terça-feira, 18 de agosto de 2015

Merda na tela

Licor de Merda

Sim, é isso mesmo. Quando nos deparamos com essa inusitada bebida em um mercadinho de Óbidos, Portugal, tivemos que, óbvio, comprar. Segundo o site "Papo de Bar", a bebida surgiu em 1974, na época da Revolução dos Cravos, e o nome "foi criado para 'homenagear' algumas autoridades que então governavam Portugal". Aliás, falando em política (e políticos) de merda, o tal licor configura piada pronta porque é produzido na cidade de CANTANHEDE, o mesmo nome daquela "jornalista" tucana (e esposa de marqueteiro do PSDB) que - muito apropriadamente - cunhou a expressão "Massa CHEIROSA"...
 
Fonte: FUTEPOCA
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Com tantos artistas e celebridades fazendo comercial de tudo que aprece pela frente, fico imaginando como seria um comercial do Licor de Merda.

Atualmente, nas telas de TV, a atriz Nicete Bruno desfila alegre e sorridente um comercial em que diz que ficou livre de incômodos causados pelas hemorroidas.

O machão e bom malandro , Wagner Montes, em seu programa Cidade Alerta  na TV Record, recomenda um produto para tirar gordura localizada e celulite do bumbum. Humm  !

Em um outro comercial, todo em tom laranja, uma mulher diz que ficou feliz da vida ao resolver problemas de sapinho na boca com um produto chamado Orange. Diz ainda, que recomendou para outras pessoas.

Isso me trouxe a lembrança de um programa de esporte que durava toda a tarde de domingo na TV Bandeirantes, lá pela década de 1990.
Os apresentadores, Elia Junior e Simone Mello, vendiam de tudo, aquilo se parecia com  uma feira. Independente do produto que anunciavam, e eram muitos produtos, os apresentadores ostentavam sorrisos e expressões de alegria, principalmente quando apresentavam produtos para eliminação de gases e mau hálito, cruzando olhares de felicidade.

No ramo de cosméticos a farra atualmente não fica atrás.

A atriz Marina Rui Barbosa aparece nas telas. feliz e sorridente, exaltando as maravilhas de um sabonete que elimina cravos e espinhas do rosto.
Provavelmente a atriz adolescente ainda não sabe que quando a função intestinal não funciona regularmente, o organismo começa a eliminar os dejetos pelos poros, através de cravos espinhas.

Uma outra atriz, também sorridente e alegre, aparece nas telas vendendo um desodorante que minimiza o cheiro da vagina.
 
Medicamentos para gripes são os campeões em presença de celebridades. 
Do sertanejo ao urbano, todo mundo vende um medicamento.

No entanto o mais trágico foi o comercial de um suplemento nutricional anunciado como a sétima maravilha do mundo, fonte de  saúde e de energia e de todas as vitaminas e sais minerais, comprovado por diversos cientistas.
A ator que fazia o comercial, Jose Wilker, veio a falecer logo em seguida por problemas de saúde.

Além dos medicamentos e cosméticos, a turma dos alimentos não deixa nada desejar.

Fatima Bernardes, que outrora apresentava mentiras na bancada do Jornal Nacional de Globo, agora é figura carimbada em comerciais de embutidos de uma marca de alimentos.
O seu presunto, ou melhor, o presunto que a ex-jornalista apresenta tem  um percentual significativo de redução de sódio e de gordura. Falta apenas dizer em relação a que esta redução está associada.

O que se vê nas telas de Tv no tocante aos comercias de medicamentos, alimentos, bebidas, cosméticos e outros  é uma aberração e impressiona como órgãos do governo não atuam para impedir a veiculação de tantas inverdades.

Os artistas e celebridades estão apenas preocupados e ocupados e faturar um dinheirinho, disponibilizando suas imagens para alavancar a venda de tais produtos, mesmo sem conhecimento de causa dos riscos  e também dos micos associados aos produtos.

E a árvore sentiu medo

A negra da Atlântica era a babá…

copacoxa
O termo reportagem, que não se confunde com a mera notícia. a qual querem circunscrever o jornalismo sob a alegação de “neutralidade” (naturalmente, uma neutralidade sempre acorde ao senso comum que a própria comunicação de massas constrói), vem do latim “reportare”, que é “levar de volta” o leitor a algum lugar ou situação onde aquele que reporta esteve ou viveu.
O repórter Bernardo Mello Franco, da Folha, que já nos havia brindado com o clima de “oh, glória” do promotor Deltan Dallagnol, da Lava Jato, dizendo algo como “Deus está com Moro e não abre”, desta vez passeia, de alma leve e olhos abertos pela manifestação “pro-impeachment” de domingo, em Copacabana.
É texto que vale a pena ler, para que a gente relembre  como é inevitavelmente vasta, insana e hipócrita a fauna humana:

Domingo em Copacabana

Bernardo Mello Franco, na Folha
Vi uma multidão de verde e amarelo em Copacabana, com bandeiras do Brasil e cartazes contra o PT. Ouvi palavras de ordem e palavrões contra Dilma e Lula. Não ouvi os nomes de Aécio, Marina, Serra ou Alckmin, que Dilma e Lula derrotaram nas últimas quatro eleições.
Vi faixas contra os senadores Renan Calheiros e Fernando Collor, investigados no petrolão. Não vi nenhuma menção ao deputado Eduardo Cunha, o articulador do impeachment, que é acusado de embolsar US$ 5 milhões no mesmo escândalo.
Vi um desfile de camisas oficiais da seleção. Não vi ninguém citar os cartolas da CBF sob suspeita de corrupção, como Ricardo Teixeira e José Maria Marin, preso na Suíça.
Vi mais de uma centena de manifestantes pedindo a volta dos militares. Vi homens de boina do Exército a bordo de um jipe camuflado. Não vi nada que lembrasse os crimes da ditadura fardada de 1964.
Vi cartazes com a foto do juiz Sergio Moro, que prendeu José Dirceu há duas semanas. Não ouvi o nome de Joaquim Barbosa, que prendeu o petista há menos de dois anos.
Vi faixas contra o comunismo, ouvi que “a nossa bandeira jamais será vermelha”. Vi uma celebridade sumida da TV, o ex-casseta Marcelo Madureira, atacando o PT em um trio elétrico. Não vi a atriz Regina Duarte. Depois soube que ela perdeu o medo e escalou uma árvore para tirar “selfies” com a passeata ao fundo.
Vi manifestantes confraternizando com PMs. Também vi uma faixa a favor da PEC 300, que aumenta o salário dos PMs. Não vi atos de vandalismo e ninguém ameaçou “pegar em armas”, como fez o presidente da CUT em solenidade no Planalto.
Na volta, vi um deputado de blusa amarela na porta de um bar lotado de gente que chegava da manifestação. Ele andou até uma camionete, parada em local proibido, e buscou a filha com uma mulher negra. A mulher não parecia vir do protesto nem usava camisa da seleção. Vestia um uniforme branco de babá

Fonte: TIJOLAÇO
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Regina Duarte subiu em uma árvore para tirar um selfie.

É a banalização de Jung.

E a árvore sentiu medo.

A multidão seguiu, confundindo social democracia com comunismo.

Em tempos de protagonismo das redes sociais e do valor do empreendedorismo pessoal, ser ignorante é o máximo.

Educação é coisa de comunista.
 

Show de Horrores nas rua , na mídia, nos políticos, no congresso nacional e nos partidos políticos.

