sexta-feira, 24 de outubro de 2014

A estrada de Botelhos

Aécio e a estrada da família Marinho

Por Joaquim de Carvalho, no blog Diário do Centro do Mundo:

Em 2001, quando era governador de Minas Gerais, Itamar Franco recebeu a sugestão de asfaltar uma antiga estrada no interior do estado, que liga os municípios de Botelhos, na região de Poços de Caldas, a Alfenas. A obra foi à licitação, mas, depois de concluído o processo, Itamar optou por não fazer a pavimentação, pois, segundo disse ao então prefeito de Poços de Caldas, entendia que não era prioridade para Minas.

Seu sucessor, Aécio Neves, retomou o processo e fez a obra. No percurso entre as duas cidades, existem muitas propriedades rurais, mas nenhuma dela é maior do que uma fazenda que produz café de qualidade e tem uma grande criação de porcos, de onde saem todas as semanas caminhões carregados de carne suína em direção ao frigorífico de Poços de Caldas.

A propriedade se chama Sertãozinho, mas seu proprietário não gosta de publicidade. Em 2012, a revista Globo Rural publicou o resultado do 13º Concurso de Qualidade Cafés do Brasil — “Cup of Excellence Early Havest” –, realizado em Jacarezinho, no Paraná. A notícia destaca os três primeiros colocados, mas dá o nome da fazenda e do proprietário só dos dois primeiros. O terceiro tem apenas o nome da fazenda.

A propriedade foi comprada por Roberto Marinho há cerca de 15 anos e hoje quem manda ali é seu filho mais velho, Roberto Irineu Marinho.

A estrada é antiga. “Eu tenho 56 anos e sempre usei essa estrada para ir a Divisa Nova [município entre Botelhos e Alfenas]”, diz José Carlos Rocha, corretor em Botelhos. Era de terra, mas bem conservada pelas prefeituras de Divisa Nova e Botelhos. Depois que recebeu o asfalto, os moradores notaram mudança no traçado.

A estrada segue como antigamente até a entrada da Fazenda Sertãozinho, onde ela faz um desvio à esquerda e vai num percurso sinuoso por três quilômetros até um campo de futebol, onde tem outra porteira e termina a propriedade da família Marinho.

“Todas as outras propriedades são cortadas pela estrada municipal, menos a Sertãozinho”, conta Paulo Thadeu, ex-prefeito de Poços de Caldas e médico veterinário que trabalhou na fazenda, quando era de Homero Souza e Silva, sócio de Walter Moreira Salles no antigo Unibanco.

Homero vendeu a propriedade depois que bateu o carro entre Poços de Caldas e Botelhos. Dirigia o próprio carro e estava na companhia da esposa, que morreu. Desgostoso, colocou a propriedade à venda, comprada por Roberto Marinho.

“O Roberto Marinho ia sempre à fazenda, gostava muito dali. Eu mesmo vi ele algumas vezes na festa de São Pedro”, diz uma mulher que trabalhou na propriedade e guarda o registro em carteira. A tradição se mantém. Todos os anos a Sertãozinho realiza a festa junina.

Funcionários contam que Roberto Marinho tinha especial predileção por um cinematográfico jequitibá rosa conservado no coração da lavoura. De longe é possível ver a árvore, no meio de um recorte do cafezal em formato de diamante.

Eu fui até a fazenda, e usei a antiga estrada, que tem, hoje, uma porteira, mas que permanece aberta (não poderia ser diferente, já que se trata de estrada pública).

Logo na entrada, uma placa de fundo verde, com o desenho estilizado do jequitibá rosa e a frase: “Fazenda Sertãozinho – Sejam bem-vindos”. Entrei e fui até a casa do administrador, uma construção com varanda e garagem onde estavam três veículos, um modelo compacto, uma moto e uma camionete, todas com adesivos “Aécio Presidente”. Quem me atendeu foi seu sogro, que estava na varanda. Pedi para falar com o administrador. Primeiro veio o filho pré-adolescente, depois um homem parrudo, de camisa azul e bermuda.

Quando disse que era jornalista e estava fazendo uma reportagem sobre o desvio da estrada, o administrador se enfureceu: “Foi o PT que mandou você aqui?” Expliquei que o desvio de uma estrada, em benefício de particulares, é assunto de interesse público.

“Faz isso não, faz isso não”, disse, andando de um lado para o outro da varanda, ele no alto, eu num ponto mais baixo, separados por alguns degraus. “Isso aqui é um projeto social”. Como assim, projeto social? É uma fundação? Uma ONG? “Não. É que, se a Sertãozinho fechar, muita gente vai ficar desempregada em Botelhos”. E quantos empregos a fazenda dá? “Duzentos e quarenta”.

José Renato não escondia o nervosismo. “Gozado que vocês do PT fazem esse tipo de entrevista só no domingo.” Eu não sou do PT, disse a ele e pedi para gravarmos. José Renato Gonçalves Dias, o administrador, não quis gravação. Mas tentou dar algumas explicações.

“Tinha duas estradas, mas decidiram asfaltar aquela outra. Acho que é porque aqui moram algumas famílias, e a estrada asfaltada é um risco de acidente”. Mas a estrada municipal não é esta daqui? “As duas são”.

Os moradores da região negam que existisse outra estrada além da que corta a Sertãozinho. “Não existia outra estrada coisa nenhuma, era cafezal, e a divisa da fazenda Sertãozinho”, diz o ex-prefeito de Poços de Caldas.

Como veterinário, Paulo Thadeu passava sempre por ali. Não atendia apenas a Sertãozinho, mas outras propriedades, e sua então namorada, hoje esposa, morava num bairro conhecido como São Gonçalo, alguns quilômetros adiante da fazenda da família Marinho. “A estrada corta todas as fazendas, onde também moram pessoas, e a colônia de moradores da Sertãozinho não fica perto da estrada”.

Deixei na mão do administrador uma folha de papel com meu nome, telefone e e-mail, e pedi para entrasse em contato, caso quisesse dar mais informações sobre o desvio da estrada.

Retomei o caminho de Alfenas, pela antiga estrada municipal, que corta a fazenda. Estava fotografando um bambuzal que cobre a estrada e lhe dá a bela forma de um túnel quando a camionete, em alta velocidade, parou atrás do meu carro e José Renato correu na minha direção: “Você não vai fotografar aqui!”, gritou. Mas a estrada é pública, estou no caminho de Alfenas.

Entrei no meu carro e segui pela estrada municipal até o lado de fora da porteira, que estava aberta, onde tem um campo de futebol e o asfalto retoma o antigo traçado, fora dos domínios da Sertãozinho.

O administrador continuou parado 200 metros distante, com a camionete na diagonal, e quando comecei a registrar com a câmera sua presença intimidadora, ele saiu, na direção da casa. Permaneci na estrada municipal, mas do lado de fora da porteira aberta, e alguns minutos depois chegou um carro com quatro homens. Todos pararam onde a camionete do administrador estava. Tinham o tipo físico de seguranças.

