sábado, 12 de março de 2016

ATENÇÃO !!!! Olha a chuva, olha a chuva, olha, olha.

Situação dos Principais Reservatórios do Brasil - 11/03/2016

REGIÃO SUDESTE / CENTRO-OESTE (situação atual 54,05%)

Rio Parnaíba


38,71% da regiãoSerra do Facão(3,23% da região)34,75%
Emborcação(10,65% da região)46,29%
Nova Ponte(11,21% da região)35,08%
Itumbiara(7,76% da região)49,69%
São Simão(2,50% da região)86,53%


Rio Grande

25,38% da regiãoFurnas(17,18% da região)67,77%
Mascarenhas de Moraes(2,15% da região)75,48%
Marimbondo(2,68% da região)91,77%
Água Vermelha(2,19% da região)98,88%

Rio Paraná

3,03% da regiãoIlha/3 Irmãos(3,03% da região)92,83%

Rio Paranapanema

5,77% da regiãoJurumirim(1,99% da região)89,26%
Chavantes(1,62% da região)96,98%
Capivara(1,94% da região)99,2%
Outras
(31,87% da região)

REGIÃO SUL (situação atual 98,24%)

Rio Iguaçu

50,93% da regiãoS. Santiago(16,30% da região)99,85%
G. B. Munhoz(30,39% da região)99,71%
Segredo(2,29% da região)98,76%

Rio Jucuí

16,08% da regiãoPasso Real(15,02% da região)89,71%

Rio Uruguai

29,77% da regiãoPasso Fundo(8,72% da região)99,15%
Barra Grande(15,21% da região)100,2%
Outras
(3,22% da região)

REGIÃO NORDESTE (situação atual 33,2%)

Rio São Francisco

96,86% da regiãoSobradinho(58,20% da região)32,18%
Três Marias(31,02% da região)32,77%
Itaparica(6,62% da região)40,46%
Outras
(3,14% da região)

REGIÃO NORTE (situação atual 46,51%)

Rio Tocantins

96,17% da regiãoSerra da Mesa(43,68% da região)22,86%
Tucuruí(51,53% da região)61,55%
Outras
(3,83% da região)
RegiãoCapacidade Máxima de Armazenamento MW.mês
SUDESTE / CENTO-OESTE205.002
SUL19.873
NORDESTE51.859
NORTE14.812
Fonte: OPERADOR NACIONAL DO SISTEMA

A Pauta do Golpe

Impeachment: a pauta oculta


Por Redação

– on 11/03/2016

Categorias: Brasil, Destaques, Economia, Políticas

Pré-Sal para petroleiras globais. Fim da demarcação indígena. "Direito¨ ao armamento pessoal. Veto à família homoafetiva e muito mais. Que projetos escondem-se atrás da supostaluta contra corrupção

Por Cristina Fróes de Borja Reis, Tatiana Berringer e Maria Caramez Carlotto
Imagem: Edward Biberman, >Conspiração (1955)

A condução coercitiva do ex-presidente Lula em 4 de março foi, até o momento, o episódio mais grave da atual crise econômica e política no Brasil. A crise nos coloca diante de uma ameaça, diretamente ligada à correlação de forças existente na sociedade: os interesses do grande capital financeiro, há muito questionados, podem retomar completamente o controle do jogo.

Diante do espetáculo criado pela imprensa na chamada “luta contra a corrupção”, os interesses dominantes amplamente representados no Congresso aproveitam-se da cortina de fumaça para impor sua agenda regressiva ao país. Ao invés de discutir com seriedade e aprovar uma reforma política que pusesse fim ao financiamento empresarial de campanhas eleitorais, que é a base da estrutura do sistema político brasileiro criado no fim da ditadura militar e que está na raiz do escândalo atual, oportunisticamente resgata-se antigas e derrotadas ideias sob a forma de projetos de lei (PL), propostas de emendas constitucionais (PEC) e projetos de resolução do Senado (PRS) à aprovação sob regime de urgência. O rápido exame de alguns deles evidencia como atentam contra a soberania nacional, a democracia e os direitos humanos no Brasil.

Começando pela economia, o PRS 84/2007, apresentado pelo senador José Serra (PSDB/SP), estabelece um teto para a dívida pública líquida e bruta da União, reduzindo a autonomia de política macroeconômica do Estado (na sua capacidade de atuação anticíclica). Isso significa, no curto prazo, aprofundar o ajuste fiscal em curso desde 2015 e comprometer as possibilidades de saída da crise pois, também no médio e longo prazo, o estímulo tributário e de gastos públicos é fundamental para acender a dinâmica de investimentos doméstica. Duas das questões mais sensíveis e que afeta diretamente os gastos públicos são a reforma da previdência e a política de valorização do salário mínimo. Ambas estão sendo transformadas em prejuízo dos trabalhadores (como ficou claro no começo de 2015 com a imediata investida, naquele momento mal sucedida, para alterar a regra da valorização do mínimo e na Medida Provisória 680/2015, no sentido da flexibilização das leis trabalhistas), dos aposentados e da própria autonomia de política econômica e social.