CONJUNTURA NACIONAL                  Manifestações de protesto

A desmobilização nas redes sociais

Por Maíra Bittencourt em 18/08/2015 na edição 864           
       
Segundo a Polícia Militar, em março, o número de manifestantes que participaram dos protestos em todo Brasil foi de 1,7 milhão. Agora, em agosto, foram apenas 612 mil. O número da última manifestação representa 36% da população da primeira. Mas qual a causa dessa queda tão brusca? A hipótese que levanto aqui é que, com o drástico enfraquecimento das discussões e articulações nas redes sociais (espaço que era por excelência a grande ágora de estímulo), as ruas também se esvaziaram. Abaixo perpasso o trajeto desse raciocínio.
Para começar façamos um breve resgate histórico do início desse processo. Desde o ano de 2013 inflamou-se no Brasil um estranho processo de mobilização social. Multidões tomaram as ruas, por diversas vezes, clamando por mudanças nas estruturas econômicas, políticas e sociais. Neste ano de 2015, as manifestações ganharam um caráter mais partidário e de oposição direta ao governo federal. Porém, o grande discurso sempre foi de que esses protestos partiriam do povo e não possuiriam vínculo partidário. As pessoas se sentiam chamadas a participar porque acreditavam que estavam integrando um movimento sem bandeiras que clamava por um Brasil melhor. Esse movimento teria sua sede apenas nas redes sociais.
Pouco a pouco esse conceito foi se esvaziando nas mentes e nos discursos sociais. Em março os partidos de oposição declararam apoio às manifestações. Mas seus líderes não participaram dos eventos. Já agora, em agosto, os partidos se utilizaram inclusive de seus espaço na televisão e no rádio para convocar a população para os protestos. Seus principais líderes também estiveram presentes nos atos públicos. Na contramão dessa institucionalização dos protestos o que se percebeu foi que, quanto mais os protestos ganhavam legitimação dos velhos conhecidos (como os partidos de oposição e as mídias tradicionais) menos intensas ficavam as discussões do povo sobre a temática e o engajamento da população nas redes sociais.
Essas hipóteses estão baseadas nos números de interação observados nas páginas do Facebook dos principais movimentos que encabeçam as manifestações: “Movimento Endireita Brasil”, “Movimento Vem Pra Rua Brasil”, “Movimento Brasil Livre” e “Revoltados Online”, todos com presença expressiva em ambos protestos [neste último protesto também esteve fortemente presente o Movimento Liberal Acorda Brasil. Mas não foi possível a realização do comparativo desse pelo fato de ter surgido, enquanto página do Facebook, após as manifestações de março].
Os gráficos a seguir mostram um comparativo entre os sete dias anteriores às manifestações de março e agosto [períodos de 08/03/2015 a 15/03/2015 e 09/08/2015 a 16/08/2015], respectivamente. O domingo de manifestação também está contemplado em cada um deles. Os aspectos observados foram o engajamento quanto a “comentários”, “curtidas” e “compartilhamento” de conteúdo. O Facebook foi escolhido como espaço de observação por ter sido apontado pela própria população de manifestantes como o grande espaço de convocatórias para os eventos [segundo pesquisa intitulada “Mobilização Social e Líderes Midiáticos” realizada pela própria autora com 601 pessoas nas cinco regiões brasileiras].

Gráficos mostram participação de grupos

Gráfico 1. Comparativo de engajamento na página Movimento Endireita Brasil
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Fonte: Pesquisa realizada através da ferramenta de monitoramento de páginas FanPageKarma.
Gráfico 2. Comparativo de engajamento na página Movimento Vem Pra Rua Brasil
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Fonte: Pesquisa realizada através da ferramenta de monitoramento de páginas FanPageKarma.
Gráfico 3. Comparativo de engajamento na página Movimento Brasil Livre
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Fonte: Pesquisa realizada através da ferramenta de monitoramento de páginas FanPageKarma.
Gráfico 4. Comparativo de engajamento na página Revoltados Online
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Fonte: Pesquisa realizada através da ferramenta de monitoramento de páginas FanPageKarma.

População já percebeu discurso enganador

Na página “Endireita Brasil”, apresentada no gráfico 1, a queda de participação entre março e agosto foi de 95%; no gráfico 2, do “Movimento Vem Pra Rua” foi de 5%; no gráfico 3, do “Movimento Brasil Livre” foi de 47%; e no gráfico 4, do Revoltados Online, a queda foi de 71%.
Não há um percentual único nas reduções observadas nas quatro páginas. Alguns foram bastante expressivo, outros nem tanto. Mas o que se pode afirmar é que em todos os casos ocorreram reduções. É a esse esvaziamento das discussões nas redes sociais que credito a redução da população nas ruas.
Os protestos, que aparentemente tinham em sua matriz o movimento livre e popular via internet, passaram a ser articulados da mesma forma que outrora diversos outros já foram. Esse retorno ao mesmo modelo e o enfraquecimento do que era o grande trunfo da atualidade fez com que milhares desistissem do processo. Enquanto isso, os líderes dos movimentos e partidos, seguem tentando gritar pelas ruas que as manifestações são apartidárias e sem bandeiras. Mas parece que a população já percebeu que esse discurso não bate com o divulgado via propagandas partidárias.
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Maíra Bittencourt é jornalista, professora de Jornalismo, doutoranda em Ciências da Comunicação e mestre em Ciências da Comunicação

Fonte: OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA
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Viviane Mosé:

Indignação “com formação política e intelectual zero” gera ódio, violência e intolerância

publicado em 17 de agosto de 2015 às 16:53
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A obsessão anticomunista é contra um governo que tem Joaquim Levy como ministro!
Eu sou a favor de tirar o PT do poder porque 13 anos tentando implantar o comunismo no Brasil e nada…eu acho muita incompetência. (Do Jaguá Coroado @goticosuave, no twitter)

As grandes virtudes
por André de Oliveira, no Aliás
Para filósofa, em tempos quentes de intolerância e violência, sociedade deve ter a coragem de desejar acordos, não rupturas
Intolerância. Significa intransigência em relação a opiniões, atitudes, crenças ou modos de ser que reprovamos e julgamos falsos. Mas também quer dizer repressão, por meio de coação e uso da força, das ideias que desaprovamos.
A famosa afabilidade pela qual o povo brasileiro é cantado e poetizado já foi bem questionada; afinal, um passado recente de convivência pacífica com escravidão e outras violências praticadas institucionalmente tiram a graça de qualquer rima. No entanto, de uns tempos para cá, parece que uma caixa de novas práticas de intolerância foi aberta na sociedade.
Em 1º de agosto, seis imigrantes haitianos foram baleados com chumbinho, em São Paulo. O caso é nebuloso e segue inconcluso. Em uma das versões, os agressores teriam passado em um carro gritando: “Haitianos! Haitianos!”. Dias antes, um carro havia arremessado uma bomba caseira de pregos e parafusos na porta do Instituto Lula, também em São Paulo. Ninguém ficou ferido, mas o artefato abriu um buraco no portão de metal do escritório de trabalho do ex-presidente. Os autores do atentado ainda não foram identificados.
Nos dias 8 e 11 de agosto, usuários e motoristas do Uber relataram ter sofrido intimidação e agressão física por estarem usando o serviço, em Belo Horizonte e São Paulo. Nenhum dos agressores foi encontrado. E a tensão em torno do aplicativo não para de crescer.
Para a filósofa, poeta e psicanalista Viviane Mosé, os intolerantes não são exclusividade brasileira. O mundo passa por um período de mudanças culturais propiciadas pelas novas tecnologias, e o futuro, constantemente retratado como distopia, nunca foi tão incerto. Ninguém sabe direito como lidar com o momento e a resposta da sociedade tem sido, muitas vezes, violenta.
No caso brasileiro, contudo, ela vê um agravante: a polarização política, a falta de lideranças, a ausência de propostas. Quão fundo é o buraco? Como sair dele? “Produzindo acordos, pactos sociais. Estamos sem direção e só vamos tê-las se compusermos forças, em vez de tentar encontrar um salvador”, ela diz. E concordando com a escritora italiana Natalia Ginzburg (1916-1991), cujo livro As Pequenas Virtudes (Cosac Naify) acaba de ser relançado, salienta que ou valorizamos as grandes virtudes ou não haverá sociedade.

