terça-feira, 21 de outubro de 2014

Alta sociedade tucana



Val Marchiori divulga nota de esclarecimento sobre empréstimo do Banco do Brasil

Por iG São Paulo 
Texto

"Repudia-se a tentativa de envolver indevidamente a empresa Torke Empreendimentos em manchetes jornalísticas", defende-se ela, em sua coluna em um site de revista

Nesta terça-feira (21), após matéria divulgada pelo jornal "Folha de S. Paulo", a apresentadora Val Marchiori usou sua coluna na revista "Veja" para esclarecer o empréstimo concedido a ela pela Banco do Brasil.


Manuela Scarpa/Photo Rio News
Val Marchiori


Na reportagem publicada pelo jornal, Val é acusada de obter um empréstimo de R$ 2,7 milhões que contraria normas do Banco do Brasil e BNDES. Segundo a matéria, ela teria "restrição de crédito por não ter pago empréstimo anterior ao BB".
Leia a nota na íntegra.
Como tenho o maior carinho pelos meus leitores, é através do blog que prefiro contar qualquer novidade ou nota referente a mim e minha empresa. Segue um comunicado sobre a matéria publicada hoje (21) no Jornal Folha de São Paulo, onde sou citada.
Obrigada pelo carinho e preocupação de todos vocês.
“Com relação à matéria “Banco do Brasil empresta R$ 2,7 milhões a Val Marchiori sem comprovação de renda”, publicada no jornal A Folha de S. Paulo, no dia 21 de outubro de 2014, a empresa Torke Empreendimentos esclarece que o empréstimo solicitado ao Banco do Brasil, a partir de uma linha subsidiada pelo BNDES, disponível para todos os empresários brasileiros, seguiu todas as regras e normas exigidas pelos bancos envolvidos, não tendo recebido qualquer favorecimento.
O Grupo, ao qual pertence a Torke Empreendimentos, possui vasta experiência do mercado de transporte desde 1998 e, consequentemente, vários contratos em operação, com grandes empresas brasileiras, razão pela qual, além das receitas, demonstrou lastro financeiro para a concessão do financiamento.
Repudia-se a tentativa de envolver indevidamente a empresa Torke Empreendimentos em manchetes jornalísticas, até porque cumpre, com rigor, todas as suas obrigações contratuais e legais.
Fonte: IG
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Ela é tucana, faz campanha escancarada para Aécio, e seu nome de batismo é Valdirene.
Não gosta de ser chamada pelo nome de batismo, pois remete a sua infância pobre.
Gosta muito de champagne ,não gosta de pobre, e diz que jamais come linguiça.

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Catarina Albuquerque foi pivô do desentendimento entre Alckmin e a ONU
Catarina Albuquerque foi pivô do desentendimento entre Alckmin e a ONU












Alckmin acusa comissária da ONU de usar

politicamente relatório da crise de água


Catarina Albuquerque conclui que crise é resultado da falta de investimento do governo estadual

Um relatório da comissária especial da Organização das Nações Unidas (ONU) para Água e Saneamento, a portuguesa Catarina Albuquerque, sobre a crise no abastecimento em São Paulo, causou um enorme mal estar no Palácio Bandeirantes. O incômodo levou o governador Geraldo Alckmin (PSDB) a enviar um ofício ao secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, exigindo correções nas conclusões de Catarina. Alckmin alega "erros factuais" e uso político do documento, por ter sido divulgado em período eleitoral, violando o código de conduta da ONU.


O ofício enviado em papel timbrado do gabinete do Estado de São Paulo, com data de nove de setembro, afirma que a relatora da ONU concedeu entrevista coletiva em agosto, às vésperas da eleição estadual, classificando o ato como político e irregular. Alckmin adota um tom de crítica e e condiciona a sua credibilidade ao órgão à solicitada retificação do relatório. Segundo o governador, se a Organização não corrigir os ditos erros, ele ficaria em dúvida sobre a habilidade da ONU para realizar a Cúpula do Clima, realizada alguns dias após o envio do ofício, em setembro.


Catarina afirma no seu relatório que a crise hídrica é de responsabilidade do governo estadual, que não fez investimentos necessários. O jornalista Fernando Rodrigues, que teve acesso exclusivo ao ofício de Alckmin e divulgou em seu blog, quatro pontos da visita de Catarina despertaram a ira do governo estadual: o momento político de disputa eleitoral, a visita ter sido feita em caráter não oficial, o fato de Catarina não ter procurado a Sabesp e as acusações de falta de investimento em obras de captação de água. 
Ainda em setembro, o secretário da Casa Civil de São Paulo, Saulo de Castro, também encaminhou um ofício ao Alto Comissário da ONU para Direitos Humanos, Zeid Raád Al Hussein, criticando o conteúdo do relatório de Catarina. Alckmin questiona o fato de Catarina, em entrevista, colocar as perdas de água no nível de quase 40%, ressaltando que o índice correto no Estado era de 31,2% na época. 
Fonte: Jornal do Brasil
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FHC ficou sem tomar banho?

Por Altamiro Borges

Mônica Bergamo publicou uma notinha hilária em sua coluna na Folha tucana desta terça-feira (21):

“Hoje, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o senador Aloysio Nunes [candidato a vice na chapa de Aécio Neves] e eu vamos ficar sem banho. Acabou a água no califado de Higienópolis”, escreveu o escritor Fernando Morais no Facebook na semana passada, fazendo referência aos tucanos do bairro. Quando o problema passou, ele celebrou: “Vou jantar limpinho. A água voltou ao califado”... A assessoria do Instituto FHC diz que não teria como checar se faltou água também no prédio em que ele mora, pois o ex-presidente está no exterior.

