terça-feira, 12 de maio de 2015

Só pra lembrar

Abujamra não merece isso, Jabor é cotado para substitui-lo na TV Cultura

Por Renato Rovai maio 11, 2015 20:13

jabor
O buxixo de que Arnaldo Jabor vai ganhar de presente um espaço para fazer um talk show na TV Cultura, no horário que foi ocupado por anos por Antônio Abujamra, ganha força.
Os tucanos costumam falar em aparelhamento de Estado, mas eles são craques nisso.
A TV Cultura que já foi um espaço de excelência no espectro televisivo é hoje quase tão somente um poleiro de aves bicudas.
E a TV cada vez mais se afunda em audiências medíocres, o que é uma demonstração clara de que esse povo não é só ruim de governo.
É ruim de muita coisa.
A Cultura, por exemplo. teve dias muito melhores e audiências bem maiores.
O Roda Viva que já foi um programa importante, hoje é apenas uma sucursal da Veja. E não dá nem traço.
O Jornal da Cultura com gente do nível e da finesse do Marco Antônio Villa, não dá nem hífen.
Abujamra deve estar se revirando  na tumba.

Fonte: Blog do Rovai
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É uma péssima notícia.
É uma boa notícia.
Se Jabor vai atuar na TV com um programa de entrevistas, é péssimo.
Mais uma reacionário na TV.
Se Jabor vai atuar na TV com um programa de entrevistas no lugar de Abujamra, é ótimo.
Deve morrer em pouco tempo.

