sábado, 9 de janeiro de 2016

Ladrões e Bancos

Para superar o capitalismo, sistema de morte (I)

Por Mauro Lopes– on 31/12/2015




Novos ensaios em “Outras Palavras”: informado pela Teologia da Libertação e pensamento do papa Francisco, colunista escreve sobre grandes impasses contemporâneos. No primeiro texto, o papel dos bancos e da aristocracia financeira

Por Mauro Lopes | Imagem: Emil Nolde, Máscaras (1911)

Escrevo hoje e nos próximos dias uma breve série de meditações sobre o capitalismo a partir do ensinamento da Igreja e do Papa Francisco, que no II Encontro dos Movimentos Populares, em Santa Cruz de la Sierra (Bolívia), em julho de 2015, qualificou o sistema de “ditadura sutil”. Para o Papa, o capitalismo “é insuportável: não o suportam os camponeses, não o suportam os trabalhadores, não o suportam as comunidades, não o suportam os povos…” Antes, em abril, um dos líderes da reforma da Igreja, o cardeal de Tegucigalpa, Óscar Andrés Rodriguez Maradiaga, ex-presidente da Cáritas mundial e coordenador do grupo encarregado da reforma da Cúria romana, havia afirmado que o capitalismo é “um sistema econômico que mata”. Não são ensaios nem artigos, apenas breves meditações que buscam colocar-se a serviço da Igreja, que busca retomar o caminho original dos ensinamentos de Jesus.

I – Os bancos

Minha nova atividade profissional fez-me frequentar um ambiente no qual não pisava há quase vinte anos: as filas de agências bancárias. O que tenho testemunhado é um verdadeiro massacre. Toda vez que alguém chega para fazer um pagamento ou retirar dinheiro ou qualquer outra operação nos caixas dos grandes bancos e seu cartão é inserido nas maquininhas, abre-se uma tela para o funcionário do banco com as informações necessárias para espoliar a pessoa. Os velhos e velhas aposentados são as vítimas preferenciais. Os bancos tentam arrancar seu dinheiro sem dó nem piedade, aproveitando-se do fato de estes aposentados terem uma renda mensal garantida. Nos caixas, jovens bem falantes, articulados e obrigados à “venda”, sob o risco de não “atingirem as metas” e, no limite, serem demitidos por isso. É um sistema infernal. Outro dia minha mulher testemunhou um velhinho quase aceitando um crédito de 40 mil reais diante da insistência do caixa: “O senhor não está precisando trocar de carro? Tem aqui 40 mil, podemos fazer já. O senhor usa e paga um pouquinho por mês”. Ela quase se meteu para impedir o assalto, mas a ultima hora o senhor recusou.

Outro dia vi uma cena semelhante, com uma senhora que visivelmente não estava entendendo a oferta criminosa da caixa do banco. Ao ver que eu estava ao lado olhando, a funcionária do banco recuou e desconversou. Imagine quantas milhares de vezes ao dia a cena se repete. E quantas vezes o assalto é bem sucedido. Agora, os bancos inventaram um jeito de poderem praticar o crime de maneira mais discreta, reduzindo o risco da indignação pública nas filas. Meteram umas divisórias de vidro que impedem aqueles que estão na fila vejam ou escutem o que acontece na boca dos caixas. A desculpa chega a ser ridícula. Dizem os gerentes de duas agências em que perguntei a razão da medida que é “para segurança dos clientes” – teoricamente para evitar assaltos à saída das agências. Conversa fiada. É para facilitar o assalto que acontece dentro das agências, para garantir privacidade à ação criminosa dos caixas. Não, em sua imensa maioria eles não são criminosos, são igualmente vítimas da engrenagem. Em minha família há duas pessoas que são funcionários de grandes bancos e estão gravemente adoentadas emocionalmente por isso.

É claro que os lucros dos grandes bancos não são feitos exclusivamente sobre o roubo aos velhos aposentados. Mas eles funcionam como os assaltantes de farol: evitam os mais fortes, preferem os mais frágeis — é mais fácil e seguro.

As fontes de lucros dos bancos são diversas e todas elas assentadas sobre práticas comparáveis aos saques feitos nas guerras.

Há um artigo memorável e atualíssimo do professor Ladislau Dowbor publicado no site Outras Palavras em outubro de 2014, “Bancos: o peso morto da economia brasileira”. Leia, é de fato imperdível. Nele, Dowbor detalha as fontes dos lucros do sistema financeiro no Brasil. Os números são referentes a 2014, mas são ainda mais escorchantes em 2015.

1. Juros dos crediários: há uma “pegadinha” malandra dos bancos, que é a de apresentar as taxas apenas referentes ao período mensal e esconder o número anualizado. Facilita engambelar as vítimas. Com base em números oficiais da Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) – dados de junho 2014 –, Dowbor informa que os juros praticados no mercado para a compra de uma TV eram de 6,87% ao mês, um juro real ao ano de 122% – “literalmente, um assalto”, escreveu o professor.

2. Juros para pessoa física: “Tomando os dados de junho 2014, constatamos que os intermediários financeiros cobram juros de 238,67% no cartão de crédito, 159,76% no cheque especial, 234,58% na compra de automóveis. Os empréstimos pessoais custam na média 50,23% nos bancos e 134,22% nas financeiras. Estamos deixando aqui de lado a agiotagem de rua, que ultrapassa os 300%.” Dowbor não escreveu, mas a agiotagem de rua é, em boa medida, controlada pelos grandes bancos. Mas esclareceu que os números para o cartão de crédito – juros de 238%, segundo a Anefac – eram estimados em 280% pela Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs)! Achou pouco? Em setembro de2015 o Banco Central informou que os juros do cartão de crédito haviam ultrapassado 400% ao ano – muito mais que a “agiotagem de rua” de 2014.

3. Juros para empresas: Escreveu Dowbor que “as taxas de juros para pessoa jurídica não ficam atrás. O estudo da Anefac apresenta uma taxa praticada média de 50,06% ao ano, sendo 24,16% para capital de giro, 34,80% para desconto de duplicatas, e 100,76% para conta garantida. Ninguém em sã consciência consegue desenvolver atividades produtivas, criar uma empresa, enfrentar o tempo de entrada no mercado e de equilíbrio de contas, pagando este tipo de juros. Aqui, é o investimento privado que é diretamente atingido.”

4. Juros sobre a dívida pública: Os bancos são os maiores detentores de títulos da divida pública. Ganham uma fortuna. Mais uma vez, o texto do professor Ladislau: “Quando gastamos 5% do PIB para pagar os juros da dívida pública, significa que estamos transferindo, essencialmente para os bancos donos da dívida e um pequeno grupo de afortunados, cerca de 250 bilhões de reais ao ano, que deveriam financiar investimentos públicos, políticas sociais e semelhantes. Para os bancos, é muito cômodo, pois em vez de terem de identificar bons empresários e fomentar investimentos, tendo de avaliar os projetos – enfim, fazer a lição de casa – aplicam em títulos públicos, com rentabilidade elevada, liquidez total, segurança absoluta. É dinheiro em caixa, por assim dizer, e rendendo muito.”