A notinha revela a gravidade da crise de abastecimento de água em São Paulo. Ela agora atinge até os tais bairros nobres da capital – “o califado”, segundo a irônica descrição de Fernando Morais. O problema já era sentido pela população da periferia da região metropolitana há três meses. Mas a velha imprensa ocultou o drama por razões eleitoreiras – num criminoso estelionato para garantir a reeleição do governador Geraldo Alckmin. Além disso, a mídia privada – nos dois sentidos da palavra – nunca se incomodou muito com a situação dos moradores das periferias.

Agora, porém, a tragédia finalmente chegou ao noticiário dos jornalões e de algumas emissoras de rádio e televisão. Somente a revista Veja, que é obrada no esgoto da marginal, evita tratar do tema em suas capas tenebrosas. Mesmo assim, a mídia privada ainda tenta limpar a barra do PSDB, que comanda o Estado há duas décadas. O principal culpado, segundo alguns “calunistas”, ainda é o esquerdista São Pedro, inimigo do cambaleante Aécio Neves. Há poucas críticas à falta de planejamento e de investimentos dos governos tucanos neste setor estratégico.

A própria Folha tucana afirma, nesta terça-feira, que “o PT usa a falta de água em SP contra Aécio” – como se o problema não fosse real. Para o jornal, o tema é “explorado nos programas de TV da petista e também nos debates – sempre procurando associar a imagem dos tucanos a falhas de planejamento que acabam prejudicando a população”. A Folha inclusive dá espaço para o presidenciável tucano justificar a crise no setor, afirmando que a crise decorre “da ausência de apoio do governo federal”. Haja cinismo e falsidade! O cara é um "leviano e mentiroso"!

Há dez anos o Palácio do Planalto alertou o governo paulista sobre o colapso do Sistema Cantareira, que abaste 8,8 milhões de pessoas da região metropolitana de São Paulo. Os tucanos, porém, preferiram beneficiar os acionistas da Sabesp, garantindo elevados lucros, ao invés de investir na ampliação dos reservatórios e na manutenção do sistema, que tem vazamentos e desperdícios crônicos e conhecidos. Agora, a falta de água atinge até o “califado” de Higienópolis. Mas FHC não ficará sem o seu banho. Ele sempre fugiu para o exterior nas horas mais difíceis!

Fonte: Blog do Miro
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Onde tem governo tucano tem privatização de água e seca nas torneiras