A intolerância aumentou no Brasil ou sempre fomos um país assim?
Nem lá nem cá. O Brasil também tem uma forte tradição pacifista. Vamos falar do fenômeno do Uber. O Uber é uma inovação tecnológica excelente para a sociedade: diminui o CO², aumenta o convívio com as pessoas, é uma economia. Só que essa inovação desfaz um território estável, que era o do taxista. Então, essa profissão antiga se vê, de uma hora para outra, fadada à destruição. A indignação é compreensível. Mas não há ninguém na sociedade brasileira fazendo a mediação entre essas duas forças.
Se você percebe que uma determinada profissão está em crise por uma inovação que é boa, o papel do Estado, da universidade, da imprensa é propor um encaminhamento. Mas ninguém propõe nada. Todos perdidos, ficamos uns a favor do Uber, outros a favor dos taxistas. Mas os dois têm razão! Quem é que vai fazer a ponte se os dois têm razão? Inovações tecnológicas sempre deixam um rastro de destruição. Mas tem solução para isso: é produzir acordos, pactos sociais. Esta é a sociedade que devemos desejar, a sociedade da colaboração e do acordo. Quanto mais acordo, melhor. Sair da pirâmide do culpado é essencial.

A forte polarização política tem relação com a intolerância?
Sem dúvida. Pensando filosoficamente, o que faz a gente se ordenar são valores e expectativas. Tem todo um jogo social que diz: “Se você se mantiver estável, o Estado também te devolve estabilidade”. Mas, se as instituições não têm estabilidade, isso desaparece e nos dá a sensação de que a cultura não nos sustenta mais. Qual deveria ser o passo num momento como esse?
O de encaminhar a cultura para uma direção. É necessário apontar saídas. E não é só o Estado ou a imprensa ou a universidade que não estão fazendo isso. Ninguém está. Ninguém dá direcionamento. Só se joga pedra. E jogar pedra é perigoso, especialmente em um Brasil dividido politicamente.

As manifestações de junho de 2013 também entram nesse pacote?
Claro que entram. Colocamos 2 milhões de pessoas na rua. Mas esse movimento não teve prévia de direção política. Nada. Nós colocamos pessoas na rua manifestando sua pura indignação. E indignação é afeto, não direção. Afeto quer dizer afetar e ser afetado. É movimento.
Construímos um movimento, multiplicamos por 2 milhões e mandamos para a rua. Isso gerou, sem dúvida, o ódio. Se você manifesta a indignação, que é justa, mas apenas afetiva, e se ela não tem direção, a canalização é necessariamente violenta. A gente provocou um movimento justificado, mas ninguém apresentou propostas.

Nem surgiram lideranças.
Esse é o maior problema do Brasil hoje: a ausência de lideranças, especialmente políticas. Não há ninguém canalizando o incômodo que o governo causa em grande parte da população. Apesar de o senador Aécio Neves ter sido bem votado, não há posição dele para nada e em nenhuma direção. Ele só faz o que a população, a imprensa e a universidade já fazem: critica. A oposição não existe no Brasil, em nenhum grau.
Às vezes o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso escreve algo que parece coerente, mas ele não está mais na disputa política, entende? Ele está fora. Como é que o Aécio Neves, que polarizou com a Dilma na eleição, sempre se posiciona na imprensa? Joga pedra, quando o mais necessário nessa hora é que se apontem caminhos. Desse ponto de vista, a coisa está mais para jogo de time único e não um Fla-Flu, como dizem.

Como assim? A polarização existe, acabamos de falar dela.
Existe um tremendo desgaste por causa da corrupção. Mas não há proposta. O governo tem lá a sua posição, que é a que parte da população rechaça. Da oposição não vem nada além de pedra. Essa situação criou um time único que repete feroz e exaustivamente: “Isso aí não presta”. Isso é muito preocupante, porque a ausência de vazão para essa força gera violência. Em períodos de grande impunidade, em que políticos e criminosos comuns não são presos, também se gera violência. Mas a questão é que nós estamos vivendo um tempo histórico de punições, e não de impunidade.
Pela primeira vez, políticos e até empresários estão indo para a cadeia. É um fenômeno único na história do Brasil. A gente deveria estar feliz. Portanto, o que está gerando violência não é a impunidade, mas a ausência de perspectiva e vazão de uma força que desde 2013 se manifestou e ninguém conseguiu ainda canalizar. Agora é hora de os formadores de opinião manterem a coerência e ajudarem a sociedade a se localizar, a pensar, porque caminhamos para o caos. É preciso ter coragem de intervir, de esclarecer honestamente a situação, mesmo sabendo que se pode sofrer represália. Temos que produzir acordos, não apostar no caos. O impeachment da presidente significaria a desestruturação ainda maior das instituições. Acho essa conversa de impeachment uma irresponsabilidade. É jogar sem perspectivas. E onde falta perspectiva sobra violência.

Chile e Argentina julgam e punem seus agentes da ditadura. O Brasil não. Isso tem relação com o clima de ódio e intolerância?
Para seguirmos como democracia precisamos ter clareza de quem fez o quê ao longo da história. E é bom você ter tocado nesse ponto, porque uma coisa que me incomoda é a convivência tranquila com algumas situações. Por exemplo, eu não admito estar em um lugar onde uma pessoa levanta placa pedindo a volta do regime militar. Mas às vezes parece que está tudo bem, que isso já está resolvido. Não está! Quando a Europa fez um museu do holocausto, muita gente ficou chocada. Mas era para lembrar as coisas que a gente não quer repetir. A ditadura deveria ser uma dessas coisas aqui. No entanto, o que vivemos hoje não é consequência direta disso.

É do que então?
A questão é a mudança da tecnologia no mundo. Passamos de uma sociedade fundamentada no modelo de pirâmide – onde um manda e os outros obedecem – para viver numa sociedade em rede, cujos poderes se relacionam horizontalmente. Tanto é que, quando esse poder horizontal funcionou, 2 milhões de pessoas foram para a rua. As manifestações de 2013 foram consequência de um efeito viral da internet, o que não é ruim, mas com pessoas educadas por um modelo de educação fundamentado no regime militar, que é abstrato e não discute o mundo. A universidade não discute questões sociais.
A formação do brasileiro é péssima. E não é a educação básica, é a educação nas universidades públicas e privadas. Ela é distante da realidade, não forma lideranças. Resumindo, nós levamos para a rua pessoas indignadas e bem-intencionadas, mas com formação política e intelectual zero. Isso sim gera ódio, intolerância, violência.