A Lei de Responsabilidade das Estatais (PLS 555/2015), cujo relator é o senador Tasso Jereissati (PSDB/CE), é mais uma proposta em curso que fere o princípio da autonomia, ao criar um marco regulatório que enquadra as empresas estatais na lógica do mercado financeiro. Além de impedir filiados a partidos e sindicalistas de participarem na composição dos conselhos e diretorias, prioriza quem tem experiência no mercado. Tal reforma possibilita, sob a imagem de um falso republicanismo, a captura por parte de grupos particulares privados, nacionais ou estrangeiros, dos bens públicos que impactam fortemente na atividade econômica nacional e na inserção geopolítica do país.

Aqui residem dois movimentos igualmente perniciosos. O primeiro é a ameaça aos direitos de militantes de partidos e sindicatos — algo que fortalece a ampla propaganda de criminalização da política atualmente em curso, subtraindo dos atores políticos seus instrumentos legítimos de representação. Na esteira de um suposto esforço de combate à corrupção, difunde-se uma ideologia elitista e tecnicista, que associa toda e qualquer atividade política à busca do auto-interesse, ao descaso com a coisa pública quando não à simples prevaricação, como se o mercado e as estruturas burocráticas do Estado não fossem, eles também, permeados de interesses e visões ideológicas.

O segundo movimento é o de recondução da política externa e da margem de manobra do Estado diante das grandes potências, especialmente dos Estados Unidos, já que o posicionamento geopolítico no campo energético é crucial para a soberania brasileira e latino-americana. Ao contrário, o movimento de curso é de privatização dos recursos naturais e um benefício da maior participação dos grupos financeiros internacionais, representando uma subtração da soberania nacional e o fortalecimento deles.

É exatamente a soberania nacional que está em jogo com a aprovação pelo Senado Federal do PLS 131/ 2015, também de autoria do senador José Serra e atualmente tramitando na Câmara como PL 4567/2016. O projeto estabelece que a Petrobrás terá a prerrogativa de escolher se quer ser operadora do campo do Pré-Sal ou se prefere se abster da exploração mínima de 30% obrigada pela lei. Portanto, abre possibilidade para o capital privado, nacional e estrangeiro, se apropriar ainda mais de um recurso estratégico. Além disso, limita o poder fiscalizador que a estatal brasileira exerceria sobre a exploração do campo. Ou seja, não somente não garante que as operações passem a ser feitas maximizando lucratividade e eficiência, como desconsidera as implicações mais abrangentes de sua operação sobre a estrutura produtiva doméstica e suas consequências distributivas – em prejuízo, novamente, dos interesses da maioria dos brasileiros.

Falando na possibilidade de maior participação estrangeira na propriedade de ativos brasileiros, está em trâmite um texto substitutivo ao PL 4059/12 para flexibilizar o processo de compra de terras brasileiras por estrangeiros. O texto contraria parecer publicado pela Advocacia Geral da União — que veda, por exemplo, empresas estrangeiras adquirirem imóvel rural com mais de 50 módulos de exploração indefinida. Paralelamente, também se fortalecem os interesses ruralistas com a PEC 215/ 2000, que tem como objetivo retirar do Executivo o poder para demarcar terra indígena, transferindo a palavra final sobre demarcação das terras para o Congresso Nacional. Na prática, as terras ditas “tradicionais” passarão a ser interpretadas como qualquer outra propriedade rural. Ainda sobre esse tema, seguiu para a câmara dos Deputados a PEC 71/2011 (relatada pelo senador Blairo Maggi (PR/MT) e aprovada de forma unânime no Senado), que prevê a indenização a proprietários rurais com áreas incidentes em Terras Indígenas.

Há ainda a tentativa de flexibilização do estatuto do desarmamento. O texto substitutivo, do deputado Laudivio Carvalho (PMDB-MG), aprovado em uma comissão especial do Congresso, facilita a obtenção do porte de armas por mudar os requisitos necessários para o cidadão comum receber autorização para circular nas ruas portando armas de calibre permitido. Trocando em miúdos, será facilitado o acesso às armas por particulares, possibilitando, no limite, que novas milícias possam atuar concorrentemente às forças do Estado – aumentando, ao invés de retrair a violência.

Também no campo dos direitos civis, o PL 5069/ 2013 do deputado Eduardo Cunha (PMDB/RJ) aprovado pela Comissão de Constituição de Justiça (CCJ) da Câmara, altera regras sobre o aborto, criminalizando quem preste qualquer auxílio ou orientação. No caso de estupro, o texto prevê que o aborto seja permitido somente com exame de corpo delito. Já o Estatuto da Família, PL 6583/2013, de autoria do deputado Anderson Ferreira (PR/ PE), sedimenta uma definição excludente de entidade familiar (“o núcleo social formado a partir da união entre um homem e uma mulher, por meio de casamento ou união estável, ou ainda por comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes”), o que tem como consequência a exclusão do casamento homossexual e também da adoção por famílias formadas por homossexuais marcando um retrocesso enorme nos poucos direitos conquistados pela comunidade LGBT.

