sábado, 8 de novembro de 2014

A hora e a vez do sabotador da república

Porque Eduardo Cunha precisa da “anistia” da mídia

8 de novembro de 2014 | 11:24 Autor: Fernando Brito
pccunha
A imagem aí de cima, do twitter do recém-expurgado Xico Sá, que antes de cronista foi repórter de política da Folha, é só um dos inúmeros testemunhos sobre a  carreira de Eduardo Cunha, o homem que promete “colocar na gaveta” qualquer projeto de regulação econômica da mídia.
Sá sabe de quem está falando.
E é por isso que, se quer seguir em frente em seu ambicioso plano de presidir um dos poderes da República, Cunha precisa que a grande imprensa sofra um processo de amnésia, que durará tanto quanto durar sua disposição de inviabilizar o governo eleito pela população.
Depois, se quiserem, devolvem-no ao lugar com um piparote.
Quem quiser conhecer o rosário de processos em que ele está envolvido, pode ler aqui a matéria do Luís Nassif, muito bem lembrada pelo Conversa Afiada.
Como hoje é sábado, opto pela mais proseada narrativa de uma reportagem do IG sobre os “60 mais poderosos” do Brasil,à qual acrescento um título ao estilo do texto.

O X-Man da maracutaia

Para os telespectadores, aquela foi apenas mais uma edição do RJ TV. Mas os colegas de Cláudia Cruz presentes na redação em 10 de abril de 2000 testemunharam o constrangimento e a contrariedade da jornalista. Naquela noite de segunda-feira, por dever de ofício, a então apresentadora da Rede Globo enfrentou o momento mais embaraçoso de sua carreira: teve de noticiar a demissão de seu próprio marido da presidência da Companhia Estadual de Habitação (Cehab) do Rio de Janeiro por denúncias de fraudes em contratos assinados em sua gestão. Mas, não haveria de ser nada, tanto para um quanto para outro. Mais de uma década depois, Cláudia permanece submersa em conveniente, ainda que não necessariamente voluntário, anonimato em que mergulhou em 2002, quando abandonou a TV. Seu marido, por sua vez, percorreu o caminho contrário e se tornou protagonista de uma das mais impressionantes biografias da história recente da política brasileira. Em meio a sucessivos escândalos, virou, para muitos, o mais poderoso e influente parlamentar do Brasil. A trajetória de Eduardo Cunha merece muito mais do que um RJ TV.
Em um estranho metabolismo, Eduardo Cunha é capaz de transformar cada nova denúncia em nutriente político, cada ataque em massa muscular. Cunha parece ter couraça de vibranium e esqueleto de adamantium, como se saído de um quadrinho da Marvel. Sua história, no entanto, não está nos gibis, mas, sim, nas centenas de páginas de jornais, revistas e sites recheadas de escândalos envolvendo seu nome. Fosse Brasília a Veneza dos Doges e haveria por toda a cidade Bochi delle Denuntie apinhadas de delações contra ele – os homens públicos denunciados e posteriormente condenados por corrupção eram afogados em lagos do Vêneto, prática que ficou nas enciclopédias, para alívio dos amantes do Paranoá.
Pouco antes de dirigir a Cehab, Eduardo Cunha ocupou, em 1999, a subsecretaria de Habitação do Rio de Janeiro. No início da década, mais precisamente entre os anos de 1991 e 1993, presidiu a Telerj – os cariocas mais atentos e saudosos certamente hão de lembrar que, nessa época, a maviosa voz feminina gravada no serviço 102 pertencia a Claudia Cruz, mas isso é apenas um detalhe. Eduardo Cunha entrou oficialmente na política em 1994, quando se filiou ao então PPB. No período entre sua saída da Telerj e a indicação para a subsecretaria de Estado, o economista, com passagens pela Xerox e pela Arthur Andersen, atravessou boa parte da década batendo ponto em um escritório no número 68 da Rua Buenos Aires, no centro do Rio, em um edifício sugestivamente chamado Big.
Em sua sala, costumava acompanhar compulsivamente uma tela com gráficos e cotações da Bolsa, muitas vezes ignorando o interlocutor sentado à sua frente. Sua ascensão política se deu pelas mãos de Anthony Garotinho, de quem foi aliado fiel e hoje é inimigo figadal. Em 2001, elegeu-se deputado estadual. Ano seguinte, era escolhido para o seu primeiro mandato na Câmara dos Deputados. Uniu-se ao ex-empresário e líder evangélico Francisco Silva, filho ilustre da cidade de Cunha, em São Paulo – coincidência que virou piada surrada na boca de assessores e bajuladores de plantão. Sagrada parceria. A aproximação com comunidades pentecostais tornou Eduardo Cunha conhecido em bairros da periferia do Rio e em cidades do interior do Estado nos quais, provavelmente, ele jamais havia pisado. Desde então, a fé tem lhe garantido de 100 mil a 150 mil votos por eleição.
Os próprios adversários – alguns preferem ser chamados de inimigos mesmo – de Eduardo Cunha dão a mão à palmatória. Existem poucos parlamentares com tamanho conhecimento das avenidas e vielas do Congresso e das retas e gincanas do regimento da Casa. Cunha sabe como adiantar ou atrasar os ponteiros de uma votação de acordo com seus interesses, que, às vezes, até coincidem com os do PMDB. Líder de um partido da base aliada, parece estar no posto apenas para lembrar que, na política, o maior rival está sempre dentro de casa; só depois é que vêm os adversários. A cada estocada, Cunha mostra que conhece exatamente onde está cada terminação nervosa do governo, e, consequentemente, como impor ao Planalto torturantes mialgias políticas. Assim foi na MP dos Portos, quando ergueu mil e um obstáculos para a votação do projeto – o que lhe rendeu acusações de trabalhar a favor dos interesses de operadores portuários.
Eduardo Cunha está sempre muito bem posicionado, embora se tenha muito pouca clareza onde ele realmente está posicionado. Seu poder se ramifica por diversas instâncias e setores da República. Tem notória influência sobre determinados fundos de pensão e estatais, como Furnas e sua respectiva entidade de previdência privada, o Real Grandeza. Em 2007, impôs à então ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, o nome do ex-prefeito do Rio Luiz Paulo Conde à presidência da subsidiária da Eletrobras. Como relator do projeto para a prorrogação da CPMF, Cunha só deu seu parecer depois de o governo confirmar a nomeação de Conde. Quatro anos depois, foi investigado pela Controladoria-Geral da União (CGU). O órgão apontou que Furnas teria coberto prejuízos decorrentes de sua participação na construção da Usina Hidrelétrica de Serra do Facão, em parceria com a Companhia Energética Serra da Carioca II, cujos diretores seriam ligados ao deputado federal.
No ambiente parlamentar, esbanja ascendência sobre a bancada do PMDB. Mesmo os deputados que não se alinham necessariamente às suas posições temem enfrentá-lo ostensivamente, como se calculassem o risco político que tal conflito pode gerar. Nas votações mais importantes, Cunha costuma cantar com antecedência como votarão os congressistas do partido. E dificilmente erra uma nota. O líder do PMDB costuma ser rascante ao avaliar seus pares: “Se o Congresso está ruim é porque a sociedade está ruim”.
O poder de Eduardo Cunha é proporcional à poeira que ele levanta por onde passa. Parece haver um escândalo para cada pegada do deputado. Seus adversários apontam para as mais diversas feridas, soldadas a ferro e fogo em seu currículo. Ao assumir a presidência da Telerj, no governo de Fernando Collor, foi vinculado a PC Faria, tesoureiro de campanha do único presidente da República a sofrer no impeachment no Brasil. Em 2000, a Receita Federal constatou incompatibilidades entre suas movimentações financeiras e sua declaração de Imposto de Renda. Em 2003, foi alvo de acusações de achaques a empresários do setor de combustíveis. Cunha estaria instrumentalizando a Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara para pressionar dirigentes de companhias de petróleo.
Na ocasião, o deputado baiano Nelson Pellegrino, então líder do PT, disse que havia uma “quadrilha” na comissão. Suas palavras, assim como as denúncias, foram levadas pelo vento. Em 2007, a deputada estadual Cidinha Campos o acusou de ter feito uma operação cruzada de venda e recompra de um imóvel em Angra dos Reis com o traficante colombiano Juan Carlos Abadia, preso pela Polícia Federal no mesmo ano.
No episódio do mensalão, Eduardo Cunha foi ligado a denúncias de desvio de recursos da Prece, o fundo de pensão dos funcionários da Cedae. Pouco antes, em reportagens na imprensa, foi acusado de envolvimento com o doleiro Lucio Funaro, também investigado na CPI dos Correios, durante a qual emergiu o escândalo do mensalão. Em 2010, o nome de Eduardo Cunha caiu em novo caldeirão fervente. Após uma longa investigação da Polícia Federal foi acusado de envolvimento em um grande esquema de sonegação fiscal liderado pela Refinaria de Manguinhos, pertencente ao empresário Rogério Andrade Magro, personagem tido como controverso e supostamente ligado ao ex-ministro José Dirceu. A quem interessar possa: em seu site oficial, Eduardo Cunha mantém uma área dedicada exclusivamente a rebater as principais denúncias que lhe são imputadas e a atacar seus detratores. Afinal, é preciso manter a fama de mau.

