sexta-feira, 29 de maio de 2015

Algo se move

Embaixador equatoriano: América Latina é contraponto a 'desencanto do capitalismo'

28 maio, 2015
Para Ramón Torres Galarza, diplomata Itinerante para Assuntos Estratégicos, integração terá continuidade 'porque hoje povos são protagonistas da história'.
28/05/2015
Por Vanessa Martina Silva
“São as democracias [latino-americanas] em revolução que podem mudar o mundo frente ao silêncio, frente ao desencanto, ao cinza que o capital e o capitalismo em sua crise planetária estão gerando. Que podem fazer frente a esse individualismo selvagem, esse consumismo predador, essa solidão. Que podem se contrapor ao ‘consumo, logo existo’, que parece ser o que marca o destino dos seres”. A opinião é do Embaixador Itinerante do Equador para Assuntos Estratégicos, Ramón Torres Galarza. Na entrevista exclusiva a Opera Mundi, falou sobre os desafios da integração e os objetivos do projeto impulsionado pelo governo equatoriano.
Também poeta, Galarza — que esteve no Brasil, na última semana, para firmar uma série de convênios com universidades brasileiras pelo Programa Regional Latino-americano de Docência e Investigação: Democracias na Revolução e Revoluções na Democracia — é otimista diante dos desafios que a integração latino-americana enfrenta. Para ele, é preciso que desenvolvamos um processo que “dignifique os seres humanos, que reconheça que somos parte da natureza e por isso proclamemos que os seres humanos temos mais direitos que o capital, que os seres humanos temos mais direitos que as empresas e que a natureza tem mais direito que o capital. Estamos ressignificando o conceito da velha democracia excludente, elitista que reconhecia somente direitos civis ou políticos. Precisamos reconhecer uma democracia que inclua economicamente os cidadãos. Não podemos falar de cidadãos de direitos na América Latina se somente somos democráticos porque vamos votar nas eleições”.

Ele também não considera que o processo integracionista liderado por governos de esquerda na região esteja perdendo o ritmo após a saída do poder dos ex-presidentes da Venezuela, Hugo Chávez (1999-2013); da Argentina, Néstor Kirchner (2003-2007); e do Brasilb Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2011): “Estas lideranças têm continuidade na história porque os povos são seus mandantes. Esses que pela primeira vez foram incluídos, porque pela primeira vez na história foram transformados em sujeitos da história tiveram maiores investimentos para educação, saúde e moradia”.
Em meio a isso, considera que os setores acadêmico e intelectual têm um papel fundamental. Por essa razão, está percorrendo diversos países da América do Sul para integrar o pensamento regional, via universidades, em uma tentativa que, confessa, pode responder à demanda pleiteada pelo ex-presidente Lula de que a América Latina precisa de uma doutrina da integração.
Leia a seguir os principais trechos da entrevista:

Opera Mundi - O Equador tem o programa “Democracias em Revolução e Revolução em Democracias” destinado à produção do pensamento acadêmico e que agora terá um eixo brasileiro. Qual é o objetivo desse programa?

Ramón Torres Galarza - É um programa regional latino-americano sobre docência e investigação com membros regionais, que são parte dos mais importantes centros de pesquisa da América Latina. Adicionalmente, queremos constituir uma rede com as melhores universidades que temos no Brasil, Argentina Uruguai, Equador, Bolívia e Venezuela e tem como objetivo principal pensar a América Latina desde ela própria e assim construir uma rede de produção de pensamento, de publicações e troca de estudantes, professores e pesquisadores para caracterizar as tendências de transformação, de mudança, reforma, transição e revoluções que estão se dando nesses processos latino-americanos.

Mas em que consiste esse conceito de revoluções em democracia e democracia em revoluções?

Estamos ressignificando o conceito da velha democracia excludente, elitista, que reconhecia somente direitos civis ou políticos. Precisamos  reconhecer uma democracia que inclua economicamente os cidadãos. Não podemos falar de cidadãos na América Latina se somente somos democráticos porque vamos votar nas eleições. Se não incluirmos os seres humanos na economia e no mercado, não poderemos falar de democracia e essa inclusão democrática está acontecendo em nossos países.
Agora também devemos ressignificar o conceito de revolução, porque a transformação rápida, radical e profunda que está ocorrendo na América Latina é um processo de transição, mudança, reforma que não necessariamente são convocações para o socialismo, mas transformações políticas, sociais de distintos tipos, de distintas naturezas em um marco de complexidade, impacto e profundidade. E aí está a nossa riqueza porque estamos sendo capazes de construir uma unidade dentro dessa diversidade.
USP, UFABC, Unila e UFRJ são parte do convênio firmado pelo embaixador no Brasil
E nós devemos enfrentar as matrizes ideológicas, políticas e midiáticas que desqualificam esses processos e são especializadas em identificar nossos limites, nossos erros, nossos equívocos, que só apontam os processos de corrupção, não apontam nossos avanços, os avanços que estamos fazendo na democracia e que estamos mostrando para o mundo.
Nunca fomos voz, somente eco. Hoje a América Latina está recuperando sua capacidade de dizer, de fazer, de pensar. Sua capacidade de questionar sua ação na história e há uma insurgência de processos que estão marcados também por sua diversidade. Para nós, essa diversidade ideológica e política é muito importante, por isso ‘democracias em revolução’. Por isso ‘revoluções em democracias’.

Em termos acadêmicos e políticos, o pensamento da Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe) foi muito importante no continente, mas hoje alguns especialistas apontam que esse processo perdeu um pouco a importância.  Esse projeto é de alguma forma uma intenção de preencher este “vazio” deixado por esses pensadores?

 Eu penso que a contribuição do pensamento cepalino e em particular a contribuição do pensamento do Brasil na doutrina da Cepal foi muito importante para a América Latina. A substituição de importações, a capacidade de pensar a região, de estruturar mecanismos de integração regional — que na economia constitui a identidade de ser latino-americano — faz parte dessa experiência e desse processo que devemos valorizar e reconhecer como um momento histórico da América Latina, em um momento em que o neoliberalismo e o capitalismo agiram na região. O programa [Democracias em Revolução e Revolução em Democracias] quer recuperar e valorizar na contemporaneidade esse passado e fundamentalmente aponta para o futuro da região.
Por isso pensamos que a integração  já não é um ideal, ou uma utopia, mas uma necessidade, um imperativo categórico para que possamos nos inserir inteligentemente, com perspectiva de futuro, em relação ao processo de globalização e mundialização porque se não nos integrarmos econômica, politica e culturalmente, se não gerarmos condição de cadeias de valor produtivas, se não desenvolvermos ciência e tecnologia, os processos de dependência terão continuidade, como a Cepal anunciou há muitos anos. Então, a América Latina, que vive um momento excepcional, precisa olhar para si, para nos confrontarmos com nós mesmos. Olhar abertamente, com firmeza com relação ao que representa uma nova economia mundial e o que significa uma capacidade de exportação de solução do problema alimentar, por exemplo, e solução dos problemas e tecnologia que marcaram a dependência colonial e neocolonial do pensamento das matrizes civilizatórias.
Hoje, a América Latina optou pelos mais pobres e essa opção fez com que o retorno do Estado em suas funções de planificação e regulação nos permita ter uma opção de inclusão frente aos historicamente excluídos e essa é uma transformação, uma mudança, uma reforma e uma revolução que acontece com diferenças no Brasil, na Argentina, no Uruguai, Equador, Bolívia e Venezuela. Mas o estranho, o assombroso, é que não tenhamos espaços para reconhecer, entre nós mesmos, essas diferenças, o positivo de ser latino-americano e talvez este programa o que busque é que a América Latina descubra e comparta esse ‘ser do sul’ em seus melhores momentos.