segunda-feira, 11 de maio de 2015

Capitalismo e Primatas. Tudo a ver

INTERESSE PÚBLICO > DEMOCRATIZAÇÃO DAS COMUNICAÇÕES

Uma conversa com Rousseau

Por Ana Paola Amorim em 05/05/2015 na edição 849
“O primeiro que, ao cercar um terreno, teve a audácia de dizer isto é meu e encontrou gente bastante simples para acreditar nele foi o verdadeiro fundador da sociedade civil.” Essa é a abertura da segunda parte do Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens, escrito em 1754 por Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), indicando que a sociedade civil nasce sob o signo da desigualdade (e, portanto, da servidão), instituída e legitimada pela linguagem. É uma reflexão importante para compreender a relação entre comunicação e democracia, entre comunicação e política.
Seguindo o raciocínio do filósofo genebrino, a fundação da sociedade civil localiza-se, então, em um ato linguístico, evidenciando o campo político como o lugar da palavra que não se dissocia da ação. Na abertura da segunda parte do discurso, é a linguagem que reforça e incorpora a própria ação – no caso, de usurpação, que inaugura uma situação de desigualdade. Não basta o exercício do cercamento. É necessário legitimá-lo, reclamando para si, em público, a propriedade: “Isto é meu!”. Sem o necessário contradiscurso que denuncie a injustiça, o ato torna-se efetivo.
Segue Rousseau: “Quantos crimes, guerras e assassinatos […] teria poupado ao gênero humano aquele que, arrancando as estacas e cobrindo o fosso, tivesse gritado a seus semelhantes: ‘Não escutem esse impostor! Estarão perdidos se esquecerem que os frutos são de todos e a terra é de ninguém”.
Mas como ele mesmo diz, as coisas talvez já tenham chegado a um ponto “de não poderem mais durar como eram”. O que se seguiu foi a palavra não dita, deixando o caminho livre para a palavra ardilosa carregada de violência dissimulada. Jean Starobinski, importante intérprete da obra de Rousseau, observa que esse trecho do Discurso mostra “a palavra empregada em sua função social, mas para instituir a má socialização, a sociedade da desigualdade”.
A desigualdade está diretamente associada a uma fala monológica, autoritária, que não encontra o contradiscurso no espaço público e, por consequência, incorpora a condenação da própria liberdade. Em um exercício de interpretação dessas observações, é possível extrair daqui um alerta ao risco de concentração da voz para fundação e para manutenção do corpo político. Se poucos têm voz, as condições são de desigualdade e servidão. Mas se todos e todas têm garantido o espaço para que sua fala seja ouvida, as condições são de igualdade e liberdade.
Não cabe cautela, mas rigor e atenção
Por isso, causa apreensão a declaração recente do ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, quando ele defende “cautela” em ações contra aluguel de programação por emissoras, que estão na Justiça Federal (ver aqui). No final de março, uma decisão inédita da Justiça Federal havia mandado suspender as transmissões da Rádio Vida, do interior de São Paulo, por alugar sua programação para uma igreja evangélica. A juíza federal Flávia Serizawa e Silva também determinou o bloqueio dos bens dono da emissora, e do pastor líder da Comunidade Cristã Paz e Vida, que arrendava a rádio. Ainda cabe recurso da decisão. Importante observar, como pontuou a reportagem da Folha de S.Paulo, que se trata da primeira decisão judicial em uma ofensiva movida pelo Ministério Público Federal contra o mercado de aluguel de emissoras, que sobrevive nas brechas e omissões da legislação. Mas o Ministério Público considera alienação de concessão pública.
As rádios e TVs abertas são operadas no Brasil como concessão pública, o que significa que pertencem ao conjunto da sociedade brasileira. Os donos das emissoras recebem direito de exploração, não são proprietários do canal outorgado. Na prática, esses empresários agem como se fossem proprietários do canal. Isso não seria usurpação? É fundamental que isso seja objeto de rigoroso debate público, que as ações que fogem ao que determina a lei sejam devidamente questionadas.
Os casos de aluguel – total ou parcial – da programação devem ser, então, tratados com critério e com o rigor que a coisa pública exige. Ao pedir cautela, o ministro Berzoini pede para enfraquecer o contradiscurso necessário para apontar as contradições que firmam o reino da desigualdade na sociedade civil e comprometem a liberdade. Afinal, é permitida a exploração de uma concessão por alguém que não se submeteu à licitação e às regras públicas? Pode a operação de uma concessão ser regulamentada por um contrato privado? São questionamentos que pedem respostas.
O Executivo já deu mostras de falta de força política e também de falta de empenho na condução do debate sobre a reformulação da legislação das comunicações. O ministro Berzoini disse, ao tomar posse, que há compromisso por parte do governo de instituir o debate, mas não indica a institucionalização do debate. A presidenta Dilma Rousseff já disse claramente, em entrevista a blogueiros, que não há condições políticas de tratar desse assunto. O pedido de cautela no caso de desrespeito aos princípios da lei soa muito mais do que falta de força política ou empenho. Soa a subserviência.
Essa postura é um tanto mais grave quando se considera o cenário (inconstitucional) de concentração da propriedade de mídia no Brasil, onde prevalece o oligopólio na exploração da TV e o sistema de oligopólio no rádio (sobre o assunto, ver, neste Observatório, “Monopólio ou oligopólio? Contribuição ao debate”, de Venício A. de Lima e Bráulio Santos Rabelo). Essa situação favorece a imposição dos interesses dos empresários de mídia sobre o interesse coletivo, impedindo a realização do debate. As vozes dos donos criam o paradoxal argumento de obstruir o debate em nome da “liberdade de expressão”, quando, na verdade, defendem o privilégio de continuar a disseminar a sua verdade, corromper a opinião pública e deixar os donos da voz a verem navios.
Proibido proibir
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), já disse, mas repetiu durante sessão solene em homenagem do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa: “Nesta casa não admitiremos nenhuma forma de regulação da mídia, seja de conteúdo, seja econômica. Somos frontalmente contrários”.
Cunha é contrário ao debate. Presidente da casa onde deve prevalecer o livre debate de ideias decreta justamente o contrário: a ausência da fala democrática e a imposição de um discurso autoritário que impede qualquer manifestação da liberdade.
Ele está defendendo a cerca. A omissão do Executivo protege a cerca. O debate é a condição necessária para que todos e todas possam emitir sua opinião, arrancar a estaca e cobrir o fosso. Só assim será possível combater a desigualdade e construir a liberdade.
O Fórum Nacional pela Democratização das Comunicações está em campanha para coletar assinaturas a um projeto de iniciativa popular que propõe nova legislação para a Comunicação Social Eletrônica (ver aqui). A entidade tem uma proposta para o debate. Precisa colher 1,3 milhão de assinaturas para que o projeto possa tramitar no Congresso Nacional, ampliando o debate. Quem assina o projeto concorda em discutir o assunto. Pode ser um bom caminho para principiar a conversa. Quem continuará defendendo a cerca?
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Ana Paola Amorim é professora do curso de Jornalismo da Universidade FUMEC, doutora em Ciência Política pela UFMG e pesquisadora do Grupo de Pesquisa CERBRAS (Centro de Estudos Republicanos Brasileiros), sediado no Departamento de Ciência Política da UFMG. É coautora, com Juarez Guimarães, de A corrupção da opinião pública – Uma defesa republicana da liberdade de expressão, Boitempo, 2013