E você acha que estamos dando o peso devido à gravidade dessas demonstrações de ódio, intolerância e violência?
Não estamos. Somos incapazes de analisar esses fatos de maneira mais elaborada. Se alguém joga uma bomba no Instituto Lula, por exemplo, as pessoas que não gostam dele aplaudem. Aplaudem! Elas não têm noção de que, aplaudindo ou minimizando, estimulam uma violência que hoje é contra o seu alvo preferido, mas amanhã pode ser contra elas mesmas. É um ex-presidente da República com seu escritório bombardeado. Amanhã vão bombardear o quê? Ignorar isso é uma leviandade.
Essa polarização nos torna burros. Não conseguimos dar o verdadeiro valor às coisas porque estamos cegos politicamente. Cegos por uma paixão que nos diz que aquilo é o mal e aquilo é o bem. Só que bem e mal são misturados. A gente não está tendo essa sofisticação de leitura para nenhum fenômeno brasileiro atual. Durante as manifestações de 2013, aqui no Rio, uma professora da UERJ foi pega com bombas caseiras e acabou presa com alguns estudantes. Eram rojões cheios de pregos. Não precisamos usar aquelas pessoas como bodes expiatórios, mas devemos esclarecer à sociedade: isso é um gesto terrorista e é inaceitável sob quaisquer circunstâncias. Mas a gente finge que nada acontece. É a banalização da violência movida por cegueira política.

Alguém disse que ninguém nasce odiando, é ensinado a odiar. É isso mesmo?
É o contrário. O ódio é o excesso moralizado como mal. Se você tem alegria em excesso pode ser violento também. O problema do homem não é o ódio, mas o excesso. Todos nós nascemos com excessos e eles precisam ser canalizados. Se uma criança é deixada sozinha, ela vai pegar um animal e comer cru. O que a gente aprende é valor moral, só diminuímos a violência por causa da formação moral. Se ninguém nos convencer de que vale a pena dizer “não” a nós mesmos, seremos violentos.

Isso me faz lembrar do livro As Pequenas Virtudes, da escritora italiana Natalia Ginzburg. Para ela, os pais se preocupam mais em ensinar as pequenas virtudes aos filhos, em vez das grandes.
Não conheço o livro, mas está perfeito. A grande virtude é: valorizar a vida. O maior problema contemporâneo é a desvalorização da vida. A gente atribui todos os males à cultura, mas confunde a cultura com a vida, quando, na verdade, o grande valor é estar vivo. O que está em decadência não é a vida, é a cultura. E a cultura é niilista porque ela não valoriza exatamente a vida. Então, quais são as grandes virtudes? Existir, viver, compartilhar, se solidarizar.
Em vez disso valorizamos as pequenas, como não jogar lixo no chão. Não jogar lixo no chão é nada, um ato que só é grande se estiver envolvido num valor maior, que é proteger o ser humano, as cidades. Por valorizarmos a mesquinharia da virtude, e por não sermos capazes de discutir a grande virtude, canalizamos o incômodo para a cultura, como se ela fosse o problema. Mas não há cultura que possa resolver as nossas frustrações. Ou a gente aprende a lidar com elas ou não haverá sociedade.

As redes sociais dão vazão ou alimentam a intolerância?
A razão dessa mediocrização da sociedade são justamente as redes sociais. Principalmente o Facebook. Ele nasceu para reunir amigos, certo? Só que a gente discute política ali. E discutir política entre amigos é sectário. Na eleição passada, um fulano me disse que tinha certeza de que tal candidato iria ganhar a eleição. Só que era um candidato sem representatividade. E esse fulano baseou a afirmação no que ele tinha lido na internet. O problema é que não era “a internet”, mas apenas uma rede social, um ciclo de amigos.
Você tem uma web de A a Z à disposição, ela te dá o que você quiser, e, no entanto, você escolhe ficar esperando o que os seus amigos, os que pensam como você, mandam. Você lê e compartilha sem sequer conferir a fonte, afinal foi um amigo que mandou. No final do século 19 o Nietzsche falou do niilismo passivo, que o máximo da descrença na cultura é quando não há mais líderes, apenas rebanho. Eu acredito que as redes sociais de amigos são responsáveis por esse sectarismo e por essa polarização. Elas não ajudam a desenvolver a inteligência complexa necessária para o mundo contemporâneo. Aí surge o que eu chamo de “fascismo do bem”: a gente joga bomba em nome do bem, espanca em nome do bem, mata em nome do bem.

O lado perverso da tecnologia.
A partir da segunda metade do século 20, não houve interesse em desenvolver a nossa intelectualidade, nossa capacidade crítica, nossa sensibilidade artística. Só se desenvolveu a tecnologia. O resultado é uma tecnologia elaborada, mas um ser humano medíocre intelectualmente. Essa fórmula tem necessariamente que mudar.
A educação precisa ser crítica, sensível, abrir a cabeça para o que a humanidade fez e faz de melhor, com elegância, sofisticação, e sem deixar de chamar atenção para os abismos sociais e ambientais. Ou a gente faz isso ou essa violência dispersa nas redes sociais toma conta. E ela está já tomando conta.

Qual a melhor maneira de lidar com os conteúdos violentos e intolerantes nas redes sociais? Vigiar? Punir? Bloquear? Censurar?
Ridicularizar. Não tem como censurar, porque ele sempre aparece com outro nome. Temos uma mídia que nos permite expor tudo, o nosso melhor e o nosso pior. Não podemos impedir que tudo esteja exposto. Perda de tempo. Em vez de impedir a presença do mal, ou do que nos incomoda, é melhor ensinar a fazer a escolha do caminho afirmativo. É possível fazer isso.
Se as grandes virtudes fossem cultivadas, a gente relacionaria facilmente a bomba no Instituto Lula, num momento em que o PT está em crise, com a violência generalizada de uma sociedade que pode nos levar ao caos. É esse tipo de conversa que soluciona o nosso problema.

Como se sai desse cenário de intolerância?
Para viver bem, a gente precisa valorizar a diferença. Não é mais o bem e o mal, o certo e o errado. É conviver com a multiplicidade. Só que está tudo muito polarizado, que é o contrário do que precisamos. Valorizando as grandes virtudes, que, no fim, são a convivência com o diferente e a vida, a gente estabelece um valor moral que se chama diálogo, sustentabilidade. Ser sustentável é saber que tudo retorna. Esse círculo é exatamente o lugar do acordo.
Por exemplo: a gente só consegue resolver a violência na escola se entender que, no caso do bullying, a pessoa mais importante é a que trabalha na portaria, na limpeza. Porque a criança não faz bullying na frente da diretora, se sente constrangida. Mas faz na frente do porteiro e da moça da limpeza. Isso acontece porque não se valoriza o saber e o olhar dessas pessoas. Pelo contrário, se menospreza. Mas elas devem ser igualmente ouvidas. Isso é ser sustentável, ter respeito e desejar o acordo.