O ex-presidente Lula falou sobre a necessidade de termos uma 'doutrina da integração' porque tudo isso que está sendo feito precisa de uma formulação teórica. Considera que este programa pode se tornar isto de que fala Lula e que sirva para embasar nossas políticas em relações exteriores e de defesa, por exemplo?

Reconheço que [o processo desenvolvido] por Lula constitui uma das experiências mais interessantes da história latino-americana no que se refere à liderança integradora dele que junto com [o ex-presidente venezuelano Hugo] Chávez, o [ex-presidente argentino Néstor] Kirchner e o [atual presidente Rafael] Correa constituem um momento distinto e novo da liderança integradora.
Essas lideranças sem dúvida precisam de uma doutrina, mas uma doutrina sem liderança não pode chegar a realizar mudanças profundas como ocorreram no Brasil de Lula e Dilma. Essa nova doutrina, este pensamento da integração deve ser absolutamente pragmático, como é a liderança integradora de Lula. Então devemos reconhecer que na América Latina podem coexistir em disputa respeitosa processos de integração como o da Aliança do Pacífico, a Alba [Aliança Bolivariana Para os Povos de Nossa América] que têm projetos e ideologias distintas, mas que têm, ou devem ter, denominadores comuns, ou como no caso da Unasul [União das Nações Sul Americanas] e da Celac [Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos], que fazem com que os latino-americanos nos encontremos em objetivos e visões compartilhadas.
Chávez, Kirchner e Lula, considerados impulsionadores do projeto de integração | Foto: Wikicommons
Então que nos foquemos mais em nossas igualdades do que diferenças e que construamos um poderio político, social, ambiental e cultural para configurar nossa região como uma região do [buen vivir] bom viver como é a vida em plenitude. Que nos permita aos latino-americanos ter uma nova visão frente à crise do capital e do capitalismo, frente à crise civilizatória e nesse sentido, sim, gostaria de contribuir de uma maneira honesta, muito útil com um tipo de pensamento para a possibilidade de ser parte desta torrente de reconstruir um pensamento novo da doutrina da integração latino-americana, essa doutrina que necessita de liderança e essas lideranças são coletivas, complementares.  Não precisamos somente olhar para o Brasil como um irmão grande e rico, precisamos que o Brasil olhe para o irmão pequeno, como uma família que tem suas relações, suas fortalezas e suas debilidades e possa incidir em todo o mundo, mas reconhecendo que somos parte de uma mesma totalidade.

No Brasil, em nossas universidades, não se estuda o contexto ou os pensadores latino-americanos. Os centros de ensino estão muito focados na Europa e nos Estados Unidos. Como, então, confrontar nas universidades o pensamento desses dois enfoques muito distintos?

 Sem dúvida vivemos na América Latina demasiados anos de uma dependência e colonização do pensamento. Essa descolonização do pensamento, essa epistemologia do sul está surgindo com muita força porque todos os conceitos estrangeiros não permitiram que esse ser latino-americano se desenvolvesse. Então, quando olhamos os conceitos, eles já não nos servem.
Então voltamos o olhar nós mesmos e voltamos a considerar o pensamento da origem do nosso continente, recuperamos saberes e costumes e pensamentos que fazem parte de nossos processos de independência, dos nossos processos de revoluções, parte do que constitui a luta anti-imperialista, do processo de libertação nacional, mas tudo isso devemos conjugar contemporaneamente para ser capaz de produzir um pensamento próprio e ter também um diálogo com o pensamento estrangeiro porque não podemos nos fechar em nós mesmos ou criar muros de pensamento.
Se nós somente promovêssemos a consolidação do ensino do castelhano no Brasil e o ensino de português na América Latina, avançaremos muito de maneira prática, concreta em nossa integração cultural e sem integração cultural bem possível que não exista a integração econômica, comercial, política. Então está chegando o momento em que esta sede, essa necessidade já não é mais uma utopia, mas o imperativo para existir como cultura, como formas de vida distintas.
Sede da Unasul, em Quito | Foto: Cancillería del Ecuador
São essas democracias em revolução  que podem mudar o mundo frente ao silêncio, frente ao desencanto, frente ao cinza que o capital e o capitalismo em sua crise planetária está gerando. Esse individualismo selvagem, frente a esse consumismo predador, frente a essa solidão. Frente ao ‘consumo, logo existo’, que parece ser o que marca o destino dos seres.
Estamos aqui para dizer 'não'. Temos que construir uma alternativa civilizatória, tecnológica, de pensamento sobre qualidade de vida, mas que dignifique os seres humanos, que reconheça que somos parte da natureza e por isso proclamamos que os seres humanos temos mais direitos que o capital, que os seres humanos temos mais direito que as empresas, que a natureza tem mais direito que o capital. Exigir dos acadêmicos, dos meios de comunicação, dos cidadãos, uma atitude distinta que rompa a passividade, o conformismo que nos converte em somente consumidores.

Esse é um programa que está intrinsicamente ligado ao projeto das esquerdas no poder. Há quem considere, no entanto, que há um esgotamento deste modelo, principalmente diante do que se viu nas eleições da Venezuela e do Brasil, onde os resultados foram muito apertados. Teremos chegado ao ápice desse processo, sobretudo pela falta de Chávez, Lula e Kirchner à frente desse processo integracionista e daqui não há mais para onde avançar?

Penso que tem razão em parte. Certas lideranças históricas são insubstituíveis e essas lideranças devem nos fazer olhar para a necessidade urgente de que não podemos depender das virtudes e limites de lideranças, mas devemos dar condições de organização social, de correlação de forças, para novos sujeitos na história. Mas uma coisa muito importante é que [esse processo] transformou os povos, pela primeira vez, em sujeitos históricos da política, da economia. Essas lideranças têm uma continuidade na história porque os povos são seus mandantes. Esses que pela primeira vez foram incluídos porque pela primeira vez na história tiveram maiores investimentos para educação saúde e moradia.
Então as conquistas históricas que constituem esses novos sujeitos, articulando, multiplicando e ressignificando a existência de um sujeito plural, 'policlassista'. Sujeito que já não é mais somente o proletariado, são as mulheres, os índios, os jovens, os povos que surgem com uma força maravilhosa na América Latina.
E essa lideranças, que as matrizes de opinião classificam como populistas, são os que recuperaram o caráter nacional e popular de nossas democracias em revolução.
Outra razão é que nossos processos de mudança e transformação, processos revolucionários surgem do voto majoritário do nosso povo, expresso nas urnas. Porque já não é possível pensar em uma solução armada para a revolução. Devemos pensar que a democracia não começa, nem termina nas eleições e que os processos de transformações podem se subordinar a coisas terríveis, como foi o neoliberalismo que degradou, prostituiu, malogrou a democracia para favorecer o interesse de poucos.
Nesse sentido, as novas democracias que surgiram na região são profundamente transformadoras, pois surgem de um novo momento, de sujeitos que serão capazes de reinventar a democracia no século 21 e as revoluções no século 21 porque o ethos revolucionário na América Latina não tem a ver somente a vocação de organizar a transição ao socialismo. Na verdade, as revoluções políticas na região nada têm a ver com o socialismo. São um conjunto de atores que hoje estão ressignificando as palavras democracia e revolução.

