sábado, 17 de outubro de 2015

Atum radioativo

Radiação de Fukushima alcança Costa Oeste norte-americana

A contaminação do oceano pela usina de Fukushima foi uma catástrofe.

O impacto para a vida marinha e para a saúde humana pode levar anos para ser percebido


John Laforge - Counterpunch
Greg Webb / IAEA - FLickr















''Nós deveríamos estar monitorando cuidadosamente os oceanos depois daquela que foi certamente a maior emissão acidental de contaminantes radioativos nos oceanos de toda a história'', disse o geoquímico da marinha Ken Buesseler na última primavera.

Ao invés disso, a Agência de Proteção Ambiental dos EUA interrompeu o monitoramento emergencial da pluma radioativa de Fukushima em maio de 2011, três meses após o início do desastre. O Japão nem ao menos está monitorando as águas em torno de Fukushima, de acordo com artigo da ''The Ecologist'' (Setembro/28).

A quantidade de césio que os pesquisadores do geoquímico encontraram na Ilha de Vancouver é aproximadamente seis vezes superior à concentração registrada desde que o césio foi primeiramente introduzido nos oceanos por testes nucleares (interrompidos em 1963). Esse acréscimo estrondoso demonstra um crescimento contínuo. O International Business Times (IBT) relatou, no último 12 de novembro, que o Dr. Buesseler encontrou quantidades de césio-134 nessas mesmas águas que, na época, eram apenas o dobro da concentração remanescente dos testes.

O Dr. Buesseler divulgou sua análise, no Instituto Oceanográfico Woods Hole, depois que sua equipe descobriu que correntezas de césio derivadas dos três reatores de Fukushima haviam alcançado a América do Norte. Buscando tranquilizar o público, Buesseler disse: ''Mesmo que [as concentrações] fossem dobradas e eu nadasse todos os dias por um ano, a dose a que eu seria exposto ainda seria mil vezes inferior a um único raio-X odontológico''.

Essa comparação associa diferenças importantes entre exposição à radiação externa (provindas de raios-X ou do contato direto com a água contaminada) e à contaminação interna por ingestão de isótopos radioativos, através de peixes ou de frutos do mar, por exemplo.

O Dr. Chris Busby da Low Level Radiation Campaign (Campanha pelo Baixo Nível de Radiação) no Reino Unido explica a distinção dessa maneira: Pense na diferença entre meramente se sentar diante de uma tocha de fogo, por um lado, ou lançar uma brasa ardente dentro da sua boca, por outro. A contaminação interna pode ser mil vezes mais cancerígena do que a mesma exposição por via externa, especialmente para mulheres e crianças. E, pelo fato do césio-137 permanecer na ecosfera por 300 anos, a bioacumulação e a bioconcentração dos isótopos de césio na cadeia alimentar – nesse caso, na cadeia alimentar oceânica – são consequências que se agravam perpetuamente de tudo que foi derramado e segue sendo vertido de Fukushima.

O complexo de produção dos armamentos nucleares é a única indústria que tem um histórico de envenenamento deliberado por toda Terra. Centenas de toneladas de precipitado radioativo foram espalhados pelas reservas de água e pelas superfícies continentais ao redor do mundo através de ensaios nucleares. As mesmas pessoas então nos trouxeram reatores nucleares comerciais. Guerra suja gera negócios sujos, em que mentiras surgem facilmente. Assim como os produtores de armamento mentiram sobre os perigos dos testes nucleares, defensores da energia nuclear afirmaram que o césio derramado de Fukushima se diluiria infinitamente depois que a pluma radioativa se dispersasse pelas quatro mil milhas de Oceano Pacífico.

Hoje, a contaminação radioativa globalizada dos recursos hídricos por corporações privadas se tornou o custo de saúde, financeiro e político de operar reatores de energia nuclear. Um artigo do IBT (de novembro/2014) apontou que ''Os oceanos do planeta já contêm grandes quantidades de radiação, uma vez que as 435 usinas nucleares do mundo rotineiramente dispensam água radioativa nos oceanos, embora com isótopos menos radioativos do que o césio''.

Cinquenta milhões de becqueréis de césio por métro cúbico foram mensurados em Fukushima logo depois do início do acidente, em março de 2011. Apenas quatro meses depois, atum branco e atum rabilho contaminados foram apanhados na Costa Oeste; 300 toneladas de efluente ligado ao césio vêm sendo derramadas no Pacífico todos os dias nos últimos quatro anos e meio; o governo japonês, em setembro de 2014, abertamente despejou no oceano 850 toneladas de água parcialmente filtrada mas contaminada por trítio. Esse recente despejo prenuncia o que ele pretende fazer com as milhares de toneladas ainda mantidas nos tanques de estoque do complexo da usina devastada.

Representantes dos donos de Fukushima, a Tokyo Eletric Power Co., disseram que vazamentos do disastre com ''pelo menos'' dois trilhões de becqueréis de radioatividade entraram no Pacífico entre agosto de 2013 e maio de 2014 – e esse período de 9 meses não é nem metade do problema.

O fato de que Fukushima contaminou a totalidade do Oceano Pacífico deve ser entendido como um cataclisma. A introdução contínua do precipitado nuclear de Fukushima pode ser lenta e o inevitável prejuízo pra vida marítima e pra saúde humana pode levar décadas para ser percebido. Mas a população de atum contaminado precisa ser pensada como um prenúncio e, a partir de agora, deve ser continuamente monitorada em seus níveis de césio.

No último novembro Buesseler fez o alerta: “Césio radioativo de Fukushima provavelmente seguirá chegando na costa norte-americana”. Talvez aqueles que se alimentam de peixe devam optar por produtos do Atlântico por umas doze gerações.

Tradução de Allan Brum

Fonte: CARTA MAIOR
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Acidentes radioativos e nucleares são sempre devastadores, como os casos do césio no Brasil e da central nuclear de Fukushima no Japão, respectivamente.

Como também são devastadoras as informações prestadas pela velha mídia, que omite as consequências  graves que tais acidentes acarretam na vida das pessoas e no meio ambiente, até  mesmo por séculos.

Tudo que se refere a radioatividade e centrais nucleares  deveria ser de total conhecimento das pessoas  e amplamente discutido.

No entanto não é o que acontece.

Na construção de centrais nucleares para geração de energia elétrica, as técnicas de blindagem para evitar vazamentos de elementos radioativos fazem parte do complexo repertório tecnológico envolvido.

Ao que parece a blindagem vazou para a velha mídia, que omite a verdade sobre as tragédias, como no caso mais recente de Fukushima.

Em sociedades maduras e evoluídas a opção nuclear seria descartada, já que os riscos associados , em caso de acidentes, são devastadores para a vida.

Defenda a vida.