PS do Viomundo: A mediação do Lula, que se elegeu como conciliador de classes, é dispensável agora que a economia brasileira, num contexto de crise mundial, não permite mais o ganha-ganha que marcaram os anos do PT no poder. Ganharam mais os banqueiros, mas ganharam também os que recebem salário mínimo. Agora, os rentistas que controlam a economia brasileira estão forjando uma nova aliança política, na qual o PT em particular e a esquerda em geral é dispensável. O mais dramático é que, sendo o Brasil eminentemente um fornecedor de matérias primas, o primeiro “recurso” à disposição da elite associada ao capital estrangeiro é o pré-sal. A mesma elite buscará preservar a acumulação de riqueza através da redução de direitos sociais e salários, o que explica a tentativa de criminalizar os movimentos sociais e o sindicalismo. Ao mirar no Estado, o neoliberalismo turbinado busca destruir o espaço público, cujo gerenciamento exige soluções comuns, daí o desinteresse em “diálogo”. A polarização a que estamos assistindo, em nossa modesta opinião, é a velha luta de classes mascarada como antipetismo, anticomunismo, etc.

Fonte: VIOMUNDO
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A verdade é que os protestos de domingo foram bem aquém das expectativas alimentadas pelas oposições.

Isso é fato, comprovado pelo número de manifestantes.

A análise do OI, no primeiro texto acima, correlaciona a redução do número de manifestantes ao engajamento de partidos políticos de oposição na organização e participação do evento.

De fato, já que a grande maioria das inserções de propaganda política no rádio e na TV se constatou o chamamento ao povo para as manifestações de domingo último.
 
Partidos políticos, como o PTB de Roberto Jefferson, passaram a usar a imagem de bater panelas em  todas as suas inserções na mídia.

Adicione a tudo isso o fato de que  personalidades do meio artístico e midiático, terem se posicionado , publicamente  e em ambientes hostis ao governo, contrários ao movimento anti- democrático em curso no país.

Com a polarização político partidária de oposição, a mobilização nas redes sociais despencou, já que o perfil dos usuários da tais redes é predominantemente analfabeto nas questões  políticas e de Política.

Mesmo assim muitos analfabetos políticos desavergonhados  foram às ruas no domingo, como mostram as fotos acima.

Um verdadeiro show de horrores, um carnacoxinha, um manicômio a céu aberto, foi o que se viu nas ruas e praças de várias cidades do país no último domingo.

Manifestações e protestos populares são legítimos e, como tais, devem ser incentivados em ambientes democráticos e saudáveis.

A Democracia, apesar de algumas deficiências, é sem dúvida o melhor regime, tanto que os historiadores afirmam ser o grande vitorioso pós queda das regimes comunistas da Europa.
 
E o que se vê nas ruas brasileiras neste domingo de horrores, são  milhares  de alucinados pedindo o fim da democracia, com intervenção militar, retorno de ditadura militar, com o objetivo de conter o avanço do comunismo no país nos governos de Lula e Dilma.

Esses grupos de manifestantes revelam um total desconhecimento da realidade política do país e mesmo do mundo, e, assim sendo, fazem parte da legião de pessoas que cultivam e disseminam ódio, intolerância e violência pelo país.

Isso não seria um problema, se tais grupos não tivessem o apoio e a visibilidade generosa proporcionada pela maioria da mídia privada brasileira , uma vez que mesmo em uma democracia consolidada e madura, todos podem falar e defender suas idéias, até mesmo pedir o fim da democracia, o que certamente não teria nenhuma repercussão.

Quando a liberdade de expressão é garantida, igualitariamente - o que não é o caso do Brasil já que a mídia interdita o debate em vários pontos sensíveis às pessoas - ninguém dá ouvidos a tudo que fala e escreve , prevalecendo as decisões da maioria.

Ao interditar o debate e se alinhar com partidos e políticos retrógrados, a velha mídia faz o  papel de incitar o ódio, a violência e a intolerância, inflando almas analfabetas em prol de interesses  políticos imediatos e mesquinhos.

E assim segue a manada, agora inflada com a declaração irresponsável e golpista de Fernando Henrique Cardoso que sugere a renúncia da presidenta Dilma.

Se tal declaração fosse oriunda do manicômio a céu aberto de domingo, não teria nenhuma repercussão em Democracia maduras.

No entanto, tal declaração parte de um ex-presidente, inconformado, ainda, com a quarta derrota seguida para o Partido dos Trabalhadores e mais inconformado com o fracasso das manifestações de domingo último.

Se a imprensa fosse equilibrada, as declarações de FHC não teriam destaque, já que tem por objetivo a tentativa de manter um clima de pressão sobre o governo, já que o último movimento das ruas não se mostrou suficiente para  tal.

E assim, com o apoio de Sociólogos senis e golpistas, políticos sem liderança e de uma imprensa  irresponsável e criminosa, o país vai formando uma legião de analfabetos políticos que pedem o fim do comunismo no Brasil e acreditam que impeachment é recall.
 
 
 

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

E as mentiras continuam no ar

E o “ex-vereador do PT” deixou o partido há dez anos…

publicado em 14 de agosto de 2015 às 13:35
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Nota da Presidência do Diretório do Partido dos Trabalhadores de Americana
Hoje recebemos a notícia que de que “ex Vereador do PT, Alexandre Romano, foi preso na Operação Lava Jato”.
Cabe informar a todos o que segue:
Alexandre Romano, ex vereador de Americana e ex Secretário de Meio Ambiente, deixou os quadros partidários, do PT em 2005.
Há mais de 10 anos não tem qualquer participação em nossas atividades partidárias.
No tempo em que esteve no PT nenhum tipo de denúncia houve.
Portanto, as atividades particulares que estão sob investigação, período entre 2010 e 2015, não guardam qualquer relação com sua militância partidária no PT.
O Partido dos Trabalhadores de Americana, defensor de uma justiça que seja justa, que penalize quem incorreu em crime, verificado após investigações e do direito ao contraditório, deseja que tudo se esclareça e que seja divulgado de uma forma clara.
Assessoria do PT de Americana
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quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Manifestação dos perdedores alucinados



       Manifestação de domingo em SP




Imagem publicada na página do amigo navegante Luciano Bortone no Facebook

O libertador

Audiência da TV Globo está derretendo!

por Altamiro Borges

Nos últimos dias, três notícias devem ter preocupado a famiglia Marinho – o que talvez explique o recente “recuo tático” do império na sua cruzada para incendiar o país e “sangrar” Dilma. Na semana passada, a estreia do programa matinal “É de Casa” derrubou a audiência da TV Globo. Já na sexta-feira (7), o Jornal Nacional perdeu em audiência até para a reprise de novela. Para piorar – e isto sim dói muito para os herdeiros ricaços de Roberto Marinho –, uma pesquisa do Ibope Media confirmou a queda do faturamento em anúncios publicitários nas TVs, jornais, revistas e rádios. No primeiro semestre de 2015, a redução foi de 8,5% na comparação com o mesmo período do ano passado.

A primeira notícia desesperadora foi postada por Keila Jimenez, do site R7: “Além de ser alvo de críticas nas redes sociais, a nova aposta matinal da TV Globo, o ‘É de Casa’, fez a audiência da emissora cair. A estreia do programa marcou cinco pontos de média na Grande São Paulo, segundo medição prévia do Ibope. O SBT ficou em primeiro lugar no horário, com 6 pontos. Além de perder para a emissora de Silvio Santos, o novo programa derrubou o Ibope da Globo em seu horário, na comparação com o sábado anterior. Na semana passada, a média de audiência da Globo foi de 8 pontos... Nas redes sociais, o público reclamou da confusão de apresentadores e da falta de relevância dos assuntos comentados”.

