segunda-feira, 17 de novembro de 2014

E os esquemas de concessões de emissoras de rádio e de TV ?

Procuradores da Lava Jato dizem que esquema começou no governo FHC

16 de novembro de 2014 | 11:48 Autor: Miguel do Rosário
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A mídia vai tentar esconder isso, mas não será possível.
Os procuradores que respondem pela Operação Lava Jato afirmaram ontem, em coletivas de imprensa, que o esquema de cartel das empreiteiras em obras da Petrobrás teve início antes da chegada dos diretores Paulo Roberto Costa e Renato de Souza Duque.
Aliás, sempre é bom lembrar que Costa e Duque estavam na Petrobrás desde os anos 70, e que assumiram cargos de responsabilidade bem antes da eleição de Lula.
Voltando aos procuradores, eles afirmaram que o esquema dura há, no mínimo, 15 anos, ou seja, desde 1999, bem antes de Lula.
Sem esquecer que as mesmas empreiteiras envolvidas no esquema junto a Petrobrás, desbaratado pela Polícia Federal, também estão envolvidas com escândalos relacionados à oposição, como o Rodoanel de São Paulo.
Essas informações são importantes para que o escândalo seja despolitizado e tratado como ele é: uma esquema de corrupção que precisa ser investigado com objetividade.
Corruptos e corruptores acusados no escândalo da Petrobrás não queriam implantar nenhum “bolivarianismo” no país.
Não estão interessados em “revolução comunista”.
Não participam do “Fóro de São Paulo”.
Muito provavelmente não são nenhum entusiastas da reforma agrária ou da necessidade de ampliação de programas sociais.
Ao contrário, são empresários politicamente conservadores, que corromperam servidores que pensam da mesma forma.
Os marchadores golpistas, portanto, devem baixar a bola, porque a informação do Ministério Público confirma um fato insofismável: as investigações de hoje apenas são possíveis em virtude da autonomia e liberdade proporcionadas por Dilma Rousseff à Polícia Federal e ao próprio MP.
Não se trata apenas de autonomia funcional, mas de um posicionamento político republicano, e que inclusive às vezes criticamos como republicano demais, ao permitir um proselitismo político e partidário de oposição dentro das próprias instituições do Estado.
Entretanto, desta vez, o republicanismo radical de Dilma deu certo.
Se os delegados federais responsáveis pelo Lava Jato, ao invés de flagrados fazendo festinha para Aécio Neves e xingando o governo, no Facebook, tivessem sido apanhados na situação contrária, fazendo festinha para Dilma e xingando o PSDB, Dilma estaria sendo chamada de “bolivariana”.
E “bolivariano”, no vocabulário especial da mídia brasileira, que é uma espécie de universo paralelo do ultraconservadorismo, mas com grande influência nos estamentos superiores da sociedade, significa autoritarismo.
Se houve a intenção de transformar a Lava Jato num ensaio de golpe político contra a presidenta, não está dando certo.
A presidenta prometeu que as investigações seriam levadas às últimas consequências e que não sobraria pedra sobre pedra.
Está cumprindo o que prometeu, e da maneira mais democrática e republicana: sem interferir nas investigações.
Como o escândalo respinga em todos os principais partidos e teve início na gestão FHC, atravessando a era Lula, até explodir no governo Dilma, a imprensa de oposição terá dificuldade em aplicar seus critérios de indignação seletiva.
 Fonte: TIJOLAÇO
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MPF confirma:  corrupção na Petrobrás é herança maldita de FHC. -
" Esquema criminoso atuava há pelo menos 15 anos na Petrobras",
afirmam procuradores"


Na petição feita pelo Ministério Público pedindo para bloquear contas bancárias das empreiteiras envolvidas na Operação Lavajato (indeferida pelo Juiz Sérgio Moro), os procuradores afirmaram que o esquema de corrupção teria começado antes da gestão de Paulo Roberto Costa e Renato de Souza Duque nas diretorias da Petrobrás.

“Muito embora não seja possível dimensionar o valor total do dano, é possível afirmar que o esquema criminoso atuava há pelo menos 15 anos na Petrobras, pelo que a medida proposta e ora intentada não se mostra excessiva”, argumentaram.

Logo o esquema vem, pelo menos, desde o governo FHC, como já observamos em notas anteriores. As investigações e ressarcimento aos cofres públicos precisa ir até o período em que o crimes não prescreveu ainda.

E mesmo nos casos em que houve prescrição é preciso criar uma espécie de "Comissão da Verdade para casos de corrupção" convocando FHC e seus aliados para explicarem à luz da história os crimes de corrupção em seu governo para não se repitam nunca mais.

Fonte: A JUSTICEIRA DE ESQUERDA
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Paulo Roberto Costa é o mais novo peão que foi introduzido no xadrez dessas eleições. Era funcionário de carreira desde os anos 70 da Petrobras. Ingressou na Petrobras em 1977. Nos Governos de FHC, de 1997 a 2003 exerceu a função de Conselheiro da TGB – Gasoduto Bolívia Brasil S.A., quando foi inserido na convivência com gestoresinternacionais da Enron e El Paso, tendo exercido a função de forma cumulativa de Diretor da Gaspetro com mandato de maio de 1999 a dezembro de 2000.

Ou seja, o envolvimento dele com o partido de Aécio é patente e sua dedicação a eles bastante eficaz.

Dizem que era intermediador de propina na Petrobras e fazia isso para vários partidos. Teria alguma participação nacompra de votos para a reeleição de FHC? Não sabemos, e, pelo que parece isso não vai aparecer no seu depoimento, mesmo que possa ter acontecido.

Seria coincidência que o partido que o nomeou em cargos de gestão não aparece em momento algum nas reportagens vazadas para a mídia corporativa da sua delação que deveria estar sob segredo de justiça?

Outra coisa interessante também é que Paulo Roberto já confessou ter um contrato com a Globo para vender uma ilha. Sua Consultoria Costa Global teria entre seus contratados as organizações Globo.

Quantos e quais outros contratos teria Paulo Roberto e que pessoas estariam por trás desses contratos?

Alguns podem afirmar: Mas o que esse homem estava fazendo num governo do PT? E eu respondo.

Os Governos do PT, diferente do que a mídia corporativa afirma não aparelharam a Petrobras com gente do PT.

O PT priorizou o conhecimento técnico e a competência das pessoas, além do político. Mas, entre esses técnicos vários eram ligados a vários partidos, inclusive ao PSDB que cooptou pessoas para seu projeto depoder e aparelhou a Petrobras com muitos deles. O PT achou que não teria problemas com isso. Aí está no que deu. Coube a Dilma demiti-lo em 2012 quando já havia uma investigação sobre o assunto.

