quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Dinheiro bicudo

'Veja' está preocupada com o facebook da equipe do Lava Jato, sob investigação da PF; os policiais externavam apoio a Aécio enquanto vazavam 'informações' do doleiro Youssef.
'Veja' deu uma capa com isso que quase tirou a eleição de Dilma; sobraram rastros da parceria?

Empreiteiro preso, da UTC, diz que o 'Dr. Freitas', Sergio da Silva Freitas, ex-executivo do Itaú, era o arrecadador de Aécio junto à turma.
Nenhum veículo do jornalismo isento deu isso na primeira página.

A lisura de toda a operação Lava Jato pode estar resumida neste episódio: o delegado tucano da PF, Marcio Adriano Anselmo, expõe o diretor da Petrobras, José Carlos Consenza, à execração pública, como corrupto. 
Arguido, confessa não ter provas. 
Era só presunção ideológica.

Escândalos que não abalaram o Brasil: o caso Banestado envolveu remessas fraudulentas de R$ 150 bilhões das privatizações; tinha entre seus personagens o mesmo doleiro Alberto Youssef e o juiz Moro. Não deu em nada. Por quê?

Fonte: CARTA MAIOR
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O “maior roubo” foi o dos tucanos no Banestado

Youssef, porém, é seletivo. Só lava de quem prejudique a Dilma … – PHA



O Conversa Afiada reproduz esclarecedor artigo do deputado Iriny Lopes, da Carta Maior:



O Caso Banestado, a Petrobras e o feitiço do tempo


A Lava Jato tem ligação com o Caso Banestado mais do que se possa imaginar. Caso se tivesse ido até as últimas consequências, a situação poderia ser outra.


“Foi o maior roubo de dinheiro público que eu já vi”. A declaração do deputado federal oposicionista Fernando Francischini, do PSDB, não é sobre a Petrobras, ou o que a mídia convencionou chamar de Mensalão, mas sobre o Escândalo do Banestado (Banco do Estado do Paraná). O Banestado, por meio de contas CC5, facilitou a evasão de divisas do Brasil para paraísos fiscais, entre 1996 e 2002, na ordem de R$ 150 bilhões. O caso se transformou em na CPMI do Banestado, em 2003, da qual fui integrante em meu primeiro mandato.



Foi uma longa investigação que resultou no relatório final com pedidos de indiciamento de 91 pessoas pelo envio irregular de dinheiro a paraísos fiscais, dentre eles o ex-presidente do Banco Central do governo FHC, Gustavo Franco, o ex-prefeito de São Paulo, Celso Pitta, Ricardo Sérgio de Oliveira, que foi arrecadador de fundos para campanhas de FHC e José Serra, funcionários do Banestado, doleiros e empresários.


Na época da CPMI, o presidente da comissão, o então senador tucano Antero Paes de Barros, encerrou os trabalhos da CPMI antes que o relatório fosse apresentado. O motivo principal era poupar seus pares, sobretudo Gustavo Franco e Ricardo Sérgio de Oliveira. A ação do PSDB para soterrar o relatório tinha como objetivo impedir que a sociedade tomasse conhecimento de um amplo esquema de desvios de recursos públicos, sobretudo vindos das privatizações do período FHC, para contas em paraísos fiscais. A história que não saiu na mídia está contada no livro “A Privataria Tucana”, de Amaury Ribeiro Jr., lançado em 2011.



O desfecho das investigações levadas adiante pela Polícia Federal e mesmo de parte do Ministério Público Federal morreu na praia. Algumas pessoas, é verdade, foram condenadas, mas só laranjas, gente muito pequena perto do enorme esquema de corrupção.



O enredo do Banestado parece semelhante ao caso Petrobras, mas tem uma diferença: neste momento há uma determinação da presidenta Dilma em não deixar “pedra sobre pedra” sobre o caso da petrolífera, algo que não aconteceu no governo FHC – o Procurador da República na gestão tucana, Geraldo Brindeiro, mesmo sabendo dos malfeitos desde 1998, só decidiu pela abertura de processo quando estava de saída, no apagar das luzes da gestão tucana e pressionado pela abertura de uma CPMI.



A importância de o governo federal demonstrar empenho para que tudo fique esclarecido é determinante para se erradicar um mecanismo perverso de desvios de dinheiro público, de relações entre a iniciativa privada e o universo político e que determina, inclusive o perfil dos eleitos, principalmente no Congresso Nacional.



A Operação Lava Jato tem ligação com o Caso Banestado mais do que se possa imaginar. Se no caso Banestado se tivesse ido até as últimas consequências, provavelmente estaríamos hoje em outro patamar. As condenações necessárias a políticos, grandes empresários e doleiros, teria evitado a dilapidação de recursos públicos em todas as instâncias. A impunidade amplia os limites de corruptos e corruptores. Basta lembrar do esquema de licitação fraudulenta dos metrôs e trens de São Paulo, que atravessou mais de uma década de governos do PSDB, e a ausência de investigação e punição para entender do que estamos falando.



Os personagens do enredo da Lava Jato remetem, não por acaso, a muitos do Banestado, inclusive Alberto Youssef, que conseguiu não responder pelos crimes de corrupção ativa e de participação em gestão fraudulenta de instituição financeira (Banestado), por acordo, com MPF de delação premiada, em 2004.


Youssef entregou o que quis e continuou sua vida criminal sem ser incomodado até este ano, quando o juiz federal Sérgio Fernando Moro, responsável pelas prisões da Operação Lava Jato – este também outro personagem coincidente com Banestado, resolveu que o doleiro cumpriria quatro anos e quatro meses de cadeia, por uma sentença transitada em julgado.


“Após a quebra do acordo de delação premiada, este Juízo decretou, a pedido do MPF, a prisão preventiva de Alberto Youssef em decisão de 23/05/2014 no processo 2009.7000019131-5 (decisão de 23/05/2014 naqueles autos, cópia no evento 1, auto2)”, diz o despacho de Sergio Moro, datado de 17 de setembro deste ano. (ver mais em http://jornalggn.com.br/sites/default/files/documentos/acao_penal_no_5035707_sentenca_youssef.pdf).


Além de Youssef, do juiz Sérgio Moro, as operações de investigação do Banestado e da Lava Jato tem como lugar comum o Paraná. Apesar do Banestado ter sido privatizado, Youssef e outros encontraram caminhos que drenaram recursos públicos para paraísos fiscais a partir de lá.


Se no caso Banestado foram remetidos R$ 150 bilhões de recursos públicos adquiridos nas privatizações da era FHC para contas fantasmas em paraísos fiscais, na Petrobrás a estimativa da Polícia Federal até o momento é que tenham sido desviados R$ 10 bilhões.


Importante ressaltar que pouco importa os valores. A verdade é que estamos pagando uma conta do passado, em que parte das instituições fez corpo mole e deixou crimes dessa natureza prescreverem. Essa omissão (deliberada ou não) nos trouxe até aqui. Não por acaso, Alberto Youssef está de novo em cena. Sua punição no caso Banestado foi extinta em 2004 e quando revogada, neste ano, foi apenas para que MPF e Judiciário não passassem recibo de seus erros anteriores. Deram um benefício a alguém que mentiu e continuou sua trajetória criminosa.


Por isso tudo é admirável a disposição da presidenta Dilma, em encarar um esquema que mistura grandes empresários multinacionais, políticos e criminosos de porte. Afinal, que ninguém se iluda: numa dessas pontas tem o narcotráfico, o tráfico internacional de armas e toda ordem de ilícitos que se alimenta e retroalimenta a lavagem de dinheiro.


