imprensa para a atual crise política brasileira, ou sugerir que ela serve como um agitador, é repetir o erro antigo de culpar o mensageiro pela mensagem(…) a afirmação de que o Grupo Globo conduz a mídia nacional, especialmente vinda de um cidadão brasileiro, só pode ser feita de má fé”. diz.
Não, Dr. João, afirmar que a Globo não se adona e constrói a opinião pública nacional é que só pode ser dito de má-fé.
Fonte: TIJOLAÇO
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Depois do ataque mortal, a vítima deve aguardar uma semana para voltar ao campo de batalha, dizem os sábios.

E nada melhor que o retorno se dê no dia do Santo Guerreiro.
Criou-se uma grande expectativa na velha mídia sobre o pronunciamento de Dilma ontem na ONU. O medo da palavra golpe, proferida no palanque da ONU, tirou o sono de muitas pessoas das oposições e da velha mídia. Antes do discurso da presidenta se discutia, e muito, nos reacionários debates entre reacionários da velha mídia as consequências da denúncia sobre o golpe.

Como se sabe, Dilma não usou a palavra golpe, mas a mensagem sobre o golpe em curso no Brasil foi clara.

Ao se referir a um retrocesso que o povo brasileiro não irá admitir, Dilma, deixou claro que as instituições não promovem o equilíbrio democrático ao país. Tanto foi assim que a maioria dos políticos e especialistas entrevistados ontem logo após ao pronunciamento da presidenta, a maioria de oposição, claro, focaram seus argumentos no trecho do pronunciamento em que a presidenta citou a palavra retrocesso.

De uma maneira uniforme, unida e perfilada, as oposições questionaram a declaração da presidenta afirmando que as instituições no Brasil funcionam livremente e de forma independente. Aliás, a palavra independente foi a mais utilizada, com o intuito de mostrar que os três Poderes não sofrem, ou não estão submetidos a nenhum tipo de pressão, de qualquer natureza, como a econômica, por exemplo.

Através dessas declarações pode-se compreender ainda mais, e com mais clareza, o golpe contra a Democracia em curso no Brasil.

No século passado, século XX, os golpes de estado na América Latina contra governos de origem popular, socialistas, social democratas e trabalhistas, aconteceram com protagonismo principal das forças armadas de todos os países golpeados. A tomada do Poder se deu pela força bruta, das armas, como mortes , prisões e perseguições de políticos e pessoas do lado que estava no Poder. Rupturas claras que colocaram as Instituições à margem do processo democrático. Ditaduras que calavam o judiciário e o legislativo. As instituições , claramente , deixavam de funcionar de cumprir suas funções.

" As instituições estão funcionando livremente e de forma independente", foi o que mais se ouviu, ontem, questionando o retrocesso que seria um golpe no país, as palavras da presidenta.

Interessante e revelador, caro leitor, que políticos de oposição defendam o impeachment, fazendo comparações entre o funcionamento das instituições quando dos golpes do século passado e no momento atual.

Para grande parte do senso comum, de fato, as instituições funcionam livremente e o país vive uma Democracia plena, no entanto , não é isso que acontece.

O século XXI não permite rupturas democráticas escancaradas já que as populações que vivenciam fragmentos de democracia, acreditando viverem em democracias plenas, não iriam aceitar rupturas escancaradas, com a força das armas, por exemplo. E é ai que se encontra a dinâmica do golpe do século XXI: suavidade conferida por um verniz de legalidade aplicado por instituições supostamente livres e independentes,
violência ao promover a ruptura democrática, ignorando a vontade da maioria expressa nas urnas.

Dito isto, O PAPIRO em postagem recente definiu o golpe do século XXI, como Suavidade Violenta. Não existe presença das forças armadas nas ruas, fuzis , tanques mísseis. O golpe do século XXI é aplicado pelo Poderes Legislativo e Judiciário contra o Executivo "rebelde", trabalhista, social democrata, popular, preocupado e ocupado em promover distribuição de renda, minimizar a pobreza, acabar com a miséria, abrir caminhos para a justiça social.