   

 


  

 
 



sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Nova geopolítica mundial

Mulher síria beija um poster do presidente russo Vladimir Putin durante uma manifestação pró-governo sírio em frente à embaixada russa em Damasco

Ações da Rússia na Síria dão início a um novo padrão da geopolítica mundial

© AP Photo/ Muzaffar Salman, File
Opinião
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Antonio Gelis-Filho

A Rússia vai à guerra. Começa assim a primeira intervenção dos novos centros de poder global em uma zona de caos previamente induzido por equivocadas ações ocidentais. Fica estabelecido um padrão que provavelmente marcará a geopolítica mundial pelos próximos anos.

Mas diferentemente daquilo que ocorreu 30 anos atrás no Afeganistão, os maiores riscos para a Rússia na Síria estão ligados não a uma possível derrota, mas às imensas responsabilidades que adviriam de uma grande vitória.
A Rússia não entra na Síria apenas para manter seu aliado Assad no poder ou para provocar o Ocidente. A intervenção na Síria é apenas a primeira de uma série de intervenções que os novos centros de poder não poderão evitar nos próximos anos. E a causa é tão simples quanto preocupante: EUA, Europa e Japão simplesmente já não conseguem manter um mínimo de estabilidade geopolítica para além de suas fronteiras. As áreas nas quais eles intervêm diplomática ou militarmente simplesmente se tornam Estados falidos. A razão aqui é a insistência em repetir modelos econômicos e políticos que foram bem-sucedidos no passado, mas que já não funcionam no mundo de hoje. Ironicamente, essa era a estratégia da União Soviética durante sua decadência e que a levou ao colapso.
É bastante provável que antes de intervir na Síria a Rússia tenha de alguma forma discutido o assunto com a China, com o Irã, com Israel e com a Turquia, entre outros. Na verdade, os esforços diplomáticos da Rússia junto à Turquia e à Arábia Saudita foram públicos. A sensação de surpresa deriva menos de uma suposta precipitação intempestiva russa que dos hábitos mentais de um público ocidental acostumado ao princípio hollywoodiano que tem guiado as intervenções ocidentais: a realidade não importa, o que importa é apenas a aparência de sucesso. Os resultados desastrosos simplesmente não são mencionados ou são violentamente negados.
A intervenção, para o Kremlin, é uma forma de se desenhar a linha de combate ao radicalismo islâmico não no Cáucaso, mas no distante Oriente Médio. É também uma forma de garantir uma nova linha de defesa dos interesses dos países não alinhados ao sistema vigente contra as políticas do Ocidente, países esses cujo bloco geopolítico aos poucos se torna mais nítido. É uma maneira de tornar ainda mais claro o quanto a política de sanções da Europa é insensata. E é um modo de tornar evidente, a todos os atores políticos no Oriente Médio e além, quão pouco confiável é hoje o apoio ocidental. Mas, acima de tudo, é uma necessidade internacional, pois a incapacidade geopolítica de EUA e União Europeia em relação ao turbulento Oriente Médio já é óbvia.
Além disso, os riscos são baixos do ponto de vista de Moscou. Sim, ataques terroristas a cidades russas são uma possibilidade. Mas a opinião pública russa entende a necessidade de combater os extremistas a despeito dessa possibilidade. Como muitos cidadãos russos integram o Estado Islâmico, esperar até que eles retornem à Rússia seria a estratégia realmente equivocada. O esforço militar russo é restrito e limita-se a garantir a segurança de suas bases, a bombardear alvos do Estado Islâmico, da Al-Qaeda e de outros grupos. Esgotados por décadas de equívocos militares, os países ocidentais não podem reagir. E apoiar Al-Qaeda e Estado Islâmico contra a Rússia é algo que jamais poderia ser feito, ao menos não de forma explícita. O mais provável é que a reação norte-americana limite-se às já usuais expressões de russofobia por sua imprensa e a um inevitável torneio de bravatas entre os membros do Congresso.
O mais interessante é que o maior risco para a Rússia talvez seja o de a intervenção resultar não em uma derrota, mas sim em uma vitória retumbante do Presidente Assad contra o Estado Islâmico e contra a Al-Qaeda. Pois nesse caso, por várias razões, a transição de poder geopolítico global se aceleraria muito, e crises políticas extraordinariamente sérias poderiam levar o Ocidente até mesmo à implosão, atirando o mundo em uma fase de caos geopolítico. Os estrategistas em Moscou e nas outras novas capitais geopolíticas do mundo deveriam levar essa hipótese em séria consideração.

* Antonio Gelis-Filho, doutor pela FGV-SP, advogado e médico formado pela USP, é professor da Escola de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas em São Paulo. Sua principal área de interesse acadêmico é a relação entre mudanças geopolíticas e estratégia de governos e de organizações públicas e privadas.

Fonte: DIÁRIO DA RUSSIA
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Uma vitória da Russia na Síria fará com que caiam , de uma vez, todas as máscaras dos EUA e aliados, que , repetidamente, justificam suas ações pelo mundo como expressões de defesa da democracia, dos direitos humanos e do combate ao terrorismo.

500 picaretas

500 empresas devem R$ 392 bilhões à União; mineradora Vale lidera o ranking


17% do montante das dívidas equivalem aos R$ 66 bilhões da meta do ajuste fiscal deste ano.
15/10/2015
Por Márcio Zonta e José Coutinho Júnior,
Da Redação
Foto: Agência Brasil
O Ministério da Fazenda divulgou uma lista com as 500 empresas que mais devem à União. Juntas, as dívidas somadas chegam a mais de R$ 392 bilhões. Caso 17% desse valor voltasse aos cofres públicos de uma vez, já alcançaria os R$ 66 bilhões da meta do ajuste fiscal deste ano, que vem cortando investimentos de diversas áreas sociais, como saúde e educação. Além disso, o rombo nas contas públicas de 2014, que é de R$ 32,5 bilhões, também poderia ser compensado com parte do montante das dívidas.
A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) informou, por meio de nota, que a divulgação da lista faz parte da gestão do ministro da Fazenda Joaquim Levy de “promover um incremento da recuperação de créditos inscritos em Dívida Ativa da União, na busca pela justiça fiscal", e que "o objetivo é dar a máxima transparência aos dados da Dívida Ativa da União”.
Achilles Frias, procurador da Fazenda e presidente do Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda (Sinprofaz), afirma que a quantidade de dívida de todas as pessoas jurídicas para com a União ultrapassa a casa do R$1,5 trilhão. “Temos 3,5 milhões de devedores grandes. Desses, 18 mil respondem por 2/3 de toda dívida, e desses, as 500 empresas divulgadas respondem por 40%”.
Além de ações judiciais que visam travar a cobrança das dívidas, o procurador denuncia que muitas empresas declaram as dívidas para não cometerem ilícitos, mas não pagam, esperando para utilizar o Programa de Recuperação Fiscal (Refis), que alivia multas, juros e outros encargos. “As empresas preferem não pagar para fazer o parcelamento mais tarde. É melhor que pegar dinheiro no banco, e elas usam dinheiro da União, que deveria ir para programas sociais, para pagar suas dívidas”.
Segundo Achilles, um impasse para que essas dívidas sejam cobradas é que a Procuradoria está sucateada. “A Procuradoria é o único órgão que pode fazer as cobranças dessa dívida, mas não se confere estrutura para isso. Para cada procurador, há 0,7 servidores, então o procurador, além do trabalho jurídico, tem o trabalho burocrático de localizar devedor, procurar bens. O sistema de dados também está ultrapassado. Se o governo investisse na Procuradoria, e ela fosse atrás desses 18 mil devedores, o ajuste fiscal, que está penalizando a economia e o cidadão, seria desnecessário. E é a cobrança dos grandes, de quem deve”.