Dito isso, acho importante destacar o que é fundamental ser feito a partir da Operação Lava Jato:


1- Apoiar todas as ações que visam investigar, julgar e condenar corruptos e corruptores;


2- Constatar que as investigações comprovam que o financiamento empresarial das campanhas eleitorais, supostamente baseado em doações de empresas privadas, na verdade está apoiada, ao menos parcialmente, em desvio de recursos públicos;


3- Que portanto, para além de atos criminosos, estamos diante de um mecanismo sistêmico que corrompe cotidianamente as liberdades democráticas, pois no lugar do voto cidadão o financiamento privado reintroduz de fato o voto censitário;


4- Que este é mais um motivo para apoiarmos a reforma política, especialmente a proibição de todo e qualquer financiamento empresarial;


5- Por fim, conclamar os funcionários das empresas corruptoras a virem a público contar o que sabem, para que se possa colaborar com a Justiça. E vigiar para que as instituições envolvidas não se deixem manipular, no processo de investigação e julgamento, pelos mesmos interesses políticos e empresariais que se faz necessário punir.


Todo o Brasil sabe, afinal, que a corrupção institucionalizada esteve presente na história do Brasil, nos períodos democráticos e especialmente nos períodos ditatoriais. O desafio proposto pela presidenta Dilma, de não deixar “pedra sobre pedra” é imenso e depende das instituições cumprirem o seu dever.


O que Dilma quer, o que eu quero e toda a sociedade brasileira deseja é não ver a repetição dessa história e seus velhos personagens livres para reprisar o mesmo roteiro policial. Concordo com a frase do deputado oposicionista Francischini, que o Banestado foi o maior escândalo de corrupção de que se teve notícia no país.

Portanto, tenhamos memória e que ela não seja seletiva e nem refém do feitiço do tempo.

 

Fonte: CONVERSA AFIADA

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Como ser tucano sem ser hipócrita: um texto para a história

21 de novembro de 2014 | 11:50 Autor: Fernando Brito
anesia
O empresário Ricardo Semler, que ficou nacionalmente conhecido com seu best-seller “Virando a própria mesa – uma história de sucesso empresarial Made in Brazil”, escreve hoje, na Folha, o melhor texto que já li sobre o escândalo da Operação Lava-Jato.
Semler esclarece logo que não é petista, mas tucano, filiado ao partido por nada mais que gente como Montoro, Covas, Serra e FHC. E que votou contra Dilma.
Tem suas convicções neoliberais, certamente, mas não é um cínico.
E diz com todas as letras que a corrupção nunca foi tão pequena no Brasil.
O que não é, claro, razão para tolerá-la ou para “deixar para lá” a roubalheira, mesmo que em escala melhor.
Semler dá uma bordoada em quem acha que tudo está acontecendo “contra” Dilma e é claro ao afirmar que é ela quem está criando as condições para que a lama venha à tona: “É ingênuo quem acha que poderia ter acontecido com qualquer outro presidente. Com roubalheiras vastamente maiores, nunca a Polícia Federal teria tido autonomia para prender corruptos cujos tentáculos levam ao próprio governo”
É algo para que se faça o que jamais recomendo aqui, por deixar que cada um chegue às suas conclusões. Mas que, neste caso, o faço: reproduzir e mandar para todos.
Leia, e você vai ler de um tirada só, sem parar, porque a honradez intelectual e moral  não tem partido.

Nunca se roubou tão pouco

Ricardo Semler
Não sendo petista, e sim tucano, sinto-me à vontade para constatar que essa onda de prisões de executivos é um passo histórico para este país
Nossa empresa deixou de vender equipamentos para a Petrobras nos anos 70. Era impossível vender diretamente sem propina. Tentamos de novo nos anos 80, 90 e até recentemente. Em 40 anos de persistentes tentativas, nada feito.
Não há no mundo dos negócios quem não saiba disso. Nem qualquer um dos 86 mil honrados funcionários que nada ganham com a bandalheira da cúpula.
Os porcentuais caíram, foi só isso que mudou. Até em Paris sabia-se dos “cochons des dix pour cent”, os porquinhos que cobravam 10% por fora sobre a totalidade de importação de barris de petróleo em décadas passadas.
Agora tem gente fazendo passeata pela volta dos militares ao poder e uma elite escandalizada com os desvios na Petrobras. Santa hipocrisia. Onde estavam os envergonhados do país nas décadas em que houve evasão de R$ 1 trilhão –cem vezes mais do que o caso Petrobras– pelos empresários?
Virou moda fugir disso tudo para Miami, mas é justamente a turma de Miami que compra lá com dinheiro sonegado daqui. Que fingimento é esse?
Vejo as pessoas vociferarem contra os nordestinos que garantiram a vitória da presidente Dilma Rousseff. Garantir renda para quem sempre foi preterido no desenvolvimento deveria ser motivo de princípio e de orgulho para um bom brasileiro. Tanto faz o partido.
Não sendo petista, e sim tucano, com ficha orgulhosamente assinada por Franco Montoro, Mário Covas, José Serra e FHC, sinto-me à vontade para constatar que essa onda de prisões de executivos é um passo histórico para este país.
É ingênuo quem acha que poderia ter acontecido com qualquer presidente. Com bandalheiras vastamente maiores, nunca a Polícia Federal teria tido autonomia para prender corruptos cujos tentáculos levam ao próprio governo.
Votei pelo fim de um longo ciclo do PT, porque Dilma e o partido dela enfiaram os pés pelas mãos em termos de postura, aceite do sistema corrupto e políticas econômicas.
Mas Dilma agora lidera a todos nós, e preside o país num momento de muito orgulho e esperança. Deixemos de ser hipócritas e reconheçamos que estamos a andar à frente, e velozmente, neste quesito.
A coisa não para na Petrobras. Há dezenas de outras estatais com esqueletos parecidos no armário. É raro ganhar uma concessão ou construir uma estrada sem os tentáculos sórdidos das empresas bandidas.
O que muitos não sabem é que é igualmente difícil vender para muitas montadoras e incontáveis multinacionais sem antes dar propina para o diretor de compras.
É lógico que a defesa desses executivos presos vão entrar novamente com habeas corpus, vários deles serão soltos, mas o susto e o passo à frente está dado. Daqui não se volta atrás como país.
A turma global que monitora a corrupção estima que 0,8% do PIB brasileiro é roubado. Esse número já foi de 3,1%, e estimam ter sido na casa de 5% há poucas décadas. O roubo está caindo, mas como a represa da Cantareira, em São Paulo, está a desnudar o volume barrento.
Boa parte sempre foi gasta com os partidos que se alugam por dinheiro vivo, e votos que são comprados no Congresso há décadas. E são os grandes partidos que os brasileiros reconduzem desde sempre.
Cada um de nós tem um dedão na lama. Afinal, quem de nós não aceitou um pagamento sem recibo para médico, deu uma cervejinha para um guarda ou passou escritura de casa por um valor menor?
Deixemos de cinismo. O antídoto contra esse veneno sistêmico é homeopático. Deixemos instalar o processo de cura, que é do país, e não de um partido.
O lodo desse veneno pode ser diluído, sim, com muita determinação e serenidade, e sem arroubos de vergonha ou repugnância cínicas. Não sejamos o volume morto, não permitamos que o barro triunfe novamente. Ninguém precisa ser alertado, cada de nós sabe o que precisa fazer em vez de resmungar.

Fonte: TIJOLAÇO
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Mais um papelão da velha mídia e das oposições.

O desespero pela quarta derrota consecutiva para o PT e o surto na tentativa de manipular o noticiário das investigações da Polícia Federal, atribuindo tudo de errado e corrupção ao PT, começa a desabar.

Até mesmo tucanos reconhecem que o governo Dilma é o governo que mais combate a corrupção.

Depois desse surto gigantesco, a velha mídia e as oposições terão muito trabalho para costurar e organizar seus estados internos.

