sábado, 21 de fevereiro de 2015

O manifesto, o protesto, o desemprego, a rua, a democracia , a pedra e a invasão

Brasileiros denunciam campanha para entregar pré-sal a estrangeiros, com apoio da mídia subserviente

publicado em 20 de fevereiro de 2015 às 20:44
Petrobras-001

O QUE ESTÁ EM JOGO AGORA

A chamada Operação Lava Jato, a partir da apuração de malfeitos na Petrobras, desencadeou um processo político que coloca em risco conquistas da nossa soberania e a própria democracia.
Com efeito, há uma campanha para esvaziar a Petrobras, a única das grandes empresas de petróleo a ter reservas e produção continuamente aumentadas. Além disso, vem a proposta de entregar o pré-sal às empresas estrangeiras, restabelecendo o regime de concessão, alterado pelo atual regime de partilha, que dá à Petrobras o monopólio do conhecimento da exploração e produção de petróleo em águas ultraprofundas. Essa situação tem lhe valido a conquista dos principais prêmios em congressos internacionais.
Está à vista de todos a voracidade com que interesses geopolíticos dominantes buscam o controle do petróleo no mundo, inclusive através de intervenções militares. Entre nós, esses interesses parecem encontrar eco em uma certa mídia a eles subserviente e em parlamentares com eles alinhados. Debilitada a Petrobras, âncora do nosso desenvolvimento científico, tecnológico e industrial, serão dizimadas empresas aqui instaladas, responsáveis por mais de 500.000 empregos qualificados, remetendo-nos uma vez mais a uma condição subalterna e colonial.
Por outro lado, esses mesmos setores estimulam o desgaste do Governo legitimamente eleito, com vista a abreviar o seu mandato. Para tanto, não hesitam em atropelar o Estado de Direito democrático, ao usarem, com estardalhaço, informações parciais e preliminares do Judiciário, da Polícia Federal, do Ministério Público e da própria mídia, na busca de uma comoção nacional que lhes permita alcançar seus objetivos, antinacionais e antidemocráticos.
O Brasil viveu, em 1964, uma experiência da mesma natureza. Custou-nos um longo período de trevas e de arbítrio. Trata-se agora de evitar sua repetição. Conclamamos as forças vivas da Nação a cerrarem fileiras, em uma ampla aliança nacional, acima de interesses partidários ou ideológicos, em torno da democracia e da Petrobras, o nosso principal símbolo de soberania.
20 de fevereiro de 2015
Alberto Passos Guimarães Filho
Aldo Arantes
Ana Maria Costa
Ana Tereza Pereira
Cândido Mendes
Carlos Medeiros
Carlos Moura
Claudius Ceccon
Celso Amorim
Celso Pinto de Melo
D. Demetrio Valentini
Emir Sader
Ennio Candotti
Fabio Konder Comparato
Franklin Martins
Jether Ramalho
José Noronha
Ivone Gebara
João Pedro Stédile
José Jofilly
José Luiz Fiori
José Paulo Sepúlveda Pertence
Ladislau Dowbor
Leonardo Boff
Ligia Bahia
Lucia Ribeiro
Luiz Alberto Gomez de Souza
Luiz Pinguelli Rosa
Magali do Nascimento Cunha
Marcelo Timotheo da Costa
Marco Antonio Raupp
Maria Clara Bingemer
Maria da Conceição Tavares
Maria Helena Arrochelas
Maria José Sousa dos Santos
Marilena Chauí
Marilene Correa
Otavio Alves Velho
Paulo José
Reinaldo Guimarães
Ricardo Bielschowsky
Roberto Amaral
Samuel Pinheiro Guimarães
Sergio Mascarenhas
Sergio Rezende
Silvio Tendler
Sonia Fleury
Waldir Pires

Fonte: VIOMUNDO
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O desmonte desastroso: 20 mil das 80 mil vagas criadas na indústria naval brasileira, desde 2004, foram fechadas com a operação Lava Jato; trabalhadores dos estaleiros são atingidos diretamente pela interrupção de contratos e de pagamentos que se traduzem em cortes e atrasos salariais

A mão da rua

Em sucessivos plebiscitos, a população islandesa decidiu deixar a banca quebrar, estatizou a sobra e colocou banqueiros na cadeia.

por: Saul Leblon
+
Chris Ford / Flickr
 A Islândia é uma nação diminuta perto do Brasil, uma espécie de Santa Catarina de gelo, com população menor que a de Jundiaí. Apenas 320 mil habitantes.

Se é possível dizer que essas características lhe dão flexibilidade para soluções impensáveis aos ‘baleias’ -- viver de turismo e pesca, por exemplo -- também é verdade que o seu poder de barganha é infinitamente menor.

Guiar-se pelo imperativo dos mercados seria o previsível no seu caso, deixando-se levar de forma mais ou menos passiva pela maré dos interesses graúdos que dominam a cena global.

Não foi o que ocorreu na crise de 2008.

Driblar a fatalidade de uma receita de arrocho em condições de estresse econômico e político extremo, eis aí uma dimensão que conecta as singularidades dessa ilha polar às urgências dos trópicos nos dias que correm.

