quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

A revolução Sanders

Quem no PT ousaria fazer as denúncias que Bernie Sanders tem feito? 

publicado em 03 de fevereiro de 2016 às 16:17
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enviado pelo professor Caio N. Toledo, via e-mail.
Bernie Sanders, candidato do Partido Democrático às eleições presidenciais dos EUA – que se afirma socialista –,  faz críticas contundentes ao sistema financeiro predador comandado por Wall Street, questiona a brutal distribuição de rendas no país, defende a educação e os serviços de saúde gratuitos, aumento do salário mínimo, corte de gastos das Forças Armadas, propõe radicais mudanças na política ambiental etc.
Certamente, pode-se ser dito que o palanque tudo aceita (prosopopeias, chicanas e bravatas). Mas persistiria ainda a indagação do colega: que candidato do PT, hoje, ousaria fazer as denúncias que Sanders tem feito ao longo de sua campanha?
Na reta final, quando será escolhido o candidato do PD, pode-se imaginar o que Wall Street, as grandes corporações e os aparelhos ideológicos dominantes farão para descontruir a candidatura de Sanders em favor da comportada família Clinton. (Nem tanto por parte de Bill numa antológica cena em pleno salão oval…
Fonte: VIOMUNDO
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Bernie Sanders e o legado do Occupy Wall Street

Por Renato Rovaifevereiro 3, 2016 18:17
Sanders é um antigo defensor do chamado socialismo democrático, mas é inegável que aquele movimento de ocupação em 2011 propiciou o espaço necessário para que suas ideias fossem ouvidas hoje com muito mais atençãoPor Glauco Faria
Quando o movimento Occupy Wall Street surpreendeu o mundo em setembro de 2011, diversos críticos repetiram um discurso já utilizado em relação a muitos outros movimentos horizontais ou formados majoritariamente por jovens. Para eles, a ocupação não teria consequências por, a princípio, não apresentar “propostas” ou alternativas ditas concretas para alterar a realidade denunciada nos protestos, centralizada na contestação ao 1% da população que impunha um modelo – e uma crise global produzida a partir dele – para os outros 99%.
Não entendiam que um dos primeiros objetivos era trazer à tona uma pauta invisibilizada, uma engrenagem que para muitos era oculta e que precisava ser debatida. E combatida.
Em fevereiro de 2012, Immanuel Wallerstein enxergava quais poderiam seras contribuições daquele movimento. “Quanto ao futuro, pode ser que o movimento tenha força em momentos específicos. De duas coisas ele pode ser capaz: forçar uma revisão rápida das medidas reais do governo para minimizar a dor aguda que as pessoas estão obviamente sentindo; e transformar, a longo prazo, a visão de largos segmentos da população norte-americana sobre as realidades da crise estrutural do capitalismo e as grandes transformações geopolíticas que estão ocorrendo, por vivermos hoje em um mundo multipolar.”
Ao que parece, hoje diversos segmentos da população dos EUA já enxergam o mecanismo que move e promove a crise do capitalismo em seu país. A medida disso é o sucesso da pré-candidatura do senador de Vermont Bernie Sanders à presidência pelo Partido Democrata. Suas propostas e seu discurso têm muito em comum com os ideias do Occuppy e mostram que, ao contrário do que muitos pregaram na ocasião, ele deixou um legado.
Aliás, à época, Sanders já saudava aquele acontecimento. “Precisamos desesperadamente que os trabalhadores venham junto para enfrentar Wall Street. Os americanos estão dizendo que ‘já deu’ (“enouh is enough”, expressão repetida por ele em sua campanha). Precisamos reconstruir a classe média neste país e vocês (o 1%) não podem ter tudo.”
Ou seja, o Occuppy conseguiu “mudar a conversa”, como aponta a professora da Universidade de Princeton Susana Draper. “De acordo com a indicação de vários estudos, devido à falta de perspectivas de emprego, dívida e insegurança, o ambiente cultural e ideológica da chamada ‘geração do milênio’ aponta para um claro abandono dos temores herdados do macarthismo, dando lugar a pontos de vista políticos muito mais aberto. Além de Iowa e New Hampshire, e além da eleição de novembro, podemos estar frente a uma mudança tectônica muito mais profunda na sociedade americana, e continuará a ter efeitos nos próximos anos.”
Sanders é um antigo defensor do chamado socialismo democrático, mas é inegável que aquele movimento de ocupação em 2011 propiciou o espaço necessário para que suas ideias fossem ouvidas hoje com muito mais atenção. Ver, por exemplo, o discurso do senador após seu belo desempenho em Iowa é reconhecer diversos traços dos manifestantes de pouco mais de quatro anos atrás. “O motivo pelo qual nos demos tão bem em Iowa e o motivo pelo qual creio que nos daremos muito bem em New Hampshire e nos estados seguintes é que a população dos Estados Unidos está dizendo ‘não’ a essa economia viciada. Ela não quer mais ver uma economia na qual um cidadão comum trabalhe cada vez mais horas por salários menores enquanto quase toda a nossa riqueza vai para o 1% de cima”, disse.
O próprio formato da campanha de Sanders também reflete a rejeição ao chamado 1%, já que ele se recusa a elaborar um Super PAC, comitê formado por grupos políticos independentes para arrecadar recursos para candidaturas. Sua campanha se baseia em doações individuais, que já chegariam amaisde 3,5 milhões hoje. “Nós não podemos mais ter um sistema corrupto de financiamento de campanha”, afirmou.
Isso permite, entre outros pontos, que ele possa bater de frente com grandes corporações ao defender um modelo econômico sustentável do ponto de vista social e ambiental,com mudança da matriz energética (ao contrário de parte dos republicanos que negam as mudanças climáticas) e a instituição de um imposto sobre Wall Street para financiar ações como a garantia de ensino superior gratuito para os jovens dos EUA.
Sanders, mesmo com as contradições inerentes a qualquer um e ainda que não consiga derrotar a poderosa máquina político-financeira de Hillary Clinton, mantém a chama da indignação do Occupy acesa. E aponta para um futuro que as novas gerações projetam de uma forma bem diferente do 1% que se acha eterno.
Na Espanha, o 15 M produziu o Podemos; na Grécia, as revoltas populareslevaram o Syriza ao poder e agora, nos EUA, surge Sanders com um discurso que casa com os ideais do Ocuppy. No Brasil, uma parte das ruas de junho já está se articulando via Movimento Brasil Livre e outros agrupamentos de direita, buscando a inserção na estrutura partidária e projetando possíveis candidatos. Por enquanto, ainda há um vácuo nesse campo institucional para representar o discurso mais à esquerda daquele movimento de 2013. E como em política não existe espaço vazio, algo novo pode estar prestes a surgir.
Foto de capa: Disney | ABC Television Group