Segundo os golpistas, um Executivo não alinhado com a supremacia da finanças que governa o mundo.

Assim sendo, segundo as oposições, " as instituições funcionam livremente no Brasil" não havendo motivos para um retrocesso.

Instituições, como bem disse o ex-presidente Lula, acovardadas e submissas aos interesses do dinheiro grosso, da devastadora e predadora restauração neoliberal, que uma vez consolidada, irá ceifar vidas com o crescimento da pobreza, da miséria, da violência e da precarização ainda maior dos direitos dos trabalhadores.

Isso é fato, tendo em vista experiências anteriores no Brasil e em outros países pela América Latina e no mundo.

O golpe do século XXI, talvez seja ainda mais violento e cruel que o golpe do século XX, já que se apresenta de forma civilizada e democrática, porém cínica e hipócrita.

O ex- ministro do STF, Ayres Brito, declara, hoje, que os acontecimentos em curso no Brasil podem ser compreendidos , apenas, como uma pausa na Democracia. Os militares , quando do golpe de 1964, também disseram o mesmo.

Na velha mídia, mais um ator importante na dinâmica do golpe, os comentários hoje são de alivio pelo fato da presidenta Dilma não ter usado a palavra golpe no pronunciamento na ONU. Segundo a colunista Miriam Leitão, do golpista Globo, Dilma evitou um vexame ao não citar a palavra golpe.

É a novilíngua, o cinismo em sua expressão maior, já que o vexame brasileiro, o golpe em curso, corre o mundo, e envergonha todos aqueles que defendem a Democracia.

Talvez Leitão, que é do PIG, não entenda, seja por excesso de cinismo ou mesmo por alguma deficiência intelectual. Ou quem sabe as duas coisas. Assim sendo, coloco, abaixo alguns desenhos, charges, do que se passa no Brasil:


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A imprensa estrangeira e o golpe - Créditos: Latuff para Opera Mundi

globo golpe

sexta-feira, 22 de abril de 2016

E o bicho vai pegar


Pepe Escobar: Of course it is a coup!


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Fonte: O CAFEZINHO
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WhatTw
Manifestações espontâneas em pleno feriadão, manifestações nos teatros, atos no mundo todo... Como devolver essa pasta de dente ao tubo?
A verdade, cruel, por sinal, é esta:
Temer teve que sair de sua casa em SP pra refugiar no palácio do Jaburu, em Brasília, infelizmente.Um rato saindo da toca:     
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BelasRecatadasEDoLar e em frente a sede da ONU, em Nova Iorque, posando contra o golpe! #SOSCoupInBrazil    
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Manifestantes contra o golpe caminham em direção à sede da ONU em Nova York. #SOSCoupInBrazil








As ruas de NY estão ocupadas por brasileiros e estrangeiros no luta contra o Golpe!

A mensagem da Presid Dilma não foi prá ONU, foi prá NÓS: Povo Brasileiro. O destino do Golpe está nas nossas mãos:  
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Fonte: CARTA MAIOR
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O Golpe, com falhas no projeto, começa a desabar