Como em São Paulo, Minas até então governada por tucanos, privatizou água e energia.
O resultado catastrófico não tardou a chegar também para os mineiros. Só que os mineiros tiveram o bom senso de eleger um governador petista para socorrê-los, nós paulistas amargaremos mais quatro anos de falta de planejamento, incompetência, irresponsabilidade, privatizações, corrupções e abandono do Estado.
Nos dois textos seguintes o resultado em Minas das privatizações do abastecimento de água que como São Paulo, já deixa mineiros com secas nas torneiras.
Privatizar a água? Copasa, MG: A privatização da Copasa
Por  Daniel Miranda Soares*
No início do governo Aécio Neves, em 2003, a Copasa ainda era uma estatal controlada integralmente pelo governo mineiro. A partir daí, a Copasa começa a vender ações na Bolsa de Valores, tendo diminuído a participação estatal para 53% do total. Hoje, 73% dos acionistas são estrangeiros, que receberam 658 milhões em 2006 (segundo o “Estado de Minas”).
Deixou de ser uma empresa social e passou a ter como objetivo “obter resultados financeiros” segundo seus relatórios, apresentando tarifas muito elevadas (até cinco vezes maiores que a dos serviços municipais autônomos em Minas Gerais).
Novas normas (projeto 3374/2006, Lei 17.945/2008, etc.) além de transformar a Copasa em vendedora da mercadoria água com objetivo de lucro e não com sentido social, abriram as portas para a criação de subsidiárias; destacando a possibilidade de a empresa “utilizar recursos e pessoal próprios ou de terceiros”; de participar minoritariamente de outras empresas; contratar prestadora de serviço ou executora de obras; contrair empréstimos internacionais; atuar no Brasil e no exterior; firmar convênio/consórcio/parcerias; etc.
Assim, ela pode contratar Parceria Público-Privada – PPP, para prestação de serviços e execução das obras – pretende para ampliar o Sistema Rio Manso, na região Metropolitana de BH, com investimentos de R$ 450 milhões. A empresa contratada, após a execução das obras, irá operar o sistema por mais 15 anos. Concorrência internacional (publicada no Washington Post).
O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Purificação e Distribuição de Água e em Serviços de Esgoto de Minas Gerais (Sindágua) classifica como privatização a decisão da Copasa de entregar para a iniciativa privada as obras do Sistema Rio Manso. Mesmo sistema de parceria PPP está sendo realizado em Divinópolis.
Segundo o Sindicato citado, a Copasa tem capacidade técnica e financeira para operar o sistema sem entregá-lo à iniciativa privada. Em Divinópolis, o vice-prefeito, Rodrigo Rezende (PDT), diz temer que a PPP do Esgoto seja igual à PPP que o governo de Minas fez para a rodovia MG 050, privatizada há oito anos e, desde então, sem nenhuma melhoria, embora “pedagiada”. O Sindágua e a Federação Nacional dos Urbanitários (FNU), acham que as obras são desnecessárias – a água produzida pela Copasa, com a recente ampliação do sistema Rio das Velhas é suficiente para abastecer a região nos próximos 12 anos.
As estatais mineiras foram fragmentadas a partir do governo neoliberal de 2003, em várias subsidiárias. A Cemig já está quase completamente privatizada e controlada por acionistas em sua direção gerencial que decide sobre distribuição de lucros como prioridade da empresa e, para tanto, procura aumentar ao máximo o valor das tarifas. A mesma coisa está acontecendo com a Copasa – a prioridade passa a ser os acionistas e não os usuários do sistema.
A PEC 68 pretende mudar a Constituição do Estado e abrir caminho para privatizar as subsidiárias das estatais. Com a aprovação, empresas que não são de controle total do governo do Estado poderão ser vendidas à iniciativa privada sem a exigência de uma consulta popular que referende a negociação, como previsto na constituição mineira. Mas o governo mineiro tem dificuldades em aprovar a PEC na Assembleia. A votação foi adiada para depois de agosto deste ano.
Os eletricitários conquistaram em 2001, no governo Itamar Franco, por meio da PEC 50, a inclusão, na Constituição de Minas, de restrições para a privatização da Cemig e da Copasa. Desde então, qualquer proposta de venda de estatais mineiras precisa ter lei específica e referendo popular. O que a PEC 68 faz é retirar essa conquista.
O doutorando da Unesp (Universidade Estadual Paulista), Juscelino Eudâmidas afirmou que, segundo pesquisas internacionais, até 2015 cerca de 60% da capacidade de abastecimento de água da América Latina estará privatizada. Eudâmidas ainda ressalta que, nos países ricos, onde a ideia da privatização surgiu, os governos estão voltando atrás.
Na França, por exemplo, onde surgiram as primeiras experiências de concessão do sistema de distribuição de água, o governo está reestatizando os serviços. Os principais motivos foram que a qualidade do serviço e da água caíram, os preços subiram exorbitantemente e o serviço não foi universalizado. Em um plebiscito sobre a água no Uruguai em 2004, 65% dos eleitores votaram a favor da estatização. Um referendo na Itália em 2013 decidiu que o sistema de água deve ser gerido por empresas públicas. O debate é polêmico.
O Bloco Minas Sem Censura (PT, PMDB, PCdoB, PRB) quer evitar a privatização da água, da luz e do gás. Em agosto de 2011, somente um mês após a privatização do abastecimento de água e esgoto, os moradores de Uruguaiana (RS), se surpreenderam com o aumento da maioria das contas. Em fevereiro do mesmo ano, Santa Gertrudes (SP), passou por situação semelhante. O reajuste aplicado nas contas de água após a privatização do serviço causou protestos entre os moradores. Há casos em que o aumento chegou a 700%.
Em Pará de Minas, na região Central do Estado, a cidade continua convivendo com o caos no abastecimento, nove meses depois do decreto de calamidade pública por falta de água. O Ministério Público emitiu uma liminar com prazo de 10 dias para a solução do problema. A Prefeitura pretende contratar outra empresa de abastecimento e tratamento de água na cidade. O deputado Paulo Guedes (Minas Sem Censura) se solidarizou com a população de Pará de Minas e lembrou que o descaso da Copasa também tem provocado a falta d’água em vários municípios do Norte de Minas, vale do Jequitinhonha e Mucuri.
A empresa tem aumentado lucros (R$ 420 milhões em 2013) e piorado a qualidade dos serviços além dos problemas que se agravam com a precarização do trabalho dentro da empresa. Os 10,8 mil funcionários da estatal trabalham agora sob o regime de remuneração variável, com salário mensal atrelado ao desempenho.
O governo neoliberal mineiro acena para privatizações em áreas essenciais e de recursos escassos. Esquecem as demandas das populações mais carentes que necessitam do serviço para melhoria de suas condições de vida. Para eles, é mais importante entregar este capital de mão beijada aos grandes grupos econômicos privados.
*Daniel Miranda Soares é economista, ex-administrador público da FJP e ex-professor universitário.
RIO DE PEIXE: Copasa apela para lagoa dos Ingleses para abastecer BH
Jornal O Tempo
Empresa Anglo Gold libera complexo hídrico que conta ainda com Miguelão e Codornas
20/10/2014
A-GEW90
Salvação. Lagoa dos Ingleses, em Alphaville, vai ajudar a abastecer Belo Horizonte e região
B-CEW90
Reserva. Complexo hídrico, que inclui a lagoa dos Ingleses, pertence à empresa Anglo Gold
A longa seca fez a Copasa recorrer ao Sistema Hidrelétrico Rio de Peixe, formado pelas lagoas dos Ingleses, Miguelão e Codornas, para abastecer a região metropolitana de Belo Horizonte. Desde a última quinta-feira, o complexo pertence à mineradora AngloGold Ashanti, aumentou sua vazão em 500 litros por segundo, para ajudar no abastecimento da capital e das cidades próximas.
Em nota, a Copasa diz que a negociação com a mineradora foi feita de maneira “preventiva”. A mineradora informa, também por meio de nota, que o aumento da vazão foi feito “a pedido da Copasa, em função do atual período de seca e da necessidade de abastecimento à região metropolitana de Belo Horizonte”.
Apesar de recorrer à represa da AngloGold Ashanti, a Copasa nega risco de desabastecimento. De acordo com a empresa, a produção de água na região metropolitana de Belo Horizonte está em seu volume máximo, 1,3 bilhão de litros por dia, e o sistema interligado garante o abastecimento. Ainda de acordo com a empresa, o uso das águas do Sistema Rio de Peixe seria encerrado nesta segunda, em razão da “previsão de chuvas para os próximos dias.
O Sistema Rio das Velhas, um dos responsáveis por abastecer Belo Horizonte, está com 50% de sua vazão normal. Graças a um sistema de comportas, a Copasa vem regulando o nível do rio e aumentou a captação para compensar a queda ainda maior na vazão do Sistema Paraopeba, o outro responsável por abastecer a capital e cidades vizinhas. De acordo com a empresa, esse sistema interligado é o que garante o abastecimento em épocas de crise.
A Copasa também afirma que realizou nos últimos anos obras para aumentar a capacidade de captação dos sistemas e afirma que os problemas são apenas pontuais. Mesmo afastando o risco de racionamento, na semana passada, a empresa lançou uma campanha alertando a população para a necessidade de economizar e evitar o desperdício.
Audiência
Na semana passada, cerca de 300 leitores relataram a O TEMPO falhas constantes no abastecimento de água em 81 bairros de Belo Horizonte. Apesar de a Copasa negar qualquer forma de rodízio ou racionamento na cidade, a Câmara dos Vereadores se prepara para discutir o problema.
Nesta segunda, a Comissão de Direitos Humanos e Defesa do Consumidor aprovou requerimento para realizar uma audiência pública sobre possível racionamento na cidade. A data ainda não foi definida, mas a reunião deve acontecer, de acordo com o vereador Pedro Patrus, que propôs a audiência, no máximo na primeira semana de novembro.
“A situação é preocupante. Tivemos notícias de que já ocorrem cortes de água regularmente em muitas regiões”, diz o vereador.
Entre os convidados da audiência estarão a Copasa e a Prefeitura de Belo Horizonte. “Precisamos entender o que está acontecendo”, completa ele.
Emergência
Crítico. De acordo com a Defesa Civil de Minas Gerais, 161 cidades estão em situação de emergência devido à falta de chuvas no Estado. Os pedidos de outros 30 municípios estão em análise.
A água de BH
O sistema Rio das Velhas esta com vazão 50% menor do que o normal.
Junto com o sistema Paraopeba, ele abastece 90% da região metropolitana de Belo Horizonte.
A Copasa nega o risco de desabastecimento, mas a população relata falta de água em pelo menos 81 bairros.
O problema será discutido em audiência pública na Câmara dos Vereadores
Fonte: MARIA FRÔ
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Essa é a lógica dos governos do PSDB que Aécio esconde, tergiversa, escorrega, tal qual baba de quiabo.