Fonte: BLOG DO ROVAI

Água no apagão da velha mídia

 
A velha mídia está bem próxima de se afogar no aguaceiro de verão , que insiste em inviabilizar o desejado apagão.

É água em tudo que é lugar por aí, do Oiapoque ao Chuí.

Tem garoa, chuvisco, granizo, tempestade e até tornado , causando transtorno e espalhando água pra tudo que é lado.

Do litoral ao sertão, com toda essa água, esse ano não dá pra falar em apagão.
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Situação dos Principais Reservatórios do Brasil - 03/02/2016

REGIÃO SUDESTE / CENTRO-OESTE (situação atual 45.34%)

Rio Parnaíba


38,71% da regiãoSerra do Facão(3,23% da região)34.83%
Emborcação(10,65% da região)41.55%
Nova Ponte(11,21% da região)27.95%
Itumbiara(7,76% da região)35.38%
São Simão(2,50% da região)93.9%


Rio Grande

25,38% da regiãoFurnas(17,18% da região)51.95%
Mascarenhas de Moraes(2,15% da região)58.62%
Marimbondo(2,68% da região)88.44%
Água Vermelha(2,19% da região)98.13%

Rio Paraná

3,03% da regiãoIlha/3 Irmãos(3,03% da região)72.72%

Rio Paranapanema

5,77% da regiãoJurumirim(1,99% da região)86.12%
Chavantes(1,62% da região)79.97%
Capivara(1,94% da região)85.78%
Outras
(31,87% da região)

REGIÃO SUL (situação atual 96.84%)