Ainda aguarda apreciação do Senado Federal a PEC 171, proposta originalmente em 1993, sobre a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos. Além de especialistas concordarem de modo quase unânime que a medida não afasta efetivamente adolescentes do crime, seu efeito político imediato é isentar o Estado do compromisso com políticas de juventude, combatendo-se o efeito e não a causa da criminalidade, como o comprova a experiência de outros países. A medida é absurda dentre outros motivos porque já existem leis que responsabilizam menores infratores. Todos esses diferentes projetos simbolizam enormes retrocessos nos direitos civis, que prejudicam principal e diretamente as vidas das mulheres, jovens e LGBTs.

Enquanto emergem aparatos legais tão polêmicos, é assustadora a aprovação da lei anti-terrorismo pelo Plenário do Senado em 24 de fevereiro de 2016, que reformula o conceito de “organização terrorista”. Como alardeiam os críticos, e também a Organização das Nações Unidas (ONU), o projeto agride os direitos humanos porque a tipificação para o crime de terrorismo está ampla e abre margem para a repressão de movimentos sociais e manifestações populares. Em nota, a ONU reforçou que definições imprecisas não são compatíveis com a perspectiva das normas internacionais de Direitos Humanos. Ou seja, no atual contexto em que os diversos atores políticos deveriam se fortalecer para fazer escutar suas vozes e disputar o poder, reprime-se seu direito fundamental de se organizar, movimentar e manifestar.

Mesmo que se seja a favor de um ou mais dos projetos aqui tomados apresentados, há de concordar que a premissa elementar, de que o que não pode ser limitado é a garantia da preservação das instituições democráticas. Ou seja, não é hora para decisões tão importantes serem tomadas sem amplo debate na esfera pública, com espaço para crítica e reflexão. A prioridade é, também, zelar pelos direitos humanos e pelas conquistas sociais que efetivamente melhoraram as condições de vida da maioria da sociedade brasileira. É preciso pensar também se essa ofensiva contra empresas brasileiras e contra o atual governo é genuinamente uma tentativa de combater a corrupção e moralizar a política nacional, ou se é uma investida seletiva a favor dos interesses financeiros e internacionais, contra a alteração da correlação de forças da sociedade brasileira dos últimos anos – em que se fortaleceu a posição do Brasil na geopolítica mundial ao mesmo tempo em que se retirou milhões de pessoas da miséria, aumentou-se a remuneração real média dos trabalhadores e atingiu-se a menor taxa de desemprego observada desde o fim da ditadura militar.

Cristina Fróes de Borja Reis, Doutora em Economia pela UFRJ, Professora de Economia e Relações Internacionais na UFABC, autora da monografia premiada pelo Tesouro Nacional Os efeitos do investimento publico sobre o desenvolvimento econômico: análise aplicada para a economia brasileira entre 1950 e 2006 (2008).

Tatiana Berringer, Doutora em Ciência Política pela UNICAMP, Professora de Relações Internacionais na UFABC, autora do livro A burguesia brasileira e a política externa nos governos FHC e Lula .(2015).

Maria Caramez Carlotto, Doutora em Sociologia pela USP, Professora de Relações Internacionais na UFABC, autora do livro Veredas da mudança na ciência brasileira. Discurso, institucionalização e práticas no cenário contemporâneo (2013).

Fonte: OUTRAS  PALAVRAS
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Noblat: o motivo do golpe ou quer que eu desenhe


Políticos precisam derubar logo Dilma antes que sejam atingidos ainda mais pela Lava-Jato e outras operações.

11 de March de 2016 - O jornalista Ricardo Noblat, colunista do jornal O Globo, foi direto ao ponto num post publicado hoje às 15h06.

"Políticos precisam derrubar logo Dilma antes q sejam atingidos ainda + pela Lava-Jato e outras operações."

Foi isso que o bloblogueiro disse de forma clara e límpida.Traduzindo: se Dilma cair acabam-se as investigações.

Sem mais e nem menos,

Mas tem gente que ainda vai para a rua no domingo pensando que está defendendo o fim da corrupção

Fonte: Blog do Rovai

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A hora de defender a Petrobras, por Pedro Celestino, do Clube de Engenharia (I)


Por Fernando Brito · 12/03/2016

A partir da correta decisão do Governo federal em 2010, de mudar o regime de exploração do Pré- Sal, quando se atribuiu à Petrobrás a condição de operadora única, com percentual mínimo de 30% de participação nos blocos, a empresa passou a ser alvo de sistemática campanha para desqualificá-la e desvalorizá-la. Artigos como o publicado no jornal Valor em 22 de janeiro último, sob o título “A hora da verdade – reinventar a Petrobras” têm esse propósito, para que o Pré-Sal possa ser capturado pelas petrolíferas privadas mundiais. Basta observar a euforia do CEO da Shell diante da notícia que o Governo estaria disposto a flexibilizar as regras de exploração do Pré-Sal.