Fonte; A JUSTICEIRA DE ESQUERDA
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Paulo Francis não morreu

Por Luciano Martins Costa em 17/11/2014 na edição 824
Comentário para o programa radiofônico do Observatório, 17/11/201
Os jornais do fim de semana registram o que pode vir a ser o ponto de inflexão das relações viciadas entre a política e os interesses privados no Brasil. A prisão de 24 altos executivos, entre os quais quatro presidentes de grandes empresas e um ex-diretor da Petrobras, coloca nas mãos da Justiça o material necessário para aprofundar as investigações sobre a corrupção e passar a limpo o sistema de financiamento de campanhas eleitorais.
A última etapa da ação policial está sendo chamada de “Juízo Final”. Os jornais dizem que serão citados pelo menos 70 senadores e deputados. Também está publicado que todos os partidos, com exceção do PSOL, foram financiados pelas empreiteiras acusadas no escândalo.
O evento coloca o Brasil diante da possibilidade de levar à frente uma “Operação Mãos Limpas” como a que sacudiu as instituições italianas nos anos 1990. O alto risco dessa operação reside no fato de que sua continuidade pode depender do empenho da imprensa em dividir com equilíbrio e de forma equânime as responsabilidades, sem omitir ou dissimular as culpas conforme a filiação partidária dos acusados. Deve-se lembrar também que o esquema descrito pelos jornais na segunda-feira (17/11) é uma cópia exata do “clube de fornecedores” revelado no escândalo do metrô de São Paulo.
Entre as muitas páginas publicadas desde sábado (15), apenas a Folha de S. Paulo dá espaço para os dois pontos que irão definir o alcance da ação policial. Num deles, o colunista Luiz Fernando Viana (ver aqui) critica a omissão da imprensa em buscar as origens do esquema de corrupção que envolve gestores públicos e fornecedores de produtos e serviços ao Estado. O jornalista questiona: “Por que passamos a achar que nos cabe apenas noticiar os acontecimentos mais recentes, sonegando ao leitor informações que ampliariam sua capacidade de discernimento?”
No outro exemplo, o articulista Ricardo Melo observa (ver aqui), muito a propósito, que, em 1997, o jornalista Paulo Francis afirmou, em comentário no programa Manhattan Connection, que havia um esquema de roubalheira na Petrobras. O então presidente da empresa, Joel Rennó, em vez de tomar alguma providência, abriu um processo de US$ 100 milhões contra Francis, lembra o articulista da Folha.
Um fantasma nas redações
Portanto, está definido o ponto mínimo de movimentação da imprensa diante do escândalo, sem o qual o noticiário deixa de merecer credibilidade: quais eram os fatos a que se referia o polêmico comentarista.
O jornalista Franz Paul Heilborn, que assinava sua coluna nos jornais e se apresentava na TV como Paulo Francis, morreu menos de um mês depois de ser informado por seus advogados de que não tinha como se defender no processo movido pela Petrobras na corte de Nova York. Como havia acusado sem provas, baseado em fontes que não podia revelar, entrou em depressão e sofreu um estresse que causou sua morte por um ataque cardíaco, segundo revelou sua mulher, a jornalista e escritora Sonia Nolasco.
A lembrança de sua denúncia vem agora assombrar antigos dirigentes da empresa petroleira e colocar a imprensa brasileira diante de um dilema: se persistir em circunscrever o escândalo aos fatos recentes, datando o processo a partir do ano 2013, o noticiário ficará marcado pelo partidarismo e a manipulação. Se for investigar as origens do escândalo, completando a pauta levantada por Paulo Francis há 17 anos, terá que reconhecer que a corrupção na Petrobras tem raízes mais profundas, e estará aberto o caminho para uma operação de larga escala contra a roubalheira. O ponto de partida dessa pauta é sua afirmação de que, em 1997, diretores da Petrobras engordavam contas bancárias na Suíça com dinheiro de propinas obtidas na compra de equipamentos.
O escritor e colunista Carlos Heitor Cony já havia feito pelo menos duas referências à sua história, em março e setembro deste ano (ver aqui e aqui), na própria Folha, mas nenhum jornal teve interesse em revisitar o passado. Cony e outros jornalistas que trabalharam com Francis, como este observador, sabiam que ele não era um repórter investigativo, mas tinha fontes poderosas. Os fatos que agora vemos expostos nos jornais demonstram que sua denúncia tinha fundamento.
A revelação de que policiais federais do Paraná envolvidos na Operação Lava Jato atuavam como cabos eleitorais do PSDB cria para a instituição um dever de honra: levar o inquérito aos níveis de uma “Operação Mãos Limpas”, acabando com o vazamento seletivo de informações.
Os jornais não poderão seguir com seu joguinho de mostra-e-esconde. O fantasma de Paulo Francis vai assombrar as redações.
Fonte: OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA
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Já imaginava que esse esquema era bem antigo, bem antes da era Lula.

O que parece que ficou provado é que o esquema começou no governo de FHC, ou seja, quem montou o esquema foram os tucanos.

Não é de se estranhar que diante dessa revelação , FHC tenha vindo a público, neste último final de semana, para dizer que se sente envergonhado em ser brasileiro, em uma referência ao esquema de corrupção como sendo obra do PT.

Uma clara tentativa de desviar o foco sobre os verdadeiros autores do esquema de corrupção na estatal.

Ainda hoje, o jornal o globo estampou em primeira página manchete em que afirma que esquema similar pode existir no setor elétrico, citando a construção da hidrelétrica de Jirau.

Onde tem obras para avançar a infraestrutura do país, a velha mídia tenta inviabilizar.

A manchete de globo revela que a campanha para atacar o governo e o PT no esquema de corrupção da Petrobrás, pode ter sido um tiro no próprio pé das oposições, motivo pelo qual globo já tenta mudar o foco para o setor elétrico em uma tentativa alucinada, golpista, de manter um clima de denúncias sem fim e , a todo custo, tentando identificar algo que possa comprometer o governo, mesmo que para atingir os objetivos, se atire para todos os lados, em 360º.

E se a Polícia Federal resolver  investigar, também, as concessões de emissoras de rádio e de TV ?