Rio Iguaçu

50,93% da regiãoS. Santiago(16,30% da região)99.29%
G. B. Munhoz(30,39% da região)99.54%
Segredo(2,29% da região)96.49%

Rio Jucuí

16,08% da regiãoPasso Real(15,02% da região)87.89%

Rio Uruguai

29,77% da regiãoPasso Fundo(8,72% da região)98.08%
Barra Grande(15,21% da região)99.47%
Outras
(3,22% da região)

REGIÃO NORDESTE (situação atual 19.96%)

Rio São Francisco

96,86% da regiãoSobradinho(58,20% da região)12.86%
Três Marias(31,02% da região)24.38%
Itaparica(6,62% da região)47.59%
Outras
(3,14% da região)

REGIÃO NORTE (situação atual 33.96%)

Rio Tocantins

96,17% da regiãoSerra da Mesa(43,68% da região)19.36%
Tucuruí(51,53% da região)42.68%
Outras
(3,83% da região)

RegiãoCapacidade Máxima de Armazenamento MW.mês
SUDESTE / CENTO-OESTE205.002
SUL19.873
NORDESTE51.859
NORTE14.812
Fonte: OPERADOR NACIONAL DO SISTEMA ELÉTRICO

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Saúde porra louca

Conceição Lemes: Cuidado, ministro da Saúde Marcelo Castro faz mal à saúde!