A crise mundial de 2008 pegou a economia e a sociedade islandesa no contrapé de uma vulnerabilidade extrema, confrontando-a, entre outros, com interesses bancários britânicos, alemães e holandeses.

A Islândia não tinha mais nada a perder – e isso não é retórico.  A banca do país mergulhara de cabeça na farra financeira da década e havia acumulado o equivalente a uma dúzia de PIBs em operações e compromissos tornados impagáveis do dia para a noite.

Quando a ciranda parou de girar com a explosão da bolha imobiliária nos EUA, os credores externos – bancos europeus —  quiseram  empurrar a fatura para a população.

A ideia era transformar a Islândia num duto conectado à central de sucção da finança global, que assim resolveria  a sua parte no imbróglio escalpelando a sociedade -- como de fato tem sido feito com vários outros países.

O pagamento seria em moeda sonante e em espécie:  alguns milhares de dólares per capita em impostos, cortes de gastos,  privações, privatizações, demissões e o que mais fosse necessário para servir ao principal e aos juros por longos dez anos a quinze anos.

A nota dissonante suficientemente conhecida é que a população islandesa não concordou.

Em vez de se entregar à mastigação ela resolveu ajustar a engrenagem a seu favor, e não aos desígnios da banca ou de seus acionistas.

Ao recusar o matadouro inverteu a sentença: em sucessivos plebiscitos, a população decidiu deixar a banca quebrar, estatizou a sobra e colocou banqueiros na cadeia.

Parecia um delírio no gelo, mas o vaticínio do fracasso devastador não se confirmou.

Ao contrário. Deu certo. E os dados mais recentes confirmam a vantagem do método em relação ao quadro de terra arrasada observado em sociedades que seguiram a receita oposta.

Essa é a notícia fresca na praça, pouco contemplada porém pela emissão conservadora.

A mão plebiscitária da democracia pode corrigir e ordenar uma transição de ciclo econômico melhor que a do mercado sozinha.

Isso é tão útil e carregado de atualidade numa hora em que a Grécia se rebela e o Brasil se depara com a encruzilhada do seu crescimento que fica a dúvida: por que o saldo favorável da experiência islandesa com a mão dupla não borbulha nas manchetes e escaladas do glorioso jornalismo de economia?

Um bom pedaço da explicação está justamente no fato de que os resultados exibidos pelos hereges afrontam a fatalidade que amparou e preserva a solução defendida pelo mainstream aqui e em todo o planeta.

Afinal, se ‘there is no alternative’, como dizia lady Tatcher, o melhor é esquecer o mau exemplo islandês.

As estatísticas do país mostram o inaceitável:  há vida fora do limbo a que foram encurraladas as economias submetidas a ajustes tidos como mais consistentes e responsáveis.

Em todas elas – tirando a boa saúde da riqueza financeira --  os demais indicadores rastejam e escavam o fundo do abismo para o qual foram empurrados a partir de 2008..

Tome-se os resultados ilustrativos da Grécia em transe (25% de desemprego), Portugal (45% de aumento da pobreza nos últimos cinco anos), Itália (dívida de 130% do PIB) e Espanha (50% da juventude sem trabalho).

Invariavelmente é assim: os indicadores de pobreza, PIB, emprego, dívida pública  e desempenho fiscal encontram-se  muito mais deteriorados do que antes de dar entrada à UTI salvadora.

Ajuda a entender, talvez, cogitar que o tratamento de choque é para isso mesmo: para exaurir o organismo, sob monitoramento especializado, de modo a extrair dele o que se quer: a transfusão de riqueza aos mercados e credores.

No caso da Islândia aconteceu o oposto. Depois de amargar um retrocesso superior a 8% do PIB, em 2008, com taxas de desemprego explosivas de 12%, o país deu as costas aos mercados e voltou a crescer.

A estimativa para este ano é de uma expansão do PIB 3,5%, com uma  taxa de desemprego que já recuou para um degrau confortável em torno de 3,5%.

A economia deixou de ser um guichê do sistema financeiro internacional e se voltou para seus poucos mas consistentes trunfos – sendo o turismo o principal deles, ao trazer anualmente um fluxo de um milhão de visitantes, três vezes o tamanho da população

Em um giro pela Europa esta semana, o presidente  Olafur Ragnar Grimsson explicou aos jornalistas atônitos, a receita de sucesso do liliputiano universo islandês contra um mercado comandado por gullivers financeiros nada amistosos nem colaborativos.
‘Você  tem que ter a economia em uma mão e a democracia na outra’, resumiu Grimsson ao El País.

Para ter a economia na mão, a Islândia, além de deixar quebrar e estatizar bancos, cometeu outras sugestivas heresias.

A primeira foi adiar seu processo de adesão ao euro ficando livre para manejar a própria moeda, drasticamente desvalorizada para atrair capitais, baratear exportações e fortalecer o turismo.

Sobretudo, porém, não hesitou em decretar um rigoroso controle de capitais impedindo que os fluxos especulativos fizessem da sua crise uma pista de pousos e decolagens de especuladores e chantagistas financeiros.

O controle de capitais islandês persiste; hoje estabelece cotas para a presença de fundos  na economia como uma proporção do PIB,  uma espécie de trava de segurança para salvaguardar o comando do país na mão da sociedade, e não dos circuitos financeiros voláteis.

