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Jornal Nacional mergulha, bate em 18,6 pontos, perde de novelas e confirma que a Globo chega aos 50 anos em crise
publicado em 23 de março de 2015 às 22:38
por Luiz Carlos Azenha
Trabalhei na Globo em duas fases de minha carreira. Na TV Bauru, nos anos 80, quando passei longas temporadas em São Paulo cobrindo as férias de colegas. Não existia medição instantânea de audiência então, mas costumávamos aferir isso andando nas ruas: dava para ouvir o eco do Jornal Nacional sintonizado praticamente em todas as casas. As pessoas acertavam o relógio pelo início do JN.
Voltei à Globo no final dos anos 90. O Globo Repórter, que hoje fica na casa dos 20 pontos, ainda ficava por perto dos 35. Certa vez, fui o repórter de um programa que se tornou fenômeno: 44 pontos de pico! Teve até festa…
O Jornal Nacional ficava entre os 30 e os 40 pontos, o que ainda assim é uma enormidade. Era possível ouvir o eco doJN nas ruas, mas apenas em cidades do interior.
Hoje, tomei um susto. Acompanhando a medição minuto a minuto, através de um colega, o Jornal Nacional bateu em 18,6! Perdeu, na soma, para as novelas da Record e do SBT!
Isso não significa que a Globo vai falir. Não ainda. É que a emissora compensa o que eventualmente perde na TV aberta com o que fatura em todas as suas outras atividades, do pay-per-view à TV a cabo. Mas, do ponto-de-vista de hegemonia informativa, é o começo do fim.
Quem está derrotando a Globo? Uma soma de internet no celular + You Tube + Netflix + TV a cabo + ascensão social daqueles que não tem na TV sua única diversão.
O certo é que a emissora chega aos 50 anos enfrentando não só uma crise de audiência, mas também de credibilidade.
O que antes era coisa de acadêmico, agora se tornou voz corrente para milhões e milhões de brasileiros: a Globo faz política e é o partido mais poderoso da oposição.
Isso ficou claro no dia 15 de março, quando a Globo bateu os bumbos da cobertura de manhã, em todo o Brasil, com o objetivo de arrastar gente para a manifestação de São Paulo, à tarde. Muitos foram à Paulista como se tratasse de um “acontecimento” global, para garantir a selfie.
O advento das redes sociais, por outro lado, criou massa crítica de telespectadores capazes de identificar as omissões, distorções ou mentiras da Globo.
A emissora fala, mas também ouve. Cada vez mais.
Enquanto você lê isso, dois atos estão sendo organizados por internautas contra a Globo, aparentemente de forma espontânea, sem a participação de partidos, sindicatos ou movimentos sociais.
Mesmo que isso não aconteça, eles entenderam perfeitamente a mensagem: tudo o que queremos, os que militamos pela democratização dos meios, é o cumprimento da Constituição!
A ironia é que mesmo que o JN der cobertura aos dois eventos mencionados acima, os participantes não vão perder o sono se não sairem na telinha. É gente jovem, que não assiste TV e se liga mesmo é nas redes sociais. Sinal dos tempos.
PS do Viomundo: Ricardo Feltrin, no UOL, informa que dez anos atrás a média do JN era de 35 pontos; na segunda-feira passada a média foi de 29!
Fonte: VIOMUNDO
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Cinquenta anos é um tempo de vida em que se conta quem é, a história da vida.
Isso se dá pelo próprio - pessoa ou organização - ou por terceiros.
No caso de globo, o povo brasileiro resolveu contar a história da emissora, e também de todo o grupo.
O resultado tem sido devastador.
Com evidências inquestionáveis de sua ação política, principalmente, globo tende a perder mais e mais da audiência de um consumidor que não necessariamente rejeita a mediocridade, mas, no entanto, não é estúpido a ponto de acreditar nas mentiras diárias do jornalismo apresentado nos veículos do grupo globo.
Sou brega mas não sou burro, assim se definem muitos dos novos consumidores de jornalismo e de entretenimento.
De uma maneira geral, o conteúdo das grades de programação das emissoras do grupo globo, pode ser resumido como uma combinação entre sexo, violência e proselitismo político, independente se jornalismo, entretenimento e novelas.
Com a queda nos índices de audiência cada vez mais acentuada, aumentam as cenas de sexo e exploração da sensualidade, além da violência.
Em alguns caso o sexo e a violência acontecem ao mesmo tempo.
A obsessão na TV globo por meninas na flor da idade, é uma constante em todos os programas da emissora, a aponto de obrigar a atriz Bruna Marquezine que tão logo tinha completado 18 anos de idade, a fazer uma cena nua em uma novela.