Fonte: OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA
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Rubens Casara: 
Violação de direitos torna-se regra em desfavor de oprimidos e de quem incomoda as elites
publicado em 11 de maio de 2015 às 01:08
Estado-de-exceção-ou-regra-
Exceção ou regra?
O lugar que uma época ocupa no processo histórico, como percebeu Kracauer em O ornamento da massa, pode ser identificado a partir daquilo que foi desprezado (“O conteúdo fundamental de uma época e seus impulsos desprezados se iluminam reciprocamente”[1]). A verdade de uma época está inscrita em seus conteúdos rejeitados, naquilo que é desprezado ou se quer ocultar, nos efeitos dessa rejeição na realidade, nunca no dever-ser ou no discurso oficial.
Hoje, é a Constituição da República e, em especial, os direitos e garantias fundamentais que aparecem como o principal conteúdo rejeitado pelo sistema de justiça de nossa época. Os direitos fundamentais não são percebidos como trunfos contra a maioria ou como garantias contra a opressão do Estado. Ao contrário, de norte a sul do país, com amplo apoio dos meios de comunicação de massa, os direitos e garantias previstos no ordenamento jurídico integram o imaginário dos atores jurídicos como obstáculos à eficiência repressiva do Estado ou ao mercado.
A verdade de nossa época está inscrita no desrespeito à Constituição da República, no fato do discurso oficial reservar o afastamento de direitos e garantias para situações excepcionais enquanto a funcionalidade real do sistema de justiça revela que o que era para ser exceção transformou-se em regra, pelo menos para determinada parcela da sociedade. O sistema de justiça penal construído no plano discursivo a partir do mito da igualdade revela-se no dia-a-dia seletivo, voltado para os indesejáveis (e, aqui, as exceções servem apenas para confirmar essa regra), aqueles que, ao longo da história, forjaram o que Benjamin chamou de “tradição dos oprimidos”; mais do que proteger bens jurídicos, o sistema de justiça serve ao controle social e à manutenção das estruturas sociais (manutenção da forma Estado Capitalista).
A violação de direitos torna-se a regra em desfavor de determinadas pessoas. É assim para quem não interessa à sociedade de consumo (por não ser necessário ao processo de produção ou não dispor de capacidade econômica para consumir), para quem incomoda as elites (aqui entendidas como a parcela da sociedade que detém o poder político e/ou econômico) e para quem desequilibra em favor do oprimido a relação historicamente marcada pela vitória do opressor. Em todos esses casos, pode-se, com Benjamin, em sua tese VIII “Sobre o conceito de história”, afirmar que: o “estado de exceção” em que se vive é a regra; a violação da normatividade constitucional se torna a regra.
Em recente artigo, Tarso Genro revela preocupação com um “estado de exceção não declarado”, capaz de bloquear o direito de defesa, potencializar a corrupção sistêmica e comprometer a democracia. Nesse texto, o jurista gaúcho abandona concepção anterior, marcada por uma perspectiva otimista de evolução da sociedade em direção aos avanços civilizatórios e à democracia, para realçar os crescentes riscos de um grave retrocesso que pode resultar no fim da própria democracia brasileira.
A democracia, em sua concepção material, para além da participação popular na tomada das decisões políticas, exige limites ao exercício do poder e a concretização dos direitos fundamentais. Assentada essa premissa, o quadro e as perspectivas descritos por Tarso Genro são desoladores (por evidente, para aqueles que defendem o projeto constitucional de vida digna para todos).
Ganha corpo na sociedade brasileira, com grande força entre os atores jurídicos, uma concepção de atuação no mundo-da-vida avessa a limites (sempre em nome dos “interesses da nação”, do “combate à corrupção”, da “segurança pública”, dentre outros significantes que gozam de “anemia semântica”, para utilizar a expressão de Alexandre Morais da Rosa, mas são instrumentais aos novos “guardiães do direito”[2]) e que naturaliza a violação de direitos fundamentais.
Vários atores jurídicos passaram a defender abertamente (provavelmente, Gilberto Felisberto Vasconcellos está correto ao afirmar que, em breve, o golpe de 64 vai ser perdoado e aplaudido) a manutenção de prisões ilegais e desproporcionais, a produção e aceitação de provas ilícitas, a utilização da prisão cautelar como instrumento de coação à obtenção de confissões e/ou delações, a violação da dimensão probatória do princípio da presunção de inocência (contra a ordem constitucional, o imaginário autoritário atribui ao acusado o dever de provar sua inocência), dentre outras violações da dimensão de garantia que se extrai do texto constitucional.
Em que pese o acerto da análise em relação ao risco existente, Tarso Genro insiste em uma concepção otimista de que essas distorções apontam para um “Estado de Exceção”, na medida em que antes existia um quadro de normalidade democrática na seara do sistema de justiça criminal. Não há Estado de Exceção, ou em termo benjaminiamos, na tradição dos oprimidos, o Estado de Exceção é a regra.
Há uma tradição autoritária, uma historicidade, uma pré-compreensão que condiciona a atuação dos atores jurídicos e leva à naturalização do que deveria ser exceção, que não foi rompida com a Constituição da República de 1988 (um texto, um evento fundamental, que precisa ser levado em consideração, mas que, por si só, se revela incapaz de produzir normas adequadas ao projeto constitucional, isso porque a norma é sempre produto do intérprete, que, no caso brasileiro, está inserido em uma tradição incapaz de “compreender” – aqui compreender é aplicar, nos termos da lição gadameriana – o texto tendencialmente democrático).
Somada a essa tradição autoritária (que programas de redistribuição de renda são incapazes de romper), um complexo de fatores, com especial destaque para o empobrecimento do imaginário, com a consequente redução do pensamento ao modelo binário-bélico de ver o mundo (amigo versus inimigo, bem versus mal, etc.), e a transformação do simbólico (o enfraquecimento da função do limite), o sistema de justiça criminal, essa trama simbólico-imaginária, passou a se caracterizar, no campo do direito material, pela prevalência, ainda que inconsciente, de uma visão empobrecida da teoria do direito penal do inimigo (com uma ampliação – inimaginável para o neocontratualista Jacobs – do âmbito das pessoas etiquetadas de inimigo) e, no processo penal, pela espetacularização, na qual se dá o primado do enredo (dirigido pelo juiz e que, não raro, visa agradar a opinião pública ou o desejo das corporações midiáticas, as mesmas que constroem versões e fabricam heróis para a massa) sobre o fato, com a simplificação do caso penal posto à apreciação do Poder Judiciário, instituição que na busca de legitimidade democrática cede à tentação populista.
Enfim: a) saúdo o retorno do jurista Tarso Genro à produção crítica sobre o direito; b) registro posição no sentido de que a categoria Estado de Exceção se mostra insuficiente para dar conta das distorções hermenêuticas que ameaçam fazer da democracia brasileira um mero simulacro; e c) convido a todos para o debate.
Rubens Casara é Doutor em Direito, mestre em Ciência Penais, professor do IBMEC/RJ e membro da Associação Juízes para a Democracia e do Corpo Freudiano
Fonte: VIOMUNDO
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O Homem evoluiu muito através dos tempos,no entanto,em alguns aspectos o Homem moderno em nada difere do homem das cavernas , ou mesmo de seus ancestrais, como os primatas, por exemplo.