Enfim, o que a pequena Islândia fez de muito anormal foi inscrever na própria engrenagem econômica o controle da nação sobre o dinheiro.

O que o exemplo das duas mãos do presidente Grimsson demonstra é que essa foi uma ação política, não uma fórmula técnica.

Expor o mercado ao diálogo direto com a democracia, leia-se, com o discernimento e as escolhas da sociedade, é o pulo do gato para escapar à rendição incondicional à chibata insaciável dos impulsos rapinosos.

A Islândia não descobriu a pólvora, mas teve a coragem de usá-la em proporções adequadas na hora certa, contra um alvo devastador.

Num mundo em que a ubiquidade das finanças desreguladas gera a crise e avia a receita para seus efeitos, sem espaço para uma segunda opinião, ela ousou mudar as instâncias ordenadoras do seu futuro até então capturadas pela insanidade financeira.

A metáfora do dirigente islandês, note-se, dirigente de um governo de centro direita, remete diretamente à encruzilhada brasileira.

Seu cerne é a questão do poder subjacente às escolhas políticas que se disfarçam em ciência econômica.

Aquilo que ele denomina ‘a mão da democracia’.

Engana-se quem supõe que a escolha islandesa envolvia grandezas singelas sendo por isso foi tolerada.

A quebra de seu sistema financeiro gerou um apreciável rombo da ordem US$ 85 a mais de US$ 100 bilhões nos credores europeus.

Quem pagaria a conta?

A resposta imediatamente sugerida pelo mercado teve o efeito de um choque de realidade no ambiente entorpecido de consumismo e crédito fácil vivido até então pela sociedade islandesa.
O país, como de resto o mundo, surfou durante anos de vento em popa num mar de liquidez irreal.
Em 2007 sua renda per capita estava entre as seis maiores do mundo. Um islandês tinha então um padrão de vida em dólar mais de 50% superior ao desfrutado por um norte-americano.

Nem a pesca do bacalhau, nem o turismo, sempre forte, explicavam o fastígio de consumo, luxo e certa ostentação dos ricaços.

Por trás do reluzente bisão de ouro estava a engenharia financeira que catapultou três modestos bancos locais ao grupo dos 300 maiores titãs do vale tudo financeiro mundial.

Como? Gerando uma imensa espuma de operações ancoradas na lógica das pirâmides, operações ‘apoiadas’ em prazos descasados, crédito abundante e sem lastro em reservas, promessas de rentabilidade descoladas da vida real, ações puxadas por operações fraudulentas de bolsa em triangulações bancárias, ademais de associações ilícitas entre governantes e banqueiros e outras modalidades e práticas de multiplicação da riqueza papeleira.

Em resumo, a Islândia entrou de cabeça na onda e virou a estação de esqui do malabarismo financeiro e especulativo.

Ativos inativáveis foram sendo empilhados para formar uma gigantesca torre de babel de temeridade financeira, cujo valor passou em poucos anos do equivalente a um PIB islandês para dois, três, quatro, cinco ...

Chegou a algo como doze vezes o PIB nacional, o que na prática inverteu a razão jurídica da sociedade: a Islândia era um sistema bancário que possuía um país, não o inverso.

Esse traço revelar-se-ia particularmente assertivo na esfera das relações políticas entre governantes e bancos.

Em setembro de 2008 essa metáfora do nosso tempo ruiu de uma só vez quando os credores chegaram no fim de festa com a conta, dispostos a espeta-la  no lombo dos 320 mil islandeses de carne e osso.

Tangido pelos protestos, o governo que já havia se rendido convocou um plebiscito que decidiu por 93% não pagar a dívida e nacionalizar o sistema financeiro.

Uma nova consulta, em abril de 2011, agora cercada de pressões e terrorismo, ademais de certa suavização de imposições, teve mais de 60% de nova rejeição.

Não foi um processo linear.

Definitivamente, o capitalismo em crise não é um enredo de heróis inquestionáveis e virtudes angelicais.

A determinação dos islandeses na sua dramática viagem de volta ao próprio país conheceu revezes.

Um deles incluiu uma ida ao FMI no meio do caminho.

Mas o fato é que não se pagou os bancos e não se arrochou a sociedade para prover rentistas.

Banqueiros fraudulentos foram em cana e se fez um bem sucedido controle de capitais.

Hoje o país emerge como um solitário ponto de vitalidade em um cenário global que tem no impasse entre Grécia e  Alemanha o retrato de um esgotamento de ciclo e de método, cuja superação dificilmente poderá prescindir das lições islandesas.

Uma delas soa particularmente pertinente a um Brasil enredado na complexa busca de um novo impulso de crescimento em meio à desordem mundial.

Até que ponto uma alternativa ao arrocho ensaiado por aqui é viável sem se recorrer à mão da democracia que tão bons serviços  prestou aos islandeses?

A tarefa de ajudar a mão do mercado – reordenando-a a favor da sociedade -- não parece estar ao alcance, nem nas cogitações, da democracia representativa realmente existente no país.

Eduardo Cunha e o seu agendamento religioso homofóbico que o digam.

A Islândia conseguiu driblar essa armadilha graças ao arcabouço plebiscitário de uma democracia em que 1.500 assinaturas bastam para se convocar uma consulta popular.