No entanto, com a exposição inevitável do candidato tucano no segundo turno das eleições, a verdade emerge, mesmo que das profundezas de reservatórios de águas barrentas e sujas , que despontam como "reservas técnicas" para abastecer aflitos inocentes que outrora escolheram o PSDB para governar em seus estados.


São Paulo e Minas Gerais, que em um passado que começa a ficar distante eram conhecidos como café com leite, hoje se assemelham a esgoto e lodo. As populações de São Paulo e Minas não merecem isso, aliás, ninguém merece.


Priorizando a privatização das empresas estatais com o respectivo esfacelamento do estado, as empresas responsáveis pela captação, tratamento e distribuição de água , passaram a priorizar o lucro máximo e a distribuição de dividendos para seus acionistas, em detrimento das necessidades das pessoas do mundo real, concreto, que ri, chora ,sofre, mas também vota.


Assim , os governos do PSDB de São Paulo e Minas proporcionam sofrimentos terríveis para seus habitantes, privando-os do mais essencial  dos recursos necessários à uma vida digna: a água.


Vive-se até sem energia elétrica, como também já aprontaram os tucanos quando governaram o país com o nefasto racionamento de energia elétrica, mas não se vive sem água.


Vive-se dias , até semanas sem ingerir qualquer alimento, mas não se vive três dias sem ingerir água.


O desabastecimento de água em grandes centros urbanos, é sinônimo de barbárie, caos total, salve-se quem puder, onde os instintos mais primitivos do homem afloram em defesa da sobrevivência, da vida.


E eis que justo o partido político que se  apresenta com a grife de excelência administrativa, choque de gestão, em sua obsessão por lucros flerta perigosamente com o caos.


É aterrorizador imaginar o conglomerado humano que habita região metropolitana de São Paulo, disputando cada gota de água.


A situação crítica de abastecimento de água em São Paulo e mesmo em Minas, chegou a esse ponto por culpa única e exclusiva de seus governantes, que não investiram na construção de novos reservatórios ou mesmo em sistemas de captação de água. 

Os recursos para as obras, talvez , tenham sido destinados para os acionistas das empresas de distribuição de água, agora enxutas, depois da privatizações.


Tudo isso me remete a situação semelhante vivida recentemente na Argentina, quando o governo de CFK, interveio na principal empresa de petróleo que opera no país, reestatizando-a, já que enquanto privada não priorizava  de acordo com as necessidades do país , a pesquisa, a prospecção,  e a exploração de novos poços de petróleo.


Resultado das políticas de privatizar tudo, que fracassaram pelo mundo, como citado no artigo acima onde países como a França rediscutem a reestatização de serviços essenciais, com  água.