A mídia perde ainda mais na pouca credibilidade que ainda tem
.
As oposições que na última década tem se revelado fracas e inoperantes, se revelam ainda mais fracas e desprovidas de ideias pró ativas para o país.

Por outro lado, o PT e o governo Dilma se fortalecem ainda mais junto a opinião pública.

Momento para colocar em prática a  reforma da mídia.
 

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Cachaça em alta

Revolta da Cachaça: nosso primeiro exercício de democracia


A revolta virou até peça de teatro
No dia 8 de novembro foram completos 354 anos do estopim da Revolta da Cachaça, que o jornalista/escritor Pedro Doria considera como "o primeiro exercício de democracia do Brasil" (leia aqui). Durante cinco meses, entre novembro de 1660 e abril de 1661, o Rio de Janeiro foi governado pelos próprios nativos. Apesar de pouco lembrada ou valorizada, essa insurreição ocorreu 24 anos antes da Revolta de Beckman, no Maranhão, uma das primeiras registradas no período colonial brasileiro (leia aqui). E é extremamente sintomático que uma das primeiras revoltas brasileiras, senão a primeira, tenha sido motivada pela "marvada" cachaça...
Para ser mais preciso, o estopim foi a quebra de um acordo que envolvia a permissão da venda de cachaça. Esse acordo havia sido feito Salvador Correia de Sá e Benevides, governador do Rio naquela época, pertencente à terceira geração da família Sá no comando do território, desde o fundador da cidade, em 1565, Estácio de Sá. No início de 1659, visando obter mais recursos para reaparelhar suas tropas coloniais, Salvador instituiu uma nova taxa sobre as posses dos habitantes. Como a economia local estava em crise e a população não podia arcar com mais esse imposto, os vereadores sugeriram que, em troca, o comércio de cachaça fosse liberado.

Salvador Correia de Sá e Benevides
Assim, os cariocas teriam um novo canal de subsistência e de geração de renda. Salvador de Sá aceitou e liberou esse comércio por decreto, em 31 de janeiro de 1660. Porém, desde o ano anterior, o governo português havia proscrito a cachaça no Brasil, determinando, inclusive, que fossem destruídos todos os alambiques da Colônia, inclusive os navios que transportassem o produto. Tal medida visava proteger a produção portuguesa de vinho e de bagaceira (cachaça ibérica), que começavam a perder mercado para a "branquinha" brasileira. Portanto, ao liberar o comércio da cachaça no Rio, Salvador de Sá estava contrariando uma determinação do rei.
Rapidamente, a Companhia Geral do Comércio do Brasil forçou a revogação do decreto e a venda de cachaça voltou a ser proibida. Acontece que o governo do Rio de Janeiro não deixou de cobrar a nova taxa criada - e que só tinha sido aprovada pelos vereadores se houvesse a contrapartida da liberação do "mé". Tal situação provocou um clima geral de rebeldia na cidade (tanto pelo aumento dos impostos quanto, presumo, pela vedação do acesso à pinga). Aproveitando a insatisfação popular, os senhores de engenho do Norte da Baía da Guanabara, atuais municípios de São Gonçalo e Niterói, começaram a fazer reuniões e conspirar contra o governo de Salvador de Sá.

Cidade do Rio de Janeiro, no século XVII
A oportunidade de uma ação concreta viria no início de novembro de 1660, quando o governador do Rio fez uma viagem à São Paulo - e deixou em seu lugar um tio, Tomé de Sousa Alvarenga, encarregado expressamente da cobrança de taxas, mesmo que à força. Na madrugada de 8 de novembro, liderados pelo fazendeiro Jerônimo Barbalho Bezerra, os revoltosos atravessaram a Baía de Guanabara e, sob o toque de sinos, convocaram o povo a se reunir em frente à Câmara. Prenderam Alvarenga, saquearam as casas da família Correia de Sá e enviaram uma carta à Portugal com uma série de reclamações e acusações contra a família que mandava no Rio há décadas.

Nesse curto período, os revoltosos governaram com total apoio popular. Mas Salvador de Sá, o governador destituído que continuava em São Paulo, ainda tinha o comando da frota da Companhia Geral do Comércio. Ele aguardou que estes navios retornassem de Portugal ao Rio, para a regular coleta de produtos da Colônia, em 6 de abril de 1661, e atacou a cidade com uma tropa de índios tupis. Pegos de surpresa, os rebeldes não opuseram resistência. Muitos foram presos e enviados a Lisboa para serem julgados. O líder, Jerônimo Barbalho Bezerra, foi decapitado e sua cabeça exposta em praça pública. Salvador de Sá parecia ter retomado o poder. Só parecia...

Luísa de Gusmão liberou geral
O Conselho Ultramarino decidiu acatar muitas das denúncias dos rebeldes derrotados e destituiu Salvador de Sá definitivamente do governo do Rio. Ele teve que ir a Portugal para explicar seus excessos e a família Sá perdeu todo o prestígio e o poder político que mantinha desde a fundação da cidade. Os revoltosos condenados foram libertados. Mais que isso: ainda em 1661, a regente Luísa de Gusmão liberou a produção da cachaça no Brasil. A medida impulsionou o tráfico com Angola e a economia carioca. O comércio local continuava vedado, mas a repressão era nula. Prova disso é que João da Silva e Sousa, que governou o Rio de 1670 a 75, era o principal contrabandista.

Fonte:  FUTEPOCA
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Não se pode negar que a marvada faz parte da nossa identidade, e que o perfil anárquico do Rio de Janeiro vem de longa data.

Até a maior autoridade da cidade era contrabandista.

E  foi uma mulher que liberou geral a marvada. 
Sugiro que Luisa de Gusmão seja proclamada a madrinha da cachaça e que a data de aniversário de seu nascimento seja decretado feriado na cidade do Rio de janeiro, com comemorações, festas, eventos para a população degustar a marvada e outras atividades.

Talvez isso ajude a explicar que a fiscalização e a repressão , em todas as esferas possíveis, aqui no Rio funcionam não de acordo com as leis, mas sim em função das decisões e consensos da população. Um bom exemplo é a energia elétrica. Algumas distribuidoras de energia elétrica cobram taxa de gato aos moradores. Ora, o gato é roubo de energia, já que a população entende, corretamente, que esse é um serviço que deveria ser gratuito. Como as companhias distribuidoras de energia não conseguem acabar com  os gatos, passaram a cobrar uma taxa de gato às residências que desviam energia elétrica da rede. Cabe lembrar, que os funcionários das companhias de distribuição de energia elétrica são muito requisitados para fazer os gatos, o que fazem com preços acessíveis à todos os moradores. 

Salvador de Sá virou nome de rua, a mesma rua onde se encontra a sede da  escola de samba Estácio de Sá e onde , também, recentemente, um quartel da Polícia Militar foi assaltado e 40 pistolas foram roubadas.

Isso é que dá mexer com a cachaça.

Um surto gigantesco de pessoas e instituições que odeiam a democracia


Boechat:

oportunismo seletivo de FHC e o ridículo dos fascistas nas ruas




O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso veio a público para dizer que sentia vergonha do que estava acontecendo na Petrobras. Eu queria fazer a seguinte observação: Acho que ele [Fernando Henrique Cardoso] está sendo oportunista quando começa a sentir vergonha com a roubalheira ocorrida na gestão alheia. É o tipo de vergonha que tem memória controlada pelo tempo. A partir de um certo tempo para trás ou para frente você começa a sentir vergonha, porque o presidente Fernando Henrique Cardoso é um homem suficientemente experiente e bem informado para saber que na Petrobras se roubou também durante o seu governo. ‘Ah, mas não pegaram ninguém!” Ora presidente! Dá um desconto porque só falta o senhor achar que na gestão do Sarney não teve gente roubando na Petrobras. Na gestão do Fernando Collor não teve gente roubando na Petrobras. Na gestão do Itamar Franco não teve gente roubando na Petrobras. A Petrobras sempre teve em maior ou menor escala denúncias que apontavam desvios. Eu ganhei um Prêmio Esso em 89 denunciando roubalheira na Petrobras. […] A Petrobras sempre foi vítima de quadrilhas que operavam lá dentro formada por gente dos seus quadros ou que foram indicados por políticos e por empresários, fornecedores, empreiteiras. Então essa vergonha do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso é sim uma tentativa de manipulação política partidária da questão policial”.