O equilíbrio reiterado pelo presidente islandês entre as duas mãos derrapa quando esse extravasamento do poder para a rua é boicotado pelo intercurso da política com o numerário empresarial.

Ademais de erradicar o financiamento privado de campanhas, o Brasil precisa reforçar a mão da democracia na rua, se quiser um dia redesenhar sua travessia para um novo ciclo de desenvolvimento, sem delegar ao mercado a distribuição do seu custo.
  
Fonte: CARTA MAIOR
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O golpe ainda não está na próxima esquina…


Por Renato Rovai fevereiro 21, 2015 12:25
O golpe ainda não está na próxima esquina…
A situação crítica da Venezuela e a marcha dos 100 ou 400 mil na Argentina deram ainda mais ânimo aos setores da oposição que sonham em acabar com o PT e em ver Lula atrás das grades ou morto, se possível da mesma forma que Kadafi ou Sadan. Sendo tirado de um buraco pra ser assassinado como um rato de esgoto.
Hoje, intelectuais divulgam um manifesto alertando para o perigo de um golpe no país. Eles se mostram preocupados exatamente com essa parte, que pode se tornar o todo, de insandecidos oposicionistas.
Em momentos como esse deve-se dormir de olhos abertos e com os sapatos no pé, mas não é recomendável jogar mais gasolina na fogueira e nem tratar todos os diferentes do lado de lá como iguais.
Há gente apostando numa crise econômica pra poder botar o povo na rua e exigir a renúncia de Dilma. Essa gente se esquece que esse mesmo povo pode ir à rua antes exigir a renúncia de Beto Richa ou até de Alckmin, que até o momento parece livre de todos os males. Mas Beto Richa também se reelegeu em primeiro turno.
Uma grave crise tira do jogo políticos de todas as legendas. Não é só o PT que vai para o buraco. O PSDB será dizimado.
É claro que há gente que já percebeu isso e que não está disposta a ir pra guilhotina em nome de algo que não sabe direito o que é. Da mesma forma, entre o empresariado já há um movimento de preocupação com o tamanho da loucura que seria quebrar todas as grandes empreiteiras do país.
No setor financeiro essa possibilidade faz banqueiros sentirem calafrios. Essas empreiteiras teriam dívidas de 130 bilhões com instituições financeiras só de investimentos em obras relacionadas a Petrobras.
Não é tão simples como pode parecer convencer esse povo de que levar o país a breca é o melhor para eles e para o país.
Sendo assim, é relevante que se diga que há gente tramando um golpe. Mas também é relevante dizer que na política e sem sair berrando e atirando pedras na rua é possível sair dessa armadilha.
Nos próximos dias Rodrigo Janot vai ter que entregar os nomes daqueles que têm fórum privilegiado para o Supremo e que foram acusados na delação premiada de Yuoussef. As coisas ficarão mais claras. Há dias, por exemplo, que circula a informação de que um certo senador paranaense que sempre bateu bumbo alto contra o governo e que ultimamente anda calado, estaria na lista. Há advogados que falam que até um outro senador ainda mais famoso poderia aparecer no relatório.
Isso tudo ainda está na seara das especulações, mas a partir dessas revelações é que se conseguirá ver o universo da política de forma menos nebulosa.
E a partir daí passa a ser menos arriscado agir e movimentar peças num tabuleiro completamente confuso.
Mas isso não impede o governo de ser o capitão do time da defesa da Petrobras e dos interesses do país. E não impede Dilma de reunir dezenas de grandes empresários e de lideranças sindicais e populares para firmar um pacto contra os ataques às nossas riquezas, empregos e empresas.
Dilma pode e deve sair em defesa do capital nacional mesmo em meio a esse vergonhoso escândalo da Petrobras. Os EUA não jogaram seu sistema financeiro nem suas empresas no lixo na crise de 2008. E o escândalo de lá era muito mais vergonhoso do que o nosso.
E se for necessário tem que convocar todos os governadores e prefeitos de capitais pra assumirem essa luta.
Todos estão ávidos pra sair das cordas. Os insandecidos que se movem por interesses externos e por ganância tresloucada ainda não convenceram muita gente. Mas se o governo não se mostrar forte, podem vir a convencer.

Fonte: Blog do Rovai
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O alvo de Moro é Lula. E, talvez, mais.