Fonte: BRASIL DE FATO
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Espanha: 

O que nos aguarda depois do 24M??

Estamos em tempo de fazer história e temos a fórmula pelo próprio movimento: 

a unidade popular para arrasar com a política de cortes de gastos sociais



Vicente José Nadal AsensioMiguel Urbán e Brais Fernández



Fazer um balanço pós-eleitoral deste 24M é um exercício agridoce. Estamos avançando, e de forma decisiva em alguns lugares, mas ainda não o suficiente para desalojar a máfia política e suas maquinárias desapropriadoras da riqueza coletiva. Essa contradição atravessará toda a nossa análise e também a pergunta fundamental: E agora?

Resumiremos os resultados, para estabelecer o panorama que eles deixaram, da seguinte forma: a direita pós-franquista, representada pelo Partido Popular, sofre uma derrota contundente, o PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol), não consegue se recuperar, o Podemos se consolida como ator político mas ainda não consegue ser a força hegemônica das classes populares, Ciudadanos não cumpre com as expectativas que alguns grupos financeiros haviam depositado neles, principalmente em cidades importantes, as Candidaturas de Unidade Popular (CUP) conseguem resultados históricos.

Várias constatações merecem ser desatacadas, porque formam parte de uma análise que supera o meramente conjuntural. A primeira é o fato objetivo de que o 15M (15 de maio de 2011) foi um acontecimento histórico, tal qual o definiu filósofo e dramaturgo francês Alain Badiou: um acontecimento que deixou um novo panorama político, com o qual os velhos protagonistas se relacionam de forma tensa com os novos atores. Uma parte significativa da população aposta pela mudança e está expressando essa vontade de diferentes formas (fazendo manifestações e greves, apoiando os movimentos contra os despejos por dívidas hipotecárias ou votando no Podemos), todas vinculadas a um anseio comum de mais democracia, recuperação de direitos e uma mudança radical nas prioridades políticas: as pessoas e o bem estar público antes dos benefícios e os interesses privados. A luta de classes, a luta entre a ruptura e a continuidade, a luta entre os que, desde variadas posturas e composições ideológicas, aspiram conquistar essas demandas e os que se pretendem impedir que elas se tornem realidade, também será travada nestas eleições. Nesse sentido, existe uma situação de “empate”: a mudança chegou mas ainda não se impôs no quadro eleitoral multiforme, onde a elite, infelizmente, mantém em seu poder as instituições mais importantes, o que lhe dá a capacidade de continuar aplicando suas políticas.

A segunda constatação é que, pela primeira vez em muito tempo, o “movimento real” na direção da transformação social conta com ferramentas fortes o suficiente para enfrentar os partidos das classes dominantes. Não é pouca coisa: surgiu a partir disso a oportunidade de um novo ciclo, mas nos levou a uma situação volátil, onde o forte antagonismo das posições apresentadas, e a chamada “guerra de manobras” eleitorais (que se traduz em construir pacientemente, e de baixo para cima, uma luta social que se mantenha dentro e fora do âmbito institucional, e em chegar com audácia ao terreno eleitoral) e enfrentamos esse ciclo em circunstâncias melhores que as que tínhamos no ano passado. Não esqueçamos que essas ferramentas (CUP's e Podemos) não são só as que nos permitem encarar esse desafio, mas são também as que permitem que exista ciclo, porque nas batalhas sempre existem diferentes bandos e o dos de baixo também necessita que seus grupos estejam organizados. Ressaltamos isso para mostrar a necessidade de cuidar nossas ferramentas políticas, para que não se infectem com os vícios do sectarismo, da moderação ou da burocracia. Evitar que as instituições nos absorvam, que os milhares de ativistas que entram nas instituições se transformem em políticos profissionais. Para isso precisamos de muita rua, estar sempre presentes nos conflitos, com nossa gente, muita assembleia e muita decisão e controle coletivo.

O desafio para nós tem duas partes. Uma delas começa na ação através das instituições (“instituições deles”, não esqueçamos que eles ainda são os que impõem as regras) e a outra é a preparação da caminhada até as eleições presidenciais. No primeiro caso, o mandato popular parece claro: tirar o Partido Popular sem permitir que o PSOE assuma e recomponha o regime bipartidário. Para isso, é necessário manter a cabeça fria e evitar cair no erro que cometeu a IU (sigla em espanhol da Esquerda Unida, legenda alternativa de esquerda da Espanha) quando aceitou governar com o PSOE na Andaluzia. Não podemos aspirar uma política na que ficamos subalternos aos que representam as medidas que combatemos, portanto temos que buscar a hegemonias, através da pluralidade e da transparência. Conceder um cheque em branco ao PSOE, corresponsável pelo projeto neoliberal espanhol seria assinar nossa sentença de morte. Os apoios só devem ser contra o PP (explicar pacientemente que votamos contra o PP, nunca a favor do PSOE), em alguns cenários eleitorais, sempre que isso for em troca de melhoras concretas para a classe trabalhadora, sem aceitar jamais governar junto com o PSOE em posição de minoria. Esta é uma decisão estratégica da qual depende o futuro do movimento: se queremos acabar como a IU, sendo a pata esquerda do regime, acabaremos tragados pelo mesmo processo de decomposição que já consome o bipartidarismo, mas se quisermos ser como o Syriza, devemos mostrar que podemos substituir o modelo liberal atual e ser uma ferramenta para as classes populares, planteando as alternativas conjuntas às políticas de cortes de gastos sociais e austeridade econômica.