Os articulistas, dois ex-membros do Conselho de Administração da Petrobras, ambos representando acionistas minoritários predominantemente estrangeiros, qualificam a situação da empresa como dramática. Seus problemas teriam começado há mais de dez anos, mas a “insustentabilidade” só ficou evidente aos primeiros sinais de queda dos preços do petróleo.

Apontam quatro problemas: 1) política de preços suicida; 2) plano de investimentos“megalomaníaco”; 3) estrutura ideológica de protecionismo (conteúdo nacional); 4) aparelhamento de parcelas da companhia.

Os articulistas não levam em conta a importância estratégica da Petrobras para o desenvolvimento do Brasil, desde a sua criação em 1953. Esquecem que, ao longo do tempo, contrariando os críticos, a empresa descobriu óleo e gás em escala crescente e capacitou-se a refinar todo o petróleo consumido no país. E que, em seu entorno, constituiu-se um expressivo contingente de fornecedores, projetistas, empreiteiros e montadores, gerando centenas de
milhares de empregos.

Por isso, criticam a política de preços. Almejam, sem dizê-lo, que eles estejam sempre alinhados aos preços internacionais para maximizar lucros, e não aos custos de produção, como deve ser em uma empresa estatal, para que os derivados, indispensáveis às atividades econômicas, tenham preços módicos. Não obstante, têm razão em criticar o congelamento de preços imposto pelo Governo federal à empresa, apesar de por ela alertado das indesejáveis conseqüências, pois a importação de combustíveis a preços maiores que os praticados no mercado interno causou-lhe grande prejuízo, além de desorganizar a produção de etanol no país.

A “megalomania” a que se referem possibilitou à empresa reverter a trajetória declinante iniciada após a quebra do monopólio em 1997. Os vultosos investimentos realizados após janeiro de 2003 criaram centenas de milhares de postos de trabalho em toda a ampla cadeia produtiva do setor deóleo e gás, possibilitaram o desenvolvimento de conhecimentos científicos, geraram novastecnologias, criaram mais oportunidades para as empresas de engenharia nacionais e estrangeiras aqui instaladas. Devolveram à Petrobrás seu papel histórico, o de ser um dos principais esteios do desenvolvimento econômico, social e tecnológico autônomo de nosso País.Produziram extraordinários resultados entre 2003 e 2013, atestados por rigorosas auditorias, atendendo às normas da SEC norte-americana (não nos esqueçamos que as ações da empresa são, desde a abertura do monopólio, negociadas em New York).

Quando investem contra a “estrutura ideológica de protecionismo”, os articulistas deixam clara sua posição contrária à exigência de percentuais crescentes de conteúdo nacional nas encomendas feitas pela Petrobrás. O argumento é simplório: produzir no Brasil é mais caro que no exterior. Não consideram a grande oportunidade trazida pelo Pré-Sal. Construir essas unidades no Brasil trará significativo aumento em nossa capacitação naval no setor petrolífero mundial, que se voltará inescapavelmente para aquelas lâminas d’ água, que são a última fronteira geológica prospectiva para hidrocarbonetos no planeta.

Amanhã: Por que a Petrobras deve? Porque tem petróleo para tirar.

(*) Pedro Celestino é Presidente do Clube de Engenharia

  Fonte: TIJOLAÇO 

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sexta-feira, 11 de março de 2016

Judiciário Nonsense

Bresser-Pereira: 'Brasil vive uma crise judicial, mundo do nonsense'


'Se Lula fosse corrupto, teria aproveitado as muitas oportunidades para obter propinas'

Economista e ex-ministro nos governos de Fernando Henrique Cardoso e José Sarney, Luiz Carlos Bresser-Pereira afirmou, nesta quinta-feira (10), que o Brasil está não apenas em crise política e econômica, mas também envolto em uma crise judicial, diante dos desdobramentos das investigações do ex-presidente Lula.

"(O Brasil) Enfrenta agora também uma crise judicial, na medida em que setores do Estado usam de forma abusiva seu poder. O último capítulo desta crise judicial foi, hoje (ontem), o pedido de prisão preventiva do ex-presidente, Lula, pelo caso do triplex do Guarujá. Estamos em pleno mundo do nonsense”, escreveu o ex-ministro.

Bresser-Pereira: "Os procuradores não têm provas; têm desconfianças"

Bresser-Pereira disse que os procuradores do Ministério Público de São Paulo que apresentaram denúncia à Justiça e pediram a prisão de Lula não tem provas, mas apenas desconfianças. Ainda segundo o economista, que é também cientista político, “se Lula fosse corrupto, teria aproveitado as muitas oportunidades para obter propinas elevadíssimas.
“Os procuradores não têm provas; têm desconfianças. Estão persuadidos, que Lula pretendia comprar o apartamento por preço abaixo do valor, porque não pagaria pela reforma realizada pela OAS, que, isto é verdade, queria dar um presente ao ex-presidente. Mas, para os procuradores, não se trata de um presente, mas de uma propina. Que, diferentemente de um presente, supõe o pagamento de vantagens. Mas até agora não houve qualquer informação dos procuradores as respeitos destas supostas vantagens. Sejamos razoáveis. Essas acusações a Lula (o apartamento, o sítio) são uma prova de idoneidade. Se ele fosse corrupto, como se sugere, teria aproveitado as muitas oportunidades para obter propinas elevadíssimas”, argumentou Bresser-Pereira.