Muros e cercas estão associados ao conceito de território, prática comum na maioria dos animais que sempre entram em conflito quando um grupo invade o território do outro.  Em algumas espécies, além de preservar o território, os machos matam - ou tentam matar - alguns  filhotes com o intuito de impedir a competição.

No capitalismo atual, empresas tentam eliminar seus concorrentes.

Em algumas sociedades antigas, mesmo evoluídas , o conceito de território sempre existiu, sem necessariamente estar associado ao conceito de posse, prevalecendo  o conceito de usufruir de forma equilibrada e sustentável.

No mundo atual, a posse é a regra dominante, que delimita o tamanho do território, que deve estar sempre em expansão, mesmo que para isso a violência comande as ocupações.

Paradoxalmente, o que vivenciamos no mundo atual acontece justo com o chamado triunfo da democracia e da liberdade, quando o mundo vivencia mais uma etapa da globalização.

Era de se esperar, ou no mínimo imaginar, que os diferentes quintais flexibilizassem suas cercas, seus muros e suas bandeiras, em nome de um suposto processo evolutivo e civilizatório.

No entanto, o que se vê é o contrário, como o surgimento de mais muros e cercas, físicos e ideológicos. 

Nunca na história da humanidade se fez tanto xixi para demarcar novos territórios.

Neste aspecto, a mídia do capital tem um papel fundamental quando interdita todo tipo de debate  que proponha algo para além dos estreitos e limitados  territórios da ideologia dominante no mundo.

Emerge, desta forma, o estado de exceção como regra, paradoxalmente em nome da democracia e do estado de direito com o intuito de proteger o mundo civilizado de ideias ameaçadoras, como tem sido recorrente nos discursos das elites políticas econômicas ao longo do planeta.

A linguagem passa a ser uma arma poderosa com o Não como regra e o Não Sim  como ausência de negativa. 

Em meio a esses artifícios se constroem condenações de críticos indesejáveis , se forjam provas e incentiva-se todo tipo de comportamento binário na sociedade, onde o Não e o Não Sim prevalecem.

Por outro lado, essa corrida pelo binário, esse retrocesso civilizatório, pode indicar que as elites e seus centuriões do modelo político e econômico mundial reconhecem suas fragilidades e , assim sendo sendo, tentam interditar o debate de ideías, campo onde naturalmente o capitalismo em sua expressão atual não se sustentaria.

Isto posto, incomodar as elites políticas e econômicas através das ideías é um dever de todos os defensores da Democracia , da liberdade de expressão, e do estado de Direito e, para isso deve-se  sempre ocupar  os lugares onde as elites não estão, principalmente nos territórios  das idéias.
 

domingo, 10 de maio de 2015

Chupa Globo

Por que não ver a final do campeonato paulista pela Globo
 
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Em meio a manifestações nas ruas e também no meio virtual contra a Rede Globo, Santos e Palmeiras fazem hoje a final do campeonato paulista de futebol. Coincidentemente, são dois dos grandes clubes de São Paulo que têm menos exibição de jogos na grade da emissora, que detém os direitos de transmissão da competição. Por conta dessa baixa exposição, que prejudica comercialmente ambas as equipes, a Vênus Platinada tem sido alvo constante de xingamentos e protestos de torcedores nos estádios.

No último domingo (19), por exemplo, a torcida santista comemorou a classificação para a final do campeonato paulista com o coro: “Chupa Rede Globo/É o Santos na final de novo”. Mas xingamentos à emissora têm sido uma constante em partidas do clube alvinegro. Nas quartas de final contra o XV de Piracicaba, um domingo antes, a emissora preferiu transmitir o jogo do Corinthians e Ponte Preta no sábado e deixar o dia livre para cobrir as manifestações contra o governo Dilma. A decisão se mostrou equivocada em termos de audiência: o jogo do sábado chegou a 15 pontos no Ibope e o filme Homem-Aranha derrubou a média da emissora no horário nobre do futebol, a tarde dominical.