Sonegador de impostos inviabiliza patrimônio cultural brasileiro

“Injusto é pagar imposto no Brasil”: 

a 1ª reportagem da série do DCM sobre a sonegação da Globo

globo2002
Com esta matéria, inauguramos a série sobre o processo de sonegação de impostos da Globo envolvendo os direitos de transmissão da Copa do Mundo de 2002. É o terceiro projeto financiado pelos nossos leitores através de crowdfunding no site Catarse. O repórter Joaquim de Carvalho está apurando o caso em várias cidades. No final, teremos um documentário. Fique ligado.

Em um dos momentos curiosos da eleição deste ano no Rio de Janeiro, a apresentadora da TV Globo Mariana Gross, após entrevistar ao vivo o candidato a governador Antony Garotinho, olha para a câmera, o que significa se dirigir aos telespectadores, e diz:
- A Globo não sonega. A Globo paga seus impostos.
Era a resposta a um comentário do candidato:
- A Globo, por exemplo, é acusada de sonegar milhões em um esquema envolvendo laranjas. É uma acusação. Pode não ser verdade, eu até acredito que seja, mas é a minha opinião.
O caso levantado na entrevista remete à assinatura do contrato de concessão de licença para a transmissão da Copa do Mundo de 2002, assinado no dia 29 de junho de 1998. De um lado, a ISMM Investments AG, da Suíça, representante da Fifa. De outro, a TV Globo e Globo Overseas, uma empresa holandesa controlada pela família Marinho. O valor do contrato era de 220,5 milhões de dólares, o equivalente hoje a 600 milhões de reais e dava direito à transmissão de 64 jogos da Copa e de todos os eventos relacionados.
Oito anos e duas Copas depois, o auditor fiscal Alberto Sodré Zile, da Delegacia da Receita Federal do Rio de Janeiro, encerrou uma investigação sobre a aquisição dos direitos de transmissão pela Globo e concluiu:
“A Globo sonegou impostos, mediante fraude, no montante de 183 milhões de reais, em valores atualizados em 2006. Por considerar a fraude uma agravante da sonegação, aplicou multa em percentual dobrado, no valor de 274 milhões de reais. Com os juros de mora, calculados até 29 de setembro de 2006, Zile entregou à Globo uma conta de 615 milhões de reais.”
O auditor fiscal fez ainda uma representação para fins penais, que deveria ser encaminhada ao Ministério Público. Nela, como um anatomista diante de um cadáver, descreve cada pedaço de um quebra cabeças que revela uma intrincada engenharia financeira.
“Em um ano e meio, diversas operações societárias foram engendradas para que, ao fim, a TV Globo e a Globosat pudessem transmitir a Copa em que o Brasil se sagrou pentacampeão. Foram seis alterações sociais e duas empresas constituídas e destituídas neste curto espaço de tempo”, escreve.
Segundo ele, as operações tinha “um único objetivo”: esconder das autoridades brasileiras a aquisição dos direitos de transmissão da Copa do Mundo pela TV Globo e, com isso, “fugir da tributação mais desfavorecida”.
Alberto Zile reconhece o direito das empresas de buscar reduzir o pagamento de impostos. Mas diz que o chamado “planejamento fiscal” tem um limite: a fraude. E ele cita o caso da empresa Empire, constituída nas Ilhas Virgens Britânicas.
A Empire não tinha uma câmera sequer, muito menos microfone ou antena de transmissão, mas até alguns meses antes do início da Copa de 2002 eram dela os direitos de transmissão de um dos maiores eventos esportivos do planeta.
A TV Globo pagou pela Empire cerca de 221 milhões de dólares, mesmo sabendo que a Empire, além de não contar com equipamentos, não tinha sequer um escritório. Sua sede era uma caixa postal nas Ilhas Virgens Britânicas, a PO Box 3340, compartilhada com a Ernst & Young Trust Corporation (BVI) Ltd.
Na investigação, o auditor descobriu que, por trás da Empire, estava a própria TV Globo. Em sua defesa, o grupo sustentava que a compra da Empire fazia parte de uma estratégia de ampliação dos negócios da Globo no Exterior. Mas a farsa caiu por terra quando a Receita Federal fez um questionamento por escrito sobre a propriedade da Empire.
Documento na Receita Federal
Documento da Receita Federal