“Nesse caso, além do efeito macroeconômico, há outro: a chantagem política e a ameaça constante contra o governo. Este é um processo não apenas brasileiro, mas global, como bem tem anotado o Papa. Outro professor, François Morin, da Universidade de Toulouse e membro do conselho do Banco Central francês, lanço em maio o livro “L’Hydre Mondial [A Hidra mundial], sobre os 28 bancos que dominam a economia mundial. Numa entrevista em setembro de 2015, também publicada no Outras Palavras, ele adverte sobre a situação-limite das dívidas públicas e de como os Estados estão nas mãos dos bancos: ”Todas as condições estão maduras para um novo terremoto financeiro ocorrer, quando os Estados estão exangues. Ele será ainda mais grave do que o precedente. Ninguém pode desejá-lo, porque seus efeitos econômicos e financeiros serão desastrosos e suas consequências políticas e sociais podem ser dramáticas. Podemos vê-los na Grécia. Urgência democrática e lucidez política tornaram-se indispensáveis e urgentes”.

2015 foi um ano duro, a crise foi forte no Brasil não foi? Pessoas perderam empregos, empresas fecharam ou tiveram prejuízos, o setor público entrou em crise em todas as esferas, nacional, estadual e municipal. Mas para os bancos o céu continuou de brigadeiro.

Parece inacreditável, mas é verdadeiro. A cada trimestre, este ano, assistimos – alguns abismados — os bancos continuarem a bater recordes em seus lucros. Recordes sobre 2015, 2014, 2013, 2012. Recordes sobre anos difíceis para a economia e anos de crescimento acelerado. Para os bancos, só boas notícias.

O ano nem acabou mas os números são maravilhosos – para os banqueiros, é claro. Até agora, sabemos o que os bancos lucraram até o fim de setembro. Não trema. Fiquemos apenas no “trio de ferro”, os três grandes bancos de rede do país.

O Itaú lucrou até setembro R$ 17,6 bilhões; o Bradesco, R$ 12,7 bilhões; o Santander, R$ 6,6 bilhões. Não trema. Até setembro de 2015 os três bancos arrancaram de aposentados, de pessoas e empresas que precisaram de créditos, de incautos (nós todos) que pagamos tarifas e do Estado dinheiro suficiente para terem um lucro de $ 36,9 bilhões. Não é que eles arrancaram isso da sociedade. Não. Eles arrancaram muito mais. Isso é apenas o lucro. Mantido o desempenho dos trimestres anteriores, Itaú, Bradesco e Santander terão um lucro de ao redor de R$ 50 bilhões em 2015!

Apenas três instituições financeiras terão drenado da sociedade para seus cofres, em ações que numa sociedade marcada pelo respeito ao próximo seriam criminalizadas, R$ 50 bilhões em um ano! Para os mortais comuns, um número como este é tão estapafúrdio que perdemos o senso de grandeza. São números macroeconômicos. A direita brasileira quer o golpe contra Dilma por causa das tais “pedaladas fiscais”. Segundo os números do Tribunal de Contas da União (TCU) e outros disponíveis na imprensa, elas estariam entre R$ 40 bilhões e R$ 57 bilhões. Os roubos mensurados na Petrobrás até agora alcançam R$ 19 bilhões. Mas veja que os números referentes às tais pedaladas e à corrupção na Petrobrás são a soma total de anos a fio: no caso dos bancos, é o butim de apenas um ano!

Mas não há uma linha sobre este assalto ao povo brasileiro nos jornais, revistas, TVs. A velha mídia cala. Há uma operação complexa e torpe na sociedade. Alguns dos elementos desta operação de legitimação do assalto ao país são:

1. A velha mídia tem parte expressiva de suas receitas oriunda das verbas publicitárias dos grandes bancos. Só em 2015, o Itaú entregou R$ 225 milhões para o patrocínio do futebol na Globo! Lembre o que o lucro do ano do Itaú não embute este valor. O banco terá lucrado algo como R$ 24 bilhões já descontada a grana para o futebol da Globo (só para o futebol, sem contar o resto). O quadro repete-se em relação aos outros dois bancos do “trio de ferro” e em relação a todos os veículos da velha mídia, em suas diversas expressões. Dá pra imaginar a Globo ou a Folha ou a Veja dando manchetes ou entrando em campanha contra os lucros obscenos dos bancos?

2. Os chamados “jornalistas econômicos” buscam suas informações sobre os bancos… nos próprios bancos ou nas entidades patrocinadas por eles!

3. Os bancos agem mais ou menos como os traficantes nas favelas. Tentam comprar a opinião da sociedade com obras de alto valor percebido pelas comunidades ou sociedade. Os traficantes de drogas bancam campinhos de futebol, piscinas, transportes para as comunidades. Assim, o Itaú tornou-se algo como um mecenas da pós-modernidade. Itaú Cultural, MAM e tantos outros investimentos culturais. Você acha que é o Itaú que paga. Mas é você! É do dinheiro arrancado dos aposentados, do governo, das pessoas e empresas endividadas que eles “fazem bonito”. Mais uma vez: o lucro dos bancos exclui o que investem nestas ações.

Esta ação perversa dos bancos, pois travestem de bondade e consciência o que é cortina de fumaça para legitimar os lucros arrancados com o suor do país todo, estende-se evidentemente ao cenário político. Os bancos, direta ou indiretamente, financiam partidos e candidatos e, se o vento sopra pra esquerda, lá vão eles para a esquerda; se sopram para a direita, lá vão eles. Acabamos de ter um ministro da Fazenda que era funcionário do Bradesco até chegar ao cargo – o que foi revelador dos descaminhos do segundo governo Dilma logo ao seu início! Dá pra imaginar o ex-funcionário de um dos três bancos do “trio de ferro” defendendo o país da ação nefasta das instituições financeiras?

Como diz o Papa, a ditadura do capitalismo é “sutil”. Os grandes bancos são um dos principais protagonistas da construção deste sistema ditatorial. É sutil, mas, como acrescentou o Papa, é crescentemente insuportável: “não o suportam os camponeses, não o suportam os trabalhadores, não o suportam as comunidades, não o suportam os povos…”.

Encerro esta primeira meditação com o fim da entrevista de François Morin: “A hidra bancária nasceu há cerca de dez anos, e já tomou conta de todo o planeta. O confronto de poderes, entre bancos avassaladores e poderes políticos enfraquecidos, parece agora inevitável. Um resultado positivo desta luta – a priori desigual – só pode ocorrer por meio mobilização de cidadãos que estejam plenamente conscientes do que está em jogo.”



Fonte: OUTRAS PALAVRAS
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Certa ocasião, recentemente, um banqueiro querendo aumentar os lucros do banco saiu com essa:

"para que tenhamos mais lucros se faz necessário tirar o dinheiro dos pobres. 

Somente os pobres andam com dinheiro vivo no bolso.
Os ricos usam cartões. "


Os ladrões e assaltantes nas cidades, de alguma forma, também pensam da mesma maneira que o banqueiro.

O transporte público e o partido do chá


Protesto contra reajuste nos preços de ônibus termina com confronto e detidos


A confusão começou no fim da tarde e a entrada da Central chegou a ser fechada por alguns minutos. Por volta das 21h, o cenário do lado de fora da estação era de guerra, com objetos queimados e novo confronto entre a cavalaria da PM e manifestantes. Alguns participantes do protesto foram detidos.
O tumulto teria começado quando bombas caseiras foram atiradas por manifestantes na Avenida Presidente Vargas. Eles também jogaram pedras nas instalações da Guarda Municipal e nos guardas que estavam no interior do prédio, que fica em frente à estação de trens. A polícia, então, teria respondido com bombas de efeito moral e de gás lacrimogênio. Passageiros e manifestantes correram para a central de trens para fugir da fumaça.
Um dos manifestantes apanhou e levou choque dos policiais militares. O Batalhão de Operações Especiais e policiais de Operações Táticas, com cães, chegaram por volta das 21h.
Um ônibus chegou a ser depredado e lixeiras e cones foram queimados. Pessoas que saiam do trabalho tiveram problemas para voltar para casa, pois os ônibus deixaram de circular.  "Moro em Duque de Caxias e não sei o que fazer, porque o ônibus que eu pego não está passando", disse Maria da Graça Sousa.