Blindagem de Cunha na mídia não vai durar

8 de novembro de 2014 | 10:58 Autor: Miguel do Rosário
cunha
O Fernando já escreveu sobre isso ontem à noite, e por isso mesmo vale dar continuidade ao tema. Por quanto tempo a mídia conseguirá blindar a imagem de Cunha junto à opinião pública?
A imprensa brasileira não irá investigar os inúmeros processos em andamento contra o deputado?
O que me parece incrível é esse espírito de boiada da nossa imprensa.
Mandam dezenas de repórteres à Itália, para obter uma imagem de um brasileiro saindo da prisão, e não põem um mísero jornalista para investigar aquele que já se arvora como futuro presidente do Congresso Nacional.
Mas a mídia não vão conseguir blindar Cunha por muito tempo.
A própria atitude de Cunha, antidemocrática, de prometer engavetar qualquer projeto de regulação de mídia, ou seja, de usar a prerrogativa para não deixar que sequer seja debatido livremente pelos parlamentares, mostra que ele já começou um jogo de toma-lá-da-cá com os grandes meios de comunicação.
Entretanto, ao mesmo tempo em que fala isso, Cunha apenas incendeia o debate sobre regulação da mídia.
Antigamente, eles tinham que fazer esses acordos na surdina, em segredo.
O próprio fato de serem obrigados a fazer a prostituição a céu aberto já é uma derrota política.
A regulação econômica da mídia vai sair de uma forma ou de outra.
A postura de Cunha é de alguém que ainda acredita no poder ilimitado da mídia.
Cunha está apostando na força dos derrotados.
E por isso vai perder.
*
Reproduzo abaixo o post do Nassif, via Conversa Afiada. Os posts, tanto no Nassif quanto no Conversa Afiada, vem cheio de links para cada processo citado.
As ações que correm contra Cunha
As rede sociais vão deixar Cunha em liberdade ?
Do Nassif:
AS AÇÕES QUE CORREM CONTRA EDUARDO CUNHA
No Supremo Tribunal Federal (STF), pelo menos vinte e dois processos têm como parte o Deputado Federal Eduardo Cosentino da Cunha, líder do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) na Câmara dos Deputados. Ora como autor, ora como réu.
Entre eles, três inquéritos 2123, 2984 e 3056. Todos para apurar possíveis crimes cometidos por Cunha na época em que ele era Presidente da Companhia de Habitação de Estado do Rio de Janeiro (CEHAB-RJ) entre 1999 e 2000.
O primeiro e o terceiro procedimentos instaurados (2123 e 3056), em 2004 e 2010, buscam apurar CRIME CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA (sonegação de impostos). O segundo (2984), aberto em 2010, verifica o cometimento de crime contra a fé pública por falsificação de documentos. Os documentos em questão seriam pareceres do Ministério Público que levaram ao arquivamento, no Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, do processo 106.777-0/00, para apurar fraudes em contratos celebrados pela Cehab-RJ, entre 1999 e 2000.
INQUÉRITO 2123
Dados do inquérito mostram a incompatibilidade entre as informações bancárias de Cunha (obtidas por quebra de sigilo pela Receita Federal) e a movimentação financeira e de rendimentos declarados por ele entre 1999 e 2000.
Ao protocolizar este inquérito, O PROCURADOR GERAL CLAUDIO FONTELES disse que várias acusações contra o deputado Eduardo da Cunha já teriam sido alvo de apuração pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), mas não houve provas suficientes para levarem as investigações à frente e os inquéritos destas acusações foram arquivados.
De acordo com o procurador, a necessidade de abertura deste inquérito seria a ausência de investigação sobre a prática de crime contra a ordem tributária, DE INDÍCIOS DE HOUVE O CRIME e a necessidade de se descobrir a existência de provas materiais que caracterizem os fatos como crime.
Em julho de 2004, O PLENÁRIO DO SUPREMO DECIDIU, por maioria, acompanhar o voto do relator, ministro Sepúlveda Pertence. Consta da decisão o deferimento de habeas corpus e a impossibilidade de instauração do inquérito. Ambos pronunciamentos ocorreram devido à necessidade de se aguardar a decisão definitiva do processo administrativo instaurado na Receita Federal sobre a existência ou não de crime contra a ordem tributária. No entanto, a decisão do Supremo não afastou a possibilidade de a Procuradoria Geral da República promover ação penal pública contra Cunha caso o crime seja confirmado.
Em dezembro do mesmo ano, O RELATOR DO INQUÉRITO, MINISTRO GILMAR MENDES, DEFERIU o encaminhamento de cópias das informações prestadas pela Receita Federal e dos demais documentos que instruem o inquérito à 4ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva do MPRJ.
O recebimento destes documentos pela promotoria eram essenciais para a instauração do inquérito civil n.º 490/2002 para apurar eventual ato de improbidade administrativa do ex-presidente da CEHAB-RJ.
INQUÉRITO 2984
O inquérito tem como base crime contra a fé pública por falsificação e uso de documentos falsos (art. 297 c/c artigo 304, ambos do Código Penal).
O documentos falsificados foram inseridos no processo Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) nº 106.777-0/00 e deram margem a que o Juiz Luiz Lopes arquivasse o processo. Supostamente tais documentos teriam sido juntados exatamente com o intuito de obter o arquivamento.
Na denúncia, o procurador geral Roberto Monteiro Gurgel Santos aponta a apresentação, ao TCE-RJ, de duas cópias de uma promoção de arquivamento supostamente promovida pela Promotoria de Defesa dos da Cidadania e do Patrimônio Público, subscrita pelo promotor de justiça Humberto Dalla Bernadino de Pinho, referentes aos processos MP nº 4605, 4271, 4810 e 4935/2000, uma das quais autenticadas pelo ex-subprocurador-geral de justiça Elio Gitelman Fischberg. Além de um suposto voto da procuradora procuradora de justiça Elaine Costa da Silva (MPRJ) sobre os mesmos processos.
