quinta-feira, 5 de março de 2015

Que falta faz um espelho

Volta do mata-mata já tem apoio da maioria dos clubes do Brasileirão, diz jornal




O Campeonato Brasileiro poderá voltar a ser disputado no sistema de mata-mata em breve. De acordo com apuração e levantamento feito pela reportagem do jornal Folha de S.Paulo, publicado nesta quinta-feira (5), o formato tem o apoio de 11 dos 20 participantes da Série A. O Brasileirão é disputado em pontos corridos desde 2003.


O formato atual, que premia o time que conquistar mais pontos ao final de 38 rodadas, tem o apoio de apenas cinco clubes. Outros quatro não têm opinião. Defendem os pontos corridos os dois maiores campeões dos últimos 12 anos, Cruzeiro e São Paulo (três títulos cada), além de Avaí, Atlético-PR e Internacional.
Apesar disso, os clubes que representam os outros seis títulos disputados entre 2003 e 2014 não apoiam mais os pontos corridos. O Flamengo é um dos que ainda não têm posição definida. Mas Corinthians e Fluminense, que foram campeões duas vezes cada, além do Santos, campeão em 2004, apoiam a volta do mata-mata.
Além deles, fecham apoio ao antigo sistema grandes clubes, como Palmeiras, Vasco, Atlético-MG e Grêmio. Chapecoense, Goiás, Joinville e Ponte Preta fecham o grupo que já forma maioria. Estão sem opinião, junto com o Flamengo, outros três clubes: Coritiba, Sport e Figueirense.
A CBF formou uma comissão para decidir sobre o formato do Brasileirão a partir de 2016. Para este ano, o campeonato ainda será disputado em pontos corridos, e já tem tabela divulgada para a competição com 38 rodadas.
O problema, segundo a Folha, é que ainda não há consenso sobre o formato de um mata-mata entre os clubes que apoiam seu retorno. Alguns defendem que, ao final de 38 rodadas, os dois primeiros colocados joguem uma final para decidir o título. Outros defendem que o G-4 seja decisivo, fazendo com que os quatro primeiros disputem semifinal e final em mata-mata.
Na Globo, emissora detentora dos direitos exclusivos de transmissão do Campeonato Brasileiro, também não há consenso. Oficialmente, o diretor de esportes da TV Globo, Marcelo Campos Pinto, diz que a emissora não tomará partido. “Nossa posição é a dos clubes, seja qual for. Mas não tenho a impressão de que há um movimento organizado para mudar. Não fui procurado sobre isso”, disse.
No entanto, a Folha apurou que há uma divisão no Grupo Globo. A TV Globo, emissora aberta, quer a volta do mata-mata em razão da perda de audiência do futebol nos últimos anos, marcados por títulos conquistados com rodadas de antecedência, como foi o bicampeonato do Cruzeiro, em 2013 e 2014, e o título do Fluminense, em 2012.
O SporTV, canal por assinatura, e o Premiere FC, emissora que transmite todos os jogos do campeonato em pay-per-view, pertencentes à Globosat, querem a manutenção dos pontos corridos por causa da quantidade de rodadas fixa que o formato atual tem, com 38 datas de maio a dezembro.
Por isso, o Grêmio apresentará projeto que inclui um mata-mata para definir apenas o campeão ao fim de 38 rodadas, sem alterar a classificação dos times para a Copa Libertadores e Copa Sul-Americana. Dessa maneira, o clube gaúcho visa agradar aos dois braços do Grupo Globo, TV aberta e fechada, além de garantir que não haveria perda de receita para os clubes com cortes de jogos disputados.
A CBF, por sua vez, busca manter uma posição de neutralidade, deixando aos clubes a decisão e um possível ônus político em uma possível má repercussão da volta do mata-mata junto à opinião pública.
A campanha pelo retorno do mata-mata deve ganhar um reforço nesta quinta-feira (5), quando os clubes da Série B farão a reunião de seu Conselho Técnico para definir a tabela do campeonato deste ano. O Botafogo integra a segunda divisão em 2015 e vai participar do encontro. Segundo a Folha, os 20 times da Série B devem participar do lobby pelo mata-mata.
Fonte: IG
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E voltou a lenga lenga. 

Todo início de temporada do futebol brasileiro é a mesma coisa, lá vem a imprensa esportiva, principalmente mas não a única, em defesa de mudança na forma de disputa do campeonato brasileiro.

A rádio globo é a  emissora que mais campanha faz pela mudança na forma de disputa, seguida pela rádio Tupi - empresas do Rio de Janeiro - curiosamente as emissoras de maior audiência em transmissões esportivas aqui na cidade maravilha mutante multifacetada.
Aí tem coisa. Será que as audiências das transmissões de futebol tem caído, no rádio e na TV ?
Não tenho dados a esse respeito, no entanto, tudo indica que as transmissões de futebol no rádio e na TV estejam em queda, e irei explicar , logo adiante, porque acredito que estejam caindo.

Semana passada um jogo de futebol transmitido pela TV globo, em uma quarta -feira, perdeu em audiência para o Programa do Gugu, na TV Record. Esse dado eu tenho.
Curiosamente, após a   derrota da TV Globo  na audiência para o programa do Gugu, o assunto entrou em discussão na  nossa alegre imprensa esportiva de nosso Brasil grande.
Teria sido apenas uma coincidência ?
Pode ser, coincidências dizem que existe e, de fato acontecem, sendo ou não coincidências.
Entendeu, caro leitor ?

Vamos então analisar a questão.
Existem muitos motivos para que a imprensa esportiva - principalmente Globo mesmo dizendo que "tanto faz, qualquer forma de disputa" - queira mudar a forma de disputa do campeonato brasileiro em pontos corridos, para o mata mata.

Temos  hoje no Brasil duas competições nacionais, o Campeonato Brasileiro e a Copa do Brasil.