Protesto pacífico
A manifestação começou pacífica, com milhares de pessoas reunidas por volta das 18h na Cinelândia. A multidão seguiu até a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) e de lá foi para a Central do Brasil.

Manifestação começou pacífica
Manifestação começou pacífica

O gestor ambiental Carlos de Oliveira, 34 anos, foi para o protesto de bicicleta. “Uso a bicicleta para trabalhar, mas infelizmente tenho que pagar passagem, porque moro em Niterói e preciso das barcas. E a passagem vai subir para R$ 5,90. É um absurdo. Não vou ter como vir", disse.

O estudante Gabriel Gomes,18 anos, chegou cedo com um grupo de amigos. "Vim aqui para lutar pelos nossos direitos, porque aumentar a passagem é uma violação do bolso do trabalhador, porque a população fica à deriva, não vê as melhorias".
O ajuste tarifário das passagens não foi o único tema abordado no protesto. A defesa do direito de manifestação, os gastos públicos com a Olimpíada e a violência policial também foram assuntos de cartazes, músicas e palavras de ordem.
Prestes a completar 90 anos na semana que vem, o fotógrafo aposentado José Galhassi de Oliveira se juntou ao grupo para protestar contra a corrupção. "A corrupção atinge os três poderes. A única solução para o Brasil é uma revolução, porque votar em qualquer deputado hoje é ser cúmplice do roubo que ele cometerá", defendeu ele, que já foi preso e torturado durante a ditadura militar por ser contra o regime.


Fonte: JORNAL DO BRASIL
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Pesquisador estuda o cérebro de revoltados que foram xingar o neto de Dilma no hospital. Por Kiko Nogueira

Postado em 09 jan 2016

neto de dilma
O segundo neto de Dilma, Guilherme, nasceu nesta semana em Porto Alegre. Ela foi à maternidade visitar a criança e a mãe.
Ao deixar o hospital, o comboio que a levava passou por um protesto de três pessoas — se é que, tecnicamente, três fulanos segurando cartolinas podem ser definidos como protesto.
Eles empunhavam cartazes dizendo que o menino deveria ter nascido no SUS. Estavam enrolados em bandeiras do Brasil, no figurino básico dessa galera.
No Facebook, onde um grupo de interventores militares postou a foto em sua página, uma senhora chamou o menino de “mais um comunistinha”, seguida por outras pessoas com xingamentos mais pesados.
Que tipo de gente faz esse tipo de manifestação em porta de hospital? Chamar um recém nascido de comunistinha é normal? Não. E o problema vai além da burrice e do fanatismo político.
Cientistas estão tentando procurando uma cura para a deterioração do cérebro dos extremistas revoltados on line kataguiris e quejandos.
Uma resposta veio dos EUA. Um psiquiatra chamado Steven Schlozman, da Universidade de Harvard, chegou a uma série de conclusões curiosas sobre as mentes coxas em seu livro “As Autópsias Zumbis” (sem lançamento previsto no país, infelizmente).
O vírus zumbi rói o cérebro a partir da amídala. Os lobos frontais, responsáveis pela resolução de problemas, são destruídos, de modo que zumbis não podem tomar decisões complexas.
Uma deficiência no cerebelo explica por que eles não conseguem andar direito. “Basicamente, eles são como crocodilos bêbados, pois não são inteligentes, não sabem quem você é ou o que você é”, diz o professor.
O vírus tem vários componentes que destroem o tecido  cerebral, um dos quais é o “prion”, uma proteína como a que causa a doença da vaca louca.
O matemático da Universidade de Ottawa Robert Smith? (que usa o ponto de interrogação para se distinguir do homônimo da banda The Cure) calculou que, se um zumbi for introduzido numa cidade de 500 mil pessoas, depois de cerca de sete dias todos os seres humanos seriam infectados.
“Os zumbis representam uma espécie de comentário sobre a modernidade”, diz Schlozman.
O trio que hostilizar um bebê, sua mãe e sua avó é uma evidência cabal de que o apocalipse zumbi começou no Brasil e você não pode ficar aí parado

Fonte: DIÁRIO DO CENTRO DO MUNDO
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Mais uma vez, como em outras ocasiões, os protestos contra o aumento das passagens do transporte público acabam em violência, pancadaria e quebra-quebra.

Pagar para poder se movimentar de um lugar ao outro, seja para trabalhar, seja para se divertir.

E se paga muito usando os transportes públicos.

Pode-se não utilizar os transportes pagos e fazer o percurso desejado caminhando ou pedalando .

Neste caso, o tempo das cidades, o tempo da vida não permitem que os deslocamento das pessoas aconteçam no ritmo do caminhar.

A bicicleta, então, passa a ser uma boa opção, quando não chove.

No entanto, se deslocar de bicicleta pela cidade, seja para o trabalho ou por diversão, tem sido apontado como um ato subversivo, desafiador, coisa de comunista, gente diferenciada que afronta os valores capitalistas.

Como desdobramento, os ciclistas , que já são pouco respeitados por condutores de veículos automotores na selva urbana, passam a ser vistos como subversivos e, consequentemente ,o risco de serem alvejados no trânsito aumenta significativamente.

Recentemente, na cidade de São Paulo, o prefeito Fernando Haddad deu início a construção de ciclovias e de pinturas de ciclofaixas, destinadas, principalmente, como meio de locomoção das pessoas para o trabalho.

Um senhora paulistana, ao ver que diante da porta de sua casa passaria uma ciclovia ficou indignada, pois não mais poderia dispor do lugar que seus amigos estacionavam carros quando visitavam sua casa.

Alheia a questão da mobilidade das pessoas, e até mesmo ao ganho no conjunto da economia que a facilidade da locomoção viabiliza, a senhora paulistana quatrocentona focou, apenas, na dificuldade que suas amigas teriam para estacionar os carros para participar das rodas de chá e conversas.

Alienada, como a totalidade dos brasileiros que se informam através da grande mídia, desconhece o fato de que qualquer intervenção, por menor que seja, no meio urbano causa um impacto, mas a relação custo-benefício para o conjunto da sociedade é o que prevalece na tomada de decisões.

As amigas perderam a facilidade do estacionamento na porta da casa da Senhora do chá, porém muitas pessoas se beneficiaram com a ciclovia.

Cabe lembrar que até mesmo a instalação de uma luminária causa um impacto, podendo alterar a iluminação de residências próximas a luminária, deixando residências com maior luminosidade, o que para alguns é problema e para outros é solução

Apesar do chá, as pessoas tem que se locomover, já que as cidades não foram planejadas para que se possa viver perto do locais de trabalho.

No mundo inteiro a bicicleta é uma alternativa, de transporte ecológico e de saúde.

Assim sendo não é de se estranhar que em um mundo em que tudo é mercadoria, a indústria automotiva, e a indústria da "saúde" não vejam com bons olhos a facilidade , saudável, que a locomoção por bicicleta viabiliza aos seus usuários.

Urge demonizá-los, persegui-los e mesmo ameaça-los, caso insistam em suas práticas subversivas que afrontam o livre comércio e a livre concorrência.

Uma grande parcela da sociedade paulistana encontra-se na vanguarda da irracionalidade, quando o assunto é mobilidade urbana e uso de bicicletas.

Por outro lado, estando os governos do PT incentivando o uso de bicicletas, fica caracterizado, para a "vanguarda paulistana " o avanço do comunismo no Brasil.