A mesma água, que lá trás , na década de 1990, foi motivo para uma rebelião histórica de uma população de um povoado de Bolívia, que insatisfeitos  com as tarifas cobradas pela então privatizada empresa de distribuição de água, simplesmente expulsaram a empresa do povoado e assumiram o controle sobre os mananciais de água da região. 

Tal rebelião pode ser considerada como o marco para o processo que se seguiu anos depois em toda a América do Sul, com forte rejeição às políticas neoliberais.

E hoje, na segunda década do século XXI, os políticos do PSDB ainda insistem em programas e políticas que fracassaram em todo o mundo e , ainda, pretendem privatizar a Petrobrás, a CEF, o Banco do Brasil, os Correios e o que encontrarem pela frente, como por exemplo usar o uniforme escolar das crianças da rede publica de São Paulo, como espaço para propaganda de empresas privadas, como já sugeriu um tucano de alta plumagem das terras altas e secas da capital paulista.


É de um cinismo crônico, revoltante, ouvir do desgovernador de São Paulo - cidadão que atende pelo nome de Geraldo Alkmin - que um relatório de um funcionário da ONU sobre a crise hídrica de São Paulo seria um instrumento com fins políticos, quando na realidade, o governo brasileiro  há oito anos atrás já tinha alertado o governo de São Paulo para a necessidade de investimentos no sistemas de captação e armazenamento de água.


O cinismo é tanto, que até o aliado de Alckmin, o jornal Folha de  SP, emitiu uma nota hoje perguntando se FHC teria ficado sem banho, já que a escassez de água atingiu a nobreza, ou , bairros onde não habitam pessoas diferenciadas.


Esse é o projeto de Aécio para o Brasil,ou melhor ,o que os brasileiros sentirão na pele e na garganta com a eficácia do choque de gestão tucano.

Bolsa Família





Em carta aberta a Aécio, coordenadora do Bolsa Família por 8 anos explica porque PSDB não pode reivindicar paternidade do maior programa social
Como tantos brasileiros que têm assistido aos debates da campanha presidencial, a advogada Luciana Oliveira, 38 anos, dois filhos, testemunhou a cena em que Aécio Neves anunciou ao país que o pai do programa Bolsa Família é o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Se muitos espectadores reagiram com perplexidade, Luciana ficou indignada. “Eu sei que isso não é verdade,” explica ela, com autoridade de quem foi coordenadora-geral de Benefícios do Bolsa Família por oito anos. “O Bolsa Família nasceu como um projeto para vencer a pobreza. O Bolsa Escola nada foi além de remendos, em época eleitoral, de um governo que estava com a popularidade baixíssima.”

Formada em Direito, com pós-graduação em Direito Trabalhista, Luciana acompanha os programas de transferência de renda do Estado brasileiro há 13 anos. Tornou-se funcionária do MEC pouco depois do Bolsa Escola ter sido lançado. Foi para o Ministério do Desenvolvimento Social, quando o Bolsa Família teve início. Como coordenadora-geral de benefícios, tinha a responsabilidade de conceder benefícios — e também suspender sua execução, quando era o caso. Também tinha função de prestar esclarecimentos a órgãos de fiscalização, como Tribunal de Contas da União e a Controladoria Geral da União, sempre que se fazia necessário.

Lembrando o costume de Aécio e outros dirigentes do PSDB em reivindicar a paternidade do Bolsa Família, depois de terem passado anos fazendo todo tipo de crítica ao programa, ela se diz revoltada: “PSDB pai… O Pai que reivindica a paternidade de seu filho na certidão, mas que só aparece “pra visita” de quatro em quatro anos, à época das eleições?” Na tarde de ontem, emocionada (“amanhã o Bolsa Famíla completa 11 anos”) ela distribuiu uma carta aberta a Aécio Neves, que você pode ler, na íntegra:

CARTA ABERTA AO Sr. AÉCIO NEVES (E AO PSDB)

Escrevo essa carta direcionando-a a seu partido político, o PSDB, mas tendo o senhor como destinatário, já que atualmente o representa na disputa pelo cargo máximo da nação – a Presidência da República no Brasil.

Permita-me, antes de tudo, me apresentar. Eu trabalho para o Governo Federal há 13 anos. E isso não é ironia, é apenas uma coincidência. Fui contratada para o Governo Federal, pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso, para a gestão do Bolsa Escola e, em razão da minha capacidade e contribuição técnica, fui mantida quando houve a criação do Programa Bolsa Família. E é sobre ele que eu quero falar com o senhor.

Não sou funcionária pública concursada e já ocupei os mais diversos cargos sob as mais inusitadas formas de contratação, especialmente quando prestava serviços ao MEC. Já prestei serviço como pessoa jurídica. Atuei como consultora do Pnud. Fui terceirizada e, agora, ocupo um cargo de confiança. E em todas as vezes, com alguma variação na autonomia e competência, exerci o mesmo papel, me tornando especialista na gestão e execução de programa de transferência de renda condicionada. Aliás, me refiro aqui ao que hoje é considerado o programa de transferência de renda condicionada mais bem-sucedido e conceituado do mundo.