O primeiro é disputado em pontos corridos, com turno e returno,  o melhor time vence a competição, e os quatro últimos colocados caem para a série B.
É uma forma de disputa em que o melhor time do ano -o que melhor se preparou, o que tem a melhor estrutura, o melhor administrado, o melhor elenco - vence a competição. 
Essa forma de disputa não apresenta surpresas, vence sempre o melhor e caem os piores. Cabe ressaltar que o melhor significa o melhor daquele ano, que pode ser até mesmo rebaixado no ano seguinte, já que as administrações dos clubes oscilam muito, ainda, infelizmente.
É uma forma justa, consagrada no mundo inteiro , e utilizada em todos os países considerados como os de melhor organização das competições, como os casos da Inglaterra, Alemanha, Itália, Espanha, etc...
Aqui no Brasil a fórmula é boa, não deve ser extinta, no entanto deve-se considerar as especificidades do país, como por exemplo as dimensões continentais, o que não existe nos países europeus que tem seus campeonatos  considerados como modelos.
No entanto, realizar o campeonato brasileiro como nos moldes das competições esportivas dos EUA , priorizando a competição por regiões  - leste, oeste, sul, norte - e nas finais colocando frente a frente os vencedores das competições de cada região, não será viável no Brasil, dada a diferença , ainda acentuada, de nível técnico e financeiro entres as equipes do sul /sudeste, com as equipes do norte/nordeste/centro -oeste. Essa forma americana , logo, deve ser desconsiderada, no entanto, as dimensões territoriais do pais não desaparecem  e devem ser analisadas e inseridas em uma boa forma de disputa.
Assim sendo, para minimizar as distâncias e o desgaste com as longas e sucessivas viagens, o campeonato brasileiro deveria ter sua fórmula mantida - pontos corridos  com turno e returno - no entanto, com uma redução no número de participantes, dos 20 clubes atuais para apenas 16, caindo os dois  últimos colocados para a série B.
Com essa nova fórmula, não apenas a série A seria muita mais atrativa, competitiva e rentável, como a série B seria , também, um excelente produto, assim como a série C, todas disputadas simultaneamente - o que envolveria 48 clubes - na mesma forma e com dois times sempre subindo e caindo.
Cabe lembrar que essa nova fórmula de disputa do campeonato brasileiro abriria uma folga de 8 datas, algo em torno de 30 dias a mais para os clubes no calendário anual, o que poderia ser aproveitado na fase de preparação e até mesmo em excursões e pequenos torneios no exterior , com o objetivo de alavancar as marcas dos clubes em suas estratégias de marqueting.
Penso que com 16 clubes nas séries A, B, e C, disputadas em pontos corridos em turno e returno, teríamos três excelentes competições, pra lá de competitivas e pegadas, como o torcedor gosta.

Além disso, os campeonatos regionais deveriam passar por uma reformulação , limitando o número de datas para essas competições em 15. 
Isso significa que esses campeonatos poderiam ser jogados com 12 clubes, em um turno único , com todos jogando entre si, e os quatro primeiros colocados iriam para um mata mata e os dois últimos cairiam para segunda divisão de seus respectivos estados.
Com isso, os campeonatos que hoje tem 19 datas passariam a ter 15 datas, que somadas aos  8 datas conseguidas com a nova forma do Campeonato Brasileiro, daria uma economia de 12 datas ao ano, algo em torno de 40 dias.
Cabe lembrar que por ocasião das disputas de Copas do Mundo, os campeonatos por aqui param por 40 dias, e recomeçam em seguida, sempre com as declarações de dirigentes da CBF que os clubes devem fazer um sacrifício como muitos jogos seguidos, pois ano de Copa do Mundo é um ano atípico.
Como atípico se ele existe de quatro em quatro anos ?
Considere ainda que entre as Copas do Mundo existe a Copa América, que consome cerca de 30 dias, e que pelo que ouvi, este ano , mesmo com a competição continental não haverá interrupção das competições nacionais.
Considere ainda, que quando a seleção brasileira vence a Copa América ou a Copa do Mundo, fica automaticamente classificada para a Copa das Confederações, que acontece , também no intervalo das copas do mundo.
Isso significa , que as competições envolvendo a seleção brasileira, acontecem quase que anualmente - o que acontecerá se o Brasil vencer a Copa América deste ano, pois ano que vem teremos uma Copa América especial nos EUA, em em 2017 o Brasil, como vencedor da Copa América deste ano, jogaria a Copa das Confederações - logo os 40 dias obtidos com a reorganização do calendário nacional seriam normais, e não algo atípico.
Nesses 40 dias de interrupção os clubes poderiam aproveitar para excursões e torneios, ou mesmo investir na preparação dos atletas.
Interessante, e também cômico, que quando os dirigentes da CBF afirmam em alto em bom som que se trata de ano atípico, os profissionais da nossa alegre  imprensa esportiva, não só aprovam , como ainda mandam aquele famoso ' Muito bem !

Como disse lá no início temos duas competições nacionais, o Campeonato Brasileiro e a Copa do Brasil.

Vamos agora focar a Copa do Brasil.
Disputada desde 1989, a Copa do Brasil tem o formato de disputa em mata mata, sem clubes caindo ou subindo para outra divisões.
A competição envolve clubes de todo  país, de todas as regiões e mesmo clubes que sequer figuram em uma das séries do campeonato brasileiro.
E é bom que seja assim, pois abre a possibilidade que um clube humilde, de menor investimento mas que esteja com um time organizado naquele ano, possa ir longe na competição, e até mesmo sagrar-se campeão, como foram os casos dos clubes Paulista, Santo André, Juventude que venceram a competição nacional, e muitos outros que chegaram  a um vice campeonato, como Brasiliense, por exemplo.
A Copa do Brasil segue o mesmo formato das Copas Européias que acontecem em paralelo com os campeonatos nacionais, como a Copa do Rei - Espanha - Copa da França, Copa da Inglaterra, etc...
Não vejo necessidade de mudança na forma de disputa.

Então vem a pergunta:
Por que a imprensa, principalmente, deseja mudar a forma de disputa do Campeonato Brasileiro, para mata mata , como na Copa do Brasil ?
O argumento de alguns jornalistas , é que o Campeonato Brasileiro acaba bem antes da última rodada, com clubes sagrando-se campeões com antecedência. Isso de fato acontece, no entanto, desde a implantação dos pontos corridos no Campeonato Brasileiro, em 2003, conquistas antecipadas aconteceram em mesmo número que conquistas na última rodada, ou seja , meio a meio. E mesmo as conquistas antecipadas, no máximo acontecem com três rodadas de antecedência, exceção a conquista do Cruzeiro em 2003, com uma folga maior.
Logo esse argumento não procede, no entanto, as modificações para uma disputa com 16 clubes fará com que  os clubes sejam um pouco mais parecidos tecnicamente, o que certamente impedirá que algum clube dispare com muita folga  na tabela da competição. 
Cabe ainda ressaltar que o Campeonato Brasileiro por pontos corridos tem outros atrativos, como a disputa por vagas na Copa Libertadores de América e a disputa nas últimas colocações para evitar a queda para a série B.