E é assim que pensam os setores de direita no país, incitando o ódio e a ignorância, principalmente através da grande mídia, por jornais, revistas, programas de TV, programas de rádio e pelas redes sociais na internete.

Em meio a esse caldo, um movimento social , o Movimento pelo passe Livre, prega a bandeira em defesa de um transporte público, gratuito e de qualidade para todas as pessoas.

Alguns dirão que trata-se de uma utopia, mas, que na realidade o transporte público, assim como a saúde pública e a educação pública devem ser serviços gratuitos e de qualidade para todas as pessoas.

Em uma sociedade onde a população seja bem educada, saudável, bem atendida em casos de saúde, e com facilidade de mobilidade, certamente a economia vai responder bem, a roda vai girar melhor e até mesmo os encontros para o chá acontecerão em grande quantidade.

Assim sendo a proposta de transporte público gratuito e de qualidade tem o apoio do PAPIRO, no entanto, sempre que o assunto toma as ruas das cidades outros interesses aparecem, transformando e mutilando as manifestações por algo legítimo em campos de batalha, fazendo com que a grande mídia noticie a violência nas ruas em detrimento de um debate sobre a necessidade da locomoção das pessoas.

Ou seja, em lugar de uma discussão sobre o transporte, fotos e textos sobre brigas , prisões, feridos e quebra-quebra.

Quem perde com tudo isso são os que usam o transporte público e quem luta por transporte gratuito e de qualidade, ou seja, a maioria da população.

Naturalmente, os empresários do setor de transportes e a grande mídia agradecem à todos aqueles que promovem atos de violência.

Na era da irracionalidade e da alienação, manipular as massas nunca foi tão fácil.

Considere , ainda, que esses setores que desejam que o povo morra, trabalham diuturnamente pelo fracasso e pelo caos no país, e ainda no ano em que acontecem as olimpíadas na cidade do Rio de Janeiro.

Quando um grupo de pessoas se reúne na porta de um hospital para agredir, com faixas e cartazes, o nascimento de uma criança, essas mesmas pessoas tem muito em comum com os oficiais da Alemanha nazista que usavam recém nascidos para fazer experiências supostamente científicas.

Marvada em alta

A Cachaça: o resgate



Recentemente fui jantar no Restaurante Brigite’s, no Leblon e a dupla Leo “Black”, o bartender e Isadora Bello Fornari, especialista em cachaças (cachacelière?) me convenceu a provar um Negroni “tropical”.



Receita: Carpano Punta e Mês, Vermute (seco) e (em vez de gim) … cachaça envelhecida em barris de carvalho. Uma delícia.

Observação: eu não poderia “falar” de cachaça sem mencionar a minha amida Deise Novakovsky que há um par de anos (e põe tempo nisso) entende, defende e … prova as melhores Cachaças.



Ou seja, de uns 50 anos para cá (eu acho), a Cachaça saiu do botequim e vem ganhando status de bebida de entendidos em blogs, “clubes”, bares chiques e restaurantes da moda. Participa de concursos. Está no display de hotéis quatro e cinco estrelas. Industrializada ou artesanal.



Mas nem sempre foi assim. Durante todo o ciclo da cana de açúcar, do ouro e do café, a marvada foi a bebida do escravo, do negro … do cachaceiro.



Isso explica, talvez, porque o substantivo Cachaça é o vocábulo em português com mais sinônimos (para uns, 2000, para outros, 5000). Fazia parte da psicologia “do imigrante” desses despossuídos totais disfarçarem seu gostos, seus sentimentos — com medo do pelourinho.

Mas, e talvez por isso mesmo, como bem observou Câmara Cascudo no seu livro Preludio da Cachaça, publicado na sua Natal, em 1967, “ ela assegurou a sua sobrevivência ficando com o povo”.

Sobrevivência e expansão: a Cachaça era produzida em larga escala nos engenhos de Pernambuco, Bahia, sul do Rio de Janeiro e nas Minas Gerais. Paraty chegou a engarrafar 800 mil litros por ano, no final do século XVII. E assim foi até a abolição da escravatura, quando a produção entrou em franco declínio por óbvios motivos.

Mas mesmo durante essa gangorra que durou cerca de 400 anos, a imagem da Cachaça sempre esteve associada à escumalha.

Foi preciso que fatos políticos primeiro, e só depois econômicos, viessem em seu socorro.

O primeiro, A Revolução de Arte Moderna, em 1922. O manifesto/movimento Pau-Brasil defendia a cachaça no elenco de produtos brasileiros a serem valorizados em detrimento dos estrangeiros e o chamado Grupo dos cinco, integrado pelos escritores Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Menotti Del Picchia e pelas pintoras Tarsila do Amaral e Anita Malfatti, bebia cachaça nos restaurantes chiques de São Paulo e nos salões da Av Paulista.

Mais de 70 anos depois coube a outro carioca-paulista, o sofisticado FHC, assinar o decreto Decreto n° 4.072/2002 que regulamentou a Lei n° 8.918/1994. No texto, se protege a propriedade da denominação da cachaça como aguardente de cana típica e exclusivamente produzida no Brasil. A bebida também conquistou o interesse da academia no desenvolvimento de estudos, fomentando, gradativamente, a especialização profissional daqueles que atuam no setor.

Resultado: depois de uma humilhada peregrinação por nosso território, nossa cultura e nossa sociedade, sempre de 3º classe, mas durante a qual chegou a gerar filhotes como o quentão de pinga (misturada com gengibre) e a batida de limão (originariamente com mel ou rapadura, para aliviar a garganta dos seresteiros) a Cachaça chegou aos dias atuais como um dos valiosos produtos de consumo no Brasil e no exterior.

Uma commodity verde-amarela.

E além de ser servida “in natura” ela transferiu o seu DNA para um dos drinques mais consumidos aqui — e lá fora: a caipirinha, também declarada verde e amarelo(a) por decreto.



Em 2013, o IBRAC (Instituto Brasileiro da Cachaça) informou que a Cachaça é o segundo destilado mais consumido no país. E o terceiro no mundo. A capacidade produtiva instalada hoje, em fronteiras nacionais, é de 1,2 bilhão de litros por ano. São cerca de 4 mil marcas registradas e mais de 600 mil empregos gerados, direta e indiretamente.

Passou de capote o Rum, a Tequila, as bagaceiras, eau-de-vies e congêneres… Viva ela!

E por falar na escalada da Cachaça para ganhar status, outro passo de gigante foi o aval do então presidente Lula. Ele sempre assumiu que um operário alivia as mágoas com goles da “marvada” e também regulamentou a composição da cachaça.

..

Obs: foto publicada no site www.futepoca.com.br (futebol, política e cachaça).

Mas a glória, mesmo, se deu em abril de 2012, quando a Presidente Dilma aproveitando a visita a Washington, assinou um acordo com o governo dos EUA pelo qual ambos os signatários reconheciam – de uma lado, que a nossa tão querida cachaça é um produto genuinamente brasileiro e, do outro, que o Tenessee Bourbon (uísques de milho) também é uma bebiba genuianamente (norte)americana.

E, para celebrar, ambos brindaram com cachaça!!!



Mas independentemente desses “picos de prestígio”, a cachaça vem ganhando um novo espaço na área cultural e do turismo, principalmente no Estado do Rio. Para nossa sorte (cariocas-fluminenses), a Primeira-Dama do Estado, D. Maria Lúcia Horta Jardim, está pessoalmente empenhada na criação do Museu da Cachaça, no Rio. Aliás, graças a ela (e outros “devotos”, é claro) foi criado o Polo da Cachaça do Vale do Café, que envolve 14 municípios da região e 15 alambiques.