Sr. Aécio, eu passei a integrar a equipe do Bolsa Escola (BES) em novembro de 2001, sete meses após a sua criação, e o que eu encontrei lá foi uma equipe muito determinada a fazer com que pouco dinheiro chegasse às mãos de poucas famílias. O cadastro do BES era uma vergonha: incompleto, não aceitava alterações ou atualizações cadastrais e era completamente off-line. Uma vez registradas as informações nele, elas nunca mais seriam modificadas, mesmo que uma daquelas crianças – Deus nos livre – viesse a óbito.

Com relação à identificação de seus membros, nele encontrávamos espaço para cadastrar apenas a mãe e três crianças da família, independente da quantidade de filhos/membros que vivessem sob aquele teto. Neste momento tinha início, infelizmente, uma terrível desigualdade familiar fomentada pelo Governo Federal. Ao realizar o cadastro, a mãe era obrigada a “escolher” quais seriam seus três filhos que teriam mais chances de sucesso escolar a fim de não perder mais adiante o benefício, já que seria somente dessas crianças, supostamente, cobrada a frequência escolar. E explico o porquê do supostamente: nunca conseguimos cobrar frequência escolar no BES, mas volto a falar sobre isso mais adiante.

É claro que suspeitávamos – e pude comprovar, nas vezes em que visitei famílias beneficiárias – que as demais crianças, quando havia, ficavam automaticamente “desobrigadas” da escola pelo grupo familiar. Erámos confrontados então com o seguinte cenário: 1) três crianças que eram obrigadas a frequentar as aulas para que a família não perdesse o benefício e; 2) as demais crianças que saíam para trabalhar para engrossar a renda familiar, quando não ficavam em casa.

Não serei leviana – usando um termo que o senhor emprega com certa frequência – de dizer que todas as demais crianças sempre agiam assim. Muitas famílias se empenhavam em tentar educar todas igualmente. Mas o Brasil vivia uma desigualdade social descomunal àquela época e, infelizmente, a renda trazida pelas crianças “sobressalentes” – aquelas que não eram possíveis registrar em razão da deficiência do próprio cadastro do Programa – era muito necessária para o sustento da família. Ora, se o Governo Federal não as inclui no beneficio e não controla sua frequência escolar, esse cenário era de se esperar…

Mesmo assim, o trabalho da equipe foi árduo durante todo o tempo. Fizemos mutirões de inclusão de famílias, de concessão de benefícios – processo que à época NÃO era automatizado – e muitos, muitos mutirões para “sanear” as adesões dos municípios, cuja lei obrigava ser formal. Participação social? Completamente inexistente… Muitas vezes a equipe ligava pra pedir alguma informação a um “conselheiro” designado para tal função e não foram raras as vezes em que ouvíamos: “Eu, do conselho social do Bolsa Escola? Não sei do que você esta falando, ninguém me avisou”. Nomeações à revelia, para cumprimento da lei. A ordem era: FAÇAM! INCLUAM! E RÁPIDO!

Mesmo com a determinação política do então Presidente FHC e de todo o esforço da equipe – muito competente e determinada – envolvida, nunca chegamos à casa dos cinco milhões de famílias atendidas. Foram dois anos inteiros de BES e não chegamos aos cinco milhões.

Naquele momento, o quadro, então, era o seguinte:
No Bolsa Escola (R$ 15,00 mensais pagos por criança até um limite de três, desde que tivessem entre 7 e 15 anos – educação ): 4,7 milhões de famílias beneficiárias;

No Bolsa Alimentação (R$ 15,00 mensais pagos por criança até um limite de três, desde que tivessem entre 0 e 6 anos – saúde): 1,6 milhão de famílias.

A verdade é que nunca houve real investimento em Programas Sociais em nosso país até ele ser dirigido por uma pessoa “do povo”. Essa é a verdade que eu vivi trabalhando pra o Governo Federal todo esse tempo. O Bolsa Escola não foi uma estratégia de combate à pobreza e muito menos de incentivo à educação no governo FHC. Nada foi além de remendos, criados às vésperas das eleições, por um governo com uma popularidade baixíssima. Poucos têm conhecimento disso, mas a alcunha de “Bolsa Esmola”, muitas vezes utilizada pelo seu partido para caracterizar o Bolsa Família, de fato, era o apelido daquele Bolsa Escola lá atrás. Aquele que sim, é filho seu.

Em 2003 teve início o primeiro mandato de Lula, eleito no ano anterior. E junto com ele passamos a ouvir pelos corredores a ideia de que o melhor mesmo seria ter um programa que atendesse toda a família. Que a olhasse como um único e indissolúvel ente, e que era isso que se desejava fomentar, auxiliar e amparar.

É claro que havia uma escolha a ser feita sobre as famílias que já estavam recebendo seus benefícios. E a decisão foi UNIFICAR os programas já existentes para, primeiro, não descontinuar os pagamentos pra gente já tão sofrida e, segundo, porque já havia a CLARA idéia de que aquelas pessoas eram mesmo parte do público que o Programa Bolsa Família deveria atender. Unificar foi o mecanismo para evitar que elas perdessem seus parcos benefícios até se adaptarem às novas regras.

Poderia ali, naquele momento, ter-se matado os programas anteriores e teria sido, confesso como técnica que ajudou a implementar o que veio depois, infinitamente menos trabalhoso. Ao decidir pelo recurso técnico de “unificar” e não “extinguir” as bolsas para a criação do novo programa – que era, DE FATO, um Programa de Transferência de Renda com investimento político e financeiro e intenções claras e reais de combate à pobreza – o governo Lula começava a mostrar qual era sua real prioridade: o povo. Independente do “custo político” que isso pudesse ter adiante – e veja bem, não é que ele tinha razão? – a escolha foi pelos beneficiários, pensando neles.