21 de fevereiro de 2015 | 12:43 Autor: Fernando Brito
alvo
Na coluna de Monica Bergamo, na Folha, a declaração de quem sabe – porque está recebendo as perguntas e as propostas de acordo da Polícia Federal, do Ministério Público, com a cobertura do Juiz Sérgio Moro, que estende indefinidamente a duração da prisão dos acusados – o objetivo do método “vai ficar preso até que diga o que queremos que você diga”.
O ALVO
Pelo menos um advogado que tem mantido contato com autoridades que integram a operação disse à coluna entender que algumas delas têm entre suas metas envolver, de alguma forma, Lula nas investigações. A empreiteira que ele representa, no entanto, não estaria disposta a colocar lenha nessa fogueira.
Na visão desse advogado, não se trata de um movimento antipetista de procuradores ou policiais -mas sim da busca de alguns pela suposta “glória” profissional de capturar o maior de todos os personagens políticos na rede do escândalo da Petrobras.
*
Alguém ainda duvida disso?
A única coisa difícil de acreditar nisso é que executivos acostumados à vida milionária, eles próprios portadores de uma visão conservadora e elitista da sociedade e na iminência de perderem seus impérios vão resistir a fazer isso.
Basta dizer: Lula me telefonou e agradeceu a doação (legal, que virou ilegal, porque pode ser livremente associada às propinagens) ao PT. Ou então dizer, na inauguração de alguma obra, que o barbudo falou assim: “olha, companheiro, eu soube da sua ajuda ao PT, a gente tem de enfrentar esta luta eleitoral, né?”.
Pronto, está feita a associação que se precisa (ou talvez o Dr. Moro nem precise, já que escreveu para a Ministra Rosa Weber ler o voto que dizia que  “não é preciso provas para condenar”).
Até porque se vai prometendo “perdão” e “mais perdão” a quem der esta preciosa colaboração.
Os fatos pouco importam, como pouco importa punir quem roubou, tanto que se os perdoa a granel.
O que importa é que as pessoas acreditem que é preciso uma solução extra-política, como se fez em 1989, com os “marajás” , segundo a qual eles seriam os responsáveis únicos pelas desgraças nacionais.
Arranjaram um homem jovem, cheio de declarações moralistas e tonitroantes, para caçá-los, lembram-se?
Que sonhos, hoje, povoam a mente do juiz Sérgio Moro?

Fonte: TIJOLAÇO
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São importantes essas iniciativas de denunciar o que está em jogo  com as apurações do operação lava jato.

Mais uma vez, e já foram várias vezes, a velha mídia brasileira aparece apoiando todo tipo de golpe e manipulação  contrários aos interesses do país e povo brasileiro.

Considere, ainda, que a agenda que o povo escolheu para os próximos quatro anos, vem sendo atacada de forma violenta pela velha mídia, com o intuito de alterá-la, e com isso desfigurando a vontade popular e o resultado das urnas.

Considere ainda mais que a velha mídia se comporta como um partido político, como um oligopólio, conduzindo o noticiário de acordo com os interesses que defende e representa e, com isso, confundindo grande parte da população sobre a realidade dos fatos.

Considere, também, que esse papel da velha mídia ganhou força a partir do primeiro governo do PT, em 2003 e, agora, com a vitória de Dilma, o quarto governo do PT,  a velha mídia radicaliza ainda mais , em um jogo de tudo ou nada, de maneira a impedir que o governo governe.

Considere,  também, que em paralelo com a violência midiática no Brasil, outros dois  países da América do Sul - Argentina e Venezuela - também vem sofrendo no momento ataques aos seus presidentes estando as mídias desses países alinhadas com a mídia brasileira, na maneira de desestabilizar os governos.

Tendo em vista o papel desempenhado -  por anos - pela velha mídia brasileira contra os interesses do país,  os protestos através de manifestos logo se diluem, já que não são repercutidos nos veículos da velha mídia - não aparecem nos jornais impressos, nos telejornais, nas novelas -  e a população sequer toma conhecimento.

Diante dos fatos e da realidade que se manifesta de forma estranhamente coincidente nos três principais países da América do Sul, somente ações contundentes, como o povo nas ruas - focando, mirando e acertando diretamente nas organizações e instituições que tentam inviabilizar o país para os brasileiros - pode trazer resultados.

O clima é de enfrentamento, e , assim sendo, deve-se usar todos os recursos para, no mínimo, intimidar os veículos de mídia e instituições ,e se ainda assim  não for suficiente, deve-se partir para ações mais contundentes.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Vamos ajudar o CAFEZINHO

Je Suis 'Cafezinho' contra a censura

Por Leandro Fortes

Como ainda não acharam a fórmula de impedir e controlar a liberdade de expressão na internet, os donos do poder, no Brasil, recorrem, com sucesso, a um velho aliado: o Poder Judiciário.

O caso Ali Kamel versus Miguel Do Rosario é absolutamente emblemático sobre essa relação. Como o foi, também, a condenação de Paulo Henrique Amorim, do Conversa Afiada, por racismo. E caminha para ser o caso de muitos outros blogueiros que ousaram enfrentar o menino de ouro das Organizações Globo.

Miguel e seu "O Cafezinho" revelaram como a Globo montou uma offshore, em paraíso fiscal, para sonegar 1 bilhão de reais dos cofres públicos do Brasil.

A Vênus Platinada acusou o golpe e percebeu que, pela primeira vez, desde que se estabeleceu graças à ditadura militar, poderia ser desmascarada, de fato.

E nunca vai perdoar Miguel do Rosário por isso. Nem os Marinhos, nem as penas alugadas à serviço do clã do Jardim Botânico.

Nos bastidores, iniciou-se uma movimentação para, finalmente, organizarmos, dentro da blogosfera progressista (e conservadora, por que não?), um fundo para arrecadar recursos, mensalmente, para poder ser utilizado em condenações como essa, de Miguel do Rosário, do combativo site "O Cafezinho".

Creio que o Barão de Itararé, do incansável Altamiro Afonso Borges, pelo pioneirismo da organização da blogosfera - grupo diretamente responsável pelas eleições de Dilma Rousseff, em 2010 e 2104 - é o ambiente correto para isso.