Em algumas cidades, as Candidaturas de Unidade Popular conseguiram resultados espetaculares e têm opções de encabeçar os próximos governos regionais: Barcelona, Madrid, Compostela, La Coruña, Zaragoza e Cádiz. Não será fácil. Os aparatos do Estado não são neutros, e impulsionar a mudança a favor das classes populares não consiste em simplesmente ser governo e apertar um botão de “gestão eficiente e honesta”. Precisamos superar a ingenuidade e nos preparar para as novas batalhas que só poderemos ganhar se envolvemos as pessoas, se transformamos as administrações municipais e regionais em instrumentos para que as classes populares organizem a gestão política, econômica e cultural a seu favor. Os privilegiados resistirão, não querem perder seus privilégios, as grandes empresas não querem deixar de viver dos impostos dos cidadãos e, por quê não dizer, os tecnocratas que acham que sabem mais que as pessoas tentarão impor seus conceito à figura da democracia real e do mandato popular. Por isso, as lições fundamentais são as de assumir com valentia as medidas que só requerem vontade política, como parar os despejos, auditar a dívida e estabelecer planos de emergência social para os desempregados e os setores mais pobres, assim como estabelecer mecanismos de controle público do Estado, assembleias de bairro para controlar os municípios. Assim poderemos nos sobrepor à força de aparatos políticos como o PSOE, com o apoio de vizinhos e vizinhas de pequenas e grandes regiões, acumulando força social para governar com e para as pessoas.

Toda essa força deve se colocada a serviço de impulsar uma grande corrente que, nas próximas eleições presidenciais arrase com a política de cortes de gastos sociais e com a corrupção. Uma corrente rupturista, que supere o regime imposto em 1978 pelos que desenharam o país para o pós-franquismo, criando o sistema de consensos sustentados pelo PP e pelo PSOE. Ainda estamos em tempo de fazer história e temos a fórmula pelo próprio movimento: a unidade popular. Uma fórmula que tem uma orientação de classe determinada. Porque estas eleições também deixaram claro, principalmente para os que professavam uma adoração quase fetichista às classes médias como impulsor de mudanças, que são as classes populares e trabalhadoras as que fazem a história. Para isso, é preciso incorporar ainda mais os que estão embaixo da pirâmide à luta por essa nova política, não somente como eleitores, mas também como participantes, ativistas: queremos uma candidatura presidencial que incorpore os trabalhadores em condições precárias, os sindicalistas, os operários, os desempregados, as garçonetes, as empregadas, etc. Todas essas pessoas que fazem o país funcionar, e que agora devem ser os protagonistas da mudança.

Uma unidade popular que não deve excluir ninguém, que tem que ser pluralista, porque os de baixo são plurais, necessitam tanto da força das CUP's quanto da do Podemos. Temos que construir a organização local a partir da autonomia, mas sem deixar de contribuir para que o horizonte seja conquistar o poder. O Podemos tampouco pode se considerar o “partido dos partidos”, sua tarefa mais útil para avançar, portanto, tem que ser a de impulsor, animador de uma candidatura-movimento mais ampla que supere o limite de suas fronteiras como partido, que recolha a força municipalista, mas também a de muitos setores sociais organizados, que ainda não entraram em cena ativamente. Essa unidade popular não pode ser apenas um nome, nem ser baseada em pactos entre aparatos políticos ou famílias, e sim deve estar construída ativamente de baixo para cima, alimentando os processos de auto-organização que, como vimos, foram determinantes na campanha Ahora Madrid (candidatura apoiada por Podemos na capital espanhola). Desde os desenhos de Manuela, o canto em flamenco, os cartazes anônimos ou a iniciativa dos taxistas, são expressões de organização popular que supera qualquer aparato ou maquinária eleitoral partidária.

Como fazer isso? A prática e o futuro das CUP´s, e a estrutura do Podemos, devem se colocar a serviço da construção dessa força popular, em torno a um programa centrado na democratização da economia, reverter os cortes sociais e as medidas impulsadas por PP e PSOE nestes últimos anos (e que foram impugnadas nestas eleições) deixar sob controle social os recursos fundamentais que geram riqueza e garantem uma vida digna a todas as pessoas, e que isso seja mais importante que o lucro dos bancos e das grandes empresas.

Agora é hora de desenvolver as hipóteses verificadas nestas eleições (unidade popular, pluralismo, conquistas territoriais e o crescimento de uma proposta abertamente rupturistas) enquanto, nas ruas e instituições, lutamos para conquistar não os discursos, mas sim as melhorias reais para a vida das pessoas. Quase nada, mas a perspectiva está aberta e implica em seguir construindo, sem deixar de refletir sobre os erros cometidos e as insuficiências detectadas. Sem medo, olhando sempre para frente, nos preparando para a próxima batalha insistindo numa estrutura de baixo para cima.


Miguel Urbán é eurodeputado e cofundador do Podemos.
Brais Fernández é redator da Viento Sur.

Fonte: CARTA MAIOR
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...Outra razão é que nossos processos de mudança e transformação, processos revolucionários surgem do voto majoritário do nosso povo, expresso nas urnas. Porque já não é possível pensar em uma solução armada para a revolução. Devemos pensar que a democracia não começa, nem termina nas eleições e que os processos de transformações podem se subordinar a coisas terríveis, como foi o neoliberalismo que degradou, prostituiu, malogrou a democracia para favorecer o interesse de poucos.
Nesse sentido, as novas democracias que surgiram na região são profundamente transformadoras, pois surgem de um novo momento, de sujeitos que serão capazes de reinventar a democracia no século 21 e as revoluções no século 21 porque o ethos revolucionário na América Latina não tem a ver somente a vocação de organizar a transição ao socialismo. Na verdade, as revoluções políticas na região nada têm a ver com o socialismo. São um conjunto de atores que hoje estão ressignificando as palavras democracia e revolução...

...Toda essa força deve se colocada a serviço de impulsar uma grande corrente que, nas próximas eleições presidenciais arrase com a política de cortes de gastos sociais e com a corrupção. Uma corrente rupturista, que supere o regime imposto em 1978 pelos que desenharam o país para o pós-franquismo, criando o sistema de consensos sustentados pelo PP e pelo PSOE. Ainda estamos em tempo de fazer história e temos a fórmula pelo próprio movimento: a unidade popular. Uma fórmula que tem uma orientação de classe determinada. Porque estas eleições também deixaram claro, principalmente para os que professavam uma adoração quase fetichista às classes médias como impulsor de mudanças, que são as classes populares e trabalhadoras as que fazem a história. Para isso, é preciso incorporar ainda mais os que estão embaixo da pirâmide à luta por essa nova política, não somente como eleitores, mas também como participantes, ativistas: queremos uma candidatura presidencial que incorpore os trabalhadores em condições precárias, os sindicalistas, os operários, os desempregados, as garçonetes, as empregadas, etc. Todas essas pessoas que fazem o país funcionar, e que agora devem ser os protagonistas da mudança...

Curta PAPIRO - 29.05.2015


   
     Curtas   

               1 -  Em Busca de Todas Informações 


            Repórter tenta entrevistar um morto 
 
28.mai.2015 - Um repórter da TV Atalaia, afiliada da Record no Sergipe, tentou entrevistar um bandido morto, logo após a perseguição policial ocorrida na periferia de Aracaju. A equipe estava na região quando flagrou a movimentação. Ao chegar no local, se depararam com três bandidos no chão, que haviam praticado um assalto a mercearia. "Você é maior ou menor?", perguntou o repórter a dois deles. "E você, tem quantos anos?", questionou ao terceiro meliante, que estava morto. Após segundos de silêncio, e sem resposta, o jornalista se deu conta da situação. "Esse daqui está ferido. Por incrível que pareça, eu ia entrevistar um cara que já está morto", completou, sem graça.