Ainda de acordo com a denúncia, a falsidade dos documentos foi constatada por meio de exame grafotécnico, o qual resultou no laudo ICCE RJ-SPD 012.322/2008. O laudo atesta que todas as assinaturas dos promotores públicos estaduais constantes nos documentos são falsas. À exceção da assinatura do ex-subprocurador-geral de justiça Elio Gitelman Fischberg.
Com base nestas informações, o procurador geral resolveu por denunciar o Deputado Federal Eduardo Cosentino da Cunha, o advogado Jaime Samuel Cukier e o ex-subprocurador-geral de justiça Elio Gitelman Fischberg por fraude e uso de documentos oficiais.
Além de provas documentais, Gurgel pediu que se chamasse como testemunha dos fatos, o promotor de justiça Humberto Dalla Bernadino de Pinho (MPRJ), a procuradora de justiça Elaine Costa da Silva (MPRJ) e o desembargador José Muiños Piñeiro Filho do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJ-RJ).
Neste caso, a decisão do supremo foi pela abertura do inquérito para a apuração dos fatos. Outra decisão do STF, devido à conexão do inquérito com o processo nº 106.777- 0/2000 do TCE-RJ em que os documentos falsificados foram inseridos, foi de que o inquérito e o processo seriam mantidos separados.
Em outrubro de 2010, o STF manifestou-se pela primeira vez, quanto à produção de uma nova midia digital referente a outro inquérito (inq 2774) que corre em segredo de justiça.
Em dezembro de 2012, outra decisão do supremo. O Ministro Gilmar Mendes defere o pedido da Desembargadora Leila Mariano, relatora da ação penal nº 2008.068.00015, para que órgão especial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) pudesse realizar em separado o julgamento do ex-subprocurador-geral de justiça Elio Gitelman Fischberg e do advogado Jaime Samuel Cukier. A suprema corte acolheu o pedido e a corte do Rio de Janeiro em separado julgou ambos os réus da ação penal.
No processo movido pelo órgão especial, Fischberg foi condenado a três anos, 10 meses e 11 dias de reclusão, em regime aberto e perdeu sua função pública. A pena, entretanto, foi substituída por duas restritivas de direito: prestação de serviços à comunidade e pagamento de R$ 300 mil ao Instituto Nacional do Câncer (Inca). Cukier foi absolvido por falta de provas. A decisão pode ser vista neste link.
Em 21 de março deste ano, o Supremo Tribunal recebeu a denúncia contra o Deputado Federal Eduardo da Cunha. O MInistro Luiz Fux – também afilhado político de Sérgio Cabral – contrariou seu estilo e votou a favor de Eduardo Cunha.
TCE-RJ
Segundo informações da Assessoria de Imprensa do Tribunal de Contas do Estado Rio de Janeiro (TCE-RJ), em setembro do ano passado, o TCE-RJ reabriu as investigações sobre fraudes em contratos celebrados pela Companhia Estadual de Habitação (Cehab), entre 1999 e 2000, período em que a empresa foi presidida por Eduardo Cunha.
O caso havia sido arquivado em 2004, a pedido do então relator do processo, conselheiro Jonas Lopes, com base nos documentos supostamente autênticos do Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro. Tais documentos inocentavam Cunha e outros gestores da CEHAB-RJ de quaisquer fraudes em licitações no período de sua gestão.
Posteriormente, o próprio MP constatou que os documentos eram falsos e responsabilizou o ex-subprocurador-geral de Justiça, Elio Fischberg.
No dia 27 de agosto de 2012, o Órgão Especial do Tribunal de Justiça condenou Fischberg pela falsificação. O TCE aguardava a decisão da Justiça para prosseguir ou não com as investigações.
O processo foi reaberto e está tramitando normalmente pelos setores do Corpo Técnico do TCE. O relatório irá posteriormente para um dos sete conselheiros, que será o relator. Ele apresentará seu voto para votação em plenário, em data não definida.
O processo pode ser acessado pelo site do TCE (www.tce.rj.gov.br), processo: 106.777- 0/2000 -Eduardo Cosentino da Cunha.
INQUÉRITO 3056
Este terceiro inquérito envolve de uma outra forma o Deputado Eduardo Cosentino da Cunha.
OUTROS PROCESSOS
Eduardo Cosentino da Cunha ainda está envolvido em outros processos fora do Supremo Tribunal Federal. Entre eles:
– Inquérito que apura crimes contra a ordem tributária. TRF-1 Seção Judiciária do Distrito Federal – processo 0031294-51.2004.4.01.3400
– Ação civil pública movida pelo Ministério Público Federal. TJ-RJ Comarca do Rio de Janeiro – processo 0026321-60.2006.8.19.0001
– Ação de improbidade administrativa movida pelo Ministério Público Estadual. TRE-RJ – processo 59664.2011.619.0000
– Representação movida pelo Ministério Público Eleitoral por captação ilícita de sufrágio. TRE-RJ – processo 9488.2010.619.0153
– Ação de investigação judicial eleitoral movida pelo MPE por abuso de poder econômico. TSE – processo 707/2007
– Recurso contra expedição de diploma apresentado pelo MPE por captação ilícita de sufrágio.
PRERROGATIVA DE FORO
No caso de Cunha, ambos os procedimentos tiveram origem no STF e foram movidos pela Procuradoria Geral da República devido à prerrogativa de foro concedida pelos artigos 58, I e II da Constituição Federal de 1988, pelos artigos 1º a 12 da Lei 8038/90 e os artigos 230 a 246 do Regimento Interno do STF. Ou seja, por ser Deputado Federal.
Leia mais sobre o Deputado Federal Eduardo Cosentino da Cunha aqui:
HTTP://WWW.REDEBRASILATUAL.COM.BR/POLITICA/2013/05/POLEMICO-LIDER-DO-PMDB-EDUARDO-CUNHA-JA-PROVOCA-INCOMODOS-AO-GOVERNO
HTTP://REVISTAEPOCA.GLOBO.COM/REVISTA/EPOCA/0,,EMI27350-15223-1,00-EDUARDO+CUNHA+REVELA+SEU+PODER+SOBRE+OS+DEPUTADOS.HTML
HTTP://PMDB.ORG.BR/NOTICIAS/DEPUTADO-EDUARDO-CUNHA-REBATE-DISTORCOES-PUBLICADAS-PELA-VEJA/
Leia mais sobre o ex-procurador Elio Fischberg aqui:
HTTP://HELIOFERNANDES.COM.BR/?P=20210
HTTP://OGLOBO.GLOBO.COM/RIO/PROCURADOR-ELIO-FISCHBERG-VAI-RECORRER-DA-DECISAO-DA-JUSTICA-DIZ-ADVOGADO-5922308