“A Globo desviou a estrada porque ela pode, uai”, diz, rindo, um homem sentado no banco da praça central de Botelhos. O homem, de boné e camisa aberta, trabalhou na Sertãozinho, no retiro de leite, quando a Sertãozinho produzia de 3 a 4 mil litros por dia. Hoje, além dos porcos e do café, tem gado de corte.

O ex-vereador Olair Donizete Figueiredo, do PDT, que foi presidente da Câmara Municipal, diz que gostou do asfalto, apesar do desvio que aumentou em 3 quilômetros a distância até o município de Divisa Nova, mas critica o governo de Aécio Neves pela ausência de outra obra na região e da falta de atenção com os professores.

“Ele fez o asfalto por causa da influência da Globo, porque ia beneficiar ele. E aqui foi só, não fez mais nada”, afirmou o ex-presidente da Câmara.

Depois de pavimentar a pista de um aeroporto na antiga fazenda do tio, que tinha a posse da chave, desviar a rede de alta tensão para construir um haras na própria fazenda, de onde retirou o tráfego com a abertura de outra estrada, descobre-se agora que o governo de Aécio não foi generoso apenas com a própria família. Botelhos é testemunha de um jeito particular de administrar.

Fonte: Blogue do Miro
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Para familiares e amigos, seja aeroporto ou criação de porco, Aécio não mede esforço.

Desvia estrada, desvia rede elétrica.

Esse é o choque de gestão que deseja implantar no país.

E globo, como se estivesse no período da ditadura militar, continua obtendo vantagens de seus aliados em governos, como em São Paulo e em Minas.

E assim , o playboy vai  fazendo história em Cláudio, Montezuma e agora em Botelhos.

Tucano na seca

Quem mandou esconder
a falta d’água em SP ?

Factoide da Veja era para esconder o mandante da ordem à Sabesp  
Saiu na Fel-lha (ver no ABC do C Af):

‘ORIENTAÇÃO SUPERIOR’ IMPEDIU ALERTA SOBRE CRISE, DIZ PRESIDENTE DA SABESP


BRUNO BOGHOSSIAN

PAULO GAMA


Em uma reunião da cúpula da Sabesp neste ano, a presidente da estatal, Dilma Pena, afirmou que uma “orientação superior” impediu a empresa de alertar a população de São Paulo sobre a necessidade de economizar água. Em nota, a Sabesp confirmou a reunião e ressaltou que sua “comunicação é feita de forma autônoma”.


“Cidadão, economize água. Isso tinha de estar reiteradamente na mídia, mas nós temos de seguir orientação, nós temos superiores, e a orientação não tem sido essa. Mas é um erro”, afirmou Pena a dirigentes da estatal.


O áudio da reunião foi obtido pela Folha.


Na nota, a Sabesp diz que “naquele momento, a diretoria discutia com o conselho de administração da companhia (órgão superior) a estratégia de comunicação”. “O objetivo da reunião operacional foi de ampliar ao máximo as ações de comunicação para o uso racional da água junto aos funcionários da companhia”, diz a empresa.


O governo de São Paulo é o acionista majoritário da Sabesp e tem o poder de indicar a maior parte dos integrantes do conselho de administração da companhia. Em abril, o Estado indicou para compor a cúpula da estatal por um mandato de dois anos Mauro Arce (secretário de Recursos Hídricos de Geraldo Alckmin), Alberto Goldman (ex-governador paulista), Francisco Luna (secretário de Planejamento do governo José Serra), a própria Dilma Pena e outros quatro nomes.


São Paulo enfrenta a sua mais grave crise de abastecimento hídrico. O sistema Cantareira, que fornece água para cerca de 8 milhões de pessoas só na região metropolitana, operava nessa quinta-feira com 3% de sua capacidade.


O governo paulista tem sido acusado de não abordar a questão de maneira transparente por causa do processo eleitoral. O governador Geraldo Alckmin (PSDB) disputava a reeleição e conseguiu um novo mandato em outubro.


Procurado, o Palácio dos Bandeirantes ainda não se manifestou.


Na reunião, Pena diz que “por uma orientação superior, a Sabesp tem estado muito pouco na mídia”.


“Nós tínhamos de estar mais na mídia, os superintendentes locais, nas rádios comunitárias.”


Pena segue dizendo que argumentou contra a decisão. “É um erro. Tenho consciência absoluta, e falo para as pessoas com quem eu converso sobre esse tema, mesmo meus superiores.”

BANHO EM UBATUBA

Na mesma reunião, o diretor metropolitano da Sabesp, Paulo Massato, diz que a situação é uma “agonia” e diz que “não sabe o que fazer” se os volumes de chuva neste ano repetirem o cenário de 2013.


“Se repetir o que aconteceu esse ano, do final de 2013 de outubro pra cá, se voltar a repetir em 2014, confesso que eu não sei o que fazer. Essa é uma agonia, uma preocupação.”


Depois, ele relata uma “brincadeira” que um colega fez, mas ressalta que é uma “brincadeira séria”: “Ele falou: ‘Saio de São Paulo, porque aqui não tem água, não vai ter água pra tomar banho, limpeza da casa’.”


“Quem puder compra garrafa de água mineral, quem não puder vai tomar banho na casa da mãe, em Santos, Ubatuba, Águas de São Pedro. Aqui não vai ter.”

NOTA

Leia a íntegra da nota da Sabesp.


1) O objetivo da reunião operacional foi de ampliar ao máximo as ações de comunicação para o uso racional da água junto aos funcionários da companhia. Vale destacar que a comunicação da Sabesp é feita de forma autônoma. E as decisões ocorrem no âmbito da companhia. Naquele momento, a diretoria da Sabesp discutia com o conselho de administração da companhia (órgão superior) a estratégia de comunicação.


2) Também naquele momento a diretiva era diminuir ao máximo a dependência do Sistema Cantareira. O contexto era de convencer, de forma contundente, os gerentes operacionais da companhia da necessidade de redução. A estratégia tem dado certo. A dependência do Cantareira diminuiu de 9 milhões para 6,5 milhões de pessoas, uma redução de cerca de 30%.