(…) “Eu acho mais o que saudável que as pessoas se manifestem politicamente. Contra e a favor do Governo. Eu acho muito bom que se manifestem contra principalmente porque governos sob pressão tendem a ser mais claros, objetivos, focados no interesse coletivo, mas acho que pegar essas manifestações para vender a ideia de que está se trabalhando um impeachment, ou se pedindo um impeachment da presidente Dilma é tão ridículo quanto estar nessas manifestações para pedir a volta a ditadura militar. Quem está pedindo o impeachment, mesmo que não peça a volta da ditadura militar está trabalhando com o mesmo DNA golpista, o mesmo tipo de idiotice, de imbecilidade, porque a Dilma, queiram ou não, foi eleita legitimamente não pelos nordestinos como parte deles prefere de forma neurótica e preconceituosa propagar, mas pelos mineiros que Aécio Neves governou, cariocas e fluminenses que jamais foram dados a votar em governantes da situação. Então ela foi eleita pela maioria dos votos do Brasil. Pronto, acabou, vira essa página e vamos em frente”.

Fonte: MARIA FRÔ
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A Rede Bandeirantes e seu jornalismo não são referência para mim.

Como velha mídia  pouco acrescenta no cenário informativo e também de entretenimento.

No entanto, em raras ocasiões procuram demonstrar equilíbrio nas informações, talvez pelo excesso de manipulações diárias que apresentam.

Foi o caso do jornalista acima citado, que durante a campanha eleitoral em nenhum momento criticou as tentativas de golpe e os factóides lançados por veja e globo e que foram reproduzidos sem críticas por todas emissoras de tv e de rádio.

O que estamos assistindo nesses dias pós eleição ainda são desdobramentos  das expectativas  , planos, estratégias e armações que o campo da oposição colocou em prática na tentativa de ganhar as eleições.

Foi a quarta derrota seguida do PSDB, logo também da velha mídia , para o PT.

Ficou claro, até mesmo para os inocentes midiotas, que as oposições e a velha mídia investiram pesado e apostaram tudo na vitória de Aécio.

Perderam, pela quarta vez.

Uma grande expectativa quando não atingidos os objetivos, gera uma frustração de mesma intensidade.

Foi o que ocorreu com as oposições e a velha mídia com a quarta derrota seguida para o PT.

No dia em que as urnas deram o veredicto - a quarta vitória seguida do PT - as pessoas das oposições mais envolvidas no processo eleitoral foram  tomadas por uma profunda tristeza, inicialmente, que depois é transformada em uma nova esperança, fruto de fantasias criadas para não aceitar a realidade.

A primeira fantasia , logo nos dois dias seguintes a confirmação da quarta vitória consecutiva do PT, foi a necessidade de uma recontagem dos votos, na esperança infantil associada a fuga ante o real, de ainda vencer o pleito  e assim evitar a quarta vitória do PT.

Fantasia por um lado e desprezo pela democracia por outro, se fundem na tristeza, desespero, raiva e negação da realidade.

Como a recontagem dos votos caiu no ridículo que já era esperado, as oposições e a velha mídia - ainda no processo de negação da realidade e desprezo pela democracia - embarcaram em mais uma fantasia que pudesse amenizar o sofrimento pela quarta derrota seguida para o PT, e com isso criar uma  nova esperança de vitória nas eleições que se encerraram em 26 de outubro deste ano e deram de forma clara e inequívoca a vitória para Dilma, do PT, a quarta seguida do Partido dos trabalhadores desde as eleições de 2002.

Os desdobramentos das ações da Polícia Federal nas investigações de corrupção em empresas do governo - algo que os governos do PT fazem e nenhum outro governo fez - abriram possibilidades para a oposição e a velha mídia que ainda não aceitam a realidade - a quarta vitória seguida do PT - de engendrar caminhos possíveis que possam  especular sobre um possível impeachment da presidenta Dilma, não apenas pela corrupção na Petrobras - que existe desde sempre - até mesmo pelas contas  da campanha eleitoral de Dilma,contas que estão sendo analisadas com todo interesse e dedicação por um  Ministro do STF frustradíssimo pela quarta vitória consecutiva do PT nas eleições presidenciais.

Primeiro a derrota nas eleições, em seguida  os sentimentos embaralhados de raiva, frustração e tristeza pela derrota, logo após, a criação de fantasias e estratégias para ainda tentar vencer as eleições.

Tudo isso combinado, expõe alguns aspectos dos valores reinantes nas oposições e na velha mídia.

Em primeiro um desprezo pela democracia.

Em segundo lugar um cinismo e uma hipocrisia que pegam carona nas ações do governo - revelando o que acontece com todos os governos  anteriores através do governo que resolve investigar os fatos - quando a velha mídia disponibiliza espaço para declarações como a de FHC - citada na declaração de Boechat acima - e mesmo pelo noticiário da velha mídia totalmente distorcido da realidade , em função da apresentação de aspectos das investigações  pinçados com uma seletividade golpista .

Um terceiro aspecto que emerge são a suposta civilidade e equilíbrio demonstrados pelos setores de oposição, políticos e jornalistas.

Todos se apresentam  diante das câmeras ou nas linhas impressas, com um discurso pretensamente civilizado e livre de contaminações sentimentais e/ou emocionais, valorizando a plenitude da razão redentora e fria.

Ocorre que isso não é verdadeiro.

O pretenso discurso racional e equilibrado, é apenas uma construção cosmética que no caso dessas eleições não consegue esconder as emoções e os sentimentos que dominam a maioria das oposições, políticos, colunistas e jornalistas.

Quando tais emoções e sentimentos são exacerbados, a ponto de não aceitar a realidade ( a quarta vitória consecutiva do PT ) o discurso racional torna-se grotesco e até mesmo cômico. 

A título de exemplo imagine, caro leitor, um deputado falando para o outro:

- " vossa excelência que vá tomar no cú"

O exemplo acima, com algum exagero, ajuda a ilustrar o que se passa com os setores oposicionistas mais radicais da sociedade, incluindo aí a velha mídia e os políticos de oposição.

Longe de um um equilíbrio civilizado e de uma abordagem que privilegie a razão, as pessoas da velha mídia e da oposição já não mais percebem as emoções e os sentimentos em que estão imersos, fazendo desta forma do discurso racional algo inócuo, já que o que salta aos olhos é tão alto, claro e  escancarado que não se consegue ouvi-los.

Em outra palavras , o que se passa no momento com as pessoas da velha mídia e das oposições os psicólogos costumam  chamar de surto.

Por outro lado,o surto quando se manifesta sempre revela outros aspectos da personalidade das pessoas , que caso em questão são aversão e desprezo pela democracia e pela vontade popular.

Antes de qualquer discussão sobre os temas de interesse da população, o  que se precisa é dar um choque de realidade na velha mídia e nas oposições.

Feito isso, o debate será possível depois dessa quarta vitória consecutiva do PT.

terça-feira, 18 de novembro de 2014

A imprensa como instrumento desestabilizador do país


Quem está alimentando os corvos que atacaram o repórter do CQC?