Fonte: BOL
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2 - A OPOSIÇÃO E O POVO NAS RUAS

UOL fotografa 3 pessoas em manifestação pelo impeachment


ScreenHunter_5801 May. 27 15.42

A foto foi divulgada há alguns minutos (agora são 15:43) pelo jornalista Fernando Rodrigues, do UOL.
Tem uma faixa enorme, que certamente foi paga pelo PSDB ou pelos irmãos Koch.
Vê-se três pessoas vagando desorientadas. Capaz de uma delas ser um repórter, o segundo um curioso, e o terceiro um passante eventual.
Assim termina a grande “Coluna Aécio” pelo impeachment de uma presidenta que ganhou limpamente as eleições de outubro de 2014, com 54 milhões de votos

Fonte: O CAFEZINHO
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3 - Index Librorum Prohibitorum

Comerciante hostilizado em vôo por ler CartaCapital

publicado em 29 de maio de 2015 às 06:47
carta-capital-2006
A direita não aceita
Comerciante relata agressão em voo por ler a Carta Capital
Marco Weissheimer, no Sul 21
Quando embarcou em um voo em Porto Alegre rumo a Brasília, na manhã de quarta-feira (27), o comerciante Elbio de Freitas Flores, de 65 anos, não suspeitava que a escolha de uma leitura para a viagem iria provocar uma agressão inusitada. Quando o avião aterrissou em Brasília, um grupo de cerca de 20 pessoas, localizadas na parte de trás do avião, começou a entoar gritos contra Dilma, Lula e o PT. Esse grupo estava chegando em Brasília para participar do ato liderado pelo Movimento Brasil Livre pelo impeachment da presidenta Dilma Rousseff.
O comerciante relata que, enquanto aguardava a abertura das portas do avião para desembarcar, foi interpelado e agredido verbalmente por um desses homens pelo fato de estar carregando a Carta Capital, “uma revista idiota e lida por idiotas”, segundo o agressor. Além disso, aos gritos, foi chamado de “bolivariano” e “do Foro de São Paulo”.
Elbio Flores resolveu não ficar quieto diante do ataque e chamou o agressor de golpista, entreguista e integrante da TFP (Tradição, Família e Propriedade). “Eles se mostraram muito covardes e tentaram me intimidar com gritos e impedir que eu falasse, tudo porque eu estava lendo a Carta Capital”, relatou ao Sul21. Um dos integrantes desse grupo gravou o ocorrido com um celular. Um trecho de 1min30seg foi publicado na página do deputado estadual Marcel Vam Hattem (PP-RS), com o seguinte texto: “La Banda Loka Liberal pousa em Brasília: faz um avião inteiro feliz e deixa um petista raivoso magoado”.
O comerciante resolveu falar publicamente sobre o caso pois entende que estão ocorrendo agressões semelhantes a essas que devem ser respondidas. “Já ouvi vários relatos de casos semelhantes e não podemos ficar calados. Eles tinham o comportamento característico de covardes e despreparados. Estavam constrangendo as pessoas, agindo em bando, como uma matilha. Os partidos democráticos têm que reagir diante desse tipo de agressão. Tenho amigos no PP, no PSDB e em vários outros partidos e convivo com urbanidade e respeito com eles, sem agredir ninguém. Fui agredido e reagi”.
Esse tipo de postura, acrescentou Elbio Flores, “revela um espírito obtuso e retrógrado, um pensamento obscurantista e autoritário que despreza a democracia, a liberdade de expressão e as diferenças de opinião”.

Fonte: VIOMUNDO
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4 - Folha Higiênica e Seletiva

Quá quá quá! Folha patrulha tucano que compartilhou Cafezinho

ScreenHunter_5808 May. 29 12.57

Quá quá quá!
A Folha é tão tucana, tão tucana, que agora deu para patrulhar os perfis de políticos tucanos, censurando-os quando publicam material “não apropriado”.
Tipo assim: quando compartilham conteúdo “terrorista”, como, por exemplo, “O Cafezinho”…
Um deputado tucano, inocentemente, resolveu compartilhar, em sua página, um post do Cafezinho que ironizava o fato de políticos aliados ao PSDB só serem incomodados pela Justiça na Suíça.
O post viralizou nas redes.
O pobre tucano distraído foi imediatamente recriminado pela Folha de São Paulo!
Onde já se viu?
A matéria chama o Cafezinho de “site de notícias anti-PSDB”. Fosse um pouco mais generosa, chamaria simplesmente de blog político.
Ou então, que chame a si mesma, e à Veja, por exemplo, de “sites de notícias anti-PT”.
Interessante ainda que Folha, ao final do artigo, informe que “Fotos de Aécio com Marin estão sendo disparadas por militantes do PT e outros partidos de esquerda para depreciar o tucano nas redes sociais.”
Ora, todos os dias, as redes sociais disparam fotos, montagens, memes, textos, contra ambos os lados do espectro político. Se a Folha quiser monitorar essa tendência, e deseja manter a sua falsíssima fachada de imparcial, terá que disfarçar melhor, noticiando também as campanhas tucanas para “depreciar” petistas.
A Folha quase citou o Cafezinho uma vez, em julho de 2013, quando se viu obrigada a noticiar sobre o sumiço do processo de sonegação da Rede Globo. Disse que a informação havia sido dada, originalmente, num “blog”, mas sem dar o nome.
Entretanto, fui conferir agora no site, e a Folha tirou inclusive a palavra blog. A informação aparece na Folha como se tivesse chegado do espaço sideral.
Pena que George Orwell não conheceu a Folha, antes de escrever 1984. Ele iria adorar incluir em seu romance as técnicas de corporações midiáticas para apagar a história.
Enquanto isso, a Folha mantém, em posição firme e constante, um anúncio pró-impeachment em seu site, que é patrocinado pela MRV Engenharia e pelo BNDES.

Fonte: O CAFEZINHO
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5 - Verdade em Greve

sexta-feira, 29 de maio de 2015

'Época' ignora greve e bajula Alckmin
Por Joanne Mota, no site Vermelho:

"O Ensino, cada vez melhor" ;“Qualidade e bom desempenho”. Essas são as definições dadas para a Educação em São Paulo em publicidade de 10 páginas publicada pela Revista Época dessa última semana de maio. O curioso é que nesta mesma semana a brava greve do professores estaduais, que para o governo de São Paulo não existe, completa 70 dias. É importante lembrar que essa já é maior paralisação da história da categoria desde a década de 1980.

Está claro que a matéria veio sob encomenda e que pode ter custado - de acordo com tabela de 2013 - cerca de 170 mil reais. Informações do Diário do Centro do Mundo apontam que, em 2013, o preço de uma página na Época com circulação nacional estava em R$ 172.700 mil. Enquanto que no estado de São Paulo não sai menos que R$ 65.500 mil reais.