Industrializada ou artesanal, envelhecida em tonéis de carvalho por 2 a 10 anos ou novinha, a Cachaça está na mídia. E aqui vai a lista das 50 marcas preferidas pela Seleção dos Especialistas, publicada no O Dia de dezembro agora (2015), pelo Dirley Fernandes, também colunista da Revista Gula e titular do blog Devotos da Cachaça

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Sanhaçú Amburana
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Santo Grau Cel Xavier Chaves
Santo Grau Paraty
Santo Grau PX
Sapucaia Reserva Família
Sebastiana Castanheira
Serra Limpa
Vale Verde 12 anos
Vale Verde 3 anos
Weber Haus Amburana
Weber Haus Carvalho/Cabriuva
Weber Haus Lote 48
Werneck Ouro
Werneck Safira Régia


Haja fígado!

Postado por reinaldo | Comentar


Fonte: JORNAL DO BRASIL
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sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Alarme na Venezuela

Alarme na Venezuela


A América Latina não merece ver uma Síria ser criada no seu território - isso seria o pior dos mundos.
Jeferson Miola




A Nota Oficial das Forças Armadas da Venezuela, que adiante publicamos traduzida para o português, pode assumir uma dimensão histórico -jornalística de grande alcance. Não se pode desprezar que a evolução dos acontecimentos na nação bolivariana poderá trazer desfechos indesejáveis.

A Nota tem a linguagem e o tom que são próprios do apaixonado debate político-ideológico na Venezuela, com chavistas e oposição [da moderada à fascista] duelando em elevados decibéis.

O texto, duríssimo na mensagem, é escrito por um ator cujo poder está gravado na Constituição Bolivariana e nas Leis do país. O poder da República Bolivariana, é bom lembrar, é sustentado pela “coalizão cívico-militar” bolivariana.

A oposição recém empossada para dirigir a Assembléia Nacional do país pretende converter o Parlamento no contra-poder à Revolução Bolivariana; na própria Contra-Revolução. Nos primeiros gestos, agride os valores, símbolos e imagens que, goste-se ou não, estão escritos na Constituição promulgada em 1999.

Aparentemente, por essa razão os militares venezuelanos se manifestaram com indisfarçável gravidade. O texto pode ser tomado como o prelúdio de escaramuças no país vizinho. Melhor seria a oposição exercer sua legitimidade na plenitude, porém no marco da mais absoluta constitucionalidade e legalidade.

Do contrário, a temperatura política e a conflitividade social poderão aumentar, assumindo padrões preocupantes. No curso da história, quando o embate evolui para a violência, o impasse pode desembocar em situações de guerra civil.

Oxalá não seja esta a evolução dos acontecimentos na Venezuela, porque de outro modo estaríamos ingressando numa etapa perturbadora da geopolítica regional e também mundial. Os Estados Unidos, como a história ensina, não ficariam indiferentes à crise na Venezuela, assim como não são indiferentes hoje – vide as intromissões e desestabilizações diretas ou apoiadas/financiadas que promove no país petro-caribenho.

A América Latina não merece ver uma Síria ser criada no seu território – isso seria o pior dos mundos.

Comunicado da Força Armada Nacional Bolivariana em desagravo ao ultraje da memória do libertador Simón Bolivar, à memória do comandante supremo Hugo Chávez, ao presidente constitucional da República como personificação do Estado e Comandante da Força Armada Nacional Bolivariana e à honra militar

A Força Armada Nacional Bolivariana, em inquebrantável unidade, e consciente do momento histórico que vive nosso país, expressa a todo o povo venezuelano sua profunda indignação pela forma desrespeitosa, carregada de desprezo e soberba, onde se ordenou a retirada das imagens de nosso libertador Simón Bolivar, do comandante supremo da revolução bolivariana Hugo Chávez e do cidadão Nicolás Maduro Moros, Presidente Constitucional da República Bolivariana da Venezuela, das instalações do Palácio Federal Legislativo, onde ocorreu a recém instalada Assembleia Nacional.

Simón Bolívar é o pai da pátria, homem de altíssima honra, um símbolo sagrado para todos nós e de especialíssimo valor para a América Latina. Sua gigantesca obra emancipatória deu a independência a cinco nações e permitiu a fundação de outra, epopéia heróica reconhecida no mundo inteiro que permanece incólume na consciência coletiva de todos os seres humanos amantes da liberdade, por tal razão, as representações materiais que dele foram feitas, de qualquer natureza e origem, serão sempre objeto de admiração e respeito de quem orgulhosamente somos herdeiros de suas glórias. A nova imagem de seu rosto sendo usada oficialmente nas dependências públicas, é o produto de uma investigação científica com com participação de atores nacionais e internacionais, cujo objetivo não foi outro além de exaltar sua memória

A história de Bolívar é a história da Venezuela, e a história da Venezuela é a história da América!

Nossa Carta Magna, que nasceu de um processo constituinte sem precedentes, invoca o exemplo histórico do libertador e por tal motivo, neste mesmo processo, a República adquiriu ser caráter bolivariano; continua sendo hoje a República Bolivariana da Venezuela, a transformação política, social e econômica que ocorre na Venezuela surge destas raízes, desta mesma doutrina instituída pelo próprio libertador; é indefectivelmente a Revolução Bolivariana. Como consequência, os soldados e soldadas da Pátria estamos orgulhosos de ser, de sentirmo-nos e de nos chamarmos bolivarianos, e agora sermos a Força Armada Nacional Bolivariana.

De outro lado, o Comandante Supremo Hugo Rafael Chávez Frías é um filho desta nação, forjado no calor de nossas academias militares.

Em sua Carreira militar, desde onde, sempre embasado no ideário e ação de Bolívar, empreendeu a colossal transformação dos destinos do País, para resgatar um povo oprimido pela oligarquia que promovia o sistema de capitalista de exploração, para colocar sua visão de um mundo multipolar, da necessária integração latinoamericana, socialista, anti-imperialista e profundamente humanista, transcendeu nossas fronteiras para levar benefícios aos mais despossuídos e vulneráveis em distintas latitudes, colocando os pobres em um altar, suas conquistas do ponto de vista social são inumeráveis: milhões de compatriotas foram beneficiados, orientados sempre a garantir a maior soma de felicidade possível. Tal como fez Bolívar, dedicou e ofereceu sua vida a serviço de sua nação, à sua defesa e desenvolvimento, despertando a consciência nacionalista de todos os venezuelanos e venezuelanas que habitam esta terra graciosa.

Da mesma maneira, o presidente constitucional da República Bolivariana da Venezuela, Comandante da Força Armada Nacional Bolivariana, Nicolás Maduro Moros é a máxima autoridade do Estado, eleito pelo voto popular, enfrentou complexos obstáculos, adversidades de todo tipo e seguindo os passos de Bolívar, hoje defende o interesse nacional, pelo qual reiteramos nossa absoluta lealdade e irrestrito apoio.

Agredir a memória eterna daqueles que já não estão mais fisicamente entre nós é um ato decadente e nojento que acaba com o princípio da honra militar, que se materializa diante da tomada de consciência no contexto de uma sociedade que se rege por princípios cidadãos. Ultrajaram a honra militar! Por tudo isso, a Força Armada Nacional Bolivariana, cujos integrantes somos de irredutível vocação bolivariana e consequentemente chavista, rechaçamos categoricamente qualquer ato no qual se desrespeite e se manche a memória de homens tão destacados, defensores da justiça e da igualdade, pois ao fazê-lo se ofende também a dignidade e as mais puras tradições venezuelanas e de toda América. Exigimos que acabem imediatamente com atos desta natureza, que em nada contribuem com a harmonia, e entendimento e a paz entre nossos conterrâneos.