Fonte: JORNAL DO BRASIL

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quinta-feira, 10 de março de 2016

Parati na fita

O jornalismo, a ética, os Marinho e a casa de Parati


Por Fernando Brito · 10/03/2016

Leio, no Diário do Centro do Mundo, a hipótese levantada por Paulo Nogueira – que com ele conviveu – de que João Roberto Marinho poderia ter liberado a Globo para uma ofensiva sem limites contra Lula e o governo pelo fato de ter surgido o noticiário constrangedor sobre as ligações entre a família Marinho e a mansão irregular construída na Praia de Santa Rita, em Parati.

Não creio – aliás, como o próprio Paulo também não – que seja esta uma hipótese provável, até pela inteligência que todos reconhecem em João Roberto.

De qualquer forma, a menção presta-se a uma reflexão sobre a prática da ética no jornalismo, tão escassa em nossas plagas. E, sejamos justos, também em outras terras, como são emblema vergonhoso os tablóides ingleses.

E obriga a este post, de natureza editorial.

Em momento algum invadiu-se a intimidade de sua família, ao contrário aliás, do que fizeram colunas sociais que registraram divórcios, casamentos e até mesmo o fez o Judiciário, publicando estupidamente no Diário Oficial nomes numa ação que, por definição legal, é sigilosa.

Em momento algum este blog – e quase sempre todos os outros que participaram do deslinde da propriedade da casa – publicou algo que não estivesse contido em documentos públicos.

Aliás, não apenas públicos, mas publicados na internet.

Mais ainda: todos os documentos nasceram de iniciativa das empresas e pessoas interessadas, com os dados e circunstâncias que resolveram utilizar. Quem ligou a Agropecuária Veine Patrimonial, dona formal da propriedade de Parati e a empresa de João Roberto e sua filha foi o endereço de registro fornecido por ambas à Receita Federal, informado por eles mesmos ou à sua ordem.

Nenhum deles foi obtido por “vazamento” ou “ajuda” das autoridades públicas, nenhuma informação foi colhida com porteiros, vendedores, lojas e outros prestadores de serviço que tenham tido ou os donos da mansão, exceto as que estes, espontaneamente, colocaram na rede mundial de computadores para promover seu talento, capacidade e bom-gosto.

Foi assim, por exemplo, com as fotos do exterior e do interior da casa, os vídeos e as animações computadorizadas aqui reproduzidas. Nenhum expediente escuso foi usado para obtê-las.

O que público está, público é.

Como são públicas e publicadas as autuações, multas, requerimentos e até a sentença que versam sobre as irregularidades e violações legais da edificação.

Igualmente, as parcas resposta oferecidas foram publicadas na íntegra, sem edições, sem notas de rodapé que as contradissessem, sem senões que as replicassem, exceto os feitos em separado, em novas matérias, como é dever jornalístico.

Também não foi ninguém pressionado a informar. Duas pessoas documentalmente ligadas às empresas que partilham o apartamento 601 da Rua Bulhões de Carvalho, 296 foram abordadas, gentilmente, por telefone – nada de cerco, embora dispusesse dos endereços – e responderam como quiseram: a primeira com ofensas e ameaças e a segunda com uma manifestação de que falaria pessoalmente, jamais efetivada. Não houve insistência, assédio, pressões.

Foi, ao contrário do que assistimos nos processos de investigação judiciais-policiais que a grande imprensa não questiona do ponto de vista moral e legal, uma apuração exclusivamente lógica e documental. Com a dedicação e a garra profissional que, certamente, quer João Roberto sejam praticadas por seus colegas e empregados jornalistas.

Se há irritação ou mal-estar pelo que se passou, que estes sejam dirigidos contra quem atropelou a legislação, camuflou propriedades e, ainda pior, o fez de forma pueril, que nem soube encobrir os rastros de ligação entre as empresas e a família a que pertencem ou pertenceram.

De minha parte, é isso o que tenho de registrar. Não contei, neste caso e em nenhum outro, com qualquer informação partida de órgãos públicos – exceto aquelas de acesso geral – ou informação privilegiada de governos, em qualquer esfera. Nem mesmo a ajuda indireta de patrocínio, porque não conto com ele – o pequeno anúncio da campanha contra o zika virus desta página é oferecido graciosamente, por dever de cidadania, como antes foi o da campanha contra o crack, aliás sobre o qual O Globo, de maneira dúbia, pretendeu insinuar tempos atrás, quando participei de uma entrevista com Lula, sem outro auxílio sequer senão o do café e das bolotas de pão de queijo servidas durante o encontro.

É por isso, e não por qualquer arroubo, que o tom de notificação adotado com este blog (e felizmente logo abandonado por uma postura gentil, que não foi recusada em um milímetro) não surtiu ou surtirá efeito e é, mais que uma violência, uma bobagem utilizá-lo.