Postado em 18 nov 2014
Guga mostrou caráter
Guga mostrou caráter
Primeiro: toda a solidariedade do DCM ao jornalista do CQC agredido verbalmente por extremistas de direita num protesto contra Dilma.
Aconteceu uma coisa parecida em outro protesto com um repórter do DCM, Pedro Zambarda de Araújo.
Assisti ao vídeo.
Fiquei admirado com a atitude do jornalista.  Foi minha primeira surpresa. Soube se comportar. Foi altivo num ambiente de alto risco. Poderia ter apanhado. Dado ódio dos manifestantes, poderia ter sido linchado.
Minha segunda surpresa foi ao saber que se tratava do filho de Ricardo Noblat, Guga Noblat.
Havia uma ironia ali. Guga foi chamado repetidas vezes de chapa-branca e de mídia vendida.
A ironia é que Noblat insistentemente chama sites fora das grandes empresas jornalísticas de chapa branca.
Guga recebeu, de maníacos, o mesmo insulto que o pai aplica a tantos sites.
Vou passar pelo absurdo que é de alguma forma associar o CQC ao PT. Algum tempo atrás, para lembrar apenas uma passagem, o CQC massacrou Genoino ao vivo com um expediente vergonhoso. Usou uma criança como isca para tripudiar sobre ele.
Marcelo Tas, que só agora vai deixando o comando do CQC, é sabidamente um dos homens mais reacionários da tevê brasileira.
“Mídia vendida?”
A direita brasileira enlouqueceu.
Ao comentar o vídeo, que viralizou nas redes sociais, várias pessoas lembraram de um filme do diretor espanhol Carlos Saura, Cria Cuervos.
Essencialmente: você alimenta corvos e corre o risco de ser devorado por eles.
Ricardo Noblat pertence a um mundo que vem, desde que o PT ascendeu ao poder, criando corvos, como este que ameaçou o jovem Guga.
É o mundo das grandes empresas jornalísticas.
Veja como Jabor se refere ao PT e aos petistas em todas as mídias da Globo – tevê, rádio, jornal, internet.
Os petistas são bolcheviques prestes a instaurar uma ditadura estalinista no país, conforme Jabor.
Como ele, tantos outros fazem a mesma pregação de ódio e ignorância: Reinaldo Azevedo, Rodrigo Constantino, Augusto Nunes, Ricardo Setti, Rachel Sheherazade, Merval Pereira, Pondé, Mainardi etc.
Noblat pertence a este grupo.
É fácil e difícil a vida deles. Fácil porque têm ocupação garantida, desde que criem corvos. Difícil porque, se ousarem expressar opiniões diferentes daquelas pelas quais são pagos, são rapidamente descartados.
Barbara Gancia, por exemplo, começou a escrever coisas fora do habitual, e foi encostada pela Folha.
Sou pai, e sei como Noblat deve ter se sentido ao ver a violência a que Guga foi submetido.
Noblat teve sucesso na educação do filho valente, fica claro no vídeo.
Como pai, brilhou.
Mas como jornalista ele está ajudando a criar os corvos que poderiam vitimar seu filho.
Fonte:  DIÁRIO DO CENTRO DO MUNDO
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Fala-se por todos os cantos, lados e centros que o surgimento da internete e consequentemente das redes sociais, abriu espaço para um tipo de crítica violenta e de comentários das mais variadas ideologias, já que a rede garante uma certa privacidade aos autores de tais comentários.

Isso é verdade.

No entanto, nos últimos anos, principalmente nos anos de governos do PT com Lula e Dilma, o que se vê é a velha mídia e seus meios tradicionais de produção de conteúdos como o centro disseminador de uma cultura de violência e de intolerância.

Por outro lado, essa cultura de violência na mídia se intensificou a partir do início da década de 1990, não apenas no Brasil, como em todo o mundo ocidental. 
A mídia passou a exercer o papel de cão de guarda do lado vencedor, o capitalismo, atuando de forma a confirmar todas as teorias "vencedoras" e perseguir de forma implacável todo e qualquer conteúdo que não estivesse de acordo com tais teorias.

Como nos anos da década de 1990 o Brasil teve governos alinhados com o pensamento dominante e "vencedor", e ainda apoiados pela velha mídia, não se viu na imprensa grandes manifestações de intolerância e ódio, mesmo que tais manifestações ocorressem principalmente contra os movimentos populares, com destaque para o MST que mereceu críticas e ataques não menos violentos que os ataques de hoje contra os governos do PT.

Daí se conclui que essa postura violenta da velha mídia nada tem a ver com o surgimento da internete, já que suas origens são outras.

No entanto, como o setor que em tese tem o papel  de mediador da opinião pública, a velha mídia se constitui como um centro desestabilizador da sociedade e , devido a isso, precisa de todas as formas e meios ser detido.

A ignorância e a estupidez da velha mídia brasileira


La télépathie, un sujet scientifique en pleine progression

télépathie

Des chercheurs sont sur le point de formaliser la connexion de deux personnes séparées par une grande distance. Une réussite prometteuse pour la médecine et pour la communication non verbale.

C’est un grand pas en avant au niveau scientifique qui mérite d’être relevé. Des chercheurs se sont donné comme objectif d’établir une communication entre deux cerveaux de sujets séparés par une très grande distance. Une performance qui a pu être réalisée grâce à un protocole incluant diverses technologies et techniques connues. Durant l’expérience, l’émetteur du message, situé en Inde, était équipé d’électrodes. Après avoir pensé à un mot simple, l’enregistrement de l’activité cérébrale a pu être transposé sous forme d’électroencéphalogramme. Ainsi traduit en système binaire (comme pour les ordinateurs), ce même code a été transmis vers trois sujets récepteurs situés en France, sous forme de flash lumineux.
Le résultat de cette expérience a été très probant, les sujets ayant réussi à interpréter le message de départ. Une deuxième expérience menée entre différents individus en France et en Espagne a apporté un résultat très positif ; le taux d’erreur est monté à 15 % seulement, dont deux tiers provenant du décodage final. Les neuro-technologies ont ainsi permis de transmettre une pensée de façon directe d’une personne à l’autre.
Ces constats permettent d’envisager avec optimisme la possibilité de progresser en communication non verbale, autrement dit la télépathie. L’espoir peut revenir pour communiquer avec les personnes paralysées et qui ne peuvent plus utiliser leur voix. Un progrès très important à formaliser et affiner, le matériel actuel étant résolument encombrant et nécessitant un protocole imposant.
Fonte: LIBÉRATION
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Para o caro leitor , o artigo acima trata de mais experimentos que estão em curso no campo da telepatia, com resultados que confirmam que a comunicação a distância é possível, ainda com uma pequena taxa de errro de apenas 15% na recepção das mensagens. Ainda segundo o artigo, trata-se de um grande passo para a ciência, com desdobramentos na medicina no tocante a possibilidade real de comunicação com pessoas em estado paralisado, sem poder usar a voz, ou mesmo em estado de coma.
Enquanto a ciência avança, por aqui no Brasil a TV globo afirma categoricamente que telepatia - comunicação não verbal e sem sinal a distância - não existe e ainda é coisa de maluco.
Globo , e grande parte da velha mídia também afirmam que as mudanças climáticas e o aquecimento global não existem, ou melhor, necessitam de mais provas para que se possa confirmar.
Para globo e toda a velha mídia o desamatamento  e ocupação do solo sem critérios realizado ao longo de décadas no Brasil - e que hoje interfere no clima com eventos cada vez mais extremos, como a seca - é sinônimo de progresso e deve ser visto e entendido como desenvolvimento.
As novas propostas de mobilidade urbana com compartilhamento de veículos inteligentes, são negligenciadas pela velha mídia que continiua com seu discurso  em prol dos lucros das montadoras de automóveis e também da cultura do individualismo.
A compreensão da natureza e de todos os fenômenos decorrentes da interação do Homem com o ambiente - incluindo as ciências sociais - não são considerados pela velha mídia como interdependentes, e sim como fenômenos pontuais  e isolados uns dos outros.
No conceito anacrônico da velha mídia brasileira a natureza não é cooperativa, e sim competitiva, razão pela qual tudo se resume em competição, em vencedores e perdedores.
A maneira atrasada como se encontra a velha mídia brasileira, pode também ser compreendido através do noticiário político, que é apresentado de forma seletiva, em função de interesses partidários e com total desprezo pela democracia. 
Em um mundo onde a ciência avança claramente para conceitos de cooperação e de interdepedência entre todas as formas de saber, o que na política reforça os processos democráticos e participativos, a velha mídia brasileira trabalha pelo fortalecimento dos processos autoritários e centralizadores, como a tentativa de golpe  de estado em curso no momento do país.
A continuar desta maneira, em pouco tempo, até mesmo o Vaticano será mais avançado que a velha mídia brasileira.