“Chávez vive, a Pátria segue”


“Independência e Pátria Socialista…”


“Viveremos e venceremos”


Vladimir Padrino Lópes


General


Ministro do Poder Popular para a defesa e comandante estratégico operacional



Fonte: CARTA MAIOR
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Globo na vanguarda da destruição dos valores da sociedade brasileira

Novela global incita escárnio e intolerância
religiosa


Walmyr Junior *
Vimos nessa última terça-feira (5), na novela A Regra do Jogo mais um caso de desrespeito com as religiões de matrizes africanas. A prática decorrente da emissora Rede Globo agride não só aos adeptos da religião, mas a todos nós que buscamos a paz universal entre todos os povos e todas as religiões.

As cenas interpretadas pela atriz Alexandra Richter reitera os preconceitos e estereótipos de uma suposta incorporação de uma entidade religiosa na passagem de ano em Copacabana, e depois em várias outras cenas dos recorrentes capítulos da novela. Cenas assim contribuem para o recrudescimento do ódio e perseguição que diariamente os praticantes das religiões de matrizes africanas sofrem.

O escárnio representado pela personagem Dalila contribui profundamente para a manutenção da discriminação religiosa perpetrada na história do nosso país.

Lucas de Deus, Candomblecista e membro do Coletivo Nuvem Negra - PUC-Rio, vê a cena como um ultraje. Para ele a “a violência cometida pela novela Regra do Jogo legitima e prolifera os preconceitos e 'pedradas na cabeça' de milhões de afrorreligiosos/as".

“A Rede Globo mais uma vez utiliza suas novelas para discriminar e fazer escárnio das religiões de matrizes africanas. Discriminação religiosa é crime! É intolerável que nossas tradições religiosas continuem sendo desrespeitadas, estereotipadas, caricaturadas. São estas cenas que legitimam e motivam tantas outras agressões simbólicas e físicas que nós, religiosos de matrizes africanas, sofremos diariamente” concluiu Lucas, em entrevista para a coluna Juventude de fé.

Fazer escárnio do culto ou entidades religiosas em rede nacional é crime previsto no Art. 20 da Lei 7.716/89. Sabemos que existe uma série de estigmas, decorrente do racismo e da falta de informação referente às religiões de matrizes africanas.

Erica Portilho, da família JejeBogun, militante da Renafro, caracteriza a cena como “uma falta de respeito a nossos Orixás e a todas as entidades cultuadas no candomblé e na umbanda”. Para ela, a TV aberta brasileira ainda é formadora por opinião de grande influência dentro da nossa sociedade.

Para ela, “colocar em cena ritos de algumas religiões de matriz africana, da forma sarcástica e irresponsável como foi feito nos capítulos da novela A Regra do jogo, misturando mulheres de axé que dançavam vestidas de branco, sinal de culto aos orixás, com a personagem fingindo receber uma entidade de rua, que não faz parte do mesmo rito e da forma pejorativa como foi colocada, só reforça o estigma social do preconceito e da discriminação de nossa religião, além de deturpar a verdadeira essência de nossos ritos.”

Fica aqui um ato de repúdio de uma juventude de fé que ousa acreditar no amor, independentemente da cor, raça ou religião. A civilização do amor, ensinada por Cristo e descrita por São João Paulo II, nos impulsiona para o outro de coração aberto ao encontro da alteridade e diferenças. Que o desserviço de algumas instituições de comunicação não nos impeça de buscar o respeito, a solidariedade, a justiça e o amor.

“A civilização do amor

No final destas considerações, porém, sinto o dever de recordar que, para a instauração da verdadeira paz no mundo, a justiça deve ser completada pela caridade. O direito é certamente a primeira estrada a seguir para se chegar à paz; e os povos devem ser educados para o respeito do mesmo. Mas, não será possível chegar ao termo do caminho, se a justiça não for integrada pelo amor. Justiça e amor aparecem às vezes como forças antagonistas, quando, na verdade, não passam de duas faces duma mesma realidade, duas dimensões da existência humana que devem completar-se reciprocamente”

Trecho da mensagem de S.João Paulo II para a celebração do Dia Mundial da Paz – 2004)

* Walmyr Júnior é morador de Marcílio Dias, no conjunto de favelas da Maré, é professor e representante do Coletivo Enegrecer como Conselheiro Nacional de Juventude (Conjuve). Integra a Pastoral Universitária da PUC-Rio. Representou a sociedade civil no encontro com o Papa Francisco no Theatro Municipal, durante a JMJ.

Fonte: JORNAL DO BRASIL
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Ligações Perigosas: Cena de estupro de Cecília faz com que popularidade de Augusto de Valmont caia e internautas acusam série de fazer apologia ao estupro

A cena que foi ao ar nesta quinta-feira surpreendeu a todos que acompanhavam ‘Ligações Perigosas’. O sedutor Augusto de Valmont, interpretado brilhamente por Selton Mello, estuprou a jovem Cecília durante a noite, e gerou uma espécie de repúdio na Internet.No Twitter, muitas pessoas pensavam que a minissérie não seria como o texto original e acharam até que Cecília, personagem de Alice Wegmann, se apaixonaria pelo bom vivant. Mas foi sem o menor romantismo que o jogo de sedução se transformou em pesadelo. Na cena que sucedeu, podemos perceber o horror e pânico de Cecília durante as investidas de Augusto em seu quarto. As ameaças e a coação mostradas na cena foram violentas e bastante agressiva aos olhos do telespectador. Desde o estupro de ‘Larissa’ em ‘Verdades Secretas’, as pessoas não se chocavam tanto.





Os comentários de que Cecília gostou do que ocorreu foram feitos nas redes sociais, mas sinceramente, quem pensa dessa forma só mostra o quanto ainda precisamos de mudança e consciência social. A cena levantou questões bem sérias e mostrou que estupro não é apenas em forma de força física e, sim, psicológica. Coagir e fazer algo contra a vontade ou por medo é, sim, um estupro psicológico.Cecília é uma menina recém-saída de um internato, que não sabe nada sobre relações sexuais e é apaixonada pelo seu professor de violoncelo. A ponte arquitetada com Isabel, para que Augusto se tornasse seu confidente fez com que a menina se sentisse coagida e tivesse medo de perder todo o contato que ela ainda teria com Felipe, seu grande amor na série.



Crédito: Globo



O fato é que não sabemos se Cecília irá se apaixonar pelo seu algoz, influenciada por sua tia Isabel. Mas as imagens deixaram o público perturbado e confuso.

Augusto de Valmont perdeu o charme e a fama de sedutor e ganhou a alcunha de monstro, canalha e diabo nas redes sociais. Mulheres que estavam se derretendo em elogios ao personagem, se disseram desapontadas com as atitude criminosa. Percebe-se que o bom vivant não sente nada além do próprio ego, tanto por Mariana e agora por Cecília. Estou no aguardo dos próximos capítulos.Eu não gosto mais do Augusto, não depois do estupro. #LigacoesPerigosas— Satine. (@Satine_D) 8 janeiro 2016



Augusto devia ter seduzido a Cecília, mas afsss ele pegou ela a força, isso é ESTUPRO! To chocada… #LigaçõesPerigosas


— Flor roxa ✿ (@FeRoxosa) 8 janeiro 2016


gente achei essa cena do augusto com a cecilia bem sinistra tava parecendo mais estupro do que seduçao…


— daiane (@fuckerzac) 8 janeiro 2016


Que horror esse Augusto sem vergonha E ainda tem gente que não vai considerar estupro#LigacoesPerigosas


— Verônica (@veronicafdiaz) 8 janeiro 2016


#ligaçõesPerigosas Isso para mim não foi uma cena de sedução,e sim apologia ao estupro. Alô ministério Público!!!!!!!