Fonte: CONVERSA AFIADA
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Planeta Água


Guilherme Arantes

Água que nasce na fonte serena do mundo
E que abre um profundo grotão
Água que faz inocente riacho
E deságua na corrente do ribeirão
Águas escuras dos rios
Que levam a fertilidade ao sertão
Águas que banham aldeias
E matam a sede da população
Águas que caem das pedras
No véu das cascatas, ronco de trovão
E depois dormem tranquilas
No leito dos lagos
No leito dos lagos
Água dos igarapés
Onde Iara, a mãe d'água
É misteriosa canção
Água que o sol evapora
Pro céu vai embora
Virar nuvens de algodão
Gotas de água da chuva
Alegre arco-íris sobre a plantação
Gotas de água da chuva
Tão tristes, são lágrimas na inundação
Águas que movem moinhos
São as mesmas águas que encharcam o chão
E sempre voltam humildes
Pro fundo da terra
Pro fundo da terra
Terra! Planeta Água
Terra! Planeta Água
Terra! Planeta Água
Água que nasce na fonte serena do mundo
E que abre um profundo grotão
Água que faz inocente riacho
E deságua na corrente do ribeirão
Águas escuras dos rios
Que levam a fertilidade ao sertão
Águas que banham aldeias
E matam a sede da população
Águas que movem moinhos
São as mesmas águas que encharcam o chão
E sempre voltam humildes
Pro fundo da terra
Pro fundo da terra
Terra! Planeta Água
Terra! Planeta Água
Terra! Planeta Água
Terra! Planeta Água
Terra! Planeta Água
Terra! Planeta Água

Como se vê foi tudo armação de Alckmin.
E por aqui, desde o início deste ano, já afirmávamos que se tratava de armação para não prejudicar a eleição de Alckmin.
Assim são os tucanos, sempre armando e escondendo a verdade.
Aécio é da mesma cepa.
Ainda bem que existe a internete, seus portais e blogues para trazer à tona a verdade.
Verdade que desestabilizou o governador de São Paulo que deveria ganhar de presente dos paulistanos a canção acima.
Imagine uma multidão em frente ao Palácio Bandeirantes cantando a belíssima canção de Guilherme Arantes.

Globo e Veja. As mesmas manipulações


Caro leitor, estamos chegando no final da campanha eleitoral e hoje ainda tem um debate entre os candidatos na TV globo.
Como o leitor sabe, o grupo globo representa o que existe de mais retrógrado e reacionário no país, entretanto, não é o único já que  a grande maioria da mídia privada segue a mesma linha de pensamento, como por exemplo a revista Veja, do grupo Abril.
Já era de se esperar que com a queda das intenções de voto do candidato que a mídia apoia, "denúncias bombásticas" acusando o governo e a candidata do PT surgiriam nesses dois dias que antecedem o voto nas urnas.
Ora, denúncias sem provas  baseadas no disse me disse  dois dias antes da eleição é fruto de desespero de quem deseja alterar  a escolha do voto da maioria da população.
O leitor  também sabe que globo, veja e toda a mídia privada já utilizaram esse mesmo expediente nas eleições de 2002, 2006 e 2010, quando tentaram no último minuto reverter, com práticas nada democráticas, a escolha do eleitor.
Como disse o jornalista Azenha hoje em VIOMUNDO, capas da revista veja eram elaboradas nas instalações de globo. Cabe ressaltar que Azenha, na época , trabalhava em globo e testemunhou várias farsas.
O mesmo se repete agora, com veja antecipando em um dia seu lançamento nas bancas - para coincidir com o debate na TV globo - e trazendo como reportagem principal , pra variar, uma denúncia contra Dilma, Lula  e o PT, em uma capa onde Dilma e Lula a parecem com expressões horrorosas.
Claro que a "denúncia" será repercutida ao extremo nos higiênicos telejornais da velha mídia.
Ainda hoje, sexta-feira, o jornal o globo apresenta  a seguinte manchete em primeira página:
"Dilma descola de Aécio"
Abaixo da manchete uma foto de Aécio sorridente ao lado do cardeal do Rio de janeiro e, ao lado dessa foto, uma foto de Dilma séria com sua sombra projetada na parede.
Outra manipulação pra lá de sinistra, agora com viés religioso.
Ainda na primeira página de o globo, uma chamada de crônica de Merval, o fascista, que afirma que as "denúncias" irão impactar as eleições.
A velha mídia brasileira e as polícias militares estaduais, são instituições da sociedade que ainda não passaram pelo processo de redemocratização do país que se iniciou na década de 1980.
Ainda pensam,e atuam, como se o país estivesse sob o comando da ditadura militar.
Assim sendo, O PAPIRO publica mais uma vez, abaixo, um conto em que a história de globo nos últimos trinta anos é apresentada sem cortes ou manipulações.
O Objetivo é para que o caro leitor mesmo aquele que já leu o conto, leia e fique hoje, amanhã e domingo, com a história de globo em suas mentes.
Caso for assistir o debate, quando o mediador de globo surgir, lembre-se da história de globo.
Amanhã, sábado, tudo que for noticiado e publicado nos veículos da velha mídia e nas redes sociais que visem atacar o governo e a candidata Dilma, lembre-se da história de globo.
Fique a vontade para copiar e distribuir essa história nas redes sociais.
E lembre-se, hoje o Brasil teve um recorde no índice desemprego, 4,9.
Um dos menores do mundo.
O país vive quase um pleno emprego.
Boa leitura



Encontros Cariocas - 2     
A História que a Imprensa Não Conta

Então, Carninha. Você falava do estreitamento, da manipulação  que a imprensa promove no debate. Mas isso não é novo, não é ?

- não. Mas hoje é muito mais acentuado.
Gandhi disse certa ocasião:
" Quando o mais fraco começa uma luta contra um sistema forte e poderoso, o sistema ignora o fraco. Se o fraco continua na luta e insiste, o forte passa, então , a ridicularizar o mais fraco. Se mesmo assim o fraco não desiste e continua na luta, o forte passa a lutar contra ele. Nesse ponto é sinal que o fraco venceu "

- o que você quer dizer com isso ?

- que é necessário um olhar na história, na nossa história recente. A grande imprensa no Brasil é o braço mantenedor do atraso e do retrocesso , no tocante as conquistas necessárias para o povo. A imprensa nunca esteve ao lado do povo .
Vamos partir de 1982, na eleição do Brizola. Naquela ocasião, a primeira eleição para governador depois do golpe de 1964, era inconcebível para o governo da ditadura que Brizola ganhasse aqui no Rio. Acreditavam, os militares e a imprensa, que Brizola era passado, teria ficado 15 anos no exílio  e as novas gerações não o conheciam. Com o desenvolvimento da campanha , o engenheiro começou a subir nas pesquisas e foi um deus nos acuda, nos palácios do atraso. Estávamos lá, lembra ? Com a proximidade do dia da eleição já se sabia que Brizola iria disputar o primeiro lugar, e aí, entraram os golpistas de sempre. A empresa contratada para compilar os votos, Proconsult, em conluio com os militares e a TV globo, armou um esquema para evitar a vitória do engenheiro. Com o decorrer da apuração, grande parte dos votos destinados ao Brizola eram separados e não apresentados na contagem. Assim o candidato dos militares e da globo, aparecia em primeiro lugar e se distanciando  para a vitória. O objetivo era desmotivar a militância brizolista, e ganhar no grito. A TV globo funcionava como  o local para divulgação da farsa armada. Acontece que a militância não se desmotivou, e um jornalista da rádio JB descobriu a farsa, assim como a apuração paralela do PDT e mostraram que aquilo que a TV globo apresentava como resultado parcial era falso. A máscara caiu e imediatamente, e sem nenhuma explicação para os telespectadores , a TV globo passou a mostrar Brizola na frente. E não deu outra, ganhamos, mas ninguém foi punido. Seria o caso de retirar a concessão da TV globo, mas...