A torcida do Palmeiras também tem se manifestado, em especial nas redes sociais, contra a emissora, a qual parte dos alviverdes se refere apenas pelas suas iniciais, RGT. Em especial por conta da postura global de não dizer o nome do estádio do clube, Allianz Parque, o que mais uma vez prejudica o planejamento do clube em termos de exposição da marca. Além disso, em 2014, os palmeirenses viram sua equipe na TV aberta em treze ocasiões, contra 14 do Santos, 29 do São Paulo e 33 do Corinthians.

Neste ano, Santos e Palmeiras tiveram seu clássico televisionado no Campeonato Paulista, partida que rendeu uma média superior ou igual à de três partidas da Libertadores transmitidas até então: um dos jogos entre Corinthians e San Lorenzo e outro contra o Once Caldas, e a partida entre São Paulo e Danúbio, do Uruguai. A justificativa de que jogos de Corinthians e também do São Paulo têm preferência em relação aos outros por conta exclusivamente dos pontos no Ibope motiva a publicação de matérias/profecias furadas como esta do Uol, que antes do clássico preconizava que sua transmissão era “um risco” para a Globo.

De acordo com levantamento do jornalista Cosme Rímoli, a média de audiência dos jogos do Corinthians na Rede Globo em 2010 foi de 23,8 pontos; caindo para 22,6 pontos em 2011; 21,9 em 2012; 19,9 pontos em 2013 e 17,5 em 2014. Já a média dos jogos do Santos não ficou distante, chegando a superar o desempenho corintiano em 2011. Em 2010, por exemplo, ela foi de 21,2 pontos; 24,2 em 2011, 21 em 2012; 18,7 em 2013 e 17,2 em 2014. A média santista sobe também em função justamente de poucas partidas transmitidas, com os clássicos sendo destacados. Mas não é só isso que justifica. Em 2011 e 2012, por exemplo, a equipe contava com Neymar e tinha um ótimo desempenho em campo, o que evidencia que o torcedor em geral gosta de ver jogos que valham em termos de competição mas que também sejam promessas de bons espetáculos, com grandes jogadores atuando. No entanto, isso não é tão levado em consideração pela detentora dos direitos de transmissão.

Mas por que a Globo age assim se pode até mesmo perder ou deixar de ganhar audiência com isso? Parte da resposta é o cachimbo que entorta a boca. Como monopolista que é, a Globo é de fato avessa a riscos. Tanto que muitas vezes prefere pagar salários milionários a um funcionário seu fora do ar, posto na “geladeira”, a vê-lo em outra concorrente. No caso do futebol, colocar sempre o time de maior torcida local, como Corinthians e Flamengo, minimiza as chances de uma surpresa, ainda que às vezes ela pudesse ser positiva.

Há ainda um outro fator nebuloso, e este seria político. Em 2011, época em que a Record fez uma proposta superior à da emissora carioca ao Clube dos Treze, uma associação que reunia os maiores times brasileiros e era a responsável pela negociação dos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro, executivos da emissora fluminense articularam com dirigentes de equipes para implodir a possibilidade de acordo. Antes, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) havia derrubado uma cláusula preferencial no contrato assinado pela entidade com emissora dos Marinho, que na prática inviabilizava a concorrência com outras emissoras. A reação global foi negociar individualmente com os clubes, com o Corinthians sendo o primeiro a se desligar do Clube dos Treze. A negociação aprofundou a diferença paga entre os 12 clubes de maior torcida, especialmente Corinthians e Flamengo, e os demais. Na dança, os clubes médios e pequenos foram ainda mais penalizados com a discrepância estabelecida.

Como a Globo ajuda a implodir o futebol brasileiro

Embora à primeira vista possa parecer que haja ganhadores nessa disputa entre clubes pelos recursos da televisão para o futebol, trata-se de um jogo que tem só um vencedor: a própria Globo, que se aproveita da cega desunião entre os times para lucrar, sem se importar com a crescente depreciação do esporte nacional. Como dito nesta matéria, a repetição exaustiva dos mesmos clubes na grade televisiva vai cansando o telespectador: “A transmissão excessiva de jogos de clubes mais populares, em especial Flamengo e Corinthians, para a maioria das praças, contribuiu para a desvalorização do futebol como um todo e, embora possa parecer que seja mais benéfico para ambos, o que geraria vantagens desportivas mais adiante, trata-se de um jogo em que todos perdem porque o esporte em si se desgasta e cansa o telespectador. Um exemplo é que foi justamente a transmissão de uma partida do Corinthians, contra o Coritiba, no dia 3 de agosto, a pior audiência da emissora em jogos do Campeonato Brasileiro em 2014. O que parece bom a curto prazo, não se sustenta ao longo do tempo.”

Muitos campeonatos de futebol pelo mundo se protegem em relação à exposição excessiva e à distribuição desigual extrema de recursos entre os clubes. A Premier League, divisão principal do campeonato inglês, é um exemplo. A fórmula de remuneração pelos direitos televisivos estabelece que 50% do volume distribuído seja fixo, enquanto 25% são direcionados de acordo com o desempenho do clube na competição e outros 25% segundo o número de jogos transmitidos. Cada clube tem também um número mínimo de partidas televisadas, impedindo a abissal discrepância que acontece no Brasil.