O advogado José Américo Buentes admitiu: “Existe vínculo indiretamente”, porque os controladores da Globo e da Empire sempre foram as mesmas pessoas. Para o auditor fiscal, tudo não passou de “simulação”.
O teatro que o auditor fiscal Zile descreve tem mais três capítulos: um no Brasil, outro no Uruguai e mais um na Ilha da Madeira. Depois de comprar a Empire, a Globo repassou as cotas da empresa a outra companhia, criada por ela no Rio de Janeiro, a GEE Eventos Esportivos Ltda, que, a exemplo da empresa das Ilhas Virgens, não tem estrutura para gravar em vídeo uma só entrevista, muito menos transmitir a Copa do Mundo. É empresa de fachada.
Nas vésperas da abertura da Copa de 2002, a Globo fechou a GEE e dividiu com a Globosat (canal fechado) os direitos de transmissão. O dinheiro usado para pagar o ISMM, representante da Fifa, saiu da própria Globo, via uma simulação de empréstimo a uma empresa do Uruguai, a Power, e outra simulação de empréstimo com uma empresa chamada Porto Esperança, na Ilha da Madeira.
Nos dois casos, empresas credoras e devedoras são controladas pelas mesmas pessoas: os irmãos Roberto Irineu Marinho, João Roberto Marinho e José Roberto Marinho.
Um trecho da representação contra os filhos de Roberto Marinho diz:
“De fato, as operações arroladas, de forma sintética, no item 1.3, dão a clara ideia de que vários dos atos praticados pela fiscalizada estavam completamente dissociados de uma racional organização empresarial e, consequentemente, de que a aquisição dos direitos de transmissão, por meio de televisão, da competição desportiva de futebol internacional, com intuito de fugir da tributação mais desfavorecida.”
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Com a engenharia financeira, a Globo deixou de pagar à época o tributo pela aquisição dos direitos de transmissão: 15% sobre valor total, caso o negócio fosse feito diretamente com a Suíça, ou 25% caso se concretizasse nas Ilhas Virgens Britânicas, como a rigor se concretizou. As alíquotas são diferentes para locais considerados paraísos fiscais, como é o caso das Ilhas Virgens.
A Globo recorreu da autuação junto ao Conselho do Contribuinte que, por unanimidade, deu razão ao auditor fiscal.
Algumas semanas depois, quando o processo estava pronto para ser remetido ao Ministério Público Federal, que teria a prerrogativa para denunciar criminalmente os irmãos Marinho, uma funcionária da Receita Federal interrompeu seu período de férias para entrar na Delegacia e levar embora toda a documentação.
Essa funcionária foi presa, mas com a ajuda de uma banca de cinco advogados, conseguiu habeas corpus no Supremo Tribunal Federal, numa decisão que tem, entre outras, a assinatura do ministro Gilmar Mendes.
Dois especialistas tributários que entrevistei nesta semana falaram sobre o caso da sonegação, sem que soubessem os nomes dos envolvidos. Ambos consideraram os fatos graves, mas disseram que o risco dos culpados serem punidos é zero.
Na Itália, até Sophia Loren passou uma temporada na cadeia pelo crime de sonegação fiscal. Nos Estados Unidos, a proprietária do Empire State passou uma temporada presa por deixar de pagar impostos. Recentemente, na Alemanha, o presidente do Bayern foi condenado pelo mesmo crime.
No Brasil, o Código Tributário Nacional, de 1969, dá ao sonegador a chance de se acertar com o Fisco até a abertura do processo na Receita Federal. O Código está em vigor, mas, nesse ponto, virou letra morta, em razão de sucessivas decisões judiciais que estenderam a extinção da punibilidade até a aceitação da denúncia pela Justiça.
Agora, uma corrente que já coleciona algumas vitórias nas cortes superiores, advoga que a punibilidade se extingue a qualquer tempo, desde que o sonegador pague seus débitos, mesmo com o processo judicial em andamento ou até concluído.
De alguns anos para cá, o Congresso Nacional aprovou algumas vezes o chamado Refis, uma colher de chá para o devedor. A justificativa é ajudar o contribuinte em dificuldade e elevar a arrecadação do Fisco. Com isso, multas e juros de mora caem quase a zero.
Em 2009, o Legislativo concedeu o Refis, e a Globo fez circular a versão de que quitou seu débito nessa leva de inadimplentes. A empresa nunca mostrou o DARF, e no processo da Receita Federal que vazou na internet consta apenas um DARF em nome da Globo. É no valor de R$ 174,50 e diz respeito a uma taxa de recurso.
O ex-presidente da Comissão de Direito Tributário da OAB-SP, Raul Haidar, é um firme defensor da extinção da punibilidade a qualquer tempo. Perguntei a ele se esse entendimento não acaba por tornar a sonegação um crime que compensa. O contribuinte deixa de pagar e, apanhado no crime, adere a um Refis e segue a vida, sem pena, juros ou multa. Para quem paga impostos, é uma injustiça.
“Injusto é pagar impostos neste país”, disse ele, encerrando a entrevista.
Para o atual presidente da Comissão de Direito Tributário da OAB-SP, Jarbas Machioni, a extinção da punibilidade depois de iniciado o processo na Receita, é uma norma, de fato, injusta.
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No caso da sonegação de impostos sobre o direito de transmissão da Copa de 2002, não são apenas os ventos do Judiciário que sopram a favor da Globo. O caso era desconhecido até que uma mão invisível vazou os primeiros papéis do processo na Justiça, sete anos depois.
Pressionado por entidades civis do Rio de Janeiro, o Ministério Público determinou a abertura de inquérito na Polícia Federal, que recebeu o número 926/2013, e para tocá-lo foi designado o delegado Rubens de Lyra Pereira. Seu currículo despertava algum otimismo sobre o desfecho da investigação. Formado em Direito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, faz mestrado e tem outras duas graduações em universidades públicas, Filosofia e Direito.
Na semana passada, fui procurá-lo para falar da investigação. Rubens foi transferido. Ele deixou a Delegacia Fazendária e foi trabalhar no plantão da Polícia Federal, num movimento que revela desprestígio. Seu sucessor no inquérito é Luiz Menezes, que estava viajando.
O chefe interino da Delegacia Fazendária, Rafael Potsch Andreata, não quis falar sobre o caso. “É sigiloso”, disse ele. O inquérito 926/2013 vai completar um ano, os fatos que deram origem à sonegação, dezesseis. A investigação realizada pelo auditor fiscal Alberto Sodré Zile terminou há oito anos e sua conclusão foi endossada pelo conselho que julgou o recurso da Globo:
- A fiscalização, em face dos fatos descritos, constatou a simulação e, então, afastou o ato aparente para viesse à tona o negócio real: não recolher o imposto de renda na fonte devido pelo pagamento, ao exterior, em razão da aquisição do direito de transmissão, por meio de televisão, de competições desportivas.
Com esta reportagem, começamos uma série sobre o caso da sonegação da Globo. Como mostra o relatório da Receita Federal, nosso ponto de partida, é um caso que se reveste de alto interesse público. Vamos procurar suspeitos e testemunhas, apurar o que houve nos paraísos fiscais e nos escaninhos do poder. Vamos dar nomes e mostrar o rosto que estão por trás de assinaturas de contratos, distratos, remessas de divisas, constituição de empresas.
Há quase 50 anos, em plena ditadura militar, a Globo foi acusada de buscar um sócio estrangeiro para montar a sua rede de televisão, o que era proibido na época. A prova de que havia essa sociedade oculta era uma escritura pela qual a Globo vendeu ao grupo Time-Life o prédio onde hoje funciona o seu departamento de jornalismo, na rua Von Martius, no Rio de Janeiro.
A escritura foi arrancada do livro de registro do 11º Ofício de Notas. Na época, o jornal O Estado de S. Paulo chegou a dar a notícia, e depois o assunto desapareceu da imprensa. De lá para cá, o número de publicações foi reduzido, e a Globo se consolidou como uma das maiores empresas de comunicação do mundo.
Com esse projeto, financiado pelos leitores do Diário do Centro do Mundo, trabalhamos com a firme convicção de que um expressivo segmento da sociedade decidiu escrever uma nova página na história da mídia.
Roberto Marinho e os filhos
Roberto Marinho e os filhos
Fonte: Diário do Centro do Mundo
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O futebol brasileiro não pode mais ser comandado por globo, com o apoio de CBF.

Prejuízo para o público, prejuízo para os clubes e lucros astronômicos para globo e CBF.

A médio prazo a atual estrutura irá inviabilizar a maioria dos clubes brasileiros, inclusive grandes clubes já que clubes médios e pequenos estão fechando as portas.

A Portuguesa de Desportos, tradicional clube de São Paulo, já levantou a hipótese de acabar com o futebol do clube.