De qualquer maneira, e porque temos que ser rápidos, replico, aqui, a carta aberta de Miguel, que traz um histórico desse absurdo e, de muitas formas, projeta um tempo cada vez pior à nossa espera.

Ajudar a arrecadar essa grana, R$ 30 mil reais, não é só uma boa ação, é muito mais do que isso.

E um forma de dizermos: não passarão.

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Fonte: O CAFEZINHO
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Caro Miguel,
Minha ajuda, no momento, é disponibilizar seus dados em meu blogue para que pessoas possam ajudá-lo a pagar essa indenização.

Mais um absurdo, um atentado a liberdade de expressão e , também uma maneira de globo em se vingar de você, por conta de seu excelente trabalho de jornalismo investigativo no caso de sonegação de globo e o sumiço do processo.

Até hoje, globo não engoliu o seu excelente trabalho.

Acredito que em pouco tempo você conseguirá os recursos para pagar a indenização e ainda sobrará um qualquer para pagar um cafezinho ao Kamel.

Deu zebra na cultura popular

Alô, galera da CBN, vocês sabiam que o bicho já teve “O poste no ar” na Globo?

20 de fevereiro de 2015 | 09:42 Autor: Fernando Brito
amei
Não tenho a menor simpatia pela Beija-Flor, ao contrário.

Nem pelo Teodoro Obiang, ditador da Guiné Equatorial, que “descobriram” agora e que querem jogar na história de corrupção das empreiteiras – que não dá um livro, dá uma coleção – também recém-descoberta.

Obiango é um ditador? É. Uma das muitas ditaduras praticadas na África, com a ajuda do Ocidente, desde que faça-lhe bons negócios.

Pois se os amigos da CBN, que deu ontem a “barriga” fenomenal de jurar que o “ômi” estava no Sambódromo, quando estava em Camarões, forem ao “basicão” da Wikipédia, lerão lá, sobre a a história da Guiné Equatorial:


Em 1493, dom João II de Portugal proclamou-se juntamente com o resto dos seus títulos reais como Senhor de Guiné e o primeiro Senhor de Corisco. Os Portugueses colonizaram as ilhas de Bioko, Ano Bom e Corisco e em 1494, e converteram-nas em postos para o tráfico de escravos.(…) Portugal vendeu mão de obra escrava a partir de Corisco com contratos especiais à França (a qual contratou até 49 000 guineenses escravos), à Espanha e à Inglaterra em 1713 e 1753, sendo os principais colaboradores neste comércio os Bengas, que tinham boas relações com as autoridades coloniais europeias (as quais, por sua vez, não intervinham na política interna do país, o que sem dúvida ajudava).

Nem vou falar que lá há, hoje, outra riqueza negra, como eram os escravos: petróleo. E que por isso tentaram derrubar o senhor Obiang, em 2004, num golpe liderado por mercenários financiados por ingleses, entre eles o filho da finada “Dama de Ferro” Margareth Tatcher, “Sir” Mark, que foi preso por isso.

Um beleza, não é? Como somos bons em dar lições de moral aos outros sem cantar nossas próprias culpas, não é?

Mas deixa o Obiang para lá, que ditadores no mundo não faltam e estes são “bons” ou “maus” de acordo com interesses nada humanitários.

Vamos falar dos “donos” do Carnaval carioca, os bicheiros.

A Globo tem nojo desta ralé, não é? Embora seu principal executivo durante décadas, o Boni, fosse amicíssimo de Castor de Andrade (desfilou como sósia dele na Grande Rio, em 2010) e Anísio Abrãao, que, aliás, comprou o apartamento triplex que pertenceu ao Dr. Roberto Marinho.

Será que o pessoal da CBN, hoje tão cheio de pureza moralista sabe que, antes de transmitir em 860 khz, a CBN nasceu na frequência de 1180 khz, da extinta Rádio Eldorado, uma das compradas por Marinho? Aliás, era a frequência antiga da própria Rádio Globo, esta…

E que a rádio Eldorado – do Sistema Globo, já – transmitir, todos os dias o resultado do jogo do bicho, que normalmente era colado em papeluchos nas paredes e nos postes, obrigando o apostador a ir a rua para sabê-lo.

Vou deixar que quem conte esta história seja Leonel Brizola, num de seus tijolaços, no dia 21 de abril de 1994, quando o jornal fazia escândalo com uma lista apreendida na fortaleza de Castor, que me é trazido pela implacável memória de meu amigo Ápio Gomes:

“(…)A Rádio Eldorado do Rio (agora, transformada em CBN), empresa do Sistema Globo de Rádio, propriedade de Roberto Marinho, consta na lista como beneficiária, durante dois anos, todos os meses, de recebimento de dezenas de milhares de dólares de propina de Castor de Andrade. Nos anos de 90, 91 e 92, a cada mês, esses alegados registros da contravenção, demonstram que a rádio de Roberto Marinho recebia uma mesada do bicheiro, certamente como paga pela divulgação diária que a Rádio Globo faz dos resultados do bicho. Querem ligação maior do que essa, a do dono de uma rádio que funciona como central de divulgação do bicho? Agora compreendo por que, numa das raras entrevistas que dei à Rádio Globo, tiveram a ousadia de interromper o programa, sob os meus mais indignados protestos, para fornecer os resultados da extração dos contraventores. Aí está não uma simples menção a um nome, mas uma ligação concreta, por anos a fio, na qual correspondiam a serviços da rádio de Marinho, ao pagamento que vinha do bicho.