Ao STF: não permita a humilhação do Brasil perante o mundo

22/04/2016


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Carta aos Ministros do Supremo, por Luís Nassif
Como é que faz, Teori, Carmen Lúcia, Rosa Weber, Celso de Mello, Luís Barroso, Luiz Fachin? Como é que faz? Não mencionei Lewandowski e Marco Aurélio por desnecessidade; nem Gilmar, Toffoli e Fux  por descrença.
Antes, vocês estavam sendo levados por uma onda única de ódio preconceituoso, virulento,  uma aparente unanimidade no obscurantismo, que os fez deixar de lado princípios, valores e se escudar ou no endosso ou na procrastinação, iludindo-se - mais do que aos outros - que definindo o rito do impeachment, poderiam lavar as mãos para o golpe.
Seus nomes, reputações, são ativos públicos. Deveriam  ser utilizados em defesa do país e da democracia; mas, em muitos casos, foram recolhidos a fim de não os expor à vilania.
Afinal, se tornaram Ministros da mais alta corte para quê?
Os senhores  estarão desertando da linha de frente da grande luta civilizatória e deixando a nação exposta a esse exército de zumbis, querendo puxar de novo o país para as profundezas.
Não dá mais para disfarçar que não existe essa luta. Permitir o golpe será entregar à selvageria décadas de construção democrática, de avanços morais, de direitos das minorias, de construção de uma pátria mais justa e solidária.
A imprensa mundial já constatou que é golpe. A opinião interna está dividida entre os que sabem que é golpe, e defendem o impeachment; e os que sabem que é golpe e reagem.
Desde os episódios dantescos de domingo passado, acelerou-se uma mudança inédita na opinião pública. Reparem nisso. Todo o trabalho sistemático de destruição da imagem de Dilma Rousseff de repente começou a se dissolver no ar.
Uma presidente fechada, falsamente fria, infensa a gestos de populismo ou de demagogia, distante até, de repente passou a ser cercada por demonstrações emocionadas  de carinho, como se senhoras, jovens, populares, impotentes ante o avanço dos poderosos, a quisessem proteger com mantos de afeto. Abraçaram Dilma como quem simbolicamente abraça a democracia. E os senhores, que deveriam ser os verdadeiros guardiões da democracia, escondem-se?
Antes que seja tarde, entendam a verdadeira voz das ruas, não a do ódio alimentado diuturnamente por uma imprensa que virou o fio, mas os apelos para a concórdia, para a paz, para o primado das leis. E, na base de tudo, a defesa da democracia.
A vez dos jovens
Aproveitei os feriados para vir para minha Poços de Caldas. Minha caçula de 16 anos não veio. O motivo: ir à Paulista hipotecar apoio à presidente. A manifestação surgiu espontaneamente pelas redes sociais, a rapaziada conversando entre si, acertando as pontas, sem a intermediação de partidos ou movimentos. Mas unida pelos valores da generosidade, da solidariedade, pelas bandeiras das minorias e pelo verdadeiro sentimento de Brasil.
São esses jovens que irão levar pelas próximas décadas as lições deste momento e – tenham certeza - a reputação de cada um dos senhores através dos tempos. Não terá o sentido transitório das transmissões de TV, com seus motes bajulatórios e seu padrão BBB.  Na memória desses rapazes e moças está sendo registrada a história viva, tal e qual será contada daqui a dez, vinte, trinta anos, pois deles nascerá a nova elite política e intelectual do país, da mesma maneira que nasceu a geração das diretas.
Devido à censura, foram necessárias muitas décadas para que a mancha da infâmia se abatesse sobre os que recuaram no AI5, os Ministros que tergiversaram, os acadêmicos que delataram, os jornalistas que celebraram a ditadura. Hoje em dia, esse julgamento se faz em tempo real.
Nas últimas semanas está florescendo uma mobilização inédita, que não se via desde a campanha das diretas.
De um lado, o país moderno, institucional; do outro, o exército de zumbis que emergiu dos grotões. De um lado, poetas, cantores, intelectuais e jovens, jovens, jovens, resgatando a dignidade nacional e a proposta de pacificação. Do outro, o ódio rocambolesco aliado ao golpismo.
Não permitam que o golpe seja consumado. Não humilhem o país perante a opinião pública mundial. Principalmente, deixem na memória dessa rapaziada exemplos de dignidade. Não será por pedagogia, não: eles conhecem muito melhor o significado da palavra dignidade. Mas para não criar mais dificuldades para a retomada da grande caminhada civilizatória, quando a rapaziada receber o bastão de nossa geração.