A propaganda vem também num momento em que a Época sobe o tom denuncista contra o governo federal e ignora completamente o PSDB.
                                                      
                                                         Fonte: Blog do Miro
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           6 - Deu Zebra. Assim no Futebol como no Samba

Ao sair de conselho da Liesa, Anísio faz duras críticas à Rede Globo

Insatisfeito com a gestão de Castanheira, reeleito, o bicheiro da Beija-Flor questionou valores de repasses à emissora

Caio Barbosa

Rio - A Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (LIESA) reelegeu, na noite de ontem, o atual presidente Jorge Castanheira para seu quarto mandato à frente da entidade. Com a reeleição, por unanimidade, Castanheira completará, em 2017, dez anos na presidência, cargo para o qual foi eleito pela primeira vez em 2007.
A eleição, realizada no plenário Nelson Abraão David, irmão, foi marcada também pela renúncia do patrono da Beija-Flor de Nilópolis, o bicheiro Aniz Abrahão David, o Anísio, ao cargo de conselheiro supremo da Liga das Escolas de Samba.
Aniz Abrahão David diz que continuará a representar os interesses da Beija-Flor e de todas as escolas
Foto:  André Luiz Mello / Agência O Dia

Fundador e Grande Benemérito da Liga, Anísio estava insatisfeito com a gestão do presidente Jorge Castanheira, sobretudo com a forma como estavam sendo conduzidas as negociações dos direitos de transmissão do Carnaval carioca, que são de exclusividade da Rede Globo. E fez da renúncia uma espécie de protesto.
De acordo com um integrante da cúpula da Beija-Flor, a atual campeã do Carnaval, Anísio questionava não apenas o valor repassado às escolas como também o nível de interferência da Rede Globo nos desfiles. Atualmente, a Liesa repassava a cada agremiação cerca de R$ 1,5 milhão pelos direitos de transmissão dos desfiles.
“A Rede Globo atrasa o desfile do domingo de Carnaval por causa do ‘Fantástico’, o de segunda por causa da novela das oito. Este ano, não transmitiu os primeiros desfiles (de Viradouro e São Clemente) e nem o Desfile das Campeãs. E nem cedeu para que outra emissora transmitisse. E a presidência da Liesa não contestava nada”, disse um representante da Beija-Flor antes da reunião que manteve Castanheira no cargo.

Fonte: IG

quinta-feira, 28 de maio de 2015

Imprensa carioca explode em São Conrado





Morre alemão morador do apartamento que 

explodiu em São Conrado, no Rio


O alemão morador do apartamento que explodiu, no dia 18 de maio, em São Conrado, na Zona Sul do Rio, morreu na madrugada desta quinta-feira (28), no Hospital Pedro II, em Santa Cruz, na Zona Oeste, onde estava internado.
Markus Muller, de 51 anos, teria tido uma piora no quadro respiratório. Os médicos tentaram reanimá-lo, porém, ele não resistiu e morreu por volta da 1h. As informações são da Secretaria Municipal de Saúde. 
A vítima estava com 50% do corpo queimado devido à explosão. O impacto foi tão forte que diversos apartamentos do condomínio e de prédios vizinhos ficaram danificados.
Na tarde desta quarta-feira (27), o Instituto de Criminalística Carlos Éboli informou que a explosão foi causada por uma má instalação na peça conhecida como rabicho, no gás da cozinha. Este rabicho é um cano de ferro que faz a ligação da tubulação de gás, que fica na parede do prédio, com o aparelho.
Segundo o diretor do Instituto, Sérgio William, a conclusão é de que a explosão foi um acidente. Azulejos haviam sido posicionados sobre azulejos, aumentando a profundidade da peça de recepção e impedindo a fixação do rabicho. Além disso, foi constatado que estas reformas e a instalação do equipamento era recente e o uso do interruptor levou à explosão.
A investigação do acidente está sendo realizada pela 15ª DP (Gávea).
Fonte: MANCHETE ON LINE
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O caso da explosão no apartamento do alemão no bairro chique de São Conrado, no Rio de Janeiro, continua repercutindo na velha mídia.

A explosão resultou na evacuação do prédio, o que gerou , por poucos dias, um grupo de desalojados de luxo.

Desta forma, o tratamento midiático não segue os mesmos procedimentos quando os desalojados são pessoas que moram nos morros , em favelas.

Logo que se tomou conhecimento da forte explosão , assim como os desdobramentos para os vizinhos do condomínio, teve início na velha mídia  um repertório de motivos para a causa do acidente.

A primeira hipótese que toda a velha mídia adotou, independente da veracidade dos fatos, foi que teria acontecido uma explosão de gás, acumulado no imóvel fruto de algum vazamento.

Especialistas imediatamente ocuparam as telas de TV nos telejornais locais para explicar sobre os cuidados com instalações de equipamentos que utilizam gás, como fogões e aquecedores.

Passados as primeiras vinte e quatro horas, a velha mídia não se deu por satisfeita e lançou uma segunda versão sobre a causa do acidente.

Depois de descobrir, através de vizinhos da vítima, que o alemão morava sozinho no apartamento, a velha mídia, em coro, apresentou como causa do acidente o fato de que o alemão seria boiola e teria recebido uma visita de garoto de programa, que ao tentar aplicar o golpe do boa noite Cinderela não foi bem sucedido , o que gerou uma briga entre os dois e uma tentativa, por parte da visita, de explodir o imóvel e matar o alemão.

A versão ganhou corpo no noticiário, como verdade definitiva,  até que o porteiro do condomínio afirmou que o alemão chegou sozinho no prédio e ninguém , que tivesse passado pela portaria, se dirigiu para seu apartamento.

Como o conflito boiola não deu em nada,a velha mídia se dirigiu em peso para o hospital, onde o alemão estava internado entre a vida e a morte. 

Ouviram dos médicos que cuidavam da vítima, que logo depois de dar entrada no hospital e receber medicamentos, o alemão dizia que teria sido atacado e demonstrava não coordenar corretamente seu pensamento e suas palavras.

Surgia, então, a terceira hipótese, ou verdade definitiva, para a explosão.

Segundo a velha mídia o alemão no hospital, de acordo com relato dos médicos, demonstrava estar em surto psicótico.
  
Tais informações foram suficientes para que a imprensa apresentasse a hipótese, ou verdade absoluta, de que o alemão teria provocado a explosão  no apartamento para cometer suicídio.

Ora, uma pessoa com mais de 50% do corpo queimado, sofrendo fortes dores , e recebendo altas doses de medicamentos para aliviar a dor, normalmente não coordena bem os pensamentos e as palavras, e surtos psicóticos acontecem com frequência em pacientes com o quadro apresentado pelo alemão e relatado pelos médicos. 

No entanto, a velha mídia linkou direto o surto psicótico  do estado gravíssimo da vítima com a tentativa de suicídio como sendo a causa para a explosão no apartamento.