Vejam bem, não estamos mais falando dos espaços generosos que os bicheiros tinham na Globo, até mesmo para questionar, em rede nacional, decisões do Judiciário, co
mo ocorreu com o próprio Castor. Não estamos falando da íntima amizade que liga o contraventor ao braço direito e principal executivo da Globo, Sr. Boni. Não estamos falando dos privilégios e intimidade que a Globo e os bicheiros concediam-se mutuamente nas negociações para a transmissão do Carnaval na Passarela, nem da sua associação para sabotar aquela obra do meu Governo. Estamos falando de um fato concreto, de um concessionário de um serviço público, que não recebeu um canal de rádio, que pertence a toda a população, para fazer negócios com a contravenção, num abuso inominável, que em qualquer país do mundo significaria, imediatamente, a cassação do privilégio que recebeu do Poder Público para informar, educar e entreter a comunidade e não para fazer a apologia da contravenção. E não se diga que o Sr. Marinho de nada sabia: o pagamento mensal durou, pelo menos, dois anos, e as transmissões do bicho eram diárias e só foram suspensas há poucos dias, depois que estourou esse escândalo. Era o comunicador da contravenção, o empresário-bicheiro, que transformou a sua rádio num poste de rua para afixação dos boletins do bicho. “

Então, os coleguinhas que estão embriagados com esse papel em que tolamente se colocam de virgens de bordel, dando lições de moral – logo onde! – sobre o Carnaval, cuidado. Em matéria de Carnaval, jogo do bicho, ditaduras e dinheiro, tem muito bububu no bobobó da Globo…


PS do Viomundo: No livro O Lado Sujo do Futebol narramos detalhadamente a parceria entre um grande aliado da Globo, João Havelange, e o bicheiro Castor de Andrade. Quem formava trio com os dois? Quem? O homenageado da Beija Flor de 2014, Boni. Tá tudo lá, para quem quiser se divertir com a Globo posando de virgem de Carnaval…

Fonte: TIJOLAÇO
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Sem patrocinadores para bancar exibição, Globo não transmite Desfile das Campeãs

Quem não comprou seu ingresso para o Desfile das Campeãs não vai poder assistir ao espetáculo pela TV. A Globo tem contrato de exclusividade com a Liga das Escolas de Samba, mas afirma que não há interesse na exibição porque não há patrocinadores.
Foto: Agência O DIA 

A Vênus Platinada também não liberou os direitos de transmissão para a Band nem para o SBT. Embora exista um contrato assinado entre a Liesa e a TV garantindo que o Desfile das Campeãs seja transmitido por alguma emissora, ficou decidido que as agremiações só poderão ser vistas pela internet, através do site G1, que pertence às Organizações Globo. Amanhã, passarão pela Marquês de Sapucaí as escolas Imperatriz Leopoldinense, Portela, Unidos da Tijuca, Grande Rio, Salgueiro e a campeã de 2015, Beija-Flor de Nilópolis.

Fonte: O DIA
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“Agradeça a contravenção”: a falta de transparência na parceria da Globo com os bicheiros do Carnaval


Postado em 20 fev 2015
Boni prestigia o título de 2015 com o bicheiro Aniz Abrahão David, dono da Beija Flor
Boni prestigia o título de 2015 com o bicheiro Aniz Abrahão David, dono da Beija Flor