Talvez para deleite dos diretores, que se apreciam uma jovem de 18 anos de idade, legalmente adulta, também devem apreciar meninas com 15 ou 16 anos de idade, já que as diferenças no corpo físico entre a faixas etárias não são muito significativas.
Dentro da lei, porém com a moral no esgoto.
O apelo ao sexo e a violência tem sido uma constante na emissora nesses tempos de queda, o que também deve estar cansando o telespectador.
No esgoto que atende como Big Brother Brasil - e que é amplamente coberto por outras emissoras e jornais, estranhamente - o fio condutor é a exposição da sensualidade e o sexo entre participantes, que sempre que acontece ganha grande destaque , como sendo "algo fantástico", para delírio dos voyeurs.
Não é de se estranhar que em novelas, até mesmo para adolescentes como a novela Malhação, as cenas de sexo e de exposição da sensualidade, estejam sempre presentes.
O Big Brother Brasil, por ser o sexo esperado e certo a margem de qualquer conteúdo artístico, diz muito sobre os valores que predominam na direção da emissora, e que, de forma direta, se reproduz em maior ou menor intensidade, em todos os programas de entretenimento da emissora.
Nas novelas, os personagens principais das tramas se repetem por décadas, e sempre são ladrões, corruptos, pessoas sem caracter além, claro, das cenas de crueldade e violência.
Na sociedade fictícia de globo - ou sociedade que globo deseja construir no pais - não há espaço para pessoas de bom caracter, ou mesmo tramas que tenham como fio condutor a educação, a cultura, as artes, ou mesmo temas históricos.
Tudo gira em torno da pós modernidade, competitiva, predatória , individualista , corrupta, vingativa e violenta.
A sociedade que globo deseja construir no Brasil é idêntica, em valores, a sociedade desejada pelo Tea Party American, o ícone do reacionarismo e da violência dos EUA.
Quanto ao jornalismo, é certo que atualmente , e desde o início do primeiro governo do PT, optou por uma campanha sistemática contra os governos do PT.
Foi uma aposta ariscada que ao longo desses doze anos evidenciou uma soberba por parte da direção da emissora, que acreditava que poderia dominar e controlar os corações e mentes da população ao seu bel prazer.
Não foi o que aconteceu, apesar de algumas vitórias pontuais da emissora na condução das opiniões, o que se vê, claramente, é um grande movimento de rejeição da emissora, com desdobramentos para as outras emissoras de TV privadas.
O jornalismo de globo se ainda não foi totalmente extinto, está em vias aceleradas de extinção.
Sua queda ainda não estancou e se agravará ainda mais nos próximos meses e anos , até que se estabilize em percentuais de diluição.
A estética de globo, seja nos jornais impressos, revistas, emissoras de rádio e emissoras de TV é o oposto da estética dos governos que governam o pais nestes últimos doze anos, o que em parte e de forma também significativa, contribuiu para acentuar as diferenças e marcar posições, algo que a maioria das empresas do grupo globo jamais tinha vivenciado.
Esse período dos governos do PT que coincidiu com a ascensão das redes sociais, pode ser a causa , não a única, para a queda irreversível do grupo globo.
Estáticos e cristalizados em uma abordagem que não sofria qualquer tipo de questionamento, as empresas do grupo globo perderam a posição de referencial , para um governo dos trabalhadores que já dura mais de uma década e, também, para a agilidade e inovação que se manifestam nas redes sociais.
Com as posições demarcadas, globo, na vitrine, deixou de atrair muitos fregueses já que a maioria da população não se vê, não se identifica com os programa da grade da emissora.
Como durante muitos anos globo foi referência inclusive para outras emissoras, tanto de rádio quanto de TV , esse universo de mídias de rádio, jornal e TV que copiava globo,hoje, também despenca nos índices de audiência.
Tudo isso se deve a ascensão das redes sociais, as posições bem demarcadas pelos governos do PT - que são populares e antagônicas ao universo da velha mídia - e ao baixo nível e fragilidade dos conteúdos oferecidos pelas emissoras e veículos da velha mídia.
Se todo esse terremoto não bastasse, movimentos sociais organizam grandes manifestações pela regulamentação dos meios de comunicação para os próximos dias, sendo que algumas manifestações estão sendo marcadas para acontecerem em frente as instalações de globo em diversas cidades do pais.
Mais uma vez, como já ocorreu em outras ocasiões, as instalações da emissora correm o risco de ficarem cobertas de bosta, o que é bem apropriado.