Primeiro lugar
A mineradora Vale é a maior devedora, com R$ 41,9 bilhões em dívidas. Desta quantia, o pagamento de R$ 32,8 bilhões está suspenso por decisões judiciais. A empresa deve cerca de R$ 17 bilhões a mais do que a segunda devedora da lista, a empresa Carital Brasil LTDA, antiga Parmalat, com R$ 24,9 bilhões de dívidas.
Apesar de dever para a União, a Vale recebe investimentos estatais para continuar operando no país. Estudo da Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional (Fase) aponta que, para minerar na Amazônia, a Vale obteve 70% do valor de R$ 506,96 milhões que foi distribuído para as mineradoras que atuam na Amazônia, via Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), entre 2007 e 2012. Esse montante foi injetado na mineração altamente lucrativa do ferro e cobre nas minas de Carajás.
Segundo o governo do Pará, por consequência da Lei Kandir, criada em 1996 pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso, a Vale está isenta de pagar tributos às operações relativas à circulação de mercadorias e serviços (ICMS). Isso já subtraiu dos cofres públicos do estado R$ 25 bilhões.
De acordo com o Centro de Educação, Pesquisa e Assessoria Sindical e Popular (Cepasp), os acionistas da empresa em diversas partes do mundo embolsaram US$ 4,5 bilhões, no ano de 2013. A mineradora ainda aprovou uma segunda parcela de US$ 1,74 bilhão, chamada de remuneração mínima, ao mesmo grupo, paga no fim de 2013, além de um valor adicional de US$ 500 milhões.
“O Estado brasileiro deveria tomar uma atitude mais contundente para com os devedores do próprio Estado, começando pela Vale, ao cobrar a dívida através das ações que a mineradora distribui”, afirma Jarbas Vieira, do Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM).

Bancos
Entre os que receberam essas quantias da Vale, está a JP Morgan Chase & Company. O Banco J.P. Morgan S.A. figura na lista de devedores da fazenda em 79º lugar, com dívida de R$ 841 milhões.
Os bancos, setor que tem lucrado muito este ano, mesmo com a crise econômica, também registram dívidas na Receita. Bradesco, Santander e Itaú juntos somam R$ 7,900 bilhões em dívidas.
O lucro do Bradesco no primeiro semestre de 2015 foi acima de R$ 8,7 bilhões; sua dívida com a Receita é a sétima maior da lista, em mais de R$ 4,8 bilhões. Somado com a dívida de R$ 408 milhões da filial Bradesco Financiamentos S.A., em 222º lugar na lista, o banco deve um total de R$ 5,279 bilhões.
O Itaú, por sua vez, teve lucro de R$ 11,7 bilhões, e deve, por conta da Itaucard S.A., braço responsável pela emissão e administração de cartões de crédito, a 44ª maior dívida na lista; R$ 1,35 bilhão.
Já o Santander, que teve lucro de R$ 3,3 bilhões, tem duas dívidas, a do Banco Santander Brasil S.A. está em 69º lugar, com R$ 978 bilhões, e a da Santander Leasing S.A, que é a 353ª maior, com R$ 288 milhões, que totalizam R$ 1,266 bilhão em dívidas.

Confira a lista das 10 empresas mais devedoras (em bilhões)

1 - Vale: R$ 41,9
2 - Carital Brasil Ltda: R$ 24,9
3 - Petrobras: R$ 15,6
4 - Industrias de Papel R Ramenzoni S/A: R$ 9,7
5 - Duagro Adm e Participações: R$ 6,5
6 - Viação Aérea São Paulo (Vasp): 6,2
7 - Banco Bradesco: 4,8
8 - Varig: 4,6
9 - American Virginia Ind e Comércio Exp. De Tabacos Ltda: 4,1
10 - Condor Factoring Fomento Comercial: 4,1

Fonte: BRASIL DE FATO
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Enquanto um grande número de empresas deve uma fortuna à União, e não paga, o governo brasileiro aperta o cinto e prejudica a população com seu programa de reduzir gastos.

Os devedores continuam soltos e o povo acaba pagando a conta.

O Banco Bradesco, do ministro do arrocho, deve 4, 8 bilhões de reais.

As empresas não pagam o que devem e o governo, para economizar, corta o cafezinho dos funcionários públicos.

Por outra frente, a velha mídia incentiva, apóia e pede mais arrocho no povo, sem dizer nada sobre as empresas devedoras e sonegadoras de impostos.

Aliás, as empresas da velha mídia  também são devedores e sonegadores de impostos.

Globo agonizando

Pela primeira vez, "Jornal Nacional" sofre derrota no Rio 
No Rio, "Jornal Nacional" perdeu para a novela "Os Dez Mandamentos"
 No Rio, "Jornal Nacional" perdeu para a novela "Os Dez Mandamentos"
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De Ricardo Feltrin, no Uol:

Pela primeira vez, "Jornal Nacional" sofre derrota no Rio


Pela primeira vez na TV brasileira, um programa concorrente derrotou o "Jornal Nacional" em pleno Rio de Janeiro.

Dados do Ibope consolidados, obtidos por esta coluna, mostram que a novela "Os Dez Mandamentos", da Record, derrotou ontem o "Jornal Nacional" e a Globo em todo o tempo de confronto.

O Rio de Janeiro é o segundo maior e mais fiel público do "Jornal Nacional" em todo o Brasil (só menor que Florianópolis, SC)

Entre 20h28 e 21h07, ontem, no confronto direto, a novela bíblica da Record marcou 22,3 pontos contra 20,4 pontos do "JN" -- quase dois pontos de diferença, um feito inédito.

Em todo o seu horário de exibição, a novela também bateu a Globo por uma diferença ainda maior: 23,5 contra 20,9 pontos.

Cada ponto de ibope no Rio equivale a 42,2 mil domicílios (em São Paulo vale por 67 mil). A novela ontem foi assistida por quase 3 milhões de cariocas.
Em tempo: A Globo foi rebaixada pela agência de risco Fitch

J. Hawilla entra na área da Globo    

publicado 15/10/2015
          
E o Marcelo Campos Pinto? Está em impedimento? - PHA
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No Terra:
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J. Hawilla confessa suborno a membros da Fifa e Conmebol
O empresário brasileiro José Hawilla, dono da empresa de marketing esportivo Traffic, confessou à Justiça Americana que, desde 1991, tem a prática de pagar propinas por contratos de direitos de transmissão de competições oficiais. Réu confesso no processo sobre corrupção no futebol, J. Hawilla ainda afirmou ter consciência que a prática era ilegal.