O site de entretenimento da Folha, o F5, foi ainda mais cruel nos comentários sobre o fiasco global. “A estreia do novo programa matinal da TV Globo, ‘É de Casa’, não precisou de muitos minutos para se tornar logo o tema mais comentado do Twitter, mas isso não foi exatamente bom. Em seu primeiro programa, os seis apresentadores (Ana Furtado, André Marques, Cissa Guimarães, Patrícia Poeta, Tiago Leifert e Zeca Camargo) se revezaram em vários temas lights pelos diversos cômodos da casa... No Twitter, o nome do programa ficou a manhã inteira como o principal tópico. No entanto, poucos foram os internautas que elogiaram a novidade. A maioria entrou na internet para criticar o estilo do programa, opinar sobre o entrosamento dos apresentadores e, em tom de escracho, pedir a volta da ‘TV Globinho’. Sobrou até para Boninho”.

Já na sexta-feira, a reprise do capítulo final da novela “O Rei do Gado”, produzida em 1996, superou a audiência do “Jornal Nacional”. Ela marcou 20,1 pontos no Ibope, enquanto o telejornal ficou novamente abaixo dos vinte pontos (19,8) – o que é trágico para Ali Kamel, o diretor de jornalismo da TV Globo, responsável maior pelo constante derretimento do JN. O site “Notícias da TV” deu destaque para a queda de audiência do programa apresentado por William Bonner.

A página especializada em televisão há muito tempo acompanha a lenta agonia do JN, que já chegou a invadir as telinhas da maioria dos lares brasileiros e atualmente empacou nos “míseros” 20 pontos do Ibope.

O sumiço dos anúncios publicitários


 A queda de audiência, porém, não é o fator que mais preocupa os três filhos de Roberto Marinho – que não têm nome próprio, segundo o afiado blogueiro Paulo Henrique Amorim. O que mais incomoda é a crise do modelo de negócios que atinge a mídia tradicional, decorrente da explosão da internet e da queda de credibilidade dos seus variados veículos. Na semana passada, o Ibope Media divulgou uma pesquisa que mostra que o faturamento com anúncios publicitários nas TVs abertas, jornais, revistas e rádios somados caiu 8,5% no primeiro semestre de 2015. O império global, que usufrui de uma poderosa propriedade cruzada de meios, é o que mais sente o tombo.

Segundo o estudo, o meio mais atingido foi o de revistas, com queda de 20,9% na publicidade – para desespero da 'Veja' – , seguido pelos jornais (-9,7%) e rádios (-10,2%). Já a TV aberta teve redução de 7,2%. O Ibope não sabe precisar se as empresas reduziram o número de anúncios ou negociaram preços menores. O fato é que elas fizeram cortes drásticos no setor.

A Unilever, maior anunciante do país, investiu neste período menos R$ 528 milhões em publicidade – corte de 25% na comparação com o ano anterior. A Nestlé cortou R$ 194 milhões (menos 37,3%). As duas maiores cervejarias, cortaram juntas R$ 579 milhões (cortes de 30,5% e 41% respectivamente). Três grandes bancos que estão na lista dos 30 maiores anunciantes (CEF, Itaú e Bradesco) cortaram R$ 495 milhões.

A violenta queda da receita em publicidade gerou um comentário irônico de Helena Sthephanowitz, do sempre atento blog Amigos do presidente Lula: "Os números demonstram que a crise na mídia tradicional é muito maior do que a crise na economia brasileira como um todo. É como se o PIB da velha mídia encolhesse 8,5%... Diante deste quadro a continuidade do noticiário 'terrorista', alarmista e desequilibrado – como se fosse uma campanha eleitoral da oposição radicalizada –, revela-se na prática uma campanha publicitária para 'vender' mais e mais... crise. Resultado: espanta consumidores, investidores e anunciantes".

Ou seja: na sua campanha terrorista para incendiar o Brasil e "sangrar" ou derrubar Dilma, a mídia tradicional, em especial a Rede Globo, está engolindo o seu próprio veneno!

Fonte: Blog do Miro
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Após demissão, Globo muda o plano de saúde de Claudia Rodrigues

A humorista Claudia Rodrigues, que voltou ao noticiário depois da entrevista dada a Vinícius Dônola no ‘Domingo Espetacular’, da Record, saiu da Globo muito magoada com o tratamento que recebeu da emissora, principalmente em relação a seu plano de saúde. Enquanto contratada, Claudia tinha o plano de saúde Bradesco Top e, ao descobrir sofrer de esclerose múltipla, a emissora teria prometido manter o plano e dar o suporte necessário ao tratamento, até dois anos após o fim de seu contrato, em abril de 2015. No entanto, houve o chamado ‘downgrade’ no plano, com uma queda no atendimento da assistência médica. Claudia passou a ser cliente da empresa Amil, com uma cobertura menor. A atriz lamenta não ter sido informada previamente da mudança e disse ter tido gastos de até R$ 30 mil em uma das internações. 

 A coluna está ciente de que a TV Globo não descumpriu nenhum acordo trabalhista com a atriz. A promessa de manutenção do plano foi feita de maneira informal, como consideração aos anos trabalhados na empresa. Mesmo assim decidimos procurar a emissora, que informou, por meio de sua assessoria de comunicação que: “A atriz foi comunicada previamente sobre o que seria oferecido mesmo com o término do seu contrato com a emissora, incluindo a cobertura do plano de saúde. Apesar de não ser mais funcionária, a Globo, além de seguir pagando um plano de saúde, ainda oferece acompanhamento do seu serviço social à atriz”, disse.

Foto: Eduardo Biermann / Contigo!

 Fonte: IG
 
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"Dez Mandamentos", da Record, já dá mais ibope que Huck e "Jornal Hoje"
Ricardo Feltrin

Ricardo Feltrin     

 
A novela "Os Dez Mandamentos", da Record, foi o 17º programa mais visto da TV aberta no mês passado, na Grande São Paulo.

Parece pouco, mas a média de ibope da novela (15 pontos, 22% de share) foi maior que programas da Globo como "Caldeirão do Huck" (14 pontos), "Jornal Hoje" (10,7 pontos), "Sessão da Tarde" ( 11,1 pontos) e "Tomara que Caia" (11,6 pontos).

É bom lembrar que, dos 20 programas mais assistidos em São Paulo, 18 são da TV Globo.

"Dez Mandamentos" (Record) e "Carrossel" (SBT),  20º lugar, 12,6 pontos e 18,3% de share, completam a lista.

É preciso dizer que, por décadas, nenhuma emissora além da Globo estava no ranking Top 20.

A novela bíblica da Record saltou três posições em apenas um mês. Da 20ª posição em junho passou para a 17ª no mês passado.

"Dez Mandamentos" tem batido recordes também país adentro. No último dia 22 foi líder em Belém do Pará com 24,3 pontos. A Globo ficou em segundo com 19 pontos.

Ela também já foi líder em Goiânia (GO), Vitória (ES) e até mesmo em confrontos com "Babilônia" (Globo), no Recife.

Em São Paulo, desde março, elevou a audiência da emissora em 75%.

Dos 30 programas mais vistos em SP, o SBT tem três atrações, incluindo o "Programa Silvio Santos" (30º lugar)

Fonte: UOL
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Audiência desabando, trambique com o plano de saúde de uma funcionária doente, e uma novela bíblica da concorrente - TV Record - ganhando de vários programas da globo.


Um sinal inequívoco - não de Deus no deserto, claro - de que a arrogância e a prepotência estão com os dias contados e que o povo brasileiro já não suporta mais a mesmice e o baixo nível de qualidade dos programas da grade da TV globo.