publicado em 03 de fevereiro de 2016 às 12:50
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Na epidemia de zika vírus e de microcefalia, o trampolim para Marcelo Castro se tornar conhecido e ser governador ou senador pelo Piauí.  Em 3 de fevereiro de 2016, fala sobre o assunto na Comissão Geral da Câmara dos Deputados. Foto: José Cruz/Agência Brasil
por Conceição Lemes
Nessa segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016, a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou emergência de saúde pública internacional: o aumento de casos de microcefalia e a “propagação explosiva” do zyka vírus.
Margareth Chan, diretora-geral da OMS, afirmou:  
Os especialistas concordaram haver forte suspeita de uma relação causal entre a infecção por zika durante a gravidez e a microcefalia, embora ainda não comprovada cientificamente. Todos concordaram sobre a necessidade urgente de coordenar os esforços internacionais para investigar e entender melhor essa relação.
No Brasil, além de enfrentar o zika vírus e a microcefalia, nós temos um desafio extra: a incontinência verbal do ministro da Saúde, o deputado federal licenciado Marcelo Castro (PMDB-PI).
Após quatro meses à frente do Ministério, uma coisa é certa: Doutor Castro nunca poderia ser ministro, não fosse a grave crise enfrentada pelo governo da presidenta Dilma Rousseff, no final de 2015.
“[Ele] Interrompeu a prática da Medicina anos atrás para se dedicar aos seus próprios interesses comerciais e à política”, observou a reportagem do New York Times, de 31 de dezembro de 2015.
No sétimo mandato parlamentar – deputado estadual em 1981, 1986 e 1990; federal em em 2002, 2006, 2010 e 2014 –,ele está afastado da Medicina desde a década de 80.
Na Wikipedia, exceto a menção como ministro, há apenas estas linhas a respeito:
…formado em Medicina pela Universidade Federal do Piauí e Doutor em Psiquiatria pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Desde que assumiu, em 5 de outubro de 2015, aparentemente age para fazer do Ministério da Saúde o seu trampolim para governador ou senador do Piauí.
Como não tem expressividade médica– por exemplo, o seu antecessor, o médico sanitarista Arthur Chioro, participou ativamente da criação do SUS e da Reforma Sanitária –, Castro viu na epidemia do zika vírus a sua chance. E passou a falar pelos cotovelos, uma impropriedade atrás da outra.
Em 13 de janeiro, disse que “torcia” para que as mulheres fossem infectadas pelo zika antes do período fértil, como forma de ganhar imunidade antes de a vacina ser desenvolvida. O Estadão registrou:
O comentário foi feito quando Castro falava sobre os projetos de desenvolvimento de vacina contra o vírus, que chegou ao Brasil no ano passado, já circula em 20 Estados e está relacionado ao surto de nascimento de bebês com microcefalia.
O ministro disse que o imunizante, uma vez desenvolvido, seria fornecido para parte da população considerada mais suscetível. “Não vamos dar vacina para 200 milhões de brasileiros. Mas para pessoas em período fértil. E vamos torcer para que mulheres antes de entrar no período fértil peguem a zika, para elas ficarem imunizadas pelo próprio mosquito. Aí não precisa da vacina”, disse.
Algumas observações a respeito desse desatino:
Primeiro: “torcer” é para time de futebol, escola da samba e quetais; jamais para um ministro da Saúde falando sobre saúde, em público (tampouco no privado).
O papel do Estado é orientar e tomar todas as medidas possíveis para evitar o alastramento de qualquer epidemia, inclusive a do zika. O Estado deve proteger ao máximo os seus cidadãos, em especial as grávidas para prevenir a infecção.
“Para as infectadas pelo zika que quiserem levar adiante a gestação, apesar do risco potencial de microcefalia, deve haver políticas sociais para lhes dar apoio e garantir acesso a tratamento para elas e os bebês afetados”, defende a advogada e feminista Beatriz, Galli, assessora regional de políticas para América Latina do Ipas, ONG global que se dedica a acabar com mortes evitáveis e incapacidades decorrentes de abortos inseguros.
As infectadas pelo zika vírus também devem ter o direito de interromper a gestação o mais rápido possível.
Galli sustenta:“Elas não podem ser obrigadas a vivenciar uma gravidez contra a vontade nesse contexto de epidemia. Não se tem ainda todas as evidências científicas sobre os efeitos do zika no desenvolvimento fetal. Além disso, sabemos que as mulheres pobres irão buscar métodos inseguros para abortar, podendo arriscar a sua vida e a sua saúde. A gravidez forçada nestes casos afeta a saúde mental e pode ser equivalente a uma situação de tortura. O Estado deve garantir o acesso à interrupção legal para salvar a vida das mulheres e proteger a sua saúde”.
Segundo: como bem observou no Blog da Saúde a médica e feminista Fátima Oliveira, o ministro não sabe o que é idade fértil, ou reprodutiva, coisa bastante diferente de “período fértil”, que dura em média seis dias e corresponde ao período da ovulação, que é antes da menstruação.
Terceiro: se o negócio é “torcer” como apregoa o doutor Castro, ele deveria fazer o mesmo para que as gestantes não sejam vítimas de outras causas de microcefalia já comprovadas. A lista é grande: infecções por sífilis, rubéola, citomegalovírus, HIV, herpes simples, toxoplasmose, meningite, diabetes materna mal controlada, intoxicação por radiação, metais pesados (como cobre), abuso de álcool e outras drogas, entre outras causas.