— GLENDA BENTES (@GLENDABENTES) 8 janeiro 2016


CECILIA MENINA BATIA NELE SOCORRO PEGAVA O ABAJUR QUALQUER COISA MDSSSSS#LigacoesPerigosas


— vicky (@pfvsavinon) 8 janeiro 2016


Estava adorando Ligações Perigosas… até assistir a cena de estupro. Pesou, Rede Globo.


— LP (@larissapaess) 8 janeiro 2016


Que foi isso na Globo, um estupro romântico? #LigacoesPerigosas


— Jerfferson Ferrugem (@JerFerrugem) 8 janeiro 2016


Aí galera que não sabe o que relação abusiva e cultura do estupro, foi essa cena de Cecilia e Augusto aí #LigacoesPerigosas


— Monique (@moni_eam) 8 janeiro 2016


Eu tava até gostando do augusto aí ele vem com isso de querer forçar a menina epa epa isso não é sedução #LigaçõesPerigosas


— alanenha ✨ (@Girl_Deathbat) 8 janeiro 2016


A personagem é menor, foi obrigada a ceder à investida d Augusto.O fato d ter gostado depois não descaracteriza o estupro #LigacoesPerigosas


— Senhorita_i (@Senhorita_i) 8 janeiro 2016


Eu sei que é um livro do séc 18 – 19 mas eu fico triste com essa cena escrota #LigacoesPerigosas


— Biaoncé (@biancalais) 8 janeiro 2016


Eu to pedindo a Deus que Ligações Perigosas não romantize o estupro. SÉRIO.


— Nalu (@_NoAnna) 8 janeiro 2016

Fonte: O DIA
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A Globo acha bonito romantizar estupro? Por Nathalí Macedo

Postado em 09 jan 2016

Sem noção: repulsa nas redes sociais

Eis a verdade que talvez doa (muito) em quem cresceu ouvindo a voz irritante de Faustão aos domingos: A globo erra mesmo quando tenta acertar – se é que tenta.

Pelas notícias – cada vez mais esdrúxulas – nas timelines da vida, tenho notado, há algum tempo, um latente desespero da emissora. Outro dia, lésbicas se beijaram no horário nobre, sob os reclames da intragável família tradicional brasileira: “Como vou explicar isso aos meus filhos?”

Vez ou outra, eles tentam nos comprar: Uma cena gay aqui, uma tentativa de abordagem do racismo ali – e sempre fazem besteira (vide a abordagem bizarra do HIV na Malhação ou a intragável novela – ou minissérie, confesso que não sei bem – Sexo & as negas).

Às vezes me parece que a emissora finalmente entendeu que o cerco está se fechando. As pessoas estão se politizando. A popularização da internet abriu milhares de outras possibilidades, o machismo e o racismo estão sendo problematizados como nunca antes, e a audiência da maior emissora brasileira só despenca.

“Vamos colocar um beijo gay no ar”, eles pensam. “Vamos colocar a Fernanda Montenegro pra viver uma lésbica.”

Não funciona, porque a essência de cada programa continua tendenciosa, burra, vazia, e, por que não dizer, canalha.

Desta vez passaram dos limites. Televisionaram o que deveria ser uma cena de ‘sedução’, mas foi, claramente, um estupro – mais uma vez a romantização da violência adentrando a casa dos brasileiros que o permitem. Mais uma vez, tentam naturalizar um crime repugnante – como se a cultura do estupro já não fosse suficientemente devastadora.

A indignação dos telespectadores foi quase inexpressiva – mas o que esperar dos telespectadores da Globo?

Quase nada perto do choque quando duas mulheres se beijaram no horário nobre. A intragável família tradicional brasileira não consegue explicar aos filhos que duas pessoas do mesmo sexo podem se apaixonar, mas deixa que uma cena de estupro adentre suas casas sem a menor cerimônia ou estranhamento.

Convenciona-se, do jeito mais nojento possível, que um estupro não é tão grave assim se estiver envolto por uma proposital atmosfera de sedução. Fortalece-se a ideia de que talvez a vítima quisesse, talvez ela estivesse envolvida, talvez o estuprador fosse um galã global – e, na já terrível vida real, a culpabiliação da vítima persiste, motivada pela alienação de massas que a rede globo insiste em promover.

Mães apontam armas para seus filhos no horário nobre, velhinhos são assassinados em plena novela das oito, mulheres são estupradas por um garanhão sedutor no maior estilo Christian Gray e quase ninguém se indigna – eis a razão pela qual este e outros lixos televisivos permanecem vivos.

Desligue a TV e descubra que há um mundo de entretenimento sadio pronto para ser descoberto – boas produções cinematográficas, música independente de primeira, peças teatrais a preços populares, livros incríveis prontos para serem descobertos.

A TV aberta só se afoga na própria lama. Absolutamente nada parece estar a salvo no mar de lodo da programação global. Não há esperança: a plimplim é um poço de racismo, hipocrisia, alienação e machismo romantizado.

E isso sim é que é difícil de explicar aos nossos filhos.

Fonte: DIÁRIO DO CENTRO DO MUNDO
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Em um mesmo dia, duas novelas da TV Globo são alvo de duras críticas por parte de espectadores que acusam a emissora de fazer apologia ao estupro de menor de idade e  ainda de tratar com escárnio e deboche religiões de matriz africana.

Cabe lembrar que dentro de poucos dias vem ao ar na emissora  o big brother brasil, com todo tipo de putaria que se possa imaginar.

Para a TV Globo, o período de dezembro até o final de fevereiro é uma época de férias  e, portanto, momento de diversão e de relaxamento, o que no entendimento da emissora significa fazer apologia ao estupro de incapaz, incentivar a intolerância religiosa, mergulhar na mais alta mediocridade e idiotice através do big brother brasil e ainda, aproveitando o ano de jogos olímpicos na cidade, incentivar e validar o extermínio de pobres, negros moradores de rua.

Por anda o Ministério Público ?

Globo na vanguarda da destruição do futebol brasileiro

Torcedores do Nordeste criticam a Globo

Por Felipe Bianchi, no site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

O monopólio da Rede Globo sobre os direitos de transmissão do futebol brasileiro tem gerado revolta nos torcedores de clubes do Nordeste. Após o lançamento da campanha Jogo 10 da Noite Não, levada a cabo pelo coletivo Futebol Mídia e Democracia e que denuncia a arbitrariedade da emissora ao determinar o horário das partidas de acordo com seus interesses comerciais, as torcidas expressam indignação pelo fato de a emissora 'esquecer' determinadas regiões do país, obrigando-as a assistir o Campeonato Carioca.



Conforme denuncia a postagem da página Lampions League nas redes sociais, apenas cinco das nove afiliadas da Globo no Nordeste transmitirão seus campeonatos regionais. Enquanto isso, Maranhão, Paraíba, Piauí e Rio Grande do Norte – todos os estados com clubes tradicionais e de torcidas numerosas – terão de acompanhar os jogos de equipes cariocas.

A página comemora o fato de que, pela primeira vez desde 2009, todos os nove estados nordestinos terão representantes nas séries A, B ou C do Campeonato Brasileiro, fruto do fortalecimento do futebol e dos campeonatos da região – o maior exemplo é o sucesso da Copa do Nordeste (apelidada 'Lampions League' em referência à glamourosa e bilionária Champions Leagueeuropeia).