Um sinal de mudanças no caminho, sem milagres, até porque viver só de maná não dá.

Uma boa produção , como a novela da Record, foi o suficiente para derrubar a audiência da casa de globo senet.

Até o jornal nacional de Willian Ramsés Bonner caiu na audiência para níveis abaixo dos 20 pontos, e sofrerá ainda mais com as pragas.

A novela da Record mostra que o povo está cansado de globo e apenas aguardava a chegada de um libertador para se ver livre das porcarias diárias da TV da famiglia Marinho.

 

terça-feira, 11 de agosto de 2015

Será que cola essa da coca-cola ?

Coca-Cola banca cientistas que tiram a culpa pela obesidade de dietas ruins


Anahad O'Connor

  • Reprodução/Coca-Cola Company
reprodução

A Coca-Cola, a maior produtora de refrigerantes do mundo, está apoiando uma nova solução "com base na ciência" para a crise de obesidade: para manter um peso saudável, exercite-se mais e se preocupe menos em cortar calorias.

A gigante de bebidas se uniu a cientistas influentes que estão promovendo essa mensagem nas revistas de medicina, em conferências e pelas redes sociais. Para ajudar os cientistas a disseminarem sua mensagem, a Coca-Cola fornece apoio financeiro e logístico a uma nova organização sem fins lucrativos chamada Global Energy Balance Network (Rede Global de Equilíbrio Energético), que promove a ideia de que os americanos conscientes do peso estão exageradamente focados em quanto comem e bebem, sem dar a devida atenção aos exercícios.

"Grande parte do foco na mídia popular e nas revistas científicas é em 'eles estão comendo demais, comendo demais, comendo demais' –culpando fast food, bebidas açucaradas e assim por diante", diz o vice-presidente do grupo, Steven N. Blair, um cientista de exercícios, em um vídeo recente anunciando a nova organização. "Mas não há nenhuma evidência clara de que, de fato, essa seja a causa."

Especialistas em saúde dizem que a mensagem é enganadora e parte de um esforço da Coca-Cola para desviar as críticas sobre o papel das bebidas açucaradas na disseminação da obesidade e da diabete tipo 2. Eles argumentam que a empresa está usando o novo grupo para convencer o público de que atividade física pode compensar uma dieta ruim, apesar da evidência de que exercícios têm apenas um impacto mínimo sobre o peso em comparação ao que as pessoas consomem.

Este confronto em torno da ciência da obesidade ocorre em um período de crescentes esforços para taxar bebidas açucaradas, removê-las das escolas e impedir que as empresas façam propaganda delas para crianças. Nas últimas duas décadas, o consumo de refrigerantes calóricos pelo americano médio caiu 25%.

"As vendas da Coca-Cola estão caindo, e há uma imensa reação política e pública contra refrigerantes, com toda grande cidade tentando fazer algo para frear o consumo", disse Michele Simon, uma advogada de saúde pública. "Essa é uma resposta direta ao que a empresa está perdendo. Ela está desesperada para conter a hemorragia."

A Coca-Cola fez um investimento substancial na nova organização sem fins lucrativos. Em resposta aos pedidos baseados nas leis estaduais de registros abertos, duas universidades que empregam líderes da Global Energy Balance Network revelaram que a Coca-Cola doou US$ 1,5 milhão no ano passado para abertura da organização.

Desde 2008, a empresa também forneceu perto de US$ 4 milhões em fundos para vários projetos de dois dos membros fundadores da organização: Blair, um professor da Universidade da Carolina do Sul cuja pesquisa ao longo dos últimos 25 anos formou grande parte das diretrizes federais a respeito de atividade física, e Gregory A. Hand, reitor da Escola de Saúde Pública da Universidade de Virgínia Ocidental.

Os registros mostram que o site da rede, gebn.org, está registrado na sede da Coca-Cola em Atlanta, e que a empresa também está listada como administradora do site. O presidente do grupo, James O. Hill, um professor da Escola de Medicina da Universidade do Colorado, disse que a Coca-Cola registrou o site porque os membros da rede não sabiam como.

"Não são eles comandando o show", ele disse. "Nós é que comandamos o show."

O departamento de relações públicas da Coca-Cola recusou repetidos pedidos de entrevista com sua diretora científica chefe, Rhona Applebaum. Em uma declaração, a empresa disse ter uma longa história de apoio à pesquisa científica ligada às suas bebidas e assuntos como equilíbrio energético.

"Somos parceiros de alguns dos mais importantes especialistas nos campos de nutrição e atividade física", disse a declaração. "É importante para nós que os pesquisadores com os quais trabalhamos compartilhem suas posições e conclusões científicas, independente do resultado, e que sejam transparentes e abertos sobre nosso financiamento."

Blair e outros cientistas afiliados ao grupo disseram que a Coca-Cola não tem controle sobre o trabalho deles ou sua mensagem, e que não veem problema no apoio da empresa, por serem transparente a respeito dele.

Mas até a semana passada, as páginas do grupo no Twitter e Facebook, que promovem a atividade física como solução para doenças crônicas e obesidade, mas permanecendo em grande parte em silêncio sobre o papel da comida e nutrição, não faziam menção ao apoio financeiro da Coca-Cola. O site do grupo também omitia a menção ao apoio da Coca-Cola até que Yoni Freedhoff, um especialista em obesidade da Universidade de Ottawa, escreveu para a organização para perguntar sobre seu financiamento. Blair disse que isso foi um descuido que foi rapidamente corrigido.

"Assim que percebemos que não tínhamos não apenas a Coca-Cola, mas também outras fontes de fundos, no site, nós as colocamos lá", disse Blair. "Será que isso corrompe totalmente tudo o que fazemos?"

Fundos provenientes da indústria alimentícia não são incomuns na pesquisa científica. Mas estudos sugerem que os fundos tendem a produzir conclusões tendenciosas. Uma recente análise de estudos envolvendo bebidas, publicada na revista "PLOS Medicine", apontou que os financiados pela Coca-Cola, PepsiCo, Associação Americana de Bebidas e pela indústria do açúcar apresentavam uma probabilidade cinco vezes maior de não encontrar ligação entre bebidas açucaradas e ganho de peso do que os estudos cujos autores não apresentavam conflitos financeiros.

O grupo diz que há "forte evidência" de que a chave para prevenir o ganho de peso não é reduzir a ingestão de alimentos –como muitos especialistas em saúde pública recomendam– "mas manter um estilo de vida ativo e comer mais calorias". Para apoiar essa afirmação, o grupo fornece links em seu site para dois estudos, cada um contendo esta nota de rodapé: "A publicação deste artigo foi apoiada pela The Coca-Cola Company".

Hill disse que buscou apoio da Coca-Cola para lançar sua organização sem fins lucrativos porque não havia fundos disponíveis em sua universidade. O site do grupo diz que ele também é apoiado por algumas poucas universidades e pelo ShareWIK Media Group, uma produtora de vídeos de saúde. Hill disse que também conseguiu um compromisso de apoio da General Mills, assim como promessas de apoio de outras empresas, que não confirmaram formalmente suas ofertas.

Ele disse acreditar que as autoridades de saúde poderiam mudar mais facilmente a forma como as pessoas comem trabalhando em conjunto com a indústria alimentícia, não contra ela.