Em documentos liberados nesta quinta-feira pela Justiça americana, são relatadas as confissões do empresário brasileiro. Para proteger o curso da investigação, alguns trechos dos documentos foram bloqueados.

J. Hawilla afirmou que o pagamento de propinas aos dirigentes ligados à Fifa e à Conmebol foi uma prática utilizada por ele até 2013. Segundo os documentos, os direitos de transmissão de competições como a Copa América, a Copa Ouro e a Copa do Brasil, além de patrocínios da Seleção Brasileira, foram determinados com tal prática.

Confira abaixo alguns dos trechos da confissão de José Hawilla à Justiça Americana.

Aproximadamente em 1991, quando eu fui renovar um contrato para um desses eventos, a Copa América, um dirigente associado à Fifa, a agência encarregada do futebol mundial, e à sua confederação, a Conmebol. Ele me pediu uma propina para assinar o contrato. Eu precisava daquele contrato, pois já havia assumido compromissos futuros. E, mesmo que não quisesse, eu concordei em pagar propina para aquele dirigente.

Depois disso e até 2013, outros dirigentes de futebol vieram a mim e aqueles com os quais eu me associei em negócios exigiam propinas para assinar ou renovar contratos. Eu concordei com pagamentos de suborno em sigilo que seriam feitos a esses dirigentes de futebol por contratos de direitos de marketing para vários torneios e outros direitos associados ao futebol.

Eu concordei em pagar subornos por contratos da Copa América, Copa Ouro, Copa do Brasil, e pelo patrocínio da seleção brasileira. Eu usei instituições financeiras dos EUA e facilidades de transação bancária digital nos EUA para pagamento de algumas dessas propinas, bem como para pagamentos legítimos correspondentes a esses direitos.

Médico diagnostica o ódio contra o presidente Lula   

publicado 16/10/2015
             
"A explicação para isso só pode ser de um sentimento de superioridade"
bessinha venus gratinada
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O Conversa Afiada reproduz comentário do amigo navegante  Bernardo Felsenfeld, publicado no post "Lula desmente PiG. Ele não protege Cunha":
Nos últimos dias tive que deslocar-me para outro estado para poder ver um paciente, e graças a Deus foi tudo bem.Mas estou contando este fato para dizer que fiz uma constatação in loco, no que acontece no Brasil, este país continente.

Acostumado em São Paulo, sempre que elogio o governo LULA, ou cito o meu voto a Dilma ver olhares pouco receptivos, pude perceber que a imensa popularidade de LULA e prestígio do governo Dilma, não são peça de ficção dos institutos de pesquisa.Neste local que estive pude ver que o Brasil, realmente mudou, os brasileiros estão vivendo melhor , e idolatram Lula.Quando falei do carinho e respeito que tenho pela pessoa de Lula os olhos dos meus irmãos brasileiros intilaram.

Voltando a São Paulo quis refletir porque este preconceito contra Lula, e digo não é só no bairro de Higienópolis ou Jardins.Logicamente aí e não preciso explicar , ele é mais acentuado.

Mas qual seria a razão dos paulistas, principalmente os paulistanos de ter o pensamento tão retrógrado, tão cego ao excepcional governo Lula. Como sou um médico e não um sociólogo, fui me debruçar sobre o assunto. É uma luta de classes dominantes , elites puras, que se acham superiores aos demais mortais.São pessoas que se acham donas de uma cultura invejável, e que portanto deveriam estar acima do nosso presidente metalúrgico.

Só para ilustrar a força desta elite inquisitiva, estava comendo um doce com o meu filho numa destas doceiras de um shopping de elite, quando uma funcionária, bem baixinho, sussurando, me contou que estava preocupada , na oportunidade, se Dilma venceria o pleito ou não.Ela sabia que podia fazer esta confidência aos amigos , pois nós tratamos as pessoas com cordialidade, qualquer que seja a classe social.Ela sussurrava , pois segundo ela, não podia perder o emprego.Ela nos contou que tinha uma filha, que sob a égide do governo LULA, sua vida melhorou muito.

E por que os paulistas agem assim, a explicação só pode ser de um sentimento de superioridade, que está ARRAIGADO A UM PRECONCEITO MAIOR EM RELAÇÃO AO NOSSO PRESIDENTE OPERÁRIO.

Lula desmente PiG. Ele não protege Cunha

  
publicado 15/10/2015
    
Lula não manteve encontros ou reuniões neste sentido com parlamentares
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 Do Instituto Lula:
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Lula desmente acordo para proteger Eduardo Cunha

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não participa nem estimula qualquer articulação para supostamente “proteger” o presidente da Câmara em procedimento do Conselho de Ética.

Lula não manteve encontros ou reuniões neste sentido com parlamentares do PT nem com políticos de outros partidos.

São escandalosamente mentirosas, portanto, as notícias publicadas a esse respeito, especialmente no jornal Estado de S. Paulo e no portal da Folha de S. Paulo.

O ex-presidente considera que este assunto compete ao Legislativo e ao Judiciário, dentro da lei e da Constituição.

O Brasil sabe que é a oposição, e não o PT, que há um ano vem promovendo articulações espúrias e barganhas, dentro e fora do Congresso, na desesperada tentativa de derrubar um governo democraticamente eleito.

Fonte: CONVERSA AFIADA
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Parece que a agonia de globo não tem fim.

A novela da record, Os Dez mandamentos, lidera a audiência e deixa  a globo no segundo lugar.

O Jornal Nacional, com a audiência cada vez mais reduzida , vai passar a se chamar jornal do Jardim Botânico e a novela de globo que compete no horário com Os Dez Mandamentos, também desabou na audiência, mesmo com toda a apelação de nudez e putaria, o que reflete muito bem o perfil das organizações globo.

No futebol, a bola de globo murchou e o pânico toma conta da emissora, já que a qualquer momento pode ser denunciada como parte integrante da quadrilha criminosa que controla a comercialização e transmissão de eventos esportivos, com destaque para as competições de futebol.

Na política, globo e os setores de posição vivem um momento em que todos, sem exceção, estão zonzos, obcecados por um golpe de estado, um estupro na democracia.

Como o golpe pagou um  micaço por conta das liminares do STF, mais um desde a quarta vitória seguida do PT, a velha mídia zonza dispara sua bateria de mentiras contra o ex-presidente Lula, sem esconder  todo tipo de preconceito que nutre contra a figura do ex-presidente e contra os programas sociais implementados com sucesso pelos governos populares e democráticos do PT.

O que mais fará globo para fugir da forca ?