Então, caro leitor, o que atormenta a nossa alegre imprensa esportiva que tanto deseja mudar a forma da competição ?
Seria a queda nas audiências ?
Caso a questão passe pelas audiências de rádio e TV, cabe lembrar que existem motivos , evidentes e significativos, para que isso aconteça.
A derrota frustante da seleção brasileira na Copa do Mundo no ano passado, contribui, naturalmente, para um afastamento do futebol por parte de alguma parcela de admiradores do esporte. Isso é fato.
Também é fato que a crise econômica mundial, contribui para evasão dos melhores jogadores brasileiros para o exterior, fazendo com que os grandes astros brasileiros não desfilem seus talentos nos campeonatos nacionais, o que também contribui para um desinteresse quanto ao esporte.
Adicione-se a tudo isso a própria  imprensa esportiva e a exclusividade dos direitos de transmissão das partidas à apenas uma emissora de TV além dos horários esdrúxulos de partidas no meio de semana.

A exclusividade dos direitos de transmissão inibe  a ascensão de outras praças esportivas do país, com grande potencial de público e , considere ainda a padronização quase que robótica de locutores e comentaristas das empresas globo, o que naturalmente inibe a criatividade dos profissionais  e gera uma cansaço, por parte do público,  no padrão adotado.

O politicamente correto implantado por globo, hoje não permitiria locutores como Januário de Oliveira, José Cunha, Geraldo José de Almeida, o ainda atuante e encostado Sílvio Luís e mesmo comentaristas como João Saldanha, Gérson,e outros mais, que com seus estilos próprios e bem sucedidos fazem a diferença nas transmissões e comentários, sem serem vulgares ou grosseiros. Por outro lado, concordo que a irreverência e a crítica, aliados a estilos próprios de locutores e comentaristas de futebol em TV, não significa  necessariamente sucesso ou algo de bom gosto, tanto que Milton Neves existe e fala na TV.  No entanto, o politicamente correto e padronizado não é a solução. Aliar inteligência, humor  e conhecimento, realmente é algo para poucos.
Os profissionais do grupo globo sofrem censura interna, e até mesmo o gestual dos comentaristas, quando em evidência comentando uma partida,  deve ser o mesmo, ou seja padronizado,  e, assuntos como os horários dos jogos não podem ser abordados pelos comentaristas de globo, já que a empresa considera esse assunto da esfera comercial e não técnica. Até mesmo uma partida de futebol chata e sonolenta, não é admitida pelos comentaristas de globo, para não afastar o telespectador. Tudo pela audiência , ou seja, tudo pelos interesses comerciais.

Considere ainda, caro leitor, que a imprensa esportiva de uma maneira geral, rádio, TV e jornal, prioriza nos programas de suas grades os clubes de grandes torcidas - com o Flamengo e Vasco da Gama aqui no Rio Janeiro - com o intuito de manter seus índices de audiência, o que revela , sem disfarces, um jornalismo oba, oba.

Quanto as transmissões por TV, é urgente que se democratize o futebol, que se acabe com a exclusividade de uma só emissora, abrindo espaço para outras emissoras, como novas estéticas de transmissão  e novos profissionais. 
A irreverência inteligente, a crítica inteligente, foram banidas das transmissões esportivas, dando lugar a uma padronização limitante e medíocre, o que acarreta um distanciamento natural do público.

Como o caro leitor pode perceber, são muitas as razões para a queda nos índices de audiência das transmissões de futebol pelo rádio e pela TV, no entanto, a velha e cômica imprensa esportiva prefere olhar para o seu umbigo e da´uma de migué, jogando a culpa na queda de audiência na forma de disputa do campeonato brasileiro, quando deveria focar na melhoria da competitividade dos campeonatos, na saúde dos atletas, no fortalecimento da gestão dos clubes, e na democratização das transmissões esportivas por TV.

Por outro lado, as audiências dos blogues e portais chamados alternativos - que não trabalham olhando a cada minuto os números da audiência e priorizam a informação de qualidade - não param de crescer.











quarta-feira, 4 de março de 2015

Invasão preventiva

Vargas e o barco de Dante

2013_05_28_20_03_190
Belíssimo artigo de Roberto Amaral.
Um artigo que nos aproxima da história, esta delicada moça de olhar irônico que caminha tranquilamente sobre montanhas de cadáveres.
O conhecimento da história nos proporciona uma experiência quase apavorante diante do cenário de crise, como assistir, consciente, a própria cirurgia cardíaca.
Há algo que pode servir para nos acalmar, o único fator constante em meio às turbulências políticas: a nossa consciência.
Uma consciência guiada apenas pela história, assim como Dante, na famosa pintura de Delacroix, amparava-se apenas em Virgílio.
Enquanto singra o rio infernal, em meio à tempestade medonha, assediado pelos espíritos condenados que tentam virar o barco, um assustado Dante apoia-se no glorioso poeta romano, assim como nós, angustiados diante de nossas tormentas políticas, nos agarramos às lições da história.
Há um barqueiro, Caronte, conduzindo o barco em silêncio. Quem seria o Caronte de hoje? A presidenta?
Igualmente silenciosa, ela nos conduz às portas do inferno?
Os espíritos condenados são os marchadeiros do impeachment e seus asseclas nas redes sociais, meros zumbis de uma poderosa máquina de manipulação da opinião pública.
É sempre um pouco triste pensar que o nosso país, quando parecia finalmente avistar, não muito longe, a terra firme de uma longeva e sólida prosperidade, é tragado pela tempestade de crises políticas um tanto artificiais (e tanto mais furiosas quanto mais artificiais o são), provocadas por grupos de interesse opostos ao nosso sonho de liberdade e soberania.
Jamais deveríamos ter pensado que seria fácil.
Cometemos tantos erros!
No entanto, não adianta nos deixarmos esmagar pelo pessimismo.
O povo brasileiro vencerá essas batalhas. Pode demorar um pouco mais do que o planejado, mas vencerá.
Será uma vitória mais madura, mais consciente de si mesma,
Quando vencermos essas batalhas, tanto contra os interesses externos, quanto contra o egoísmo doméstico, ambos representados pela mídia corporativa, emergiremos como uma sociedade mais experiente e mais forte.
O Brasil de hoje se tornou grande e complexo demais para sucumbir por muito tempo aos desmandos de uma imprensa decadente, afeita a golpes e a conspirações espúrias.
O suicídio de Vargas, assim como a vitória de Lula, apenas tem postergado o enfrentamento inevitável entre dois Brasis, aquele dos privilégios, dos opressores, dos barões da mídia, e o Brasil dos trabalhadores.
A vitória final será dos trabalhadores, mas achávamos que ela estava logo ali, ao alcance da mão, quando a presidenta Dilma terminasse de inaugurar as grandes obras de infra-estrutura.
Não imaginaríamos que os barões da mídia e seus tentáculos dentro do Estado fossem capazes de covardia tão grotesca: interromper as grandes obras, atrasar o nosso desenvolvimento, tentar desmantelar a empresa que lidera todo esse processo, a Petrobrás.
Com seus bilhões depositados em bancos no exterior, eles não têm nada a perder com a crise no Brasil. Ao contrário, ganham com a desvalorização da moeda nacional. Não se desesperam com a crise, e tem a seu dispor o aparato midiático mais concentrado e mais poderoso do mundo.
A história nos ensina, todavia, que é nos momentos de crise que a consciência política se aprofunda, não no mesmo ritmo para toda sociedade, mas em camadas crescentes.
A nossa mídia, ao fazer uma aposta tão pesada, tão arriscada, pode estar apenas abreviando a sua morte inevitável.
Vamos ao artigo de Amaral.