Wadih Damous: Mantenho a convicção de que o golpe não vai passar


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Na página de Wadih Damous no Facebook
O deputado Wadih Damous (PT-RJ) comentou, em vídeo, a "noite dos horrores" na Câmara dos Deputados no último domingo, destacou a humilhação do Brasil no cenário internacional e reiterou sua confiança na vitória da democracia sobre os golpistas
Fonte: O CAFEZINHO
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Na ONU, Dilma diz que "povo saberá impedir qualquer retrocesso"

Na ONU, Dilma alerta para "grave momento" do Brasil

Fonte: JORNAL DO BRASIL
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Dilma, na ONU, contra o golpe.

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Fonte: TIJOLAÇO
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Entramos na temporada de desabamentos.

Existem muito mais coisas desabando do que a estande em São Paulo e a ciclovia no Rio de Janeiro.

O protesto de ontem em São Paulo contra o golpe, na Av. Paulista, realizado de forma espontânea sem a participação de partidos políticos e sindicatos, revela que o golpe dos horrores começa a descer ladeira . Veja o texto a seguir e
fotos:

Jovens na Paulista: não vai ter outro Golpe!

Manifestação espontânea, sem a articulação de movimento político ou sindical
publicado 22/04/2016
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Manifestação ocorreu na Avenida Paulista
Como já disse o Conversa Afiada, o sentimento legalista despertou com esse Golpe canalha, infantil e medieval, como diz o Mino Carta.

Um sentimento legalista que transcende o PT, a CUT, o PCdo B !

Um movimento que tem mais força que as forças politicas organizadas.

Porque, dessa vez, o pau vai comer!
Paulo Henrique Amorim

Veja as fotos da manifestação na última quinta-feira (21) na Avenida Paulista:

Fonte: CONVERSA AFIADA

Uma expressiva manifestação organizada por jovens e estudantes que não desejam um retrocesso no país, e que também não querem que o Brasil sofra uma humilhação tal qual uma republiqueta de bananas.

Curiosamente, após o circo dos horrores de domingo último na Câmara dos Deputados, a presidenta Dilma passou a receber solidariedade da população brasileira.

Esse movimento espontâneo tende ao crescimento nos próximos dias, em todo o Brasil , e mesmo no exterior, onde manifestações contra o golpe acontecem.

O mundo já sabe que está em curso um golpe de estado contra a Democracia no Brasil, e que a população brasileira está em luta contra o retrocesso que se avizinha, caso o golpe seja consolidado.

No entanto, na velha mídia brasileira a narrativa sobre os fatos e os acontecimentos é totalmente diferente.

Ainda hoje, no jornal O Globo, Merval, o imortal que apoia um maçom golpista, alerta que se Dilma falar na ONU que existe um golpe, isso pode macular a imagem do Brasil. O mesmo pensamento tem o arquiteto do golpe.

Ora, o que já maculou a imagem do Brasil no exterior foi justamente essa tentativa de ruptura democrática, materializada no espetáculo horrendo da votação de domingo último . Será que todo o mundo está errado e apenas a velha mídia brasileira está certa ?

A velha mídia, como um dos principais arquitetos e operadores do golpe, resiste em admitir o que o mudo já constatou, ou seja, existe um golpe em curso que deseja desabar com a Democracia brasileira.

Com a inauguração da temporada de desabamentos no Brasil, o que de fato parece começar a desabar é o golpe, tendo em vista os movimentos espontâneos de rua contra o golpe que começam a ganhar musculatura.

Isso é muito expressivo, já que o povo se manifesta sem a convocação de organizações, como partidos políticos, sindicatos e mesmo a velha mídia , que sempre convoca a população para o golpe.

Com a direção de arquitetos das trevas, um muro foi construído no Brasil para golpear a Democracia. No entanto, uma ponte para a legalidade democrática está sendo solidamente construída.