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

A turma do golpe

Je Suis

publicado em 11 de outubro de 2015 às 20:12
Captura de Tela 2015-10-11 às 19.51.19

Geo: A turma de Cunha

publicado em 15 de outubro de 2015 às 08:43
Captura de Tela 2015-10-14 às 17.51.33
Do Geo Político

Fonte: VIOMUNDO
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A crise é na e da Globo!
bessinha globo cada dia mais preta

Geraldo recebe o torneira seca   

SP é o ultimo Maranhão: o PSDB controla o PiG inteiro!
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Fonte: CONVERSA AFIADA
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Jandira: ruptura democrática parou no STF

nanicunha

Fonte: TIJOLAÇO

Velha Mídia. Uma Usina de Mentiras e Violência

Sem mídia democrática não há democracia

A democracia no Brasil corre perigo enquanto o Estado não enfrentar o monopólio midiático e não construir políticas públicas para promover a pluralidade

FNDC
reprodução
















Em 2015, comemoramos 30 anos do início da redemocratização do Brasil e 27 anos da promulgação da Constituição Cidadã. Nestes anos, temos buscado os caminhos para a construção de uma sociedade democrática, consolidando e aprimorando a democracia representativa, através das eleições, e lutando para avançar e ampliar os espaços de participação social.

Somos um país com duzentos milhões de pessoas, ainda marcado por profundas desigualdades econômicas, sociais e culturais. As políticas de inclusão social e cidadã adotadas nas últimas décadas tiraram mais de 40 milhões de brasileiros e brasileiras da miséria e as integraram ao mercado consumidor. Políticas de expansão e ingresso à educação básica e superior também melhoraram a escolaridade da população.

Nesse período, a evolução tecnológica promoveu a ampliação do acesso à internet, seja através de dispositivos móveis ou fixos. A televisão, que já na década de 80 estava entre os itens eletrônicos de maior presença nos lares brasileiros, continua soberana não apenas nas salas, mas também nos quartos e cozinhas das casas, sendo ainda a principal fonte de informação e lazer.

No entanto, o Estado brasileiro não promoveu transformações estruturais necessárias para garantir que a livre circulação de ideias, informações e da produção cultural se desse no país, sem a qual a consolidação de uma sociedade democrática fica perigosamente comprometida.

A história dos meios de comunicação no Brasil é marcada pela concentração da propriedade em poucos grupos econômicos, que detêm o monopólio da palavra e do debate público. Um monopólio que está a serviço da elite econômica e não tem qualquer compromisso com o interesse público. A chamada grande mídia brasileira reproduz um pensamento único, e que nos últimos anos tem, em muitas ocasiões, disseminado preconceito, discriminação e veiculado um discurso de ódio social e político.

Na programação das emissoras de televisão não faltam exemplos disso: programas policialescos que incitam a violência e reforçam a criminalização da juventude que vive nas periferias, dos negros e das mulheres. No jornalismo, o compromisso com a notícia factual e com a possibilidade do contraditório com pluralidade de ideias tem sido cada vez mais raro de se observar. A diversidade cultural e social deste imenso país estão invisibilizadas.

A comunicação é um direito de todos e todas e a liberdade de expressão é condição indispensável para a garantia da democracia. O totalitarismo das ideias e opiniões compromete a possibilidade de se formar uma opinião crítica e referenciada em opostos.

Desta forma, o FNDC chama a atenção, nesta Semana Nacional pela Democratização da Comunicação, que a democracia no Brasil corre perigo enquanto o Estado não enfrentar o monopólio midiático e não construir políticas públicas para promover a pluralidade e a diversidade nos meios de comunicação.

Como esta agenda vem sendo historicamente negligenciada pelos governos brasileiros, vários são os desafios do país para democratizar o setor, entre eles, a regulamentação dos artigos da Constituição Federal que tratam da Comunicação Social. Neste sentido, reiteramos a necessidade de unir esforços em torno da coleta de assinatura para o Projeto de Lei de Iniciativa Popular da Mídia Democrática, lançado em 2013 pela Campanha Para Expressar a Liberdade (www.paraexpressaraliberdade.org.br).

Enquanto se reúnem as assinaturas para levar a proposta ao Congresso Nacional, há outras ações tão importantes quanto esta e que podem, de imediato, enfrentar minimamente o cenário de exclusão da sociedade e negação de direitos no campo da comunicação.

Entre elas cobrar que o Ministério das Comunicações fortaleça a sua agenda regulatória, cumprindo o papel de fiscalizar e também de aplicar políticas que já estão ancoradas em legislações em vigor; cessar a criminalização das rádios comunitárias; fortalecer a comunicação pública; estabelecer canais de diálogo permanentes com o movimento social; adotar políticas para universalização da banda larga; garantir o cumprimento do Marco Civil da Internet no que diz respeito à neutralidade de rede e a outros direitos conquistados.

Durante a campanha eleitoral de 2014, a Presidenta Dilma Rousseff afirmou que seu novo governo faria a regulação econômica dos meios de comunicação, que nada mais é do que regulamentar o Capítulo V da Constituição Federal. É preciso exigir que a Presidenta cumpra este compromisso de campanha, tendo como parâmetro as resoluções da I Conferência Nacional de Comunicação (Confecom). O governo pode fazê-lo por meio de um processo organizado em diálogo com a sociedade civil, por meio de seminários, audiências públicas e da realização de uma II Confecom.

Mantemos firme a luta em torno da consigna definida no II Encontro Nacional pelo Direito à Comunicação (ENDC), realizado em abril de 2015 com mais de 800 participantes de todo o país: “Dilma, Regula Já!”. Está é a palavra de ordem que aglutina o movimento social brasileiro, seja em torno de demandas pontuais e específicas, seja em torno de uma agenda mais estruturante. Toda luta pela democratização da comunicação – a defesa da política de Classificação Indicativa, do direito de resposta, da constituição de um Conselho de Comunicação democrático, pelo fortalecimento do campo público de comunicação, pela universalização da banda larga e todas as outras que compõem um amplo leque de campanhas – é uma luta que visa uma mídia mais democrática e, portanto, uma sociedade mais democrática.


Fonte: CARTA MAIOR
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Mídia e golpe branco


Na tentativa de golpe branco em curso no país, o papel de liderança da grande mídia salta aos olhos. O termo grande mídia diz respeito ao reduzido número de poderosas corporações de imprensa que controlam os meios de comunicação, em desacordo com determinações da Constituição de 1988 (carentes de regulamentação), que proíbem monopólio ou oligopólio nesse setor. Algumas dessas corporações - proprietárias, simultaneamente, de redes de televisão aberta e fechada, emissoras de rádio (AM/FM), jornais, revistas e portais na Internet- lideram, na esfera sociopolítica, sobretudo desde o início da Operação Lava Jato, uma campanha de oposição ao governo federal, que tem funcionado como alavanca-chave de poder do movimento de deposição da presidente Dilma Roussef, por impeachment ou renúncia.