Abaixo um excelente artigo que, de certa forma, mostra como os povos originários da America Latina, tem uma visão holística e ecológica e que a vida é mais, muitos mais, do que coisas e coisas.

Doña Sebastiana y su teoría de la cura

A partir del testimonio de doña Sebastiana, integrante de un pueblo originario, en relación con la detención de un “manosanta”, el pensador Rodolfo Kusch (1922-1979) definió dos modos de estar en el mundo: el occidental y el de los pueblos de América. El autor de este ensayo advierte que se trata de dos maneras de curar “la caída en la existencia”.
 Por Rubén H. Ríos *

Doña Sebastiana es una anciana que vive en Cerritos, Salta, en un lugar de cinco hectáreas, en una casa de seis habitaciones, y en una habitación de esta casa hay una especie de capilla, sí, de capilla donde se ven unas imágenes, unos iconos del niño Jesús, una grande y una chica. En Esbozo de una antropología filosófica americana (Buenos Aires, ed. Castañeda, 1978), Rodolfo Kusch selecciona una serie de fragmentos del discurso de doña Sebastiana para mostrar el pensamiento popular mítico. El centro del testimonio de doña Sebastiana se refiere a un manosanta, acusado de ejercicio ilegal de la medicina y encarcelado. El manosanta está investido de cierta sacralidad, ya que se presenta como una especie de intermediario entre Dios, lo sagrado, y el mundo de los hombres, lo profano. Y doña Sebastiana se queja de que este manosanta, apresado y encarcelado, ya no puede atender a los pobres –porque este manosanta atiende a los pobres– y así tienen que venir diez manosantas para que llegue el juicio final. Los que más se benefician con la persecución del manosanta son los médicos, que no quieren dejar de ganar plata, dice doña Sebastiana. A partir de este manosanta que atiende a los pobres y con el cual los pobres se entienden, Kusch elabora una ontología de la pobreza como una manera de “estar” en el mundo.
Ser pobre no significa carecer de cosas (de otro modo estaríamos en el pensamiento economicista occidental, del cual Kusch quiere alejarse): ser pobre es algo así como estar inmóvil o estar enfermo, es ser una especie de inválido. Lo que curaría el manosanta –porque no cura ninguna enfermedad objetiva– es la caída, y la pena, la cuita (dice Kusch) de esa caída en la existencia. El efecto que tiene la cura se resuelve finalmente en un “estar andando” y en una afirmación de su ser como posibilidad. El pobre del pensamiento popular no busca ser, no busca afirmarse como ser, sino que se afirma a partir de una negación, afirma así su “estar siendo” y este concepto, el del “estar siendo”, constituye el más importante de los conceptos de Kusch en relación con el pensamiento popular.
El “estar siendo” sería la única manera de salvarse de la caída. Lo que Heidegger llama “caída”, en el pensamiento popular se vive no como la pérdida de algo, sino como un estado de desequilibrio que hay que compensar, retornar a un equilibrio, pero no un equilibrio objetivo sino un equilibrio cósmico. Y, cuando se buscan las causas últimas (o primeras) del mundo y de este Cosmos, este pensamiento tiene connotaciones religiosas. Que no por eso dejan de ser míticas también, porque lo religioso en Kusch se interpreta míticamente.
Dice Kusch que la verdad está en lo no pensable, que solamente puede traducirse como silencio. El pensamiento americano, para Kusch, se origina en lo profundamente silencioso. Sin embargo este silencio, este discurso vacío, difiere del discurso vacío de la razón, de la objetividad científica. Son dos vacíos distintos. El vacío del pensamiento popular americano genera, a partir de un impensado inicial, una serie de afirmaciones, traza todo un mundo en el que basta recorrer un circuito simbólico para, por ejemplo, comer. Algo que el pensamiento científico o el pensamiento teórico no ha llegado a resolver: cómo dar de comer a todos. En el testimonio de los quechuas se relata cómo, recorriendo un cierto camino, a partir de un horizonte simbólico, todos comen. El cómo se come, en el pensamiento popular, no se piensa de manera económica, sino mítica, por supuesto, pero soluciona un problema que la teoría económica no ha resuelto.
En el discurso de doña Sebastiana, Perón ocupa también un lugar simbólico que intermedia entre lo sagrado y lo profano. Del mismo modo que al ser expulsado el manosanta, al no permitírsele que atienda a los pobres, que están inválidos y no pueden solucionar sus problemas porque son pobres, y además no pueden tomar un ómnibus que pasa por la ruta porque no paran para los pobres, después de Perón se ha producido una ruptura del equilibrio de las cosas: ha vuelto el desequilibrio de la caída. Con Perón, en cambio, había una economía para todos y en esta economía para todos se restituía el equilibrio del mundo. Los ricos, los extranjeros, en el discurso de doña Sebastiana, los médicos y los políticos que prometen, pero no hacen, ocasionan un desarreglo del orden simbólico y desafían a Dios. En este orden simbólico, toda ruptura del equilibrio que se logra a partir del ordenamiento mítico del mundo desencadena lo que los griegos llamarían hybris, una violentación cósmica que provoca la ira y el castigo de Dios.
De modo que Perón, para doña Sebastiana, viene a traer la solución a este desorden simbólico que los médicos, los ricos, los extranjeros, han provocado. Y lo han provocado, además, porque el manosanta cura sin instrumentos, simplemente con la mirada, con hablar, con tocar, mientras los médicos curan con inyecciones, con píldoras, y eso no es curar. El orden mítico-simbólico no es instrumental. El orden de lo real-objetivo es instrumental, y suscita un desequilibrio porque produce un exceso de cosas, un exceso de teoría, un exceso de bienes, lo que en otro texto llama Kusch el “patio de objetos”.
La cultura urbana constituye un mundo cosificado (eso que el marxismo. en palabras de Lukács, designaría como cosificación): el ser de la existencia convertido en cosa, solamente en cosa, ese “patio de los objetos” o “la mala vida porteña”, como se titula un libro de Kusch. Como sea, el problema de América no sería un problema de cosificación, como lo entiende el marxismo, sino un problema humano, de las malas relaciones humanas con las cuales los hombres se instalan en el mundo.