- Roberto Marinho e Figueiredo andavam de braços dados.

- é verdade. Passamos para 1983, um ano  depois, lá pelo final do ano, crescia a movimentação popular por eleições diretas para presidente da república. Um comício em Curitiba, em novembro daquele ano, reuniu 50 mil pessoas na rua. Nenhum comentário na grande imprensa. A campanha pelas diretas crescia e nada de informação. Um comício gigante em São Paulo, já em janeiro de 1984, foi noticiado pela TV globo como festa pelo aniversário da cidade de SP. A TV globo, que detinha uma audiência avassaladora na época ,escondia da população brasileira o que acontecia nas ruas. Como a campanha crescia mais e mais, não foi mais possível esconder, e aí o que fez a TV dos marinhos ? Passou  a noticiar o movimento como uma festa popular, uma festa da democracia, uma festa por eleições diretas. Ou seja, mudou o foco, e deu um caráter festivo. Falou em festa a burguesia se anima, e também foi para as ruas, passeatas e comícios, exibir suas jóias. Uma colunista social chegou a dizer que iria ao comício para cantar o hino nacional, pois era emocionante ouvir o povo cantar. Alugou um apartamento de um hotel em frente da candelária, onde acontecia o comício de 1 milhão de pessoas, para cantar o hino, bebendo vinho francês.

- que gracinha....

- e era irmã de cantora. Assim a TV globo aprontou mais uma, não noticiando  o que acontecia e manipulando os fatos. E continua. Em 1986, já com o fim dos governos militares, e com o governo de Sarney que assumiu em 1985, foi lançado  o plano cruzado, com o objetivo de sanear a economia e acabar com a inflação. O plano foi uma comédia. No ano de 1986 tínhamos eleições para governadores, e o plano foi lançado para eleger os candidatos do governo. Brizola, como sempre, foi o único a dizer que o plano era furado e que não daria certo. Foi massacrado pela imprensa, mas não desistiu.

- aquele não desistia nunca.

- é verdade .O governo Sarney fez malabarismos para segurar o plano, com o auxílio, claro , da TV globo, que não informou a  população que aquilo não iria a lugar nenhum, garantindo, assim, a eleição dos candidatos do PMDB, partido de Sarney. Consolidada a eleição o plano cruzado desabou e tudo voltou a mesma zona de sempre, como previra Brizola que tinha Darcy Ribeiro como o candidato ao governo do Rio. Darcy perdeu a eleição e a TV globo mais uma vez enganou o povo.

- Sarney governou com Roberto Marinho, não foi ?

- é verdade. Como foi o primeiro governo civil depois do golpe, Roberto Marinho tentava preservar os ideais do golpe que ele tanto amava, ajudando a manipular o caminho para as eleições para presidente que só iriam ocorrer em,1989.

- os militares e a imprensa barraram as diretas em 1984 com medo do Brizola ganhar, não foi ?

- também por isso e talvez principalmente por isso , pois Brizola, em pesquisas, estava bem na fita. A nova armação aconteceu em 1988. Naquele ano aconteciam eleições para prefeito das cidades. Já tínhamos quase quatro anos do governo Sarney/Marinho, e as greves, que durante a ditadura foram proibidas, voltaram com a pré-democratização daqueles anos. E naturalmente. com anos de opressão, guando voltaram alguns excessos foram cometidos, tanto por patrões como por empregados. A mais emblemática foi a greve da CSN em Volta Redonda, quando a siderúrgica foi ocupada pelos operários . Houve conflito, o exército entrou em ação, com truculência desnecessária, e alguns operários foram mortos. O fato pegou mal para o governo federal, e devido a proximidade das eleições, a população brasileira deu a resposta nas urnas, proporcionando grande votação para os candidatos do PT em grandes cidades, principalmente Rio e São Paulo. E aí entra a TV globo. Após aquelas eleições a TV globo fez uma intensa campanha pela proibição de greves no país, o que seria um retrocesso no processo de pré-democratização que se vivia.

- sempre na contra mão da democracia.

- sempre. Mas não conseguiu colar, e as greves foram se acomodando sem excessos. E surgia com força a estrela do PT, o que foi motivo de reportagens preconceituosas e racistas por parte da imprensa brasileira.

- lembro que em um telejornal da globo, uma daquelas mediocridades, um repórter assim falou sobre a militância do PT; " eles se consideram petistas" alertando para um possível "perigo" no partido que crescia. lembra disso ?

- lembro, foi motivo de piada lá no diretório.  E a história continua. Chegamos no ano de 1989 e a campanha para presidente.

- foi um ano fantástico.

- com certeza, não apenas aqui no Brasil , mas em todo mundo. Por aqui a campanha ferveu. Foram momentos cômicos , dramáticos, patéticos protagonizados pelos candidatos. Quem não se lembra do surgimento do Dr, Enéas, ou o Dr Aureliano que no debate não sabia o preço de um pão francês, ou os recursos de computação gráfica amplamente utilizados por Collor, certamente com assessoria dos profissionais da globo, e as tiradas inteligentes e bem humoradas de Lula e Brizola.  Foram , de fato, dias fantásticos. Porém a coisa ficou feia foi no segundo turno. Definidos Collor e Lula, aquele segundo turno foi uma briga de foice. A TV globo apoiava abertamente Collor, e tinha arrepios em imaginar um operário  oriundo do nordeste na presidência da república. A campanha de Lula crescia e a militância petista foi importantíssima. Próximo do dia da eleição, as pesquisas encomendadas pelo PT, que não apareciam na imprensa, apontavam Lula em crescimento e Collor em declínio, se aproximando de um empate. Mais precisamente, três dias antes da eleição, quando a propaganda na TV se encerrara. uma pesquisa do PT apontava empate entre Lula e Collor , com Lula numa ascendente. Era a possibilidade de vitória. Na TV globo, as pesquisas indicavam Collor com vantagem, sem mesmo apresentar a possibilidade de empate técnico. O que fez a militância do PT. Em tempos sem internete, e sem espaço nos meios de comunicação, a militância foi para as ruas, em pontos estratégicos da cidade portanto cartazes que apontavam a real situação dos candidatos nas pesquisas e indicando uma possível vitória de Lula. No mesmo dia, o jornal nacional da TV globo, apresentado pelo Alexandre Garcia

- o machão que posou nu para a revista gay ??