Fonte: TIJOLAÇO
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Primeiro Marina Silva, depois Aécio Neves e agora Eduardo Cunha.

Marina, quando emergiu como luz a iluminar os caminhos do Brasil após a morte de Eduardo Campos, teve , inicialmente, o apoio e a blindagem da velha mídia para que seus seguidores pudessem levitar em um êxtase incontido por conta da chegada da redentora.

Durou pouco, e a levitação de seus seguidores transformou-se em uma queda com um doloroso tombo.

Assim como durou pouco a blindagem da velha mídia, já que os blogues e sites progressistas e as redes sociais se encarregaram de mostrar o que de fato e verdadeiro Marina significava para o país, Marina foi desconstruída, por ela mesma, e a verdade prevaleceu.

Em seguida, na espreita pela queda anunciada de Marina, Aécio e a velha mídia elaboravam os protocolos e procedimentos para um voo tucano que fosse além do trivial .

De Aécio, como tucano, surgia um novo Fernão Capelo, a gaivota que não tinha limites em seus voos.

Não se pode ignorar que a estratégia elaborada por Aécio e a velha mídia tinha sido construída de forma cuidadosa e eficiente, e os ataques que o tucano sofrera antes da chegada da luz da floresta, foram reciclados para que com a queda da redentora o tucano alçasse voos interestelares,  se necessário fosse.

Mais uma vez , uma personalidade política em destaque no cenário nacional fora blindada pela velha mídia para que pudesse atingir os objetivos desejados.

De novo, a blogosfera progressista, os sites e portais de informação alternativos e as redes sociais entraram em campo para fazer o contraponto da informação única, padronizada, embalada que predominava na velha mídia em prol da ave galáctica.

Assim como Marina , a verdade surgiu e Aécio forneceu importantes matérias primas para que o produto de sua queda e consequente desconstrução fosse elaborado nas dornas da disputa pela informação verdadeira. 

Mesmo assim, na bacia das almas, [Aécio] ainda reagiu com o apoio da velha mídia , no entanto seus objetivos não foram alcançados.

A verdade mais uma vez  prevaleceu e o povo foi o vencedor.

Como vencedor inconteste que foi, aguarda e exige que a agenda vitoriosa  nas urnas, e que representa a vontade da maioria, seja implementada pelo governo popular e democrático de Dilma, do PT.

E eis que mais uma vez, em um suspiro temporal, a velha mídia cria outro personagem, de seu interesse, para preservar seus interesses derrotados, e ainda, dificultar a governabilidade do país.

Trata-se do catatônico deputado Eduardo Cunha, que mesmo sendo de partido que forma a base aliada para a governabilidade - PMDB - comporta-se como um intransigente defensor da agenda que vem  sendo derrotada pelo povo brasileiro desde 2002.

Com presidente da Câmara dos Deputados, criou inúmeros impecílios para a presidência da república,  dificultando a aprovação de projetos de interesse para o país e, para isso, disse ainda estar representando a sociedade brasileira, quando de fato, colocava seu ideário reacionário , retrógrado e mesmo fascista a frente dos interesse nacionais.

No segundo mandato de Dilma, o catatônico deseja permanecer na presidência da Câmara, algo que o povo brasileiro não pode, em hipótese alguma , permitir.

Para tanto, e mais uma vez, a blogosfera progressista, os sites e portais de informação e as redes socais estão mostrando a verdade e quem é de fato Eduardo Cunha, o novo protegido da velha mídia.

Ao trabalho.