Essa campanha da grande mídia articula-se com forças partidárias e do Congresso Nacional, procurando fornecer legitimidade às ações da frente institucional da coalizão do golpe branco, os políticos de oposição, o movimento parlamentar pró-impeachment. A crise política está evidenciando como nunca o quanto a concentração da propriedade da mídia compromete a igualdade política como fundamento da democracia. No limite, é a disputa pela opinião pública entre quem tem ou não voz, mesmo sabendo que o governo, formalmente, não é mudo. As corporações midiáticas e seus aliados estão promovendo uma campanha desigual contra um partido político e suas lideranças, cuja síntese é o movimento para tentar derrubar uma presidente da República eleita a menos de um ano sem que ela tenha cometido crime de responsabilidade. Isso tudo é tão danoso à igualdade política democrática quanto o financiamento empresarial das eleições. Uma outra regulação da comunicação política é fundamental para a democracia brasileira evoluir.

A grande mídia tem feito a cobertura da corrupção através de um sensacionalismo seletivo e partidarizado, praticamente sem discutir suas causas. Ela se omite, por exemplo, sobre a questão do financiamento empresarial de campanhas eleitorais (só muito recentemente abolido da legislação). Não discute a relação entre desigualdade política e captura do Estado pelo interesse econômico das grandes corporações, sendo o financiamento empresarial da política um meio de produção da síntese das duas primeiras variáveis e, assim, elo para a corrupção ativa e passiva. Motivo da omissão: é preciso manter a política como uma espécie de escrava a ser perversamente usada e maltratada pelo senhor, o poder econômico. Motivo do sensacionalismo: corrupção é escândalo, gera audiência, atrai anunciantes, vende jornal. Motivo do partidarismo: um partido de esquerda, que promoveu mudanças sociais importantes em um dos países mais desiguais do mundo, não interessa à coalizão neoliberal, do rentismo e da financeirização, à qual a grande mídia se vincula. Combater a pobreza e, se possível, a desigualdade social, tem custos que os supostos defensores da sociedade meritocrática não querem bancar. A ideologia liberal informa a grande mídia em relação a temas como inflação, juros, orçamento público, Estado, políticas sociais e segurança pública. Por outro lado, corrupção é um mal a ser universalmente combatido, doa a quem doer, mas a mídia tem abordado o problema com a velha máxima: aos amigos, tudo, aos inimigos, a lei. Para Eduardo Cunha e suas contas milionárias na Suíça, com recursos provenientes de desvios na Petrobras, tolerância. Para o mensalão e trensalão tucanos, tolerância também. E por aí vai.

A pesquisa semanal do Manchetômetro evidencia a cobertura negativa que a mídia tem feito de Dilma desde 2014. Há inúmeras evidências, algumas de grandes proporções, de que se trata de um viés antipetista da grande mídia, pois ocorreu discriminação contra Lula também nas três campanhas presidenciais em que ele foi derrotado, 1989, 1994 e 1998, ou seja, quando, até então, o PT não havia se envolvido em problemas de corrupção. Em 1989, a Rede Globo, por exemplo, na reta final do segundo turno, em contexto de acirrada disputa entre Collor e Lula, tomou partido ainda mais incisivo a favor do primeiro, conforme assumiu em 2011 o ex-executivo da emissora, José Bonifácio de Oliveira Sobrinho. Em 1994, a mesma emissora, que, sob pretexto de apoiar o Plano Real, apoiava, na verdade, o candidato FHC, envolveu-se no escândalo da antena parabólica, com o ministro da Fazenda. Em 1998, o Manchetômetro mostra que a cobertura dos jornais na corrida presidencial apresentou mais conteúdos contrários a Lula, então candidato de oposição, que a FHC, candidato à reeleição. Em 2010, pode-se destacar o episódio da bolinha de papel arremessada na cabeça do candidato José Serra, que disputava com Dilma Roussef, durante um evento de campanha no Rio de Janeiro, em local escolhido criteriosamente pelos autores do espetáculo farsante. O Jornal Nacional noticiou que Serra teria sido agredido por um objeto contundente atirado por militantes petistas e, devido a isso, precisou fazer exames médicos em um hospital. A armação foi desmascarada. O fato inspirou um grupo de sambistas cariocas, liderados por Tantinho da Mangueira, a comporem o hilário Samba da Bolinha de Papel. Em 2014, às vésperas do segundo turno, a revista Veja antecipou a publicação de sua edição semanal e estampou na capa, exibida também nas redes de televisão, fotos de Lula e Dilma com a seguinte manchete, escrita em vermelho: "Eles sabiam de tudo". O objetivo era vincular Dilma e Lula ao escândalo político-midiático que tem sido a cobertura da Operação Lava Jato pelas corporações da radiodifusão e imprensa.

A campanha oposicionista da mídia não é contra a corrupção, é contra uma agremiação partidária de esquerda. A recente cobertura da apreciação das contas da União pelo TCU não dizia respeito a problema de corrupção, mas às chamadas "pedaladas fiscais". No entanto, um arranjo de comunicação política foi montado, com a colaboração de um politizado TCU, visando fazer da divulgação do esperado resultado desfavorável à presidente da República mais um gol espetacular da coalizão da deposição a ser exibido nacionalmente para a audiência, em horário nobre. Desde a campanha eleitoral de 2014, que acabou resultando na quarta vitória consecutiva de presidentes petistas, a pressão oposicionista, sectária e golpista da mídia têm aumentado e não só servido de suporte organizativo para contestações de rua e panelaços, como também, indiretamente, para as manifestações de intolerância e ódio que estão ocorrendo no país contra políticos petistas, lideranças de movimentos sociais, intelectuais e eleitores do PT em geral. Trata-se de uma campanha contra a esquerda enquanto ideologia social e política e organização. Fanáticos, por assim dizer, falam em chavismo e bolivarianismo, chavões vocalizados na mídia oposicionista, como se fossem heresias e associam o petismo a elas. Referem-se a Cuba, onde empreiteiras brasileiras fizeram obras de infraestrutura, como se fosse a pátria do anticristo. Obama que se cuide desses brasileiros, após ter restabelecido relações diplomáticas com a Ilha!