- ha, ha, ele mesmo. Mas como dizia, o jornal nacional noticiou que Lula e Collor estavam técnicamente empatados, contrariando as pesquisas que eles mesmos apresentaram no dia anterior. Por quê isso ? O jornal nacional respondia aos militantes nas ruas com os cartazes, tentando desmentir que Lula estava  subindo, mas ao mesmo tempo assumindo que mentiam nas pesquisas anteriores. Nós percebemos isso, mas a maioria da população não sacou. Aí veio a manipulação e edição do debate entre Lula e Collor. O jornal nacional escolheu e editou uma matéria com os melhores momentos de Collor no debate e os piores de Lula, no mesmo debate, distorcendo os fatos e induzindo a opinião pública a vitoria de Collor.

- estava tudo armado para evitar a vitória de lula.

- claro. Logo no início do segundo turno, quando Collor e Lula já estavam definidos, o general Geisel , foi a público dizer, em alto e bom som, que não seria ainda o momento para uma vitória da esquerda no Brasil.

- deu a senha para fraudes , se necessário fosse.

- claro. E assim aconteceu. Lula foi roubado. No dia da eleição , cidades no interior da Bahia e de outros estados , onde Lula teria expressiva votação, tiveram os ônibus retirados de circulação, impedindo milhares de pessoas de votar. E mais uma vez, a TV globo esteve presente em um atentado contra a democracia e os interesses do povo brasileiro, desinformando manipulando e mentindo. E não parou por aí. Em 1992, aqui no Rio, na eleição para prefeito, a TV dos marinhos aprontou mais uma. O PT, através da candidata Benedita da Silva, liderava as pesquisas e tudo indicava que venceria no primeiro turno. Cinco dias antes da eleição, Cesar Maia, na época pelo PMDB, tinha apenas traços nas pesquisas de intenção de votos. Iniciou-se um violenta campanha contra Benedita, campanha coordenada e conduzida pela TV globo. Apelando para o racismo, o preconceito, chamaram Benedita de analfabeta, favelada e que , caso eleita, traria a escória das favelas para a cidade. Ao mesmo tempo, essa campanha enaltecia Cesar Maia, com economista, culto, branco e competente. Não ficou por aí. Para espalhar  pânico, principalmente na classe média, a tv globo incitou a criminalidade a agir na cidade. Foram dias de invasões de prédios residenciais, destruição de portas de garagem de edifícios e assaltos em profusão. Tudo incitado pela tv dos marinhos.

- assim como aqueles arrastões nas praias em que sempre tinha um cinegrafista deles presente para registrar as cenas.

- é por aí. Eles espalharam o preconceito e o pânico na cidade. Não deu outra , Cesar Maia cresce nas pesquisas, foi para o segundo turno com Benedita , usou e abusou do preconceito e venceu as eleições. Isso naquele ano de 1992, que o então presidente da república, Fernando Collor não mais servia aos marinhos.

- a história dos caras pintadas...

- por aí, Ocorre que bem antes disso , o PT, logo depois da eleição de 1989, criou um governo paralelo, que tinha por objetivo fiscalizar, denunciar e propor soluções para os problemas do país. Quando aconteceu o movimento dos caras pintadas, o PT e outros partidos de esquerda , já estavam na estrada há um bom tempo pedindo o fora Collor. Os caras pintadas foi mais uma da TV globo e de toda a imprensa que resolveu abandonar o Collor e apoiar uma manifestação pelo seu impeachment. Foi então que o pessoal foi para as ruas, muitos, inclusive, eleitores do Collor, outros que nunca tinham votado, se juntaram aqueles que já estavam na luta. A tv globo aproveitou, que naquele ano  e naquele momento, estava apresentando uma mini novela sobre os anos 60, quando os jovens foram as ruas lutar contra  a ditadura militar.

- não só aproveitou para fazer propaganda de sua novela, como a usou para levar a garotada para as ruas

- é isso aí. A maior parte dos caras pintadas foi massa de manobra, mesmo porque o afastamento de Collor aconteceria com ou sem eles. O mérito foi para o governo paralelo do PT e as esquerdas,que ficaram diluídas na manifestação maior dos caras pintadas, mas não foi essa a história contada. Então, já em 1992, sem o socialismo real, e com a eleição de Clinton, criavam-se as condições para uma intensa propaganda pelo novo que surgia, o neoliberalismo vencedor, o progresso, a vanguarda.

- ha, ha que piada.

- Clinton chegou ao poder substituindo Bush I. O vice de Clinton, Al Gore  tinha afinidades com o movimento ambientalista e lutara na guerra do Vietnam. Saía Bush I, veterano da segunda guerra mundial, ator durante o período da guerra fria, e entrava o jovem Clinton, simbolizando a chegada da era de aquário ao poder.

- tudo perfeito para mostrar o novo.

- exato. Entretanto Clinton tinha os mesmos compromissos com o neoliberalismo, e atuava da mesma forma como os anteriores, talvez até pior. Iniciou-se uma intensa propaganda pelo ideário neoliberal, com amplo apoio dos meios de comunicação, sem a possibilidade de qualquer análise crítica. As prefeituras, com a daqui do Rio, a partir de 1992, transformaram-se em balcões de negócios, com grande favorecimento para a iniciativa privada. As obras, que quase sempre de impacto visual para a população, favoreciam grandes empresas.

- é o caso do projeto Rio Cidade , que foi utilizado para passar os cabos subterrâneos da TV a cabo da rede globo..

- é por aí. Tudo com grande favorecimento para a iniciativa privada, privatizações de empresas estatais, favorecimento da indústria da construção civil.

- mas nada de saneamento básico, saúde de qualidade e educação.

- é verdade. Saneamento não aparece, já um obelisco...

- ha, ha.