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Uma mídia alternativa e popular

Como enfrentar o PiG.
Como Vargas

Com o PiG não se faz omelete  


Conversa Afiada reproduz da Carta Maior excelente artigo do professor Marcos Dantas:

ÚLTIMA HORA: DE COMO VARGAS ENFRENTOU O MONOPÓLIO DOS MEIOS


Sufocado pela mídia de todas as matizes políticas, Vargas reagiu articulando um jornal para o “povão” que o apoiava.


por Marcos Dantas, professor titular da Escola de Comunicação da UFRJ


Última Hora não queria ser diferente dos principais jornais de sua época. Queria, sim, ser melhor do que eles naquilo onde os outros podiam se pretender bons. Não brigava com o padrão, mas, de certo modo, o aprimorava ou modernizava – como na revolução gráfica, isto é, formal, que realizou. Era diferente, porém, e nisto se distinguia, na orientação política subjacente de seu noticiário “nobre”, digamos assim, e, claro, na explícita posição editorial.

Sugerindo um exemplo que possa ser claro ao leitor atual, se, num determinado dia, a manchete principal de O Globo, Folha de S. Paulo e ainda capa de Veja, fosse a última suposta revelação de Paulo Roberto Costa; a da Última Hora seria um novo “furo”, isto é, noticia inédita (não comentário requentado sem nenhuma informação nova) sobre o “trensalão” tucano paulista. O leitor certamente não precisaria comprar O Globo ou A Folha se quisesse se informar sobre o futebol, a fofoca da atriz da novela (na época, a cantora do rádio), os acontecimentos internacionais, ou a eterna briga de polícia contra ladrão. Mas precisaria optar, na banca de jornal, se desejaria saber mais sobre o “mensalão” ou o “trensalão”. Aqui, a popularidade de Vargas, sem ignorar a qualidade editorial e jornalística do noticiário, decidiu a favor do jornal de Samuel Wainer.

E ele não demoraria a atingir a maior circulação da cidade do Rio de Janeiro, então capital da República e “tambor político” do país, como se usava dizer. Dali, em muito poucos anos, a Última Hora iria criar uma rede de franquias nacionais, com edições locais em várias outras capitais, a exemplo de São Paulo, Porto Alegre, Recife etc.

Samuel Wainer, jornalista que realmente era, entendia intuitivamente aquilo que sabe qualquer teórico sério de comunicação social: o público compra o que lhe interessa, não o que alguém pode pensar que interessa ao público a partir de suas próprias convicções, compromissos político-ideológicos ou mesmo preconceitos. Uma coisa é escrever crônicas políticas para um gueto de já convertidos; outra, fornecer informação para milhares ou milhões de pessoas cujas vidas cotidianas dão pouco espaço à política militante; pessoas mais interessadas, quando abrem uma revista ou ligam a televisão, em ocupar seu tempo livre com entretenimento que amenize as durezas do dia a dia ou, no máximo, com notícias que tenham forte relação com o seu cotidiano. Notícias sobre polícia, por exemplo, ou sobre saúde.

Wainer obedeceu a todos os cânones da assim chamada indústria cultural. Por isto Última Hora fez um enorme sucesso e forneceu a Vargas uma forte sustentação contra a oposição mediática. Só não pôde defendê-lo de seus próprios amigos aloprados, nas enxovias do Catete… Mesmo assim, seguiria cumprindo, nos governos JK e Jango, papel fundamental numa disputa política que, democraticamente cada vez mais favorável ao povo trabalhador, acabaria resolvida, como sabemos, por meio de um golpe civil-militar fascistóide.

Paradoxalmente, Wainer jamais logrou viabilizar economicamente o jornal. Ele acreditava que, com alta circulação, conseguiria naturalmente atrair as verbas do mercado publicitário.  Mas anunciantes e suas agências não simpatizam com imprensa que não sirva também ao padrão político, que não obedeça ao que acadêmicos estadunidenses denominam agenda setting: o agendamento noticioso, a definição do que e como o público deve ser informado. Wainer chegou-se a imaginar um futuro tycoon do jornalismo, mas sua empresa nunca conseguiu conquistar real independência financeira.

Àquela época, a imprensa escrita, em especial a do Rio de Janeiro, era a mais poderosa e influente do País. Hoje, sabemos, apesar da força ainda ostentada por Veja ou Folha de S. Paulo, a televisão, na qual domina a Rede Globo, é o meio mais poderoso, tanto na oferta de entretenimento, quando no agendamento informativo. A Última Hora de hoje precisaria ser televisiva ou, a esta altura, talvez, um poderoso portal noticioso de internet, assim como Terra ou Yahoo!. Os jovens, sobretudo, se informam pelo smartphone. Mas a receita não seria diferente: muito dinheiro, associando capitais privados e públicos, que atraísse profissionais do entretenimento e espetáculo capazes de chamar audiência para, numa programação ao gosto popular, embrulhar um jornalismo e orientação editorial que defendesse o projeto petista e enfrentasse o golpismo mediático.

Talvez este fosse até um caminho mais eficiente e sustentável do que insistir nesses recorrentes descaminhos obscuros pelos quais se busca saciar uma insaciável “base aliada”. Já é mais do que hora de o governo Dilma, ora se reiniciando, seguindo o exemplo de Getulio Vargas, encarar com absoluto profissionalismo a frente de guerra da comunicação.


Fonte: CONVERSA AFIADA
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É o que o governo do PT precisa fazer com urgência:

articular a criação de um grande portal de notícias na internete para a maioria da população brasileira que há doze anos escolhe a agenda do PT para governar o país.

Sonegação bilionária. Silêncio indecente

Os “doleiros” de Luxemburgo. 

Ou como os bancos brasileiros “lavam” impostos

5 de novembro de 2014 | 19:30 Autor: Fernando Brito
luxemburgo
Coube ao jornalista Fernando Rodrigues, da Folha, trazer para os leitores pátrios a notícia do “jeitinho” dado pelo Itaú-Unibanco e pelo Bradesco, para deixar de recolher, só em 2009, cerca de R$ 200 milhões em impostos no Brasil.
Resumida e simplificadamente, é assim: as matrizes brasileiras “pagam” por serviços prestados por suas filiais em Luxemburgo, um semiparaíso fiscal da Europa, e suas filiais conseguem, lá, um acordo de redução de impostos por estas receitas.
A diferença é conhecida como “elisão fiscal”, um nome chique para sonegação feita com chicanas contábeis de legalidade mais que duvidosa, orientadas justamente pelas maiores firmas de auditoria do mundo.
Claro que os pagamentos das matrizes brasileiras são peças de ficção e, depois de obtido o “perdão fiscal” de parte destes ganhos junto ao governo luxemburguês, o valor remetido de volta como lucro pela filiar é taxado aqui por valor menor, equivalente à parte taxada lá fora.
É um mecanismo que guarda algumas semelhantes com o truque usado pela Vale, na época de Roger Agnelli, para sonegar impostos aqui e que geriu uma autuação bilionária à empresa que, depois de perder em tribunais, acabou por fazer um acordo e recolher o débito pelo Refis, com o perdão de parte da multa.
O escândalo foi descoberto pela Associação Internacional de Jornalismo Investigativos e vai gerar tensão e processos fiscais e judiciais mundo afora.
Como aqui processo fiscal contra pobre é rápido e contra rico perde para tartarugas, é possível que lá por 2020 isso chegue a uma solução.
Como o Itaú já deve quase R$ 19 bilhões em impostos, é só mais um “trocado”.
Até lá, quem sabe, venham a arranjar um presidente que mande parar com essa mania de cobrar imposto de banco, mesmo que seja pouco e com todos estes “furos” fiscais.
Fonte: TIJOLAÇO
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O intolerável silêncio no Brasil sobre as empresas que usam paraísos fiscais para não pagar impostos