Em 22 de janeiro, no Piauí, Marcelo Castro afirmou:
“Há cerca de 30 anos o mosquito vem transmitindo doenças para nossa população e desde então nós o combatemos, mas estamos perdendo a guerra contra Aedes aegypti. Vivemos uma verdadeira epidemia. Precisamos da sociedade brasileira mobilizada na prevenção a essas doenças”.
No dia 25, em Brasília, ele carregou mais nas tintas:
“Nós estamos há três décadas com o mosquito aqui no Brasil e estamos perdendo feio a batalha para o mosquito”, afirmou, ao lembrar que o país registrou recorde de casos de dengue em 2015, com mais de 1,6 milhão de casos.
“[O ministro] talvez tenha sido infeliz. Se dissesse que o mundo inteiro está perdendo a luta, seria mais correto. Porque o problema não é só no Brasil. O Aedes está alcançando distribuição mundial”, observou ao UOL virologista Paolo Zanotto, do Instituto de Ciências Biomédicas da USP, coordenador de força-tarefa de vários laboratórios empenhados em desvendar o zika vírus.
Ao acusar o Brasil genericamente, o ministro jogou no colo do governo federal a responsabilidade pela disseminação do mosquito Aedes Aegypti. O papel do Ministério da Saúde é dar recursos e traçar as estratégias para enfrentamento de epidemias. Quem executa as ações de combate ao mosquito são os estados e os municípios.
Em 2015, por exemplo, ocorreram 733.490 casos no Estado de São Paulo, governado por Geraldo Alckmin (PSDB). Isso corresponde  a  43% dos 1.649.008 casos de dengue no Brasil inteiro.
Dos 863 óbitos decorrentes de dengue no mesmo período no País, 454 estão também na conta do tucano Alckmin.
Isso sem falar em outras pérolas do ministro. Por exemplo, quando questionado sobre planejamento familiar em tempos de zika e microcefalia, Marcelo Castro afirmou que “sexo era para amadores; gravidez, para profissionais”.
Ele já disse também ser necessário trabalhar para evitar o surgimento de uma “geração de sequelados”.
Marcelo Castro ainda não se deu conta do peso da palavra e da responsabilidade de um ministro da Saúde sério.
Prezado ministro, o Ministério da Saúde não é palanque eleitoral nem tribuna, onde pode-se dizer o que vier na cabeça e ficar por isso mesmo. As palavras que o senhor utiliza têm de ser cuidadosamente medidas antes de serem ditas.
Não se trata censura. Não é tolher o seu direito de falar. Mas usar com responsabilidade e precisão cada palavra, pois cada uma delas traz consequências.
O ministro ainda não percebeu que a Medicina hoje em dia não é alicerçada em “achismos” pessoais, como na época em que se formou. Mas, sim, é apoiada em evidências científicas, ou seja: condutas médicas avaliadas com rigor e baseadas nas melhores publicações científicas de cada área.
Eu sou repórter especializada em saúde há 38 anos. E, se existe uma lição, que aprendi desde jovem, é que saúde é uma área em que, no dia seguinte, não podemos simplesmente dizer: sinto muito, nós erramos.
Em função do que divulgamos, alguém já pode ter decidido por uma conduta equivocada, que pode até ter impacto fatal na vida dessa pessoa.
Por isso, nós, repórteres de saúde, temos de apurar muito bem toda a informação. Consertar o erro para essa pessoa no dia seguinte ou em horas, na maioria das vezes é impossível. A possiblidade de não haver acesso à informação corrigida é muito grande.
O ministro precisa ter consciência de que a sua fala tem impacto na vida das pessoas – para o bem e para o mal, pelo restante da vida. Todas as suas falas são registradas e entram para a história, como bom ou mau exemplo.
A propósito, talvez o maior absurdo dito pelo doutor Marcelo Castro foi em Santos, no litoral paulista em 15 de janeiro de 2016. Deu a entender que o número de vítimas fatais provocadas pela dengue era aceitável, em comparação à ameaça do zika vírus. O Jornal da Orla, sob o título As barbeiragens do ministro da Saúde, assinalou:
marcelo castro em santos
Ao saber de tamanho disparate, um médico que conheço de longa data alfinetou: “Ao dizer que o número de vítimas fatais de dengue era aceitável, Marcelo Castro inaugurou o estupra, mas não mata da dengue”.
Parêntese: Em 1989, durante campanha eleitoral, o hoje deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) pronunciou a infeliz frase: “Se está com desejo sexual, estupra, mas não mata”.
Esse mesmo médico detonou: “Marcelo Castro é inimputável verbal”.
Prezado ministro, sensibilidade zero ou menosprezo pela vida alheia? Foram 863 vidas, homens e mulheres, de várias faixas etárias, ceifadas. E mesmo que a dengue tivesse matado um só jovem, o senhor diria para os pais, familiares e amigos dele que esse óbito não foi importante?
Eu, Conceição Lemes, diria que o doutor Marcelo Castro sofre da síndrome incontinência verbal, agravada por falta de familiaridade científica e autossuficiência, combinadas com saudosismo do seu tempo de psiquiatra e do que não deu certo, os manicômios.
Este último aspecto se manifesta claramente na escolha e manutenção do seu ultra repudiado coordenador-geral de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas, o também psiquiatra Valencius Wurch Duarte Filho.
Tanto que, em manifesto em vídeo, elenco e a equipe do filme Nise – O Coração da Loucura clamam pela exoneração de Valencius.
Prezado ministro, pelo que vimos até agora o senhor, doutor, já esgotou a cota de disparates até a próxima geração.
Portanto, atenção. Do contrário, muito em breve o seu nome será acompanhado desta advertência: Cuidado, ministro da Saúde, Marcelo Castro, faz mal à saúde


Fonte: VIOMUNDO