O recado dos torcedores à Globo é claro: “Já chegou o momento dessas emissoras passarem a respeitar mais nossos clubes”. A postagem exige a valorização do futebol regional, afirmando ser “notório que jogos como ABC x América, Sampaio Correa x Moto Club, River x Flamengo e Treze x Campinense dariam mais audiência que jogos como, por exemplo, Boa Vista x Botafogo ou Cabofriense x Fluminense”.

O coletivo Futebol, Mídia e Democracia, que congrega torcedores, jornalistas e movimentos sociais, já encampou a luta. #QueroVerMeuTimeTB é a palavra de ordem nas redes e que promete, no retorno do calendário do futebol brasileiro, chegar também aos estádios.

Curta a página do Coletivo Futebol Mídia e Democracia no Facebook: http://bit.ly/coletivofmd

Fonte: Blog do Miro
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ESTADOS DO NORDESTE TERÃO QUE ASSISTIR O CAMPEONATO CARIOCA.

E TORCEDORES PROTESTAM CONTRA A GLOBO

janeiro 8, 2016 11:32

Estados do Nordeste terão que assistir o campeonato carioca. E torcedores protestam contra a Globo

Fonte: IG
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Em São Paulo, torcedores do Santos e do Palmeiras tem criticado constantemente a TV Globo por conta das opções da emissora na escolha de jogos que serão transmitidos.

No nordeste  já vem de longa data a insatisfação dos torcedores com a TV Globo.

O Bom Senso F.C. , em crítica a emissora, disse que é inadmissível que partidas de futebol comecem apenas após o beijo da novela, em uma referência aos jogos de quarta-feira com início às 22 horas.

As críticas e a insatisfação com o monopólio da TV Globo acontecem em todas as regiões do Brasil, e tem aumentado a cada dia.

No entanto, a maioria da imprensa esportiva continua com cara de paisagem, e, algumas emissoras de rádio ainda apoiam a TV Globo e criticam, principalmente, a iniciativa dos jogadores do Bom Senso F.C.

Se a maioria dos torcedores  pelo Brasil não concorda com as práticas  de Globo, será que a culpa é dos torcedores e somente Globo está certa ?

Quanto a maioria da imprensa esportiva, a ausência de críticas contundentes quanto  ao papel nefasto que Globo desempenha no futebol brasileiro  se deve ao medo de represálias por parte da emissora, que como é de conhecimento do leitor, não aceita críticas e  nem concorrência.

Cabe ainda lembrar que não é apenas no futebol que Globo vem sendo duramente questionada.

No mundo do samba, muitas escolas de samba estão descontentes com o papel de Globo como emissora exclusiva na transmissão dos desfiles das escolas do Rio de Janeiro.

Quanto aos torcedores do nordeste do país, de fato, ter que engolir um campeonato carioca sem nenhum atrativo é dose para leão, já que até mesmo para nós, cariocas e torcedores dos grandes times do Rio, assistir as partidas da competição estadual deixou de ser interessante já faz tempo.

Globo é um câncer no país.

Quando o jornalismo passa a ser exibicionismo

O telejornalismo ainda é jornalismo?

Por Débora Cristine Rocha, no Observatório da Imprensa:

Ligo a televisão e ouço o apresentador do telejornal matutino, da maior rede de televisão brasileira, dizer: “Vocês vão me ajudando aí nos nomes, que eu vou falando errado.” Ele estava se referindo a nomes de times de futebol. Como assim, vão ajudando em nomes errados? Não era para ele trazer a informação correta? Não era para ter treinado antes a locução destes nomes? Em uma hora e meia de jornal televisivo, há muitos momentos como este. Uma coisa é informalidade, tirar a sisudez da bancada clássica. Outra é trazer informação incompleta, mal apurada, justificar a falta de profissionalismo como leveza na linguagem jornalística.

Depois de uma hora e meia, descubro que vi uma porção de piadinhas, brincadeirinhas de todo tipo, gírias que forçam a intimidade com o telespectador. E estou mal informada. Preciso recorrer a outros meios para ter o que o telejornalismo deveria ter me dado: informação de qualidade.

O episódio não é isolado e não se restringe à televisão, embora obviamente nela se torne mais visível. Motivos para esse estado de coisas? Em primeiro lugar, o jornalismo agora tem a obrigação de ser entretenimento, pois levar informação de modo sério e compenetrado está fora de moda. Pois é, nos dias de hoje, informar tem a sazonalidade da moda.

A entrada do sensacionalismo

Uma vez que é preciso prender a atenção do telespectador a todo custo, dados os índices de audiência, o método jornalístico que nos perdoe, mas precisa ser descaracterizado. Levamos dezenas de anos para construir este método, que foi testado exaustivamente e aprovado pela imprensa mundial no decorrer do tempo, mas agora ele não nos serve mais porque o público brasileiro não quer saber de informação de qualidade. O público brasileiro quer saber de pautas leves e descompromissadas. Será mesmo? Do meu humilde ponto de vista, é subestimar demais as pessoas.

Enfim, quando um jornalista trata o colega como gatão no ar e torna-se rotina enviar o público ao site do programa para obter informações básicas, que deveriam ser dadas na matéria, a gente sabe que algo anda estranho. Afinal, e a confiança que o público depositou naquele veículo para receber a melhor informação? Credibilidade é um dos pilares jornalísticos. Quando este pilar é comprometido, a essência do jornalismo desmorona.

Ah, é a concorrência com os telejornais populares. Não vamos restringir a questão. O dito telejornalismo popular explora, na verdade, algo que vai além do popular, explora o sensacionalismo. E o embate entre jornalismo e sensacionalismo é histórico, fundamental. Uma coisa é jornalismo, outra é sensacionalismo. Acontece que a busca pelo entretenimento escancarou as portas para a entrada do sensacionalismo no telejornal com toda a força.

O jornalismo serve ao poder que deveria criticar

Cuidado com isso porque o sensacionalismo privilegia o que é de interesse do público e não o que é de interesse público. Há diferença. Os meus alunos sabem: interesse do público é o que o público quer ver, interesse público é o que possui importância para a sociedade. O público muitas vezes quer ver o vocabulário informal, os gracejos, as pautas sem profundidade, a violência e a adrenalina, o happy end. Edgar Morin nos mostrou muito bem os temas da cultura de massa, que seduzem o público e hoje são explorados por esta nova forma de telejornalismo.

Já o interesse público diz respeito ao que afeta a sociedade, evidencia os mecanismos de funcionamento do poder. E quem disse que o público brasileiro não quer saber disso? Os estudantes paulistanos batalham contra o fechamento de suas escolas. Penso que estão querendo saber, sim, sobre o significado do poder. Aliás, cadê os meninos sendo entrevistados sobre o assunto? Aí, quando os garotos vão para as ruas dizem que a imprensa é um braço do poder. E a gente fala o que?

Ficamos aí nas piadinhas, nos vídeos caseiros dando bom-dia e esquecemos que jornalismo não é nada disso. O jornalismo nasceu para criticar o poder, e não para desviar a atenção do público das artimanhas engendradas pelo poder. E o entretenimento na sociedade de consumo, as ciências sociais nos ensinam, tem justamente a missão de desviar o foco do que realmente interessa para o que não interessa. Em outras palavras, com este jeito despojado em excesso, o jornalismo passa a servir ao poder que ele deveria criticar, levando a sociedade à alienação: a falta de consciência de que nos fala Marx.

* Débora Cristine Rocha é jornalista, professora doutora em Comunicação e Semiótica, docente da Universidade Anhembi Morumbi e membro do grupo de pesquisa Espacc (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo).

Fonte: Blog do Miro
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