Postado em 07 nov 2014
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Acabo de ler num site sueco em inglês.
A ministra da Economia da Suécia, Magdalena Andersson, deseja novas leis tributárias depois que explodiram denúncias sobre como empresas locais estão usando o paraíso fiscal de Luxemburgo para evitar o pagamento de impostos.
A Ikea é uma das corporações suecas que estão listadas.
“Jantei há poucos dias com ministros da Economia de países da União Europeia e este foi o assunto debatido”, disse ela. “Estamos focados em encontrar medidas que evitem a evasão de impostos.”
A ministra chamou a atenção para o que representa para a Ikea o desgaste de imagem pelo recurso a paraísos fiscais.
Da Suécia me desloco para o Brasil.
Dois bancos brasileiros foram citados no caso de Luxemburgo: o Bradesco e o Itaú Unibanco.
O jornalista Fernando Rodrigues deu na Folha. A investigação sobre Luxemburgo foi feita por uma associação internacional de repórteres da qual Rodrigues faz parte.
A mídia brasileira deu atenção zero ao caso. A Globo tem uma jornalista nesta associação, e simplesmente ignorou o assunto – um dos mais importantes da agenda econômica mundial, simplesmente.
Mas isso não surpreende.
O que de fato chama a atenção é que nenhuma autoridade econômica brasileira tenha falado deste tema até o momento.
Na Inglaterra, o Parlamento convocou presidentes de algumas das empresas que mais usam paraísos fiscais e exigiu explicações.
Starbucks, Apple e Amazon estavam entre as corporações intimadas a dar satisfações aos parlamentares britânicos.
A estratégia é, como se dizem os ingleses, “name and shame” os que fazem espertezas fiscais.
No Brasil, o silêncio governamental apenas contribui para as espertezas fiscais.
O Bradesco apareceu na mídia nestes dias – mas no seio de uma informação segundo a qual seu presidente teria rejeitado um convite para ser ministro da Economia.
Seria o triunfo do absurdo, um ministro da Economia vinculado a esquemas de fuga de impostos por meio de paraísos fiscais.
Listar as empresas que fazem este tipo de coisa é o primeiro e essencial passo para combater esse enorme problema brasileiro e mundial.
Dilma, em sua entrevista de ontem, falou que vai olhar “com lupa” as despesas do governo.
Pois tem que olhar também com lupa as receitas que não estão se materializando por artimanhas fiscais.
A sociedade tem que saber mais sobre aqueles que, já tão cheios de dinheiro, subtraem dos cofres públicos recursos que dariam em escolas, hospitais, portos e saneamento básico, entre tantas outras coisas de que o Brasil precisa muito mais que a rica Suécia — que está esperneando contra a evasão fiscal enquanto paira um intolerável mutismo entre nós.

Fonte: DIÁRIO DO CENTRO DO MUNDO
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Lucro dos bancos privados brasileiros cresce 27% em 2014

Marcos Santos/ USP Imagens
Apesar do baixo crescimento da economia, Bradesco, Itaú e Santander somaram lucro de R$ 27 bilhões de janeiro a setembro
06/11/2014
Por Bruno Pavan
Da redação
Menos de 1%. É o que deve crescer o Produto Interno Bruto do Brasil em 2014. O resultado, para muitos tido como fraco, não impactou em nada os lucros do setor financeiro privado do país.
De acordo com o jornal Valor Econômico, o lucro dos três maiores bancos privados do país cresceu 27% entre janeiro e setembro desse ano. Isso significa um lucro, somado, de R$ 27 bilhões no período.
Um dos principais fatores foi a atuação mais tímida dos bancos públicos em 2014. Usados pelo governo para diminuir a taxa de juros do mercado desde 2012, a concorrência com BB e Caixa ficou menos acirrada neste ano fazendo com que Bradesco, Itaú e Santander pudessem fazer remanejamentos.
A diferença entre o crescimento do Brasil e o do setor é explicada pela presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo Osasco e região, Juvandia Moreira Leite. Para ela, as instituições contribuem muito pouco para o desenvolvimento do país e, apesar dos lucros recordes, demitem funcionários.
“Além de cobrar as taxas de juros mais altas do mundo, restringem o fornecimento de crédito para a população e em vez de gerar novos postos de trabalho, demitem. Somente o Itau, Bradesco, Santander e BB fecharam 4.715 mil postos de trabalho em um ano (setembro 2013 a setembro de 2014), mesmo com lucro 20% maior que o mesmo período do ano passado”, criticou.
Fonte: BRASIL DE FATO
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3D, homem, Online, entrevista, conceito 

Hoje é dia 7 de novembro de 2014.

Passaram-se apenas 15 dias da eleição de segundo turno.

Isso mesmo, apenas 15 dias e parece que a eleição aconteceu há muitos meses.

Por que essa sensação de que  um acontecimento tão próximo teria acontecido há muito tempo atrás ?

Existem muitas explicações, porém a principal esteja  no envolvimento profundo  das pessoas com um determinado assunto , e, uma vez concluído o assunto desaparece repentinamente do interesse das pessoas, dando uma falsa impressão que tudo teria acontecido há muito tempo.

E o que motiva o interesse profundo das pessoas nas eleições ?

A eleição para presidente da república é , sem dúvida  um evento que mobiliza os corações e mentes das pessoas.

Essa mobilização, no entanto, fica turbinada  com o noticiário dos meios de comunicação, que a medida que o dia do voto se aproxima, quase tudo que é noticiado de alguma forma tem alguma relação com os candidatos envolvidos, seja direta ou indiretamente.