Na vizinha Argentina, uma mudança profunda no futebol daquele país acabou com o domínio que o grupo Clarin, a globo de lá, tinha sobre o futebol argentino
.
O futebol foi democratizado e o torcedor argentino hoje assiste a maioria dos jogos em TV aberta, com transmissão de várias emissoras, sem a necessidade de pagar , como acontecia anteriormente por lá  e como acontece aqui no Brasil.

A TV globo transmite jogos em TV aberta somente às quartas -feiras às 22 horas e domingos às 16 horas, quando no país os campeonatos brasileiros tem jogos todos os dias, com exceção das segundas -feiras.

Para assistir os jogos de futebol pela televisão, cultura e patrimônio do povo brasileiro, o torcedor tem que pagar, já que globo determina os horários dos jogos em função de sua grade, sendo que às quartas-feiras os jogos começam às 22 horas, logo após a novela que sempre apresenta cenas de nudez de alguma menina atriz que acabou de atingir a maioridade.

Qualquer relação com o presidente da CBF , que já passou dos setenta anos, mas só namora meninas na casa dos vinte, é mera coincidência de formas, de apelações ,de  lucros e  de sintonia entre as duas organizações, globo e CBF.

A TV globo adquire os direitos de transmissão, junto à CBF, de todos os campeonatos brasileiros, ou seja de todas as séries, no entanto transmite apenas a série A, e mesmo assim de forma seletiva priorizando a transmissão de jogos de clubes com maior torcida apenas dos estados do Rio de Janeiro e de São Paulo, como Flamengo e Corinthians.

Nos jogos tanto  das quartas quanto dos domingos ,a emissora sonegadora de impostos, seleciona dois jogos para transmitir.

O jogo para a cidade do Rio de Janeiro e mesmo para outros estados do país, tem sempre um clube do Rio e na maioria das transmissões esse clube é o Flamengo.

Já o jogo para a cidade de São Paulo  e outras cidades brasileiras tem sempre um clube paulista e na maioria das vezes esse clube é o Corinthians.

Isso significa que  a prioridade para a escolha de transmissão dos jogos em rede nacional são os clubes do Rio de Janeiro e de São Paulo, com preferência para Flamengo e Corinthians, respectivamente.

Tanto é assim que se o caro leitor fizer uma pesquisa sobre as transmissões de jogos deste campeonato brasileiro para a cidade do Rio de Janeiro, verá que o Flamengo foi contemplado com a maioria das transmissões.

Isso é grave  e  prejudicial para o futebol brasileiro, já que praças com grandes clubes como Bahia, Minas Gerais , Rio Grande do Sul e Pernambuco,  como também outros estados, ficam de fora da prioridade de globo e, cabe lembrar, que o futebol de Minas atualmente o melhor do país.

É a espanholização do futebol brasileiro, ou mesmo a europeização, que seguindo este caminho em um futuro próximo terá apenas dois clubes disputando o título das competições.

Quanto a serie B do campeonato brasileiro, com dito acima, globo adquire os direitos de transmissão dos jogos porém não os transmite, repassando esses direitos ora para TV bandeirantes, ora para rede TV.

Quando um clube de grande torcida disputa série B, isso é um problema para a TV globo, já que os jogos da série B são as terças, sextas e sábados, ou seja fora do horário de transmissão de futebol na emissora, ou , como a própria emissora anuncia  em suas grade :

- amanhã o futebol na globo terá o jogo ...

Ou seja, o futebol na globo é um programa da grade da emissora, assim como as novelas, os telejornais, " o sensacional "caldeirão do Huck, e todos os demais, com dia e hora previamente marcados.

Assim sendo um grande clube jogando a série B do campeonato brasileiro, como atualmente acontece com o Vasco da Gama, a transmissão dos jogos sempre tem uma boa audiência e , dependendo da fase em que se encontra o campeonato, essa audiência incomoda a audiência da TV globo no mesmo horário do jogo, sempre aos sábados por volta das 16 horas.

Cabe ainda ressaltar que apenas um jogo por semanada da série B pode ser transmitido em TV aberta, e sempre aos sábados.

Quando o Corinthians recentemente disputou a série B, quase todos os jogos do time paulista foram transmitidos em TV aberta, inclusive jogos nas terças-feiras.

Hoje, na reta final do campeonato e com o Vasco da Gama prestes a conseguir a vaga para retornar a série A no próximo ano, a TV globo tirou a rede TV da jogada nos jogos do Vasco, deixando com a emissora que transmitiu ao longo do ano a série B, apenas o bagaço da laranja.

Outro aspecto que chama atenção, é que durante as transmissões dos jogos das séries B e C dos respectivos campeonatos, as emissoras que transmitem os jogos não prestam qualquer tipo de informação sobre o andamento dos jogos de outras séries, não transmitidas pela emissora, que aconteçam no mesmo momento. Nem mesmo uma barra em movimento, na parte baixa da tela, informando o andamento dos jogos. Não se sabe, por enquanto, se tal omissão é por incompetência das emissoras  - o que é pouco provável - ou proibição por parte da TV globo de impedir até  uma informação sobre os resultados dos jogos em andamento na série A, por exemplo. Seja lá o que for, o telespectador que assiste jogos na TV Brasil - série C - e Rede TV - série B -  fica privado de informações sobre o futebol brasileiro de outras séries.
Caso não seja proibição e o que se vê são estratégias das emissoras de apenas valorizar os seus produtos ( campeonatos que transmitem ), o nível de informação da mídia é muito fraco, e o foco no desporto é zero, constatações que vem se consolidando em função de inúmeras evidências em ouras áreas de informação e entretenimento.

Tudo isso é prejudicial para o futebol brasileiro.

O mesmo acontece com os desfiles das escolas de samba aqui no Rio de janeiro.

Também a TV globo adquire os direitos de transmissão de todos os desfiles, de todos os grupos e também o desfile das campeãs, no sábado seguinte do carnaval.

Anos atrás a TV globo repassava os direitos de transmissão do desfile das campeãs ora para a TV bandeirantes, ora para o SBT.

Com o tempo , o desfile das campeãs também apresentava uma audiência acima das audiência dos vários programas de  TV globo que eram veiculados durante o horário do desfile.

Assim como no futebol, porém de forma violenta, globo,desde 2012, não mais repassa o direito de transmissão do desfile das escolas campeãs, como também não o transmite, dizendo que quem quiser  assistir por TV que assista em TV paga.

Mais uma vez, um patrimônio imaterial do povo brasileiro, o samba, assim como o futebol, são ignorados por globo no tocante ao interesse público, razão das concessões de TV para veiculação de seus programas.