Publicou-se e publicar-se-á aqui o que for documentado, aquilo que estiver amparado em fatos e provas, não em suposições ditadas por simpatias ou antipatias políticas.

Algo que, antigamente, correspondia à palavra jornalismo.

Fonte: TIJOLAÇO  

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O caso do tríplex de Parati, que seria de propriedade da família Marinho, proprietária do Grupo Globo, continua rendendo notícia na blogosfera.

Na velha mídia nenhuma nota sobre a  casa de praia, cheia de irregularidades, associações com empresas investigadas pela Lava jato, e muito mais.

Assim como Brito, do TIJOLAÇO, não creio que a família Marinho tenha desencadeado essa onda pra cima de Lula, Dilma e o PT por causa das notícias sobre o tríplex de Parati.

Acredito, sim, que a onda sobre Lula, Dilma e o PT já estava elaborada pelas oposições e pela velha mídia, e que, as notícias sobre a casa de Parati poderiam reduzir o foco total desejado pelas oposições sobre Lula, Dilma e o PT, daí as notificações feitas aos quatro sites independentes pelo Grupo Globo.

Algo mais ou menos assim; calem a boca porque vocês podem atrapalhar nossos planos.

Acontece que por aqui nas mídias independentes ninguém é de calar a boca quando se tem dados consistentes sobre crimes cometidos, principalmente, pelos arautos da moralidade, como Globo gosta de se apresentar.

O Gol do Jornalismo em Dia de Chuva

Documentário dos EUA mostra como a mídia de direita faz a lavagem cerebral nas pessoas

( Adaptado do Alternet )


Vocês já repararam como as pessoas tem se transformado em outras ultimamente, como o médico e monstro? Cidadãos antes cordatos, educados, gentis, de repente viraram cães raivosos, espumando pela boca, prontos a atacar o próximo. E o alvo de sua ira é sempre o mesmo, a esquerda, personificada no PT e em Lula, e as minorias: negro, gays, mulheres. Eu sempre fico com a impressão que o problema dessas pessoas não é política... Mas o que aconteceu para que elas ficassem assim? Será que a mídia tem alguma responsabilidade nisso?

Um documentário que estreia este mês nos EUA, The Brainwashing of My Dad ( A lavagem cerebral de meu pai, em tradução livre), explora um dos mais bizarros fenômenos de mídia norte-americanos: o perigoso poder que a mídia de direita pode exercer sobre os cidadãos comuns (lembrando que nos EUA há alternativas "liberais"; no Brasil só existe mídia de direita).

Quando a cineasta Jen Senko tentou entender a transformação do pai dela de um homem apolítico que votou a vida inteira no partido Democrata em um fanático de direita furioso, descobriu as forças por trás da mídia que o fizeram mudar completamente: um plano de Roger Ailes (CEO da FOX News)durante o governo de Richard Nixon para o controle da mídia pelos republicanos; o Powell Memo, conclamando líderes empresariais a influenciar as instituições de opinião pública, especialmente as universidades,a mídia e os tribunais; e, no governo Ronald Reagan, o desmantelamento da Fairness Doctrine (política governamental que garantia equilíbrio nas notícias de TV, com a obrigatória veiculação de visões opostas de determinado tema).

À medida que a busca de Senko avança, descobrimos que o pai dela é parte de um contingente muito maior, e que a história afeta a toda a sociedade norte-americana.

Utilizando entrevistas com personalidades da mídia, linguistas e ativistas de movimentos sociais, incluindo Noam Chomsky, Jeff Cohen, George Lakoff e outros, The Brainwashing of My Dad revela o plano de direcionar os EUA para a direita nos últimos 30 anos, principalmente através de manipulação midiática. O resultado disso é que hoje há menos vozes, menor diversidade de opinião, desinformação massiva intencional e uma enorme divisão do país. Alguém aí pensou no Brasil?

O documentário mostra como isso aconteceu (e ainda está acontecendo) e coloca questões como a quem pertencem as ondas de transmissão, que direitos nós temos como consumidores de mídia e qual a responsabilidade que o governo tem de fazer essas ondas serem realmente justas, acuradas e próximas à verdade.

Será que o filme vai ser exibido nos cinemas no Brasil? Tenho minhas dúvidas. Mas é sempre bom lembrar o já clássico Além do Cidadão Kane, do britânico Simon Hartog, sobre o poder de manipulação da TV Globo sobre os brasileiros.

Fonte : SOCIALISTA MORENA

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Quem é você ?  Você sabe ?

Uma quarta-feira, já por volta de nove horas da noite, resolvo ligar o rádio.

Quem sabe acontece um milagre, me pergunto, enquanto percorro todas as emissoras, AM e FM.

Nada de novo, inovador, e muito futebol.


Futebol que em uma emissora tem como atração um narrador que atende por Garotinho, enquanto que na emissora vizinha, o narrador atende por Garotão da Galera. Ambos na faixa dos setenta anos.


A narrativa da partida de futebol, pelo rádio, tem que, e se tem que então deve, passar emoção ao ouvinte, mesmo que a partida esteja sendo marrada não desperte nenhuma emoção, como tem sido o futebol brasileiro da atualidade.