El farol

En oposición al orden del mundo de los pueblos americanos está el orden de Occidente, el orden entero de Occidente que se relaciona con ese orden simbólico de una manera que Kusch señala con un nombre políticamente muy claro: imperio. El orden occidental del mundo se relaciona con estos mundos simbólicos bajo la forma del imperium, bajo la forma de la dominación política sobre un mundo que –desde la perspectiva occidental– es irracional, oscurantista, atrasado o subdesarrollado.
El índice diferencial de estos dos órdenes de mundo –uno que domina y el otro que, en última instancia, resiste– es que en el orden occidental rige una imagen del mundo como objetividad, como un conjunto de cosas que son objetivables, cuantificables, cognoscibles a partir de los postulados del conocimiento y de la constitución de un sujeto del conocimiento por intermedio de la razón, una razón que tiene como efecto principal, en Kusch, el de cosificar el mundo. En cambio, lo que Kusch llamaría cultura de los pueblos americanos no se funda sobre la objetividad, sobre un mundo en que las cosas son algo determinado. En el orden simbólico que estudia Kusch, las cosas son más bien algo indeterminado, y no solamente las cosas: también los hombres son indeterminados. Kusch utiliza varios sinónimos para nombrar este mundo: “popular”, “originario”, “seminal”, “mítico”, “natural”, “simbólico”, “arcaico”. Y esa última palabra, “arcaico”, no quiere decir primitivo sino lo originario, en el sentido de la palabra griega arjé –la raíz de “arcaico”– como lo primero y lo principal, lo de primer rango.
En este mundo simbólico de lo popular acontecen fenómenos mágicos, sobrenaturales, como relata otra de las informantes de Kusch, Ceferina. Ella cuenta que cerca de su casa hay algo que se llama “el farol” y que acompaña a los caminantes. Los caminantes solitarios son acompañados en la noche por un farol; simplemente los acompaña y dice la señora Ceferina que no hay que hacer nada ante esa luz. Ni acercarse, ni asustarse, ni correr. Sólo dejar que el farol acompañe al caminante solitario, a cualquiera de nosotros, en la noche. De este tipo de fenómenos hay varios en los testimonios de los informantes. Estos sucesos desde el punto de vista racional y científico no pertenecen a lo real, pero es que el orden simbólico no pertenece al mundo organizado según la razón y la objetividad. El símbolo sería un nexo entre lo indeterminado y lo absoluto, lo impensable, que en un sentido religioso se puede decir también “dios” o “dioses”, sólo que para Kusch eso implicaría objetivar ese absoluto, esa alteridad, lo radicalmente otro a la experiencia humana del mundo: aquello más allá de las imágenes, de la representación, de la palabra, y por lo tanto, de la razón, pero que hace posible que haya palabra, que haya pensamiento, representación, mundo.
Sebastiana está hundida en lo mítico o en lo mítico-religioso, en cambio Ceferina está entre dos mundos, hace una experiencia intermedia. Por ejemplo, a Kusch todo el tiempo le solicita favores: si no le puede conseguir trabajo para el hijo porque no tienen tan buena posición como ella, etcétera. Ceferina tiene por un lado clara conciencia de la objetividad y de la presión de la cosas, pero también tiene una clara conciencia de la opresión de lo absoluto y de lo mítico. Ha trabajado de sirvienta en la ciudad y se mueve en un corredor, en un borde ambivalente. Está a la vez del lado de la objetividad, porque sabe en qué consiste la objetividad, los códigos de la objetividad, el peso de las cosas, la gravidez de las cosas, y también conoce en qué consiste lo otro, lo mítico, la relación con lo trascendente, con la alteridad.
Entonces, la ontología de la pobreza que Kusch elabora a partir de los datos de las informantes no está pensada en términos económicos, de carencia de cosas. Si pobreza significa eso, no tener cosas, estar privado de ciertas cosas prácticas que pueden beneficiar la eficacia de la vida cotidiana, la pobreza popular (o como vive lo popular la pobreza) no es eso. La pobreza ontológica se vincula con el carácter de finitud de la existencia humana. Ser pobre significa no ser plenamente dueño de sí, con todas las resonancias existencialistas del caso que Kusch no rehúye. Ser pobre supone no ser plenamente dueño de uno mismo, no ser plenamente, sino estar de una manera provisoria e indeterminada. Existencia –existentia– quiere decir en latín: “estar parado de pie ahí afuera”. Y en eso consiste la pobreza popular, en esa experiencia, esa vivencia de ser alguien inválido, alguien inmovilizado “ahí afuera”, alguien que tiene que curarse de ese estado de pobreza, salvarse de ese estado de pobreza y para ello tiene que articular un mundo que signifique algo.
Kusch dice que en el pensamiento popular, en oposición radical al orden de la objetividad, hay una necesidad de dar un sentido a la existencia. En la organización del mundo objetivo y racional que critica Kusch se ha perdido el sentido sagrado de la existencia.
Según Kusch, Occidente ha penetrado en este orden simbólico como un imperium y lo ha destruido, y no sólo lo ha destruido porque impuso sobre la cultura de estos pueblos otras categorías culturales, sino que además generó la colonización interna. Kusch trabajó con el antropólogo Luis Rojas Aspiazu, en Bolivia, en el proyecto Waykhuli, en una comunidad de quechuas para reculturizarla dándoles las condiciones necesarias para que puedan reconstruir su propia cultura, que antes de esta experiencia se encontraba desbaratada. Desbaratada, reitera Kusch, por la imposición de modelos culturales y ante todo económicos que estas culturas rechazan en la medida en que los interpretan como una agresión a su propio orden simbólico del mundo.
El proyecto de Rojas Aspiazu consistía en reconstituir la cultura de esta comunidad y en reconstituir relaciones culturales, sociales y económicas donde el problema del hambre, que no ha resuelto la teoría económica occidental, se soluciona. No se soluciona a partir de un plan con unos objetivos económicos que se propongan distribuir los bienes de alguna manera que no afecte el funcionamiento general de la economía, sino de modo radicalmente diferente: comer forma parte de un conjunto de actividades y de estructuras simbólicas, de todo un circuito que hay que recorrer y donde se canta, se baila, se trabaja, se realizan ritos y en algún momento, también, se come.
* Docente en la Facultad de Ciencias Sociales de la UBA. Autor de Para una metafísica argentina y otros ensayos. Texto extractado de “Rodolfo Kusch: América mestiza y antropología filosófica americana”, incluido en Qué es el peronismo. Una respuesta desde la filosofía, de J. Bolívar, R. H. Ríos y José L. Di Lorenzo, de reciente aparición (ed. Octubre).
Fonte: PÁGINA 12

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Confirmada tentativa de golpe eleitoral

Janot confirma: 

houve golpe eleitoral contra Dilma

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Em entrevista à Folha, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, fez uma declaração bombástica:

“Estava visível que queriam interferir no processo eleitoral. O advogado do Alberto Youssef operava para o PSDB do Paraná, foi indicado pelo [governador] Beto Richa para a coisa de saneamento [Conselho de administração da Sanepar], tinha vinculação com partido. O advogado começou a vazar coisa seletivamente. Eu alertei que isso deveria parar, porque a cláusula contratual diz que nem o Youssef nem o advogado podem falar. Se isso seguisse, eu não teria compromisso de homologar a delação.”