O objetivo era claro, alcançar as famílias pobres, as excluídas por mais de 500 anos, as que nunca haviam sido, de fato, vistas por ninguém, as que nem “existiam” no mundo jurídico porque estavam alijadas até mesmo do processo de identificação de pessoas – muitas delas não tinham sequer certidão de nascimento.

E olha, quando tudo se juntou, Bolsa Escola, Bolsa Alimentação, Cadastro Único – aliás, abro um parêntese aqui para falar que precisamos, em outra oportunidade, conversar sobre ele, o que ele era quando foi criado e o que é hoje, já que senhor tem mostrado diuturnamente que não faz ideia nem do que se trata – arrumar o remendo foi doído, foi trabalhoso, foi hercúleo, quase heróico.

Caro candidato, com todo humilde conhecimento que tenho sobre o assunto, afirmo que o Bolsa Família não é, nem de longe, a continuidade de nada dos programas anteriores. Eles são completamente diferentes desde a sua concepção e, principalmente, da sua intenção para com o povo brasileiro.

O Bolsa Família olha pra todos os membros familiares e permite oferecer atendimento a todos, de acordo com suas necessidades, carências, expectativas. O Bolsa Família reconhece as capacidades dessas famílias e investe nelas. No Bolsa Família há o acompanhamento familiar pelo CRAS – Centro de Referência da Assistência Social. No Bolsa Família há o acompanhamento da agenda de saúde da família toda, o que inclui o acompanhamento da gestante, da nutriz, do calendário de vacinação de todas as crianças até 7 anos de idade, acompanhamento da pesagem, da suplementação de vitamina A e ferro.

No Bolsa Família, há o acompanhamento real da frequência escolar de TODAS as crianças e jovens do grupo familiar, independente da quantidade de benefícios que aquela família faz jus, assim como da quantidade de membros em idade escolar. E se não tiverem frequência adequada, de acordo com o que a Lei do Programa – aquela que senhor diz pretender criar em seus programas eleitorais, mas já existe desde 2003 – , a família toda tem os seus benefícios averiguados, bloqueados e podendo ser até suspensos. Sim, eu estou dizendo isso mesmo: se uma família tiver 15 crianças, todas as 15 devem ir pra escola e serem acompanhadas na frequência escolar. E se houver a ausência da escola não justificada de uma delas, isso pode impactar no benefício de toda família. O senhor percebe alguma diferença para o Bolsa Escola? E para que fique claro, não estamos falando de “evolução”, estamos falando de um Programa que nasceu com esse objetivo, que foi concebido assim!

Sabe o que isso nos diz? Que todas essas crianças devem ter acesso igualitário à escola, que todas devem frequentar as aulas e que todas, absolutamente todas, devem se qualificar para romper esse ciclo de pobreza que faz com que sua família precise do benefício do governo. Isso, Sr. Aécio, é investimento humano. Isso é, de fato, o que a oposição ao Programa – e aqui há um mérito gigantesco para o PSDB – chama tão jocosamente de “ensinar a pescar”. Oferecendo a todas as crianças e jovens igualdade de condições para o ensino, consequentemente, eles terão melhores oportunidades no futuro.

O Bolsa Família atende hoje mais de 14 milhões de famílias e 52 milhões de pessoas! Ele é o Programa de Transferência de Renda Condicionado mais respeitado, estudado, reverenciado, copiado no mundo todo. Constantemente recebemos aqui no Ministério corpos técnicos de alto escalão do mundo inteiro para “conhecer e aprender o que fazemos”. O Brasil, por intermédio do Bolsa Família e do que podemos hoje chamar de Cadastro Único, criou e exporta tecnologia social.

O Bolsa Família possibilitou ao Brasil cumprir a meta de Objetivos do Milênio, da ONU, para erradicação da fome e da miséria muito antes da meta estabelecida para o resto do mundo, que seria 2015.

O Bolsa Família tirou o Brasil do mapa da fome pela primeira vez desde seu descobrimento, em 1.500.

E principalmente, o Bolsa Família, que já foi pra muitos fonte exclusiva de “renda”, a diferença entre ter ou não o que comer no prato, hoje é renda complementar de milhões de famílias. Talvez o Sr. não saiba – e deduzo isso pelas declarações da maioria dos seus eleitores, que, imagino, refletem o conhecimento do grande líder – mas cerca de 76% dos adultos que recebem Bolsa Família trabalham no mercado formal brasileiro, o que comprova que o valor do benefício é complementar.

E aqui eu chego ao ponto que realmente me motivou a escrever essa carta ao senhor. Em recente debate presidencial – parte do processo democrático adotado para a escolha do nosso próximo presidente do país – eu ouvi o senhor, repetidas vezes, dizer que há o DNA do PSDB no Bolsa Família, já que ele surgiu da unificação dos programas anteriores.

Senhor Aécio Neves, não há.

Não há nem de muito longe: nem na concepção, nem nas regras, nem na gestão, nem nos objetivos, muito menos na vontade política e investimentos, em nada. Simplesmente não há. Até houve a mínima tentativa, com a unificação, de se aproveitar tecnicamente algo que pudesse ser útil ao novo programa que nascia, mas foi completamente inútil o esforço. A unificação, ao final, só se mostrou mesmo eficiente para o que mais interessava: proteger as famílias da descontinuidade dos pagamentos.Não deixar faltar a comida no prato, em português bem claro – que se faz necessário para quem nunca passou por algo sequer parecido –, porque como sabemos desde sempre a fome não espera. Fome não espera implementação de programa. Não espera melhoria de gestão, não espera melhoria de sistema. Simplesmente, não espera.