Nessa história toda até chegar na tentativa de suicídio, já tinham se passados alguns dias da explosão e a polícia trabalhava coletando dados e informações que pudessem esclarecer as causas da explosão
.
As hipóteses boa noite Cinderela , briga e suicídio, foram descartadas pela polícia, já que as imagens das câmeras de segurança  não mostraram nenhuma pessoa , que passasse pela portaria, se dirigindo para o apartamento do alemão. 

Tais hipóteses só seriam possíveis se a pessoa que supostamente entrou no apartamento do alemão fosse um morador do prédio, algo que a velha mídia não considerou, uma vez que o condomínio é de luxo e não de favelado.

Os dias  foram  se passando e os trabalhos da perícia indicam que a explosão se deu por conta do acúmulo de gás no imóvel, restando saber o que teria motivado tal acúmulo, obviamente, excluídas as verdades midiáticas de assalto ao imóvel, boa noite Cinderela, e saúde mental debilitada do alemão. 

Haja verdade, e o alemão é que é maluco.

Pelo trabalho da perícia, que felizmente não é a imprensa, teria havido um reparo em uma instalação de gás no apartamento e, tal reparo teria sido feito pelo próprio morador, a vítima, o alemão.  

Consta ainda que tal reparo ,por ter sido feito de forma inadequada, teria provocado o vazamento de gás e consequentemente a explosão.

Como essa hipótese atual, que pode não ser a última, caminha como sendo a mais forte e verdadeira, assim como foram as anteriores, surge como notícia em toda a mídia que imagens do circuito interno do condomínio registram o alemão chegando em casa portando algo que pode ser comparado como uma ,mangueira usada em instalações de gás.

É aquela história: se ele fez instalação inadequada, tudo que aparecer na mão da vítima é mangueira para instalação de gás.

Isso me lembra um  caso em uma favela do Rio de Janeiro , em que um policial militar que fazia uma blitz no local, atirou e matou um morador que estava no telhado fazendo reparos na residência. O morador foi alvejado e morto  porque portava uma furadeira elétrica, que ao longe, na visão do policial que fazia uma blitz contra bandidos , era uma arma de fogo.Para o policial da blitz, qualquer coisa nas mãos de uma pessoa é uma arma, assim como qualquer embrulho que o alemão carregasse era uma mangueira para instalação de gás, já que houve um reparo na instalação.

Hoje se tem notícia de que o alemão veio a falecer, o que dificultará ainda mais a elucidação correta sobre a explosão.

Alemão que já foi boiola, suicida, maluco e que agora  não pode se manifestar.

No entanto o noticiário se desloca , agora, para a questão do seguro, já que se trata de um condomínio de luxo e discute-se os valores a serem pagos pela seguradora.

O culpado e responsável por tudo o que aconteceu no condomínio de São Conrado, agora, mais do que ontem, será o alemão.


Toma lá dá cá

Câmara aprova o fim da reeleição

Bem, pelo menos algumas coisas boas já saíram dessa reforma política, ou melhor, contra-reforma política, que vem sendo empurrada goela abaixo do Brasil pela turma do Cunha.
Quer dizer, não são exatamente coisas boas e sim pequenas vitórias de resistência para que as coisas não piorassem.
Primeiro, a derrota do distritão, que iria encher a câmara de subcelebridades televisivas.
Agora a Câmara aprovou, por esmagadora maioria, quase unanimidade, o fim da reeleição para cargos no Executivo.
Isso vai ajudar a renovar a classe política.
Se bem que é difícil ver algo de bom numa reforma feita dessa maneira, a toque de caixa, violentando tão agressivamente o debate que vinha rolando há anos no país.
O incrível foi a ver a hipocrisia do PSDB. A iniciativa de Fernando Henrique Cardoso de patrocinar uma emenda de reeleição para si mesmo agora fica ainda mais marcada, como um casuísmo desonesto e antidemocrático dos tucanos para ficarem mais tempo no poder.
Os bolivarianos ao menos elegeram uma nova constituinte, fizeram uma nova carta, realizaram plebiscitos populares. Aqui foi um golpe palaciano do nível “eduardo cunha”.
PS: Para ser franco, nem sei mais se é boa ou não. Estou confuso. De qualquer forma, da maneira como foi feito, foi muito ruim.

Fonte: O CAFEZINHO
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Isso não é bom, aliás, é péssimo.

Não se pode mudar a todo instante as regras do jogo.

O primeiro presidente eleito após o fim da ditadura militar foi Fernando Collor ,em 1989,  para um mandato de  cinco anos sem direito a reeleição.

Em 1994, Fernando Henrique foi eleito presidente, e durante seu primeiro mandato, no ano de 1997,  mudou a regra do jogo ao comprar o congresso nacional para aprovar o mandato de quatro anos com direito a  uma reeleição, já valendo para o próprio FHC que foi reeleito em 1998.

Em 2010, ao término do segundo mandato de Lula - eleito em 2002 e reeleito em 2006 - , que deixou o governo com uma aprovação estratosférica e ainda elegeu seu sucessor, surgiu um movimento para que se criasse a possibilidade de Lula se candidatar , pela terceira vez consecutiva, nas eleições de 2010. Ou seja, mudar as regras estabelecidas.

Se o movimento foi uma pegadinha das oposições para que Lula aceitasse a idéia de uma terceira candidatura, e com isso fosse tachado de ditador e anti-democrático ao tentar mudar as regras, isso não importa, já que alguns políticos da base governista encamparam  a ideia e o assunto ficou por um tempo em destaque na mídia.

O fato é que Lula rejeitou mudar as regras, apostou na candidatura de Dilma, e venceu.

E eis que agora, a maioria que aprovou o sistema de  quatro anos com direito a reeleição - uma mudança no sistema de cinco anos sem reeleição que existia - deseja mudar as regras do jogo , criando um modelo de mandato de quatro anos sem direito a reeleição.

Todas essas idas e vindas acontecem em um período de tempo de mais ou menos 25 anos, o que é um tempo muito curto para tantas mudanças.

Fica claro, para todos os brasileiros que não se informam pela velha mídia, que estão em jogo , apenas, os interesses imediatos dos políticos na disputa pelo Poder, deixando de lado a estabilidade de um sistema que interesse a todo o país.

Impedir a permanência de governos do  PT, já pensando em uma possível reeleição de Lula em 2022 - admitindo-se que Lula será candidato em 2018 e vencerá as eleições - parece ser o objetivo para mudar as regras do jogo.

O país não pode ficar a mercê da vontade de políticos que  em sua maioria  generosamente irrigados por interesses econômicos, querem mudar a todo instante as regras do jogo.

Se a questão básica é sobre uma reforma política, fica claro que tal reforma não pode ser conduzida pelo congresso existente e, o  foco, maior  não deveria recair sobre a mudança no tempo de mandato de presidentes e reeleição.

Se o time não sabe e não tem competência para fazer gols,  não pode ficar a todo instante apresentando projetos para aumentar o tamanho das balizas, limitar em 150 cm a altura dos goleiros adversários , etc...