- Os anos da década de 1990 foram do besteirol neoliberal, fim da história, sem qualquer possibilidade do contraditório e com intensa propaganda. No período, as empresas de propaganda e marketing tiveram grande expansão. Porém, chegava, o verdadeiro novo, o renovador, o revolucionário, que era a rede mundial de computadores, internete. Aqui no Brasil  a partir de 1994, sem nenhuma análise de fundo por parte da imprensa. Em 1999, o poder da internete se fez presente. Pela primeira vez uma grande manifestação foi organizada pela internete, o que chamou a atenção de todos, A reunião da OMC em Seattle, nos EUA, foi palco de uma gigantesca manifestação popular, gerada e organizada através da internete. Nada disso foi comentado pela imprensa  que se limitou a apresentar a manifestação como , festa, barulho ou hippyes deslocados da realidade. Mas a partir dali outras se sucederam, nos anos seguintes em Genova, onde tivemos a primeira morte de um ativista anti-globalização. Algo de novo acontecia, e a imprensa omitia os fatos. A primeira reunião do Fórum Social Mundial , em 2001, foi ignorada pela imprensa, em um momento de  expansão da internete e das redes sociais. No ano de 2002, aqui no Rio, o governador , Antony Garotinho, deixava o governo do estado para se candidatar a presidência da república. Em seu lugar assumiu o vice, Benedita da Silva, que governaria até o final de 2002. Mais uma vez a TV globo aprontou. Em perseguição clara a governadora, e exalando preconceito por todos os lados, a TV dos marinhos criou um clima de guerra no Rio de Janeiro. Usando suas táticas de terrorismo, incitou a criminalidade a prática de violência, transformando a cidade em um caos. Acuada, mas determinada a enfrentar a violência dos marinhos, Benedita gritou, clamou pelas forças de segurança pública, e disse estar a democracia em perigo pela ação de poderes que incitam o crime  e o caos na cidade. A atitude de Benedita intimidou a TV globo, que recuou. No dia seguinte, o jornal do Brasil, em editorial de primeira página, elogiou a atitude da governadora com o seguinte título; " O dia da Bené". As mídias dos marinhos ignoraram a atitude da governadora. Mais uma vez a TV globo espalhava o caos e o terror na cidade do Rio de Janeiro. Entretanto, a internete, já com força naquele ano, não deixava nenhuma mentira impune. Na eleição de 2002, que elegeu Lula, mais uma vez a tv globo destilou preconceitos de toda sorte na tentativa de evitar a eleição do candidato do PT. Nos anos seguintes, da primeira década do século, a internete se consolidou como o palco das grandes transformações, da organização de protestos, de fonte de excelentes conteúdos e trincheira de resistência para as mentiras da imprensa decadente.

- e essa grande imprensa não viu nada disso ?

- claro que viu, mas não soube e ainda não sabe como atuar nesse novo paradigma de produção e divulgação de conteúdos. A grande imprensa ainda está atrelada ao quantitativo. Ela necessita,sobre a internet, informações de visibilidade e audiência para expandir com seus parceiros comerciais, assim como ocorre em outras mídias. Acontece que na internete as percepções não seguem o padrão de TV's , rádios, jornais e outdoors.  A tv globo, por exemplo, quer saber quantas pessoas são impactadas pelos anúncios de seus parceiros, quando na internete o que importa é de que maneira um assunto vai ganhar ou não divulgação e correr pelas redes sociais. Na internete o que importa não é apenas o anúncio, mas como ele pode correr pelas redes sociais ,ser comentado, virar referência. Isso é o qualitativo, que também oferece informações sobre a quantidade pessoas que comentam. O que a grande imprensa quer é o quantitativo, mas as ferramentas usadas para essa métrica são inadequadas e impróprias para a avaliação.

- estão querendo levantar voo com um navio, não é ?

- ha, ha. é por aí. Eles se parecem com aquele personagem do filme do Herzog que atravessou um navio pela montanha

- será que eles se preocupam se o navio tem ou não chaminés ?

- ha, ha, isso é com o Teo.

- quando estou na internete eu vejo os anúncios até mesmo para saber quem financia aquele portal, aquele blogue. Meu foco é esse. Não guardo o conteúdo do anúncio .

- mas a maioria não é assim. Não vê, vê e ignora, vê e se interessa. A internete é um boca a boca turbinado, é assim que funciona, como no antigo boca a boca, apenas com uma velocidade muito maior , tanto na aceitação como no descarte. Tudo surge e desaparece em pouco tempo. Trabalhar essas características para se manter no foco é o desafio.

- e as empresas de publicidade não veem isso ?

- parece que não. Estão focadas em quantas pessoas vão ver o anúncio em um portal ou em um site e não de que maneira o anúncio pode se tranformar em algo mais comentado. É um tremendo desafio, pois exigirá dessa turma um vigor intelectual e criativo gigantesco, considerando também o tempo de exposição que é menor que nas outras mídias.Tem que mudar rápido, e sempre fazendo algo impactante. É agora que nós vamos ver quem é bom.

- esses caras de publicidade são umas figuraças. Usam paletó e gravata com bermudas, calvice com rabo de cavalo, suspensórios, barba sem bigode.

- eles devem se inspirar na essência do negócio deles e devem se achar como criação deles mesmos. Então. A grande imprensa está em decadência, não sabe como lutar com a internete, e vem sofrendo deliciosas derrotas. As mentiras que produzem não duram nem um dia e , atualmente,,estão envolvidas em crime de formação de quadrilha, corrupção e até mesmo participação de assassinatos para eliminar adversários.

- ainda como nos tempos da ditadura..

- pois é. a diferença atualmente é que se sabe , se comprova e esse é o momento perfeito para se passar esse passado golpista e antidemocrático a limpo, resgatar e apresentar a verdadeira história do período da ditadura, dar nome as empresas que participaram e financiaram os crimes contra o povo, desmascarar e acabar com a prática de associação de empresas , inclusive de imprensa, com o crime organizado para promover golpes e atentados contra a democracia, regulamentar o setor da comunicações no Brasil, eliminando monopólios, garantindo a pluralidade, garantindo espaço para produção e divulgação de conteúdos nacionais valorizando nossa cultura, manter um controle social sobre os meios de comunicação, criar e aplicar regras claras para punição e cassação de emissoras de TV e rádios.

- uma boa hora...

- então. No início dos anos da década de 1990 éramos totalmente ignorados. Se falássemos de socialismo nos davam as costas. Diziam que estávamos ressuscitando defuntos. Na virada do século, lá pelo ano 2000, não mais nos ignoravam, mas nos ridicularizavam. Diziam que éramos saudosistas , neo hyppies, jurássicos, ultrapassados. Hoje, lutam contra a gente no debate de idéias, na produção de conteúdos. Perseguem blogues, processam internautas. Tudo isso , claro, tentando estreitar o debate, mas não é mais possível. A resposta, em todo o mundo vem das urnas, das redes sociais e das ruas. Eles, os mais fortes,os neoliberais, estão lutando contra nós, os mais fracos. O gigante caiu. Eles perderam.

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

O Apocalipse

Choque de lodo: o mar de lama do PSDB

Não deixa de ser potencialmente devastador que quem acusa o PT de jogar o país num mar de lama, agora só tenha 200 bilhões de litros de lodo a oferecer ao povo

por: Saul Leblon
Arquivo

O depoimento do diretor-presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), Vicente Andreu, nesta 3ª feira, na Assembleia Legislativa de São Paulo, caiu como uma bomba na reta final da campanha presidencial de 2014.

Ele disse aquilo que o PSDB se recusa a admitir: restam apenas 200 bilhões de litros do volume morto do sistema Cantareira, que provê boa parte da água consumida na cidade.

Outros 300 bilhões/l de um total de 500 bi/l já foram acionados.

Mas o pior de tudo: a derradeira reserva de água da cidade encontra-se disponível na forma de lodo.

Dele terá que ser separada para acudir a sede paulistana caso não chova o suficiente no próximo verão.

Ainda que isso ocorra, as chances de São Paulo ficar à mercê do lodo no inverno de 2015 são significativas.