*
O que Vargas ensina para a política atual

Por Roberto Amaral, ex-presidente do PSB (derrubado pela Globo).

Todo príncipe tem inimigos, porque, em regra, governar é tomar partido, por A ou por B, por isso ou por aquilo e atrás de tudo há, sempre, um interesse. Governar, é, pois, administrar interesses. Os inimigos são inevitavelmente nomeados quando o Príncipe escolhe com quem e para quem governar, ou, escolhendo não escolher, caminha indeciso entre os extremos da sociedade de classes e os interesses conflitados dos diversos grupos econômicos e seus tentáculos políticos.
Getúlio fez-se defensor dos pobres e assim despertou a desconfiança da classe média e o mau-humor dos ricos; Miguel Arraes, governador de Pernambuco, atraiu o desagrado dos usineiros e donos da terra, porque assumiu como seus os interesses dos camponeses; pêndulo político, Jânio Quadros decidiu-se pelos empresários e adotou uma política externa independente, com o que ganhou a desconfiança dos trabalhadores e perdeu o apoio dos conservadores.
Casos há em que o prestígio do governante se desgasta na divisão interclasses, pois não é raro o conflito revelar-se entre os setores produtivos e o sistema financeiro. Outras vezes, ao tentar atender igualmente aos interesses de gregos e de troianos (digamos assim: dos operários, da classe média e do grande capital), o Príncipe, pouco cioso na defesa da coisa pública, termina perdendo a confiança de todos e por todos é desamado. Collor, sem clara base social ou econômica de apoio, sem partidos, terminou seu mandato como sabemos.
Nesses casos, quando mais carecia de apoio, o Príncipe não encontrou seus defensores naturais.
O inimigo do príncipe é sempre um grupo de interesse, organizado ou não em torno de um partido. Pode ser uma das várias frações do grande capital, ou os grandes proprietários. O inimigo pode estar dentro ou fora dos muros da cidade. Pode ser um adversário externo, o que, em regra, leva à unidade dos súditos em torno do seu líder, adiando disputas domésticas. Assim, Vargas, que acalentara a expectativa de apoiar o Eixo, unificaria a nação em 1942 com a declaração de guerra à Alemanha, e, mais recentemente, a última ditadura argentina prorrogou sua própria agonia com o massacre de seus praças nas Malvinas. Terminadas as guerras, Vargas é deposto e a Argentina, redemocratizada.
Muitas vezes, esse inimigo – interno ou externo – precisa ser inventado para poder garantir a coesão doméstica, quando o soberano percebe a existência de crise em suas bases. Como justificativa do golpe de Estado que implantou a ditadura do “Estado Novo”, os militares brasileiros inventaram em 1937 a iminência de um levante comunista, brandindo estudo elaborado pelo próprio serviço secreto do Exército (refiro-me ao “Plano Cohen” redigido pelo naquela altura capitão Mourão, por ordem de seu comandante, gal. Goes Monteiro). Em 1954 os mesmos adversários, agora para derrubar o presidente constitucional, alegaram a existência de um ‘mar de lama’ inundando os porões do Palácio do Catete, com o que a oposição levantara a classe-média contra Vargas.
Juscelino Kubitschek reencontrou-se com as bases populares que o haviam elegido em 1955 quando seu ministro da Fazenda, conservador, se indispôs com o FMI. Fidel Castro, porém, não precisou inventar a invasão da Baía dos Porcos e o bloqueio econômico-político dos EUA para unificar o povo cubano. Praticamente derrotado, o Bush filho conquistou uma reeleição consagradora beneficiando-se do ataque às torres gêmeas em 11 de setembro de 2001.
O pior adversário, no entanto, é sempre o que está dentro de casa, faz parte do governo, frequenta os palácios ou integra as fileiras do exército. Dezessete anos passados da instalação do ‘Estado novo’, Vargas lamentaria o concurso dos inimigos íntimos para sua tragédia pessoal, ao presidir, na madrugada de 23 para 24 de agosto a última reunião de seu ministério. Sun Tzu, muitos séculos antes de Mazarini, Pombal e Maquiavel, ensinou que, sem harmonia no Estado, não adianta ter exército; sem harmonia no exército não pode haver formação de batalha. Harmonia não é apenas a paz aparente da ordem interna, mas é também a disciplinada eleição do objetivo comum, aquele que torna secundários todos os demais projetos. As tropas, formando um corpo unido, impedem que os bravos avancem sozinhos (e sejam aniquilados) e que os covardes abandonem a luta, como fizeram os soldados de Ricardo III, deixando-o à mercê de sua má sorte. O Rei Lear foi condenado à tragédia quando, embriagado pelos elogios falsos das filhas cínicas, dividiu o reino da Bretanha.
O que é, porém, harmonia interna? Ora não se trata de conceito de aplicação universal e pacificada.
Getúlio Vargas afagou as classes empresariais e com elas também terçou armas; afagou os trabalhadores e por eles foi amado, afagou amigos e inimigos, foi amado e odiado. Governou sem grandes pesadelos de 1930 a 1945. Mas quando a fortuna se voltou contra si, não lhe foi possível enfrentar a adversidade, pois emergira a dissensão em sua retaguarda: traído dentro do Palácio do Catete (presidência conquistada legitimamente em processo eleitoral democrático), sem controle sobre ações criminosas supostamente praticadas em seu nome e no seu entorno, sob o fogo de uma imprensa vituperina e de uma oposição reacionária clamando junto aos quartéis indisciplinados pelo golpe de Estado, descobriu que não contava com seus ministros: estavam muitos deles entre os conspiradores, negociando sua renúncia. Inclusive o vice-presidente Café Filho. Tardiamente, Vargas compreendeu o significado do isolamento a que fora condenado: sua solidão político-afetiva era uma metáfora de seu distanciamento da sociedade.
Os militares, aliados umas vezes e outras muitas conduzidos pelos líderes da oposição biliar e pela campanha dos grandes meios de comunicação, ao invés de defenderem o mandato de seu comandante, imperativo constitucional, conspiravam contra o Presidente, cujo partido não foi capaz de protegê-lo contra os ataques inimigos, sem limites na injúria, na calúnia e na difamação. Quedou-se acuado como o tatu-bola, enroscado em si mesmo. Ator, sujeito da História desde pelo menos 1930, líder dos trabalhadores, Vargas escolheu entregar-se ao império das circunstâncias. De nada lhe valera a base trabalhista – construída meticulosamente durante o período ditatorial – que não acorreu em defesa de seu mandato. Já havendo perdido o apoio da classe-média, desde sempre incomodada com seus namoros com os ‘marmiteiros’, via agora as massas populares – seu último esteio – também influenciadas pela onda moralista que percorria todos os escaninhos da sociedade, assustada pela campanha de imprensa com ecos no Congresso. Seus fiéis adversários ideológicos de direita encontraram-se nas ruas com o oportunismo e a incompreensão histórica da esquerda comunista, que também decidira fazer-lhe oposição.
Após campanha eleitoral marcada pelo nacionalismo e um sem número de teses comuns à esquerda de então – defesa da Petrobras e do monopólio estatal do petróleo, controle das remessas de lucros ao exterior, aumento real do salário mínimo, participação dos trabalhadores nos lucros das empresas etc. –, Vargas assumira a Presidência (1951) abraçando projetos progressistas e montara, para executá-los, um ministério de direita.
Seria, porém, traído pelo varguismo e a História, agora ingrata, não lhe deu tempo para a auto-crítica.
O anúncio do suicídio inesperado (embora reiteradamente anunciado em sua biografia), levantou como um sopro mágico as massas adormecidas que, como formigueiro atacado, ocuparam as ruas, em desespero, anárquicas, sem rumo, sem alvo, sem perspectivas. Sem azimute político, sem liderança, avançaram ao mesmo tempo sobre os jornais da imprensa golpista e da esquerda comunista, identificada com o golpismo. O despertar da consciência coletiva chegara muito tarde, e agora a mobilização era só uma catarse coletiva inaproveitada, que logo levaria de volta as massas ensandecidas para o sossego medíocre.
Outro príncipe, na História do mesmo país, ele também amado pelos trabalhadores e pelos pobres, viu-se igualmente sob o foco de terríveis ataques orquestrados entre a oposição partidária e os meios de comunicação de massa, agora poderosíssimos. Não lhe acorreu o socorro dos partidos de sua base de apoio, e mesmo o partido que fundara mostrava-se abatido em face das acusações que pesavam sobre seus membros. Ao contrário de muitos de seus antecessores, porém, o príncipe lembrou-se do Marquês de Pombal e decidiu romper com os áulicos, e trocou a solidão do poder pelo contato com as massas. Simplesmente optou pela Política, decidindo exercê-la na plenitude possível. Foi ouvido pelo país e emergiu vitorioso, nas eleições que se seguiram.
Roberto Amaral é ex-presidente do Partido Socialista Brasileiro, foi ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação (governo Lula)