No entanto, em lugar do patrimônio cultural do povo brasileiro, TV globo apresenta filmes americanos, de péssima qualidade, que incitam todas as formas de crimes e violências, como também o fazem as novelas, onde os personagens principais de apelo ao público telespectador, ou são  psicopatas , ou criminosos, ou ambos.

Com o poder econômico, globo compra os direitos de transmissão  de eventos intimamente ligados a cultura do povo brasileiro não para transmiti-los na totalidade, mas para omiti-los em função de seus interesses comerciais.

Isso os executivos de globo chamam de capitalismo e livre concorrência.

Comprar para inviabilizar e ainda sonegando os impostos. 

Na Argentina, somente com a intervenção do governo federal foi possível sanear o futebol daquele país.

Esperamos que o governo brasileiro intervenha para o bem do futebol, assim como foi feito no pais vizinho.


sábado, 15 de novembro de 2014

O PF do golpe

Delegados da PF deixaram digitais: acreditavam que o golpe ia dar certo

publicado em 14 de novembro de 2014 às 21:02
6 - 6-Cardozo3-001
por Conceição Lemes


Ontem, quinta-feira 13, a reportagem de Júlia Duailibi, publicada em O Estado de S. Paulo  revelou:  no período eleitoral, delegados da Polícia Federal (PF) usaram as redes sociais para elogiar Aécio Neves, candidato do PSDB à Presidência, e para atacar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidenta Dilma Rousseff, que disputava a reeleição, bem como a replicar conteúdos críticos aos petistas.
Esses policiais, que mostraram ser anti-petistas militantes e radicais, são simplesmente os responsáveis pela Operação Lava Jato, que investiga o esquema de corrupção na Petrobras, empreiteiras, doleiros, partidos políticos, funcionários e ex-funcionários da estatal.
Pela primeira vez os rostos desses delegados estão sendo mostrados. Para isso, contamos com a preciosíssima colaboração do NaMariaNews, que também nos ajudou na busca dos vídeos, das imagens e dos links que aparecem nos PS do Viomundo, ao final da matéria. Como os delegados mudam de nome dependendo da situação, a pesquisa foi bastante difícil.
São eles:
Igor Romário de Paula, da Delegacia Regional de Combate ao Crime Organizado
2 - 1- Igor Romario de Paula
As investigações da Lava Jato estão sendo conduzidas por delegados vinculados a Igor Romário de Paula, que responde diretamente a Rosalvo Ferreira Franco, superintendente da PF do Paraná.
Igor Romário de Paula, que atuou na prisão do doleiro Alberto Youssef, participa de um grupo do Facebook chamado Organização de Combate à Corrupção (OCC), cujo “símbolo” é uma imagem da Dilma, com dois grandes dentes incisivos para fora da boca e coberta por uma faixa vermelha na qual está escrito “Fora, PT!”
Márcio Adriano Anselmo, coordenador da Operação Lava Jato
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Márcio Adriano Anselmo foi quem, no  Facebook,  afirmou: “Alguém segura essa anta, por favor”, em uma notícia cujo título era: “Lula compara o PT a Jesus Cristo”
Na reta final do 2º turno, fez comentários em outra notícia, na qual Lula dizia que Aécio não era “homem sério e de respeito”. Escreveu: “O que é ser homem sério e de respeito? Depende da concepção de cada um. Para Lula realmente Aécio não deve ser”. O delegado apagou há poucos dias o seu perfil no Facebook.
Maurício Moscardi Grillo, chefe da Delegacia de Repressão a Crimes Fazendários
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Maurício Moscardi Grillo é o responsável por apurar a denúncia de grampos na cela de Youssef.
Segundo a reportagem de Júlia Duailibi, ele aproveita a mensagem de Márcio Anselmo, para se manifestar sobre Lula: “O que é respeito para este cara?”
Grillo também compartilhou uma propaganda eleitoral do PSDB, como a que dizia que Lula e Dilma sabiam do esquema de corrupção na Petrobrás. “Acorda!”, escreveu ele ao comentar a reportagem da Veja, que foi às bancas na quinta-feira anterior ao segundo turno: “Lula e Dilma sabiam de tudo”.
Erika Mialik Marena, da Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros e Desvios de Recursos Públicos do Paraná
Erica
Na delegacia de Erika Mialik Marena, estão os principais inquéritos da operação Lava Jato.
Em uma notícia sobre o depoimento de Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobrás à Justiça Federal, ela comenta: “Dispara venda de fraldas em Brasília”.  No Facebook, usava o codinome “Herycka Herycka”. Após a reportagem de Júlia Duailibi,  seu perfil foi retirado dessa rede social.
A denúncia envolvendo esses quatro delegados da PF é gravíssima.
Estranhamente, a mídia deu pouca repercussão a ela.
Estranhamente também, até a hora do almoço da quinta-feira, 13 de novembro, a Polícia Federal, o Ministério da Justiça, a Procuradoria-Geral da República e o Supremo Tribunal Federal (STF) não haviam se manifestado sobre a denúncia do Estadão.
O Viomundo contatou então as quatro instituições, via suas respectivas assessorias de imprensa. Primeiro, por telefone. Depois, por e-mail, fazendo vários questionamentos.
Uma pergunta comum a todos:
–  Que providências pretende tomar em relação ao caso?
Ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot,  perguntamos também:
– A partidarização explícita dos delegados da PF envolvidos na Lava Jato não contamina o resultado da investigação, já que eles demonstraram evidentes objetivos políticos?
– A partir de agora a Lava Jato não fica sob suspeição?
Ao ministro Teori Zavascki , do STF, indagamos:
–  O comportamento dos delegados da PF não contamina a investigação, comprometendo o inquérito?
– A partir de agora a Lava Jato não fica sob suspeição, inclusive as delações premiadas?
À Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, onde fica a sua sede, perguntamos:
– O que a PF tem a dizer sobre os evidentes objetivos políticos desses delegados?
Na parte 1 da entrevista abaixo, o delegado Maurício Moscardi Grillo  fala aos 2,06 minutos sobre a PF e como deve deve agir em casos policiais. Imperdível. Ele diz que a Polícia Federal é republicana. Exatamente o oposto do que fizeram os quatro delegados da PF durante as eleições de 2014.
Por isso, perguntamos também à Polícia Federal, via sua assessoria de imprensa:
–  Como a sociedade vai confiar numa Polícia Federal que não agiu de forma republicana nessas eleições, mas politicamente em favor do então candidato do PSDB, Aécio Neves, e contra a candidata do PT, Dilma Rousseff, e o ex-presidente Lula?
Do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, quisemos saber, entre outras coisas:
– Quais seriam as medidas punitivas aos envolvidos no caso?
– Como a sociedade vai confiar numa Polícia Federal que não age republicanamente,  mas sistemática e politicamente em favor do PSDB e contra o PT?
Nenhum respondeu. Insistimos por telefone.
Questionada de novo, a Polícia Federal disse que não se manifestaria sobre o caso.
O procurador-geral Rodrigo Janot também não respondeu. A assessoria de imprensa da PGR, em Brasília, alegou que ele estava em São Paulo e não tinha sido possível contatá-lo. Desculpa, no mínimo, estranha, já que existe celular hoje em dia e de de vários modelos. Não seria mais digno dizer que não iria se manifestar e pronto?
Como o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, não respondeu às nossas quatro perguntas, acrescentamos agora uma nova:
– O senhor concorda com a nota dos procuradores do Ministério Público Federal, seção Paraná, em apoio aos delegados da PF?
A íntegra da nota:
Operação Lava Jato: Membros da força-tarefa do Ministério Público Federal manifestam apoio a delegados, agentes e peritos da PF
Os Procuradores da República membros da Força-Tarefa do Ministério Público Federal, diante do teor da reportagem “Delegados da Lava Jato exaltam Aécio e atacam PT na rede”, publicada pelo jornal “O Estado de São Paulo” nesta data, vem reiterar a confiança e o apoio aos delegados, agentes e peritos da Polícia Federal que trabalham nessa operação.
Em nosso país, expressar opinião privada, mesmo que em forma de gracejos, sobre assuntos políticos é constitucionalmente permitida, em nada afetando o conteúdo e a lisura dos procedimentos processuais em andamento.
A exploração pública desses comentários carece de qualquer sentido, pois o objetivo de todos os envolvidos nessa operação é apenas o interesse público da persecução penal e o interesse em ver reparado o dano causado ao patrimônio nacional, independentemente de qualquer coloração político-partidária.
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, também nada respondeu.
No início da noite, a assessoria de imprensa do Ministério da Justiça nos prometeu enviar o áudio da coletiva de Cardozo, dada um pouco antes em Brasília. Ficou na promessa. Mais uma vez o vazio.