Nas semanas que antecederam o dia 26 de outubro - dia da eleição em segundo turno - o caro leitor foi bombardeado diariamente pela velha mídia com uma agenda de notícias nos jornais, revistas , emissoras de rádio e emissoras de TV, que se repetiam como sendo conteúdos informativos de grande relevância para o país e mesmo para todo o mundo que direcionava os olhos para a eleição no Brasil.

Na  agenda informativa de "grande relevância" tínhamos as denúncias, sempre  bombásticas e de última hora, de casos de corrupção em órgãos do governo, apresentadas como algo inaceitável que coloca em risco a reputação do governo e empresas estatais, abrindo , desta forma, canais de discussão sobre a importância de um estado mínimo, onde a presença da iniciativa privada inibiria todo e qualquer tipo de deslize como corrupção em obras públicas , licitações e sonegação de impostos.

O foco das denúncias estava centrado na Petrobrás, empresa estatal de grande importância para alavancar a economia nacional em função da cadeia produtiva que envolve as atividades  de prospecção, exploração, refino , distribuição e comercialização de derivados de petróleo e gás.

Como empresa estatal ,logo o governo e a candidata a reeleição apareceram citados , mesmo sem provas, como envolvidos nos escândalos de corrupção, gerando , aí, sim, um dos maiores escândalos de manipulação informativa dos últimos anos.

Encerrada a eleição e com a vitória da candidata da situação, o noticiário virou suas baterias já para a composição do congresso nacional - que tomará posse somente no próximo ano - especulando a possibilidade de grandes dificuldades para a governabilidade do país ao insuflar parlamentares  mesmo da base aliada, como referências no debate nacional.

Aqueles assuntos que dominaram nos noticiários da velha mídia, como a "corrupção sem fim", refluíram drasticamente no período pós -eleição.

Ora, assuntos de corrupção não podem sumir do noticiário , ou serem apresentados em função de atacar  e/ou favorecer este ou aquele candidato, não é ?

Tais assuntos , se são relevantes e verdadeiros, independem do processo eleitoral e da opção política da velha mídia.

Chegamos a conclusão, ou se ainda não chegamos podemos inclinar nosso raciocínio à compreensão de que as notícias  são aquilo que a velha mídia deseja que sejam notícias, independente da relevância ou veracidade dos fatos  e em função do momento  em que  devem ser apresentadas.

Com relação a esse comportamento criminoso do oligopólio midiático brasileiro, o PAPIRO publicou um artigo no dia 3 deste mês com o título, Tá com sede ?

E eis  que nesta semana , uma notícia que envolve uma investigação internacional até mesmo com a participação de profissionais brasileiros do setor das comunicações e imprensa, revela um esquema de sonegação bilionária de impostos envolvendo lavagem do dinheiro em paraíso fiscal da decadente Europa.

No esquema são citados bancos brasileiros, como Itaú e Bradesco, grandes anunciantes dos meios de comunicação e também grandes patrocinadores de grandes eventos esportivos.

Curiosamente, pelo menos para nós, reles mortais, o assunto não apareceu com a devida relevância na velha mídia -  isso quando apareceu - já que do ponto de vista conceitual segue a mesma linha dos casos de "corrupção em órgãos do governo" e, assim sendo, não apenas deveria ter recebido o mesmo tempo de exposição como deveria ter sido condenado com a mesma veemência pelos "éticos e decentes" jornalistas e veículos da grande mídia.

No entanto, nada disso acontece e ninguém mais se lembra que  a copa do mundo aconteceu aqui no Brasil nos meses de junho e julho deste ano, que a eleição aconteceu no final do mês de outubro e que Patrícia Poeta um dia já esteve na bancada do telejornal de maior audiência do país.

Telejornal que assim como toda a velha mídia , escolhe ,constrói  e bombardeia as notícias  para o momento, sem o menor compromisso com  a veracidade e a relevância dos fatos,  e sempre em função  de seus interesse políticos, comerciais e doutrinários.

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

O exército vencedor.

A República Bolivariana da… Austrália

5 de novembro de 2014 | 18:44 Autor: Fernando Brito
cangurubolivariano
Via Muda Mais, a melhor gozação possível contra as cabecinhas miúdas do “curupaco, bolivariano” que anda assolando nossa direita coxinha, vem do Facebook de André Levy, que mora na terra dos cangurus, com uma lista das 20  razões “para quem quiser fugir do bolivarianismo no Brasil não ir para a Austrália”:
1. Para tudo há conselhos de movimentos sociais (peak bodies), e os governos os consultam e prestam-lhes satisfação regularmente (bit.ly/1san6Qa).
2. O governo paga até R$1562 de Bolsa Família (Parenting Payment,bit.ly/1pgKakt), sem qualquer exigência como frequência escolar ou vacinação (no Brasil os beneficiários recebem em média R$5 por dia para a família toda).
3. Não se pode fazer reforma em casa sem submeter seu projeto à consulta pública, através da prefeitura, exigindo que se pendure um aviso na porta da tua casa por duas semanas ou mais para quem quiser consultá-lo e apresentar objeções. Se os teus vizinhos não gostarem da ideia, a prefeitura não aprova (bit.ly/10jbDX2).
4. Há piscinas públicas nas praias e churrasqueiras nos parques de uso gratuito, pagas com o bolso do contribuinte.
5. As cláusulas dos contratos de aluguel residencial são ditadas pelo governo do estado (bit.ly/1phlBE4).
6. Não se pode trabalhar de barman sem licença específica para servir álcool (RSA, onlinersa.com.au).
7. Não se pode vender álcool em mercados e supermercados; só em lojas licenciadas pelo Estado (bottle shops, bit.ly/1DWVymW).
8. Não é permitido trabalhar de eletricista, encanador ou pedreiro sem licença do Estado (professional license, bit.ly/1e43SWa).
9. Não é permitido abrir um cabeleireiro sem licença específica do Estado (business license, bit.ly/1pgLuEb).
10. Tem ciclovia para todo lado e é proibido andar de bicicleta sem capacete ou na calçada. A multa por não usar capacete é R$115 em Sydney (bit.ly/1uounCc), R$332 em Adelaide (bit.ly/1go9IaK) e R$400 em Melbourne (bit.ly/1x2Ojsb).
11. Todos os filmes exibidos em cinemas, festivais e instituições de ensino precisam passar pela censura (Classifications Board, classification.gov.au).
12. Não é permitido o marketing de cigarros e produtos de tabaco, nem mesmo na própria embalagem (bit.ly/1mbSZIv).
13. O salário mínimo é R$5395 a.m. (bit.ly/1mKLtkZ, alguém pode por favor avisar o Armínio Fraga?)
14. Em Melbourne o governo subsidia 88% do transporte público (bit.ly/1wZ4AgK). A Prefeitura de São Paulo subsidia 20%.
15. Os nativos que moram em áreas remotas recebem uma Bolsa Aborígene de R$76 a.m. (bit.ly/1zrGz6q).
16. Paga-se em média R$3600 a.m. de impostos diretos e indiretos (no Brasil são R$830).
17. Tem 1 funcionário público para cada 13 pessoas (no Brasil tem 1 para cada 17).
18. Paga-se ao governo do estado R$235 a.m. para ter 1 vaga de carro na área central de Melbourne para desestimular as pessoas a irem de carro para a cidade (congestion levy, bit.ly/1A3Vipo).
19. Os governos estaduais recomendam livros LGBT para pré-adolescentes (bit.ly/1tVjsxO).
20. O voto é obrigatório e a multa é R$43 (no Brasil é R$3,51). Se não justificar ou pagar a multa, irá para a justiça. Se o eleitor for considerado “culpado”, a multa sobe para R$370 mais os custos do tribunal e o “culpado” pode ficar fichado na polícia (bit.ly/1ySOAyc). No Brasil não há criminalização e quaisquer sanções são suspensas assim que quitada a multa de R$3,51 no cartório eleito
Fonte: TIJOLAÇO
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E alguém já viu, ouviu ou leu essas informações em emissoras de TV, emissoras de rádio e impressos da velha mídia ?