Salvo raras exceções, os meios de comunicação oligopolizados atacam, direta e subliminarmente, a política e o Estado, deixando implícito que o mundo da virtude é o mercado. Mas o fato é que, na esfera das relações econômicas em mercados competitivos, as corporações, nacionais e internacionais, envolvem-se, corriqueiramente, em ilicitudes de inúmeros tipos, fraudes contábeis, manipulação de licitações públicas, cartéis, espionagem industrial, concorrência desleal, sonegação fiscal etc. A Operação Zelotes, de fraudes com dívida tributária envolvendo burocracia pública e grandes empresas, investiga irregularidades que somam quase 20 bilhões de reais, mas os telespectadores pouco sabem sobre ela. O que isso tudo tem a ver com o golpe branco midiático? Quem endeusa o mercado, sobretudo estando em um país em desenvolvimento e profundamente desigual, demoniza as forças que defendem políticas de desmercantilização, mesmo que em todo o mundo capitalista desenvolvido elas tenham sido implementadas. Essas políticas também existem no Brasil, mas os neoliberais resistem à sua expansão. Quem endeusa o mercado cobiça uma companhia mista do porte da Petrobras, acha um bom negócio comprá-la ou vendê-la, ou, ao menos, que ela não exerça a função de operadora única do pré-sal. Quem endeusa o mercado não se preocupa com política industrial, não tem simpatia por bancos de desenvolvimento como o BNDES, não quer investir em política externa independente, Mercosul, Brics etc. Na grande mídia, a cobertura econômica tira o chapéu para os mercados desregulados. As políticas desenvolvimentistas e sociais implementadas, com resultados positivos e negativos, por Lula e Dilma, provocam visível repulsa nos porta-vozes dos mercados, o oligopólio da radiodifusão e imprensa. Não à toa, emergiu em estratos das camadas médias tradicionais uma crítica vulgar, por exemplo, ao programa Bolsa Família.

Recentemente, o jornalista Ignacio Ramonet, do Le Monde Diplomatique, afirmou o seguinte, referindo-se à América do Sul: "Nos últimos 15 anos, todos os governos progressistas que chegaram ao poder democraticamente na região vêm sendo mantidos por via eleitoral. Nenhum deles foi derrotado nas urnas. Por isso, a resistência à mudança vem sendo cada vez mais brutal, apelando para novos tipos de golpes, alguns com fachada judicial, parlamentar, e sempre com forte ajuda da mídia". Dois exemplos de golpe branco são a Venezuela, em 2002, e o Paraguai, em 2012. O primeiro caso foi, inclusive, caracterizado de golpe midiático, embora tenha fracassado. O assédio moral da mídia ao PT se dá de várias maneiras: pelas críticas às políticas de seus governos e aos problemas de corrupção, pelo modo de divulgação e precário nível de esclarecimento de procedimentos de instituições de controle externo que podem ser prejudiciais ao governo petista, como ocorreu na semana passada no TCU, pelas manipulações políticas, algumas acima mencionadas etc. A mídia está meramente exercendo a imprescindível liberdade de imprensa ou, sob esse guarda-sol, também a liberdade de empresa interessada e o papel de partido político? Então, é preciso regular melhor esse mercado de comunicação.

Em um de seus trabalhos, o sociólogo Francisco Weffort argumenta que, quando a mídia vai além da emissão de opiniões e parte para a ação, ela se comporta tal como partido político, que possui ideias e atua para colocá-las em prática. Assim ele avalia que atuou a grande imprensa brasileira em 1964. Se já no dia a dia a mídia não emite mera opinião, mas juízos de valor, como fica para a democracia se um pequeno oligopólio de meios de comunicação resolve mesmo partir para a ação para depor um governo eleito? Obviamente, a mídia não é a única força em jogo, não se trata disso. Em 1964, o desfecho foi o golpe militar. Hoje, com instituições democráticas fortes, a opção do regime autoritário está descartada, mas a síntese entre autoritarismo sociopolítico, crise econômica, politização da ação técnica de alguns atores institucionais, em vários órgãos públicos, oportunismo parlamentar e estabilidade da democracia eleitoral pode ser, prevalecendo o interesse da coalizão liberal-conservadora, com a grande mídia à frente, o golpe branco. Que a democracia brasileira resista, dentro da lei, e não dê passagem a esse retrocesso vexaminoso! Que o Congresso Nacional não se deixe aventurar pelo caminho da irresponsabilidade! Que o STF garanta o respeito à Carta Magna! Que a sociedade brasileira enfrente o problema da estrutura concentrada da mídia, para garantir condições mínimas de igualdade democrática de produção e veiculação de informação e comunicação, dentro da ordem capitalista e com plena liberdade de imprensa, como já fizeram outros países sul-americanos e do norte desenvolvido!

* Marcus Ianoni é cientista político, professor do Departamento de Ciência Política da Universidade Federal Fluminense (UFF), pesquisador das relações entre Política e Economia e Visiting Researcher Associate da Universidade de Oxford (Latin American Centre

Fonte: JORNAL DO BRASIL
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TVs brasileiras e o estímulo à violência

TVs brasileiras e o estímulo à violência

Por Laurindo Lalo Leal Filho, na Revista do Brasil:


Exatamente 1.936 violações de direitos são cometidas em um mês no rádio e na TV, por apenas 30 programas. Os autores dessa façanha não são os personagens, geralmente negros e pobres, apresentados com estardalhaço diariamente pelos programas policialescos. São os próprios apresentadores, em conluio com repórteres e produtores – a autoridades –, sob o comando dos dirigentes das emissoras que abrem espaços para essas aberrações.

A constatação está numa pesquisa realizada pela Andi – Comunicação e Direitos, uma organização social que há 21 anos trabalha para dar visibilidade na mídia a questões relacionadas aos direitos das crianças e dos adolescentes. Entre outras ações, criou o projeto Jornalista Amigo das Crianças, que já reconheceu com essa qualidade 392 profissionais em atuação no país.

Os chamados programas policialescos entraram na mira da Andi diante das seguidas violações cometidas contra a infância e adolescência. A pesquisa constatou que as violações, em nove categorias de direitos, vão muito além dessas faixas e atingem toda a sociedade.

Exemplos não faltam. A presunção de inocência, uma das categorias selecionadas pela pesquisa, é constantemente violada. No programa Balanço Geral, da TV Record, uma chamada diz "Pai abandona filho em estrada do RS" e o apresentador acrescenta: "Um pai abandonou uma criança nas margens de uma rodovia? Fez!" Apesar do desmentido do pai, a acusação constitui um claro desrespeito à presunção de inocência, garantida no artigo 5º da Constituição brasileira.

O estímulo à violência como forma de resolver conflitos é outra marca desses programas. Como nesse exemplo pinçado pela pesquisa na Rádio Barra do Piraí AM, programa Repórter Policial. Uma pessoa acaba de ser presa pela polícia e o apresentador anuncia: "Então, a praga acabou de ser grampeada. Não seria o caso, né? Passa logo fogo num cara desse aí! (...) É uma pena que ele não reagiu, porque a rapaziada passaria fogo nele de uma vez e tava tudo certo".

Só nesse caso são violadas cinco leis brasileiras, cinco acordos internacionais firmados pelo Brasil e um código de ética profissional. Entre eles a Constituição Federal, o Regulamento dos Serviços de Radiodifusão (é considerada infração ao regulamento "incitar a desobediência às leis ou às decisões judiciárias" e "criar situação que possa resultar em perigo de vida") e o Código de Ética dos Jornalistas Profissionais (jornalista não pode usar o jornalismo para incitar a violência, a intolerância, o arbítrio e o crime).