O Jornal Nacional de quinta-feira não surpreendeu quem esperava que os atores principais, William Bonner e Renata Vasconcellos, fossem tocar nos assuntos mais palpitantes da semana: o título da Beija Flor e o escândalo do HSBC.
Nem uma palavra sobre os dois temas. No caso do banco, sabe-se que sonegação é uma questão, para usar um eufemismo, delicada para a Globo.
No do Carnaval carioca, a situação é igualmente embaraçosa, por motivos outros: a Globo é sócia daquilo tudo há décadas.
Nunca antes na história desse país um campeonato momesco foi tão contestado. Foi preciso o patrocínio de um ditador africano para muita gente se perguntar o óbvio: como pode um desfile bancado pelo crime há tanto tempo?
Mais: como fica a Globo, detentora dos direitos de transmissão, diante dessa pilantragem?
A relação da emissora com os bicheiros é de, para usar outro eufemismo, cumplicidade. Há reuniões para decidir estratégias comerciais. A Globo vende cotas da transmissão. As escolas não podem, por exemplo, ter uma marca que conflite com um parceiro da TV.
A Marquês de Sapucaí é transformada numa sucursal do Projac, com todos os atores e atrizes sambando. Centenas de jornalistas são mobilizados para a cobertura de um megaevento promovido pela empresa para a qual trabalham.
Para ficar apenas na Beija Flor: em 2014, o enredo foi em homenagem a Boni, o ex-homem forte da Globo. A relação é íntima. O bicheiro Anísio Abrahão David, “patrono” da escola, comprou a cobertura tríplice de Roberto Marinho na Avenida Atlântica, em Copacabana.
É impossível que a Globo não soubesse de antemão o que a Beija Flor, ou qualquer outra agremiação, fosse fazer na avenida. Quando o escândalo de Teodoro Obiang estourou, ficou difícil evitá-lo. E então a cobertura jornalística foi a mais esquizofrênica possível.
Só no final da participação da Beija Flor na Sapucaí Fátima Bernardes mencionou que a Guiné Equatorial era um país “ainda em busca de suas liberdades” e que o presidente estava no poder há 35 anos. Nem pensar em chamá-lo “ditador”.
Na Globo News, a mesma saia justa. Entre matérias idiotas sobre dietas de Momo, os comentaristas falavam do financiamento. O velho Merval achou uma solução: toda a negociação começou quando Lula visitou o país durante seu governo. Segundo Merval, é um esquema parecido com o que o PT faz nas campanhas. Curiosamente, é a maneira como a Globo noticia, eventualmente, o HSBC: sua suposta ligação com a Lava Jato.
“Se não fosse dinheiro da contravenção, hoje não teríamos o maior espetáculo audiovisual do planeta. Agradeça à contravenção”, disse Neguinho da Beija Flor, num sincericídio necessário. “A Portela também teve um patrocínio muito forte. O governador do Rio de Janeiro, o Pezão, queria que a Portela ganhasse. E ele não fez algum investimento? O prefeito (Eduardo Paes) é portelense doente. Vai dizer que ele não colocou dinheiro na Portela?”
Uma discussão séria sobre a transparência e o dinheiro sujo do Carnaval carioca passa pelo papel da Globo na pilantragem.

Fonte: DIÁRIO DO CENTRO DO MUNDO 
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No passado, não muito distante, globo transmitia até o resultado do jogo do bicho em uma de suas emissoras de rádio.


" o palpite certo é beija-flor" , "deu águia, símbolo da sorte", "sonhar com filharada é o coelhinho, com gente teimosa na cabeça dá burrinho"  são trechos de  letras de sambas de enredo que fazem menção direta e explícita ao jogo do bicho, que em um passado já teve um apoio explícito de globo, inclusive informando os resultados.


A amizade de globo com o bicho vem de longa data, e mais, até mesmo a maioria da mídia se rende ao bicho.


Jô Soares, em seu programa de entrevista ainda no SBT, fez uma entrevista com Castor de Andrade, onde não faltaram sorrisos e elogios ao advogado - assim Castor se auto definia - que afirmou não ter nada a ver com a contravenção e que essa história de aposta de bicho era uma brincadeirinha de sua avó - a avó de Castor e não a sua, caro leitor.


Impressionante que todo mundo sabe que o jogo do bicho é ilegal, e no entanto, todos os bicheiros, parentes e amigos circulam em altas rodas da sociedade, nas mídias, com direito a fotos em revistas de celebridades em companhia de políticos, artistas, jogadores de futebol, empresários , jornalistas, magistrados, celebridades e outras coisas mais pertencentes a essa fauna chamada elite.


Que o carnaval , mais precisamente o desfile das escolas de samba, ao longo de décadas tem sido patrocinado pelos bicheiros, todo mundo sabe.


O ideal e desejável ,e que deve ser perseguido, é que a grandeza dos desfiles continue, porém com financiamento de dinheiro limpo, até mesmo com patrocínio de empresas públicas e/ou privadas e que as escolas de samba possam usar as marcas das empresas patrocinadoras, algo que hoje não é permitido.


Acho um tanto estranha essa história que globo não tem patrocinadores para bancar a transmissão dos desfiles das campeãs. 

Não ano anterior foi a mesma coisa e o diretor de operações de globo, que atende pelo nome de Boninho,  disse em alto e bom som que globo não mais iria transmitir o desfile das campeãs e também não iria repassar os direitos de transmissão para nenhuma outra emissora.

Será que é para preservar o excelente programa Zorra total, que com a transmissão do desfile não pode ser apresentado ?


Seja lá o que for, neste ano , globo já deixou de transmitir os desfiles das primeiras escolas, no domingo e na segunda -feira. 

No domingo para não "atrapalhar" o programa Fantástico e na segunda-feira, , também para não "atrapalhar a excelente novela e o interessantíssimo programa big brother.

Além disso, globo também transmite o desfile das escolas do grupo de acesso, na sexta-feira e no sábado e que também não  tiveram a transmissão das primeiras escolas .


Seguindo essa linha de interesse pela cultura popular demonstrada por globo, em pouco tempo, a emissora  não mais transmitirá os desfiles ao vivo e apresentará apenas um compacto dos desfiles em seus excelentes telejornais, com seus apresentadores muito bem vestidos e enfeitados.

" sonhar com filharada é o coelhinho, com gente teimosa na cabeça dá burrinho, e com rapaz todo enfeitado o resultado pessoal é pavão ou é viado"

No contrato assinado entre globo e a LIESA  se exige que o desfile seja transmitido por alguma emissora, segundo o colunista de O DIA.

No entanto, nada disso acontece.
Não vale o que está escrito.

PS do PAPIRO . A Beija -Flor ganhou os carnavais de 2003, 2004, 2005, 2007, 2008, 2011 e 2015.