Na Inglaterra, os clubes pensam, juntos, primeiro na valorização do próprio futebol, para assim conseguirem se capacitar economicamente e manter espetáculos interessantes para o público. Não interessa uma desigualdade enorme entre o maior e o menor. No Brasil, a Globo é a verdadeira “organizadora” da modalidade, submetendo a CBF, federações e clubes e impondo um modelo que é bom apenas para ela, direcionando datas e horários de partidas e decidindo a seu bel prazer quem vai e quem não vai ser televisionado. O que torna o futebol brasileiro razoavelmente equilibrado é a incompetência de dirigentes, que conseguem torrar fortunas sem um desempenho equivalente a sua capacidade financeira em campo. Mas os jogos ficam ruins de se assistir. E o público já percebeu isso.

Nos números de audiência de dois dos grandes de São Paulo citados acima, percebe-se que ambos tiveram queda de audiência entre 2010 e 2014. O Corinthians perdeu 26,4%, enquanto Santos, São Paulo e Palmeiras perderam 20%, mesmo índice de decréscimo do Campeonato Brasileiro. O Campeonato Paulista perdeu, no mesmo período, 23%, e a Copa do Brasil, 32%. A Globo já estudaria diminuir o número de partidas transmitidas em sua grade. Claro, sem consultar os clubes ou se preocupar com o futuro do futebol.

A emissora também estaria de olho no futebol europeu, já que a partida entre Barcelona e Paris Saint-Germain exibida na tarde desta terça-feira rendeu à Globo 16 pontos, um alto índice para o horário. Fecha-se assim um ciclo cruel: quem é em parte responsável pela derrocada do futebol brasileiro e pela manutenção da distância entre a qualidade da bola jogada aqui e no Velho Mundo pode ser o primeiro a dar as costas para seus parceiros.

Por todo esse contexto, um bom protesto do torcedor neste domingo seria não assistir à final do campeonato paulista pela Globo. O boicote não só é um instrumento legítimo de protesto contra a emissora em um dia em que estão programadas diversas manifestações pelo país em “descomemoração” de seu aniversário, como seria também um alerta para os dirigentes de futebol de que é preciso pensar em alternativas ao monopólio global, que vem colaborando para a decadência do futebol nacional como um todo. Na disputa entre os clubes alimentada pela emissora, no final, todos podem sair perdendo. E perceber isso mais à frente pode ser tarde demais.

Fonte: FUTEPOCA
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sexta-feira, 8 de maio de 2015

Violência jornalística

O Ataulpho Merval é um black-bloc ?

Isso é um perigo … Um perigo !

Ataulpho Merval desistiu de bater panela.

Pelo jeito, resolveu balançar o coreto das Instituições Republicanas !

Pelo jeito, derrubar o Governo no cacete !

Seria um black bloc sem máscara?

Outro dia, ele disse ao Sardenberg – ah, se ele não fosse da Globo -, na rádio que troca a notícia, que esse negocio de não ter prova contra o Lula não tem a menor importância.

(Não perca “o que fede mais ?”).

Depois ele arranja provas.

Deve ser com o Moro, esse que o Cerveró desmoralizou irremediavelmente.

Nessa sexta-feira (8/5), depois que o Levy aprovou o ajuste na Câmara, o Ataulpho (com “ph” fica mais chic…) perdeu as medidas.

Desabotoou o fardão !

“A oposição perdeu grande oportunidade de DESESTABILIZAR (ênfase minha – PHA) o Governo Dilma ao dar 16 votos essenciais para (sic) (a crase não foi feita para desmoralizar ninguém – Ferreira Gullar) a aprovação da Medida Provisória 665(do ajuste – PHA).”

“Rodrigo Maia, um dos votos do DEM (sic) pró-Governo, disse que votou a favor do país … Atitude louvável mas destoante do momento político, que é de confronto”.

Só se for o “momento político” na redação do Globo !

(Sobre a matéria, não deixe de ler o que a SECOM deveria ler: o estudo da PEW sobre a decadência inexorável dos empregadores do Ataulpho – mídia impressa, cabo e tevê aberta…)

“Desestabilizar”.

“Comprometer a solidez”.

“Comprometer a segurança de alguém”.

“Incapacitar o funcionamento de uma administração, de um Governo”.

É o que diz o Houaiss, que teria vergonha de ir a uma sessão da Academia em certas companhias …

A Globo decidiu que o jeito é ir pro pau ?

Descer às ruas e baixar o cacete ?

É o que parece.

Já que a Globo, a GloboNews e a CBN – que abrigam o Ataulpho – querem incapacitar a Dilma de Governar.

Desde que a SECOM fique aberta, não é isso, Merval ?

É um Black Bloc até a página três …

É o “confronto” até o BV chegar …

Em tempo: os filhos do Roberto Marinho – os que não têm nome próprio – também estão nessa ?