Eu poderia elencar aqui ainda muitos – muitos mesmo – argumentos para mostrar que o Bolsa Família não passa nem perto daqueles programas que foram unificados lá em 2003. O Bolsa Família foi, mas forçando muito a barra, o primo que nasceu e usou, por dias, fraldas emprestadas dos seus outros mais velhos. Mas que cresceu tanto, e tão rápido, e que teve “pais” tão diferentes e responsáveis decidindo sobre sua alimentação, cuidados diários, educação e crescimento, que imediatamente se destacou ao mundo.

E ainda assim, caso o senhor insista muito em fazer qualquer relação com o que tinha no Brasil e o que temos hoje, e em requerer a paternidade do Bolsa Família – para o PSDB, que aqui eu personifico na sua pessoa para fins, com sua licença, didáticos do restante do parágrafo – eu tenho a dizer que: tome muito cuidado.

Porque se fosse declarado mesmo o pai da criança, que tipo de pai o senhor acredita que teria sido para o seu filho? Um pai que “bate” no filho no Congresso Nacional, chamando-o de fomentador de vagabundo, de gente preguiçosa? Um filho que até dias atrás era “esmola” pra quem não quisesse trabalhar? Seria um pai que nutre tamanho desconhecimento sobre seu filho ao ponto de propor pra ele regras que já existem há mais de 10 anos?

Onde o senhor esteve todo esse tempo? Onde o Senhor esteve quando precisamos aprovar modificações necessárias para o seu pleno desenvolvimento, a cada vez que precisamos apoiá-lo em seu crescimento natural? E o senhor como representante do povo no Congresso Nacional tinha todas as ferramentas para apoiá-lo e não o fez.

O Bolsa Família não tem paternidade, ele é do povo brasileiro. Mas mãe ele tem! 14 milhões de mães! Mães pobres, em sua maioria negras, antes excluídas por uma sociedade patriarcal e machista. Mulheres muito guerreiras. Algumas dessas mulheres conseguiram se livrar, inclusive, da violência doméstica por causa do Bolsa Família. Se livraram de condições de trabalho análogas à da escravidão graças ao Bolsa Família. Certa vez, lá em 2007, eu conheci uma senhora que relatou “ter se sentido mais mulher aquele mês” porque tinha sobrado dinheiro pra comprar um batom. Eu tenho certeza ABSOLUTA de que o senhor não faz a menor ideia do que isso significou pra ela. Eu mesma não sabia, até ouvir aquele relato e a alegria com que ela contava.

E eu posso passar dias inteiros contando coisas que ouvi, vi e vivi junto dessas famílias. Ou que ouvi de alguns dos 5.570 gestores municipais que “tocam” aguerridamente o Programa lá nos municípios. Essas histórias não são estatística, pois graças ao Cadastro Único que nós construímos a partir de 2005, elas têm e nós sabemos quais são: nome, sobrenome, data de nascimento, filiação. São gente de verdade!

PSDB pai… O Pai que reivindica a paternidade de seu filho na certidão, mas que só aparece “pra visita” de quatro em quatro anos, à época das eleições?

Na verdade o que eu via, até dias atrás, era o senhor e seu partido enxovalhando o nome do Programa da maneira que podia. E agora, tal qual faz “pretenso herdeiro” de pai morto, se declara parente para recolher a herança.

Mas veja bem, sr. Aécio, aqui nesse processo de “inventário”, o juiz é o povo brasileiro e ele SABE que o senhor não tem nas veias o sangue dessa família. Não tente se aproveitar de gente sofrida e das suas boas intenções. É feio, é danoso, é quase criminoso.

Não obrigue essa gente, que já tem olhos e ouvidos bem abertos; que reconhece sua autonomia pra lutar pelos seus interesses sem medo algum ter que dizer ao senhor que aqui nesse “processo”, ela não te reconhece. Porque conhecendo-as como conheço, não tenho dúvidas, elas dirão.

Sinceramente, Luciana de Oliveira.

Fonte: A JUSTICEIRA DE ESQUERDA
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Emocionante: A Coordenadora do Bolsa Família - a advogada Luciana de Oliveira - produz um dos mais belos documentos desta campanha eleitoral.

Direcionado ao candidato Aécio - àquele que gosta de agredir mulheres - a carta da advogada é uma das melhores expressões do meio justo, da razão civilizada, da inteligência lúcida, do debate de bom nível.

Coloca em evidência as mentiras do candidato do PSDB sobre a origem e evolução de um dos mais bem sucedidos programas de transferência de renda da história recente, não apenas do Brasil, mas em todo o mundo.

Revela o oportunismo cínico de grupos políticos que em tempos de eleição se apresentam como aliados do povo apenas , e tão somente, para conseguir votos para seus projetos de poder.

Projetos que como sabemos - pobres ou ricos - não incluem as camadas excluídas da população brasileira, ao contrário, contribuem ainda mais para aprofundar as seculares desigualdades sociais.

O mérito da carta destinada ao candidato Aécio não o agride, ao contrário, ilumina caminhos para torná- lo menos obscuro, menos desumano, aproximando-o das gentes.