Faça-me o favor, já passou da hora de o  povo agir contra esse congresso.

quarta-feira, 27 de maio de 2015

Sonegação na área

Esquema de corrupção na FIFA investigado pelo FBI, similar ao desvendado na Suiça, envolvia direitos de transmissão de TV

publicado em 27 de maio de 2015 às 11:36
LadoSujoFutebol
por Luiz Carlos Azenha

No livro que escrevi ao lado dos jornalistas Leandro Cipoloni, Tony Chastinet e Amaury Ribeiro Jr. descrevemos minuciosamente o fato de que O CORAÇÃO da corrupção no futebol está associada à venda de direitos de transmissão de TV.
Os cartolas se encaixam tão bem no papel de corruptos que frequentemente as denúncias se voltam exclusivamente contra eles, são fulanizadas e acabam desconhecendo este fato: é a TV, estúpido!
De acordo com a nota divulgada hoje pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos, relativa à prisão do ex-presidente da CBF José Maria Marin e de outros cartolas da FIFA, 70% dos ganhos da entidade entre 2011 e 2014 vieram da venda de direitos de transmissão e de marketing.
É o filé mignon.
Pela denúncia apresentada em um tribunal federal de Nova York, em uma ponta do negócio, como pagadoras de propina, estavam empresas de marketing esportivo — no caso brasileiro, a Traffic de J. Hawilla — e na outra estavam os cartolas.
Hawilla admitiu a culpa em quatro acusações: conspiração para extorsão, fraude e lavagem de dinheiro e obstrução de Justiça. Concordou em devolver U$ 151 milhões, dos quais já pagou U$ 25 milhões. Isso dá a vocês uma ideia dos valores envolvidos.
Segundo os norte-americanos, o esquema de duas décadas envolveu a venda de direitos de transmissão de vários campeonatos, desde a Copa América passando pela Libertadores e chegando à Copa do Brasil.
Também é citada uma empresa de material esportivo que fechou contrato com a CBF, não nomeada pelo Departamento de Justiça. Trata-se, obviamente, da Nike.
Além de Hawilla, a Traffic International, baseada nas ilhas Virgens Britânicas, e a Traffic USA, de Miami, também se declararam culpadas — o que indica que estão entregando o esquema à Justiça.
As ilhas Virgens Britânicas aparentemente são o refúgio fiscal favorito da cartolagem futebolística.
Foi nelas que a Globo “investiu” uma bolada para formar uma empresa de nome Empire, cujo capital depois foi usado para comprar os direitos de transmissão das Copas de 2002 e 2006. Segundo a Receita Federal brasileira, a engenharia financeira visava burlar o Fisco, o que resultou em multa superior a R$ 600 milhões.
As ilhas Virgens Britânicas também foram sede da Fundação Nunca, um dos propinodutos utilizados pela empresa de marketing ISL para subornar cartolas.
A International Sports and Leisure (ISL) foi o instrumento criado pelo fundador da Adidas, Horst Dassler, para “inventar” o marketing esportivo, espalhando no processo milhões em propinas para controlar dirigentes esportivos e — o que realmente interessava a ele — direitos de transmissão.
O esquema revelado hoje é a versão das Américas daquele que descrevemos minuciosamente no livro, que irrigou com algumas dezenas de milhões de dólares e francos suiços o bolso do ex-presidente da FIFA João Havelange e do ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira.
Agora que sabemos detalhes do que aconteceu na Suiça e nas Américas, a pergunta para a qual ainda não temos resposta: e os direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro, hein?
Um promotor suiço e o FBI foram capazes de investigar, apontar culpados e obter reparações. Por que somos incapazes de fazê-lo no Brasil?
Resposta: porque a CBF habita um firmamento à parte das demais instituições brasileiras, mesmo depois dos 7 a 1.

Fonte: VIOMUNDO
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Recordar é viver: Marin e Aécio Neves, uma tabelinha impagável

27 de maio de 2015 | 11:56 Autor: Fernando Brito
4friends
Agora que está na moda o jornalismo que avalia o comportamento moral de políticos de esquerda na base do “esteve no escritório” ou “jantou no restaurante” com alguma figura qualquer acusada de irregularidade ou propinagem, é justo fazer um “recordar é viver” das ligações entre José Maria Marin, o ex-presidente da CBF preso por corrupção nos EUA com o ínclito Aécio Neves, o homem que não quer nem papo com gente “do mal”.
Por isso, é bom refrescar a memória das pessoas com fatos publicados na própria grande imprensa, não em “blogs sujos” feito este aqui, capazes de maledicências com homens veneráveis que encontraram em Aécio Neves o espelho onde projetam suas virtudes como dirigentes do futebol brasileiro.
Primeiro, a reprodução do Globo Esporte, vejam:
marinaecio1
Para não parecer intriga, vamos ao diário esportivo Lance:
marinaecio2
E para conhecer a história melhor, a coluna de Juca Kfouri:

Aécio ama a CBF

Aécio Neves é amigo de José Maria Marin e o homenageou, escondido, no Mineirão.
Deu-se mal porque o que escondeu em sua página na internet, Marin mandou publicar na da CBF.
Aécio também é velho amigo de baladas de Ricardo Teixeira e acaba de dizer que o país não precisa de uma “Futebras”, coisa que ninguém propôs e que passa ao largo, por exemplo, das propostas do Bom Senso FC.
Uma agência reguladora do Esporte seria bem-vinda e é uma das questões que devem surgir neste momento em que se impõe um amplo debate sobre o futuro de nosso humilhado, depauperado e corrompido futebol.
Mas Aécio é amigo de quem o mantém do jeito que está.
Não está nem aí para os que reduziram nosso futebol a pó.

Que maldade, Juca!

Fonte: TIJOLAÇO
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... As ilhas Virgens Britânicas aparentemente são o refúgio fiscal favorito da cartolagem futebolística. Foi nelas que a Globo “investiu” uma bolada para formar uma empresa de nome Empire, cujo capital depois foi usado para comprar os direitos de transmissão das Copas de 2002 e 2006. Segundo a Receita Federal brasileira, a engenharia financeira visava burlar o Fisco, o que resultou em multa superior a R$ 600 milhões...

É bem provável que Globo esteja envolvida nos esquemas de corrupção envolvendo a CBF.

Tanto em competições internacionais quanto em competições nacionais.

Importante que as apurações prossigam para que possamos conhecer todo o esquema e, claro, passar a limpo o futebol brasileiro.

O vexame na copa de 2014 , desta forma, pode ser compreendido como o início de um processo de reformulação do futebol, que segue, agora, com as denúncias de corrupção envolvendo a CBF.

Importante que os clubes se organizem em torno de uma liga nacional para organizar as competições nacionais e regionais, deixando para a CBF a organização das atividades das seleções brasileiras.

Importante, também, a democratização das transmissões por TV aberta  do futebol no país. 

Interessante a ligação dos tucanos com a CBF , como também a recente indicação de João Dória Jr., o 'Cansei', apoiador de Aécio,  como chefe da delegação brasileira na Copa América que se inicia no mês de junho deste ano no Chile.

Será que com a descoberta dos esquemas o famoso DARF  da Globo aparecerá ?