Em seu site, o grupo recomenda combinar mais exercícios e ingestão de alimentos porque, segundo Hill, "'Comer menos' nunca foi uma mensagem eficaz. A mensagem deveria ser 'Movimente-se mais e coma de modo mais inteligente'".

Ele enfatizou que a perda de peso envolve uma combinação de fatores complexos e que a meta de seu grupo não é minimizar o papel da dieta ou retratar a obesidade como exclusivamente um problema de exercícios inadequados.

"Se sairmos dizendo que trata-se apenas de atividade física e não de alimentos, então mereceríamos críticas", ele disse. "Mas acho que não fizemos isso."

Apesar das pessoas poderem perder peso de várias formas, muitos estudos sugerem que a melhor forma é consumir menos calorias. Crescente evidência também sugere que a manutenção da perda de peso é mais fácil quando as pessoas limitam sua ingestão de alimentos altamente glicêmicos, como bebidas açucaradas e outros carboidratos refinados, que elevam acentuadamente o açúcar no sangue.

Atividade física é importante e certamente ajuda, dizem os especialistas. Mas estudos mostram que exercícios aumentam o apetite, fazendo as pessoas consumirem mais calorias. Exercício também gasta bem menos calorias do que a maioria das pessoas acha. Uma lata de Coca-Cola, por exemplo, contém 140 calorias e aproximadamente 10 colheres de chá de açúcar. "É preciso caminhar quase 5 quilômetros para compensar uma lata de Coca-Cola", disse Barry M. Popkin, um professor de nutrição da Universidade da Carolina do Norte, em Chapel Hill.

Kelly D. Brownell, reitor da Escola Sanford de Saúde Pública da Universidade Duke, disse que como empresa, a Coca-Cola está "concentrada em fornecer muitas calorias, mas então sua filantropia está concentrada na parte da queima das calorias, o exercício".

Nos últimos anos, a Coca-Cola tem doado dinheiro para construção de centros de fitness em mais de 100 escolas por todo o país. Ela patrocina um programa chamado "Exercício é Medicina" para encorajar médicos a prescreverem atividade física aos pacientes. E quando a Câmara Municipal de Chicago propôs taxar os refrigerantes em 2012 para ajudar a tratar o problema de obesidade na cidade, a Coca-Cola doou US$ 3 milhões para estabelecer programas de fitness em mais de 60 centros comunitários da cidade. A iniciativa de taxar os refrigerantes acabou fracassando.

"Reverter a tendência de obesidade não acontecerá da noite para o dia", disse a Coca-Cola em uma propaganda de sua iniciativa de exercícios em Chicago. "Mas para milhares de famílias em Chicago, ela começa agora, com a próxima flexão, abdominal ou salto."


Fonte: UOL
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Obesidade, doença (quase incurável) do capitalismo?

Estudos científicos demonstram que é mais difícil se livrar da obesidade do que do crack. Mas quem é o verdadeiro responsável: o doente ou a indústria?



Antonio Martins - Outraspalavras.net

Aaron Brinker / Flickr
Na última década, a obesidade migrou para o centro das atenções de Saúde Pública. Em países como o Brasil – para não falar dos norte-americanos… – ela tornou-se um problema muito mais generalizado que a desnutrição. Ao abordá-la, o enfoque é muitas vezes comportamental. Sugere-se que as vítimas do mal precisam de mais responsabilidade ao se alimentar e de determinação para corrigir atitudes inadequadas. Um conjunto de novas pesquisas científicas acaba de demonstrar que esta abordagem é, além de impiedosa, contraproducente. Ela busca objetivos inalcançáveis e deixa, por interesse, de perseguir outros, que seriam perfeitamente factíveis.

Quem relata as novas pesquisas, num texto brilhante, é o jornalista George Monbiot. No artigo, publicado ontem (11/8) no Guardian londrino, ele conta que:

a) Deixar a obesidade é muito mais difícil que usar crack e não se viciar. Estudos anteriores revelaram (esqueça os mitos a respeito) que entre 10% e 20% das pessoas que fumam a droga derivada da cocaína tornam-se dependentes. A nova pesquisa, que examinou 176 mil pessoas obesas, descobriu que, destas, 97,8% das mulheres e 98,3% dos homens foram incapazes de deixar esta condição, ao longo de nove anos. A probabilidade não se aplica a pessoas que vivem em sobrepeso, mas não atingiram a condição de obesas.

b) Os mecanismos essenciais que produzem dependência à ingestão compulsiva de alimentos são idênticos aos que levam à adição ao álcool e outras drogas, revela outro estudo. Incluem, essencialmente, mudança biológica, desconforto com abstinência, incapacidade de controlar impulsos, sensação de recompensa, ao consumir a substância causadora do vício. Porém, a obesidade é mais tirana que o uso de drogas, mesmo entre ratos. Submetida a um experimento, a maioria deles “preferiu uma recompensa em açúcar a outra, na forma de cocaína”.

c) As campanhas morais voltadas aos obesos produzem muita culpa, mas nenhuma melhora. Na verdade, quanto mais conscientes do seu mal, mais as pessoas tenderão a afundar nele. Há um único tratamento razoavelmente eficaz: as cirurgias bariátricas – que submetem os pacientes, em muitos casos, a riscos e sequelas graves.

Que mudanças deveriam ser desencadeadas por tais evidências? Para Monbiot, a resposta está evidente: “a tarefa crucial é proteger as crianças antes que elas desenvolvam dependências ao consumo abusivo de comida”. O problema, ressalta ele, é que isso exigiria uma abordagem muito menos tolerante frente a quem lucra com a dependência: uma indústria global de alimentos cada vez mais poderosa, concentrada e voraz.

Monbiot sugere: o avanço da obesidade é tão onipresente, e tão cruel, que deveria suscitar, em resposta, medidas duras. Entre elas, restrições à propaganda e marketing tão severas quanto as que limitam a indústria do fumo. Comida trash e refrigerante, por exemplo, só deveriam ser vendidos em locais pouco acessíveis dos supermercados, e em embalagens repletas de advertências.

O problema é que, até agora, a abordagem é a oposta: implica responsabilização das vítimas. No Reino Unido, o governo conservador fala em proibir acesso dos obesos ao sistema público de Saúde, “até que aceitem tratar-se”. No mesmo país, acrescenta Monbiot, as doenças ligadas à obesidade (diabetes, por exemplo), consomem 10% do orçamento nacional de Saúde.

Até quando – pergunta o autor – as sociedades pouparão os verdadeiros responsáveis pelo problema, apenas pelo fato de serem poderosos, e contribuírem generosamente com as campanhas eleitorais dos políticos?

Fonte: CARTA MAIOR


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A tese científica está diretamente ligada aos interesses das empresas.

Assim acontece com a Coca-Cola na tentativa de demonstrar que suas bebidas são saudáveis.

Assim acontece com as alterações climáticas, quando cientistas defendem teses em que o aquecimento global não existe.

Assim acontece com medicamentos, que são sempre apresentados como saudáveis.

O que define o conceito científico é o dinheiro envolvido, independente da realidade científica.

A coca -cola chegou ao ponto de dizer que as pessoas que consomem seus produtos ficam obesas porque não praticam atividade física.

No entanto, existem produtos similares que quando consumidos pelas pessoas que não praticam atividades físicas não contribuem para a obesidade.


Em outras palavras, a coca-cola diz que seu produto é um veneno, mas se você consumi-lo junto com um antídoto , você não terá problemas de saúde.

Esse é o mundo da plutocracia.