Corta para a campanha eleitoral de Aécio Neves em que o estandarte da eficiência tucana é martelado diuturnamente como um tridente contra aquilo que se acusa de obras e planos nunca realizados por culpa da (Aécio enche a boca e escande as sílabas) ‘má go-ver-nan-ça’.

Corta de volta para um fundo de represa com 200 bilhões de litros de lodo.

Essa é a retribuição que o PSDB prepara para o colégio eleitoral em que seu candidato Aécio Neves teve a mais expressiva votação no primeiro turno da disputa de 2014.

Atribuir a ingratidão a São Pedro é um pedaço da verdade, que vale tanto mais para a inflação, por exemplo, 'acima da meta, segundo acusa o salvacionismo conservador.

Num sugestivo contorcionismo eleitoral, seu candidato minimiza o impacto da seca no custo dos alimentos, ao mesmo tempo em que apela à meteorologia para abonar o colapso em marcha em São Paulo.

Ou isso ou aquilo?

A rigor muito mais aquilo.

Estocar comida, que não grãos, caso do vilão tomate, por exemplo, está longe de ser uma opção exequível em larga escala no enfrentamento de uma seca. Mas estocar água e planejar dutos interligados a mananciais alternativos, calculados para enfrentar situações limite, mesmo que de ocorrência secular, é uma obrigação primária de quem tem a responsabilidade pelo suprimento de grandes concentrações urbanas.

O custo de não fazê-lo é o caos,

Com as consequências imprevisíveis que agora assombram o horizonte dos cerca de 20 milhões de moradores da Grande São Paulo.

Não por acaso, Nova Iorque e o seu entorno, com uma população bem inferior, de nove milhões de habitantes, nunca parou de redimensionar a rede de abastecimento de água, movida por uma regra básica de gestão na área: expansão acima e à frente do crescimento populacional.

Tubulações estendidas desde as montanhas de Catskill, situadas a cerca de 200 kms e 1200 m de altitude oferecem ao novaiorquino água pura, dispensada de tratamento e acessível direto da torneira.

Terras e mananciais distantes são periodicamente adquiridos pelos poderes públicos para garantir a qualidade e novas fontes de reforço da oferta.

O sistema de abastecimento de Nova York reúne três grandes reservatórios que captam bacias hidrográficas preservadas em uma área de quase 2.000 km2.

A adutora original foi inaugurada em 1890; em 1916 começou a funcionar outro ramal a leste da cidade; em 1945 foi concluída a obra de captação a oeste, que garante 50% do consumo atual.

Mesmo com folga na oferta e a excelente qualidade oferecida, um novo braço de 97 kms de extensão está sendo construído há 20 anos.

Para reforçar o abastecimento e prevenir colapsos em áreas de expansão prevista da metrópole.

Em 1993 foi concluída a primeira fase desse novo plano.

Em 1998 mais um trecho ficou pronto.

Em 2020, entra em operação um terceiro ramal em obras desde o final dos anos 90.Seu objetivo é dar maior pressão ao conjunto do sistema e servir como opção aos ramais de Delaware e Catskill, que estão longe de secar.

Uma quarta galeria percorrerá mais 14 kms para se superpor ao abastecimento atual do Bronx e Queens.

Tudo isso destoa de forma superlativa da esférica omissão registrada em duas décadas ininterruptas de gestão do PSDB no Estado de São Paulo, objeto de crítica até de um relatório da ONU, contestado exclamativamente pelo governador reeleito, Geraldo Alckmin.

Se em vez do mantra do choque de gestão, os sucessivos governos de Covas, Ackmin, Serra e Alckmin tivessem reconhecido o papel do planejamento público, São Paulo hoje não estaria na iminência de beber lodo.

O Brasil todo desidrata sob o maçarico de um evento climático extremo. Mas desde os alertas ambientais dos anos 90 (a Rio 92, como indica o nome, aconteceu no Brasil há 22 anos) essa é uma probabilidade que deveria estar no monitor estratégico de governantes esclarecidos.

Definitivamente não se inclui nessa categoria o tucanato brasileiro que em 2001 já havia propiciado ao país um apagão de energia elétrica pela falta de obras e renúncia deliberada ao planejamento público. Os mercados cuidariam disso com mais eficiência e menor preço.

Ademais de imprevidente, o PSDB desta vez mostrou-se mefistofelicamente oportunista na mitigação dos seus próprios erros.

Ou seja, preferiu comprometer o abastecimento futuro de 20 milhões de pessoas, a adotar um racionamento que colocaria em risco o seu quinto mandato em São Paulo.

Não conseguiria concluir a travessa sem a cumplicidade da mídia conservadora que, mais uma vez, dispensou a um descalabro tucano uma cobertura sóbria o suficiente para fingir isenção, sem colocar em risco o continuísmo no estado.

É o roteiro pronto de um filme de Costa Gavras: as interações entre o poder, a mídia, o alarme ambiental e o colapso no abastecimento de água em uma das maiores manchas urbanas do planeta.

Tudo sincronizado pelo cronômetro eleitoral da direita.

O PSDB que hoje simula chiliques com o que acusa de ‘uso político da água’, preferiu ao longo das últimas duas décadas privatizar a Sabesp, vender suas ações nas bolsas dos EUA e priorizar o pagamento de dividendos a investir em novos manaciais.

Mais um subtexto para o filme de Costa Gavras: a captura dos serviços essenciais pela lógica do capital financeiro.

Enquanto coloca em risco o abastecimento de 20 milhões de pessoas, revelando-se uma ameaça à população, a Sabesp foi eleita uma das empresas de maior valorização na bolsa de Nova Iorque.

Não sem motivo: destina ¼ de seu lucro à distribuição de dividendos à Internacional dos Acionistas, para tomar emprestado uma alegoria do governador Tarso Genro.

Como em um sistema hidráulico, o dinheiro que deveria financiar a expansão do abastecimento, vazou no ralo da captura financeira.

"Como a reserva fica no fundo, se a crise se acentuar, não haverá outra alternativa a não ser ir no lodo e tirar essa água”, confirmou o diretor presidente da agência nacional, no debate “A falta de água em São Paulo”, realizada na ALESP.

As chances de uma chuva redentora que evite o indigesto desfecho são reduzidas, segundo os serviços de meteorologia.

Mesmo que a pluviometria neste verão fique em 70% da média para a estação, o sistema Cantareira --segundo os cálculos da ANA-- ingressará no segundo trimestre de 2015 praticamente com 5% de estoque (hoje está com 3,2%).

Ou seja chegará no início da estação seca de 2015 com a metade da reserva que dispunha em abril deste ano; e muito perto da marca desesperadora vivida agora, na antessala das chuvas de verão.

O lodo que espreita as goelas paulistanas não pode ser visto como uma fatalidade.