Se a acusação atingisse o PSDB, a mídia a teria transformado, imediatamente, em manchetão nas capas de todos os jornais, portais e revistas.
Como é contra o PT, então a informação é minimizada, como sem importância.
Janot repetiu a denúncia de golpe político-midiático, que a gente, da blogosfera, se cansou de fazer durante os primeiros vazamentos seletivos dos depoimentos de Alberto Youssef.
Denúncia esta que a imprensa jamais fez, embora estivesse ali, à vista de todos.
Por quê?
Por que a imprensa não identificou o óbvio, que havia vazamentos seletivos, com objetivo de interferir na campanha eleitoral e prejudicar Dilma Rousseff?
Ora, porque a imprensa fez parte do esquema.
Essa é a conclusão lógica inevitável das palavras de Rodrigo Janot, procurador-geral da República, o cargo máximo do Ministério Público Federal.
No dia do penúltimo debate da eleição presidencial, que ocorreria na Record, um dos principais repórteres políticos da Globo, Gerson Camarotti, chegou a publicar, em seu blog, que Aécio e Alvaro Dias tinham recebido um “detalhamento completo” dos depoimentos de Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef, que “envolveria nomes graúdos do PT”.
Ficou evidente (hoje confirmado, visto que Aécio não usou a suposta “bomba” no segundo turno) que se tratava de blefe tucano e jogo sujo da Globo, para intimidar Dilma no debate.
Aécio tinha apanhado que nem gente grande no debate anterior e estava com medo.
A Globo, portanto, foi cúmplice do golpe eleitoral preparado pela oposição, em conluio com o advogado de Alberto Youssef.
Só que agora as coisas mudaram de figura.
A operação Lava Jato tomou proporções que fogem ao controle da mídia e da “República do Paraná”, ou seja, ao grupo de delegados e procuradores que tentaram usar a investigação para influenciar as eleições.
Envolvendo todos os partidos, e detectando desvios desde 1999, a Lava Jato fortalece a líder política número 1 do país, a presidenta da república.
Não adianta a oposição espernear, como fez Noblat hoje, dizendo que a Polícia Federal é “órgão de Estado”, que Dilma não autorizou nada, blablablá.
A Polícia Federal é um órgão subordinado ao Ministério da Justiça, a presidente da República escolhe o diretor-geral da Polícia Federal. Esta relação está bem clara no Decreto 73.332, de 1973, que define a estrutura da instituição.
Entretanto, não é preciso ser especialista em leis ou decretos para fazer uma comparação simples: a PF não investigava ninguém na era tucana.
Hoje investiga e prende poderosos, de políticos graúdos a empreiteiros bilionários.
Aliás, alguém deveria perguntar se as polícias estaduais, que também são “órgãos de Estado”, investigam os seus respetivos Executivos.
Em São Paulo, alguém pode imaginar a polícia estadual ou a polícia civil investigando o trensalão ou as obras do Rodoanel? Todas elas envolvem, aliás, as mesmas empreiteiras da Operação Lava Jato.
A oposição e a mídia queriam transformar a Lava Jato num golpe político.
Tinha tudo para dar certo. Os delegados federais responsáveis pela operação são tucanos. Foram inclusive flagrados fazendo festinha pró-Aécio no Facebook, usando informações sigilosas.
O juiz Sergio Moro é tucano, como ficou claro com sua leniência em relação aos vazamentos feitos bem durante a campanha eleitoral, inclusive o último, o que sequer existiu, de Alberto Youssef, tentando atingir Dilma.
Os procuradores também devem ser, visto que defenderam os delegados, quando estes foram denunciados na imprensa por seu partidarismo pouco republicano, para dizer o mínimo.
A “República do Paraná” (entendida aqui como juiz, promotores e delegados por trás das investigações feitas pela Operação Lava Jato), enfim, é um núcleo tucano.
Some-isso a uma mídia ultratucana, e tínhamos todos os elementos para criar uma narrativa e aplicar um golpe político-midiático, que culminaria com o impeachment da presidenta.
Mas eles não pensaram uma coisa.
A Lava Jato de repente assumiu uma dimensão tal que saiu da esfera apenas política. Ou seja, deixou de ser regida pelo jogo baixo e apaixonado das guerras partidárias, e passou para o domínio inexpugnável da história.
Ao tratar com os setores economica e politicamente mais poderosos da sociedade, a Lava Jato não poderá abrir “exceções” jurídicas como fez no mensalão.
O fato dos investidores e o próprio juiz serem tucanos se volta em favor de Dilma, porque esta seria acusada de “bolivariana”, se fosse o contrário, se a mídia identificasse afinidade ideológica, política ou partidária entre ela e a República do Paraná. Além de ser acusada de “traidora” pelos caciques partidários envolvidos no esquema. E o enfraquecimento dos caciques pesará em favor do Executivo.
A direita não tem mais um Joaquim Barbosa no STF para fazer o serviço sujo. Em mãos de Teori Zavascki, ela não tem o risco de virar um circo golpista.
Outro fator que enfraquece a tentativa de golpe é que o procurador geral, Rodrigo Janot, embora frequentemente também faça o jogo da mídia, é infinitamente mais qualificado, em termos éticos, do que seus antecessores.
A entrevista que deu à Folha, em que denuncia o golpe do advogado de Youssef, é evidência de que ele não se prestará, não facilmente ao menos, a um jogo sujo como vimos no mensalão, em que procurador, mídia e oposição manipularam provas, ocultaram documentos, e fizeram de tudo para confundir a opinião pública e enganar os réus.
A mídia tentará aumentar ao máximo a presença do PT junto às listas dos corrompidos e corruptores, mas ao fazê-lo, ampliará a imagem de republicana de Dilma Rousseff.
Afinal, que outra estadista, senão Dilma, permitiria que a Polícia Federal, subordinada a seu governo, investigasse e punisse impiedosamente membros de seu próprio partido?
Restará à mídia, desta vez, o papel triste de tentar confundir e manipular a opinião pública, e fazendo o jogo mais baixo.
Quando houver denúncia de envolvimento de um petista: manchetão na capa e páginas e páginas no miolo do jornal.
Quando houver envolvimento de um tucano: sem capa, e notinha curta ao pé de página.
Só que, desta vez, a gente tem as redes sociais.
Alguns internautas temem que haja alguma falsa denúncia sobre caixa 2 na campanha presidencial de Dilma, o que justificaria a sua deposição.
Improvável.
As campanhas presidenciais no Brasil costumam ser impecáveis. O caixa 2 é jogado sempre para as campanhas regionais e proporcionais.
As campanhas presidenciais de PT e PSDB costumam ter dinheiro de sobra. Isso desde 2002.
O mensalão, por exemplo, que foi um problema de caixa 2, admitido pelo próprio Lula e por Delúbio Soares, ocorreu justamente por conta disso: a campanha presidencial chupou todo o dinheiro limpo, e o caixa 2 foi lançado nas costas dos diretórios regionais, que precisavam pagar dívidas de campanha.
Claro, espera-se todo o tipo de mentira, calúnia e manipulação, nos próximos meses. Desta vez, porém, temos uma opinião pública um pouco mais crítica e desconfiada.
E a mídia não tem mais o monopólio da narrativa.
*
O fato da análise das contas da campanha de Dilma terem caído em mãos de Gilmar Mendes, não deveria ser motivo de preocupação excessiva.
Um pouco sim, mas não muito.
Justamente por ser identificado como juiz de oposição, Mendes será obrigado a aprovar as contas da presidenta.
Só lhe restará o patético papel de fazer suspense, pedir explicações, inventar factoides variados.
Mas não poderá desaprovar as contas de Dilma, porque soaria golpista demais isso partir de um juiz tão abertamente de oposição.
De qualquer forma, o próprio Ministério Público Eleitoral entrou com recurso para que a relatoria das contas da campanha de Dilma não fique em mãos de Gilmar.
*
O maior desafio de Dilma, e isso não é pouca coisa, é evitar que a Lava Jato, por envolver as maiores empreiteiras do país, provoque interrupção das grandes obras de infra-estrutura.
A nossa mídia, já vimos, não tem qualquer compromisso com o desenvolvimento. Sergio Moro ganhou pontos ao mostrar que, ao menos nisso, demonstra bom senso.
As empreiteiras empregam centenas de milhares de trabalhadores, e as denúncias terão que apurar responsabilidades e impor multas, mas cuidando para não prejudicar o emprego de quem não tem culpa nenhum pelos desvios. Nem parar obras que são estratégicas e urgentes, como a finalização da refinaria Abreu Lima, cuja entrada em operação servirá como alavanca para a indústria petroquímica, e ajudará a reduzir o déficit da balança comercial brasileira.

Fonte: O CAFEZINHO
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Mais uma tentativa de golpe que entra na longa e extensa capivara da globo.

Não conseguiram durante o processo eleitoral e estão alucinados , agora, por uma nova tentativa de desestabilizar o país.