Outra categoria: discurso de ódio e preconceito. No programa Brasil Urgente, da TV Bandeirantes, o apresentador José Luiz Datena faz enquete para saber quem acredita em Deus e diz: "...ateu eu não quero assistindo o meu programa. ‘Ah, mas você não é democrático.’ Nessa questão não sou não, porque um sujeito que é ateu, na minha modesta opinião, não tem limites, é por isso que a gente tem esses crimes por aí..."

Só com essas frases o apresentador violou seis leis brasileiras, três pactos multilaterais firmados pelo Brasil e mais uma vez o Código de Ética dos Jornalistas, além de desrespeitar princípios e declarações internacionais de defesa da liberdade de expressão. E ainda ignorar os muitos crimes de Estado, guerras e outras violências que foram cometidos ao longo da história, e ainda o são, em nome de supostas causas religiosas

O fato de se apresentarem como "jornalísticos" faz com que esses programas escapem da classificação indicativa de horários para determinadas faixas etárias do público telespectador. Passam a qualquer hora oferecendo às crianças e jovens esse festival de ódio e violência. Mas de jornalismo têm pouco. São programas de variedades, espetacularizando fatos dramáticos da vida real com tentativas até de fazer um tipo grotesco de humor.

Numa edição gaúcha do programa Balanço Geral, por exemplo, o apresentador Alexandre Mota, ao narrar a morte de um suspeito pela polícia, fingia chorar copiosamente clamando de forma irônica pela vinda dos defensores dos direitos humanos. Em seguida, estimulado por uma repórter, passa a sambar alegremente diante das câmeras.

Fonte: Blog do Miro
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quarta-feira, 14 de outubro de 2015

A queda do império

Sobreviventes de tortura da CIA processam psicólogos que desenvolveram programa

Um dos sobreviventes conta que um dos métodos consistia em mergulhá-lo em água gelada e depois deixá-lo embalado por saco plástico congelado por horas


Opera Mundi
Scout Tufankjian















A União de Liberdades Civis Americana (ACLU, na sigla em inglês) deu início, nesta terça-feira (13/10), a um processo contra os psicólogos James Mitchell e Bruce Jessen, responsáveis por desenvolver o programa de torturas da CIA.

O processo foi aberto em nome de dois sobreviventes do programa: Suleiman Abdullah Salim, da Tânzania, que ficou sob custódia norte-americana durante cinco anos, e o líbio Ahmed Ben Soud, preso durante dois anos. Eles pedem uma compensação de pelo menos US$ 75.000 (aproximadamente R$ 285.000).

O processo acusa Mitchell e Jessen de violar os direitos humanos dos detentos por tortura e crimes de guerra. O programa desenvolvido pela dupla autorizava abusos físicos como afogamentos, privação de sono e alimentação, entre outros métodos, que eram aplicados nas prisões não documentadas da CIA, como em Guantánamo (Cuba), na Base Aérea de Bagram (Afeganistão), e em Abu Ghraib (Iraque).

Em depoimento ao The Guardian, Salim, um dos sobreviventes, revelou a forma de tortura à qual foi submetido durante os cinco anos em que esteve preso. Segundo ele, seus braços e pernas eram acorrentados a um arco de metal, de forma que ele estivesse sempre agachado, impedindo-no de dormir. Como outros detentos, Salim também era mergulhado em água gelada e depois embalado num saco plástico congelado durante horas.

“Esse caso trata de assegurar que as pessoas por trás do programa sejam responsabilizadas para que a história não se repita. A impunidade para a tortura manda a perigosa mensagem para oficiais dentro dos EUA e fora de que não haverá consequências para abusos futuros”, explica Steven Watt, um dos advogados da ACLU.

O advogado acredita que existem boas chances de se vencer o processo, visto que existem provas do que aconteceu. Em 2014, o governo norte-americano publicou um relatório bastante detalhado sobre o programa de tortura da CIA, que também divulga a identidade e a maneira como os presos eram torturados.


Uma mudança decisiva no equilíbrio de poder


Putin, sem recorrer a nenhuma ameaça verbal ou xingamentos, mudou decisivamente o equilíbrio de poder, e o mundo sabe disso.

Paul Craig Roberts, do CounterPunch

reprodução















O mundo começa a notar a mudança profunda para a geopolítica que representou o discurso de Vladimir Putin na ONU, no dia 28 de setembro, quando o presidente russo declarou que a Rússia não pode mais tolerar a política externa perigosa, estúpida e falida de Washington, que desencadeou o caos que engoliu o Oriente Médio e agora começa a tomar a Europa. Dois dias depois, a Rússia assumiu o controle militar na Síria e deu início à destruição das forças do Estado islâmico. 
Entre os assessores de Obama, talvez ainda haja alguns que não tenham sido totalmente cegados pela arrogância e possam compreender a mudança em curso. A agência russa de notícias Sputnik afirmou que alguns dos conselheiros do presidente americano especialistas em segurança aconselharam-no a retirar as forças militares americanas da Síria e desistir de derrubar Assad. Eles sugeriram uma cooperaração com a Rússia, a fim de parar o fluxo de refugiados que hoje sobrecarrega os países vassalos de Washington na Europa. A chegada em massa de pessoas indesejadas está fazendo os europeus se darem conta do alto preço do apoio à política externa americana. Os conselheiros mostraram a Obama que as estúpidas políticas dos neoconservadores estariam ameaçando o império de Washington na Europa.

Analistas como Mike Whitney e Stephen Lendman concluiram, corretamente, que Washington está de mãos atadas no que diz respeito à estretégia russa contra o Estado Islâmico. O plano dos neoconservadores de que a ONU decrete uma zona de exclusão aérea sobre a Síria, a fim de expulsar os russos, não passa de delírio. A ONU nunca aprovará tal resolução. Na realidade, os russos já estabeleceram uma zona de exclusão aérea de fato.

Putin, sem recorrer a nenhuma ameaça verbal ou xingamentos, mudou decisivamente o equilíbrio de poder, e o mundo sabe disso.

A resposta de Washington consiste em xingamentos, bravatas e mais mentiras, algumas das quais ecoadas por alguns dos cada vez mais trôpegos vassalos de Washington. O único resultado tem sido evidenciar a impotência de Washington.

Se Obama tiver alguma consciência, vai dispensar os idiotas neoconservadores que dilapidaram o poder de Washington, e se concentrar em, junto com a Europa, trabalhar ao lado da Rússia para destruir – ao invés de patrocinar – o terrorismo no Oriente Médio, por trás da crise dos refugiados na Europa.

Mas se Obama não puder admitir um erro, os Estados Unidos continuarão a perder credibilidade e prestígio em todo o mundo.

Paul Craig Roberts foi secretário-assistente do Tesouro americano e editor associado do Wall Street Journal. Roberts é autor dos livros How the Economy Was Lost e How America Was Lost

Tradução de Clarisse Meireles


Fonte: CARTA MAIOR
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