Durante a narração vendem-se, plano de saúde, seguro de vida, medicamentos, combustíveis, mobiliário popular, noite em motel, almoço em churrascaria e muito mais.


Os narradores, comentaristas e repórteres fazem agradecimentos a parentes, amigos, conhecidos, autoridades, celebridades, políticos e o pessoal da polícia. Tudo isso, que não é pouca coisa, acontece com a bola rolando, durante o jogo.


Quando resolvem narrar o jogo passam, para o ouvinte, uma emoção com possibilidades de desfechos e perigos que não são condizentes com o que de fato acontece no campo de jogo.


O tom de voz dos narradores seduz e produz uma âncora no ouvinte pelo lado adolescente da audiência, falando para adolescentes ou transformando adultos em adolescentes.


De alguma forma, o esporte nos remete a emoções e sentimentos adolescentes, já que para muitas pessoas a prática esportiva é um significante que vem desde a primeira infância.


Olhando por esse lado, Garotinho e Garotão, são nomes, apelidos, marcas, bem apropriadas.


Se o caro leitor nem de vez em quando ouve rádio, mas assiste televisão, e assiste a programação da parte da tarde, por exemplo, vai assistir as mesmas notícias sobre crimes, acidentes e transtornos causados por chuvas todos os dias.


O leitor sabe que no verão chove muito, quase todos os dias, em muitas regiões e cidades do país, como a cidade de São Paulo, por exemplo, que chove todos os dias.


Chove todos os dias, todos os dias ruas ficam alagadas e todos os dias os apresentadores dos programas, em tom de sensacionalismo explícito, tentam ancorar a audiência com algo que se repete, que não é novo, não é extraordinário, e mais, é de conhecimento da população.


Assim como os narradores de futebol pelo rádio, os apresentadores dos programas de televisão usam o tom de voz, a emoção, um suposto e original perigo que não existe, e se existe é de conhecimento de todos.


Do futebol pelo rádio e passando pelos programas de televisão nos fins de tarde, há algo em comum na comunicação com o público, algo que assemelha as técnicas de venda de abordagem direta, formas e meios de sedução e convencimento, importâncias fabricadas, emoções artificiais, necessidades induzidas, spams cênicos.


Esse universo cênico e de propaganda também abrange o jornalismo nas emissoras de televisão.


Nos telejornais, os apresentadores passam ao público, ou tentam passar, uma imagem de seriedade, austeridade e credibilidade. O sensacionalismo também existe, assim como o tom de voz e as expressões faciais que sugerem, dependendo da situação, que a notícia apresentada é grave e de suma importância, diferentemente dos programas de final de tarde e das transmissões de futebol no rádio, onde o sensacionalismo é uma constante e a emoção está sempre a flor da pele, respectivamente.


Assim sendo, os telejornais se utilizam de uma gama maior de elementos de linguagem, tanto a linguagem verbal quanto a linguagem gestual, que combinados com as notícias apresentadas e as importâncias atribuídas ao que deve ser noticiado, produzem realidades específicas, e, de alguma forma, atuam na opinião pública criando conceitos, fabricando necessidades e estimulando emoções, assim como Garotinho, Garotão e apresentadores de final de tarde na TV.


Pode-se assim entender que a comunicação conduzida pela mídia ( emissoras de rádio, TV, jornais, revistas ) atinge o público produzindo emoções, criando necessidades e fixando conceitos ideológicos.


Com o surgimento da internete, com suas redes sociais, blogues e sites de informação e opinião , o padrão de comunicação da velha mídia pode ser melhor observado e avaliado, já que a comunicação digital é, em essência, anárquica, direta, de múltiplas formas, plural e abrangente, o que se apresentou como um contraponto a um padrão que por décadas exerceu um pleno domínio da comunicação e da informação.


Tudo isso gerou uma quantidade imensa de informação, confiável ou não, que tem colocado a velha mídia tradicional por vezes em exposição desconfortável e, ao mesmo tempo, de forma parodoxal, gerando nas pessoas uma busca por informação confiável.


Recentemente, e a título de exemplo ao até aqui exposto, em um programa de jornalismo da TV Brasil na última segunda-feira, 07.03.2016, a jornalista entrevistava um médico virologista que prestava esclarecimentos, precisos profundos, sobre o vírus Zika, suas formas de contágios conhecidas, doenças correlatas e o estágio atual da produção de vacinas contra o vírus. As explicações, apesar da linguagem por vezes muito técnica do médico, foram de suma importância pelos esclarecimentos prestados, a ponto de uma outra pessoa que fazia parte da mesa e que seria entrevistada sobre outro assunto fazer uma pergunta , que revela bem o estágio atual da informação.


Assim perguntou:


“ suas informações foram excelentes, esclarecedoras, mas onde podemos obter informações precisas”, já que as informações que circulam são contaminadas com mitos, interesses de mercado e políticos ?


O médico pensou por alguns segundos, calado , e em seguida disse que a pergunta era excelente, e , antes de iniciar a resposta repetiu que tratava-se de uma excelente e profunda pergunta.