Fonte: O CAFEZINHO
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Um recado para mais de cinquenta milhões de brasileiros , bem mais, que elegeram Dilma para presidente.

Não se deve esperar pelo leite derramado para então agir, ou seja, não se deve esperar pelo desfecho de crises fabricadas, renúncias, suicídios ou supostos impeachments, para depois invadir a casa dos golpistas para atacá-los destruindo tudo.

Deve-se agir preventivamente, destruindo-os agora.

Mentiras, mentiras e o diabo de bike com o estado islâmico

Eike: desembargador condena a Globo !

O dos chapéus entrou na roda: agora ele entende de ovos Fabergé.

Sonia Bridi aprendeu com a Gloria Maria !

Saiu no Globo:

RIO – Ao anunciar seu voto em sessão da 2ª Turma Especial do Tribunal Regional Federal (TRF), o desembargador Marcello Granado fez críticas à imprensa. Granado questionou o uso pela Corte de informações veiculadas pela imprensa para decidir sobre a permanência do magistrado no caso.

Para Granado, registros feitos pela mídia impressa, sobretudo, não devem ser aceitos em processos judiciais, porque não funcionariam como provas documentais ou testemunhais dos fatos. Ele questionou a credibilidade dos veículos e disse que grupos de comunicação não gozam de boa saúde financeira. Afirmou ainda que o material noticiado é condicionado ao interesse de anunciantes e do capital privado.

— Matérias veiculadas ao público são todas custeadas por empresas com fins lucrativos — citando a busca pela a audiência e a exploração da publicidade.

Granado disse ainda que, embora defendam a liberdade de imprensa, os veículos se revelam muitas vezes como “grande fonte de divulgação de mentiras”. O desembargador fez críticas diretas ao GLOBO e à repórter Glauce Cavalcanti, afirmando que o conteúdo da reportagem “As ligações intrincadas do caso Eike Batista” é leviano e mentiroso. Publicada no dia 25, a reportagem relata os passos da Justiça e da defesa no processo, incluindo o flagrante do juiz dirigindo o Porsche de Eike. Granado citou também o artigo “O galinheiro de ovos Fabergé”, do colunista Elio Gaspari, publicado no dia 18. Sobre reportagens de TV, afirmou que trechos de depoimentos não representam a íntegra do que foi dito.

(…)






NavalhaComo se sabe, o desembargador Granado se pronunciou contra a Globo e o dos chapéus (ver noABC do C Af) – agora notável especialista em ovos Fabergé – ao destituir o Juiz (?) Flávio Roberto de Souza do processo do empresário Eike Batista.
Processo que volta à estaca zero.
O Juiz Flavio Roberto de Souza é aquele que anda nos carros do Eike e guarda o piano na casa de um amigo.
O Juiz Flávio Roberto de Souza, como se sabe, foi uma das estrelas de recente Fintástico, em que Sonia Bridi e Jorge Pontual desempenharam o edificante papel que a Glória Maria desempenhou, quando instalou a Venina no Panteão da Moral e da Virtude, esculpido pelo Gilberto Freire com “i” (ver no ABC do C Af).
Venina é aquela “testemunha bomba” da Globo em que nem os procuradores fanfarrõesacreditaram.
A Bride e o Pontual entram para categoria dos crédulos, também…
Veja aqui que a Globo está no centro e no baixo-ventre da questão nacional.