Olha, isso é um perigo …

Paulo Henrique Amorim

Fonte: CONVERSA AFIADA
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O Globo, através de seus colunistas e de seus editoriais, revela o tipo de jornalismo  que pretende ao longo do Governo Dilma.

Ao se referir ao confronto aberto, Merval  se coloca em um palanque e incita a violência.

O banditismo de Globo se supera a cada dia e, por ser um grupo de mídia, a opção pelo confronto se faz presente, de todas as formas e variações possíveis,  em todos os programas  de todas as mídias do grupo.

Em seu papel de partido político, o grupo globo ao optar pelo confronto aberto coloca  em risco o convívio social, já que o contágio com a sociedade é imediato.
De uma forma ou de outra, crimes , roubos e assaltos cada vez mais violentos tem sido registrados ao longo deste ano.

A violência que cresce nos grandes centros urbanos não é fruto do acaso.

quinta-feira, 7 de maio de 2015

Reflexões sobre o histerismo metálico sonoro

O pobre está mais perto, peguem as panelas

É o pavor da aproximação do pobre.

O Conversa Afiada reproduz artigo enviado pelo amigo navegante Walter Ferreira ao e-mail georgia@conversaafiada.com.br:

O POBRE ESTÁ MAIS PERTO, PEGUEM AS PANELAS

Segundo a psiquiatria, peniafobia é o medo da pobreza. E sendo a maioria das fobias o medo de ser aquilo do qual se tem medo, peniafobia é o medo inconsciente da pobreza por aquele que tem medo de ser/ficar pobre.

Quando a classe média brasileira (parte dela) vai para as varandas de seus apartamentos em bairros ricos de Rio e São Paulo fazer panelaço é porque demonstra o pavor que está sentindo da aproximação do pobre. O pobre está mais perto. O pobre está frequentando o mesmo aeroporto, a mesma loja, o mesmo ambiente… São estranhos. Têm maneiras diferentes. E se aproximam cada vez mais. A sensação é a de estar tendo pesadelos com o filme “A volta dos mortos-vivos”.

Vivemos um momento de início do fim do nosso apartheid social no Brasil? Os governos de Lula e Dilma incomodam tanto a classe média alta (parte dela) por reestruturarem o antigo modelo social de castas no Brasil? O pobre está mais perto? A classe média alta (parte dela) está respondendo de suas varandas chiques. E está dizendo que sim.

Claro que, rico protestando de varanda com panela na mão é caricato, ridículo, engraçado. O protesto do panelaço é esvaziado de efetividade, esvaziado de debate político. Só chama a atenção da sempre golpista Globo, de mais ninguém. Esse panelaço é ilegítimo porque é mero esperneio, chororô de eleitor de candidato derrotado democraticamente nas urnas. O povão do Brasil profundo nem está ligando para os ricos incomodados. O povão do Brasil profundo está em paz. Tem uma natureza de paz. E anti-golpista.

A desigualdade faz o glamour daqueles que se acham. Sofrem por anteverem um futuro onde haja mais igualdade social, econômica. Apelam porque sofrem. E me convencem de que, se estão incomodados é porque Lula e Dilma fazem governos populares, voltados para o povo. Fazem esse pobre se aproximar.

Se a elite está tão insatisfeita assim, me dá a certeza de que votei certo.


Fonte:  CONVERSA AFIADA
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São os doze anos de governos populares e democráticos do PT que, com doses homeopáticas de políticas sociais bem sucedidas contra a desigualdade social, produziram um despertar repentino nas elites e parcela da classe média que compactuam da crença  que quanto maior a desigualdade social do país, maiores são a importância e a relevância das pessoas que estão economicamente  acima da maioria, mesmo que estes que estejam  acima sejam uns borra botas analfabetos.

É o que está acontecendo com a elite e parcela da classe média , já que seus símbolos de suposta superioridade estão, cada vez mais, disponíveis para a maioria da população brasileira.

Assim sendo,  o quadro patológico dos paneleiros não necessariamente está associado a uma epidemia de peniafobia e , sim, a um choque de realidade, já que os paneleiros ,em tempos passados , se auto valorizaram de forma equivocada.

Para a velha mídia do capital, o que importa é o barulho das panelas, como se pode constatar através do malabarismo de linguagem presente nos textos dos principais e mais renomados colunistas, alguns até mesmo ostentando títulos de imortalidade por conta de  suas obras. 
E que obras, caro leitor, que obras.

Caso as elites e a parcela da classe média que proporcionam cenas de pânico e histerismo metálico sonoro queiram manter seus status de importância e superioridade ,ou resolvam estudar para adquirir cultura e conhecimento, ou inscrevam-se na Meca da mediocridade  da visibilidade remunerada - mundialmente conhecida como Big Brother Brasil da Globo.

No caso de aquisição de cultura e conhecimento , cabe ressaltar que os resultados não são imediatos, no entanto são os mais sólidos e inabaláveis em qualquer contexto social e político de qualquer país, independente de seu sistema de crenças e valores. 
O tempo, enquanto revelador, dirá o quão importante tem sido tal investimento, assim como os frutos eternamente disponíveis para se colher. 
Cabe lembrar que o conhecimento é o único e verdadeiro poder , ao qual não se deve temer perdas ou mesmo ladrões.