Durante a campanha eleitoral, onde se discutiu , e muito, o papel do estado brasileiro na economia , com enfoque no bolsa família, BNDES e empresas estatais, algum veículo da velha mídia apresentou essas informações , e até mesmo outras de outros países , para fornecer subsídios para escolha do eleitor ?

Aliás, a população brasileira recebe informações pela velha mídia de algum país que não seja os EUA e os países da União Européia ?
O caro leitor recebe da velha mídia alguma informação positiva sobre Venezuela, Rússia, e países da América do Sul e Caribe ?

O que o caro leitor conhece sobre a Austrália, além dos cangurus ?

Os conselhos populares que o governo brasileiro deseja criar , mas que foram barrados no congresso anacrônico e fascista, existem não apenas na Austrália como em vários outros países.

Os aborígenes australianos, verdadeiros donos da terra assim como os indígenas brasileiros, recebem bolsa do governo. 
Imagine o governo brasileiro dando bolsa para nossos índios que vivem em locais remotos ? Bolsonaros certamente iriam declarar guerra .

Os programas de TV e filmes  antes das exibição passam por uma avaliação para classificação indicativa. 
A velha mídia brasileira fascista chama isso de censura. 
Você concorda ?

Piscinas públicas nas praias e churrasqueiras nos parques públicos pagos com  dinheiro do contribuinte. 
Aqui, no Rio de Janeiro, o piscinão público da praia de Ramos, sempre que é notícia na velha mídia é para ridicularizar os frequentadores ou para  associar o local com a proximidade de comunidades dominadas pelo narcotráfico. 
Imagine churrasqueiras em parques públicos no Brasil, principalmente em São Paulo, seriam motivo de críticas pela presença de "gente diferenciada" nos parques. 
O caro leitor carioca já teve o privilégio fantástico de fazer um belo piquenique no Parque da Quinta da boa Vista ?

Na Austrália tem um funcionário público para 13 pessoas, enquanto no Brasil existe um funcionário para 17 pessoas. 
Enquanto isso, políticos como coronel defasado no tempo que atende pelo nome de Agripino e também o  senador Álvaro Dias chamam isso de estado inchado e gastança.

Você sabia que na Austrália qualquer edificação - casa , prédio, etc - o terreno da edificação deve ter 2/3 destinados a áreas verdes e o outro terço específico para a edificação ? 

Talvez os fascistas de plantão e a velha mídia ainda mais fascista que os fascistas de plantão, ao lerem essa postagem até aqui  já estejam dizendo que na Austrália é um povo evoluído e educado. De fato, entretanto o papel do estado tem sido fundamental e cabe lembrar que a Austrália foi o pais que mais recebeu estrangeiros nas ultimas quatro décadas como forma de habitar e suprir as necessidades do pais, fazendo de sua população algo bem misturado,multicultural, de todas as raças e regiões do mundo.

Dos grandes centros urbanos mundias com características de balneário, você sabia que o Rio de janeiro e Sidney, na Austrália, tem muitas semelhanças ?

O caro leitor já percebeu claramente, não apenas por essa postagem mas , e principalmente , pelo conjunto  de informações objetivas oriundas dos sites e blogues progressistas ao longo de anos, que o objetivo da velha mídia - aliás um objetivo sistemático - foi, é e sempre será o de inviabilizar o Brasil e seu povo, criando todo tipo de preconceito, diminuindo a auto estima  e trabalhando incansavelmente para entregar todas  as riquezas do país para grupos estrangeiros; grupos para os quais a velha mídia não apenas trabalha como nutre profunda afinidade. 
Nesse contexto, políticos seguem a mesma orientação reverberando e fazendo reverberar pela mídia posições e conceitos nocivos ao país e ao povo brasileiro. 
Contam para isso com parcela da sociedade receptível - pelos anos de doutrina midiática - aos apelos fascistas, retrógrados que visam criar um clima de ingovernabilidade e até mesmo fermentar as condições para golpes de estado  de todas as matizes, do verde oliva ao preto carvão.
 É o que estamos assistindo nesses dias pós-eleição, quando o campo fascista de direita sofreu mais uma derrota  e, assim sendo, não se conforma  e exala toda sua frustração - fruto da incapacidade do próprio campo - apelando para todas as formas de confronto, claro, com o auxílio inestimável de políticos que não tem o menor compromisso com as causas populares e democráticas e , que de forma cínica, se dizem representantes legítimos do povo brasileiro. 
As questões relativas a uma maior presença do estado da economia brasileira, a criação dos conselhos populares, uma assembléia constituinte para reforma política com plebiscito e a regulação dos meios de comunicação, não podem, em hipótese alguma, serem negligenciadas ou barradas, pois são parte da agenda vencedora nas urnas, um exército que há doze anos não admite nenhum tipo de retrocesso.