Como bem observou Fernando Brito, do Tijolaço, no post  Cardoso, o Lento, pede sindicância sobre “delegados do Aécio”, o ministro da Justiça “resolveu agir 12 horas depois que o país tomou conhecimento de que os delegados federais da Operação Lava-Jato  participavam, no Facebook, de animadas e desbocadas tertúlias sobre a investigação que conduzem”.
Cardozo determinou à Corregedoria da Polícia Federal que abra investigação sobre o caso.
Na coletiva de imprensa, ele disse:
Lava Jato - Cardoso 2
Cardozo mostrou mais uma vez que é inepto e incompetente, para o dizer o mínimo.
Em artigo publicado nesta sexta-feira 14, no GGN,  Luis Nassif acrescenta:
O Ministro chega às 11 no trabalho, sai às 12h30 para almoçar, volta às 16 e vai embora por volta das 18h. A não ser que se considere como trabalho conversas amistosas com jornalistas em restaurantes da moda de Brasília.
Será que é por isso que esta repórter não recebeu as respostas de Cardozo até agora?
As manifestações dos quatro delegados da PF são cristalinas.  Ou será preciso desenhar para Cardozo?
Nassif diz mais:
É  blefe a atitude do Ministro da Justiça José Eduardo Cardozo, de pedir uma investigação para a Polícia Federal sobre o ativismo político dos delegados da Operação Lava Jato. O problema da Lava Jato não é o ativismo de delegados no Facebook, mas a suspeita de armação com a revista Veja na véspera da eleição. Se Cardozo estivesse falando sério, estaria cobrando a conclusão das investigações sobre o vazamento.
Os quatro delegados têm o direito de ter as suas preferências políticas. A questão é que o comportamento desrespeitoso está longe de ser um caso menor. “É um ato político”, avalia Paulo Moreira Leite, em seu blog.
Na condição de ministro da Justiça, Cardozo, como bem observou Paulo Moreira Leite, deveria saber que o aspecto  do caso está resolvido no artigo 364 no regimento disciplinar da Polícia Federal, que define transgressões disciplinares da seguinte maneira:
I - referir-se de modo depreciativo às autoridades e atos da Administração pública, qualquer que seja o meio empregado para êsse fim.
II - divulgar, através da imprensa escrita, falada ou televisionada, fatos ocorridos na repartição, propiciar-lhe a divulgação, bem como referi-se desrespeitosa e depreciativamente às autoridades e atos da Administração;
III - promover manifestação contra atos da Administração ou movimentos de apreço ou desapreço a quaisquer autoridades;
A questão, portanto, é política. E  parece que Cardoso não quer se dar conta da gravidade do que aconteceu debaixo do seu nariz.
Nos últimos 12 anos, tivemos vários momentos em que a Polícia Federal agiu em benefício dos tucanos e contra os petistas. E sempre ficou por isso mesmo.
Em 2006, tivemos o caso do delegado Bruno, eleitor assumido do PSDB,  que vazou para a mídia fotos do dinheiro apreendido no caso dos “aloprados” do PT. A cena foi ao ar  na quinta-feira anterior ao primeiro turno da eleição presidencial e ajudou a levá-la para o segundo turno. O delegado Bruno não foi punido por vazar fotos do dinheiro; pegou 9 dias de suspensão por mentir aos superiores.
Na campanha eleitoral de 2014, tivemos o caso de Mário Welber, assessor do deputado estadual  Bruno Covas, do PSDB paulista. Ele foi detido pela PF em Congonhas com R$ 102 mil em dinheiro vivo e 16 cheques em branco assinados por Bruno Covas. A Polícia Federal ocultou o quanto pode o caso e continua a fazê-lo.
Em compensação, em 7 de outubro de 2014, a PF de Brasília vazou imediatamente para O Globo a apreensão de avião que transportava dinheiro suspeito. Em seguida, que o detido no jatinho era da campanha do PT em Minas GeraisSão, como sempre, os dois pesos e duas medidas da mídia e da Polícia Federal.
Eis que na eleição presidencial de 2014, setores da PF aparecem, de novo, atuando em favor dos tucanos e contra os petistas. O vazamento seletivo da Operação Lava Jato já sinalizava o objetivo político e a Polícia Federal do Paraná como uma das possíveis fontes.Agora, as manifestações no Facebook dos delegados PF em postos-chave na Lava Jato escancararam as suspeitas. Eles agiram de forma organizada para interferir no resultado das eleições presidenciais de 2014. Deixaram a PF nua.
O nome disso é golpe.
Aparentemente, tudo foi bem armado com setores da mídia, sobretudo, neste caso, com a revista Veja. Ela antecipou para quinta-feira, 23 de outubro, a ida para as bancas na semana do segundo turno, para que a matéria sobre corrupção na Petrobras e a Operação Lava Jato tivesse mais tempo de  repercussão na televisão, principalmente no Jornal Nacional,   e, assim, influenciasse o  resultado da disputa presidencial. Veja trazia na capa as fotos de Lula e Dilma, com o título: “Lula e Dilma sabiam de tudo”.
Em 25 de outubro, véspera do segundo turno,o doleiro Alberto Youssef  foi hospitalizado. Surgiram então boatos de que ele havia morrido envenenado. A PF sabia que o suposto envenenamento e óbito não eram verdadeiros. Porém, deixou que isso fosse disseminado durante horas nas redes sociais e nos programas televisivos de domingo sobre as eleições, especialmente os da Globo. Só foi desmentir no começo daquela tarde. Tal ação fazia parte do golpe em andamento, que acabou não dando certo.
“Os delegados, flagrados no Facebook,  tinham tanta certeza de que o golpe teria êxito que deixaram digitais e provas pelo caminho. Só isso explica o que disseram”, observa um experiente analista da política brasileira. Talvez também porque nesses 12 anos do governos petistas outros delegados da PF ficaram impunes.
Paulo Moreira Leite alerta:
A campanha anti-PT dos delegados da Polícia Federal lembra os desvios do Inquérito Policial-Militar (IPM)  da Aeronáutica que emparedou Getúlio Vargas em 1954.
Em 1954, quando o major Rubem Vaz, da Aeronáutica, foi morto num atentado contra Carlos Lacerda, um grupo de militares da Aeronáutica abriu um IPM à margem das normas e regras do Direito, sem respeito pela própria disciplina e hierarquia.
O saldo foi uma apuração cheia de falhas técnicas e dúvidas, como recorda Lira Neto no volume 3 da biografia de Getúlio, mas que possuía um objetivo político declarado — obter a renúncia de Vargas. Menos de 20 dias depois, o presidente da República, fundador da Petrobras, dava o tiro no peito.
Mas atualmente é inconcebível, além de inconstitucional, que isso venha a acontecer novamente. Em hipótese alguma, pode-se encarar com naturalidade o anti-petismo militante e radical dos delegados denunciados. Para o bem da democracia, é preciso investigar a fundo a tentativa de golpe do qual esses quatro delegados fizeram parte, assim como é preciso combater seriamente a corrupção.
Do contrário, a democracia corre o risco de ser golpeada de forma mortal mais uma vez.
PS 1 do Viomundo: Na coletiva de imprensa, o ministro José Eduardo Cardozo disse que a Corregedoria da PF deve apurar primeiramente se as manifestações dos quatro delegados são verdadeiras.
Mas como isso vai ser apurado se o site OCC foi quase que totalmente esterilizado após a publicação da denúncia do Estadão? As provas só podem estar com Júlia Duailibi. Será que a jornalista fez os print-screens das páginas? Ou será que ela só teve acesso às fotos daquelas páginas do Facebook?
PS 2 do Viomundo: É importante que os leitores saibam que os delegados usam seus nomes cada hora de jeito: ou completos, ou em partes. Isso dá uma grande diferença nas buscas.
PS 3 do Viomundo: Maurício Moscardi Grillo foi nomeado para o cargo em 25/08/2014 - Seção 2, página 54, de acordo com o Diário Oficial da União. Portanto, depois que as investigações da Lava Jato já estavam em andamento.
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Quem quiser ver a segunda parte do vídeo do delegado, ele está abaixo.
PS 4 do Viomundo:  O delegado Grillo também atuou na investigação do mensalão, em 2009. Veja aqui, aqui e aqui.
PS 5 do Viomundo: A delegada Erika Marena trabalhou com o delegado da PF Carlos Alberto Dias Torres como responsáveis pelo inquérito que investigava Naji Nahas, o ex-prefeito paulistano Celso Pitta e outras 27 pessoas. Tudo derivado da Operação Satiagraha,que envolvia dois outros inquéritos, tendo como alvo o banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity.
Pode-se vê-la falando sobre a Lava Jato neste vídeo e neste outro.
PS 6 do Viomundo: Já que a Superintendência da PF em Brasília se recusou a responder nossas perguntas, o Viomundo gostaria de recorrer, em última instância, à boa vontade do superintendente da PF do Paraná, Rosalvo Ferreira Franco:
7- Rosalvo Ferreira Franco 1
– Doutor, o senhor sabia que os seus quatro subordinados estavam atuando politicamente no Facebook, jogando no lixo o caráter republicano da PF como um todo?
– Que medidas o senhor, como chefe geral, irá tomar?