Fonte: CONVERSA AFIADA
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Globo inventa “tinta” que escorreu na Paulista e entra na onda das ciclovias diabólicas

publicado em 03 de março de 2015 às 23:35
Captura de Tela 2015-03-03 às 23.15.41
À esquerda, repórter Natália Ariede bota o dedo “na tinta”. Na conclusão da reportagem, ela disse: “Com a chuva de hoje, o dinheiro público investido na tinta acabou aí, na sarjeta”. Na volta para o âncora Cesar Tralli, do SPTV, ele disse: “Inacreditável, né, gente?!”e “Você viu o desperdício, no mínimo, de tinta, né?”. À direita, foto do site VádeBikemostrando que não se trata de tinta, que mancha, mas de restos de pó de concreto pigmentado, que sempre sobram nesse tipo de obra — e saem com água.
3 de março de 2015 – 17h45
O sistema Globo e as ciclovias como símbolos da luta política 
Quem é contra ciclovia? A bicicleta é um veículo barato, não poluente, contribui para a saúde do usuário e necessita de pouco espaço. É quase uma unanimidade, correto? Depende, se o prefeito que optar por investir na construção de ciclovias, dentro de um projeto integrado de mobilidade urbana, der o “azar” de pertencer a um partido do campo popular, pode contar que a luta política vai prevalecer e o sistema Globo vem pra cima, inventando até vazamento de tinta em ciclovia que não foi pintada.
O sistema Globo é a favor das ciclovias? É contra?
A cidade do Rio de Janeiro tem a maior malha cicloviária da América Latina com 380 km, devendo chegar aos 450 km até o final deste ano. Em setembro de 2014 o jornal O Globo noticiava com simpatia, com direito a chamada de capa, a construção da “Ciclovia da Niemeyer”, na zona sul da cidade maravilhosa, e informava que 70 mil moradores seriam beneficiados. Além disso “com essa nova pista e a que está sendo construída ao longo do Elevado do Joá, o ciclista poderá fazer o trajeto do Recreio até o Centro”. Em março de 2014, o especialista em mobilidade Alexandre Delijaicov, da Universidade de São Paulo (USP), ouvido pelo G1, declarava que “mais de um terço das viagens no país é feita a pé, a maior parte por uma população que não tem dinheiro para se locomover. Não construir calçadas mais largas e ciclovias é um absurdo”, diz. Porém, Fernando Haddad, prefeito de São Paulo, está investindo em ciclovias e planeja construir 400 km até o fim do mandato como uma das soluções para o transporte público da cidade. Como ele é do PT, o sistema Globo em SP bate nas ciclovias dia e noite, coadunada por seus parceiros da mídia hegemônica.
Nem a favor nem contra. O sistema Globo trava a luta política
A campanha sistemática do sistema Globo contra as ciclovias em São Paulo repete a velha técnica de manipular e distorcer informações, provocando reações inusitadas dos setores conservadores paulistanos e da camada média que absorve como esponja as posições da mídia hegemônica. Reinaldo Azevedo, comentarista da CBN e articulista da revista Veja, diz que as ciclovias são o Estado Islâmico em duas rodas: “As loucuras de Fernando Haddad (PT), o ciclofaixista que aterroriza São Paulo, não tem limites. Ele é a versão sobre duas rodas do Estado Islâmico”. Como tudo na mídia monopolizada, esta campanha é articulada com os outros veículos.
Ciclovia vai aumentar o número de assaltos
O jornal O Estado de S. Paulo, em matéria de dezembro de 2014 intitulada: “Moradores de áreas nobres da capital acionam MP contra ciclovias de Haddad” conta sobre a “revolta” em Jardim Paulista, bairro da classe alta paulistana. Uma médica ouvida declara: “Eu quase surtei quando vi a faixa da Prefeitura”, e indaga: “se eu oferecer um jantar e quiser receber meus amigos, onde eles vão parar (o carro)?”. O aposentado Francisco Augusto teme o aumento no número de assaltos por conta da ciclovia: “Quem anda de bicicleta não presta, hoje nós sabemos disso. São pessoas não qualificadas, Então vamos ficar sujeitos a este risco aqui?”.
Faixas do diabo tem signo oculto
Estudos indicam que para distâncias de até 5 km, em áreas com grande densidade populacional, a bicicleta é o veículo mais rápido. Mas em São Paulo, em 2012, morreram 52 ciclistas, um por semana. Mesmo assim, a professora de Semiótica da PUC-SP, Lúcia Santaella, não gosta das ciclovias, conforme publicou em seu facebook: “o sr. prefeito de São Paulo, vocacionado pintor, não de telas, nem de paredes, mas de ruas, agora parece estar querendo fazer troça dos cidadãos desta cidade. Está enchendo as ruas de horrendas faixas vermelhas, provavelmente encomendadas do diabo em pessoa”. E a professora de semiótica descobre o signo oculto das ciclovias: “será que sou tão ingênua em não perceber que isso não passa da mais descarada propaganda vermelha do PT?”. Reinaldo Melo, que analisou a fundo a postagem de Lúcia, esclarece: “Santaella deveria deixar de analisar o fato através de sua semiótica estática e estudar um pouquinho mais para constatar que a cor vermelha foi estabelecida pelas normas nacionais de trânsito, no intuito de chamar a atenção do motorista mesmo, não se compondo como poluição visual. De onde se conclui também que não se caracteriza como propaganda política partidária”.
A ciclovia escorre tinta
Neste sábado, dia 28 de fevereiro, o SPTV 2ª edição, da Globo, fez uma reportagem onde mostra que o asfalto da Avenida Paulista foi manchado com o vermelho da “tinta” usada para pintar a ciclovia. Vejam o vídeo. A cara do âncora é de quem não aguenta mais tanta incompetência! E a repórter diz que “a nova cor do asfalto surpreendeu os motoristas e sobraram reclamações”. No final o âncora condena o desperdício de tinta e diz que tal fato é “inacreditável”. O site Vádebike, que defende as ciclovias, explica: “A ciclovia da Av. Paulista não está sendo pintada. Nem um pingo de tinta foi aplicado até o momento. O pavimento está sendo feito com concreto pigmentado, ou concreto tingido. Ou seja, ele já vem na cor certa, não há aplicação de tinta. O pigmento vermelho é aplicado ainda na betoneira, que ao ser misturado ao concreto lhe confere a coloração adequada. O mesmo processo foi utilizado nas ciclovias da Av. Faria Lima e da Av. Eliseu de Almeida. Mas como sempre sobra material em forma de pó na superfície ou nas laterais, fora da área da laje, a chuva (que não foi pouca) dispersou esse pó. O que escorreu para a avenida foi, portanto, pó do concreto vermelho. Não foi tinta. A moça que (na reportagem do SPTV) se preocupou em estragar o carro pode ficar tranquila: aquela coisa vermelha que pode ter aderido à lataria sai com água sem deixar rastro. Na verdade, sai até com a mão depois de seco”.
Como diria o âncora
Resumindo: a ciclovia do Haddad representa o Estado Islâmico, será usada por malfeitores, tem parte com o diabo, faz propaganda do PT e escorre tinta. Quem estranha pessoas que deviam, por sua formação, ter alguma lucidez, e dizem absurdos motivados por puro ódio político devem atentar na máquina de moer cérebro que representa uma mídia hegemônica que durante 24 horas desinforma e mente. Como diria o âncora da Globo: inacreditável.
A coluna Notas Vermelhas de hoje contou com as contribuições dos jornalistas Thiago Cassis e Mariana Serafini.
PS do Viomundo: A desinformação da Globo mereceria a seção de Humor, não tivesse sido corroborada pela CET. Consultada pela Globo, a Companhia de Engenharia de Tráfego não soube dar a resposta correta, como fez o Vádebike. Segundo a Globo, a CET disse que depois da limpeza da Paulista com um caminhão de água de reuso, a pintura seria refeita! É com essa assessoria que o prefeito Fernando Haddad quer se reeleger? Esqueçam.
Fonte: VIOMUNDO
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Um desembargador vem a público e afirma que a velha mídia mente, diariamente, e que  suas afirmações - da  velha mídia - não podem ser utilizadas como provas em processos judiciais.