Dois anos é o tempo médio calculado pelos especialistas para a realização de obras que poderiam tirar São Paulo da lógica do lodo. Portanto, se ao longo dos 20 anos de reinado tucano em São Paulo, o PSDB de FH e Aécio Neves, tivesse dedicado 10% do tempo a planejar a provisão de água, nada disso estaria acontecendo.

Infelizmente, deu-se o oposto. De 1980 para cá, a população de São Paulo mais que dobrou. A oferta se manteve a mesma com avanços pontuais.

O choque de gestão tucano preferiu se concentrar em mananciais de maior liquidez, digamos assim.

Entre eles, compartilhar os frutos das licitações do metrô de SP com fornecedores de trens e equipamentos. A lambança comprovada e documentada sugestivamente pela polícia suíça, até agora não gerou nenhum abate de monta no poleiro dos bicos longos.

‘Todos soltos’, como diz a presidenta Dilma.

Lubrificada pelo jeito tucano de licitar, a rede metroviária de São Paulo, embora imune a desequilíbrios climáticos, de certa forma padece da mesma incúria que hoje ameaça as caixas d’agua dos paulistanos.

O salvacionismo tucano em São Paulo não conseguiu fazer mais que 1,9 km de metrô em média por ano, reunindo assim uma rede inferior a 80 kms, a menor entre as grandes capitais do mundo.

A da cidade do México, que começou a ser construída junto com a de São Paulo, tem 210 kms.

O planejamento público que a ortodoxia abomina, ao lado do mercado interno de massa que seus colunistas desdenham, representam, na verdade, as duas grandes turbinas capazes de afrontar o contágio da estagnação mundial no Brasil.

Tudo isso tem sido solenemente ignorado, quando não demonizado, pelo salvacionismo conservador nesta campanha presidencial.

O mito da gestão tucana é o que de mais reluzente o discurso de Aécio Neves tem a esgrimir para afrontar o que caracteriza como sendo um Brasil aos cacos, após 12 anos de governo do PT.

As ironias da história podem ser demolidoras nessa reta final de campanha.

Não deixa de ser potencialmente devastador que quem acusa o PT de jogar o país num mar de lama, agora só tenha 200 bilhões de litros de lodo a oferecer à população de SP para matar a sede.

É essa a garantia de abastecimento de água na capital de um estado onde o festejado choque de gestão está no poder há 20 anos. Ininterruptos.

O legado recomenda uma recidiva da receita para todo o Brasil?

Com a palavra o discernimento popular.

Bom voto.

Fonte: CARTA MAIOR
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PSDB lança “Meu Banho, Minha Vida”!

Por Altamiro Borges

O irreverente José Simão, um dos poucos colunistas que ainda merece ser lido na Folha tucana, publicou mais uma pérola nesta quarta-feira (22). Segundo ironiza, o governo deverá lançar em breve o programa “Meu Banho, Minha Vida!” para enfrentar a grave crise de água que tortura os paulistas em decorrência do “choque de indigestão” do PSDB. Outro programa que está em discussão é o “Balde Família”, que visa armazenar este líquido precioso para os dias piores que virão. “O Alckmin vai lançar o Balde Família: toda família terá direito a um balde vazio! Rarará!”.

Deixando de lado as piadas, o cenário em São Paulo é cada dia mais dramático. Segundo pesquisa Datafolha, os cortes de água se generalizaram pela capital paulista: 60% dos entrevistados relataram ter sofrido ao menos um caso nos últimos 30 dias. Nas pesquisas anteriores, em junho e agosto, os índices foram de 35% e 46%. “O levantamento mostra também que os paulistanos estão pessimistas em relação ao futuro: 88% deles creem que a metrópole corre grande risco de ficar longos períodos sem água nos próximos meses”, relata o editorial da Folha desta quarta-feira.

O temor é tão real que 66% dos entrevistados já cogitam recorrer à estocagem da água. “Essa iniciativa traz alguns perigos. O armazenamento inadequado – por exemplo, em recipientes não esterilizados –, pode levar à contaminação da água por bactérias, ocasionando prejuízo à saúde dos que vierem a consumi-la. Mais grave, com a proximidade do verão, estação em que costuma se verificar aumento do número de casos de dengue, os reservatórios em casas e apartamentos podem servir de nascedouro para o mosquito transmissor da doença”, alerta o jornal.

Mas o governador Geraldo Alckmin, que foi reeleito graças também à cumplicidade da mídia tucana – que escondeu a grave crise da água –, ainda permanece inerte. Ele “tem sido evasivo em relação à segurança hídrica”, segundo a Folha, que adora “tucanar” a desgraceira. Na verdade, Alckmin protela o enfrentamento do problema para beneficiar Aécio Neves, o cambaleante presidenciável do PSDB. Tudo é feito com base em cálculos eleitoreiros! Passado o segundo turno, os programas “Balde Família” e “Meu Banho, Minha Vida” até poderão ser implantados!

Este estelionato eleitoral, porém, parece que não está dando resultado. Ainda segundo uma notinha na Folha tucana, “a cúpula da campanha de Aécio Neves culpa a falta de água em São Paulo pela recuperação de Dilma Rousseff na reta final da eleição. A crise, explorada pela propaganda petista, seria o principal motivo da redução da vantagem do tucano no Sudeste. Os aecistas temem que o problema continue a drenar votos até domingo”. A crise no setor atiça as bicadas entre os aspones de Aécio e Alckmin, dois grão-tucanos que nunca conviveram bem no ninho.

Fonte: Blog do Miro
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É o caos total.

Esses governantes deveriam ser julgados e punidos por um juri popular.

A barbárie caminha a passos largos por conta de Alckmin, Aécio e outros tucanos, todos mentores de um apocalipse cada vez mais inevitável. 
Sim, enquanto somos chamados de profetas do apocalipse por causa de nossas posições no campo da ecologia, os políticos do PSDB se apresentam como os próprios  mentores do fim.

É a expressão do mal travestida de governança.

Bolsa Balde, Minha água Minha vida,  são brincadeiras que ajudam o sofrido povo de São Paulo  a conviver com o choque do asteroide hídrico que devasta uma cidade que até então, era conhecida como a terra da ...garoa.

As finas e capilares gotículas de água  que outrora encharcavam as pessoas expostas por longo período ao tempo , hoje foram substituídas  por um calor escaldante, desertico.

Fruto de alterações climáticas que fazem com que fenômenos cíclicos -como estiagem- sejam cada vez mais rigorosos .

Sabedores da febre de Gaia, os governantes, principalmente os governos do PSDB de São Paulo, tinham a obrigação de investir em obras que garantissem o abastecimento de água para a população.

Uma obrigação dupla, primeiro pelo crescimento natural da população que exige investimentos no setor  de distribuição  de água para suprir a demanda e, segundo, pelo aquecimento global, que contribuiu para que os fenômenos climáticos sejam cada vez mais rigorosos e intensos.

Nada disso passou pelas vazias e superficiais mentes tucanas.