Fonte: VIOMUNDO
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Os delegados da Polícia Federal foram flagrados em uma grande armação que precisa ser apurada.

Ao que parece, de forma clara, é que essa operação tem um forte componente político anti-governo, ou até mesmo uma operação com o objetivo de dar um golpe de estado.

A Polícia Federal, com sua operação Lava Jato, parece que está tomando um banho da mídia alternativa, já que a velha mídia repete sem parar os acontecimentos da Operação e ainda ignora o envolvimento dos delegados em ações nada republicanas.

Todo esse grupo que é composto pelos delegados da Polícia Federal, a velha mídia , magistrado do Paraná e políticos do PSDB também do Paraná, acaba por se constituir em uma grande quadrilha, que em nome de um combate a corrupção, realiza uma operação política para desestabilizar o governo e o país.

É o tal golpe branco, "dentro da lei" que já aconteceu no Paraguai com a destituição do presidente Lugo.

A Operação Lava Jato perde a credibilidade, no entanto o combate a corrupção deve continuar, sem viés político e com profissionais que não conduzam o processo em função de outros interesses
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O caro leitor já notou que na velha mídia nada se noticia sobre a  armação dos delegados  e, a Polícia Federal,  passou a ser íntima do noticiário  e sempre é citada como PF.

PF pra mim é prato feito, o que não deixa de guardar correlação com a armação criada, feita,  para desestabilizar o governo.