Enquanto a desembargador  faz tal afirmação, o jornalismo ( ? ) da TV globo "descobre" tinta onde não existe tinta e ainda atribui ao diabo as políticas corretas e  bem sucedidas do prefeito de São Paulo.

Os doze anos de governo do PT no governo federal, e agora mais quatro com a reeleição de Dilma, evidenciaram que o projeto popular foi bem sucedido e, agora na cidade de São Paulo, será também vitorioso com a gestão do prefeito Fernando Haddad.

Tudo isso enlouqueceu a velha mídia, as oposições e algumas camadas desgastadas daquilo que se convencionou chamar de elite.

Uma gigantesca dissonância no cognitivo da população brasileira vai ganhando  espaço, o que é preocupante, já que o diálogo tem sido sistematicamente substituído por ações de violência, até mesmo violência física  extrema, ou nos textos de colunistas, como no caso do colunista Reinaldo Azevedo da rádio CBN - grupo globo - que compara as ciclovias construídas e em construção na cidade de São Paulo como  as ações do Estado Islâmico.

Tais afirmações estapafúrdias, no entanto, tem boa receptividade no seio das camadas desgastadas daquilo que se convencionou chamar de elite.

Quando um poder entra em decadência, mas no entanto ainda exerce alguma influência e se recusa a aceitar a realidade, os desdobramentos inevitavelmente desembocam em confrontos, os mais variados, verbais ou físicos.

Esse poder decadente, nos dias atuais, está na velha mídia  e em camadas desgastadas da sociedade que se convencionou chamar de elite.

O confronto e a inevitável comparação com um projeto popular de mais de uma década, evidencia  que o povo é competente  nos governos, e ao mesmo tempo revela pela comparação - já que o projeto popular se desloca do projeto das elites - uma gigantesca fragilidade intelectual e cultural  desses setores da elite , o que certamente dispara um ódio sem precedentes sobre os vitoriosos, como estamos assistindo nos dias atuais.

Guiados pelo ódio, e a maioria sem ter consciência, escrevem e produzem absurdos e as mais delirantes mentiras sobre as questões de interesse da sociedade, se recusando de todas as formas a aceitar as evidências da realidade que se apresentam , principalmente nas  ações bem sucedidias dos governos do povo.

Foi o que restou para a velha mídia diante do nosso inquestionável sucesso.

Os psicanalistas diriam que esse poder decadente estaria se auto punindo com seu comportamento.

A era da boçalidade

terça-feira, 3 de março de 2015


Desculpa da “Use Huck” não convence

Por Altamiro Borges

Diante da imediata gritaria nas redes sociais, a empresa de Luciano Huck, famoso astro da TV Globo e frustrado apoiador do cambaleante Aécio Neves, divulgou nesta terça-feira (3) um patético pedido de “desculpas”. Segundo nota da “Use Huck”, a camiseta dirigida ao público infantil com a pedófila estampa “Vem Ni Mim Que Tô Facin” foi um equívoco. “Pedimos profundas desculpas e sentimos muito por todos que foram ofendidos pela imagem. Este comunicado não tem o objetivo de justificar o injustificável; mas apenas de explicar o motivo do erro, para que fique claro que não houve qualquer intenção maldosa”. Intenção maldosa do “bom-moço” tucano da revista “Veja”? Imagina!

Apesar do pedido formal de desculpas – talvez temendo processos na Justiça –, a nota tenta “justificar o injustificável”. Afirma que “é comum em e-commerce que as artes das estampas sejam aplicadas posteriormente sobre fotos dos modelos com camiseta branca... Por erro nosso, as artes de Carnaval (inclusive e infelizmente, esta arte) foram aplicadas sobre a coleção infantil e disponibilizadas no site sem a devida revisão. Assim que percebemos esse lamentável erro, imediatamente retiramos a imagem do ar e decidimos escrever essa carta para explicar tecnicamente o problema”. Ou seja: foi apenas um erro técnico, sem qualquer objetivo de auferir altos lucros com a imagem de crianças!

A explicação da empresa do astro global, porém, não convenceu sequer os seguidores da sua página no Facebook. A reação dos internautas foi ainda mais contundente. Vale conferir alguns delas:

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Carolina Dini: Que tal promover uma campanha para combater a violência/abuso infantil a título de retratação?

Alexandre Queiroga: Só eu não acreditei nesse lero lero?

Micael Amarante: Huck é o anjo do apocalipse!

Bel Salles: A mãe daquelas crianças deveria processar vocês, pois a cara delas estará estampada pra sempre na internet com uma camisa com apologia a pedofilia. ABSURDO!