Caso as elites queiram uma importância  pessoal maior , mais rápida e imediata, ou um plus de importância como gostam de dizer, os programas de televisão da mídia do capital oferecem possibilidades imediatas, seja como debatedor de futilidades, seja como entrevistado principal em programas de entrevistas onde somente o entrevistador fala - o que é ótimo para as elites pois evita desconfortos - ou ainda nos reality shows, seja na cozinha , na fazenda , ou em meio a uma putaria pós moderna urbana. 
O resultado  garante uma importância imediata de grande visibilidade, com direito a entrevistas com Ana Maria Braga,  Faustão e Luciano Huck.

quarta-feira, 6 de maio de 2015

O Bloco de Sujo das Elites



Ontem, mais uma vez, as panelas voltaram durante o programa gratuito do PT na televisão.

Confesso que onde resido não ouvi nenhum barulho de panelas durante a apresentação do programa.

Mais uma vez, a classe média alta e os ricos fizeram seu protesto, mesmo sem jamais terem vivenciado algum momento de panelas vazias em suas vidas, mesmo agora em meio a uma crise mundial que afeta todos os países, inclusive, claro, o Brasil.

Bater panelas é um ato, em primeiro lugar, de protesto contra os rumos da economia de um país que leva um grande número de pessoas ao desemprego, sem salário, sem renda, e, consequentemente, com as panelas vazias.

Ainda hoje, nas periferias, bater em panelas ou em latas  é coisa de blocos de sujo durante o carnaval. Blocos que não tem dinheiro para comprar instrumentos de percussão, mas que usam latas e panelas para animar a festa.

Palmas para ala das elites famintas....

Nada disso acontece no Brasil, ao contrário, o país tem índices de desemprego relativamente baixos, comparados a grande maioria dos países pelo mundo.

Logo, o bater de panelas proporcionado por uma parcela da população de renda média e alta, é uma forma de dizer que esse grupo da sociedade brasileira é contrário aos governos do PT, se opõe ao PT e, se possível, deseja retirar por, quaisquer meios, o PT do Poder.

Pode-se afirmar que o surgimento desse grupo é algo natural nas democracias atuais, caracterizando-se todos por um alinhamento radical e  reacionário no campo da direita, criando , através  de atos e protestos organizados pelas redes sociais,  um estilo de comunicação unilateral que ao priorizar seu estreito ideário ignora a realidade e mesmo qualquer forma de debate. 
Tanto é assim, que o bater panelas, produzindo barulho, sempre tem acontecido no momento em que políticos do PT utilizam, democraticamente, o espaço nas mídias para apresentação de programas  ou de pronunciamentos  de autoridades do governo.

Ao agir dessa forma, tais atos tentam ofuscar os conteúdos apresentados pelo PT, rejeitam a fala do outro, não querem ouvir o conteúdo e , desejam que apenas suas idéias prevaleçam.

O que está em jogo com esse novo grupo político, é uma forma de política que nega a política , que em nenhum momento revela coerência, já que seu alvo é única e exclusivamente o governo e o PT.

Se professores são espancados pelas ruas do país, como o correu em Curitiba,  por estarem em greve por melhores salários e melhores condições de trabalho, isso não é motivo de indignação.
Se o congresso nacional trabalha para precarizar ainda mais os direitos dos trabalhadores, também não importa.
O foco do grupo das panelas é o governo e o PT , em uma forma de comunicação unilateral, tal qual  os partidos e grupos fascistas e neonazistas que ganham algum espaço em vários países pelo mundo.

Ao que parece o bater panelas contra o PT chegou para ficar, talvez até o momento em que as panelas se quebrem, fiquem desgastadas, ou o ridículo prevaleça.

As crianças quando fazem manhas ignoram o que os pais falam e fazem de tudo para não manter o contato direto com  os pais, evitando qualquer olhar. 
A manha é o ideário estreito, o bater panelas a negação do outro, enquanto o olhar direto é o debate, o contato, a realidade.

Até o pleito presidencial de outubro de 2018  temos somente 41 meses pela frente, e o medo do contato com a realidade vem crescendo no campo da direita radical, seja pela manipulação diária conduzida pela mídia do capital, seja pelas escaramuças de ações golpistas para desgastar ou mesmo impedir o governo de governar, seja pelo bater de panelas.

Tentar impedir o outro de expor suas idéias no tempo democrático que lhe pertence, pode revelar medo quanto ao conteúdo apresentado, medo quanto a repercussão de tais conteúdos, medo de ter que enfrentar mais uma vez a vontade  popular expressa pelas urnas, medo de perder pela  quinta vez seguida e praticamente sucumbir diante do sucesso do outro.

O grupo paneleiro que emerge no Brasil  pode ser comparado a uma mistura de Sarah Palin com Jean Marie Le Pen,  Frente Nacional com Tea Party, respectivamente.

Esses grupos tem até algum protagonismo na política, mas suas principais marcas ficam pelo lado folclórico e patético.

Que batam panelas.

Charge : TIJOLAÇO