Cabe lembrar que tudo isso acontecia em um programa de televisão, de jornalismo, que produz informação e com entrevistas sobre diferentes assuntos, e que, de alguma forma, revela o estágio atual da comunicação informativa do país.


Quanto a resposta o médico indicou um site que contêm opiniões de especialistas sobre o assunto e artigos científicos.


A pergunta revela a preocupação das pessoas por fontes fidedignas de informação, revelando que a velha mídia não mais desfruta da hegemonia no setor e que as mídias digitais ainda produzem muita entropia.


E assim os fabricantes de emoções, os sensacionalistas das tardes, o jornalismo ideológico e violento, criam e fazem na vida das pessoas necessidades, emoções, conceitos, ódios, amores, ao bel prazer de seus interesses políticos, comerciais, ideológicos, doutrinários e outros.


As pessoas , assim sendo, agem e são aquilo que talvez, se soubessem, não gostariam de ser ou fazer, e, estão, talvez, em lugares ou locais , que se soubessem porque de fato ali estão, talvez não gostassem de estar.




quarta-feira, 9 de março de 2016

Globo no comando do golpe

Globo incita a entrada em cena dos militares


Afirmo sem medo: o principal agente desestabilizador na crise política é a Rede Globo, que mente e distorce sistematicamente a realidade.


Lindbergh Farias

A Rede Globo tem um projeto para o Brasil: repetir a história do golpe militar de 1964 como farsa. Através das colunas de Merval Pereira e Ricardo Noblat, publicadas na edição de O Globo de hoje e na internet, de maneira artificial e imaginosa, instigam pela entrada em cena dos militares na crise política, reeditando a tradição autoritária do bonapartismo brasileiro.

O grande consórcio, que permitiu a uma empresa familiar detentora da concessão de um jornal e uma estação de rádio, se transformar num império de comunicação, foi a sociedade com a ditadura militar e o capital externo, no pagamento régio da contrapartida de a Globo ajudar ativamente no cerceamento das liberdades democráticas, enquanto nos porões a tortura campeava.

Sem dúvida, se não tivesse havido uma ditadura militar de mais de vinte anos no Brasil, não existira o monopólio da Rede Globo. Mas houve também o consórcio externo. O conglomerado de comunicação já nasceu sujo: os anais da história registram, nos anos de 1965 e 1966, a CPI Globo-Time Life, ocasião na qual o dirigente dos Diários Associados e também deputado, João Calmon, denunciou, ao arrepio da lei do nosso país, o consórcio dos dólares americanos no financiamento daquele grupo de comunicação. Quem quiser se aprofundar no tema, sugiro a leitura da bibliografia de Assis Chateaubriand, escrita por Fernando Morais.

Enquanto o artigo de Noblat é mais panfletário, o de Merval, metido a analítico, esboça alternativas de “saída” para a crise política que passam pela interrupção do mandato de Dilma, ou seja, que passam pelo desrespeito da vontade popular e dos mandamentos constitucionais. A esse respeito, continuo afirmando que a saída da crise só é possível de acontecer pela via do respeito à democracia brasileira. Os atalhos golpistas, as soluções ad hoc das elites como semipresidencialismo e governo de coalizão sem o PT, apenas aprofundarão ainda mais a crise.

No artigo de Merval, ele invoca o artigo 142 da Constituição Federal, lembrando que as forças armadas possuem o mandando da Constituição Federal na “missão de garantir da ordem pública”. Esquece o jornalista, porém que, também de acordo com a constituição, a presidenta é a comandante suprema das forças armadas, como deve ser numa democracia regida pelo Estado Democrático de Direito. Parece que o jornalista, embora de maneira alusiva, sugere a ultrapassagem de uma espécie de perigoso Rubicão, avocando às forças armadas, como no passado republicano do século XX, o papel de uma arbitragem superior ao próprio poder executivo. Até parece uma adesão às propostas de Jair Bolsonaro e dos grupos que nas manifestações de direita pregar uma intervenção militar no Brasil. No passado, se chamava os que usavam e abusavam dessa prática nefasta de “vivandeiras de quartéis”.

Merval entrevê a possibilidade de “venezualização” do país. Pergunto: de onde parte a radicalização? Afirmo sem medo, o principal agente desestabilizador na crise política é a Rede Globo, que mente e distorce sistematicamente a realidade. Para confirmar o que digo, basta relembrar a edição do Jornal Nacional de ontem (05/030), toda montada no sentido de justificar, sem conseguir, o arbítrio, que todo Brasil acompanhou, da injusta condução coercitiva do presidente Lula.
A semana que começa amanhã será dura e faço um apelo a que estejamos atentos. Não é hora de sossegar. Nesta semana, mais que nunca, é hora de persistir e resistir na estratégia de defesa do mandato de Dilma, ou seja, da vontade popular e da democracia. Como em dezembro do ano passado, armam-se novamente mais um ataque especulativo do mandato da presidenta. Não passarão!

Fonte: CARTA MAIOR