Luiz Miranda: Erro grosseiro que merece repúdio ampliado !

Larissa Novaes: Que o teor da mensagem é terrível é um bom sinal que vocês reconheçam. Mas fazer a propaganda com a imagem de crianças é algo gravíssimo! A mensagem subliminar é de trazer resultados terríveis num país em que a violência contra crianças tem índices altíssimos. Lamentável!

Ricciery Esteves Cesar: Espero que a justiça acabe com essa empresa.

Patricia Lima Torres: Injustificável mesmo! Povo sem noção!

Camila Pereira: Ah é? E as camisetas vendidas? Foi erro tb?

Cleide Veras: É só não deixar que as $$ possam valer bem mais do que o respeito ao próximo que estará tudo bem! Outras situações desagradáveis envolvendo esta marca não acontecerão novamente.

Petronio Josué D. Silva: Que tal os filhos do Luciano usarem estas "Placas de sinalização" e saírem pelas ruas dizendo a que vieram...o próprio pai incentiva! Seus "sem cérebros"! Espero que esta marca "LIXO" não venha para SP. E ainda querem R$ 59,90! por cada mulambo destes. piada, KKKKKKK

Felipe Mendes: O bom e velho "migué". E a emenda saiu pior que o soneto.

Vivian Maria Melo: Não entendi a relação entre a modelo infantil e a estampa ser posta depois. Ninguém viu que era uma criança na foto? Essa desculpa não colou.

Felipe Guga Beltrão: A culpa é do computador que fez isso sozinho ou só tem revisador pedófilo, é isso? VERGONHA SEM FIM. Querem acabar com as sementes do nosso país, as crianças, tenho nojo de todos os envolvidos.

João Godoy Rocha: Conversinha pra boi dormir.

Rosemeire Calvo: Você deve ser um retardado ou pensa que somos idiotas! Cara coloca essa camiseta com esses dizeres em suas filhas!

Isadora Oliveira: E aquela "salva as baleias que eu salvo as sereias"? Foi alguém que agiu de má-fé, inventou a frase e a arte e colocou lá sem ninguém perceber ou é pura babaquice mesmo?

Marcio Koiki: Imperdoável... Lixo!

Nara Rúbia: Tenho uma frase melhor pro apresentador em questão: "USE O CÉREBRO, NÃO DÓI".

Thais Montechiari: A imagem ser gerada automaticamente após o ensaio fotográfico, ok? Mas não existe supervisão para os produtos que são colocados a venda?

Fabiana Gottardi Peixoto: E as camisetas que já foram vendidas? E as outras camisetas com mensagens tão ruins quanto essa e que vocês acham tão legais?

Smashley Simpson: Desculpa é pra pisão no pé! Se o Huck é escroto dessa forma, e todos sabemos que é, ele deveria se blindar com uma assessoria de imprensa que tivesse algum preparo.

terça-feira, 3 de março de 2015


A grife preconceituosa de Luciano Huck

Por Anna Beatriz Anjos e Jarid Arraes, na revista Fórum:

A marca “Use Huck”, de propriedade do apresentador global Luciano Huck, está envolvida em mais uma polêmica nas redes. Após ser criticada por ter lançado camiseta com a estampa “Somos todos macacos”, aproveitado-se do episódio de racismo sofrido pelo jogador Daniel Alves no ano passado, agora podem ser encontrados no site da grife modelos tão controversos quanto. Em um deles, voltado ao público infantil, é possível ler os dizeres “Vem ni mim que eu tô facin”.


Para a psicóloga Aline Couto, a estampa é inadequada e reforça a sexualização precoce de crianças. “Se fosse uma estampa de uma camiseta para uma adulta [modelo também vendido pela loja online] já seria preocupante, pois objetifica com o puro e simples objetivo de vender. Pior ainda sendo pra uma criança. Já somos suficientemente julgadas pelo que vestimos enquanto adultas e dói ver uma marca fazendo dinheiro em cima dessa objetificação para uma criança”.

Couto chama atenção para o risco de encararmos mensagens como essa de forma puramente humorística. “É certo que mais dia ou menos dia uma menina que veste isso porque os pais acham ‘engraçado’, ‘espirituoso’, vai aprender, e não de um jeito engraçado, que usam nossas roupas para justificar abusos. Começar com isso na infância é cruel. Tem muita gente discutindo os impactos da sexualização precoce na infância, mas coisas como essa camiseta aí passam por ‘brincadeirinha’”, argumenta.

Outra estampa que levantou questionamentos exibe as palavras “Salvem as baleias, eu salvo as sereias”, o que pode insinuar uma mensagem gordofóbica de deboche contra mulheres gordas. Para Polly Barbi, editora do portal Lugar de Mulher, a intenção é facilmente identificável. “Muita gente pode vir com aquele papo de ‘que isso, imagina, estavam só falando das sereias’. Mas quem é gorda sabe muito bem do que se trata”, considera.

Em outro modelo, há a frase “Quando um não quer, o outro insiste”. Ativistas feministas advertem que isso pode reforçar a cultura do estupro, por reproduzir a ideia de que a negação não é suficiente para interromper uma investida sexual. Situação parecida ocorreu com propaganda veiculada pela Skol na véspera do Carnaval, quando a cervejaria espalhou cartazes com os dizeres “Esqueci o ‘não’ em casa”. A peça, de tão criticada, foi retirada de circulação e trocada por outra.

A reportagem da Fórum tentou contato telefônico com a Use Huck, mas até o fechamento desta nota não foi atendida.

Fonte: Blog do Miro
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Huck não cometeu  um erro ao produzir tais camisas, como afirma em sua nota.

O que fez está inserido em seu repertório de valores e no seu ideário político.

Seus parceiros , amigos e correligionários da direita já sugeriram algo semelhante, guardando as devidas proporções, lá pelo ano de 2002.

Na ocasião, o atual  senador José Serra, do PSDB, sugeriu que os uniformes escolares das crianças  das escolas públicas de São Paulo fossem utilizados como espaço para propagandas de empresas privadas, assim como são os macacões dos pilotos de carros de corrida.

Tal sugestão gerou um profundo mal estar, já que as crianças, em sua inocência natural, brincariam e se divertiriam , como fazem naturalmente todas as crianças, porém, todas cheias de marcas de empresas  em seus uniformes.

Huck seguiu, de certa forma, a mesma linha de pensamento de Serra, o mesmo ideário , os mesmos valores, onde a prioridade  zero é o lucro de qualquer maneira. 

Huck é um ícone da  atual era da boçalidade